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Tangará da Serra – MT
2018
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ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tangará da Serra – MT
2018
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CIP - Catalogação na Publicação
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ANÁLISE COMPARATIVA DA RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUTIVIDADE (RUP)
DOS SERVIÇOS MAIS ONEROSOS DO CANTEIRO DE OBRA DE UMA
CONSTRUTORA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE TANGARÁ DA SERRA –
MT COM O SINAPI
RESUMO
A indústria da construção civil tem se mostrado competitiva, pois vem crescendo a demanda
de investimentos em gestão e planejamento da produtividade da mão de obra, a fim de atender
prazos e custos. Porém, a competitividade das empresas se encontra limitada quando o banco
de dados dos indicativos de produtividade para a elaboração de orçamentos e cronogramas
não é baseado em suas equipes de mão de obra direta. Este artigo tem por objetivo o
levantamento da Razão Unitária de Produtividade (RUP) dos serviços de concretagem,
alvenaria de vedação de tijolos cerâmicos, chapisco interno e externo, emboço interno e
externo e contra piso de áreas molhadas e secas da construção de duas edificações de uma
construtora de pequeno porte na cidade de Tangará da Serra – MT, bem como sua
comparação com os dados de produtividade dos respectivos serviços, disponibilizados pelo
SINAPI. Os resultados obtidos mostraram que apenas os serviços de chapisco interno,
emboço interno e o contra piso de áreas secas são numericamente semelhantes aos
disponibilizados pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil –
SINAPI, resultando na RUP de 0,068, 0,323 e 0,243, respectivamente. Há divergência de até
71,98% da produtividade real dos outros serviços executados, com as produtividades
disponibilizadas em tabelas pelo SINAPI. Dessa forma, a apropriação dos dados coletados se
faz de grande valia para a construtora, garantindo que os estudos de planejamento e
orçamentação dos futuros empreendimentos estejam condizentes com a realidade da equipe
empregada.
ABSTRACT
The civil construction industry has showed to be competitive, as the demand for investment in
management and planning of labor productivity has grown, in order to meet short deadlines
and costs. However, corporate competitiveness is limited when the database of productivity
indicators for budgeting and scheduling is not based on its direct manpower teams. The
objective of this article is to survey the Unitary Ratio of Productivity (RUP) of concreting
services, ceramic brick masonry, internal and external roughcast, internal and external plating
and subfloors of wet and dry areas of the construction of two buildings of a small construction
company in the city of Tangará da Serra - MT, as well as its comparison with the productivity
data of the respective services, made available by SINAPI. The results obtained showed that
only the brick masonry services of internal roughcast, internal plastering and the subloor of
dry areas are numerically similar to those provided by the National System of Research of
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Graduanda em Engenharia Civil na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). E-mail:
kassyeleoliveirac@gmail.com
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Graduada em Engenharia Civil na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). E-mail:
cleidiane.novais@hotmail.com
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Costs and Indices of Civil Construction - SINAPI, resulting in RUP of 0.068, 0.323 and
0.243, respectively. There is a divergence of up to 71,98% of the real productivity of the other
services compared to the productivities available in tables by SINAPI. Therefore, the
appropriation of the data collected is of great value to the construction company, ensuring that
the studies of planning and budgeting of future projects are consistent with the reality of the
staff employed.
1 INTRODUÇÃO
A indústria da construção tem sofrido com a intensificação da competitividade,
globalização dos negócios, demanda por propriedades mais modernas e o avanço do nível de
cobrança de clientes, sendo estimulada a investir em gerenciamento e gestão de processos
quando inexistente e investigar as falhas quando o processo de planejamento e controle não
atendem o prazo, custo, lucro, retorno e o fluxo de caixa (MATTOS, 2010).
Para a elaboração do planejamento da execução de um trabalho cadenciado é
necessário que se tenha um elevado nível de conhecimento de dados confiáveis da própria
empresa, dentre eles está a apropriação de índices de produtividade realistas, calculados com
base em obras já finalizadas (GEHBAUER, 2002). Souza (2017, p. 14) afirma que
“programar a execução de uma atividade de construção demanda conhecimento prático do dia
a dia de uma obra”. Assim, para a apropriação da Razão Unitária de Produção (RUP),
indicador de produtividade de mão de obra, é preciso acompanhar, observar e registrar os
dados obtidos em canteiro de obra (MATTOS, 2006).
Segundo Mattos (2006), o índice de produtividade ou RUP é predeterminado por
parâmetros históricos apurados por observações da própria empresa, ou obtidos em livros e
em indicadores disponibilizados no mercado, como, por exemplo, o Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices – SINAPI. Esse sistema baseia seus dados em empreendimentos
e condições distintas (localidade, habilidade de mão de obra, materiais, situações climáticas,
etc), sendo que as obras são de ordem pública e privada, de pequeno e grande porte, e
executadas por corporações distintas e por equipes trabalhando sob diversas regras de
contratação (SINAPI, 2014).
Sobretudo, a produtividade está intimamente relacionada as conjunturas em que o
serviço é realizado, dependendo do grau de especialidade da mão de obra, da tecnologia dos
equipamentos utilizados, da logística presente na obra, da tipologia do produto e das
características climáticas do local. Porém, são mínimas as empresas que fazem um controle
efetivo da produção e da produtividade, tendo como consequências os contratempos,
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desandando o processo produtivo, procedendo atrasos e extrapolação do orçamento que
comprometem a qualidade da construção (NÓBREGA, 2010).
A importância de dar ênfase ao conhecimento e controle desses índices de
produtividade, se deve à revelação da produtividade da mão de obra e consumo de materiais,
fornecimento de um parâmetro para comparação do orçado com o concretizado, à
possibilidade de identificar irregularidades, à descrever o limite além do qual a atividade se
torna falha e à assistência ao administrador em determinar metas de execução para as equipes
(MATTOS, 2006).
Paralelamente à RUP está igualmente relacionada à constituição do planejamento da
obra com a elaboração de um cronograma detalhado, os quais orientam a previsão do tempo
de execução de cada etapa e o prazo final de uma construção (GEHBAUER, 2002; FILHO,
2009). Mattos (2006, 2010) recomenda que a fonte dos índices de produção seja o próprio
canteiro de obra da empresa, dessa forma, a precisão e a confiança nos prazos e metas
estabelecidos são potencialmente alcançadas.
Sendo assim, este estudo buscou obter a RUP, dos serviços mais custosos conforme
dados de autores fundamentados na Curva ABC, analisando o canteiro de obra de duas
construções administradas por uma empresa de pequeno porte no município de Tangará da
Serra – MT e comparando com a RUP dos respectivos serviços disponibilizada pela SINAPI.
O levantamento da produtividade destes serviços visa contribuir no aperfeiçoamento do
orçamento, cronograma e planejamento dos futuros empreendimentos desta construtora.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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metros lineares, em metros quadrados ou em metros cúbicos, sendo que a RUP é dada em
Hh/unidade de serviço (un., m, m², m³).
Souza (2017) cita a RUP diária, cumulativa e a potencial, visto que a diária relaciona a
quantidade de hora despendida e o número de mão de obra com o serviço realizado no
período de um dia. Já a RUP cumulativa corresponde a todo o esforço empregado em relação
ao total de serviço executado. Dessa forma, a RUP cumulativa é utilizada na elaboração de
orçamentos, pois caracteriza de forma globalizada o desempenho do serviço, e a RUP
potencial é empregada na definição do tamanho das equipes de mão de obra.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para o presente estudo fez-se uso de pesquisa bibliográfica para buscar e analisar
estudos já realizados acerca dos métodos utilizados atualmente na realização do cálculo de
produtividade dos serviços da construção civil, e diante disso foi apurado que o método da
Razão Unitária de Produção (RUP) é o mais utilizado pelos autores. Além disso, para
determinar os serviços mais relevantes em termos de custos, representados pela Classe A, da
Curva ABC, foi necessário avaliar três estudos de caso, aos quais seus dados que são baseados
nas tabelas da SINAPI, proporcionaram tal informação.
As análises das RUPs foram feitas a partir do estudo de caso do canteiro de obras de
duas construções de uma mesma empresa de pequeno porte em Tangará da Serra – MT,
através de visitas diárias em períodos diferentes. Sendo assim, realizou-se anotações de dados
em documentos, dos serviços de concretagem de vigas baldrames, concretagem de pilares,
alvenaria de vedação, chapisco interno e externo, emboço interno e externo, e contra piso de
áreas secas e molhadas. As visitas diárias se deram somente nos períodos de elaboração dos
serviços pesquisados, correspondendo há sete meses e 27 dias corridos.
Na obra A os dados foram levantados nos meses de março, abril e maio do ano de
2017, já os dados da obra B foram levantados nos meses de setembro, outubro, novembro e
dezembro do mesmo ano, e parte do mês de janeiro de 2018. É denominada como obra A,
uma residência classificada em padrão de médio porte, por ter 134,5 m² de área construída,
constituída por 2 quartos, sendo 1 suíte, um banheiro social e um lavabo, sala de TV, área
gourmet, área de serviço e garagem. Construída em alvenaria convencional, utilizando o
concreto 25 Mpa em toda a estrutura, piso porcelanato acetinado nas áreas secas e porcelanato
fosco nas áreas molhadas, pintura acrílica, portas em madeira, janelas em alumínio e vidro e
forro em gesso.
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Já para a obra B, as principais diferenças são a presença de laje e a área construída que
é de 418,16 m², constituída por 3 suítes, 1 banheiro P.N.E. (Portadores de Necessidades
Especiais), sala de estar, cozinha, área de circulação, espaço gourmet, deck, depósito,
estendal, área e serviço, garagem, e duas varandas. As fachadas de ambas as obras estão
demonstradas nas figuras 2 e 3 a seguir.
Equação 01
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Onde:
Hs = homens-hora despendidos;
Qs = quantidade de serviço realizado.
Nestes coeficientes não foram considerados as variações que ocorrem ao longo da
execução da obra, devido às parcelas de tempo improdutivo e tempo ocioso, se faz necessário
então a consideração dos conceitos de RUP diária, RUP cumulativa e RUP potencial
abordados na fundamentação teórica.
A metodologia utilizada foi a mesma do SINAPI, sendo: o cálculo da produtividade
baseado no “modelo de entradas-saídas”, no qual a produtividade é a capacidade em
transformar as entradas (recursos físicos: materiais, mão de obra e equipamentos) em saídas
(serviços), para a obtenção dos índices de produtividade. Assim, é possível realizar o
comparativo das RUPs baseadas no canteiro de obra da própria empresa, com os dados do
SINAPI.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Alvenaria de vedação
(9x19x19) e=9cm 0,513 0,445 0,443 0,392
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OBRA A OBRA B
ATIVIDADES
RUPcum RUPpot RUPcum RUPpot
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obra da construtora com o mercado de trabalho. De forma comparativa no gráfico 1 é possível
visualizar os dados de Filho (2009) e do presente estudo de caso.
Gráfico 1 – Comparativo da Razão Unitária de Produtividade
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MATTOS, Aldo D. Como preparar orçamentos de obras. São Paulo: PINI, 2006.
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MATTOS, Aldo D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: PINI, 2010.
PEREZ, R. Qual o percentual que devo usar para orçar o custo de mão-de-obra em
relação ao custo total previsto da obra?. 2001. Disponível em:
<piniweb17.pini.com.br/construcao/noticias/qual-o-percentual-que-devo-usar-para-orcar-o-
custo-83163-1.aspx>. Acessado em: 20.12.2017 às 15:36.
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