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Introdução: fatores históricos.

Ações de prevenção primária no controle do câncer: fatores de risco e proteção:

 Alimentação
 Sobrepeso e obesidade
 Atividade física
 Álcool
 Exposição solar
 Exposição ocupacional
 Infecções
 Tabagismo

Ações de prevenção secundária:

Rastreamento

Diagnóstico precoce

Ações na prevenção primária e secundária dos principais tipos de câncer:

Destes abaixo iremos explanar o rastreamento, a detecção precoce, os fatores de risco.

 Câncer de mama: a importância do auto-exame e mamografia


 Câncer de colo de útero: a importância do papanicolau
 Câncer de próstata: a importância do exame de sangue e do toque retal
 Câncer de pulmão

Prevenção e Fatores de Risco


[De natureza ambiental] [Hereditariedade]

O termo risco é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a
determinados fatores, ambientais ou hereditários, adquirir uma doença. Os
fatores associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença são
chamados fatores de risco. Em contrapartida, há fatores que dão ao
organismo a capacidade de se proteger contra determinada doença, daí
serem chamados fatores de proteção.

Dois pontos devem ser enfatizados em relação aos fatores de


risco: primeiro, que o mesmo fator pode ser de risco para
várias doenças (por exemplo, o tabagismo, que é fator de risco
para diversos cânceres e doenças cardiovasculares e
respiratórias); segundo, que vários fatores de risco podem
estar envolvidos na origem (gênese) de uma mesma doença
(agentes causais múltiplos). O estudo dos fatores de risco,
isolados ou combinados, tem permitido estabelecer relações de
causa-efeito entre eles e determinados tipos de câncer.

A multicausalidade é frequente na formação do câncer


(carcinogênese). Pode ser exemplificada pela associação entre
álcool, tabaco e residência na zona rural e o câncer de esôfago,
e entre álcool, tabaco, chimarrão, churrasco e o cozimento de
alimentos em fogão a lenha e o câncer da cavidade bucal. A
interação entre os fatores de risco e os de proteção a que as
pessoas estão submetidas pode resultar, ou não, na redução da
probabilidade delas adoecerem. Nestas associações, os fatores
de proteção determinados foram, respectivamente, o consumo
de frutas cítricas e vegetais ricos em caroteno.

Nem sempre a relação entre a exposição a um ou mais fatores de risco e o


desenvolvimento de uma doença é reconhecível facilmente, especialmente
quando se presume que a relação se dê com comportamentos sociais comuns
(o tipo de alimentação, por exemplo). Nas doenças crônicas, as primeiras
manifestações podem surgir após muitos anos de exposição única (radiações
ionizantes, por exemplo) ou contínua (radiação solar ou tabagismo, por
exemplo) aos fatores de risco. Por isso, é importante considerar o conceito de
período de latência, isto é, o tempo decorrido entre a exposição ao fator de
risco e o surgimento da doença.

Os fatores de risco podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados


ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente
social e cultural.

Fatores de risco de natureza ambiental


A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no
qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por
ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional
(indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos,
medicamentos), o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).
As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os "hábitos"
e o "estilo de vida" adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes
tipos de câncer.

Alcoolismo
Consumo e Relação com o Câncer

O consumo de bebidas alcoólicas é tão aceito socialmente que muitas pessoas


não imaginam que elas são drogas potentes.

A relação entre álcool e câncer tem sido avaliada, no Brasil, por meio de
estudos de caso-controle, que estabeleceram a associação epidemiológica
entre o consumo de álcool e cânceres da cavidade bucal e de esôfago.
O uso combinado de álcool e tabaco aumenta ainda mais o
risco de câncer nestas e em outras localizações, como a faringe
e a laringe supraglótica. Além de agente causal de cirrose
hepática, em interação com outros fatores de risco, como, por
exemplo, o vírus da hepatite B, o alcoolismo está relacionado a
2 - 4% das mortes por câncer, implicado que está, também, na
gênese dos cânceres de fígado, reto e, possivelmente, mama.
Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que o tipo de
bebida (cerveja, vinho, cachaça etc.) é indiferente, pois parece
ser o etanol, propriamente, o agente agressor. Esta substância psicoativa tem
a capacidade de produzir alteração no sistema nervoso central, podendo
modificar o comportamento dos indivíduos que dela fazem uso. Por ter efeito
prazeroso, induz à repetição e, assim, à dependência.

Os efeitos do álcool variam de acordo com a rapidez e a frequência com que


ele é ingerido, com a quantidade de alimentos consumidos durante a ingestão
de bebidas alcoólicas, com o peso da pessoa, com o estado de espírito desta
pessoa etc. O álcool atinge rapidamente a circulação sangüínea e todas as
partes do corpo, inclusive o sistema nervoso, provocando mesmo em doses
pequenas a diminuição da coordenação motora e dos reflexos, o estado de
euforia e a desinibição.

Recorde-se que muitas doenças são causadas pelo uso contínuo do álcool:
doenças neurais, mentais, musculares, hepáticas, gástricas, pancreáticas e
entre elas o câncer. Isto sem falar nos problemas sociais que estão
associados à ingestão de bebidas alcoólicas: acidentes de trânsito, homicídios,
suicídios, faltas ao trabalho e atos de violência.

O conselho para as pessoas que optarem por beber álcool é que limitem o
consumo para menos de dois drinques por dia para homens e menos de um
para mulheres. Mulheres grávidas, crianças e adolescentes não devem ingerir
bebida alcoólica.

Hábitos alimentares

Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de


desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino
grosso) reto, próstata, esôfago e estômago.

Alimentação de risco
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de
tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita
para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou
ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em
gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite
integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, lingüiças, mortadelas, dentre
outros.

Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes


cancerígenos. Por exemplo, os nitritos e nitratos usados para conservar alguns
tipos de alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de
enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas, que
têm ação carcinogênica potente, são responsáveis pelos altos índices de câncer de
estômago observados em populações que consomem alimentos com estas
características de forma abundante e freqüente. Já os defumados e churrascos são
impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado
na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida.

Os alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados,


também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões
onde é comum o consumo desses alimentos. Antes de comprar alimentos, compare
a quantidade de sódio nas tabelas nutricionais dos produtos.

Cuidados ao preparar os alimentos


O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Tente
adicionar menos sal na hora de fazer a comida, aumentando o uso de temperos
como azeite, alho, cebola e salsa. A Organização Mundial da Saúde recomenda o
consumo de até 5 g de sal ou 2 g de sódio por dia, ou seja, o equivalente a uma
tampa de caneta cheia. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a
temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco
de câncer de estômago e coloretal. Por isso, métodos de cozimento que usam
baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, pochê,
ensopado, guisado, cozido ou assado.

Fibras x gordura
Estudos demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com
altos teores de gorduras e altos níveis calóricos (hambúrguer,
batata frita, bacon etc.), está relacionada a um maior risco para o
desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, possivelmente
porque, sem a ingestão de fibras, o ritmo intestinal desacelera,
favorecendo uma exposição mais demorada da mucosa aos
agentes cancerígenos encontrados no conteúdo intestinal. Em
relação a cânceres de mama e próstata, a ingestão de gordura
pode alterar os níveis de hormônio no sangue, aumentando o risco da doença.

Há vários estudos epidemiológicos que sugerem a associação de dieta rica em


gordura, principalmente a saturada, com um maior risco de se desenvolver esses
tipos de câncer em regiões desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente,
onde o consumo de alimentos ricos em gordura é alto. Já os cânceres de estômago
e de esôfago ocorrem mais freqüentemente em alguns países do Oriente e em
regiões pobres onde não há meios adequados de conservação dos alimentos
(geladeira), o que torna comum o uso de picles, defumados e alimentos
preservados em sal.

Atenção especial deve ser dada aos grãos e cereais. Se armazenados em locais
inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo
Aspergillus flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina
está relacionada ao desenvolvimento de câncer de fígado.

Como prevenir-se
Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem nos
ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A adoção
de uma alimentação saudável contribui não só para a
prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas,
obesidade e outras enfermidades crônicas como diabetes.

Desde a infância até a idade adulta, o ganho de peso e


aumentos na circunferência da cintura devem ser evitados. O
índice de massa corporal (IMC) do adulto (20 a 60 anos) deve
estar entre 18,5 e 24,9 kg/m2. O IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso. Com IMC
acima de 30 a pessoa é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo-se o peso
(em kg) pela altura ao quadrado (em m). Veja a fórmula.
peso
IMC = ------------------
(altura x altura)

Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como


vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo a
destruírem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células. Esses
tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do
processo de carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com freqüência.

Hoje já está estabelecido que uma alimentação rica nesses alimentos ajuda a
diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon, reto, estômago, boca, faringe e
esôfago. Provavelmente, reduzem também o risco de câncer de mama, bexiga,
laringe e pâncreas, e possivelmente o de ovário, endométrio, colo do útero,
tireóide, fígado, próstata e rim.

As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a regularizar o


funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias
cancerígenas com a parede do intestino grosso.

A tendência cada vez maior da ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui


uma boa alimentação. Os nutrientes protetores só funcionam quando consumidos
através dos alimentos, o uso de vitaminas e outros nutrientes isolados na forma de
suplementos não é recomendável para prevenção do câncer.

Vale a pena frisar que a alimentação saudável somente funcionará como fator
protetor, quando adotada constantemente, no decorrer da vida. Neste aspecto
devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos alimentares do brasileiro,
como o uso do arroz com feijão.

Como se alimenta o brasileiro


No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos
alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O perfil
de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do
recomendado em diversas regiões do país. De acordo com uma pesquisa do
Ministério da Saúde, que em 2010 entrevistou 54.367 pessoas, o padrão alimentar
no país mudou para pior.

Apesar de consumir mais frutas e verduras, o brasileiro continua a comer muita


carne gordurosa (1 em cada 3 entrevistados) e tem optado por alimentos práticos,
como comidas semiprontas, que são menos nutritivas. A ingestão de fibras também
é baixa, onde se observa coincidentemente, uma significativa freqüência de câncer
de cólon e reto. O feijão, alimento rico em ferro e fibras, que tradicionalmente fazia
o famoso par com o arroz, perdeu espaço na mesa dos brasileiros. Para agravar o
quadro, eles também tem se exercitado menos. Em 2006, 71,9% da população
revelava comer o grão ao menos cinco vezes na semana. Em 2010, a média caiu
para 65,8%. No estado do Rio, a média de consumo do feijão ainda é alta: 71,7%.
A queda na média nacional pode ser atribuída às mudanças na dinâmica da família
brasileira, que tem tido cada vez menos tempo de preparar comida em casa e o
feijão tem preparo demorado. O consumo de gorduras é mais elevado nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde ocorrem as maiores incidências de câncer de
mama no país.

Outro dado negativo é que os refrigerantes e sucos artificiais -


que têm alta concentração de açúcar - têm ganhado espaço na
preferência dos brasileiros. Ao todo, 76% dos adultos bebem
esses produtos pelo menos uma vez por semana e 27,9%, cinco vezes ou mais na
semana. O consumo quase que diário aumentou 13,4% em um ano. Entre os
jovens de 18 a 24 anos, a popularidade dos refrigerantes é ainda maior: 42,1%
tomam refrigerantes quase todos os dias. Apesar de o mercado oferecer cada vez
mais versões com menos açúcar, como os diet e os light , somente 15% dos
brasileiros optam por eles. Os jovens também preferem alimentos como
hambúrguer, cachorro-quente, batata frita que incluem a maioria dos fatores de
risco alimentares acima relacionados e que praticamente não apresentam nenhum
fator protetor. Essa tendência se observa não só nos hábitos alimentares das
classes sociais mais abastadas, mas também nas menos favorecidas. O consumo de
alimentos ricos em fatores de proteção, tais como frutas, verduras, legumes e
cereais, tem aumentado, mas ainda é baixo. Segundo o levantamento do Ministério
da Saúde, 30,4% da população com mais de 18 anos comem frutas e hortaliças
cinco ou mais vezes na semana. Entre os entrevistados, 18,9% disseram consumir
cinco porções diárias (cerca de 400 gramas) desses alimentos, mais do que o dobro
do percentual registrado em 2006.

Portal da Saúde do Ministério da Saúde e obtenha mais informações sobre


alimentação saudável.

Hábitos Sexuais
Certas características de comportamento sexual aumentam a chance de
exposição a vírus carcinogênicos sexualmente transmissíveis.

A promiscuidade sexual, a falta de higiene, a precocidade do início da vida


sexual (antes dos 18 anos de idade), bem como a variedade de parceiros,
tanto da mulher como do seu companheiro, estão relacionados a um maior
risco de câncer do colo uterino. Esses fatos sugerem que os hábitos sexuais
contribuem para a propagação de agentes sexualmente transmissíveis,
capazes de induzir o câncer.

Eis alguns tipos de vírus com potencial carcingênico que podem ser
transmitidos sexualmente:

• o herpesvírus tipo II e o papilomavírus (HPV) estão relacionados ao câncer


do colo uterino;
• o vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), associado a outros tipos de
vírus, como o citomegalovírus e os herpesvírus I e II, pode desencadear o
aparecimento de sacoma de Kaposi, câncer de língua e de reto,
respectivamente, em pacientes portadores de AIDS;
• o vírus HTLV-I associa-se a leucemias e ao linfoma de linfócitos T;
• o vírus da hepatite B relaciona-se ao câncer de fígado.
Medicamentos
Apesar da valiosa contribuição para o controle de muitas doenças, a
incorporação de medicamentos à pratica médica produz também efeitos
indesejáveis, entre os quais a carcinogênese.

Dentre alguns estudos, podem ser citados:


• o efeito carcinogênico indubitável da clornafazina e do melfalan.
• a evidência que o clorambucil, o tiotepa e a ciclofosfamida são indutores de
leucemias e câncer de bexiga.
• supressores imunológicos, como a azatio-prina e prednisona, já foram
relacionados com linfomas malignos e com o câncer de pele. Quando
administrados a transplantados, aumentam, agudamente, em meses, o risco
de desenvolver o linfoma linfocítico e outros tumores malignos nesses
pacientes.
• a fenacetina tem sido responsabilizada por tumores da pelve renal.
• a comprovação da relação entre o uso de dietilestilbestrol por mulheres
grávidas e o desenvolvimento, em suas filhas expostas in utero ao hormônio,
de adenocarcinoma de células claras de vagina.
• o uso de estrogênios conjugados, para o tratamento dos sintomas da
menopausa, correlaciona-se com uma maior ocorrência do câncer de
endométrio, e alguns estudos relacionaram o câncer de mama com o uso
prolongado de contraceptivos, antes da primeira gravidez.
Fatores Ocupacionais
A primeira observação da relação entre a ocupação das pessoas, a exposição
a agentes ocupacionais e neoplasias de origem hematopoética foi relatada por
Pott, em 1775, pela qual demonstrou a alta freqüência de câncer da bolsa
escrotal de limpadores de chaminés, em Londres, na Inglaterra. Segundo
Stellman e Daum (1975), cerca de 3.000 substâncias novas são introduzidas
a cada ano nas indústrias, sem que os trabalhadores a elas expostos tenham
consciência dos seus efeitos tóxicos. Rumel (1988) estudou, no Estado de São
Paulo, a mortalidade por algumas causas básicas, entre trabalhadores
masculinos de ocupações correspondentes a diferentes níveis sociais, e
demonstrou que, por exemplo, o SRR ( standardized risk ratio ) de óbito por
câncer de pulmão é maior entre os trabalhadores braçais do que entre os
metalúrgicos, comerciários, cientistas e artistas.

A má qualidade do ar no ambiente de trabalho é um fator importante para o


câncer ocupacional. Durante pelo menos oito horas por dia os trabalhadores
estão expostos ao ar poluído, pondo seriamente em risco a saúde. Algumas
substâncias como o asbesto, encontrado em materiais como fibras de amianto
ou cimento e tem o mesotelioma de pleura como neoplasia maligna
especificamente relacionada a essa exposição; as aminas aromáticas, usadas
na produção de tintas e os agrotóxicos agem preferencialmente sobre a
bexiga, enquanto os hidrocarbonetos aromáticos, encontrados na fuligem,
parecem agir sobre as células da pele e sobre as vias respiratórias e pulmões.
O benzeno, que pode ser encontrado como contaminante na produção de
carvão, em indústrias siderúrgicas, e é usado como solvente de tintas e colas,
atinge principalmente a medula óssea, podendo provocar leucemia.

Outros cancerígenos passam pela circulação do sangue, atingindo


primeiramente o fígado, onde suas moléculas são quebradas quimicamente,
dando origem a novas substâncias (metabólitos) muitas vezes mais tóxicas
que as substâncias originais.

O câncer provocado por exposições ocupacionais geralmente atinge regiões


do corpo que estão em contato direto com as substâncias cancerígenas, seja
durante a fase de absorção (pele, aparelho respiratório) ou de excreção
(aparelho urinário), o que explica a maior freqüência de câncer de pulmão, de
pele e de bexiga nesse tipo de exposição.

A falta de conhecimento sobre os riscos para a saúde e de informações


político-econômicas que não priorizam o ser humano e sua preservação são
fatores fundamentais para o aparecimento do câncer ocupacional.
Dicas de Como Prevenir o Câncer Ocupacional
A prevenção do câncer de origem ocupacional deve abranger:

1 - a remoção da substância cancerígena do local de trabalho;


2 - controle da liberação de substâncias cancerígenas resultantes de
processos industriais para a atmosfera;
3 - controle da exposição de cada trabalhador e o uso rigoroso dos
equipamentos de proteção individual (máscaras e roupas especiais);
4 - a boa ventilação do local de trabalho, para se evitar o excesso de
produtos químicos no ambiente;
5 - o trabalho educativo, visando aumentar o conhecimento dos trabalhadores
a respeito das substâncias com as quais trabalham, além dos riscos e
cuidados que devem ser tomados ao se exporem a essas substâncias;
6 - a eficiência dos serviços de medicina do trabalho, com a realização de
exames periódicos em todos os trabalhadores;
7 - a proibição do fumo nos ambientes de trabalho, pois, como já foi dito, a
poluição tabagística ambiental potencializa as ações da maioria dessas
substâncias.

Para isso se faz necessário o envolvimento de órgãos governamentais para a


criação de leis que proíbam a exposição a qualquer concentração de
substâncias que, comprovadamente, provoquem câncer no homem, obrigando
os empregadores a informar seus empregados sobre os riscos a que estão
expostos no ambiente de trabalho, manter um programa de exames médicos
periódicos e adotar programas de proteção individual, através da utilização de
equipamentos mais adequados.

Portanto, a exposição ocupacional deve ser valorizada em políticas de


prevenção de câncer, principalmente em países em desenvolvimento.

Substâncias Tóxicas Locais Primários dos Tumores


Nitrito de acrílico Pulmão, cólon e próstata
Alumínio e seus compostos Pulmão
Arsênico Pulmão, pele e fígado
Asbesto Pulmão, serosas, trato gastrointestinal e rim
Aminas aromáticas Bexiga
Benzeno Medula óssea (leucemia mielóide)
Benzidina Bexiga
Berílio e seus compostos Pulmão
Cádmio Próstata
Cromo e seus compostos Pulmão
Álcool isopropílico Seios para-nasais
Borracha Medula óssea e bexiga
Compostos de níquel Pulmão e seios para-nasais
Pó de madeiras Seios para-nasais
Radônio Pulmão
Tinturas de cabelo Bexiga
Material de pintura Pulmão
Ocupação Locais Primários dos Tumores
Marceneiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais
Sapateiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais
Limpador de chaminé Carcinoma de pele, pulmão e bexiga
Relacionada à sí Carcinoma de pulmão
Fonte: IARC - Internacional Agency for Research on Cancer; Trichopoulos et al, 1996.

Radiação Solar
Exposição Excessiva
No Brasil, o câncer mais freqüente é o de pele, correspondendo a cerca de
25% de todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas. A
radiação ultra-violeta natural, proveniente do sol, é o seu maior agente
etiológico.

De acordo com o comprimento de onda, os raios ultra-violetas (raios UV) são


classificados em raios UV-C, em raios UV-A (320-400nm) e em raios UV-B
(280-320nm). Em decorrência da destruição da camada de ozônio, os raios
UV-B, que estão intrinsecamente relacionados ao surgimento do câncer de
pele, têm aumentado progressivamente sua incidência sobre a terra. Da
mesma forma, tem ocorrido um aumento da incidência dos raios UV-C, que
são potencialmente mais carcinogênicos do que os UVB.

Por sua vez, os raios UV-A independem desta camada, e causam câncer de
pele em quem se expõe a eles em horários de alta incidência, continuamente
e ao longo de muitos anos. As pessoas de pele clara que vivem em locais de
alta incidência de luz solar são as que apresentam maior risco. Como mais de
50% da população brasileira têm pele clara e se expõem ao sol muito e
descuidadamente, seja por trabalho, seja por lazer, e o país situa-se
geograficamente numa zona de alta incidência de raios ultra-violeta, nada
mais previsível e explicável do que a alta ocorrência do câncer de pele entre
nós.

Como se Proteger
As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e freqüente, por
atividades profissionais e de lazer, constituem o grupo de maior risco de
contrair câncer de pele, principalmente aquelas de pele clara.

Sob circunstâncias normais, as crianças se expõem anualmente ao sol três


vezes mais que os adultos. Pesquisas indicam que a exposição cumulativa e
excessiva durante os primeiros 10 a 20 anos de vida aumenta muito o risco
de câncer de pele,mostrando ser a infância uma fase particularmente
vulnerável aos efeitos nocivos do sol.

O clima tropical, a grande quantidade de praias, a idéia de beleza associada


ao bronzeamento, principalmente entre os jovens, e o trabalho rural
favorecem a exposição excessiva à radiação solar.

Para a prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões
provocadas pelos raios UV é necessário evitar a exposição ao sol sem
proteção. É preciso incentivar o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros
e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre e evitar a exposição em
horários em que os raios ultravioleta são mais intensos, ou seja, das 10 às 16
horas.
Grandes altitudes requerem cuidados extras. A cada 300 metros de altitude,
aproximadamente, aumenta em 4% a intensidade da vermelhidão produzida
na pele pela luz ultravioleta. A neve, a areia branca e as superfícies pintadas
de branco são refletoras dos raios solares. Portanto, nessas condições, os
cuidados devem ser redobrados.

Considerando-se que os danos provocados pelo abuso de exposição solar é


cumulativo, é importante que cuidados especiais sejam tomados desde a
infância mais precoce.

Filtros Solares - Recomendações


Os filtros solares são preparações para uso tópico que reduzem os efeitos
deletérios da radiação ultravioleta.

Porém, cuidado! Nem todos os filtros solares oferecem proteção completa


para os raios UV-B e raios UV-A. Além disso, suprimem os sinais de excesso
de exposição ao sol, tais como as queimaduras, o que faz com que as pessoas
se exponham excessivamente às radiações que eles não bloqueiam, como a
infravermelha. Criam, portanto, uma falsa sensação de segurança e
encorajam as pessoas a se exporem ao sol por mais tempo.

Devemos, portanto, entender que o uso do filtro solar não tem como objetivo
permitir o aumento do tempo de exposição ao sol, nem estimular o
bronzeamento. É importante lembrar, também, que o real fator de proteção
varia com a espessura da camada de creme aplicada, a freqüência da
aplicação, a perspiração e a exposição à água.

É recomendado que durante a exposição ao sol sejam usados filtros com FPS
de 15 ou mais.Também devem ser tomadas precauções na hora de se
escolher um filtro solar, no sentido de se procurarem os que protegem
também contra os raios UV-A. Os filtros solares devem ser aplicados antes da
exposição ao sol e reaplicados após nadar, suar e se secar com toalhas.
 
Veja também:
Auto-exame da pele
Câncer de pele - melanoma
Câncer de pela - não melanoma
 
Outras radiações
Estima-se que menos de 3% dos cânceres resultem da exposição às radiações
ionizantes. Estudos feitos entre os sobreviventes da explosão das bombas
atômicas e entre pacientes que se submeteram à radioterapia, mostraram
que o risco de câncer aumenta em proporção direta à dose de radiação
recebida, e que os tecidos mais sensíveis às radiações ionizantes são o
hematopoético, o tiroidiano, o mamário e o ósseo. As leucemias ocorrem
entre 2 e 5 anos após a exposição, e os tumores sólidos surgem entre 5 e 10
anos.

O risco de desenvolvimento de um câncer é significantemente maior quando a


exposição dos indivíduos à radiação aconteceu na infância.

Dez Dicas para se proteger do câncer


1. Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo
menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos
alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Sua dieta deveria conter
diariamente, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes. Dê
preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo
de soja e de girassol, entre outros, lembrando sempre que não devem ser
expostas a altas temperaturas. Evite gorduras de origem animal (leite e
derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango etc) e algumas
gorduras vegetais como margarinas e gordura vegetal hidrogenada.

3. Evite ou limite a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem


tomar mais do que dois drinks por dia, enquanto as mulheres devem limitar
este consumo a um drink. Além disso, pratique atividades físicas
moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

4. É aconselhável que homens, entre 50 e 70 anos, na oportunidade de uma


consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação do câncer
da próstata.

5. Os homens acima de 45 anos e com histórico familiar de pai ou irmão com


câncer de próstata antes dos 60 anos devem realizar consulta médica para
investigação de câncer da próstata.

6. As mulheres, com 40 anos ou mais, devem realizar o exame clínico das


mamas anualmente. Além disto, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve fazer
uma mamografia a cada dois anos. As mulheres com caso de câncer de mama
na família (mãe, irmã, filha etc, diagnosticados antes dos 50 anos), ou
aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em
qualquer idade, devem realizar o exame clínico e mamografia, a partir dos 35
anos de idade, anualmente.

7. As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame


preventivo ginecológico. Após dois exames normais seguidos, deverá realizar
um exame a cada três anos. Para os exames alterados, deve-se seguir as
orientações médicas.

8. É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais, realizem


exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano (preferencialmente), ou a cada
dois anos.

9. No lazer, evite exposição prolongada ao sol, entre 10h e 16h, e use sempre
proteção adequada como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe
ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga,
camisa de manga longa e calça comprida.

10. Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista


regularmente.

Hereditariedade
São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores
hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um
importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores
de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste
tumor.

Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte


componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição
dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos
parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é
rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.

Com o aumento significativo da importância das neoplasias no perfil de mortalidade da


população brasileira, o Ministerio da saúde propôs a Politica Nacional de Prevenção e
controle do câncer. O objetivo dessa política é reduzir a incidência e a mortalidade do
câncer no Brasil por meio de ações continuas que levem à conscientização da
população quanto aos fatores de risco de câncer, promovam a detecção precoce dos
cânceres passiveis de rastreamento e propiciem o acesso a um tratamento equitativo
e de qualidade em todo território brasileiro
BRASIL. Ministerio da Saude. Secretaria de assistência à saúde. Instituto nacional do
câncer. Programa nacional de controle do câncer de próstata: documento de
consenso.- rio de Janeio: INCA,2002

Detecção do Câncer de Próstata


A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte
baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se
situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção
inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os


espermatozóides, liberado durante o ato sexual.

Como surge o câncer de próstata?


O câncer da próstata surge quando, por razões ainda não conhecidas pela
ciência, as células do órgão passam a se dividir e a se multiplicar de forma
desordenada, levando à formação de um tumor. A grande maioria desses
tumores cresce de forma tão lenta que não chega a dar sintomas durante a vida
e nem a ameaçar a saúde do homem. Alguns, porém, podem crescer de forma
rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte.

Como prevenir o câncer de próstata?


Até agora, não são conhecidas formas específicas de prevenção do câncer da
próstata. No entanto, sabe-se que a adoção de hábitos saudáveis de vida é
capaz de evitar o desenvolvimento de certas doenças, entre elas o câncer.
Deste modo, é importante:
• fazer no mínimo 30 minutos diários de atividade física;
• ter uma alimentação rica em fibras, frutas e vegetais;
• reduzir a quantidade de gordura na alimentação, principalmente a de origem
animal;
• manter o peso na medida certa;
• diminuir o consumo de álcool;
• não fumar.

Quem apresenta mais risco de desenvolver câncer de próstata?


Os dois únicos fatores confirmadamente associados ao aumento do risco de
desenvolvimento do câncer de próstata são a idade e história familiar. A grande
maioria dos casos ocorrem em homens com mais de 50 anos e naqueles com
história de pai ou irmão com câncer de próstata antes do 60 anos. Alguns
outros fatores, como a dieta, estão sendo estudados, mas ainda não há
confirmação científica.

Quais os sintomas do câncer de próstata?


Os principais sintomas relacionados ao câncer de próstata são:
• presença de sangue na urina;
• necessidade frequente de urinar, principalmente à noite;
• jato urinário fraco;
• dor ou queimação ao urinar.

A presença de um ou mais destes sintomas não significa que você esteja com
câncer, pois várias doenças podem ter sintomas semelhantes. Por isso, é muito
importante a visita ao seu médico, para esclarecimento diagnóstico, tão logo os
sintomas surjam. Esta é a melhor forma para se chegar ao diagnóstico precoce
do câncer da próstata.
Câncer de Próstata
Epidemiologia

O aumento observado nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado


pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos
sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida do
brasileiro.

Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, de longo tempo


de duplicação, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ e acometendo
homens acima de 50 anos de idade.

Fatores de Risco

Assim como em outros cânceres, a idade é um fator de risco importante,


ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a
incidência como a mortalidade aumentam exponencialmente após a idade de 50
anos.
História familiar de pai ou irmão com câncer da próstata antes dos 60 anos de
idade pode aumentar o risco de câncer em 3 a 10 vezes em relação à população
em geral, podendo refletir tanto fatores hereditários quanto hábitos alimentares
ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

A influência que a dieta pode exercer sobre a gênese do câncer ainda é incerta,
não sendo conhecidos os exatos componentes ou através de quais mecanismos
estes poderiam estar influenciando o desenvolvimento do câncer da próstata.
Contudo, já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes,
grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem
animal, não só pode ajudar a diminuir o risco de câncer, como também de
outras doenças crônicas não transmissíveis.

Sintomas

O Câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Muitos
pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são
semelhantes ao crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional,
freqüência urinária aumentada durante o dia ou a noite). Uma fase avançada da
doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários
ou, quando mais grave, como infecções generalizadas ou insuficiência renal.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de próstata é feito pelo exame clínico (toque retal) e


pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que
podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-
sonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). Esta ultra-
sonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia
prostática transretal.

Tratamento

O tratamento do câncer da próstata depende do estagiamento clínico. Para


doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante
(em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença
localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento
hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática, o tratamento de eleição
é hormonioterapia.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida


após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.

Detecção precoce do câncer da próstata

A detecção precoce de um câncer é composta por ações que visam o


diagnóstico precoce da doença em indivíduos sintomáticos e por ações de
rastreamento, que é a aplicação de exames para a detecção da doença em
indivíduos assintomáticos. A decisão do uso do rastreamento como uma
estratégia de saúde pública deve se basear em evidências científicas de
qualidade. No momento não existem evidências de que o rastreamento para o
câncer da próstata identifique indivíduos que necessitam de tratamento ou de
que esta prática reduza a mortalidade do câncer de próstata. Desta forma, o
Instituto Nacional de Câncer não recomenda o rastreamento para o câncer da
próstata e continuará acompanhando o debate científico sobre este tema,
podendo rever esta posição quando estiverem disponíveis os resultados dos
estudos multicêntricos em curso.

Detecção do Câncer do Colo do Útero


Exame Preventivo

Análise dos resultados do Exame Preventivo

Proteção com camisinha

Perguntas e Respostas sobre o HPV

Leia mais sobre o Câncer do Colo do Útero

O câncer do colo do útero pode ser evitado.


Basta fazer o exame preventivo periodicamente.

O que é o exame preventivo do câncer do útero?


É um dos momentos do exame ginecológico em que é
feita a coleta do material do útero e colocado numa
lâmina de vidro, que será examinada posteriormente
ao microscópio.

Quais as mulheres que devem se


submeter ao exame?
Toda mulher com vida sexual ativa,
principalmente aquelas com idade de
25 a 59 anos.

O exame é doloroso e demorado?


Não. O exame é rápido e não dói.

O que é preciso para fazer o exame


preventivo do câncer do útero?
• Não manter relação sexual (nos 2 dias
anteriores ao exame)
• Não usar duchas ou medicamentos
vaginais (nos 2 dias anteriores ao exame)
• Não estar menstruada (em época de regras)
Que serviço deve ser procurado?
Como o exame é simples, você pode procurar o
ambulatório, posto ou centro de saúde mais próximo
da sua casa.

Após o exame, o que fazer?


Você deve retornar a uma nova consulta para saber o
resultado e receber instruções.

Lembre-se: tão importante quanto submeter-ser ao exame


é buscar o resultado.

De quanto em quanto tempo deve ser feito o exame preventivo?


Ao receber o resultado, você será informada de quando deverá repetir o exame. Em
geral, se não houver alteração, o exame poderá ser feito no intervalo de 1 ano ou
a cada 3 anos, devendo considerar o resultado e a periodicidade com que a mulher
vem realizando seu exame.

Outras doenças que não o câncer podem ser encontradas durante o exame
preventivo?
Sim. Infecções vaginais, inclusive as sexualmente transmissíveis podem ser
diagnosticadas pelo médico que realiza o exame.
Análise dos resultados do Exame Preventivo

Quando você for buscar o resultado do seu exame preventivo (exame


Papanicolaou), leve os outros resultados que você já tem. É importante seguir
as orientações dadas pelos profissionais de saúde.

Se o seu exame acusou:


• Negativo para câncer: se esse for o seu primeiro resultado negativo, você
deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um
resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o exame preventivo daqui a 3
anos;
• Alteração (NIC I): repita o exame daqui a 6 meses;
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor
conduta. Você vai precisar fazer novos exames, como a colposcopia;
• infecção pelo HPV: você deverá repetir o exame daqui a 6 meses;
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame.
Você deve repetir o exame logo que for possível.

Independente desses resultados, você pode ter alguma outra infecção que será
tratada. Siga o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu
parceiro também receba tratamento.

Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações


diretamente dos profissionais de saúde.
Proteção com camisinha
Proteção com Camisinha Masculina
Usar camisinha significa evitar as doenças transmitidas sexualmente, o câncer
do colo do útero e uma gravidez fora de hora.

Você sabe usar a camisinha masculina?


• A camisinha deve ser colocada antes de qualquer penetração e
com o pênis ereto (duro). (Figura 1)
• Para colocar a camisinha, deve-se apertar com cuidado a
pontinha da camisinha (espaço para o esperma), colocá-la sobre
o pênis e desenrolá-la pouco a pouco, até chegar à base do
pênis. Isso evita que se formem bolhas de ar que provocam o
rompimento da camisinha. (Figuras 2, 3 e 4).
• Depois que o parceiro gozar, ele deve retirar o pênis enquanto
ele ainda está duro. Quando o pênis começa a amolecer, a
camisinha fica frouxa e o esperma pode derramar.
• Retire a camisinha com cuidado, não deixando que o esperma
seja derramado.
• Depois da retirada, dê um nó e jogue fora.

Cuidados:
Como evitar o rompimento da camisinha?
• Observe se a embalagem não está furada.
• Verifique a data de validade.
• Se a camisinha for comprada, veja se ela tem o selo de
qualidade do INMETRO.
• Não deixe as camisinhas em local quente e úmido. Elas devem
ser guardadas em lugar fresco e seco.
• Use apenas lubrificantes à base de água. Não use lubrificantes
oleosos (como vaselina, óleo de amêndoa etc.), que estragam o
látex da camisinha.

Proteção com Camisinha Feminina


Você conhece a camisinha feminina?
A camisinha feminina é um produto novo, que chegou ao Brasil
há poucos anos. Ela é pouco conhecida, e são ainda poucos os
serviços de saúde que têm essa camisinha. Veja como colocá-
la:

• Dobre o anel interno. (Figura 1)


• Introduza a camisinha feminina na vagina e empurre tão
fundo quanto possível. (Figura 2)
• Verifique se ela está bem acomodada. (Figura 3)
• O anel externo fica para fora. Essa sobra é importante para
garantir a segurança da camisinha pois, durante a relação,
pênis e vagina aumentam de tamanho e a camisinha se ajusta
melhor. (Figura 4)
• Depois de ser usada ela deve ser jogada fora.

Cuidados:
• Observe se a embalagem não está furada.
• Verifique a data de validade.
• A camisinha feminina não pode ser usada com a masculina,
porque uma camisinha roçando na outra aumenta o risco de
haver rompimento.
Câncer do Colo do Útero
Epidemiologia
Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.

Fatores de Risco
Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero,
sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócio-
econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros
sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados à quantidade de cigarros
fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos
orais. Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV)
tem papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e
na sua transformação em células cancerosas. Este vírus está presente em mais
de 90% dos casos de câncer do colo do útero.

Estudo comparando estratégias para a detecção precoce do câncer do colo do


útero e suas lesões precursoras

Estratégias de Prevenção

A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do


uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma
das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante
no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer.
A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e
diagnóstico precoce do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da
realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (conhecido
popularmente como exame de Papanicolaou). O exame pode ser realizado nos
postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde capacitados
para realizá-los.
É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a
importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite
reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. O
INCA tem realizado diversas campanhas educativas, voltadas para a população
e para os profissionais da saúde, para incentivar o exame preventivo.

O exame preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (exame de Papanicolaou)
consiste na coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma
amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice).

Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à


escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma
espátula de madeira e de uma escovinha endocervical.

Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas
amostras do fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da
endocérvice, para não estimular contrações uterinas.

A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações


sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais
nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, exame não deve ser feito no
período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado.

Quem e quando fazer o exame preventivo


Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame
preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59
anos de idade.

Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos
(em um intervalo de 1 ano) apresentarem resultado normal, o exame pode
passar a ser feito a cada três anos.

Se o exame acusou:
• Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é necessário
fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se já houver um resultado
negativo no ano anterior, o exame preventivo deverá ser feito daqui a 3 anos;
• Alteração (NIC I): repetir o exame daqui a 6 meses;
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor
conduta. Será necessário fazer novos exames, como a colposcopia;
• infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido daqui a 6 meses;
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame.
Repetir o exame logo que for possível.

Independente desses resultados, é possível que a mulher possa ter alguma


outra infecção que será tratada, devendo seguir o tratamento corretamente.
Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses
casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações
diretamente dos profissionais de saúde.

Vacinação
Recentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo
no Ministério da Saúde o uso pelo SUS. É importante enfatizar que esta vacina
não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo
deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas. Saiba mais sobre
HPV.

Sintomas
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que
a detecção de possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do
exame preventivo. Conforme a doença progride, os principais sintomas do
câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento e dor.

Tratamento
O tratamento adequado para cada caso deve ser avaliado e orientado por um
médico.
Detecção precoce do câncer de mama
[Volta]

As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o


exame clínico da mama e a mamografia.

O Exame Clínico das Mamas (ECM)


Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor
de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser
realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para o Controle do
Câncer de Mama - síntese do documento PDF/documento completo (PDF).

A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e


59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade
varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84%
nas que estão entre 40 e 49 anos.

A mamografia
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do
câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de
milímetros).

É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a


mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto,
melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e
suportável.

Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico


como exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método
como estratégia isolada de rastreamento.

A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e


localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens
apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade
de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é
igualmente dependente da qualidade do exame.

Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade


em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não
submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como
método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de
mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os
benefícios do uso da mamografia se referem, principalmente, a cerca de 30%
de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a
nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
O autoexame das mamas
O INCA não estimula o autoexame das mamas como estratégia isolada de
detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das
mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que
contemplem o conhecimento do próprio corpo.

As evidências científicas sugerem que o autoexame das mamas não é eficiente


para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer
de mama. Além disso, o autoexame das mamas traz consigo conseqüências
negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa
sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico
negativo nos exames falsamente positivos.

Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o
exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro)
qualificado para essa atividade.

As recomendações do Instituto Nacional de Câncer


Em novembro de 2003, foi realizada a 'Oficina de Trabalho para Elaboração de
Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama',
organizada pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer e
da Área Técnica da Saúde da Mulher, com os apoios das sociedades científicas
afins e participação de gestores estaduais, ONG's e OG's.

A partir dessa Oficina foi desenvolvido um Documento de Consenso para


Controle do Câncer de Mama, publicado em 2004, que contém as principais
recomendações técnicas referentes à detecção precoce, ao tratamento e aos
cuidados paliativos em câncer de mama, no Brasil. Confira as novas
recomendações em Publicações.

Saiba mais
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à
sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a
percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro
antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce
rápida e progressivamente.

Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas
de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência
tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70
registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por
idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.

No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. De


acordo com as Estimativas de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, o
câncer de mama será o segundo mais incidente, com 48.930 casos.

Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio,
acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que
recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a
casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama,
especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram
acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de
caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de
cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco,
havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca
precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após
os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a
nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o
câncer de mama.

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o


aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de
mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de
estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que
usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.

A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é


identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a
exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.
Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama -
Viva Mulher
Consiste no desenvolvimento e na prática de estratégias que reduzam a
mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais dos cânceres do colo
do útero e de mama. Por meio de ação conjunta entre o Ministério da Saúde e
todos os 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal, são oferecidos
serviços de prevenção e detecção precoce das doenças, assim como
tratamento e reabilitação em todo o território nacional.

Qual a situação atual da doença?


Câncer do colo do útero

Com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do
colo do útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres,
sendo responsável pela morte de 230 mil mulheres por ano. No Brasil, para
2010, são esperados 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100
mil mulheres.

Sabe-se hoje que o surgimento do câncer do colo do útero está associado à


infecção por um dos 15 tipos oncogênicos do HPV. Outros fatores de risco são
o tabagismo, a baixa ingestão de vitaminas, a multiplicidade de parceiros
sexuais, a iniciação sexual precoce e o uso de contraceptivos orais.

Estima-se uma redução de até 80% na mortalidade por este câncer a partir
do rastreamento de mulheres na faixa etária de 25 a 65 anos com o teste de
Papanicolaou e tratamento das lesões precursoras com alto potencial de
malignidade ou carcinoma "in situ". Para tanto é necessário garantir a
organização, a integralidade e a qualidade do programa de rastreamento,
bem como do tratamento das pacientes.
Saiba mais.

Evidências Científicas para Rastreamento.


 
Câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o
mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos nesse
grupo. No Brasil, são esperados 49.400 novos casos em 2010, com risco
estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres.
 
Embora seja considerado um câncer de bom prognóstico, trata-se da maior
causa de morte entre as mulheres brasileiras, principalmente na faixa entre
40 e 69 anos, com mais de 11 mil mortes/ano (2007). Isso porque na maioria
dos casos a doença é diagnosticada em estádios avançados.

Para reverter esse quadro, disponibilizamos em linguagem acessível todas as


informações necessárias para o planejamento de ações de controle da doença
conforme as características de cada região, como a distribuição de recursos,
fatores de risco, estimativas, registros hospitalares e fórmulas para planejar
consultas, exames, biópsias e mamografias.

Saiba mais.

Evidências Científicas para Rastreamento.

A quem o Programa se destina?


Em relação ao câncer de colo do útero
Para impedir o avanço da doença no Brasil, o Programa Viva Mulher
desenvolve ações dirigidas às mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos, que
incluem diagnóstico precoce (através de exame Papanicolaou e exames de
confirmação diagnóstica) e tratamento necessário de acordo com cada caso.

Em relação ao câncer de mama


Com intuito de detectar as lesões malignas da mama, o Viva Mulher
preconiza, de acordo com as recomendações do Consenso para Controle do
Câncer de Mama, a realização do exame clínico das mamas para mulheres de
todas as faixas etárias, como parte do atendimento integral à mulher. Para
mulheres acima de 40 anos, esse exame deve ser realizado anualmente e,
para aquelas na faixa entre 50 e 69 anos recomenda-se a realização de uma
mamografia, pelo menos, a cada dois anos. As mulheres submetidas a esses
exames devem ter acesso garantido aos demais procedimentos de
investigação diagnóstica e de tratamento, quando necessário.

Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer


O INCA coordena e executa, em âmbito nacional, o Programa de Controle do
Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer visando à prevenção de doenças na
população através de ações que estimulem a adoção de comportamentos e estilos
de vida saudáveis e que contribuam para a redução da incidência e mortalidade por
câncer e doenças tabaco-relacionadas no país.
As ações do Programa são desenvolvidas em parceria pelas três instâncias
governamentais - federal, estadual e municipal - para capacitar e apoiar os 5.561
municípios brasileiros e abrangem as áreas da educação, legislação e economia.
Conheça as estratégias de programa de controle do tabagismo.
Educação
As ações educativas dividem-se em pontuais e contínuas.

As ações pontuais envolvem campanhas (Dia Mundial sem Tabaco, Dia Nacional de
Combate ao Fumo e Dia Nacional de Combate ao Câncer), que têm como
perspectiva comum a sensibilização e informação da comunidade e as lideranças
em geral sobre o assunto, bem como a divulgação através da mídia e a realização
de eventos como congressos, seminários e outros para chamar a atenção de
profissionais de saúde sobre o tema.

As ações contínuas objetivam manter um fluxo contínuo de informações sobre


prevenção do câncer, tanto em relação ao tabagismo como aos demais fatores de
risco de câncer. Considera-se que culturas e hábitos são passíveis de mudança
somente a longo prazo. Portanto, essas ações utilizam canais para alcançar a
comunidade de forma contínua e dentro da realidade de sua rotina. Dessa forma,
através da realização de atividades sistematizadas em subprogramas dirigidos aos
ambientes de trabalho, escolas e às unidades de saúde, o tema é inserido nas
rotinas desses ambientes.

Outro passo importante nesse processo implica no desenvolvimento de ações que


apoiem o fumante que queira parar de fumar. Desta forma, o Módulo Ajudando seu
Paciente a Deixar de Fumar surge com o objetivo de capacitar profissionais de
saúde para que possam apoiar de forma efetiva os fumantes da comunidade no
processo de cessação de fumar.

Legislação
As ações legislativas envolvem o apoio técnico a processos e projetos de lei, o
monitoramento da legislação e a informação sobre os malefícios do tabaco e outros
fatores de risco de câncer aos membros do Congresso Nacional. Outra ação
importante tem sido a divulgação das leis de controle do fumo na comunidade
assim como a identificação e articulação de mecanismos que possibilitem a
fiscalização e o cumprimento das mesmas

Economia
Em 1996, foi realizado um estudo econômico para apurar dados sobre produção,
preços, publicidade, consumo e arrecadação sobre o tabaco e seus derivados no
Brasil. O estudo também visou elaborar um modelo econométrico que envolvesse
as diversas variáveis do consumo e uma avaliação da relação custo/benefício do
tabaco e de seus derivados para o país. Esses dados têm servido de subsídio às
decisões governamentais nas áreas de saúde, legislação e na própria área
econômica, visando à redução do consumo de produtos fumígenos. A sensibilização
e mobilização de diversos setores da sociedade para a busca de culturas
alternativas para substituir o plantio do tabaco são atividades fundamentais para
que os esforços nessa área sejam coroados de sucesso.

É importante se ter uma legislação forte, sobretudo no que tange as políticas


tributária e agrícola. Daí, a necessidade deste Programa estar articulado com outros
setores do governo, constituindo-se em um programa amplo, ou seja, um
programa de Estado.

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