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Palestra Pensamento – SARAI 2010

O exercício do pensamento configura ação contínua, ou semi-contínua, nos


organismos dotados de consciência. Nós, como seres em eterno processo evolutivo, não
podemos negar a importância da nossa maneira de pensar sobre o nosso cotidiano e nem
desprezar as interações sutis que nossos pensamentos são capazes de produzir em nível micro
e macroscópico.

A higiene mental, caracterizada pelo hábito dos bons pensamentos, constitui veículo
primordial na busca pela reforma íntima e conseqüente mudança de atitude, fundamentais
para os processos evolutivos do espírito.

Esperamos – de maneira despretensiosa – lançar algum esclarecimento sobre


determinados fenômenos relacionados ao pensamento e à consciência a fim de desmistificar
certos processos de origem mental descritos na literatura espírita, hoje comprovados pela
ciência.

 Ciência e o Pensamento

 Ondas Mentais

A ciência muito tem avançado no estudo do pensamento bem como da fisiologia que
envolve o ato físico de pensar e, em alguns pontos, é possível fazer um paralelo com muitas
das informações coletadas na literatura espírita e que até então não possuíam explicação
racional.

Com a observação de que o cérebro humano é capaz de produzir pequenos estímulos


elétricos foi possível desenvolver uma série de teorias – hoje seriamente documentadas e
comprovadas – sobre os mecanismos de funcionamento do cérebro.

A Dra. Silvia Helena Cardoso, Psicobióloga – mestrado e doutorado pela Universidade


de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles – escreveu
sobre a atividade eletrofisiológica do cérebro durante o sono. A autora descrevendo a
atividade elétrica cerebral – medida através de eletro encefalograma (EEG) – como sendo a
somatória da atividade elétrica de milhões de neurônios, principalmente no córtex. O eletro
encefalograma (EEG) é um aparelho que registra a atividade elétrica das células do cérebro
durante os diversos estados em que se encontra uma pessoa, desde a vigília até o sono
profundo.

Segundo a autora, as células nervosas apresentam diferenças de potencial elétrico em


relação ao líquido em que está mergulhada. Potencial de ação refere-se a uma breve flutuação
de cargas elétricas na membrana do neurônio, causada pela rápida abertura e fechamento de
canais iônicos dependentes de voltagem (fluxo de íons).

Potenciais de ação percorrem como ondas os axônios dos neurônios, para transferir
informação de um lugar a outro no sistema nervoso. Uma onda pode ser de alta ou baixa
amplitude (voltagem) e alta ou baixa freqüência (regularidade). A qualidade dessa onda é
capaz de determinar o estado em que o paciente se encontra do ponto de vista mental. Para
cada intervalo de freqüências atribui-se um estado mental específico:

1) Ondas Beta (baixíssima amplitude, alta freqüência; 13 a 30 Hz 1):


Pessoa acordada e ativa (em estado de vigília). São as ondas mais rápidas e sinaliza um
córtex ativo e intenso estado de atenção. Registro irregular (dessincronizado).
Você está bem desperto e alerta. Sua mente está concentrada, e você está pronto para
trabalhos que requerem atenção total. No estado Beta, os neurônios transmitem as
informações muito rápido, permitindo a você atingir estados de concentração.
O estado Beta está associado com concentração, atenção aumentada, melhor
acuidade visual e coordenação. Os cientistas têm descoberto que as freqüências Beta
específicas 18 Hz e 13 Hz atuam em funções cognitivas complexas.

2) Ondas Alfa (baixa amplitude, 8 a 13 Hz):


Pessoa acordada e relaxada, com os olhos fechados. Os neurônios estão disparando
em tempos diferentes. Registro regular (sincronizado).
Quando se está relaxado, a atividade cerebral baixa do rápido padrão Beta para as
ondas Alfa mais lentas. A consciência interna expande e a energia criativa começa a
fluir promovendo uma atenuação da ansiedade. Associa-se a isso uma sensação de paz
e bem-estar. O estado Alfa é adequado para a solução serena de problemas,
memorização, relaxamento e praticar visualização.
No estado Alfa nós acessamos mais facilmente nossa capacidade dormente - ela
funciona como um portal para estados de consciência mais profundos. Dentro da faixa
Alfa está a Ressonância de Schuman2, a freqüência do campo eletromagnético da
Terra. Essa freqüência tem chamado muita atenção dos cientistas da área de
neuroacústica pelos seus imensos benefícios.

3) Ondas Theta (baixa-média amplitude, 3 a 7 Hz):


Pessoa sonolenta ou adormecida, sono de transição. Pode ser observada no
hipocampo.
Theta é o estado cerebral onde incríveis capacidades mentais ocorrem. Nele ocorrem
flashes de imagens do inconsciente, criatividade e acesso a memórias a muito
esquecidas. O estado theta proporciona estados profundos de meditação.
As ondas Theta têm um importante papel em programas de modificação de
comportamento e têm sido usadas no tratamento do vício de drogas e álcool. Theta é
também o estado ideal para aprendizagem acelerada, reprogramação mental,
lembrança de sonhos, criatividade e aumento da memória.

1
Hertz (Hz) é a medida da freqüência de uma onda, em oscilações por segundo.
2
Também conhecida como freqüência do Campo Telúrico
Outra característica do estado Theta é a sensação de que estamos como num "sonho
acordado", ficamos receptivos a informações que estão além do nosso estado normal
de consciência, ativando estados mentais extrasensoriais.
4) Ondas Delta (alta amplitude, baixa frequência; 3 Hz):
Pessoa em sono profundo. Os neurônios, os quais não estão engajados no
processamento de informação, estão disparando todos ao mesmo tempo, portanto a
atividade está sincronizada. As ondas são grandes e lentas.
Delta é a mais baixa de todas as freqüências de ondas cerebrais. Está associada com o
sono profundo, algumas freqüências na faixa Delta liberam o hormônio do
crescimento humano (HGH ) que é muito benéfico para a regeneração celular e a cura.
Delta é a onda cerebral para o acesso ao inconsciente, onde a intuição pode aflorar
facilmente.

 Medidores de Atividade Cerebral

A contribuição mais recente da Física para propor teorias de funcionamento do


cérebro é o conceito de redes neurais que simulam, através de computadores, como um
arranjo de neurônios pode realizar uma tarefa de decisão, cálculo e lógica. Felizmente, o
avanço tecnológico possibilitou o aparecimento de várias técnicas de análise dos impulsos
cerebrais, dentre elas a Eletroencefalografia (EEG), a medicina nuclear através da Tomografia
por Emissão de Positrons (PET) e Tomografia por emissão de único fóton (SPECT), a
Magnetoencefalografia (MEG)e mais recentemente a Imagem Funcional por Ressonância
Magnética (fMRI).

Por mais que as pesquisas em neurociências tenham avançado havia apenas a


possibilidade de detectar a freqüência fisiológica do cérebro, mas não a do pensamento em si
visto que na realidade as ondas mentais se relacionam exclusivamente com os impulsos
elétricos dos neurônios No entanto, mais recentemente aparelhos mais sofisticados e sutis
tornaram possível não apenas a medição das capacidades elétricas do cérebro e dos demais
órgãos mas também seus campos magnéticos.

No sentido de aprofundar os estudos do cérebro foram desenvolvidos os Dispositivos


Supercondutores de Interferência Quântica – ou SQUIDs – que são os dispositivos para medida
de fluxo magnético mais sensíveis que existem. Tais sensores encontram amplas aplicações na
Física, desde experimentos para detectar ondas gravitacionais até a construção de
picovoltímetros3. Baseados em princípios da supercondutividade, os SQUIDs possuem resposta
em freqüência praticamente plana na faixa de interesse para medidas biomagnéticas e podem
medir campos de intensidade da ordem de fT 4.

Um sério problema aparece quando se consegue construir um dispositivo para medir


campos tão sensíveis, visto que os campos magnéticos presentes no ambiente são pelo menos

3
Picovoltímetros são aparelhos capazes de medir correntes elétricas muito sutis e de baixa intensidade
4
Tesla é uma unidade que representa a intensidade de campo magnético, em homenagem ao famoso cientista Nikola Tesla. Um
femto Tesla (fT) corresponde a 1.10-15 T.
de mil a um milhão de vezes mais intensos que os campos que esses detectores podem
resolver.

Através dos mecanismos descritos a


ciência – hoje – é capaz de atestar com certeza o
fato de que o cérebro humano é capaz de gerar
impulsos elétricos e magnéticos. Seria, então,
possível relacionarmos funções elétricas e
magnéticas do cérebro – puramente fisiológicas –
com a qualidade do pensamento a que estão
ligadas?

Segundo reportagem da redação do sítio


Inovações Tecnológicas do dia quatro de março de
2010, pesquisadores da Universidade de Maryland,
nos Estados Unidos, criaram uma técnica
aprimorada de leitura dos impulsos cerebrais que
permitirá o avanço das interfaces cérebro-máquina
e o controle de máquinas e equipamentos apenas
pelo pensamento.

Esta é a primeira vez que a técnica,


totalmente não-invasiva, instalada apenas sobre a
pele,atinge o nível para se tornar portátil, abrindo caminho para o controle cerebral de
cadeiras de rodas, braços robóticos, ou mesmo equipamentos comuns do dia a dia, como
computadores.

A equipe do Dr. José Contreras-Vidal usou um exame médico comum, a


eletroencefalografia, para registrar os sinais elétricos do cérebro a partir de um conjunto de
sensores colados sobre a cabeça.

Os pesquisadores usaram sua nova técnica para reconstruir o movimentos 3-D da mão
humana a partir dos sinais cerebrais coletados pelos sensores. Até agora, a reconstrução de
movimentos exigia aparatos grandes ou a coleta de sinais de forma invasiva.

Para reconstruir o movimento tridimensional da mão, os pesquisadores construíram


um equipamento especial para capturar as rotas dos dedos conforme eles se movimentavam a
partir de um botão central até oito outros botões - uma espécie de leitor de movimento 3-D.

Os voluntários tocavam o botão central e, partir dele, tocavam outro botão de forma
aleatória, repetindo o exercício 10 vezes. Enquanto isso, os cientistas gravavam seus sinais
cerebrais e os movimentos da sua mão.

Depois dos experimentos, os cientistas conseguiram reconstruir os movimentos 3-D


das mãos dos voluntários a partir unicamente dos sinais cerebrais registrados.

"Nossos resultados mostraram que a atividade elétrica cerebral coletada a partir da


superfície da cabeça contém informação suficiente para reconstruir os movimentos das mãos
de forma contínua e natural," diz o Dr. Contreras-Vidal.
Podemos então constatar que ainda que o evento fisiológico desencadeado pelo
cérebro responde a um princípio que é pré-existente à manifestação elétrica e magnética. Da
mesma forma podemos constatar que para cada ação física existe uma determinada liberação
elétrica e magnética de forma a diferenciar as ações das mãos envolvidas no experimento.

Isso significa que por mais que os estímulos sejam detectados em nível fisiológico, a
QUALIDADE do pensamento afeta o teor das ondas elétricas e magnéticas do cérebro, pois
apenas dessa forma cada movimento poderia ser lido e interpretado de uma maneira
diferente.

Equipamentos de interface cérebro-máquina dessa natureza são calibrados de tal


forma que o paciente atendido pela técnica apresenta um padrão de ondas para cada ação
que deseja fazer. Assim a onda cerebral disparada quando se deseja mover a mão esquerda
tem teor elétrico e magnético distinto de outra onda que seria responsável pelo movimento de
piscar do olho direito.

A cadeia de eventos capaz de desencadear esse tipo de ação OBRIGATORIAMENTE


deve seguir uma cadeia de eventos da seguinte natureza:

VONTADE  PENSAMENTO  CÉREBRO  ONDAS  APARELHOS

Assim a maneira através da qual nossa mão se move se inicia com a vontade em fazê-
lo e, portanto, pensamos ao iniciar a execução. Nosso pensamento torna-se então físico,
tangível e detectável através das ondas mentais que disparam no organismo a ação
propriamente dita.

Outra vertente dessa tecnologia está sendo desenvolvida no Japão. Segundo


reportagem do sítio Terra na área de tecnologia, do dia 22 de junho de 2007, uma nova
tecnologia demonstrada no Japão pode tornar possível controlar dispositivos sem mexer um
músculo, apenas com a atividade cerebral. A "interface cérebro-máquina", desenvolvida pela
Hitachi, analisa leves mudanças na corrente sanguínea no cérebro e traduz o movimento
cerebral em sinais elétricos.

Uma espécie de capacete foi conectado através de fibra ótica a um dispositivo de


mapeamento, que por sua vez foi conectado a um trem de brinquedo controlado por
computador, em uma demonstração no laboratório de pesquisa avançada da Hitachi, em
Hatoyama, no Japão.

Ao sinal de um dos pesquisadores, outra pesquisadora, usando o capacete, fez simples


cálculos mentais e o trem foi para a frente, aparentemente indicando atividade cerebral no
córtex frontal, responsável pela solução de problemas.

"Ativar aquela região do cérebro humano - fazendo contas ou cantando uma música -
é o que faz o trem andar", diz Utsugi, um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto.
“Quando a pessoa pára de fazer os cálculos, o trem também pára”.
Sob a interface da máquina está uma tecnologia chamada de topografia ótica, que
envia pequenas quantidades de luz infravermelho através da superfície do cérebro, para
mapear mudanças na corrente sanguínea.

Apesar deste tipo de tecnologia ser tradicionalmente focada em usos medicinais,


empresas como Hitachi e Honda têm estudado aplicações comerciais.

Cientistas da Hitachi estão querendo desenvolver um controle remoto de televisão


comandado apenas pela mente. Já a Honda, cuja interface monitora o cérebro com uma
máquina de ressonância magnética, está empolgada para fazer uma interface inteligente para
automóveis de próxima geração.

A tecnologia pode um dia substituir controles remotos e teclados, além de auxiliar


pessoas desabilitadas a operar cadeiras de roda, camas ou até mesmo membros elétricos.
Inicialmente, a idéia é usar o dispositivo para pessoas com paralisia completa se comunicarem.

Uma das grandes vantagens da tecnologia da Hitachi é que possui sensores que não
invadem fisicamente o cérebro. Experiências antigas requisitavam a implantação de um chip
sob o crânio.

Entretanto, ainda existem problemas. O tamanho é o primeiro, e a Hitachi já


desenvolveu uma faixa (como aquelas usadas pelos tenistas) que pesa cerca de um quilo.
Outro problema é a interferência de outras atividades cerebrais e como ignorá-las.

Se a ciência consegue demonstrar que nosso pensamento pode criar a forma de ondas
eletromagnéticas não podemos, portanto desassociar disso todas as teorias físicas que
envolvem o campo da Ondulatória. Dessa forma princípios físicos como Ressonância e Sintonia
podem – e devem – ser abordados no contexto do estudo do pensamento.

 Ondulatória: Ressonância e Sintonia

Qualquer sistema possui ao menos uma freqüência natural de oscilação ou vibração.


Se pensarmos em sistemas mais complexos, como por exemplo, um carro, uma ponte ou uma
corda de violão, veremos que eles apresentam muitas freqüências naturais de vibração.

Caso seja dada energia a um sistema em uma de suas freqüências naturais de vibração,
ele irá oscilar, fazendo-o com amplitude cada vez maior.

Portanto dizemos que o sistema entrou em ressonância com um agente oscilador, ou


seja, ele recebeu a energia transferida, sendo assim entregue em uma de suas freqüências
naturais de oscilação.

A ressonância é considerada um fenômeno onde um sistema recebe energia


periodicamente, em uma de suas freqüências naturais de vibração. Um exemplo de
ressonância elétrica é a sintonização de um aparelho de rádio, pois ao girar o sintonizador a
freqüência de uma corrente alternada no receptor fica igual à das ondas que foram emitidas
pela estação que desejamos colocar.

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