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FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

MECÂNICA DOS FLUIDOS


PROF. KARINA SANDERSON

CAPÍTULO 2 – BRUNETTI – SUPERFÍCIES SUBMERSAS PLANAS


E CURVAS

1. SUPERFÍCIES SUBMERSAS PLANAS

Se um fluido está em repouso, pela sua definição, não podem existir forças
tangenciais agindo nele: todas as forças serão normais à submersa.
Se a pressão tiver uma distribuição uniforme sobre a superfície, a força será
determinada multiplicando-se a pressão pela área correspondente, e o ponto de aplicação
será o centro de gravidade da superfície. No caso dos gases, mesmo quando a superfície é
vertical, a variação de pressão nessa direção é muito pequena, já que o seu peso específico
o é; logo, qualquer que seja a posição da superfície, a força exercida será o produto da
pressão pela área.
No caso dos líquidos, a distribuição de pressão será uniforme somente se a
superfície submersa for horizontal.
Seja o traço AB do plano perpendicular ao plano da figura abaixo. A pressão
efetiva varia desde zero na superfície livre, até BC = p = γ .h no fim da superfície plana.
A variação da pressão desde o topo até o fundo do plano deverá ser linear, pois
sabe-se pelo teorema de Stevin que a pressão é diretamente proporcional à profundidade,
sendo o coeficiente de proporcionalidade o peso específico do fluido.

Como a pressão varia de ponto para ponto, é obvio que nesse caso não é possível
obter a força pela expressão p.A.
A força resultante de um lado da superfície plana será, portanto, a somatória dos
produtos das áreas elementares pela pressão nelas agente. O ponto de aplicação da força
resultante irá se localizar abaixo do CG, isto é, deslocado para o lado das maiores pressões.
É claro que, quanto mais se afunda a superfície AB (como para a posição A’B’), mais o
ponto de aplicação da força resultante aproxima-se do CG, já que as pressões vão se
tornando mais uniformes. O ponto de aplicação da força resultante chama-se centro das
pressões (CP).

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RESUMO

A figura abaixo mostra uma superfície submersa plana:

yC
hG hC
hC

G
FH

FH = força hidrostática (N)


hG = cota vertical do centro de gravidade (G) até a superfície livre (m)
hC = cota vertical do ponto de aplicação (C) da força até a superfície livre (m)
yG = distância paralela no ponto G até a superfície livre (m)
yC = distância paralela no ponto C até a superfície livre (m)

C = centro das pressões é o ponto de aplicação da força resultante das pressões sobre uma
certa área.
G = centro de gravidade

FH = ρ . g.hG. A
γ = ρ. g
γ = peso especifico N ( m3
) A = area m 2( )

FH = γ .hG. A

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hC
hC = y C . sen θ sen θ =
yC

I
yC = yG +
yG . A

( )
I = inercia m 4 A = area m 2( )

Exemplo de inércia:

- Superfície retangular
a . b3
I=
12 b

- Superfície quadrada
a4
I=
12 a

Exercícios

1. Calcular a força hidrostática (FH), hC e yC na comporta abaixo:


( )
γ = 10.000 N 3 largura da comporta 1,5 m.
m

1m

b=2,3m
2m G

600

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2. Calcular a força hidrostática (FH), hC e yC nas superfícies a seguir. A largura das


comportas é de 1,5m.

2m 2,309m

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2. SUPERFÍCIES SUBMERSAS CURVAS OU REVERSAS

2.1. Força em superfície submersa curvas

A equação FH = γ .hG. A é aplicável somente a superfícies planas. Para superfícies


reversas, pode-se determinar a força resultante em certas direções, como a vertical e
horizontal.

2.1.1. Componente horizontal

Na figura a seguir, observa-se a superfície AB qualquer, projetada sobre um plano


vertical, originando a superfície plana A’B’.
Tem-se, então, entre a superfície AB e sua projeção A’B’, um volume em equilíbrio
estático.

A componente horizontal que age em qualquer superfície é igual à força horizontal


que age na superfície plana.
FX = F '

2.1.2. Componente vertical

A componente vertical pode ser obtida considerando o volume contido entre uma
superfície qualquer AB e sua projeção no plano da superfície livre do liquido, ver a figura
a seguir. Esse volume está em equilíbrio estático. Se a pressão na superfície for
atmosférica, as únicas forcas verticais serão o peso G do volume e FY devido à pressão na
superfície AB. Logo:
FY = G

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Como essas são as únicas forcas verticais agentes, por razoes de equilíbrio FY e G
devem ter a mesma direção. No caso de a superfície não conter liquido acima dela, a noção
não se altera. A força vertical será igual ao peso do volume de liquido imaginário contido
entre a superfície e o nível da superfície livre.

2.2. Empuxo

No item 2.1.2., verificou-se que a componente vertical que age numa superfície submersa é
igual ao peso do volume de fluido, real ou fictício, contido acima da superfície.
Considere-se, então, o corpo ABCD da figura abaixo.

Esse corpo pode ser imaginado como formado por duas superfícies: uma superfície
ABC, em que todas as forcas de pressão possuem uma componente vertical de sentido para
cima, e outra superfície ADC, em que todas as forcas de pressão possuem uma componente
vertical de sentido para baixo.
A resultante das componentes na superfície ABC, pelo que foi dito anteriormente,
será dada por:
FY = γ .VUABCV

Na superfície ADC, tem-se:

FY = γ .VUADCV

O saldo FY − FY ' será uma força vertical para cima, indicada por FW e chamada
empuxo.
FW = FY − FY ' = γ (VUABCV − VUADCV )
FW = γ .V ABCD = γ .V

Onde:
FW = empuxo (N)
V = volume de fluido deslocado pelo corpo (m3)
γ = peso específico do fluido (N/m3).
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A equação acima pode ser expressa em palavras pelo principio de Arquimedes:


“Num corpo total ou parcialmente imerso num fluido, age uma força vertical de baixo para
cima, chamada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do volume de fluido deslocado”.

RESUMO

A figura abaixo mostra uma superfície submersa curva ou reversa:

R
Superfície curva

Abaixo são mostradas as forças hidrostáticas que atuam na superfície curva.

FY

FX Superfície curva

FW

F X e FY são forças hidrostáticas.


FW é o empuxo (peso da massa de liquido sobre a comporta.

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Quando se olha a posição F X o perfil observado é de uma comporta plana na


vertical.

hG =yG hC =yC

G
FX
C

I
FX = γ .hG. A yC = yG +
yG . A

hG. = yG hC. = yC

Quando se olha de cima, o perfil observado é de uma comporta plana na horizontal.

FY hy

FY = γ .hG. A FW = γ .V

FW = empuxo (N)
V = volume de fluido deslocado pelo corpo (m3)
γ = peso específico do fluido (N/m3).

V = Ab . (l arg ura)

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Exercícios

1. Dada a comporta abaixo calcular a força F. Profundidade da comporta 4m e largura 4m.

2m

2m

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2. Encontre a força F necessária para segurar a comporta na posição mostrada. Largura da


comporta 5m.

0,8m F

2m

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CAPÍTULO 2 – BRUNETTI – LISTA DE EXERCÍCIOS

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