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LÍDER INSTITUTO EDUCACIONAL

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

ANDREA RIBEIRO DA SILVA

ALDENEIDE PINHEIRO ALBERTINO

A IMPORTÂNCIA DA RECREAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO


ENSINO INFANTIL

MANAUS - AM
2019
A IMPORTÂNCIA DA RECREAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO
ENSINO INFANTIL

THE IMPORTANCE OF RECREATION IN THE LESSONS OF PHYSICAL


EDUCATION IN CHILDREN’S EDUCATION
SILVA, Andréa Ribeiro da¹
ALBERTINO, Aldeneide Pinheiro¹
COSTA, Paulo César Farias²

RESUMO

INTRODUÇÃO: É correto afirmar que a Educação Infantil é a principal fase do ciclo escolar,
uma vez que é o primeiro contato da criança com o contexto educativo. Para tal, é papel do
professor favorecer atividades e vivências que melhor colaborem com este desenvolvimento.
Este estudo, por sua vez, ressalta quanto a importância da recreação durante as aulas,
ministradas pelo profissional de Educação Física, neste processo de desenvolvimento durante
os anos iniciais de ensino. OBJETIVO: Esta pesquisa possui como objetivo elucidar quanto a
importância de atividades recreativas no ensino infantil, assim como compreender o papel do
professor neste processo. O mesmo justifica-se pela necessidade de elucidação e
compreensão por parte do grupo pedagógico sobre o tema, desmistificando a recreação como
mera brincadeira, e sim como um processo de desenvolvimento cognitivo e motor.
METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão bibliográfica em base de dados e periódicos, no
qual passou-se por processo de seleção, análise e discussão dos que mais se enquadravam
com o tema desta pesquisa. RESULTADOS: Compreende-se que a Educação Física possui
um papel fundamental na Educação Infantil, por meio de atividades diversas, sendo o brincar
a primeira forma de cultura, enquanto atividade biológica essencial e espontânea da criança,
sempre esteve presente em seu cotidiano, ressaltando-o, portanto, como fator essencial.

Palavras-Chave: Educação Infantil; Lúdico; Recreação; Educação Física.

ABSTRACT
INTRODUCTION: It is correct to affirm that Early Childhood Education is the main phase of
the school cycle, since it is the child's first contact with the educational context. For this, it is
the teacher's role to favor activities and experiences that best collaborate with this
development. This study, in turn, highlights the importance of recreation during the classes,
given by the Physical Education professional, in this development process during the initial
years of teaching. OBJECTIVE: This research aims to elucidate the importance of recreational
activities in children's education, as well as to understand the role of teachers in this process.
The same is justified by the need for understanding and elucidation on the part of the
pedagogical group on the theme, demystifying the recreation as a mere joke, but as a process
of cognitive and motor development. METHODOLOGY: A bibliographic review was carried out
in a database and periodicals, in which a selection, analysis and discussion process was
carried out, which most fit the theme of this research. RESULTS: It is understood that Physical
Education plays a fundamental role in Early Childhood Education, through various activities,
playing the first form of culture, as an essential and spontaneous biological activity of the child,
has always been present in their daily lives, therefore, as an essential fator.

Keywords: Infant Education; Ludic; Recreation; Physic Education.

¹ Pós-Graduanda em Educação Física Escolar. Instituto Educacional Líder. Manaus- Amazonas


² Paulo César Farias Costa, Docente Especialista em Docência em Ensino Superior. Instituto
Educacional Líder. Manaus- Amazonas.
INTRODUÇÃO

Sendo a escola o principal ambiente de desenvolvimento e a Educação Infantil,


a fase introdutória da criança na escola, devemos ressaltar quanto as possibilidades
e ferramentas possíveis para que a mesma possa ter o maior grau de evolução, além
de possibilitar o desenvolvimento do indivíduo como um todo.
Para tal, ao aliarmos este ciclo ao papel do professor de Educação Física,
podemos dizer que o mesmo possui um dever fundamental neste processo, uma vez
que, é por meio deste profissional, que os educandos são capazes de ampliar o
conhecimento de si e do mundo a sua volta por meio de atividades físicas.
Contudo, ao analisar as práxis inerentes a esta atuação, principalmente quando
nos referimos ao conteúdo educativo na educação infantil, deve-se reconhecer o
trabalho realizado através do lúdico, de modo eficaz e de caráter recreativo. A
Educação Física, conforme Gava et. al. (2010), pode ser considerada um dos
principais elementos da Educação Infantil, pois, por intermédio de conteúdos
aplicados de forma lúdica e recreativa, possibilita à criança a construção do
conhecimento.
Entretanto, muito se é debatido quanto ao papel e a importância do profissional
de Educação Física no ciclo infantil, porém, ao refletir sobre a finalidade desta
disciplina, Toledo (1999) apud Magalhães, Kobal e Godoy (2007), afirma que a mesma
é necessária, pois contribui para a pluralidade cultural, permitindo que os alunos
desfrutem das diversidades de seu país e mundo; capazes de solucionar problemas
de ordem corporal, em diferentes contextos.
Para tal, sendo a Educação Física disciplina pedagógica e componente
curricular, possui um compromisso com a educação e formação integral do aluno,
desempenhando um papel fundamental na escola, com a finalidade de contribuir para
a experimentação da cultura do movimento e suas variantes, de acordo com as
necessidades, possibilidades e interesses, sendo, portanto, a disciplina de Educação
Física como parte do contexto educacional (SILVA; KRUG, 2008).
A recreação - o principal meio de atuação - por sua vez, é utilizada desde os
tempos greco-romanos, sendo até então entendida como relaxamento necessário
para atividades que exigem esforço físico, intelectual e cognitivo. Porém, é a partir do
Renascimento que se vê a brincadeira como conduta livre, no qual favorece o
desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Ao atender as necessidades
infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem da criança,
dentro das capacidades de cada faixa etária (KISHIMOTO, 1994).
Para Fromberg (1987), este trabalho recreativo dentro do ensino infantil possui
diversas características positivas e possíveis, tais como a possibilidade da criança em
representar sua realidade e atitudes (simbolismo); a capacidade de
relacionar/expressar experiências; compreensão de si e do colega; dentre outros
fatores que favorecem o desenvolvimento do educando por meio do lúdico das
atividades propostas.
Tendo ciência de tais afirmações, esta pesquisa tem como objetivo elucidar
quanto a importância da recreação dentro das aulas de Educação Física na Educação
Infantil, possuindo como justificativa tal necessidade, uma vez que atualmente poucas
são as escolas que, de fato, possuem um profissional da área atuando neste
segmento corporal, buscando assim, atentar as escolas a esta etapa do processo de
ensino-aprendizagem.
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, na qual buscou-se incentivar
uma reflexão do docente quanto a seu papel como mediador, podendo gerar
futuramente benefícios aos elementos desde processo, uma vez que existam
subsídios norteadores para tal.

MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo
transversal (GIL, 2002). Para levantamento de subsídios, utilizou-se para esta
pesquisa as seguintes bases de dados e periódicos: Scientific Eletrônic Library Online
(SciELO), National, Library of Medicine (PUBMED) e Google Acadêmico para
obtenção e coleta de dados.
A revisão literária responde a uma pergunta norteadora, no qual utiliza métodos
explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos,
a fim de coletar e analisar os dados desses estudos a serem incluídos na pesquisa
(CASTRO, 2006).
Buscou-se em simultâneo, obras literárias que abordassem o tema. Outros
critérios utilizados para esta análise foram a seleção dos artigos a partir da análise
dos resumos, incluindo também, os que apresentassem palavras-chaves relacionadas
a Recreação; Educação Infantil; Educação Física; Ludicidade, suas combinações e
variantes em inglês.
Para critério de inclusão, utilizou-se dos artigos que mais se enquadrassem ao
tema principal desta pesquisa (a importância da recreação nas aulas de Educação
Física na Educação Infantil), não considerando um limitante quanto aos anos de
publicação.
Após a seleção dos artigos conforme os critérios de inclusão previamente
definidos, foram seguidos, nessa ordem, os seguintes passos: leitura exploratória;
leitura seletiva e escolha do material que se adequam aos objetivos e tema deste
estudo; leitura analítica e análise dos textos, finalizando com a realização de leitura
interpretativa e redação.

RESULTADOS

Para obtenção de dados, realizou-se uma coleta durante o período de 20 de


junho a 05 de julho de 2019. Para critério inclusivo, apropriou-se de artigos que mais
se adequavam ao tema desta pesquisa, totalizando o quantitativo de 40 (quarenta)
artigos, dos quais posteriormente passaram por critérios eliminatórios.
Esta seletiva, por sua vez, deu-se conforme o conteúdo norteador deste
trabalho – a importância da recreação na Educação Infantil durante as aulas de
Educação Física – no qual apropriou-se dos que mais abordavam o assunto voltado
ao professor de Educação Física, uma vez que diversas pesquisas apontam o
pedagogo como profissional responsável pela atividade física nas escolas,
principalmente no ciclo infantil.
Por fim, resultaram para seleção 15 (quinze) achados dentre diretrizes
educacionais, obras literárias e artigos em periódicos, dos quais serviram como
subsídio para elaboração deste trabalho.
Como achados desta revisão, encontrou-se uma prevalência de profissionais
que não são formados em Educação Física atuando na realização de atividade
recreativas para o ensino infantil, entretanto, observou-se também quanto à
necessidade de os profissionais da área valorizarem sua atuação nesse segmento, a
fim de quebrar paradigmas do “brincar por brincar”, enfatizando este processo, uma
vez que considere todos os benefícios envolvidos nas atividades propostas.
DISCUSSÃO

Considerando o tema, devemos levar em consideração o papel da Educação


Infantil juntamente ao brincar – principal ferramenta do processo recreativo – realizado
pelo professor, assim como as vertentes inerentes ao conteúdo desta pesquisa.
Para tal, sobre a importância do papel deste docente, no processo de ensino-
aprendizagem no ciclo infantil, foi disposto o conteúdo em subtópicos, a fim de facilitar
a compreensão do mesmo.

A Educação Infantil e o brincar

A fase inicial da criança dentro do âmbito escolar é de grande importância ao


indivíduo. Uma vez que, é na Educação Infantil que a criança possui suas primeiras
vivências fora do contexto familiar, além de receber diversos estímulos que visam seu
desenvolvimento.
A Educação Infantil é, portanto, um lugar de descobertas e de ampliação das
experiências individuais, culturais, sociais e educativas, tendo em vista que é através
da mesma que existe a inserção da criança em ambientes distintos à família. Logo,
pode-se considerar como um espaço no qual as crianças sejam integradas, visando o
desenvolvimento das mesmas, onde as vivências culturais que as envolvem são
realizadas através das inúmeras experiências, essas que, por sua vez, devem ser
oportunizadas da forma mais rica possível (BASEI, 2008).
Ao apontarmos o conteúdo deste ciclo educacional, podemos enfatizar o
“brincar” como principal ferramenta, sendo esta defendida por diversos autores.
Para Ribeiro (2002), é o meio essencial pelo qual a criança se expressa.
Através das atividades lúdicas/recreativas, a criança assimila valores, adquire
comportamentos, desenvolve diversas áreas de conhecimento, exercita-se
fisicamente e aprimora habilidades motoras.
No convívio com outras crianças, aprende a dar e receber ordens, a esperar a
vez, emprestar e tomar como empréstimo o seu brinquedo, a compartilhar momentos
bons e ruins, a fazer amigos, a ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolve
a sociabilidade (RIBEIRO, 2002, p. 56).
Nesse sentido, o brincar é ressaltado como um processo que faz parte da vida
da criança, simbolizando a relação entre pensamento e ação, tornando possível o uso
da fala, pensamento e imaginação. A criação de um ambiente lúdico favorece que seja
possível ao educando expressar seus sentimentos, além de exprimir suas
necessidades de afeto, fazendo da brincadeira a representação de pensamento.
Durante o desenvolvimento dessas novas experiências e descobertas, neste
momento lúdico, o professor tem um papel de facilitador, pois este, em determinados
momentos orienta e dirige o processo, e em outros, as crianças são responsáveis por
suas próprias brincadeiras (LIRA; RUBIO, 2014; ALMEIDA, 2003).
Em diversos povos, a relevância do brincar e da recreação vem se mostrando
por meio de diversas manifestações com o passar dos anos, fazendo parte da cultura
do indivíduo. Em certas culturas indígenas, por exemplo, o entreter com arco e flecha
não é considerado brincadeira, mas sim um preparo para a caça e pesca. É somente
a partir do século XV que o jogo aparece como algo sério e destinado como ferramenta
de educação da criança (KISHIMOTO, 1994).
Com este apontamento, percebe-se a importância do brincar como forma da
criança expressar-se e desenvolver suas habilidades de criação, de relacionar-se e
de interagir. Por meio destas atividades, é possível facilitar o processo de ensino-
aprendizagem através de atividades recreativas, com jogos ou brinquedos, dos quais
podem ter objetivos didático-pedagógicos que visem proporcionar o desenvolvimento
integral do educando.

Recreação e o Lúdico no processo de ensino-aprendizagem

Considerando que é na fase inicial que a criança possui uma necessidade


natural de movimentar-se, Gallardo (2003) ressalta a necessidade de possibilitar a
exploração de suas habilidades motoras, uma vez que seu desenvolvimento
harmonioso depende de toda a movimentação que executa.
Ainda conforme o autor, as atividades lúdicas são de grande interesse as
crianças, pois o “brincar” é o estímulo que a mesma recebe, colocando
espontaneamente, seus movimentos, além de explorar intensamente seu potencial
motriz, realizando assim, novas descobertas de movimentos que consegue executar
(GALLARDO, 2003, p. 33).
Ao entrar em situação recreativa, a criança adentra em um universo simbólico,
onde a mesma reconstrói e representa sua realidade, além de aprender a dividir e a
seguir regras. Sendo possível construir riquíssimas relações com seus pares, fazendo
novas descobertas e adquirindo novos conhecimentos. Na brincadeira, a criança pode
modificar as regras, pois é capaz de inventar e reinventar situações, tendo liberdade
para agir (LIRA; RUBIO, 2014).
Em concordância com esta afirmação, Piaget apud Kishimoto (1994), diz que
deve ser adotado, durante o processo de ensino, o uso de uma conduta livre e
espontânea, onde a criança se expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe dá.
Ainda conforme os autores, ao manifestar a vertente recreativa durante as
atividades, a criança é capaz de demonstrar o nível de seus estágios cognitivos. Da
mesma forma, para psicólogos, o jogo infantil é o meio de estudar a criança e perceber
seus comportamentos.
A experiência corporal, de acordo com Baecker (2001), abre caminho para que
a criança possa aprender conceitos e ações; desenvolver sua independência,
consciência própria e individualidade para o amadurecimento cognitivo, para a
percepção e configuração artística do meio ambiente e para a política.
As dinâmicas de recreação propiciam a espontaneidade, desinibição,
liberdade, integração, coordenação, participação em grupo, favorecem as relações
interpessoais, auxiliam no desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal e no
resgate de valores. Além disso, atividades como cantigas e brincadeiras de roda,
músicas, mímicas, dentre outros, permitem a expansão da criatividade, desenvolve a
atenção, a aproximação entre as pessoas, o conhecimento e a valorização da cultura,
a expressão oral e a audição (LIRA; RUBIO, 2014).
O jogo simbólico deve ser utilizado de modo elaborado e com enfoque na
função que desempenha no desenvolvimento da criança, quando brinca de faz-de-
conta, a criança expõe suas angústias e medos, por meio da ação do brincar ela
consegue resolver seus conflitos.
A maneira lúdica de aprender na educação infantil é de extrema importância,
pois leva o aluno a sensações e emoções fundamentais para o seu desenvolvimento.
Afinal, brincando a criança forma sua personalidade e aprende a lidar com o mundo.
Assim, pelo fato da brincadeira estar intrinsecamente ligada ao desenvolvimento
infantil, também deve estar inserida no contexto escolar, com o objetivo de auxiliar o
processo de aprendizagem (LIRA; RUBIO, 2014).
Educação Física na Educação Infantil

Sabe-se que a Educação Infantil é o início da escolarização da criança, fase


em que a imaginação e fantasia são ferramentas fundamentais no processo de
ensino-aprendizagem. Portanto, é neste período que o profissional de Educação
Física deve disponibilizar ao aluno o maior número de possibilidades, por meio
atividades corporais que envolvam ações cognitivas, afetivas e motoras.
Conforme Ayoub (2001), a Educação Física possui a cultura corporal como
campo de atuação e conhecimento, por meio de manifestações corporais já presentes
na vida das crianças, estas que, por sua vez, devem ser tematizadas e desenvolvidas
pela equipe educacional.
Contudo, as discussões em torno da Educação Física na Educação Infantil,
vêm se intensificando desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB no. 9.394/96) onde, por meio desta, é possível ao profissional atuar
dentro das escolas, inclusive para crianças com idade inferior a seis anos.
Sousa e Vago (1997) ressaltam a Educação Física integrada à grade escolar
como componente curricular da Educação Básica, sendo seus conteúdos adequados
conforme as faixas etárias e desenvolvimento da criança, assim como às condições
da comunidade que a envolve, sendo facultativa nos cursos noturnos. Podendo
considerar então, que a inserção curricular desta disciplina no ciclo infantil significa
um grande avanço para os profissionais deste campo.
A Educação Física, segundo Rolim (2004), ao surgir na Educação Infantil, teve
como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de atividades
que envolvessem a área motora, o que, supostamente, possibilitaria um maior
sucesso na alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho “cognitivo”. Esta
perspectiva de Educação Física vinculava-se aos princípios da Educação Infantil de
cunho compensatório.
Portanto, é possível concordar com Kunz (2001) ao dizer que a prática
pedagógica desta disciplina possui grande importância no desenvolvimento infantil,
proporcionando ao aluno um maior conhecimento de si e do mundo a sua volta.
Ao considerar o grau de evolução do aluno de 0 a 6 anos, é correto dizer que
a recreação deve vir como grande aliada neste processo, uma vez que disponibiliza
diversas vivências, movimentos, atividades e jogos a fim de que a criança consiga
obter o máximo de experiências possíveis, colaborando para que haja um progresso
mais facilitado e que gere prazer à mesma ao realizar as atividades propostas,
trabalhando em conjunto aos conteúdos de alfabetização (letras, números, cores,
dentre outros).
Indo de encontro com estudo realizado por Gava et. al. (2010), é por meio de
tais vivências que se possibilita à criança descobrir seus limites, valorizando seu
próprio corpo, compreendendo suas possibilidades e origem de cada movimento. É a
partir destas experiências, abordadas em aula, que as crianças começam a usar mais
facilmente a linguagem corporal, ajudando-as no seu desenvolvimento para a
descoberta de capacidades intelectuais e afetivas.
Gallahue e Ozmun (2005) registram que este trabalho, realizado pelo
profissional dentro do ensino infantil, é necessário. Enfatizando sua relevância no
desenvolvimento integral do indivíduo, compreendendo os aspectos motor, cognitivo
e afetivo-social. Freire (1997), segundo os autores, complementa quando apresenta
que as experiências motoras adequadas, dentre outros benefícios, se refletem na
alfabetização e raciocínio lógico-matemático.
Na Educação Infantil, a Educação Física desempenha um papel de elevada
importância, pois a criança desta fase está em pleno desenvolvimento, passando da
fase do individualismo para vivências em grupo. Sendo, portanto, as aulas de
Educação Física, o momento propício para um aprendizado por meio de brincadeiras
recreativas, desenvolvendo os aspectos cognitivo, afetivo-social, motor e emocional
conjuntamente (MAGALHÃES, KOBAL, GODOY, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreende-se que a Educação Física possui um papel fundamental na


Educação Infantil, pela possibilidade de proporcionar aos educandos uma diversidade
de vivencias por meio de situações nas quais as crianças sejam capazes de criar,
descobrir, reelaborar conceitos e ideias sobre os movimentos e suas ações.
Além disto, é por meio da disciplina, através de situações de experiências –
com o corpo, com materiais e de interação social – que os escolares descobrem os
próprios limites, enfrentam desafios, conhecem e valorizem o próprio corpo, dentre
outros, utilizando a linguagem corporal voltadas ao desenvolvimento de suas
capacidades intelectuais e afetivas, numa atuação consciente e crítica.
Com a elaboração do tema proposto por este artigo, pode-se notar a
importância do lúdico para a promoção do desenvolvimento da criança na Educação
Infantil. De acordo com a revisão bibliográfica e outras referências consultadas, pode-
se organizar e selecionar as principais contribuições que fundamentaram
teoricamente o presente artigo.
Considerando que o brincar, sendo sua primeira forma de cultura, enquanto
atividade biológica essencial e espontânea da criança, sempre esteve presente em
seu cotidiano que, com o passar do tempo, se transformou e agregou características
específicas de cada povo em seu espaço e tempo, todavia sendo perpetuado pela
transmissão de gerações.
Pode-se constatar que o jogo, brinquedo e brincadeira, quando abordados em
caráter recreativo, são instrumentos mediadores no processo didático-pedagógico,
sendo importantes ferramentas, auxiliares no desenvolvimento cognitivo, motor,
afetivo, psicológico e social da criança em formação.
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