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Lagunas do Litoral Fluminense (RJ) – maioria Tipo Sufocado

Sistema lagunar de Cananéia-Iguape -Tipo Restrito


Lagunas de Santa Catarina – Tipo Sufocado
Lagunas do Rio Grande do Sul – Tipo Sufocado
Vida Média do tempo de Residência (T50%) das massas de água nas Lagunas e
seus Compartimentos.
 menor tempo de R nos compartimentos jusante ao mar
Nitrogênio Inorgânico Dissolvido (NID)
NID = NH4+ (amônio) + NO22- (nitrito) + NO32- (nitrato)

Fósforo Inorgânico Dissolvido (PID) = PO42- (fosfato)

Razão N/P ideal para a produção primária: N/P = 16


Se N/P > 16, a produção é limitada por P, ou seja, falta
fósforo para os produtores primários
Se N//P < 16, a produção primária é limitada por N.
Clorofila a - INDICADOR DA BIOMASSA FITOPLANTÔNICA,
também utilizado para definir o estado trófico do sistema
Concentrações Médias Anuais de Nutrientes, razão NID:PID, Carbono Orgânico
Particulado (POC) e Clorofila a entre as Lagunas
 Não há padrão sazonal diferente de concentração de nutrientes (NID e PID) nas lagunas
fluminenses porque a incorporação pelo fitoplâncton é constante;

 Variações temporais são decorrentes de eventos de enxurradas, que lavam a bacia de


drenagem e aumentam as concentrações de nutrietes nas lagunas;

 Variações temporais das concentrações de nutrientes também advêm da passagem de frente


fria, ressuspendendo sedimentos e aumentando a liberação de nutrientes remineralizados
nos sedimentos (diagênese), o que também é facilitado pela intrusão de maré;

 Crises distróficas (mortandade de algas e peixes) também são responsáveis por variações de
concentração de nutrientes

 A razão N:P inferior a 16:1 indica limitação da produtividade primária por falta de nitrogênio

 Apenas em Araruama é que a limitação é por fósforo, o que provavelmente é devido a


precipitação de carbonatos, sequestrando fosfato da coluna d´água.
Ciclos Anuais da Produção Primária de 06 Lagunas
Obs: ciclos anuais da PP ainda escassos

 Lagunas dominadas por fitoplancton com padrão unimodal com maior produção durante verão-
outono (excessão da Lg. Barra);
 Padrão semelhante da temperatura da água (18 – 33 °C)
 A passagem de frente fria e a intrusão da maré sãoos fatores responsáveis pelas mudanças de curto
período na composição do fitoplancton.
PP Líquida de lagunas e a metodologia empregada
Lagunas do Litoral Fluminense mais produtivas do que as lagunas do sul
RJ= 300 a 800 gC/m2/ano SP = 125 gC/m2/ano RS = 50 a 150 gC/m2/ano
Relação entre a Vida Média do tempo de Residência das
Águas e Clorofila a nas lagunas.
Obs: Piratininga e Araruama não são dominadas pelo fitoplâncton.

Knoppers e Kjerfve, 1999


Média Anual da PP de lagunas dominadas pelo
Fitoplâncton de áreas Tropicais e Temperadas
Média anual da Produção Primária (PP) de Lagunas
dominadas pelo Fitoplâncton e por Macroalgas
Ciclo Anual da PP, do
teor de Carbono e da
sucessão do
Fitoplâncton em
L.Guarapina-RJ
Ciclo Anual da PP de Macroalgas (a),

Ciclo Anual da PP do Fitoplâncton (b)

e Nitrogênio (NT) e Fósforo Total (PT) nos

Sedimentos as Laguna de Veneza, Itália (c).


Estado Trófico

Estado Trófico N tot P tot Chl-a DS


(Áreas Costeiras) (g/L) (g/L) (g/L) (m)
Häkanson (oligotrófico) < 260 < 10 <1 >6
Häkanson (mesotrófico) 260-350 10-30 1-3 3-6
Häkanson (eutrófico) 350-400 30-40 3-5 1,5-3
Häkanson (hiperfrófico) > 400 > 40 >5 < 1,5
Campo Inverno 141* 27* 5,2 3
Campo Primavera 280* 39* 3,1 3
Modelo Conceitual da evolução do Estado Trófico e condições ambientais da
Laguna de Araruama-RJ proposto em 1999 (Knoppers et al. 1999)
Ocorreu em 15 anos
Carga de Nutrientes Aloctones e a Porcentagem do Suprimento da PP

Obs: Maior parte dos nutrientes que sustentam a PP são oriundos da reciclagem interna
de MO.
Fontes de Nitrogênio para a Produção Primária das lagunas do SE do Brazil

Fontes Sumidouros

Continente ~ 5 - 20 % do NID Exportação para o sedimento ~ 5 - 15 %

Diagênese na Interface água-sedimento Perda pela denitrificação


~ 15 – 30 % do NID < 30% em estuários eutrofizados

Remineralização na Coluna d´água Exportação para o mar


~50 – 70 % NID + NOD +NOP desconhecido
Ciclagem da matéria orgânica/ remineralização de
nutrientes e processos físicos em ecossistema
estuarino-lagunar

Machado (1989)
Diagênese Recente

- O que é Diagênese Recente?


- A Quantificação da Diagênese Recente;
- Processos Fundamentais;
- Cálculos do Fluxos de Difusão na água intersticial.
Diagênese
• Diagênese é o processo de remineralização que ocorre nos
sedimentos superficiais (diagênese recente) e envolve:

• Oxidação da matéria orgânica:


• processo mediado biologicamente (bactérias);
• Consumo de oxidantes:
• oxigênio, nitrato, nitrito, óxido de manganês IV, óxido de
ferro III e sulfato;
• Produção de condições sub-óxicas a anóxicas.
• Liberação de componentes da matéria orgânica
(remineralização) e adsorvidos/complexados (i.e. metais,
orgânicos) para a solução intersticial.
Processos Fundamentais

Consumo de reagente na água intersticial (Ex. consumo de O2 durante a


oxidação de MO);

Liberação de substância da fase sólida para a fração de água intersticial (Ex.


liberação de silicato devido à dissolução de sílica biogênica particulada);

Transporte por difusão de substâncias dissolvidas na água intersticial e através


da interface água de fundo-sedimento.
Processos Físicos, Químicos e Biológicos na Interface Água-Sedimento que controlam
os fluxos de matéria dissolvida e particulada

- Deslocamento água Intersticial por - Consumo pelos organismos/


processos advectivos e gravitacionais; remineralização;
- Difusão molecular; -Taxa de deposição/ sedimentação;
- Bioturbação/ organismos; - Adsorção/ desorção;
- Dissolução/ remineralização; - Formação de minerais;
- Reações Diagentéticas/ decomposição da - Mistura vertical;
matéria orgânica; - Produção Primária;
A migração de reagentes e produtos na interface água-
sedimento, de acordo com Berner (1976) é causada pelos
seguintes processos:

Turbulência e ressuspensão de sedimento – a Energia mecânica


da água transferida para o sedimento pode afetar a estrutura
física da interface água-sedimento, aumentando a transferência
de constituintes dissolvidos na água intersticial do sedimento
superficial para coluna de água;
Difusão molecular: de espécies dissolvidas – este
mecanismo, de importância primária, se deve ao gradiente
de concentração ou de atividade termodinâmica dos
constituintes dissolvidos, que se desenvolve nos dois lados
da interface água-sedimento. A avaliação dos fluxos
difusivos através da interface requer o conhecimento
preciso destes gradientes;

Advecção: é um mecanismo de transporte que causa


deslocamento de massa relativo à interface água-
sedimento. Inclui o fluxo de sedimentação de sólidos, o
fluxo de material dissolvido e água para dentro do
sedimento inerente ao crescimento da coluna sedimentar
e, o fluxo de material dissolvido e água para fora do
sedimento, causado pelos gradientes de pressão
hidrostática da água subterrânea;
Deslocamento vertical gravitacional: da água intersticial
devido a trocas na densidade da água de fundo. Este
mecanismo é presumivelmente de grande importância
ecológica. O microbentos poderia ser suprido com
oxigênio e o fitoplâncton com nutrientes.

Bioturbação do sedimento: por organismos que se


alimentam de depósitos e por outros organismos
móveis, pode afetar a homogeneidade da camada
superficial do sedimento e lavagem da água
intersticial por irrigação do bentos. A magnitude
destes processos depende do tipo de organismos e
estrutura da comunidade e varia com o tipo de
sedimento e morfologia do sedimento;
Efeito combinado de toda a atividade biológica sobre a dinâmica das partículas e da
água intersticial na interface sedimento / água
 Bioturbação ajuda a reciclar fisicamente e abre novas interfaces de reações.
 oxigenação dos sedimentos anaeróbicos
Agentes principais: OLIGOQUETOS
 Intensifica a desagregação da matéria orgânica POLIQUETOS
CRUSTÁCEOS
 Altera a topografia podendo aumentar o potencial de difusão turbulenta. MOLUSCOS
PEIXES

Exemplo de bioturbação em sedimentos


Processos de Degradação de MO
•O metabolismo bêntico: depende grandemente do
suprimento de E e MO do compartimento pelágico. A
degradação bêntica, por sua vez, limita a porção da MO que é
utilizada pelos organismos, sendo o restante acumulado no
sedimento, e determina as taxas de liberação de nutrientes
para a coluna de água. Os sítios da decomposição bêntica são
a interface deposicional e a coluna sedimentar, especialmente
os 10cm superiores.

• A MO sedimentar: é degradada pela atividade metabólica


dos animais bênticos e micróbios heterotróficos. Algumas das
reações diagenéticas mais importantes relacionadas com a
decomposição da MO, são a remoção do OD, a redução de
sulfato e a produção de amônio, fosfato, sulfeto de hidrogênio
e metano.
Termodinamicamente, define-se a seguinte sequência, que vai
do oxidante mais forte ao mais fraco: O2 > NO3- > MnO2 >
Fe(OH)3 > SO42- > CO2.
os oxidantes mais abundantes são O2, SO42- e CO2
Tabela 1. Os caminhos da oxidação da matéria orgânica e seus campos de energia
livrea e valores de Eh correspondentesb.
Reação DG° (KJ mol-1
de CH2O) Eh (V)
Respiração Óxica:
CH2O + O2  CO2 + H2O -475 0.812
Denitrificação:
5CH2O + 4NO3-  2N2 + 4HCO3- + CO2 + 3H2O -448 0.747
Redução de Óxido de Mn:
CH2O + 3CO2 + H2O + 2MnO2 2Mn2+ + 4HCO3- -349 0.526
Redução de Óxido de Ferro:
CH2O + 7CO2 + 4Fe(OH)3  4Fe2+ + 8HCO3- + 3H2O -114 -0.047
Redução de Sulfato:
2CH2O + SO42-  H2S + 2HCO3- -77 -0.221
Produção de Metano:
2CH2O + 2H2O  2CO2 + 4H2 e -58 -0.244
4H2 + CO2  CH4 + 2H2O c
a
adaptado de Berner (1980); b Shlesinger (1997); c Na verdade, os experimentos
mostram que o metano pode ser formado tanto da redução do CO2, como da
fermentação do acetato (Crill & Martens, 1986; Kuivila & Murray, 1990).
Extração água intersticial

A) Medição do pH, Eh e temperatura do sedimento. B) Introdução do Rhizoma.


C) Kullenberg. D) Box Core. E) e F) Fixação das amostras dentro de glove bag
(atmosfera de N2).
Extração água intersticial
Métodos Vantagem Desvantagens
Rhizoma S/ oxidação, não altera -
amostra
Mudança na temperatura, Oxidação da amostra
Prensa Simples e barata
Destruição do registro sedimentar
Centrifugaçã Simples e rápida Diluição e Oxidação da amostra, Destruição do
o registro sedimentar, Precipitação de sais

Parâmetro V (mL) Fixação


Nutrientes 5 -
Metais 1 4mL NaOH 0,05N
Metano 2 100μL HNO3
Sulfato/H2S/34S 1 100μL Zn(Ac)2 5%

I Workshop Projeto Ressurgência UFRJ, 19/01/2011


Perfils de pH e Eh de um Testemunho de sedimento obtido
no verão na Lagoa de Guarapina, RJ.
Perfil vertical momentâneo (linha) e da produção (barras) de
O2 na Superfície do Sedimento.
Perfils de amônia e ortofosfato de um testemunho de
sedimento obtido no verão na lagoa de Guarapina, RJ.
Composição da Matéria Orgânica (C, N e P) na Superfície dos
Sedimentos (Tab.10)
Taxas de sedimentação (w), Acumulação de Carbono
(CA) e Produção Primária (PP) de algumas lagunas
costeiras.
A relação CA:PP (%) varia entre 6 – 47, mas se
enquadram dentro da faixa de 10 a 25%.
Produção Primária Total Global de lagunas Costeiras
em comparação a outros sistemas marinhos.
Considerando que 10- 25 % do carbono da PP é
acumulada (AC) no sedimento, lagunas costeiras
contribuem com acumulação global na faixa de 0,01
a 0,025 109 tC/ano. (Knoppers, 1994)
Ciclo Anual da Clorofila a e da Produção e Respiração de CO2 nas Lagunas de Fora e Urussanga (Saquarema).
Produção = 105 ± 65 e Respiração = 102 ± 50 mmol/m2/d
Sistema equilibrado entre Autotrofia e Heterotrofia
Mas.......possui variação sazonal entre heterotrofia e autotrofia
Qual é o papel dos ecossistemas costeiros no Ciclo Global de CNP ?

• Dificuldades de quantificar estoques e fluxos:


• Balanço de Massa nas escalas Global e Regional
• Pouco Conhecimento Regional, principalmente nos Trópicos.

• Função da Biota no Controle das Reações

• Função das Condições Ambientais


• F(Entrada Continental, Trocas Oceânicas);
• F(Pressões Humanas);
• F(Mudança Regional afeta Global ).
ECOSSISTEMAS COSTEIROS
Transporte ou destino e transformação de matéria?

Atmosfera

Continentes
Bacias

Oceano
de
Zona
Drenagem
Costeira

Será que a carga orgânica excedente que aporta nos sistemas costeiros não
modificará o papel desses ecossistemas?

Será que todos os estuários se manterão sistemas autotróficos, acumuladores de


matéria orgânica?

Será que o acúmulo dessa carga orgânica excedente nos sedimentos costeiros não o
tornarão uma nova fonte de nutrientes para a coluna de água?
Data Atividade
02/02/16 1 Prova
09/02/16 Carnaval
16/02/16 Sistema lagunar Piratininga-Itaipu – Prof. Dr. Aguinaldo Nepomuceno Marques Jr.
23/02/16 Lagoa Rodrigo de Freitas – Dr. Daniel Dias Loureiro
01/03/16 Sistema lagunar Mundaú-Manguaba- Prof. Dr. Bastiaan Knoppers
Ludmila, Nina e “Bacterial dynamics of the Patos Lagoon Estuary, Southern Brazil: relationship with phytoplankton production
Diego and suspended material” Abreu et al. 1992
Lucas Ferreira, “Nutrient-rich saltwater and its influence o the phytoplankton of the Patos Lagoon Estuary, Southern Brazil”
Joice, Raphael Abreu et al. 1995
João, Alexandre “Biogeochemistry of nutrientes and trace metals in the estuarine region of the Patos Lagoon (Brazil)” Windom et
e Lucas al. 1999
Diogo, Lydia, “Evidences of Continental groundwater inputs to the shelf zone in Albardão, RS, Brazil” Attisano et al. 2008
Ricardo
Luis Felipe, “Nutrient budgets and trophic state in a hypersaline coastal lagoon: Lagoa de Araruama, Brazil” Souza et al.
Guilherme e 2003
José
Maria Tereza e “Metabolism of a subtropical Brazilian lagoon” Carmouze et al. 1991
Luiza
Lohana, Patricia “Bioavailability of heavy metals in sediments of two coastal lagoons in Rio de Janeiro, Brazil” Lacerda et al. 1992
e Raiza
Luana e Priscila “Heavy-metal pollution assessment in the coastal laggons of Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brazil” Fernandes et
al. 1994
22/03/16 Prova de Reposição
29/03/16 Verificação Suplementar

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