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Alf Ross – Terceira Fase (1960-1979)

O conceito de validade e o conflito entre o positivismo jurídico e


o direito natural (Validity and the conflict between legal
positivism and natural Law - 1961)

Ross busca aqui, explicar novamente o conceito de direito valido


em sua teoria, respondendo as críticas feitas por Hart em seu artigo
Scandinavian Realism. Conclui que a discordância de pensamento entre
ele e Hart ocorre mais por um problema de má interpretação devido à
tradução da palavra válido, do dinamarquês para o inglês.

Segundo Ross, afirmar que uma regra jurídica é válida é dizer que
o Judiciário, sob certas condições específicas a utiliza, ou pelo menos a
considera importante para fundamentar suas decisões, isso devido aos
juízes possuírem uma experiência emocional de “estar obrigado” às leis.

Aponta três maneiras de uso para o termo validade:

1 – Para indicar se um ato jurídico criou ou não os efeitos desejados, por


exemplo, um contrato ou testamento. Está função é interna.

2 – Para indicar uma norma ou um sistema de normas. Está função é


externa.

3 – Para a ética e o direito natural, significa uma qualidade aprioristica,


especificamente moral, chamada também de força obrigatória do direito
que enseja uma obrigação moral correspondente.

Ambos autores afastam a idéia kelseniana de que a existencia um


sistema jurídico tem sua validade determinada por uma norma
fundamental, que obriga os indivíduos a obedecer o direito. Assim, é
incorreto afirmar que é uma regra que determina a obediência a outra
regra.

O papel do rei após as eleições ( Kongens rolle efter valg - 1964)

Discute o papel do rei diante de uma crise eleitoral, como a ocorrida na


Dinamarca em 1957, na qual não foi possível escolher o nome do primeiro
ministro, em que o governo acabou sendo dividido entre três pessoas.
Segundo Ross, o entendimento tradicional seria que o papel do rei é
totalmente passivo. Sua única função relevante, prevista em lei, dentro do
parlamento, seria nomear o primeiro ministro segundo as regras da casa. Para
tal, seriam antes necessárias negociações políticas para que os parlamentares
chegassem a uma decisão e posteriormente informassem ao rei.

As Nações Unidas – Paz e Progresso 9The United Nations – Peace and


Progress – 1965)

Ross buscou realizar uma visão realista do pensamento político no


direito internacional, de modo a consolidar a convicção de que a paz entre as
nações pode ser alcançada se o direito ocupar o lugar da crença e da violência.

Propõe que obter um entendimento realista das dificuldades e limites da


ONU seria a base necessária para alcançar os objetivos dessa organização,
não sendo apenas idéias. Em sua visão, a ONU falhou em suas tentativas de
preservar a paz, isso devido a falta de organização, e para resolvê-lo o
Conselho de Segurança deveria assumir todas as suas funções, buscando a
cooperação de todos os “Grandes Poderes”.

Sobre o trabalho de bem estar, poder-se-ia afirmar que os resultados


obtidos foram positivos, principalmente por servir como modo de
conscientização para a solidariedade e entendimento internacional. Porem, o
trabalho da Comissão de Direito decepcionou, PIS tratou de assuntos
impossíveis.

Korea, Vietnam og anti-amerikanismenn ( Coréia, Vietnã e anti-


americanismo – 1966)

Ross defende a guerra do Vietnã. Acredita que a política americana


somente visou manter os valores da sociedade (americana e também a
dinamarquesa), podendo-se facilmente encontrar seus erros, pois sempre se
baseia no medo de uma nova guerra mundial e no comportamento
intervencionista dos EUA com relação aos outros países do mundo, exceto a
Europa. Para ele não há qualquer motivo de indignação moral nessa situação.

Sobre a farsa do tribunal de Nuremberg

Ross analisa o julgamento dos lideres nazistas realizado por um tribunal


composto por juízes de cada país vencedor da 2ª Guerra(EUA, Inglaterra,
URSS e França).

Considera que o tribunal inválido, e que somente mostrou a


impossibilidade de misturar poder político e justiça. Representou uma
ditadura dos vencedores, que se impuseram aos inimigos de guerra sob a
farsa de um julgamento justo e imparcial.

Ross considera que a paz não pode ser garantida de modo correto em
uma sociedade internacional na qual não há monopólio do poder.

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