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INTRODUÇÃO

Algumas vezes precisamos acelerar uma reação química para que possamos obter o
produto desejado e conseguir maior rentabilidade (rendimento) do processo. Outras vezes,
precisamos desacelerar uma reação para retardar um processo químico. A área da química
que está preocupada com as velocidades das reações é chamada Cinética Química. Ela
estuda a velocidade com que ocorrem as reações químicas e os fatores que influem nessa
velocidade. O estudo da cinética é muito importante, principalmente para as indústrias
químicas. Pois acelerando-se as reações, reduz-se o tempo gasto na produção, tornando os
processos químicos mais econômicos e os produtos finais mais competitivos no mercado.
Numa reação química há a quebra e a formação de ligações, as respectivas
velocidades dependem muito do reagente e suas condições. Há alguns fatores que afetam a
velocidade de uma reação: a temperatura, a concentração dos reagentes, a superfície de
contato, a presença de um catalisador e a pressão.
A velocidade de uma reação aumenta conforme a temperatura aumenta, ou seja, são
diretamente proporcionais. Esse aumento da temperatura faz aumentar as energias cinéticas
das moléculas, onde as mesmas movem-se mais rapidamente, se chocam com freqüência e
com energia mais alta, provocando assim aumento de suas velocidades.
Grande parte das reações químicas prossegue mais rapidamente se a concentração
de um ou mais dos reagentes é aumentada. As moléculas se chocam com maior freqüência e
rapidez à medida que a concentração aumenta, ocasionando assim o aumento da velocidade
com que ocorre a reação.
Outro fator que afeta a velocidade de uma reação é a superfície de contato, o
aumento da mesma ocasiona rapidez na reação. Quanto menor for as partículas maior a
velocidade da reação, pois a superfície de contato com outras espécies químicas é maior com
redução de seu volume.
Os catalisadores são substâncias que aumenta a velocidade de uma reação, sem
serem consumidos durante o processo. Uma reação que tem a presença de um catalisador
reage mais rápida do que uma que não tem, pois o mesmo diminui a energia de ativação da
reação, afetando assim sua velocidade.
OBJETIVOS

1- Observar a velocidade de reação, usando reagentes com concentrações diferentes;


2- Observar como a superfície de contato altera a velocidade de reação;
3- Observar a presença de catalisadores na velocidade de reação;
4- Observar a influência da temperatura na velocidade de uma reação.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte A

1- Pegou-se 3 quantidades semelhantes de Limalha de Ferro.


2- Foram pegos três tubos de ensaio e numerou-se em 1, 2 e 3 respectivamente. No tubo 1
colocou-se 5ml de HCl 0,01 mol/L; no tubo 2 foram colocados 5ml de HCl 0,1 mol/L e por
fim no tubo 3 colocou-se 5ml de HCl 1 mol/L.
3- Foram colocadas simultaneamente as quantidades de Limalha de Ferro nos tubos de ensaio e
observou-se.

Parte B

1- Com o auxílio de uma proveta foram medidos 20 ml de água e depois de medidos foram
colocados em um béquer.
2- Foi colocada a metade de um comprimido efervescente (Sonrisal) no béquer e anotou-se o
tempo que decorreu até a dissolução completa dele.
3- Repetiu-se as mesmas operações com a água, no entanto foi quebrada a metade do
comprimido efervescente em pedaços menores. Depois foi anotado o tempo que decorreu até
a dissolução completa do comprimido.

Parte C

1- Foram colocados 5 ml de água oxigenada em dois tubos de ensaio.


2- No segundo tubo, foi adicionado um pedaço de batatinha e comparou-se os dois tubos.

Parte D

1- Colocou-se 20 ml de água à temperatura ambiente (25ºC) e foi adicionado um comprimido


efervescente. Anotou-se o tempo que decorreu até a dissolução completa do comprimido.
2- Foram pegos 20 ml de água aquecida no agitador magnético com temperatura. Foi colocado o
termômetro e verificou-se a temperatura da água. Em seguida, retirou-se o termômetro e
adicionou-se um comprimido efervescente. Foi anotado o tempo que decorreu até a dissolução
completa do comprimido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Utilizando 5 ml de cada solução de HCl em diferentes concentrações: 0,01mol/L,


0,1mol/L e 1mol/L, a Limalha de Ferro, nestas soluções de concentrações variadas apresentou
comportamentos diferentes com relação a sua velocidade. Veja a seguir na tabela 1:

TABELA 1 - Influência da concentração na velocidade da reação

Concentração de HCl em Velocidade


Amostra
mol/L da reação
1 0,01 Muito lenta
2 0,1 Moderada
3 1 Rápida

Na parte B do experimento utilizou-se a metade de um comprimido efervescente e


outra metade quebrada em pedaços menores, cada uma dissolveu-se em 20 ml de água. Foi
feito esse processo para se observar até que ponto a superfície de contato afetaria a reação.
Observe os resultados a seguir:

TABELA 2 – Alteração na velocidade da reação através da superfície de contato.

Superfície de Contato Tempo da


Amostra
(comprimido) Dissolução
1 Metade do comprimido 00: 01: 31
2 Pedaços menores do comprimido 00: 00: 59

Trabalhando com outro fator que afeta a velocidade de uma reação, na parte C
utilizou-se um catalisador, a batata. Foram colocados 5 ml de H2O2 em dois tubos de ensaio,
no segundo tubo adicionou-se um pedaço de batata, observou-se em qual dos tubos a
decomposição da H2O2 se daria mais rapidamente, obteve-se as seguintes conclusões:

TABELA 3 – Presença de um catalisador (batata) na reação.

Velocidade da
Amostra Condição
Decomposição da H2O2
1 Sem catalisador Lenta
2 Com catalisador Rápida

Para a dissolução de duas metades do comprimido efervescente utilizou-se água em


temperaturas diferentes, uma metade foi dissolvida á 25ºC e a outra em 51ºC. A influência da
temperatura alterou bastante o tempo da dissolução de cada comprimido. Veja à baixo na
tabela 4:
TABELA 4 – Influência da temperatura na velocidade da reação.

Amostra Temperatura em ºC Tempo da Dissolução


1 25ºC 00: 01: 26
2 51ºC 00: 00: 47

Na parte A, observou-se que quanto maior fosse à concentração do HCl, mais rápida
seria a velocidade da reação. Sendo assim comprovado na amostra 3, da tabela 1. No
experimento B, comprovou-se, que quanto maior fosse a superfície de contato do
comprimido, maior seria a velocidade da sua reação. Na parte C, com a presença de um
catalisador, neste caso a batata, pôde-se observar que a mesma teve forte influência na
decomposição da água oxigenada, acelerando sua reação, e no outro tubo que não tinha o
catalisador a reação foi bem mais lenta. E por fim, o procedimento D demonstrou que quanto
maior fosse a temperatura da água, menor seria o tempo da dissolução do comprimido.
Na prática realizada não há grandes possibilidades de erros, a não ser na
cronometragem do tempo ou alterações nas quantidades dos materiais utilizados.
CONCLUSÃO

Na realização do experimento todos os objetivos desejados foram alcançados.


Observou-se a velocidade de uma reação: utilizando reagentes de concentrações diferentes,
aumentando a superfície de contato, utilizando um catalisador e trabalhando com
temperaturas diferentes.
A partir dos experimentos realizados pôde-se comprovar que todos esses fatores
afetam realmente a velocidade de uma reação. Todos eles desempenham um papel muito
importante, aumentando ou acelerando, a velocidade de determinada reação química.
Para se ter resultados mais precisos deve-se ter muito cuidado na cronometragem do
tempo, e nas quantidades dos materiais utilizados, como a limalha de ferro e as metades do
comprimido, colocar as quantidades o mais aproximadamente possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROWN, T.L.; LeMAY, Jr, H.E.; BURSTEN, B.E.; BURDGE, J.R. Química a ciência
central. 9ª Ed. São Paulo: Pearson 2005.

FELTRE, Ricardo. Fisíco-Química. 6ª Ed. São Paulo, 2004. p.143 à 172. v.2.
PÓS-LABORATÓRIO

1) No procedimento da parte A qual tubo de ensaio a reação foi mais rápida? Por quê?
Na parte A do experimento a reação ocorreu com mais rapidez no tubo de ensaio 3, isso
porque dentre os outros ele apresentava uma solução de HCl mais concentrada, quanto maior
a concentração de um reagente mais rápida uma reação ocorre.

2) No procedimento da parte B, compare os tempos de reação que seu grupo obteve nos
dois processos. Qual o mais rápido e por quê?
No primeiro processo onde se utilizou a metade do comprimido efervescente o tempo gasto
até a sua dissolução completa foi 00:01:31. No segundo processo utilizou-se também a
metade do comprimido só que em pedaços menores, a dissolução completa do mesmo ocorreu
em apenas 00:00:59, menor tempo que o primeiro. Ou seja, no segundo processo a reação
ocorreu com mais rapidez, isso porque a superfície de contato foi maior que a do primeiro,
quanto menor for as partículas maior a velocidade da reação.

3) No procedimento da parte C, o que ocorre quando se coloca pedaços de batata em um


dos tubos? Explique. Neste experimento, qual é a função da batata? Qual gás é liberado
durante a decomposição da água oxigenada?
Quando se adicionou o pedaço de batata no segundo tubo de ensaio pôde-se perceber que a
reação da decomposição da H2O2 estava acontecendo com mais rapidez do que a do outro
tubo que não tinha batata. Apresentou uma efervescência e formou em sua superfície umas
bolhas brancas. Neste experimento a batata teve uma função muito importante, ela
desempenhou o papel de catalisador da reação, aumentando sua velocidade, isso sem ser
consumida durante o processo. Ela criou para a reação um novo caminho com energia de
ativação menor, direcionando assim a reação química. Tudo isso porque na batata há uma
enzima chamada de catalase que realiza todo esse processo de aceleração da reação. Durante a
decomposição da H2O2 há a liberação de O2:

2H2O2 → H2O + O2

4) Como a temperatura em que os reagentes se encontram pode influenciar a velocidade


dessa reação?
A temperatura de um reagente tem forte influência numa reação, uma elevação da mesma
acarreta um aumento na velocidade da reação. Uma subida na temperatura aumenta não só a
freqüência dos choques entre as moléculas reagentes como também a energia com que as
mesmas se chocam, desse modo, cresce a probabilidade delas reagirem, ou seja, aumenta a
velocidade da reação.

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