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ICMS
Características do ICMS
Imposto nacional de imposição estadual
São 27 legislações (cada estado elabora a sua) e há também regras de
uniformização. Representa cerca de 95% da receita tributária dos Estados. Do valor
arrecadado, 25% se destina aos municípios, conforme o valor adicionado e a população
(CF, art. 158, IV e LC 63/90):
Art. 158 da CF - Pertencem aos Municípios:
[...]
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Salienta-se que o estado não pode diminuir a quota do município por meio da
concessão de benefício fiscal.
Trata-se de tributo que onera o CONSUMO
É um tributo que é cobrado em todas as etapas do ciclo de circulação da riqueza,
desde o produtor primário, passando pela indústria, o atacado, o varejo e chegando ao
consumidor. Grosso modo, incide sobre a venda.
O fato gerador é bilateral
Nesse sentido, difere dos impostos sobre a propriedade, cujo fato gerador é
unilateral com apenas um sujeito passivo. O Imposto de Renda, por exemplo, tem por
fato gerador o acréscimo patrimonial, que ocorre para apenas um sujeito. Por outro lado,
quando o fato gerador é bilateral, há dois ou mais sujeitos passivos.
O ISSQN e o IPI funcionam da mesma forma, sendo também bilaterais. No caso
do ICMS, na consequência da norma vai aparecer ou o comprador ou o vendedor.
Tributo indireto – contribuinte de direito X contribuinte de fato
Nos tributos indiretos, o contribuinte de direito repassa o ônus financeiro pelo
mecanismo de preços (art. 166 do CTN):
Art. 166 do CTN - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
O contribuinte de direito, a empresa, que pagou indevidamente tributo indireto
para a Fazenda, para que possa obter a restituição, precisa provar que não incluiu esse
imposto no preço, ou então que, tendo incluído no preço, ela está autorizada por esse
contribuinte de fato (que suportou o encargo) a pedir a restituição.
E aí vem o grande problema que, cada vez que se paga o ICMS de modo
indevido, assim como o IPI e o ISS (tributos da mesma família), sempre terá que se
provar em razão desse artigo do CTN e da jurisprudência.
O contribuinte de direito tem que provar que não passou para o contribuinte de
fato porque nos tributos indiretos as figuras do contribuinte de direito e do contribuinte
de fato estão em pessoas separadas – por outro lado, nos tributos diretos, os
contribuintes de fato (quem suporta o ônus do tributo) e de direito (quem paga) estão
reunidos na mesma pessoa.
Na vida real, o prof. disse que nunca viu alguém conseguir provar que não
repassou para o contribuinte de fato. É a chamada prova diabólica porque é prova
negativa. Para provar isso teria que abrir a contabilidade e fazer uma perícia.
Exemplo: Hoje não se faz mais isso, mas antigamente, quando se ia ao livreiro
comprar o Código Tributário, poderia acontecer. Supondo-se que metade da turma
comprou num dia e metade no outro dia e na hora de emitir a nota fiscal, foi para a
contabilidade do livreiro na coluna tributável (e livro é imune) e a outra metade foi
lançada na coluna imune. Só que, vendo nas notas fiscais, todos os livros foram
vendidos por R$ 70,00. Logo, como os lançados nas duas colunas foram ambos
vendidos por R$ 70,00, a prova ficaria fácil. Mas isso é exemplo de sala de aula, porque
normalmente na vida real, para se fazer tal prova, é caro, complicado e geralmente pra
que houve repasse.
Histórico do ICMS
O IVC, imposto sobre vendas e consignações era o imposto que havia antes do
ICM (este sendo o antecessor do ICMS). O IVC era estadual. E o IEE era o imposto de
exportação dos estados.
Depois passamos a ter o ICM, que é da Constituição de 1967. Se pegar o ICMS
da nova constituição no que diz respeito apenas às mercadorias, é o ICM daquela época.
Isso foi trazido para a nova Constituição e acrescentados os serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, senão vejamos:
Art. 155 da CF - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores.
Observação: sobre transporte intramunicipal, dentro do mesmo município,
incide o ISS.
No regime anterior, o serviço de transporte era tributado por um imposto da
União, chamado ISQR, e também pelo município na prestação de serviço. Hoje, no
transporte dentro do próprio município incide só o ISS. E o interestadual e
intermunicipal são tributados pelos estados, podendo ser instituído o ICMS.
Com relação às comunicações, o município também tributava. O Decreto-Lei
406 de 1968 tratava do ICM antigo e do ISS municipal. E nesse decreto constava uma
lista de serviços com 101 itens e no item 98 havia o serviço de comunicação de um para
outro telefone dentro do mesmo município (telefonia). Hoje é só o Estado. Na CF/88,
quando se fala em interestadual e intermunicipal, isso se refere somente ao transporte.
Quanto à comunicação trata-se do gênero, qualquer comunicação, não está restrito a
interestadual e intermunicipal.
Com a CF/88, foi recepcionada a parte do DL 406 relacionada às mercadorias
(operação e circulação de mercadorias), só não havia no DL a parte de transporte e de
comunicação. De 1988 até 1996 permaneceu assim, até ser editada a Lei Kandir, a qual
revogou o DL 406 (exceto o art. 9º do DL que continua em vigor).
No Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 34, havia a previsão de
que se não fosse editada legislação complementar para tratar do ICMS em 120 dias, os
estados poderiam fazer um convênio entre eles para tratar do tema. E houve um imenso
convênio entre os estados, o convênio 66 de 1988. De 1988 até 1996 vigorou o
convênio 66. Esse convênio foi tido pela jurisprudência do STF como lei complementar
porque surgiu do vácuo do legislador federal. Somente após oito anos, a lei
complementar foi editada.
Foi instituído, então, o ICMS (art. 155 da CF). O art. 150, parágrafos 6º e 7º
também tem a ver com o ICMS. Vejamos:
Art. 155 – CF/88 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Exportações
Algumas coisas podem ser mencionadas quanto aos tratados internacionais.
Existem as imunidades constitucionais previstas no art. 155 da CF, mas também
existem imunidades em outros artigos esparsos da CF.
O art. 155 dispõe que são imunes exportações para o exterior (de serviços, de
mercadorias, etc.), isto é, sobre elas não incide o tributo. A imunidade constitucional é
uma vedação ao poder de tributar para aqueles fatos estabelecidos pela CF.
Art. 155 da CF - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
XII - cabe à lei complementar:
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços
e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a";
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro
Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
Operações interestaduais
Além daquelas questões das exportações, temos somente outra imunidade, que é
energia, petróleo e derivados nas operações interestaduais, consoante previsão do art.
155, §2º, X, b:
Art. 155. da CF - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:
X - não incidirá:
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;
Só que a CF não fala se é para consumo ou para industrialização ou
comercialização. Vejamos que a CF não especifica, falando apenas que a operação
interestadual é imune. A Lei Kandir tratou disso posteriormente, restringindo a
imunidade às operações de comercialização e industrialização (o prof. acha que é
inconstitucional).
Benefício do não-estorno
Art. 155, § 2º, XII da CF - cabe à lei complementar:
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro
Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
Princípios
Legalidade
Para o ICMS se aplicam todos os princípios constitucionais aplicáveis aos
tributos em geral, dentre eles o da legalidade.
Todo que qualquer benefício fiscal é dependente de convênio entre os estados. O
art. 150, I e § 6º assim dispõe:
Art. 150 da CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
Portanto, a lei que concede isenções e benefícios fiscais deve ser específica e
regular exclusivamente matérias determinadas ou o correspondente tributo ou
contribuição. Ademais, o final do dispositivo acima transcrito aponta que deve ser
respeitado o art. 155, § 2º, XII, alínea g - o qual dispõe, basicamente, sobre a
dependência de convênio quanto a benefícios fiscais relativos ao ICMS – qualquer
benefício fiscal).
Nesse sentido, vale citar a Lei Complementar 24/75, que ainda tem validade na
parte que regulou os convênios – embora tenha perdido a validade no tocante a outros
aspectos. Essa LC prevê que os convênios serão aprovados por unanimidade e
revogados por quatro quintos.
Art. 2º da LC 24/75 - Os convênios a que alude o art. 1º, serão celebrados em
reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os
Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo
federal.
§ 1º - As reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria
das Unidades da Federação.
§ 2º - A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos
Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá de
aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes.
Se o RS, por exemplo, quer um benefício fiscal sobre o vinho produzido aqui,
terá que ter a aprovação de todos os estados presentes na reunião que firmar o convênio.
É preciso que esse convênio, que é um ato administrativo em forma normativa,
seja aprovado por algum legislativo. Assim, o convênio tem que ser aprovado pela
Assembleia Legislativa para que tenha vigência. A Constituição Estadual do RS afirma
que deve haver aprovação desses convênios.
Pode acontecer que o Governador não encaminhe ao legislativo. E se o
Governador não encaminha, não terá vigência. Se ele encaminhar, a Assembleia pode
aprovar, reprovar ou silenciar. E se ela silencia há um problema, afinal, é preciso que a
Assembleia se manifeste para que seja atendido o princípio da legalidade. A
Assembleia, em tese, irá se manifestar no prazo regimental. Caso a Assembleia não
observe os prazos regimentais para editar o decreto, entendeu o Judiciário que o
convênio será considerado vigente (aprovação pelo silêncio legislativo).
Existe a chamada guerra fiscal no Brasil (no âmbito dos estados e no âmbito dos
municípios). Na verdade, a disposição constitucional do art. 155, § 2º, XII, alínea g, foi
introduzida para evitar a guerra fiscal.
155, § 2º, XII - cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.
A guerra fiscal acontece porque os governadores, em geral, violam a
constituição. Um exemplo foi o governador de SC na guerra dos portos, ele concedia
benefício fiscal para que as importações acontecessem por lá e fazia isso por decreto,
sequer utilizava lei para tanto (que é necessária para tal objetivo). Na sequência, outro
estado reclamava para o STF, e quando entrava a ADI, o governador revogava o
decreto. Aí no dia seguinte, depois que a ADI perdia o objeto ele editava novamente o
decreto. E o contribuinte? Tal situação feriria os princípios da proteção da confiança, da
segurança jurídica.
Não-cumulatividade
A esse respeito, cabe ressaltar os seguintes dispositivos constitucionais:
155, 2º, da CF - O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo
Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da
legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
Esse aspecto da cumulatividade tem a ver com o valor agregado (slide 9),
assunto que será explorado adiante na aula.
Mas, basicamente, no ciclo de circulação de riqueza, o produtor não abate
imposto daquilo que compra; o industrial, por sua vez, abate aquilo pago pelo produtor
e assim sucessivamente (atacadista, varejista, consumidor).
Anterioridade anual
(slide 7)
A anterioridade anual foi introduzida pela Emenda 33. Se eu instituí um tributo
agora, só posso exigir esse aumento ou esse tributo novo no ano seguinte.
Quanto ao ICMS, há uma exceção, podendo, nesse caso, a alíquota ser reduzida
e depois reestabelecer a alíquota anterior sem ter que respeitar a anterioridade. Vejamos
a seguir:
Art. 155, § 4º da CF - Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-
á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º,
XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
Já em uma operação em que há redução da base de cálculo, é preciso respeitar a
anterioridade segundo o STF.
E há uma súmula antiga do Supremo, Súmula 615, segundo a qual a revogação
de isenção não viola o princípio da anterioridade. Vejamos:
Súmula 615 do STF - O princípio constitucional da anualidade (§ 29 do art.
153 da Constituição Federal) não se aplica à revogação de isenção do ICMS.
Casos salientados no slide 7 e mencionados pelo prof.:
Revogação de isenção do ISS não viola o princípio da anterioridade (RE
204062);
Redução ou extinção de desconto do IPVA não viola o princípio (ADI-
MC 4016);
Revogação de crédito de ICMS viola o princípio da anterioridade (ADI-
MC 2325).
Anterioridade nonagesimal
Entre a instituição do tributo ou seu aumento até a exigência do novo tributo ou
do aumento tem que decorrer 90 dias. Aplica-se também para o caso de redução e
reestabelecimento da alíquota, aqui não há exceção.
O STF decidiu que prorrogação de alíquota majorada não precisa respeitar o
princípio (RE 584.100).
Seletividade
A CF fala quanto ao ICMS que poderá ser seletivo. Já no IPI, a CF fala que
será seletivo. Ou seja, o estado pode ou não adotar a seletividade em relação ao ICMS.
Art. 155, § 2º da CF - O imposto previsto no inciso II atenderá
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
mercadorias e dos serviços;
Se eu quiser fazer seletividade, tenho que colocar pelo menos duas alíquotas,
uma mais alta e uma mais baixa. Só que o estado perverte tudo isso, porque telefonia e
energia elétrica têm alíquotas muito altas (o estado acha que não é essencial??).
Uma coisa é poder adotar ou não adotar, outra coisa é, em adotando, não fazer
seletividade de verdade. Isso não tem sido discutido no judiciário. Na verdade, no ICMS
são três alíquotas básicas: 25%, 17% e 12%. A primeira para armas e munições (25%),
para o geral 17% e para bens de primeira necessidade 12%. No RS, há uma redução de
base de cálculo para bens de primeira necessidade e fica em 7%.
Tipicidade (princípio implícito)
A norma jurídica tem que indicar a situação e a consequência jurídica.
Regras de correção
Regra da regularização ou reversão
Sempre que na etapa seguinte não tiver tributação, tenho que anular o direito de
abatimento do crédito anterior. Isso se chama em contabilidade de estorno. Quando não
for tributada a operação seguinte, o direito de abatimento da etapa anterior tem que ser
estornado. Anula-se o imposto da etapa anterior sempre que não for tributada a etapa
seguinte, sempre que não houver saída tributada.
Regra do rateio
Se eu tenho um direito de crédito, tenho que fazer um rateio proporcional. Se eu
compro 100 reais de mercadoria (de matéria prima), vou fabricar 50 peças que vão sair
tributadas e 50 que vão sair não tributadas, vou fazer o rateio. Na questão do ativo
permanente e do ativo imobilizado temos a seguinte regra: se você vender o bem antes
de terminar a vida útil dele, por exemplo, se você tem uma máquina e com essa máquina
você produz bens tributados e não tributados, você pega 1/48 e faz um cálculo de rateio:
quantas peças a máquina fabricou que são tributadas e quantas que não são tributadas.
Regra do teto (regra do batente)
É uma ideia de limite. O direito de abatimento jamais pode representar
devolução para o contribuinte. Digamos que eu compre uma mercadoria por R$ 100,00.
Exemplo, sapatos femininos. Determinados modelos de sapato, se não vendeu em
determinada época, depois nem doando ele sai da loja. Vamos supor que o cara
comprou um monte de sapato desse tipo B e ocorreu esse problema, e ele está vendendo
por R$ 90,00. Supondo alíquotas de 10%. Ele comprou e incidiu R$ 10,00 de imposto e
vendeu, incidindo R$ 9,00. Ele vai abater R$ 10,00 de R$ 9,00? Não pode! Fica [– 1,00]
menos um.
Esse R$ 1,00 que sobra, teoricamente ele poderia, vendendo um outro tipo de
sapato, o tipo A, que está “bombando”, ele está vendendo por R$ 200,00. Nesse cenário,
eu tenho R$ 20,00 de imposto na saída e R$ 10,00 na entrada. Se eu pudesse colocar
aquele – R$ 1,00 (menos um), em vez de eu pagar R$ 10,00, vou pagar só 9,00 porque
tenho R$ 1,00 que sobrou. O crédito não poderia representar uma devolução porque eu
estaria devolvendo esse R$ 1,00 para o contribuinte, na medida em que estou pagando
só R$ 9,00 no sapato B. Quando permito que seja abatido no sapato A, estaria
devolvendo. O limite para o abatimento é, portanto, o imposto incidente na saída. Eu
tenho que anular esse R$ 1,00. Portanto, trata-se de uma aplicação parcial da
regularização também.
Aula 03 – 23/08/2018 – Continuação ICMS
Na última aula vimos sobre Teoria dos Impostos sobre Valor Agregado bem
como as regras de correção. Então, segundo a regra da reversão, que é a regra total,
sempre que não for tributada a fase seguinte do ciclo de circulação tem que anular o
imposto da etapa anterior, ou seja, não há direito de abatimento.
Vimos a regra do rateio, a qual significa que se a operação seguinte é parte não
tributada e parte tributada, anula-se parcialmente.
E a regra do teto, segundo a qual, a não tributação nunca deve representar
devolução de imposto para o sujeito contribuinte, então sempre que o imposto da saída
da etapa seguinte for menor do que o imposto incidente na etapa anterior, estorna-se,
anula-se a diferença, não pode abater a totalidade daquele imposto da etapa anterior. Em
Síntese:
Regras de Correção
Reversão ou Regularização – anula o imposto da etapa anterior sempre que
não houver saída tributada.
Pro rata – anulação é proporcional às saídas não tributadas – se a operação
seguinte é parte não tributada e parte tributada anula-se parcialmente.
Teto (La Règle du Butoir) – o crédito não pode representar devolução de
imposto – a não tributação nunca deve representar a não tributação. Estorna-se a
diferença. Não pode abater a totalidade daquele imposto da etapa anterior.
Agora nós vamos transpor tudo isso para o ICMS brasileiro. Observação: o prof.
pulou alguns slides porque os slides vão além do que vai ser dado na aula.
NORMA TRIBUTÁRIA
Consequência – quanto paga – não cumulatividade
Vamos passar para o slide 80 e seguintes, na questão da não cumulatividade do
ICMS. Vimos, na introdução, que existem três tipos de imposto: tipo produto bruto, tipo
renda líquida e tipo consumo. O tipo produto bruto é aquele que permite o abatimento
apenas do que ingressar no estabelecimento e que depois vai sair fisicamente em nova
operação. Se aquilo que ingressar no estabelecimento não sair fisicamente, não dá
direito de abatimento.
Dedução ou crédito antes da L. 87
Integração física ou
Não integração física Consumição imediata e consumição rápida (casuística
jurisprudencial): não pode ser parte e peça, não precisa integrar e deve
consumir-se no processo, imediata, diretamente (prazo razoável de 60/90 dias).
Antes da Lei 87, havendo integração física - o bem entrou no estabelecimento e
saiu do estabelecimento - não há duvida quanto ao abatimento. O problema é quando
não há integração física – a respeito, os franceses faziam aquela distinção entre
consumição rápida e consumição imediata.
Aqui, na jurisprudência brasileira, tínhamos o seguinte: não podia ser parte e
peça de bens do ativo imobilizado, porque antes da lei 87, toda a legislação do ICMS,
assim como era também no antigo ICM, não dava direito a abatimento.
O ativo imobilizado não dava direito ao abatimento, porque entrava no
estabelecimento e não saía (um caminhão, uma máquina para linha de produção). Não
precisava a rigor integrar o produto eventualmente industrializado, como a questão da
lixa que o prof. mencionou, mas tinha que se consumir no processo de industrialização
imediata e diretamente, num prazo razoável (até 90 dias). Essas três condições eram
necessárias antes da Lei 87 - portanto, na vigência do convênio 66.
Em síntese: só se podia abater aquilo que ingressava no estabelecimento para
depois sair e, como o ativo imobilizado não dava direito de abatimento, parte e peça
também não dava direito de abatimento. Então, precisava haver integração física e, no
máximo se admitia, se não houvesse integração física, aquilo que se consumisse no
processo de industrialização (essa consumição rápida seria uma coisa de prazo razoável
de até 90 dias).
Dedução ou crédito depois da L. 87
Crédito físico (ativo permanente) combinado com crédito financeiro (energia,
telefone e bens de uso e consumo (arts. 20 e 33, I, II e III – seguem abaixo com a
redação atual)
Art. 20. Da LC 87/96 - Para a compensação a que se refere o artigo
anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto
anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao
seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização
de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas,
ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do
estabelecimento.
§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do
estabelecimento os veículos de transporte pessoal.
§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no
estabelecimento ou a prestação de serviços a ele feita:
I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou
produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou
estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de saída para o exterior;
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a
prestação subseqüente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto,
exceto as destinadas ao exterior.
§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não
se aplique, no todo ou em parte, a vedação prevista no parágrafo anterior.
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos
créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas
ao ativo permanente, deverá ser observado: (Redação dada pela LCP nº
102, de 11.7.2000) (Vide Lei Complementar nº 102, de 2000) (Vide Lei Complementar
nº 102, de 2000)
Então alguns disseram que isso é compensação. Lá no direito civil, para haver a
compensação, você tem que ter dois créditos vencidos com obrigações de lado a lado. E
no caso, quando você compra a mercadoria de outro sujeito em relação de direito
privado é diferente da relação de direito tributário público que você tem com o Estado, e
quando você compra e adquire o direito de crédito, a dívida não está vencida, a dívida é
com o Estado, não tem nada a ver com o outro sujeito. Então, na verdade, não há uma
compensação, não há duas dívidas – uma contra a outra -, não há dois créditos vencidos
e não há deveres opostos, então, tecnicamente, não é uma compensação.
Logo, o “compensando-se” não tem nada a ver com compensação no sentido
técnico. A compensação é com o montante cobrado nas operações anteriores. Então se
não foi cobrado não pode abater, mas o fisco diz o seguinte: você comprou um monte de
mercadoria e o cara quebrou e não pagou o estado. Na sequência, vieram os créditos
trabalhistas e tomaram todo o patrimônio, e se ainda tivesse bens, a União teria
preferência ao Estado. No fim, o fisco te autua, dizendo que tu não pode abater porque
não foi cobrado.
Contudo, não é nesse sentido que a CF utilizou a palavra, é no sentido de
imposto incidente na etapa anterior, ou seja, se houve fato gerador na etapa anterior
(não houve isenção, não houve não incidência), você tem o direito de abater porque o
contribuinte que compra a mercadoria não tem nada ver com o sujeito que não
pagou, não vai ir lá perguntar para o sujeito se ele não tá devendo, isso não existe nos
negócios. Aparentemente, se está tudo ok, você compra. Isso não se aplica somente para
esse caso do sujeito que quebrou. Também se aplica a outros casos, sendo necessário
apenas que você esteja de boa-fé (não estar de conluio com quem vendeu a mercadoria),
se você está de boa-fé, você tem direito de abatimento.
Aliás, a jurisprudência mudou um pouco. Antes acontecia o seguinte: o sujeito
não pagava imposto por uma razão ou outra. Então, o fisco estadual de outro estado -
por exemplo, lá do Norte ou Nordeste - baixava de ofício a inscrição do sujeito na
Fazenda (fechava o sujeito teoricamente do ponto de vista fiscal porque você não estaria
mais inscrito na Fazenda como contribuinte). Agora isso já não acontece muito porque
tem a Nota Fiscal eletrônica que quando você digita no sistema, que é todo integrado, já
ocorre o bloqueio. Mas antes, quando a nota era de papel, isso ocorria muito. O estado
baixava de ofício o sujeito, e eu tinha comprado dele. O fisco poderia alegar que tu
comprou do cara que tinha baixado a inscrição. Poderia estar baixado ou até foi baixado
depois que eu comprei, isso não interessa. O fato é que eu estou de boa-fé, não combinei
nada com ninguém. O problema é do fisco com o outro sujeito.
A jurisprudência, mais tarde, entendeu que se fosse publicado no Diário Oficial
de um estado, teria o efeito público, então se o sujeito comprasse daquele que estava
devendo, entendia-se que estava de má-fé porque se presumia que ele sabia.
Basicamente, o sujeito tinha que ler o diário oficial de Pernambuco, por exemplo, para
saber que o sujeito de quem tu comprou estava baixado.
E essa é a jurisprudência atual hoje: se a Fazenda publicou no Diário Oficial e
excluiu o contribuinte do cadastro e você comprou a mercadoria, você é tido como
de má-fé porque você não poderia ignorar a publicidade do Diário Oficial.
Noção de mercadoria
A CF não usou compra e venda, nem atos de comércio, etc.
Usou “operações” e “prestações”, termos neutros à fórmula jurídica
Nenhum bem é mercadoria por natureza
Poderíamos procurar o conceito no antigo Código Comercial: mercadoria é o
objeto da mercancia. Esse seria o conceito. Mas esse conceito cria alguns problemas: e o
produtor agropecuário que vende seus produtos, mas não é comerciante? Tanto o antigo
ICM como o ICMS incidem nos bens desse produtor, e que, do ponto de vista técnico
do direito comercial antigo não é mercadoria. Logo, a mercadoria precisa estar no ciclo
de circulação, visando ao consumidor, mas não necessariamente precisa ser um
comerciante.
É relevante a “intenção” do agente de inserir o bem no ciclo de
circulação, o qual é teleológico
Podem ser atos que envolvem dois comerciantes (um compra do outro para
revender, por exemplo), sendo ato de comércio para os dois; pode acontecer de termos
um comerciante e um consumidor, resultando em ato de comércio para um e ato civil
para outro (vou na loja comprar uma roupa para mim, por exemplo). Outro exemplo:
um comerciante de confecções e outro que vende eletrodomésticos. O sujeito das
confecções compra um ar condicionado do sujeito dos eletrodomésticos para colocar no
escritório da empresa. O dono das confecções não vai revender o ar condicionado,
portanto, trata-se de ato de comércio para o de eletrodomésticos e ato civil para o
comerciante que comprou para uso do ativo imobilizado dele. Então, salienta-se que,
entre dois comerciantes, o ato pode ser de comércio para um e civil para o outro. Agora
pensemos nesses mesmos dois comerciantes: o cara dos eletrodomésticos vai até o cara
das confecções e vê um quadro com a pintura na parede do escritório do sujeito, de um
pintor famoso e demonstra intenção de comprar o quadro. Nesse caso, o ato não é de
comércio para nenhum dos dois, porque o quadro é do imobilizado do das confecções e
vai para o imobilizado daquele dos eletrodomésticos.
A destinação é imposta pela “intenção” de inserir a mercadoria no
ciclo de circulação
Tem que haver uma intenção dele de fazer isso. Desde que o homem pescava
dois peixes e só consumia um, vendia o outro para o vizinho.
Habitualidade e intenção de lucro normalmente caracterizam o bem
como mercadoria, mas não são essenciais para o ICMS (não são
elementares do tipo do imposto)
O lucro é fato gerador de outro imposto, do imposto de renda. O imposto não é
sobre acréscimo patrimonial. As competências não se misturam, são estanques,
separadas. Claro que se houver habitualidade e houver intenção de lucro isso
obviamente será mercadoria, mas se não houve não quer dizer que não é.
A Lei cria alguns problemas, porque no art. 4º, parágrafo único, ora se afirma
que precisa de habitualidade ora que não precisa, e depois se menciona volume que
caracterize o intuito comercial. Vejamos:
Art. 4º da LC 87/96 - Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que
realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial,
operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que,
mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: (Redação dada pela
Lcp 114, de 16.12.2002)
I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua
finalidade; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se
tenha iniciado no exterior;
III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou
abandonados; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos
derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização. (Redação dada pela
LCP nº 102, de 11.7.2000)
Há uma fase grave de desemprego, vamos supor que um sujeito era operário da
indústria. O cara vai lá em Ciudad del Este no Paraguai, e comprou, para o grenal, 100
radinhos e aí vendeu os radinhos até chegar o fiscal, aí ele alega que era pra consumo.
Como era para consumo? Não é possível que ele vá ouvir 50 radinhos ao mesmo tempo.
Ele é um comerciante eventual. O fiscal vai autuar e cobrar o imposto porque ele está
vendendo mercadoria em razão do volume. Ademais, não tem habitualidade, é um
comerciante eventual. A mercadoria não é aquele conceito clássico que estávamos
falando do art. 191 do Código Comercial antigo. O prof. tá fazendo uma argumentação
para raciocinar juridicamente para saber o que é mercadoria no mundo real.
O lucro é essencial para o IR, outro imposto, não para o ICMS
Quando o consumidor retira o bem do ciclo de circulação, este deixa
de ser mercadoria, qualidade que readquire se for novamente reinserido
no ciclo
LC 87/96, art. 4º (transcrito acima)
Habitualidade – AI, AgR 177698
Volume que caracterize intuito comercial
Sem habitualidade (parágrafo único) – RE 439796 – RE 474267
Esses dois acórdãos se referem à importação do exterior. Um banco importa do
exterior computadores, por exemplo. O banco não vende computadores, mas vai incidir
ICMS nessa importação porque o conceito de mercadoria tem que estar no ciclo de
circulação, tem que haver uma intenção de inserir a mercadoria no ciclo. Outro
exemplo, quando a gente negocia automóvel ou um eletrodoméstico: vou lá e entrego o
carro velho e compro um novo, nesse caso não tenho que pagar ICMS porque é um bem
de uso meu, não é mercadoria. A partir do momento em que a empresa compra e vai
vender esse automóvel usado ela vai inserir o bem de novo no ciclo de circulação.
Quando o bem sai do ciclo de circulação? Na última fase, do varejista para o
consumidor. No momento em que compro, como consumidor, um automóvel, é um ato
civil para quem está comprando e a partir daquele momento, ele passa a ser um bem de
uso meu, e se eu vender para o meu amigo, não incide ICMS porque o bem está fora do
ciclo de circulação (não apenas porque nenhum de nós é comerciante).
Ademais, sobre bens trazidos do exterior para uso próprio incide ICMS. Incide
aqui uma questão de territorialidade. A operação começa com a saída, nesse caso saída
do comerciante estrangeiro e vem para o consumidor. Digamos que fosse um
automóvel. Se fosse de um importador nacional, eu pagaria o imposto embutido na nota.
Aqui também eu poderia, eventualmente, dizer que a loja de automóvel não paga o
imposto, mas sim o consumidor. Relembrando os fatos geradores bilaterais no ITBI
(compra e venda de imóvel), qualquer das partes envolvida na operação pode ser
contribuinte, é a lei que vai determinar.
Para ser contribuinte, basta eu ter capacidade contributiva (um tem porque está
vendendo o outro porque está comprando, logo a lei pode eleger como contribuinte
qualquer um dos dois). Para a Fazenda, no âmbito interno, é mais fácil escolher a
pessoa jurídica, o vendedor. Contudo, quando envolve um vendedor no exterior, é
mais fácil escolher o comprador que está aqui.
É uma questão de isonomia: não pode haver distinção em razão da origem e do
destino do bem. Se eu compro um automóvel no mercado interno com tributação, por
que eu comprando do exterior não vai incidir?
O fato gerador acontece porque há operação de circulação de mercadoria.
Vamos supor agora que uma concessionária compre 100 automóveis para
revender e chega aqui e pega 3 para uso da empresa, foram imobilizados, ela vai vender
somente 97. Esses outros 3 foram retirados do ciclo de circulação, não sendo mais
mercadoria. E quando ela vender esses 3 automóveis, vai pagar o ICMS? Não, porque
ela está vendendo um bem de uso próprio dela, que não é mercadoria. Portanto, sobre
venda de bem do ativo imobilizado, segundo a jurisprudência, não incide ICMS. E aqui
existe a possibilidade, obviamente, de haver algum tipo de fraude.
Atos bifrontes (já analisado melhor acima)
Dois comerciantes
Um comerciante e um consumidor
Dois comerciantes para revenda (ato clássico de comércio)
Prestações de serviços
De transporte interestadual e intermunicipal
Não abrange o serviço intramunicipal (dentro do próprio município, que é
tributado pelo ISS municipal), incidindo apenas sobre serviço de transporte
intermunicipal e interestadual.
De comunicação
Não há limitação do espaço
Nos serviços de comunicação não incide a limitação interestadual e
intermunicipal.
Habilitação de celular não é comunicação – STF, ARE-AgR 770102 – RE
572020 – STJ, - é um serviço de valor agregado, que está nessas leis
mencionadas nos slides sobre serviço de comunicação. E o STJ acabou
sumulando:
Súmula 350 do STJ - O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de
telefone celular.
Perecimento
Deterioração
Extravio
Furto ou roubo – ainda não é fato gerador.
Essas situações acima são posteriores à etapa anterior, e seguem a regra de
regularização do imposto da etapa anterior, anulando-se o imposto da etapa anterior.
Nos casos de perecimento (pode ser em transporte ou no próprio
estabelecimento, como um incêndio, por exemplo), anula-se o imposto da etapa
anterior. E se for furto, roubo, tem que fazer registro da ocorrência, etc. E por que o
imposto não é sobre valor agregado? Primeiro, porquanto se vendesse com prejuízo
teria que pagar e também porque, embora não seja sobre valor agregado, adota-se uma
tecnologia jurídica que é própria dos tributos sobre valor agregado. Só não é sobre valor
agregado porque o fato gerador não ocorre sobre valor agregado.
Riscos do dono
CIF – cost, insurance and freight
Exemplo: o sujeito A do RS e o sujeito B em SP. Sai para o sujeito A e entra
para o sujeito B. Se for CIF, do ponto de vista jurídico, a mercadoria só sai da
disponibilidade do A quando ele entrega para o B. Até chegar ao B, é transportada por
conta e risco do A, portanto, se ela perecer no meio do caminho, esse sujeito que vendeu
e debitou o imposto na saída, pode anular no débito do imposto porque o fato gerador
da operação não se completou, portanto não houve fato gerador (a mercadoria não
chegou, não foi transmitida a propriedade). Inclusive, eventualmente, por circunstâncias
contratuais, vai ter que enviar outra mercadoria.
FOB – free on board
Se for FOB a tradição se dá antes, sendo a mercadoria transportada por conta e
risco do sujeito B (utilizando o exemplo acima). Se sinistrar no caminho, ela perece para
o B, e portanto, o imposto que pagou na saída está bem pago, não há o que anular. Caso
queira outra mercadoria, B tem que comprar outra mercadoria, pagando novo imposto.
A disponibilidade jurídica é o que importa.
Quanto ao slide 25, o prof. falou do aspecto espacial, para haver tributação tem
que ter convênio. Se o RS quiser tributar em SP tem que ter convênio. O fato gerador
ocorre onde se encontra a mercadoria ou onde se encontre quando ocorrer a situação
irregular (caminhão por exemplo). Mencionou também que, na importação é a entrada
física ou domicílio do adquirente.
Por fim, o professor passou brevemente pelos slides 26, 27 e 28, mas não
mencionou quase nada sobre o conteúdo deles.
Aula 04 – 30.08.2018 – Conclusão ICMS
Perdi uns minutinhos iniciais!!
A própria CF estabeleceu uma bitributação constitucionalmente expressa (é o
154, inciso II?). Fora disso não existe bitributação, não existe possibilidade lógico-
jurídica de bitributação.
Se pensássemos de forma simplista que a venda da caneta por uma livraria, por
ser produto industrializado, teria a incidência do IPI, teríamos o mesmo em relação ao
ICMS, porque o produto industrializado é também ou pode ser uma mercadoria.
Portanto, o fato gerador do IPI é a industrialização somada ao negócio jurídico.
Serviços da Lista do ISS
Quanto ao ISS, a Constituição, no art. 156, inciso III dispõe da seguinte forma
(também compete ao Distrito Federal – ver art. 147 da CF):
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
Então, os serviços objeto da incidência desse tributo são, segundo a CF, os de
qualquer natureza. Obviamente que, sendo as competências separadas, não compreende
os serviços do 155, II (compreende todos os serviços menos, então, transporte
interestadual, intermunicipal e telecomunicação – competência estadual).
Em 2003, foi editada a Lei Complementar 116. O Decreto Lei 406 continha uma
lista de serviços com 101 itens. A Lei nova de 2003 tem apenas 46 itens, porém, cada
item contém vários subitens, de modo que a lista é muito maior do que a lista antiga.
Havia a discussão se a lista era taxativa ou não. Quando a CF fala definidos em
Lei Complementar, estamos diante de uma norma constitucional de eficácia contida
definido em LC foi o Poder Constituinte Originário.
Houve sempre essa discussão se a LC poderia limitar a competência do
município, se ela estabelecesse uma lista e se o município poderia acrescentar outros
itens aumentando a lista de tamanho. Hoje a jurisprudência definiu que a lista é taxativa
na vertical (número de itens) e pode ser exemplificativa na horizontal dependendo da
redação do item (subitens de cada item) obviamente se restringindo aos limites legais.
Exemplo: há um item de serviços de informática e congêneres (do mesmo
gênero, não pode colocar coisas que não tenham a ver com o serviço de informática).
Vejamos que todos os subitens, os parágrafos e subitens, os incisos, devem ser
interpretados de acordo com o caput.
Essas expressões, em alguns itens, tornam os itens exemplificativos, podendo
haver ampliação da lista na horizontal, como “congêneres”, “obras semelhantes”,
“outros semelhantes”, etc.
Já o item 16 da lista, por exemplo, fala em “serviços de transporte de natureza
municipal” sem qualquer expressão que possa induzir ao aumento horizontal do item.
Então, o imposto sobre serviços, de competência municipal, tem como hipótese
de incidência os serviços de qualquer natureza definidos na lista (a competência do
município é a lista).
Quando estudamos o ICMS, o conceito não inclui serviços de competência do
município, porque a própria lei do ICMS diz que se ressalvam os serviços do município.
O art. 155, inciso IX, da CF diz que o ICMS incidirá também sobre o total da operação
quando mercadorias forem fornecidas (simultaneamente) com serviços não
compreendidos na competência dos municípios (serviços da lista).
Às vezes vemos escrito em algum lugar que o ICMS só incide sobre serviços de
transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação, e isso está ERRADO, porque
quando mercadorias forem fornecidas conjuntamente com serviços que não estão na
lista municipal, incide, sobre o total da operação, o ICMS.
Ver quadro dos slides (slide 6 do ISS): serviços incluídos na lista e serviços não
incluídos na lista.
Claro que serviços puros, sozinhos, o estado só tributa os transportes e
comunicação.
Se for sem fornecimento de mercadoria, não há tributação nenhuma, nem por
ICMS nem por ISS. Por que não pelo ISS? Porque não estando na lista, o município não
tem competência para tributar e o estado não pode tributar também porque não há
fornecimento simultâneo de mercadoria.
Se os serviços estiverem na lista, e forem fornecidos com mercadoria, temos
duas divisões: ressalvados na lista e não ressalvados na lista. Se for sem
fornecimento de mercadoria, não há problema, porque a tributação então seria só pelo
ISS (estando na lista).
Quando tem fornecimento de mercadoria, conjuntamente com serviço, e o
serviço está na lista (competência municipal), há um conflito. Vejamos o que diz, a esse
respeito o parágrafo segundo do art. 1º da LC 116/2003:
Art. 1º da LC 116/03 - O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a
prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias.
Infelizmente, segundo o Prof., a Lei não foi técnica. No item 7.02, a Lei coloca
“exceto fornecimento de mercadorias” (mercadoria é um conceito específico do ICMS,
porque temos os bens móveis, que são um gênero, e mercadoria é uma espécie do
gênero bens móveis em geral). O item 14.03 fala parte e peça. No item 17.11 fala
fornecimento de alimentação e bebidas (não fala mercadoria). A lei não teve técnica
para tratar do assunto e sabemos que, para ser ICMS, tem que ser mercadoria.
Segundo a Lei (e não segundo a CF) deve haver uma separação. O contribuinte
tem que separar os serviços das mercadorias. Podem, nesse contexto, ocorrer alguns
problemas.
Exemplo: o sujeito vai à oficina para trocar o escapamento do carro e custaria
R$ 800,00 com a mão de obra incluída. Como a alíquota do ISS é de no máximo 5%, a
do ICMS é de 18%, o cara coloca o preço no escapamento de R$ 50,00 e na mão de
obra, R$ 750,00, para pagar menos imposto.
Lembrando que tem que separar SOMENTE quando houver a ressalva na lista.
Segundo ponto é ver como faz com o que não estiver ressalvado na lista, que é o
que determina o parágrafo 2º do art. 1º. Com interpretação combinada com a lista, o
Município cobra o ISS sobre os serviços e sobre os bens móveis que forem junto com os
serviços. De onde foi tirada a competência do município tributar bens móveis, bens
materiais móveis? No art. 156 da CF (competência municipal), o inciso I trata da
propriedade territorial urbana e o inciso II, da transmissão de imóveis. A tributação
sobre bens móveis está no 156, inciso III da CF, que fala do ISS (bens imateriais, que
são os serviços).
Então, de acordo com o Professor, o município não tem competência para
tributar bens materiais imóveis.
Ademais, não existe venda de mercadoria sem que haja, em alguma medida uma
prestação de serviços.
Exemplo: a compra de um terno na loja em que o alfaiate faz ajustes. Não estou
indo na loja para contratar o alfaiate, fui lá para comprar o terno. O serviço se incorpora,
nesse caso, o serviço do balconista, etc. Isso tudo se incorpora no valor da mercadoria.
O serviço nesse caso não está sendo prestado de modo autônomo.
Exemplo: caso dos restaurantes em que não há apenas o fornecimento de
alimentação (mercadoria) mas de todo um serviço. Há súmula sobre o tema:
Súmula 163 do STJ - O fornecimento de mercadorias com simultânea
prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares
constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.
O fato de ser personalizado, juridicamente falando, não tem nada ver, na visão
do Professor. Se pensássemos assim, as fábricas de automóveis seriam somente
montadoras, então seria uma prestação de serviço. Esse tipo de interpretação pode levar
a esses absurdos.
Ademais, sempre que há a aplicação de bens materiais móveis e de serviços, em
operação capaz de modificar a natureza ou a finalidade ou aperfeiçoar para o consumo,
o serviço se incorpora ao valor do bem e o que se tem é produto industrializado e não
prestação de serviços. Portanto, fato gerador do IPI: operação industrial + negócio
jurídico.
Vejamos primeiro a questão do IPI no art. 46 do CTN:
Art. 46 do CTN - O imposto, de competência da União, sobre produtos
industrializados tem como fato gerador:
[...]
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
Por exemplo, a embalagem para fins de transporte não aperfeiçoa para o
consumo, mas outros tipos de embalagem aperfeiçoam para o consumo, como a
embalagem de um chocolate (só de olhar a embalagem, tu vai querer comprar). Quando
o art. fala em natureza, é a essência do produto, e a finalidade é o seguinte, servia para
uma coisa, e virou outra: era uma tábua e virou uma mesa.
Cronologicamente, a incidência do IPI precede a do ICMS, por isso a exceção
do 155, §2º, XI da CF:
§ 2º do art. 155 da CF - O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao
seguinte:
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre
produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
configure fato gerador dos dois impostos;
Essa exceção diz, em síntese, que quando a operação for fato gerador de ambos
os tributos, e for para comercialização ou para a industrialização, o ICMS não incide
sobre o IPI na mesma operação. Na verdade é a circunstância que envolve os dois
tributos.
Item 72 do DL 406:
72. Recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte,
polimento, plastificação e congêneres, de objetos não destinados à
industrialização ou comercialização;
Item 14. 05 da LC 116
14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte,
plastificação, costura, acabamento, polimento e congêneres de objetos
quaisquer. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
(slide 42 ICMS)
Como visto anteriormente, há reserva constitucional para que se celebrem
convênios entre os estados (arts. 150, § 6º, in fine e 155, § 2º, alínea “g” da CF). (??)
Percentuais interestaduais
12% MG, RJ, SP, PR, SC e RS.
7% demais estados.
4% transporte aéreo de transporte de carga, passageiro e mala postal. ADI
1600: cobrança para transporte de passageiro é inconstitucional.
Percentuais internos do RS
O ICMS poderá ser seletivo, segundo a CF. Se houver mais de uma alíquota,
significa que se adotou a seletividade. Tudo que não estiver nos 25% e nos 12%
(especificados na lei) está nos 18%.
17% é a regra geral (agora está em 18%).
25% armas, artigos de antiquários, aviões estrangeiros não comerciais,
bebidas, cigarro, energia elétrica mais de 40kW (deixa de ser essencial – ocorre que é
fácil gastar 40kW), gasolina, álcool, serviços de comunicação, perfumes e cosméticos,
dentre outros (ver art. 12 da L. 8.820/89 – do ICMS/RS - e alterações posteriores).
12% cesta básica – arroz, aves, gado, batata, feijão, etc.
Sujeição passiva
(slide 60 e seguintes)
Sujeição passiva direta: o contribuinte é o substituto. Para o professor,
especialmente na substituição para frente, o contribuinte não é sujeito passivo direto, o
qual é, na verdade, aquele que tem relação direta com o fato tributado.
Sujeição passiva indireta: sucessão (arts. 129/133 do CTN) e responsabilidade
(arts. 134/135 do CTN).
Substituição Tributária
(slide 68)
Vamos simular um ciclo de circulação com tributação normal (alíquota de 10%):
AB..........Base de cálculo 100, imposto incidente 10 (alíquota de 10%) – não
tem operação anterior, logo, não tem abatimento, pagam-se 10.
BC..........Base de cálculo 200, imposto 20 – abatem-se os 10 da operação an-
terior, pagam-se 10.
CD..........Base de cálculo 400, imposto 40 – abatem-se os 20 da operação an-
terior, pagam-se 20.
DE..........Base de cálculo 800, imposto 80 – abatem-se os 40 da operação an-
terior, pagam-se 40.
Total de imposto pago no ciclo: 10 + 10 + 20 + 40 = 80 (não houve
cumulatividade do imposto).
Nos casos de substituição, a lei dispõe que fica diferido o imposto da etapa
seguinte na venda do produtor para o comerciante ou para o industrial (substituição para
trás). Quando o sujeito vende o cigarro industrializado, vai pagar o imposto do cigarro
da operação dele e da anterior.
Substituição para frente: o da frente é substituído.
Substituição para trás: o de trás é substituído.
Vejamos um ciclo com substituição tributária e alíquotas de 10%, sendo de A até
B um exemplo de substituição para trás, regressiva e de C até E, exemplo de
substituição progressiva, para frente (ocorre, por exemplo, na indústria de fumo do RS):
ISS
Art. 156 da CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe
à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios
fiscais serão concedidos e revogados.
Contudo, sempre que a lei utilizar o termo congênere como espécie de serviço, a
jurisprudência entende que esse item é exemplificativo e deve ser interpretado dentro
dos limites semânticos das expressões utilizadas. Taxatividade na vertical e
exemplificatividade na horizontal.
Os últimos três itens inseridos foram suspensos pela liminar concedida pelo
Ministro Alexandre de Moraes. A suspensão dos dispositivos se deu em razão de falta
de densidade normativa (falta de elementos na lei que demonstram sua pouca clareza).
- Legalidade1
- Irretroatividade3
Tipicidade
Capacidade contributiva
- Não-confisco
- Igualdade
- Capacidade contributiva
- Tipicidade
1
Art. 150 da CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Inconstitucional a parte final do parágrafo a seguir descrito, uma vez que pode
haver prestação de serviços com fornecimento de materiais na qual, algumas vezes, o
ISS será sobre o serviço e o ICMS sobre os materiais:
Art. 1º da LC 116/03. Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como
fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que
esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias.
Como já vimos, o STF decidiu que a locação de coisas ou bens não é presta-
ção de serviços.
O STJ/STF já decidiram que o ISS incide sobre o leasing interno. Além disso,
caso houver descaracterização do leasing, será considerada compra e venda tributada
pelo ICMS.
Problema: se a base de cálculo é o valor do fato tributado, a base de cálculo do
leasing deveria ser o valor da operação (base de cálculo de outro imposto - ICMS).
Além disso, há mais um problema: o bem no leasing é “alugado” levando em conta a
vida útil em função da qual é fixado o valor residual.
Revogação ou não do art. 9º, § 2º, “b” do DL 406/68? Não houve revogação
expressa, pois o art. 10 da LC 116/2003 revoga expressamente os arts. 8º, 10, 11 e 12,
não fazendo referência ao art. 9º. Ocorre a revogação tácita somente quando a matéria
foi regulada por inteiro ou quando a lei nova é incompatível com a anterior – LINDB,
art. 2º, § 1º.
Este mesmo artigo define que o local da ocorrência do fato gerador pode ser o
estabelecimento do prestador ou o domicílio do prestador, na falta de estabelecimento.
Além disso, o inciso I do art. 3º da LC 116/03 possibilita o local do estabelecimento do
tomador ou do intermediário do serviço como aspecto espacial.
Anterioridade
Não se aplica a anterioridade anual seja para instituição seja para aumento do
imposto. Aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal.
Caso dos carros chineses importados pelo Brasil: muitos produtos chineses são
fabricados em grandes navios em alto mar. Aí, quando colocamos restrição ao produto
chinês no Brasil, vem como se fosse fabricado no Taiwan, e aí como não tínhamos
restrições para Taiwan, continuava a mesma coisa para eles. Os automóveis estavam
entrando no Brasil e deve ter havido reclamação das montadoras do Brasil para
aumentar o IPI e diminuir a importação. A empresa que importava entrou na justiça e o
Supremo concedeu: só pode depois de 90 dias da alteração da lei.
Seletividade
(slide 20)
É regra de proteção do contribuinte de fato. Alíquotas maiores ou menores são
estabelecidas por decreto do executivo dentro do limite mínimo e do limite máximo em
razão da essencialidade.
Há autores como Francesco Moschetto que dizem que o imposto deve ser
enxergado como um todo. Ele inclui, por exemplo, o contribuinte de fato dentro dessa
relação, e isso poderia ser fundamento para ver uma invalidade no art. 166 do CTN (que
dispõe que o contribuinte de fato não poderia discutir, estabelecendo uma presunção
juris tantum).
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
Nesse sentido, salienta-se que a legislação italiana tem uma disposição
semelhante com a do nosso Código e que foi declarada ineficaz pelo tribunal da
comunidade europeia. Esse tipo de dispositivo impossibilita o contribuinte de direito de
pedir restituição, na medida em que ele teria que provar que não repassou o ônus, e
tendo repassado o ônus, que está autorizado a pedir a restituição.
Se pensarmos assim, o princípio da seletividade atende a capacidade contributiva
daquele que compra, pelo menos em parte, mas no Direito brasileiro, há autores que
acham que o princípio da seletividade do IPI não tem nada a ver com capacidade
contributiva.
SE pensarmos que as pessoas mais pobres consomem produtos mais essenciais
(que também podem ser consumidos por abastados), de certa forma se atende ao
princípio da capacidade contributiva.
Não cumulatividade
Em cada operação de industrialização é abatido do montante cobrado na
anterior.
Temos que tratar aqui do problema do crédito. A compreensão da não
cumulatividade do IPI depende de alguns conceitos (slide 27 e seguintes – IPI).
Por exemplo, matéria prima, componente principal de um produto. Se pensarmos
em uma mesa, pode ser a madeira a matéria prima. O produto intermediário é o que
vem da chamada indústria intermediária. No caso da mesa, a fórmica, essa chapinha que
vai colada em cima da mesa, é produto intermediário. Depois, temos o produto
secundário, que é o consumido na industrialização e que não se integra no produto
novo. Um exemplo é o da indústria de cerâmica, que tem fôrmas e usam óleo de linhaça
para que a peça de cerâmica não se cole com a forma e possa sair. O próprio material de
embalagem, não para transporte, mas que aperfeiçoa o produto, também é insumo.
O regulamento do IPI, o RIPI, trata dos créditos fiscais nos artigos 226 e
seguintes (Decreto 7.212 de 2010). Vamos lembrar também que crédito fiscal, ou direito
de abatimento é diferente de crédito tributário.
Art. 226 do RIPI - Os estabelecimentos industriais e os que lhes são
equiparados poderão creditar-se (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25):
I - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos
tributados, incluindo-se, entre as matérias-primas e os produtos
intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto,
forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos
entre os bens do ativo permanente;
II - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização sob
encomenda, sem transitar pelo estabelecimento adquirente;
III - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, recebidos de terceiros para industrialização de produtos por
encomenda, quando estiver destacado ou indicado na nota fiscal;
IV - do imposto destacado em nota fiscal relativa a produtos industrializados
por encomenda, recebidos do estabelecimento que os industrializou, em
operação que dê direito ao crédito;
V - do imposto pago no desembaraço aduaneiro;
VI - do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos de
procedência estrangeira, diretamente da repartição que os liberou, para
estabelecimento, mesmo exclusivamente varejista, do próprio importador;
VII - do imposto relativo a bens de produção recebidos por comerciantes
equiparados a industrial;
VIII - do imposto relativo aos produtos recebidos pelos estabelecimentos
equiparados a industrial que, na saída destes, estejam sujeitos ao imposto, nos
demais casos não compreendidos nos incisos V a VII;
Efeito de recuperação
Vamos simular um exemplo:
AB..........Base de cálculo 100, imposto incidente 10 (alíquota de 10%) – não
tem operação anterior, logo, não tem abatimento, pagam-se 10.
BC..........Base de cálculo 200, imposto 20 – abatem-se os 10 da operação an-
terior, pagam-se 10.
CD..........Base de cálculo 400, imposto 40 – abatem-se os 20 da operação an-
terior, pagam-se 20.
DE..........Base de cálculo 800, imposto 80 – abatem-se os 40 da operação an-
terior, pagam-se 40.
Total de imposto pago no ciclo: 10 + 10 + 20 + 40 = 80 (não houve
cumulatividade do imposto).
Se temos a não cumulatividade correta, sem nenhum tipo de exoneração, temos
um total de 80 ao final, comprovando que houve de fato a não cumulatividade. Supondo
que houve uma isenção em uma das fases (BC), em que não houve a tributação de 20,
portanto, na operação seguinte (CD) você não vai pagar 20 (não tem o que abater),
vai pagar 40.
Imunidade
O IPI não incide nas operações para o exterior (153, § 3º, III). Ademais, há
redução da carga tributária sobre aquisiçãode bens de capital (inciso IV):
Aspecto pessoal
As pessoas envolvidas no aspecto material: vendedor e comprador, industrial,
importador, etc., que poderão ou ão aparecer na consequência d anorma como sujeito
passivo (definição do slide 13 do IPI).
Aspecto espacial
Território nacional, em particular o local do estableceimento industrial, o local
de entrada no território nacional, etc. ( definição do slide 13 do IPI).
Vamos falar um pouco da tabela do IPI. Na tabela temos as alíneas que dizem
respeito às seções da tabela hoje vigente. Depois vem o capítulo, que é uma dupla de
números. Por exemplo, capítulo 28. Depois vem o subcapítulo (01, por exemplo),
depois a última dupla de números indicando a posição e a última indicando os itens. Aí
vêm as descrições de classificação dos produtos.
Produto, geralmente, é definido como uma atividade, maior parte das vezes
industrial. Mas produto está ali no sentido de bens. Nem todos eles estão sujeitos ao IPI.
Quando o bem não é industrializado, vamos ter o termo ‘NT’ (não tributado) na tabela –
está fora do campo de incidência do tributo, foge ao conceito do imposto.
A tabela tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul, a qual constitui a
Nomenclatura Brasileira de Mercadorias baseada no Sistema Harmonizado.
O DL 1.154 estabeleceu a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias bem como a
TAB (Tarifa Aduaneira do Brasil).
Há situações que podem não ser tributadas por decorrência de lei: a lei pode
dizer que é isento ou que não é tributado. Porém, a legislação do IPI distingue as figuras
da isenção, do não tributado e da alíquota zero.
Então o não tributado pode decorrer de lei ou pode ser porque não está no
escopo da hipótese de incidência daquele imposto.
Quando é isento, é porque ele potencialmente está contido no conceito da
hipótese de incidência e a lei veio e o excluiu.
Alíquota zero, significa que o produto é tributado, mas que, naquele momento, a
tarifa está em zero. Pode ser que as autoridades resolvam mudar isso em algum
momento e inserir uma alíquota diferente de zero.
As alíquotas podem ser majoradas em até 30 unidades do percentual fixado em
lei. Ademais, as alíquotas podem ser alteradas por decreto, a qualquer tempo, entre o
limite mínimo e o limite máximo fixado em lei.
O art. 11 da L. 4502 trata da classificação, a qual deve observar as seguintes
regras de interpretação (conforme slides 24 e seguintes):
1ª regra - Os títulos tem apenas valores indicativos, sendo a classificação feita pelos
dizeres das posições e incisos, pelas notas de cada uma das alíneas, capítulos e
supletivamente, pelas regras seguintes:
2ª regra, 1ª parte - A menção de uma matéria numa determinada posição da tabela
entende-se como a ela se referindo, quer esteja em estado puro, quer misturada ou
associada a outras.
2ª regra, 2º parte – a menção de um produto, como sendo de determinada matéria, a
ele diz respeito, mesmo que constituído apenas parcialmente dessa matéria.
2ª regra, 3ª parte – a classificação de um produto, quando misturado ou composto de
mais de uma matéria, será efetuada de acordo com a regra seguinte ( § 2º, 3ª parte):
3ª regra: quando, aplicada a regra 2ª ou em qualquer outro caso, o produto possa ser
incluído em duas ou mais posições, sua classificação efetuar-se-á, sucessiva e
exclusivamente, na ordem seguinte:
a) na posição em que tiver descrição mais específica
b) na posição da matéria, ou artigo que lhe conferir caráter essencial, quando o
produto for misturado, composto de diferentes matérias ou constituído pela
reunião de diversos artigos
c) na posição que dê lugar à aplicação da alíquota mais elevada
4ª regra – quando uma nota de uma alínea ou capítulo prever a exclusão de certos
produtos, fazendo referência a outras alíneas ou capítulos ou a determinadas
posições, a exclusão alcançará, salvo disposição em contrário, todos os produtos
incluídos nessas alíneas, capítulos ou posições, mesmo que a enumeração seja
incompleta.
Se eu importar uma peça separada pode ter uma alíquota menor que o produto
montado. Mas se é identificável como componente do produto, a regra é que segue o
regime do todo.
Os conjuntos ou estojos de objetos sortidos quando adicionados a um mesmo
envoltório ou embalagem para assim serem vendidos no varejo, são classificados na
posição do objeto sujeito à alíquota mais elevada.
E agora vem essa outra regra: o recipiente envoltório ou embalagem que, pelo
seu alto valor esteja em desproporção com o produto que acondiciona, determina a
classificação deste, sempre que importe em alíquota mais elevada.
Revisando algumas questões:
Lembrando que produtos com alíquota zero, isenção ou não tributados não dão
direito de credito. Não há violação da não cumulatividade.
Ativo imobilizado não dá direito de crédito porque IPI é tipo produto bruto.
Quando se desgasta diretamente no processo de industrialização, segundo o
entendimento da receita, tem que se desgastar diretamente em contato com o bem
produzido (embora o regulamento não exija esse contato direto).
Crédito prêmio: alguns autores sustentam que não tem natureza tributária, mas
financeira. Existia o crédito prêmio e o supremo pôs fim em 1990.
Créditos simbólicos: a expressão não é utilizada na legislação do IPI.
Ex tarifário: exceção tarifária – pode ser um benefício fiscal, uma redução de
tributação ou um aumento de tributação. Pode ser a pedido dos contribuintes,
que normalmente são ouvidos para essas questões (não que sejam atendidos).
Pode ser tanto benefício fiscal como aumento de tributação. Para fazer esse ex
tarifário, tem que observar as regras de interpretação da tabela. A literalidade é
fundamental. Há uma disposição da lei que diz que não caberá multa se a
interpretação for equivocada, desde que a mercadoria esteja completamente
descrita no Ex., com todos os elementos de identificação e desde que não haja
dolo ou má-fé.
Drawback
É um regime pelo qual se importam bens do exterior para utilizar na fabricação
de um bem no Brasil com a finalidade exclusiva de exportar depois o produto resultante
da importação.
Isenção – concedida por lei. Se o sujeito vender o bem produzido no Brasil no
mercado interno, ele tem que pagar o imposto e mais, ele não pode fazer denúncia
espontânea (confessar a infração pagando o tributo com juros). Só que o STJ diz não
pode aplicar a denúncia espontânea porque senão todo mundo iria exportar dizer que era
drawback e (??)
Só que esqueceram de ler o regulamento do imposto. Ocorre que o drawback
depende de requerimento à autoridade tributária, tem que demonstrar que preenche os
requisitos, tem que declarar a quantidade de produtos, etc. Mas a jurisprudência acha
que o cara pode importar pra sacanear (hipótese praticamente impossível de ocorrer).
A segunda possibilidade de drawback é a restituição. Só que aí você paga o
imposto na importação e quando você exporta, cumpre a condição, você pode pedir
restituição do imposto pago na importação.
Suspensão – como diria Sacha Calmon, a suspensão é uma desconfiança.
Suspende o imposto. Importa do exterior, é devido o imposto X, suspende o pagamento,
não paga. Você produz o produto novo exporta e faz o drawback. Seria quase uma
isenção (??).
REVISÃO
ICMS
teoria dos impostos sobre valor agregado, tipo produto bruto, renda líquida
consumo
crédito físico, crédito financeiro;
princípios aplicáveis a todos os impostos (ICMS, ISS e IPI);
fato gerador: conceito de operação
aspecto material, pessoal, temporal e espacial
conceito de circulação – CIF e FOB – aspecto temporal
problemas: transferência de um estabelecimento pra outro (também para o IPI)
leasing (ICMS, ISS e IPI)
a própria questão dos pontos de contato entre os 3 tributos (fatos geradores)
exemplos – entre dois comerciantes de um produto que não é mercadoria – ato
de comércio pra um e ato civil para o outro.
Alíquotas – regra geral, 18% no RS
Alíquotas diferentes para cada região
Base de cálculo – é a quantificação econômico-financeira do fato tributado
Se é mercadoria – é o valor da operação; se é no ISS é o valor da prestação ou
então, se for quota fixa, pela questão das sociedades simples, paga quota fixa por
cabeça (constitucionalidade disso);
IPI – fato gerador é o valor da operação porque é a industrialização mais negócio
jurídico.
Substituição tributária – substituição pra frente e pra trás, o STF definiu que, na
substituição pra frente, quando a base fixada pela fazenda for maior que a base
alcançada pelo real, tem direito de restituição (pagou mais do que seria devido
na operação sem substituição). não realização do fato gerador, não tinha maiores
discussões, estava na lei e o STF tinha definido. O problema é quando fosse
maior que o real.
Crédito fiscal – natureza do crédito fiscal do icms e do ipi – indeterminado
quanto ao destinatário por isso não é direito subjetivo do contribuinte.
O direito de crédito não é porque foi pago na operação anterior, mas sim se
houve incidência. Se a operação anterior é tributada, se o cara pagou ou não,
tanto faz. O sujeito seguinte tem direito ao abatimento (isso vale para o IPI
também).
ISS
Fato gerador: serviços de qualquer natureza definidos em lei complementar.
Lista taxativa na vertical e, em alguns itens, pode ser exemplificativa, desde que
limitada a questão semântica da redação. A juris do STF, fixada ainda no tempo
da lista velha continua na lista nova.
Materiais na construção civil
Subempreitadas
Mercadorias – ressalvas da lista. Item do Buffet: exceto bebidas e alimentação,
que ficam sujeitas ao ICMS. O serviço fica sujeito ao ISS. A lei manda separar
em algumas circunstancias e o problema está no que ela não manda separar
O município não tem competência constitucional para tributar bens materiais
móveis. Só pode tributar bens imateriais, que é o serviço. Já o estado não, tem lá
no 155 parágrafo único, etc.
Quando forem vendidas mercadorias juntamente com serviços que não estão na
lista, o icms estadual incide sobre tudo. Isso mostra que o estado não tributa
somente serviço interestadual e intermunicipal e de comunicação.
O exemplo da arquibancada aluguel
Exemplo do quadro, do pintor que contrato para fazer um retrato. Moldura etc.
não contratei venda da moldura, mas sim o serviço. Isso é o objeto do contrato.
Esse é o critério.
Parecer jurídico: não está vendendo folhas, mas sim o trabalho intelectual.
Incide ISS, não se fala em icms, ipi sobre as folhas.
IPI
Questão constitucional, princípios
O que é produto industrializado
O que é industrialização
Colocação de embalagem que aperfeiçoa pra consumo – industrialização.
Embalagem pra transporte – não é industrialização.
Industrialização por encomenda – se for pra ser colocado no ciclo de circulação,
incide ICMS e IPI. Agora, se contratar o serviço de outra forma, incide o ISS.
Mando consertar um portão de ferro na garagem (prestação de serviço). Se eu
encomendar as grades todas (produto industrializado).
Impressos personalizados
Concreto fresco (achamos que tudo isso é industrial, mas a jurisprudência acaba
dizendo que é serviço – pq senão eu encomendo um roupeiro que só serve no
meu quarto e não vai ser produto industrializado?)
Súmulas
Créditos no IPI