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Introdução
Este projeto faz parte de um projeto maior, o qual visa focalizar a Educação
Matemática, no contexto da Educação em Economia Solidária, enquanto possibilidade de
ensino e aprendizagem desta ciência de forma contextualizada, visando atender a
demandas específicas inerentes à implementação de Empreendimentos em Economia
Solidária (EES). Nesta pesquisa, temos como foco uma marcenaria coletiva feminina de
um assentamento rural, caracterizada como um EES. Esta marcenaria nasceu da vontade,
de um núcleo de mulheres agricultoras familiares e de baixa renda, de consolidar um
processo de aprendizagem em serviços deste tipo, surgindo como um projeto baseado em
três características fundamentais: processo, gestão e produto. Por processo, entende-se a
participação das marceneiras em todas as fases de decisão, bem como a sua capacitação; a
gestão vem embasada na articulação de diferentes agentes, como os assessores e as
próprias marceneiras, e a possibilidade de geração de renda; por fim, o produto, é resultado
do desenvolvimento de componentes e sistemas construtivos utilizando recursos locais.
Economia Solidária
Para isso ser revertido, seria preciso que a economia fosse solidária em vez de
competitiva. Assim, segundo Singer (2002), os participantes na atividade econômica
deveriam ser cooperadores entre si em vez de competidores.
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A INCOOP faz parte das ITCP’s, Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares e atua em
empreendimentos em economia solidária buscando atingir o processo político de conquista da cidadania.
Comunicação Científica
A solidariedade na economia só pode se realizar se ela for organizada
igualitariamente pelos que se associam para produzir, comerciar,
consumir ou poupar. [...] todos os sócios têm a mesma parcela do capital
[...] o mesmo direito de voto em todas as decisões. Este é o princípio
básico. [...] Ninguém manda em ninguém. [...] se a cooperativa progredir,
acumular capital, todos ganham por igual. Se ela for mal, acumular
dívidas, todos participam por igual nos prejuízos e nos esforços para
saldar os débitos assumidos (SINGER, 2002, p. 9-10).
O modo como as empresas são administradas parece ser a principal diferença entre
economia solidária e capitalista. Essa última aplica a heterogestão, na qual a administração
é hierárquica, formada por níveis sucessivos de autoridade, entre os quais as informações
fluem de baixo para cima e as ordens ao contrário. Enquanto um EES aplica a autogestão,
ou seja, é administrado democraticamente, de modo que as ordens e instruções fluem de
baixo para cima, já as demandas e informações de forma inversa. De acordo com Singer
(2002), a autogestão exige um esforço adicional dos trabalhadores, pois além de cumprir
suas tarefas, cada um tem de se preocupar com os problemas do empreendimento.
Etnomatemática
De acordo com Knijnik (2009), visto que a Matemática envolve o estudo da cultura
de um grupo específico, nunca devemos fazer do outro sujeito o nosso governo, pois, como
etnomatemáticos, temos o objetivo de dar visibilidade a outras culturas, buscando inclusão
social. Foucault (apud KNIJNIK, 2009, p. 137) define a expressão “saber dominado” como
uma série de saberes que tinham sido desqualificados como não competentes ou
insuficientemente elaborados: saberes ingênuos, hierarquicamente inferiores, saberes
abaixo do nível requerido de conhecimento e cientificidade. Esse tipo de saber, que
podemos classificar como particular, regional ou local nos interessa bastante do ponto de
vista da Etnomatemática, pois por meio da comparação deste conhecimento com o que é
cientificamente aceito pela sociedade poderemos verificar que lugar a Matemática ocupa
nesse contexto e como poderemos intervir.
Procedimentos Metodológicos
Esse processo terá como saída o planejamento e, assim, pode ser executado o
serviço (Quadro 5). Essa execução gerará o produto confeccionado, o qual será entrada
para o penúltimo processo: Entregar o Produto e Receber o Pagamento (Quadro 6). Caso
não seja possível entregar o produto ao seu comprador, este deverá ser estocado; senão,
esse processo terá como saídas o produto entregue ao cliente e a renda bruta, isto é, o
pagamento efetuado pelo cliente. Finalmente, ao receberem esse valor (em reais), as sócias
da marcenaria poderão calcular e dividir a renda líquida obtida (Quadro 7), subtraindo os
gastos do valor da renda bruta. A saída final dessa Cadeia Produtiva será a renda líquida
dividida entre as integrantes desse EES que participaram da confecção do referido produto.
Na sequência deste projeto de pesquisa, a fim de compreender melhor cada uma das
etapas de produção desse empreendimento, detalhamos separadamente cada um dos
processos, separando-os em sete “quadros”. E, como ilustração, neste trabalho
apresentaremos dois desses subfluxogramas, um referente ao cálculo da quantidade de
madeira líquida (Quadro 1) e outro concernente ao cálculo do orçamento (Quadro 3).
Comunicação Científica
Considerações Finais
Agradecimento
Referências
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu
Abramo, 2002.