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Autor acredita que Sarkar traz novas respostas a perguntas antigas, e uma perspectiva não
ocidental para um mundo dominado pelo pensamento intelectual ocidental. Ele ocupa um
espaço periférico e nele cria um novo discurso, um novo modo de constituir o real (pag 2).
Suas palestras tinham tanto brilho intelectual quanto eram pessoais. Elas eram recursos que
podem ser usados para a transformação pessoal. Sarkar não nos deu textos para discutirmos
seu significado para sempre, mas sim criou um novo discurso, uma nova perspectiva
civilizacional, da qual criar novas possibilidades.
Quatro modos de conhecer o real, inferência sentida (ciência), razão e lógica (filosofia),
autoridade (religião), e intuição (mística). Sarkar usa as quatro perspectivas epistemológicas,
e adiciona uma quinta, a devoção/amor, a qual não é meramente uma emoção, mas um modo
de constituir o real. O amor não pode descrever o que é real, na medida em que a linguagem
é opaca, participando daquilo ao qual se refere, mas ele cria uma realidade alternativa
inacessível por outros meios convencionais de conhecimento. Além disso, sarkar redefine o
que é ciência, a expandido para além de seus limites ao incluir as teorias espirituais do real.
Essas, enquanto não discerníveis para o cientista materialista, são realizáveis pelo cientista
espiritualmente orientado. Seguindo o pensamento clássico indiano, sarkar aborda o
problema da diversidade filosófica argumentado que a verdade (aqui removida da
epistemologia, como conhecemos o que conhecemos, para a ontologia, a natureza do ser),
possui muitos níveis. (pag 21)
O pensamento indiano sempre argumentou, uni direccionalmente, que apenas deus é real,
negando as dimensões materiais. Essa visa de mundo negou a realidade social, e logo, a
exploração, colocando a transformação nas mãos do individuo, esquecendo como classe,
gênero, e historia estruturam o mundo. O poder é invisibilizado nessa visão do real. A visão
ocidental pensa a verdade como exclusiva e singular, é expansionista, linear e logica, com
fortes divisões entre centro e periferia, humano natureza, ocidente oriente.. (pag 21)
Para sarkar a realidade, em nível filosófico, possui muitos níveis, o universo é real mas em
constante mudança, com muitas camadas, do material ao espiritual. Nós vemos o mundo que
nós somos capazes de ver. No nível social, isso consiste em quatro psicologias, ou modos de
constituir o real, trabalhador, guerreiro, intelectual e mercador. A visão do trabalhador é
materialista, a do guerreiro um materialismo no sentido de conquista-lo, a do intelectual é
ideativa, e a do mercador é materialista. Essas visões se revezam em seus problemas, até que
uma liderança ética possa criar condições de as abordagens materialistas e idealistas
coexistirem.
Teoria social. Onde sarkar se enquadra no mundo de macroteorias da mudança? Sarkar tem
uma teoria múltipla do templo (linear, cíclico e transcendental), que inclui superagência (o
papel do divino, ao menos nos sentidos simbólicos), o papel da estrutura (psicologia
coletiva), e o papel do individuo (agencia humana).