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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0000.19.013930-3/000 Númeração 0139303-


Relator: Des.(a) Moreira Diniz
Relator do Acordão: Des.(a) Moreira Diniz
Data do Julgamento: 12/06/2019
Data da Publicação: 17/06/2019

DIREITO CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO


PÚBLICO - CANDIDATO CLASSIFICADO DENTRO DO NÚMERO DE
VAGAS OFERECIDAS - PRAZO ORIGINAL DO CERTAME EXAURIDO -
DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO - PRECEDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL - NÃO CONVOCAÇÃO - ATO COATOR VIOLADOR
DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - RE 598.099 - SITUAÇÃO QUE AFASTA
A OBRIGAÇÃO DA ADMINITRAÇÃO DE NOMEAR - AUSÊNCIA -
SEGURANÇA CONCEDIDA.

- O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas


previstas em edital deixa de ter mera expectativa, para adquirir direito
subjetivo à nomeação para o cargo a que concorreu e foi habilitado.
Ademais, o prazo original do certame já se exauriu, não havendo justo motivo
para a Administração não ter nomeado todos os aprovados dentro do número
de vagas.

- No julgamento do Recurso Extraordinário 598.099, com repercussão geral


reconhecida, o Supremo Tribunal Federal assentou a tese objetiva de que
"determinadas situações excepcionais podem exigir a recusa da
Administração Pública de nomear novos servidores", sendo que "para
justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por
parte da Administração Pública, é necessário que a situação justificadora
seja dotada das seguintes características: (...) b) Imprevisibilidade: a situação
deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à
época da publicação do edital". Contudo, no caso, não restou comprovada a
situação de recusa justificada por parte da Administração para não nomear
candidato aprovado dentro do número de vagas.

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V. v. - O Mandado de Segurança deve ser instruído com prova pré-


constituída de suas alegações. Logo, no ato de impetração, o prazo final de
validade do concurso já deve se encontrar exaurido.

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 1.0000.19.013930-3/000 - COMARCA DE


CATAGUASES - IMPETRANTE(S): VINICIUS DE SOUZA VIEIRA MUNIZ -
AUTORID COATORA: GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS -
INTERESSADO(S): ESTADO DE MINAS GERAIS

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, o ÓRGÃO ESPECIAL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em CONCEDER A SEGURANÇA, VENCIDO O QUINTO VOGAL.

DES. MOREIRA DINIZ

RELATOR.

DES. MOREIRA DINIZ (RELATOR)

Cuida-se de mandado de segurança impetrado por Vinicius


De Souza Vieira Muniz contra ato omissivo imputado ao Governador do
Estado de Minas Gerais (documento 01).

O impetrante alega que prestou concurso público regido pelo


Edital SES/MG 02/2014, tendo sido aprovado e classificado em 1º. Lugar
para o cargo E10 - Especialista em Políticas e Gestão da Saúde/Vigilância
em Saúde/Farmácia, para a cidade de Leopoldina; que o edital previu uma
vaga para o cargo pretendido, restando classificado dentro do número de
vagas; que possui direito líquido e certo à nomeação; que "uma vez
publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da
administração que declara e homologa os candidatos aprovados no certame
cria um

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dever de nomeação da própria administração e, portanto, um direito a


nomeação do candidato aprovado do numero das referidas vagas"; que
"quando da veiculação expressa da necessidade de prover determinado
número de cargos através da publicação de edital de concurso, a nomeação
e posse de candidato aprovado dentro das vagas ofertadas transmuda-se de
mera expectativa a direito subjetivo, sendo ilegal o ato omissivo da
administração que não assegura a nomeação de candidato aprovado e
classificado até o limite de vagas previstas no edital, por se tratar de ato
vinculado"; que a Administração Pública, para se eximir de nomear
candidatos aprovados no concurso, deve observar os requisitos
estabelecidos no RE 598.099/MS, o que, nos dizeres do impetrante, não é o
caso dos autos; e que "vale destacar que dentro de tais condicionantes deve
a administração pública provar ainda que não havia meios menos gravosos e
excepcionais para justificar a não nomeação, não devendo ser considerado
como justificativa a mera observância da Lei de Responsabilidade Fiscal do
estado, como é o caso dos autos".

Pugna pela concessão da segurança, para "prover ao


Impetrante a nomeação para o cargo de especialista em políticas e gestão da
saúde, com especialidade em farmácia (Cargo E10 do Edital);" (documento
11).

Indeferido o pedido liminar (documento 16), o Governador do


Estado prestou informações, alegando que deve ser observada a situação de
calamidade financeira do Estado, imprevisível à época da edição do Edital do
certame; que "a nomeação de todos os aprovados dentro do número de
vagas, sem aferir os locais com as necessidades mais prementes do Estado,
apenas agravará a situação econômica"; que o Supremo Tribunal Federal
tem entendimento no sentido de que, em situações excepcionais, a
Administração Pública pode recusar a nomeação de candidato aprovado
dentro do número de vagas (Suspensão de Tutela Antecipada 871); e que a
situação se enquadra na exceção prevista na tese jurídica fixada no RE
598.099.

Há parecer Ministerial, pela concessão da segurança


(documento 28).

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A nomeação do candidato para cargo público, a princípio,


depende da necessidade da Administração.

Todavia, a partir do momento em que a Administração


divulga, através do instrumento convocatório, a necessidade de prover
determinado número de vagas, o que era um ato discricionário torna-se ato
vinculado para o Poder Público, ensejando, em contrapartida, direito
subjetivo à nomeação e à posse, para os candidatos aprovados e
classificados dentro do número de vagas. Tal entendimento, do direito
subjetivo à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas,
já é pacífico na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo
Tribunal Federal.

No caso, o impetrante Vinicius de Souza Vieira Muniz prestou


concurso para o cargo de Especialista em Políticas e Gestão da
Saúde/Vigilância em Saúde/Farmácia, para o Município de Leopoldina, cujo
edital previa 01 (uma) vaga (documento 05 - página 26), tendo atingido, após
a classificação final, a 1ª. posição (documento 06 - página 103).

Portanto, o impetrante se classificou dentro do número de


vagas ofertadas no instrumento convocatório do concurso, o que lhe garante
direito subjetivo à nomeação de imediato.

Afinal, se foi ofertada uma vaga é porque havia


disponibilidade financeira e a necessidade da Administração de
preenchimento da vaga.

O Supremo Tribunal Federal, em dois julgamentos, ambos de


relatoria do Ministro Ricardo Lewandowisk, já reconheceu o direito subjetivo
à nomeação em casos semelhantes ao presente. Confira-se:

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO QUE PASSA A
FIGURAR DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL.

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DESISTÊNCIA DE CANDIDATO CLASSIFICADO EM COLOCAÇÃO


SUPERIOR. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. I
- O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 598.099/MS, Rel. Min. Gilmar
Mendes, firmou entendimento no sentido de que possui direito subjetivo à
nomeação o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no
edital de concurso público. II - O direito à nomeação também se estende ao
candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, mas que
passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de candidatos
classificados em colocação superior. Precedentes. III - Agravo regimental
improvido" (RE 643674 AgR; Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI;
Segunda Turma; DJ 13/08/2013; DP 28/08/2013).

"AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL DISSOCIADAS DO QUE
DELIBERADO NA DECISÃO MONOCRÁTICA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
284 DO STF. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. FISIOTERAPEUTA. CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO NÚMERO
DE VAGAS PREVISTO NO EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO. AGRAVO
IMPROVIDO. I - Deficiente a fundamentação do agravo regimental cujas
razões estão dissociadas do que decidido na decisão monocrática. Incide, na
hipótese, a Súmula 284 desta Corte. II - O Plenário desta Corte, no
julgamento do RE 598.099/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, firmou
jurisprudência no sentido do direito subjetivo à nomeação de candidato
aprovado dentro do número de vagas previstas no edital de concurso público.
Tal direito também se estende ao candidato aprovado fora do número de
vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em
decorrência da desistência de candidatos classificados em colocação
superior. III - Agravo Regimental improvido" (ARE 675202 AgR; Relator: Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma; DJ 06/08/2013; DP
22/08/2013).

Vale destacar que, que o Supremo Tribunal Federal, no


julgamento do Recurso Extraordinário nº. 598.099, cujo acórdão foi publicado
em 03/10/2011, com repercussão geral declarada, embora tenha
reconhecido que, dentro do prazo de validade do concurso, a Administração
poderá escolher o momento no qual se realizará a

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nomeação, deixou claro que a mesma não poderá dispor sobre a nomeação,
a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando
aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder Público; ressalvando,
contudo, a existência de situações excepcionalíssimas que justifiquem
soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse
público. Confira-se:

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO


PÚBLICO. PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO
DO S CAN D I D A T O S A P R OVADOS. I. DIREIT O À NOM EAÇ Ã O.
CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS
NO EDITAL. Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração
poderá escolher o momento no qual se realizará a nomeação, mas não
poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital,
passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um
dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com
número específico de vagas, o ato da Administração que declara os
candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato
aprovado dentro desse número de vagas. II. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. BOA-FÉ. PROTEÇÃO À
CONFIANÇA. O dever de boa-fé da Administração Pública exige o respeito
incondicional às regras do edital, inclusive quanto à previsão das vagas do
concurso público. Isso igualmente decorre de um necessário e incondicional
respeito à segurança jurídica como princípio do Estado de Direito. Tem-se,
aqui, o princípio da segurança jurídica como princípio de proteção à
confiança. Quando a Administração torna público um edital de concurso,
convocando todos os cidadãos a participarem de seleção para o
preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela
impreterivelmente gera uma expectativa quanto ao seu comportamento
segundo as regras previstas nesse edital. Aqueles cidadãos que decidem se
inscrever e participar do certame público depositam sua confiança no Estado
administrador, que deve atuar de forma responsável quanto às normas do
edital e observar o princípio da segurança jurídica como guia de
comportamento. Isso quer dizer,

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em outros termos, que o comportamento da Administração Pública no


decorrer do concurso público deve se pautar pela boa-fé, tanto no sentido
objetivo quanto no aspecto subjetivo de respeito à confiança nela depositada
por todos os cidadãos. III. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. NECESSIDADE
DE MOTIVAÇÃO. CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. Quando se
afirma que a Administração Pública tem a obrigação de nomear os
aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em
consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o
interesse público. Não se pode ignorar que determinadas situações
excepcionais podem exigir a recusa da Administração Pública de nomear
novos servidores. Para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do
dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a
situação justificadora seja dotada das seguintes características: a)
Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional
devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame
público; b) Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por
circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;
c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser
extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d)
Necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever
de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação
excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear candidato
aprovado dentro do número de vagas deve ser devidamente motivada e,
dessa forma, passível de controle pelo Poder Judiciário. IV. FORÇA
NORMATIVA DO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO. Esse
entendimento, na medida em que atesta a existência de um direito subjetivo
à nomeação, reconhece e preserva da melhor forma a força normativa do
princípio do concurso público, que vincula diretamente a Administração. É
preciso reconhecer que a efetividade da exigência constitucional do concurso
público, como uma incomensurável conquista da cidadania no Brasil,
permanece

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condicionada à observância, pelo Poder Público, de normas de organização


e procedimento e, principalmente, de garantias fundamentais que
possibilitem o seu pleno exercício pelos cidadãos. O reconhecimento de um
direito subjetivo à nomeação deve passar a impor limites à atuação da
Administração Pública e dela exigir o estrito cumprimento das normas que
regem os certames, com especial observância dos deveres de boa-fé e
incondicional respeito à confiança dos cidadãos. O princípio constitucional do
concurso público é fortalecido quando o Poder Público assegura e observa
as garantias fundamentais que viabilizam a efetividade desse princípio. Ao
lado das garantias de publicidade, isonomia, transparência, impessoalidade,
entre outras, o direito à nomeação representa também uma garantia
fundamental da plena efetividade do princípio do concurso público. V.
NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO" (destaquei -
RE 598099, Relator: Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em
10/08/2011, repercussão geral - mérito DJe-189 divulg. 30-09-2011, public.
03-10-2011).

No caso, o concurso, com prazo de validade de dois anos, foi


homologado em 12/02/2015, ao passo que até o presente momento o
Governador do Estado não nomeou o impetrante, que se classificou dentro
do número de vagas.

Destaco que o presente feito foi impetrado em 12/02/2019


(Recibo de Protocolização), ou seja, quando o prazo original do certame já
havia se esgotado.

Na verdade, no presente caso, até mesmo o prazo adicional,


decorrente da prorrogação, se esgotou; e não houve a nomeação, e do
exame do ato de prorrogação permite constatar que houve prorrogação sem
explicitação dos motivos para tanto.

Sobre isso, conforme já decidido pelo Colendo Superior


Tribunal de Justiça no julgamento do REsp 1.235.844/MG, é possível a
prorrogação do prazo de validade do concurso, desde que essa, a
prorrogação, seja motivada, com a referência a situações especiais,
extraordinárias.

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E o Superior Tribunal deixa claro que, esgotado o prazo


original de validade do certame e havendo prorrogação, a mesma deve se
dar por motivo extraordinário, devidamente justificado no ato de prorrogação,
sem o qual faz surgir o direito de o candidato ser nomeado.

No caso, quando da prorrogação, não houve motivação.

Não há dúvida a respeito do entendimento do Superior


Tribunal de Justiça, no sentido de que é da autoridade administrativa a
prerrogativa de, dentro do prazo de validade do certame, nomear o candidato
aprovado em concurso público, e classificado dentro do número de vagas
postas em disputa, quando entender conveniente.

Ocorre que essa jurisprudência, a meu ver, se refere ao prazo


original de validade do concurso, não se aplicando a situações como a
destes autos, em que o impetrante restou classificado dentro do número de
vagas, e o prazo original do concurso já se esgotou.

A prorrogação é admissível, mas, seja no tocante à


prorrogação, seja no que tange à ausência de nomeação do candidato,
mostra-se indispensável a indicação das razões para a prorrogação e para a
não nomeação do candidato.

E isso não foi feito pela autoridade do certame; o prazo


originário do concurso já se exauriu, e a prorrogação do mesmo se deu sem
motivação, não havendo, nesse caso, prerrogativa da autoridade
administrativa a decisão quanto à conveniência do tempo da nomeação.

O Governador do Estado, nas informações, também não


apresentou, de forma motivada, situações justificadoras para, até o
momento, não nomear o impetrante.

E não venha o Estado de Minas Gerais, hoje, dizer que

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a não nomeação se deu em razão de dificuldade financeira. Afinal, se foram


ofertadas vagas é porque havia disponibilidade financeira e a necessidade da
Administração de preenchimento da vaga.

Se não houve nomeação e o certame teve o seu prazo de


validade prorrogado, então deveria ter lançado motivação; o que não foi feito
pela Administração.

E se havia precariedade da situação financeira do Estado, em


lugar de prorrogar o prazo o adequado teria sido deixar perecer o concurso,
com a mesma motivação, isto é, dificuldade financeira.

Ainda que se pretenda alegar isso como motivo para a não


nomeação, é preciso ver que o concurso de que tratam estes autos foi
homologado em 2015, ocasião em que o Estado de Minas Gerais já se
encontrava com dificuldades financeiras.

Todavia, mesmo com as dificuldades financeiras sofridas pelo


Estado, o concurso teve seu resultado homologado, com a consequente
confirmação da necessidade e da conveniência do provimento dos cargos.

Logo, se a vaga foi posta em disputa é porque a autoridade


verificou a necessidade de seu provimento e a capacidade financeira para
tanto.

Ainda se não bastasse, mesmo com a crise financeira, o que


se vê em diversas ações neste tribunal são questionamentos sobre
contratação precária no âmbito do Estado Minas Gerais. A contratação
temporária, seja ela regular ou não, indica disponibilidade financeira do
Estado.

Mas não é só isso, o Estado alega falta de recursos públicos


para nomear os candidatos aprovados dentro do número de vagas, mas não
apresenta Projeto de Lei de iniciativa do Governador extinguindo os cargos
públicos para os quais os candidatos foram

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aprovados.

Nesse sentido, não se desconhece a tese objetiva assentada


em sede de repercussão geral no julgamento do mencionado Recurso
Extraordinário 598.099, de que "determinadas situações excepcionais podem
exigir a recusa da Administração Pública de nomear novos servidores",
sendo que "para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de
nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a situação
justificadora seja dotada das seguintes características: (...) b)
Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias
extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;".

Contudo, no caso, não restou comprovada a situação


imprevisível, apta a ensejar a recusa justificada por parte da Administração
para não nomear candidato aprovado dentro do número de vagas, pelas
razões já expostas.

Nesse contexto, por mais que o estado esteja passando por


dificuldades financeiras, deve ser reconhecido o direito do impetrante à
nomeação, pois ele foi aprovado dentro do número de vagas, o cargo vago
ainda existe nos quadros da Administração Pública e a presunção é de que
este cargo é necessário para o funcionamento da máquina pública.

O fato é que foi aberto o concurso, foi oferecida 1 (uma) vaga,


o impetrante foi aprovado e classificado em primeiro lugar, após se preparar,
estudando e fazendo despesas, e agora se vê sem a nomeação, já finalizado
o prazo adicional de validade do concurso, sem que a autoridade lhe tenha
dado a mínima satisfação a respeito das razões de sua não nomeação.

Se a vaga foi posta em disputa é porque a autoridade verificou


a necessidade de seu provimento e a capacidade financeira para tanto.

A atitude da autoridade desrespeita o cidadão, e viola

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direito líquido e certo do impetrante de se ver nomeado.

No caso - renovo e reforço a observação - até mesmo o prazo


adicional de validade do concurso já se esgotou.

Nesse contexto, considerando que o impetrante foi aprovado


dentro do número de vagas, restando demonstrada a necessidade da
Administração de prover o cargo e a disponibilidade financeira, o
Governador, deverá nomear o impetrante incontinenti, ainda mais
considerando que o prazo adicional do certame também já se esgotou.

Com tais apontamentos, concedo a segurança, para


determinar que o Governador do Estado de Minas Gerais nomeie,
incontinenti, o impetrante.

Custas, pelo Estado, isento, por força de lei.

A espécie não comporta condenação em honorários


advocatícios.

DES. ALEXANDRE SANTIAGO

Cuida-se de Mandado de Segurança em que pretende


o impetrante, aprovado em 1º lugar para o cargo de Especialista em
Políticas e Gestão da Saúde - Vigilância em Saúde, com curso
superior em Farmácia (CARGO - E10), unidade administrativa de Juiz de
Fora/MG, no concurso público regulado pelo Edital nº. 02/2014 da
SES/MG, que previa 01 (uma vaga) para referida localidade.

O em. Desembargador Relator entendeu que, tendo o


prazo original do certame se esvaído, configurado estaria o direito
líquido e certo do impetrante. Acrescentou que, ademais, o prazo
adicional, decorrente da prorrogação, sem explicitação

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dos motivos para tanto, também se esgotou, não tendo havido ainda sua
nomeação.

Com a devida venia, ouso divergir nos termos a seguir.

Entendo que o direito líquido e certo do impetrante já


deve se encontrar violado no momento em que a ação foi ajuizada. Ou
seja, no ato de impetração do writ, o prazo de validade já deveria se
encontrar exaurido, incluindo, nesse prazo, inclusive, o da prorrogação,
sendo certo que a sua expiração no trâmite da demanda não faz
surgir o direito do impetrante de concessão da segurança.

Frise que, consoante documento constante à ordem 07,


foi divulgado que o concurso permaneceria vigente até 14/02/2019,
tendo sido o presente mandamus impetrado em 12/02/2019, ou seja, 02
(dois) dias antes do seu definitivo exaurimento.

Tanto assim o é que no Mandado de Segurança


nº 1.0000.19.010456-2/000, de minha relatoria, indeferi de plano a
petição inicial em virtude do certame ainda se encontrar no prazo de
validade.

Isso porque a Administração Pública possui a liberalidade


de escolher o momento da nomeação, enquanto não findar o prazo de
validade do concurso.

Ademais, conforme é cediço, o Mandado de Segurança


não admite instrução probatória, como a ação ordinária. Por essa
razão, deve a impetrante apresentar com a inicial todas as provas que tiver
e quiser fazer no processo, salvo se estas provas estiverem em poder da
autoridade impetrada, quando a requerente poderá pedir ao juiz que as
requisite, conforme disposto no artigo 6º, parágrafo único, da Lei nº.
12.016/09.

E, no caso dos autos, considero que, no momento de

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impetração do mandamus, este não se encontrava devidamente instruído


com provas pré-constituída de suas alegações.

Logo, como no ato de impetração do Mandado de


Segurança ainda existia violação do direito pretendido, tenho que
deve ser denegada a segurança.

Por todo o exposto, DENEGO A SEGURANÇA.

Custas ex legis.

Sem honorários advocatícios, nos termos do artigo 25 da


Lei nº. 12.016/2009.

DES. EDGARD PENNA AMORIM

De início, registro que perfilhava o entendimento de que a


aferição da existência de direito líquido e certo se dava no momento da
impetração e não em decorrência de causas que ocorressem durante o
trâmite do "mandamus". Contudo, em virtude do entendimento majoritário
deste eg. Órgão Especial, quando do julgamento do Mandado de Segurança
n.º 1.0000.18.143179-2/000 em 24/04/2019, reposiciono-me para, com fulcro
no art. 493 do CPC, reconhecer que fatos constitutivos, modificativos e
extintivos do direito devem ser considerados no momento da prolação da
decisão também em sede de mandado de segurança, como no caso em tela,
em que a expiração do prazo de validade se deu em momento posterior à
impetração da ação mandamental.

Anoto, outrossim, que nos processos semelhantes de minha


Relatoria tenho diferido o exame do pedido liminar para após a apresentação
das informações pela Autoridade apontada coatora, a fim de que se elucidem
as razões que motivaram a não nomeação de candidato aprovado dentro do
número de vagas até a expiração do prazo de validade do certame.

Porém, no caso em tela, do exame das informações

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prestadas, percebe-se que, embora o impetrado tenha invocado a situação


fiscal de calamidade financeira do ente público como fundamento para
denegação da segurança, é certo que os documentos colacionados aos
autos, quais sejam, o Relatório de Gestão Fiscal e as Notas Técnicas da
Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais e da Secretária de Estado
de Saúde não se mostram suficientes para demonstrar a presença dos
requisitos elencados no RE 598.099/MS, de relatoria do Min. GILMAR
MENDES, julgado pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal em regime de
repercussão geral, o qual fora citado para justificar o referido ato omissivo.

Sabe-se que, em regra, o mencionado precedente preceitua


que os candidatos aprovados dentro do número de vagas possuem direito à
nomeação após a expiração do prazo de validade, de modo que, nessa
hipótese, a Administração Pública tem sua discricionariedade restrita em face
da proteção da boa-fé e da confiança. Assim, apenas em situações
excecionalíssimas, em que esteja sobejamente comprovada a configuração
dos pressupostos descritos naquele julgado, seria possível justificar o não
cumprimento do dever de nomeação pelo impetrado.

A propósito, é necessário que as circunstâncias justificadoras


da negativa da Administração Pública sejam caracterizadas pela: i)
superveniência; ii) imprevisibilidade; iii) gravidade; e iv) necessidade. No
entanto, como dito, as informações não esclarecem, de forma minudente, a
adequação da tese ao caso concreto a fim de afastar a configuração do
direito líquido e certo à nomeação da parte impetrante.

Com efeito o quadro comparativo dos anos de 2014 a 2018


apenas demonstra o crescimento da despesa com pessoal do Poder
Executivo naquele lapso temporal e o resultado fiscal do ESTADO DE
MINAS GERAIS no mesmo período, enquanto que a Nota Pública da
Secretária de Estado de Saúde descreve que a necessidade de nomeação
para o concurso público regido pelo Edital SES n.º 02/2014 - ao todo 1.605
cargos, sendo 975 para carreira de Técnico de Gestão de Saúde e 630 para
Especialista em Políticas e Gestão de

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Saúde - foi atendida, em parte, embora tenham sido aprovados 1.292


candidatos, em virtude da negativa da COF aos pedidos contidos nos ofícios
por ela enviados, com base no Decreto Estadual n.º 46.804, de 21/07/2015,
que estabeleceu que a COF poderia deliberar sobre política de pessoal que
acarrete despesas orçamentárias, e no Decreto Estadual n.º 47.101, de
05/12/2016, que atesta a situação de calamidade financeira no âmbito
estadual. Com base nisso, a partir de 14/09/2017, teriam sido aprovadas
apenas as nomeações que não ocasionassem aumento de despesa, por
decorreram de desligamentos por aposentadoria, exonerações e
falecimentos após 30/09/2015.

Ora, não se desconhece a situação fiscal do ente público; no


entanto, a demonstração dos requisitos dispostos no RE 598.099/MS
pressupõe que o Poder Público comprove que, diante da exaustão financeira,
foram implementadas as providências necessárias e adequadas, conforme
art. 169, §§ 3º e 4º, da Lei de Responsabilidade Fiscal, e que, ainda sim, é
impositiva a recusa ao direito subjetivo do candidato aprovado dentro do
número de vagas, conforme já decidiu o col. Superior Tribunal de Justiça (cf.
RMS n.º 058463, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe
27/08/2018), o que, a meu ver, demanda a juntada ampla de provas, a qual,
não ocorreu no caso em exame.

Com tais ressalvas e por tais motivos, na esteira do em.


Relator, concedo a segurança.

DES. DÁRCIO LOPARDI MENDES

O douto Relator está concedendo a segurança, para


determinar a nomeação da impetrante no cargo para o qual fora aprovada.

Embora entenda que não se pode obrigar a Administração


Pública a proceder à nomeação de candidato aprovado dentro do número de
vagas ofertadas no Edital até que expire o prazo de validade, inclusive da
prorrogação, acompanho o resultado encontrado pelo ilustre Colega, pois
entendo que é mesmo o caso de

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se conceder a segurança.

Com efeito, a parte impetrante comprovou por meio da


documentação acostada a inicial que foi aprovada na 1ª colocação para o
cargo de Especialista em Políticas e Gestão da Saúde na área de
Enfermagem, com previsão de 01 vaga para livre concorrência e 01 vaga
reservada para deficientes conforme previsto no Edital SES/MG 02/2014.

Portanto, trata-se a parte impetrante de candidato aprovado


dentro do número de vagas previstas no Edital. A existência de vagas
disponíveis, nos termos do Edital, confere à autora direito subjetivo à
imediata nomeação.

A questão encontra-se sedimentada no âmbito do egrégio


STF. O posicionamento firmado pelo Pretório Excelso encerra a discussão
sobre o tema, confira-se:

"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO


COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. 1. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE
VAGAS: DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. 2. CONTRATAÇÃO
TEMPORÁRIA. PRETERIÇÃO DE CANDIDATO. BURLA AO PRINCÍPIO DO
CONCURSO PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. 1. O candidato aprovado dentro do número de vagas
previsto no Edital de concurso público tem direito subjetivo à nomeação
durante o prazo de validade do concurso. Tema cuja repercussão geral foi
reconhecida. Precedente. 2. A contratação temporária de pessoal, no período
de validade do concurso público, configura preterição do candidato aprovado
e intolerável burla ao princípio do concurso público." (ARE 816455 AgR,
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 05/08/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-158 DIVULG 15-08-2014 PUBLIC 18-08-
2014)

Além disso, o concurso foi homologado em 12/02/2015 e


prorrogado até 14/02/2019, ou seja, já expirado o prazo de validade.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Data venia, a ausência de nomeação da parte impetrante é


situação inconcebível, que viola o princípio do concurso público.

Assim, presente o fumus boni iuris, uma vez que encerrado o


prazo de validade do concurso, não foi a impetrante nomeada, embora tenha
se classificado dentro das vagas inicialmente previstas no Edital para o cargo
da área de Enfermagem.

Da mesma forma, também está presente o perigo da demora,


pois, trata-se de verba de caráter alimentar, não havendo que se falar em
onerosidade para o Estado, pois se trata de vaga já prevista em Edital.

Argumentos genéricos relacionados a orçamento não podem


servir para afastar o direito da parte, sob pena de se dar margem ao
cometimento de injustiças.

Ademais, não se pode esquecer que, se a Administração


realizou concurso para o preenchimento de certo número de cargos públicos,
presume-se que existia verba suficiente para o seu provimento.

Mediante tais considerações, CONCEDO A SEGURANÇA.

DES. RENATO DRESCH

Acompanho o voto do e. Relator por considerar o


entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, em repercussão geral,
no sentido de que somente o candidato aprovado dentro do número de vagas
previstas no edital tem direito à nomeação, assim como que o surgimento de
novas vagas não gera, de forma automática, o direito à nomeação do
candidato aprovado fora do número de vagas.

O direito subjetivo à nomeação decorre da preterição

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

na observância da ordem classificatória ou quando a Administração preterir,


de maneira arbitrária e imotivada, os candidatos, desde que não haja
comprovada situação excepcional (RE 837311/PI, Rel. Min. LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, DJe 18/04/2016; RE 598.099-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, DJe 03/10/2011).

No presente caso, verifica-se que o impetrante foi aprovado


em 1º lugar (JPe nº 6, fl. 103) no concurso público regido pelo Edital SES/MG
nº 02/2014 para o cargo E01 - Especialista em Gestão da Saúde /Vigilância
em Saúde/Farmácia, lotação em Alfenas, para o qual foram oferecidas 02
vagas (JPe 5, fl. 21).

O concurso foi homologado e, depois, prorrogado o prazo de


validade para até 14/02/2019 (JPe nº 7).

A alegação da autoridade coatora de crise financeira em


ações individuais, por si só, não obsta a possibilidade de determinar a
nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas previsto do
edital em concurso, cujo prazo de validade expirou, de modo que entendo
que o Estado de Minas Gerais deveria ajuizar ação coletiva para discutir a
redução de suas receitas, ao ponto da exaustão orçamentária, para, assim,
obter o direito de não nomear candidatos aprovados dentro do número de
vagas em concursos públicos.

Portanto, o impetrante foi aprovado dentro do número de


vagas previstas em certame cujo prazo de validade expirou, de modo que
tem o direito líquido e certo de ser nomeado ao cargo ao qual concorreu.

Com essas considerações, acompanho o voto do e. Relator.

É como voto.

DES. ARMANDO FREIRE - De acordo com o Relator.

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DES. WANDERLEY PAIVA - De acordo com o Relator.

DES. MOACYR LOBATO - De acordo com o Relator.

DES. AMORIM SIQUEIRA - De acordo com o Relator.

DES. EDISON FEITAL LEITE - De acordo com o Relator.

DES. GILSON SOARES LEMES - De acordo com o Relator.

DES. KILDARE CARVALHO - De acordo com o Relator.

DES. MÁRCIA MILANEZ - De acordo com o Relator.

DES. ANTÔNIO CARLOS CRUVINEL - De acordo com o Relator.

DES. WANDER MAROTTA - De acordo com o Relator.

DES. AUDEBERT DELAGE - De acordo com o Relator.

DES. BELIZÁRIO DE LACERDA - De acordo com o Relator.

DES. PAULO CÉZAR DIAS - De acordo com o Relator.

DES. DOMINGOS COELHO - De acordo com o Relator.

DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO - De acordo com o Relator.

SÚMULA: CONCEDERAM A SEGURANÇA, VENCIDO O QUINTO


VOGAL

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