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A INTENSIDADE INDIVIDUAL DE ENERGIA PSÍQUICA DE CADA UM

“Energia Psíquica... é a intensidade do processo psíquico... é a energia através da qual o


trabalho da personalidade consegue ser realizado...” – Livre adaptação e síntese obtido de
“Sobre a Natureza da Psique”, de Carl G.Jung

Apesar de tudo o que se falou na parte I deste livro, consideremos com maturidade
novamente o seguinte: Uns de nós, sempre conseguem o que querem; outros, conseguem
mais ou menos o que querem. E há aqueles que vêem muito pouco daquilo que suas vontades
mais explícitas projetam caminharem para a realização satisfatória de suas vidas... e isso não
está 100% ligado somente ao esforço ou perseverança depreendidos, tampouco estaria ligado
ao fato de que alguém poderia querer algo mais que outros. Antes, está mais na dependência
da intensidade da energia direcionadora que a psique de cada um é capaz de liberar: é um tipo
de competência psíquica inata de cada indivíduo. O assunto aqui é conexão entre psique e
matéria. É uma espécie de conexão invisível entre a experiência psicológica interna de cada
pessoa e o seu lado, digamos, exterior. Trata-se da forma como, afinal, as instâncias interiores
das pessoas integram-se às suas próprias instâncias exteriores, aos seus arredores. Faz parte
da microdinâmica do viver de cada um a sua particular capacidade de influenciação invisível do
seu lado exterior a partir da vontade de seu próprio espírito. A pessoa quer uma coisa, e os
elementos correlacionados com aquela coisa se juntam. Porém, como já mencionado neste
livro e ao contrário do que comumente se diz ou se imagina, essa energia de conexão entre o
plano psíquico da existência com o plano físico que é onde seus desejos e anseios ganham
forma, difere em potência de pessoa para pessoa. Para alguns, quando têm suas vontades, os
elementos se juntam mais do que quando outras pessoas manifestam a suas vontades, em
blocos mais completos, em tempo menor, e a força invisível da vontade deles faz com que seus
desejos se realizem (sempre, e da forma como elas assim o desejaram.) A intensidade com que
essa conexão é influenciada está sob sujeição direta da potência da força psíquica particular
daquele que está experimentando suas vontades e seus anseios. Como disse, há pessoas que
parecem ser mais intensas na expressão de sua energia de vida. Não se trata aqui de
inteligência, não se trata aqui de perspicácia, não se trata aqui de ousadia de espírito, não se
trata de uma tendência de ser mais destemido ou agressivo ou mais discreto e recatado: é
uma intensidade da energia do processo psíquico individual, inerente ao fato de estar-se
manifestando vida de cada pessoa, caracterizado pela capacidade de gerar efeitos reais
definidos, provocados invisivelmente em seus arredores, que concorrem para a realização de
seus objetivos, que acabam ocorrendo indubitavelmente como consequência de suas vontades
interiores. (Estas palavras dirigem-nos toscamente para o processo invisível de criação de
sincronicidades amplamente estudado por Carl Jung – para algumas pessoas, o “unus mundus”
(mundo único, onde matéria e psique não estão delimitados em campos separados) seria mais
integrado do que para outras... suas vontades criam mais sincronicidades do que as vontades
de outros, graças aos seus graus mais intensos de energia psíquica. – uma outra forma de falar
da já tratada na Parte I deste livro, a “serendiptividade”.) Resumindo, cada um de nós tem o
seu próprio potencial de intensidade pessoal de força psíquica. E isso influencia invisivelmente
a realização ou não de nossos desejos, de forma particular, e diferente da forma que outras
pessoas conseguem influenciar. (Igualmente, é essa mesma energia psíquica que, quando seu
possuidor é um invejoso doentio, exerce imenso poder destruidor sobre as outras pessoas que
desgraçadamente entram em seu foco, bem como as coisas pertencentes ao seu eleito para
ser invejado, que repentinamente mínguam, quebram, adoecem, morrem – tai a explicação
para “olho gordo”, “olhar de seca-pimenteira” e assemelhados.) A canalização exata desta
força não é, contudo, plenamente dominada pela vontade consciente de seu possuidor: é
encarada como um excedente de sua energia psíquica, uma energia livre, que avança de forma
natural para objetivos que tenham sido previamente valorizados pela pessoa emissora e que
lhe sejam receptivos às emanações (ou que sejam naturalmente receptivos à vontade,
consciente ou inconsciente, do emissor.) “... Não está todavia no poder do homem canalizar os
excedentes energéticos para objetos escolhidos racionalmente. A libido (que é como Freud
denomina a “Energia Psíquica”, este, um termo utilizado por Jung para a mesma energia)
mostra-se recalcitrante às ordens da vontade consciente. Os esforços mais obstinados não
serão suficientes se não existir, na mesma direção, um declive natural favorável à canalização
da energia... “ Nise da Silveira, no ensaio “A Energia Psíquica e Suas Metamorfoses” O assunto
não é novo, e suas nuances já fizeram parte das observações de Aristóteles e Platão na Grécia
Antiga, cerca de cinco séculos antes de Cristo. Na ciência filosófica/psicológica mais recente,
dos séculos XIX e XX, Schopenhauer, Bergson, além de Jung e outros, muitos outros, cada um
dentro de sua contextualidade e terminologia, também já dissecaram a matéria. Não encontrei
(ainda) literatura que indique que essa particular intensidade de energia psíquica emanada por
cada indivíduo estaria ligada à já tratada, páginas atrás, configuração individual inata de seus
arcos internos de energia, mas dá para imaginar que é por aí. (Há autores que a atribuem a
caracteres genéticos.)

(do Livro "VÓRTICES DA VIDA - Uma Investigação Não Mística das Diretrizes do Destino
Humano", de Wagner Woelke)

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