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REVISÃO DE CRIMINOLOGIA – DANIELA PORTUGAL - 2019.

CRIMINOLOGIA ii. Douradas: crimes econômicos não apurados


pelo Estado.
CONCEITO iii. Cinzas: Estado engaveta investigação de crimes.
MODELOTRIPARTIDO DA CIÊNCIA PENAL CONJUNTA iv. Amarelas: abuso de autoridade impune.
Praticado por agentes do Estado – escolha de
Começo: Franz von Mist. CPC: dogmática (superior às não processamento.
outras, dever-ser, teórica, decidibilidade de conflitos), v. Verdes: práticas impunes contra o meio
política criminal e criminologia. ambiente.
Objeto: causa/origem do crime (tradicional, séc. 18, ver. EVOLUÇÃO DA CRIMINOLOGIA
Francesa, codificações), delinquente, vítima, controle
social (moderno). Não estudada na antiguidade/IM. Lei do Talião (Código
de H., 12 tábuas): humanização, proporcionalidade e
Vítima: limite.
i. Idade de ouro: protagonista, antiguidade até Crime privado: pater families exercia o poder punitivo.
IM. Vingança privada. Senhores feudais, posteriormente.
ii. Neutralização: IM, crise do feudalismo.
Inquisições e Estados absolutistas – vingança Direito penal comum com a unificação dos feudos e
estatal institucionalizada. Estados absolutistas. Começo da vingança
iii. Redescoberta: fase moderna. Vitimologia. estatal/institucionalizada e monopolizada pelo Estado.
Sem segurança jurídica, arbítrio do príncipe. Não usava
Vitimização: privação de liberdade, penas corporais. Havia processo
i. Primária: o delito, causada pelo agressor. penal. Isolamento celular: direito canônico, clérigos
ii. Secundária: agentes do Estado, negar rebeldes.
assistência. Iluminismo: racionalidade, pena privativa de liberdade
iii. Terciária: sociedade.
como modelo punitivo (“humanização do direito
iv. Autovitimização.
penal”). Codificação da rev. francesa: segurança jurídica.
Controle social: Igualdade nos Estados de direito. Daqui, surgem a
escola clássica e a positivista (racionalidade).
i. Informal: Escola, família, etc.
ii. Formal: Estado. Escola clássica do direito penal: Beccaria e Carrara. Pré-
científica. Para alguns, Lombroso criou no séc. 19.
Criminologia: ser. Empirismo. Indutivo.
Preocupação conceitual. Metafísica (dever-ser), método
Direito penal: dever-ser. Silogismo. Dedução. dedutivo, raciocínio silogístico. Crime: escolha. Plano
ideal. Preocupação conceitual. Final: Benthan,
CRIMINALIZAÇÃO panóptico – utilitarismo e vigilância. Estudo do crime.
a. Primária: perseguir ou não determinados Requisitos para positivação de delito (ingênuos):
indivíduos. i. Conduta é perpetuada massivamente na
b. Secundária: estágio seguinte, agentes estatais.
sociedade.
c. Terciária: execução da pena.
ii. Ojeriza social.
Seletividade penal: escolha de quem punir e quem iii. Prolongamento no tempo.
perseguir. Direciona a criminalização para estes sujeitos. d. Consenso social.

Cifras: Escola positiva: racionalidade empírica, experimento.


“Crime estudado em laboratório”. Estudos fisionomistas.
i. Ocultas: crimes que o Estado não teve Método indutivo/experimental. Crime: determinismo.
conhecimento. Medida de segurança: pena na medida da
periculosidade, “tratamento”. Criminologia
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científica/cientificista: Lombroso, Ferri, Garofalo, Nina critério para analisar o que é crime. Pessoas aprendem a
Rodrigues. Evolucionismo (Darwin e Spencer). Estudo do cometer crimes na sociedade.
criminoso (deslegitima escravatura: trazer “evolução”
TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE: Cohen.
para essas raças – contato civilizatório levaria ao
Cultura: o que é tradicional, denominador comum. Nem
aprimoramento da espécie justifica colonização; era
todos experimentam igual. Subculturas: aceitam alguns
“humanização”). Normas para limpar a sociedade de
aspectos predominantes, mas tem os próprios – e
indesejados. Criminoso: estado de evolução. Essa escola
haveria as delinquentes. Certos delitos em certas
tem três fases:
subculturas não são delitos. Contracultura:
I. Biológica: Lombroso. Crime inato. diametralmente contra a cultura. Delinquência juvenil é:
Fisionomismo (fim séc. 16), craniologia
a. AUSÊNCIA DE UTILITARISMO
(séc. 19), frenologia (cérebro).
b. MALÍCIA
Criminoso nato.
c. NEGATIVISMO
II. Sociológica: Ferri. Criminoso nato
recuperável. TEORIAS DO CONFLITO
III. Jurídica: Garofalo. Pena de morte,
irrecuperabilidade. Final do séc. 19. Normas não refletem o consenso. Normas: fruto dos
conflitos de interesses em que um interesse se
TEORIAS CRIMINOLÓGICAS sobrepõe aos outros.
TEORIAS BIOLÓGICAS TEORIA DO LABELING APPROACH: Mead, Blummer,
Goffman e Becker. Rompe: humanismo e universalismo.
Deterministas: Lombroso, Ferry, Galofado, séc. 19.
Perspectiva pluralista. Crise do bem-estar social:
TEORIAS SOCIOLÓGICAS conflitos nos EUA. Contracultura nas artes nos anos 60.
Crime: interacionismo, meio social determina a pessoa.
TEORIAS DO CONSENSO
Outsiders: não retrata/reflete padrão dominante –
Partem de uma análise macrossocial. Possuem qualquer um pode ser a depender do meio. Autores
consenso: normas sociais = consenso de interacionistas não refletem sobre estrutura dominantes
valores/interesses; crime é desafiar esse consenso – existem bases de sustentação para as normas que
normativo. definem outsiders (racismo, patriarcalismo, capitalismo,
cisheteronormatividade, etc.).
ESCOLA DE CHICAGO: 1890 – Universidade de Chicago,
com sociologia. XIX e XX: crescimento população 6x. Processo de interação entre sujeito/sociedade:
Metade imigrantes, aumento da criminalidade. desviação primária, sociedade responde criminalizando
Shaw/McKay: “social surveys” para mapear a conduta, sujeito e pessoas do seu meio são
criminalidade/doenças mentais – isso ocorre nas zonas criminalizados como reação, delinquem. O fato de o
mais pobres. sujeito ser visto e estigmatizado como criminoso leva o
sujeito a prática do delito.
Teoria das zonas concêntricas e princípio da sucessão:
ecologia criminal. Pobreza = desequilíbrio. Alvo de Enfoque: processo de criminalização – um ato é crime
políticas de controle/segurança pública: quem morava porque a ele é atribuída essa qualidade. A origem do
nas zonas mais pobres. Não defende o determinismo, crime está no processo de criminalização, e o caráter
mas associa pobreza à criminalidade. criminoso não é inerente ao comportamento, mas
atribuído a ele. Essas atribuições não são vazias, e
“Solução”: fortalecer educação, recreação, habitação, estigmatizam os sujeitos que normalmente praticam
etc. essa conduta. Comportamento criminoso: reação da
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL: Sutherland. reação. Criminalização primária: tipificação.
Critica a escola de Chicago – não explica a criminalidade Criminalização secundária: cometimento direto.
de colarinho branco. “Ladrões barões”. Propõe novo Desviação:
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1) PRIMÁRIA: efetivo cometimento do delito pelo significa propensão criminosa. Crimes variam de acordo
outsider. O estigma, que antes era projeção com o modelo econômico – e o contexto pós
social, se estabelece contra o sujeito. Antes era colonialista neoliberal cria um contexto incomparável
só desviante em potencial. para o superencarceramento. Maior divisão do trabalho,
2) SECUNDÁRIA: posteriores ao cometimento da maior crescimento na criminalidade. Penas: não
primária, já há estigma. cumprem sua finalidade, excluem, estigmatizam e
exterminam simbolicamente sujeitos. A partir da teoria
Cerimônias degradantes: rituais de estigmatização
da criminologia crítica surge:
(raspar cabeça, jornais, cela) e apagamento simbólico.
Instituições totais de controle: para aglomerar pessoas: 1) NEORREALISMO DE ESQUERDA: contraposto ao
de direita, que se deu na década de 90 e 00: lei
1) Incapazes de cuidar de si mesmos e inofensivos
e ordem (penas mais severas, 3 strikes, you’re
2) Incapazes de cuidar de si e que oferecem risco
out) e tolerância zero, endurecimento penal,
não intencional a sociedade
3) Incapazes de cuidar de si, mas oferecem risco criminalização em massa. Teoria das janelas
4) Capazes, inofensivas, mas instrumentalizadas quebradas, desenvolvida em Chicago (“nova
para tarefas escola de Chicago”) – o que causa crime não é
5) Capazes, inofensivas, mas procuram refúgio do pobreza, mas desordem. Crescimento da
meio social economia estadunidense vinculado ao
crescimento da população carcerária. Houve
CRIMINOLOGIA CRÍTICA: influência marxista. Processo diminuição de criminalidade, mas essa se deve
de criminalização + interesses econômicos do Estado na ao crescimento econômico, não a essas políticas
criminalização primária (tipificação) de determinadas de endurecimento.
condutas. O neorrealismo de esquerda é punitivista:
TEORIAS FUNCIONALISTAS: teorias de consenso. defende políticas antiproibicionistas (legalização
Crime: parâmetro moral para a coletividade. Crime gera de porte, venda, aborto) e medidas não
ofensa aos interesses gerais da população. Criminosos: privativas de liberdade, mas depende uma série
assim o são por terem ofendido a moral/interesses do de criminalizações mais pesadas para outras
povo. Crime produz controle social – só passo a ser condutas.
2) MINIMALISMO: redução do âmbito de
criminoso depois de cometer o crime. Desejo de
incidência da tutela penal. Descriminalização e
exclusão: inexistente antes, só depois do cometimento
descarcerização. Para alguns, só crimes gerais e
do crime. Classes mais baixas propensas a práticas
contra grandes parcelas sociais deveriam ser
criminosas. Crime é constante em todo modelo
criminalizados – crimes contra o patrimônio
econômico. Quanto mais especializa a divisão do
sem violência não deveriam, por exemplo.
trabalho, menor a criminalidade. Pena: viabiliza
Furto/dano deixariam de ser crimes, se
evolução moral da sociedade, leva a uma linha de
transformando em ilícitos civis. Vertentes:
pensamento social comum.
a) LEGITIMAR INTERVENÇÃO PENAL:
TEORIA CRÍTICA: dialética marxista. Crime: não diminuição, mas, quando tiver que atuar, atuar.
unifica limite moral, mas garante estabilidade social e GARANTISMO PENAL: racionalização da
monopólio da violência por parte do Estado, que passa aplicação da norma penal. Respeitando as
a ter controle sobre as massas. Crime ofende os garantias, a norma penal passa a ser legítima.
interesses de uma classe dominante. Criminoso: Problema: lei não representa interesses sociais
rotulado como tal, antecede o cometimento do crime – o garantismo é cego às questões sociais e
(criminalização primária direcionada). Desejo de raciais. GARANTISMO HIPERBÓLICO
exclusão: precede criminalização e cometimento do MONOCULAR: Fischer. Preocupação apenas com
delito. Classes mais baixas são alvo preferencial da os réus, esquecimento da vítima.
criminalização e cumprem mais pena, o que não b) DESLEGITIMAR INTERVENÇÃO PENAL: direito
penal não é racional nem tem como ser, e deve
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ser usado com parcimônia por não cumprir com


as finalidades.
3) ABOLICIONISMO:

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