Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Decisão PDF
A Decisão PDF
Die Massnahrne
Lehrstück
Escrito em 1929/30
Estréia: 13.12.1930 em Berlim
2 _')
) ...
PERSONAGENS:
Os QUATRO AGITADOR.ES, um após o outro como:
O J OVEM
O DIRETOR DA CASA DO PAR TIDO
OS DOIS CULES
O INSPETOR
OS DOIS TRABALHADORES TÊXTEIS
O POLICIAL
O COMERCIANTE
Colaboradores: S.Dudow, H. Eisler () CORO DE CONTROLE
o C O R O DE C O N T RO L E - Adiantem-se ! Seu trabalho foi bem-
sucedido, também nesse paí s a revolução está em ITIa r-
cha , c as fileiras de combate ntes estão o rga ni zad as. Es-
tamos de acordo com v oc ês.
OS Q UATRO AG IT ADO RE S - A lto, t emos algo a d iz er ! Q uere-
mos COlTIUnÍcar a morte de um c am ar ad a.
O CORO DE CONTR.OLE - Quem o matou?
OS Nós o m atarnos. Atiramos nele c
QUATRO AGITADORES -
o jogamos numa mina de cal.
O CORO DE CONTROLE - O que ele fez para que vocês o ma -
tassem?
OS QUATRO AGITADOR E S - Muitas v ez es fe z o que era cer to,
alg u mas vezes o que e ra er ra do, mas po r últ im o co locou
em r isco o movimento. El e q ueria o certo e f ez o er ra do.
Exigimos su a sentença.
() C O R O DE C O N T R O L E - M ostrem- nos c orno e por q ue
teceu e ouv ir ão n ossa serr .en ça.
0 5 Q UA TRO AGI T ADORE S - A ceitaremos sua sentença.
237
,J
o JO VEM CAMARADA - SOU O secretário da Casa do Partido , OS T R f.: S AG IT A DO RES - Não.
que é a última antes d a fronteir a. M eu coração bate pela O Não trocamos de roupa dia e n oite,
J OV E M CAM A R A D A -
revolução. O espetáculo da injustiça fez com que eu rne lutando contra as investidas da fome, da decadênci a e da
enfileirasse entre os combatentes. O homem deve ajudar contra-revolu ção. E vocês não nos trazem nada.
o homem. Sou pela liberdade. Acred ito na humanidade.
Os T R Ê S AGI TADORES - Assim é: nad a lhes t razemos. IY1as,
E SOu a f avor das medidas cornadas pelo Partido C omu-
at rav essan do a front eira p ara M uk d en, levamos aos ope-
n ista , que luta Contra a exploração, a ignorância e pela
soci ed ad e sem classes.
rários chineses os ensinamentos d os clássicos e dos pro-
pagandistas: o ABC do comunismo. Levamos aos igno-
O s T RÊS AGITADORES - N ós viem os de M oscou. rantes ensinamentos so b re a su a sit u aç ão ; aos oprimidos,
O JO VEM. CAMARADA - Esperávamos por vo c ês. a consciência de classe; e aos conscientizados, a experiên-
Os TR Ê S AG ITADORES - Por quê? cia d a revolução. De vocês, no
entan t o, d evemos solic it a r
O JOVEM CAMA RA 01\ - N ão pod em os p rossegu ir. P or todo um a u to m ó v el e um gu ia .
lado há desor dem e penúria, pouco pão e m ui ta luta . O J O VE M CA M A RAD A - Então fi z u m a pe r g u nt a im pr ópri a?
M u itos est ão che ios de coragem, m as poucos sabem ler. Os TRÊ S AG IT ADORE S - N ão. A u ma b oa pe rgu n ta seg u e-se
H á pou cas máqu in as e ni ng u ém entende dela s. Nossas uma resposta ai n d a melhor. E stamos vend o qu e d e vo c ês
locomot iv as estão quebradas. Voc ês t rouxeram Íocomo - já foi ex igid o o máximo, mas se ex ig ir á ainda m ais ; um
rivas? de vocês dois deverá nos guiar até Mukden ,
Os TRÊ S AGITADOR ES - Nã o. O JOVEM CA }"l A RA D A - Neste caso, deixo meu post o j á ex -
() J OVEM C A?\·1ARA DA - Vocês trouxeram tratores ? trernamerrte d ifícil p ara dois c p ara o qual um apenas
OS TRI:'S AGIT ADORES - Nã o . deve bastar agora. Ire i COHl vocês. M ar cha n d o em frent e,
d ifundindo os ensin amentos dos cl ássicos comun ist as : a
O N osso s c am poneses ain da se a t re lam
] O VE .M C A M A RA DA -
revolução mundial.
a si mesmos d iante d os velhos a rados de madeira . E nad a
ternos para sem ear c a l nossos campos. Vocês trouxeram
sem en t es? O C O R O DE CO N T RO L E
........-..---- -L...
Puxem compassadamente. Não empurrem Puxem cornp assada menr e. Não ern purrcrn
O companheiro ao lado. O companheiro ao lado.
o cule cai novamente. A comidavem lá debaixo
Para os que a comerão lá ern cirn a.
O CULE - Me ajudem!
Aqueles que a trazem
O JOVEM CA .MARADA para () inspetor - Você não é um ser Não comeram.
humano?
Vou pegar uma pedra e colocá-la na lama - para () U 111 dos cules escorrega, o ioue m camarada coroca a jJC-
cule - e agora pise! dra, O cule se Iei-anta.
O INSPETOR. - Certo. De que nos adiantam sapatos de Tienc- O JOVEM Não agüento mais. Vocês têm que
-
sin? Prefiro deixar que o seu piedoso camarada nos acorri- exigir outros sapatos.
panhe colocando uma pedra para aquele que escorregar. O CULE - É U!TI idiota digno de r iso.
OS CULES - N a canoa há arroz. O camponês que O INSPETOR - Não, é um daqueles que agitanl nossa gente.
Fez a colheita recebeu Ei) peguem-no!
Um punhado de moedasvN ós
OS QUATRO AGITADORES - E ele foi logo identificado !Per-
Recebemos menos ainda. Um boi seguiram-no durante dois dias até que nos encontrou.
Sairia mais caro. Somos mu iros. Nós fomos perseguidos com ele durante urna
cidade de Mukden e não pudemos mais pôr os pés na CI-
Um dos culcs escorrega, o [ouem camarada coloca a pcd ra
(' o cu/e se levanta. dade baixa.
()S TRÊS AGITADORES - Você vai se comportar melhor na O ]OVE!vt CAMARADA entrega u.m panfleto para um deles, o
distribuição dos panfletos? ouéro permanece parado ao seu ltulo-- Leia c passe adi-
ante. Quando tiver lido, vai saber o que fazer.
O JOVEM CA:\-1ARADA - - Sim.
Os TRÊS AGITADORES - Mostramos agora o comporramento o primeiro pega o panfleto e segue O seu cantinho.
do jovem camarada na distribuição dos panfletos. O POLICIAL tira o panjleto do primeiro - Quen1 lhe deu esse
Dois agitadores representem trabalhadores téxt eis c o panfleto?
ou tro, u.m policial, O PRL\fEIRO - Não sei, alguém me deu quando eu vinha
passando.
OS DOIS OPERÁRIOS TÊXTEIS - - Nós somos operários na fá-
brica de tecidos. O POLICIAL se aproxima do segundo - Foi você QUClTI deu o
panfleto para ele. Nós da polícia procuramos aqueles
O POLICIAL - Eu sou policial e recebo meu pão dos domina-
dores para reprimir a insatisfação.
que distribuem panfletos como este.
O CORO DE CONTROLE - Venha, camarada! Arrisque O SEGUNDO - Não dei panfletos para ninguém.
O centavo, que já não é mais centavo, O JOVEM CAMARADA - É crime instruir os ignorantes sobre
A cama debaixo da goteira a sua situação?
248 249
I
....................... _._--_......
() POLICIAL - ensinamentos de vocês levam a coisas ter-
()S o PRIMEIRO agride () polidal - Seu cachorro vendido!
ri veis. Se vocês dout rinarern U01;l fábrica corno essa, ela
() policial puxa o ret'óh'cr.
não mais reconhecerá nem o seu próprio dono. Esse pe-
queno panfleto é mais perigoso do que dez canhões. O JOVEM CA!\IARADA grita - Socorro! Camaradas! Socorro!
O JOVEM CA:\íAflADA - () que está escrito aí? Estão matando inocentes!
O POLICIAL - Isso eu não sei. Para o segundo: O que está () jaz/em camarada agarra o pescoço do policiai por trás.
escrito aí? () primeiro operário cur ua le ntamen ie o seu braço par..l
O SEGUNDO - Não conheço o panfleto. Não fui eu quem Irás. O tiro dispara, o policial é desarmado e 'lba/ido.
o distribuiu. O SEGU NDO OPERARIO, le uan tando-se para o primeiro - Ma-
O JOVEM CAMARADi\ - Eu sei que não foi ele. ramos policial e não podemos mais ir à fábrica. Para
UOl
o [ouem cam arada: E você é o culpado.
() POLICIAL para o jOl'cm camarada -Foí você quem deu o
panfleto para ele? OS QUATRO AGITADORES - - E ele teve que se pôr a salvo em
vez de distribuir panfletos, pois o policiamento foi re-
O JOVEM CA}.1ARAOA ._- N âo.
forçado.
() POLICIAL para o segu n d o - Então foi você.
() JOVE.M CA).,lARADA para o [Jrimeíro - C) que vai acontecer
com ele? . DISCUSSÃO
() PRIMEIRO - Ele pode ser preso. () CORO DE CONTROLE - Mas não é correto evitar a injustiça
O JOVEM CAMARADA - Por que você quer que ele seja preso? onde quer que ocorra?
Você não é proletário também, seu guarda? ()S QUATRO AGITADORES - Ele evitou uma pequena injustiça,
() POLICIAL par« o segundo - Venha cornigo. Bate-lhe IUi mas a grande injustiça) o furo da greve) continuou.
cabeça. O CORO DE CONTROLE - Nós estamos de acordo.
O JOVEM im-pedindo-o - Não foi ele.
O POLICIAL - Então foi você mesrno l
O SEGU NDO - N ão foi ele. 5
() POLICIAL - Então foram vocês dois.
o QUE É AFINAL?
O PRt:MEIRO - Corre, homem, corre. Você está COIn o bolso
cheio de panfletos. OS QUATRO AGITADORES - Lutávamos diariamente contra as
antigas associações, a desesperança e a submissão: ensiná-
O policial derruba o segundo. vamos os operários a transformar a luta por melhores
O JOVEM CAMARADA aponta para o policial, [alando para o salários em luta pelo poder. Ensinávamos o uso de armas
In/melro - Ele acaba de abater um inocente, você é e a arte de fazer manifestações. Depois ouvimos que os
testernurrha. comerciantes estavam brigando com os ingleses, que do-
251
.250
m ina varn a cidade por m eio da alfândega . Para tirar pro- O C O MERC IAN TE - Pois e u di go: nã o. Se os são rna rs
veito da briga entre os dominadores ern favor d os d orni , baratos d o qu e o arroz , ent ão po sso ar ran ja r u m n ov o
nados, enviamos o jovem camarada com urna carta para cu]e. Isto não está mais certo ainda?
o comerciante mais rico. Nela estava escrito: Armem os O C A 1\1ARA D A - Sim, está mais certo ainda. Aliás ,
cules! Dissemos ao jovem carnar ada : Comporte- se de f or- , quando o sen h or v ai envia r as primeiras a r mas pa ra a
111 <1 a conseguir as a rn1415. M as quando a com id a chegou cidade b ai xa?
à mesa, ele não soube calar. Mostrarnos COrno foi. O C O M E RC IA N T E - Logo, logo. V oc ê deveria ver co rno 0 5
cules, que carregam o meu couro, corn pram n1CU ar ro z
U 'm agitador como co me r cian te ,
na cantina.
O COMERCIANTE - Eu sou o comerciante. Estou aguardando O CAMARADA - Eu deveria ver.
urna carta da assoc iação dos cules so bre urna aç ão con- e) CO M E RC IA N T E - ( ) que voc ê ac ha , est ou paga ndo muito
ju n t a contra os ingleses.
pelo trabalho ?
O J O VEM - A q ui está a carta da associaç ão dos O .lOVEIvl CAMARADA - Não, mas o seu ar:oz .é caro c o tra-
cules. balho de ve ser bom, m as o seu ar r oz e r u irn.
O - Está conv idado a almo çar comigo. . O C O.M E R C IAN TE -
Vocês são pessoas espertas.
O JOV E !vl CAlvlARADA - É urna honra almo çar com o senhor. O JOVEp.:t - E quando o sen h or vai armar os cules
O COM ERCIANTE - Enquanto a comida preparada ) quero
é
contra os ingleses?
dizer-lhe minha opi nião so b re os cules, P or fa v or, sen - O COMERC IANT E - Depois de comer p odemos v isita r os de-
te- se aqui. pósitos d e arma s. Ago r a vo u cantar para você a rni n h a
O JOVEM C A]\.{AKADA - Estou mu ito in te res sad o em su a canç ão p r ed ilet a.
opiniã o.
O COMERCIANTE - Por que recebo tudo m ais barato do qu e
qualquer outro? E por que um cule trabalha para mim CANÇÃ() DA
quase de graça?
Tem arroz lá, rio abaixo.
O JO VEM CAMARADA - Não sei. , . . acima
,
Nas prOVlnC13S no as p essoas preC ISaITI de arroz..
O COMERCIANTE - Porque sou uni h omem esperto. Voc ês Se deixarmos o arroz rios depósitos,
também são espertos porque sabem corno receber salá- O arroz ficará mais caro para elas.
rios dos cules. Aqueles que puxam a canoa receberão ainda ar roz,
O JOVE!v! CAMARADA - Nós sabemos - aliás, o sen ho r vai Então o arroz ficará ainda mais barato para rrnrn,
armar os cuIes contra os ingleses? O que é o arroz, afinal?
O COMERCIANTE - Talvez, talvez. Sei c orno trat ar com UII1 E eu lá sei o que é o arroz?
cule. Deve dar-lhe arroz o bastante para que não morra , E eu lá sei, quem sabe diss o?
sen ão como é que ele vai trabalhar para você? Está certo? Não sei o que é o arroz,
O .JOVEM - Sim, está certo. Eu só conheço o seu preço.
253
..
Chega o inverno, as pessoas precisam de roupa. Os QUATRO AGITADORES - Não.
Então é preciso comprar algodão
E não liberar o algodão. O CORO DE CONTROLE
Quando chega o frio, as roupas ficam mais caras.
As fiações pagam salários altos demais. TRANSFOR:NIE o I\fUNDO: ELE PRECISA !)ISS()
O problema é que existe algodão demais.
O que é o algodão, afinal? Com quem o justo não sentaria
E eu lá sei o que é o algodão? Para promover a justiça?
E cu lá sei, quem sabe disso? Que remédio é tão ruim
N ão sei o que é o algodão, Para quem está moribundo?
Eu só conheço o seu preço. Que baixeza você não cometeria
Para extirpar a baixeza?
() homem precisa de muita ração, Se você, finalmente, pudesse rransformar o mundo ,
Com isso o homem fica mais caro. Para que se julgaria bom demais?
Para arrumar ração, precisa-se de homens. Quem é você?
Os cozinheiros tornam a comida mais barata, mas Afunde na sujeira,
Aqueles que comem a tornam mais cara. Abrace o carniceiro, mas
O problema é que existem homens de menos. Transforme o mundo: ele precisa disso!
O que é um homem, afinal? Con tinuern a narrar!
E eu lá sei a que é um homem? Há muito já não os escutamos como juízes,
E eu lá sei, quem sabe disso? Mas desde já corno aprendizes.
N ão sei o que é um homem, Os QtJ ATRO AGITADORES - Mal chegou à escadaria, o jovem
Eu só conheço o seu preço. camarada reconheceu o seu erro. N'os disse que podería -
Para o [oue n: camarada: E agora vamos comer o meu mos mandá-lo de volta através da fronteira. Vimos cla-
arroz de boa qualidade. ramente a sua fraqueza, mas precisávamos dele, pois
tinha muitos adeptos entre os desempregados, e ele nQS
o JOVEM CAMARADA leuan ta-se - Não posso comer com o ajudou muito, nesses dias, a tecer a rede do Partido, di-
senhor. ante dos canos dos fuzis dos empresários.
OS QUATRO AGITADORES - Foi o que ele disse e não houve
zombaria nem ameaça que o levassem a comer com aque-
6
le a quem desprezava; e o comerciante o expulsou e 05
cules não foram armados.
A TRAIÇAO
256 217
ccrnercian res e o seu conselho de in vadir a Câmara u- A nossa revolução começa amanhã.
nicipal e convença-os a participar, hoje à noite, da ma- Vence e t ransforrna o mundo.
nifestação dos trabalhadores das fábricas. Nós procura- A sua revolução acaba quando você acaba.
remos convencer os soldados insatisfeitos, reunidos e!11 Quando você tiver acabado,
volta da Câmara Municipal, a participar conosco, uni- A nossa revolução continuará.
formizados, da manifestação,
o JOVEM CAMARADA - Ouçam o .esto:l dizendo: vejo
() JOVEM CAMARADA - Lembrei aos desempregados quantas com os meus dois olhos que a rruserra n ao
vezes os soldadas a ti raram neles. E agora tenho que di- Por isso me oponho à sua decisão de esperar. Ainda hoje
zer-lhes que devem participar de urna manifestação jun- à noite vou ocupar a Câmara Municipal à frente dos
to com os assassinos?
desernpregados.
Os TRÊS AGITADORES - Sim, porq ue os soldados podem reco- Os TRÊS AGITADORES - SabClTIOS que a Câmara
nhecer que estava errado atirar em rnisera vei s da sua pró- está repleta de soldados. Mas ainda que não estlvess..e po-
pria classe. Lembre-se do conselho do camarada Lênin liciada, de que nos adiantaria a ". estaçoes _de.
de que não se devem considerar todos os camponeses trem) as estações telegráficas e os qU<lrtels,estao nas mao:
como inimigos de classe, mas sirn conquistar a miséria do governo? Você não nas convenceu. Va: portanto, ate
do campo como aliada. os desempregados e convença-os de que nao podem ata-
() JOVEM CAMARADA - Então eu pergunto: os clássicos role- car sozinhos. Exigimos isso de você agora em nome do
ram que a miséria espere? Partido.
()S TRÊS AGITADORES - Eles f alam de métodos que abrangem O J OVEl\l CAMARADA - Mas quem é o Partido?
a miséria em toda a sua dimensão. Ele está sentado em uma casa corn ,
Seus pensamentos são secretos) suas decisões desconheCi-
() JOVEM CAMARADA - Então os clássicos não são a favor de
que se dê ajuda imediata a todo miser áve]? das?
Quern é ele?
()S TRÊS AGITADORES - N ão.
Os TRÊS AGITADORES - Nós somos ele.
O JOVEM CA!\-lARADA - Então os clássicos são uma merda Você e eu e vocês - nós todos.
e eu os rasgarei; pois o homem, como ser vivo, berra, e Ele está na sua vestimenta, camarada. e pensa co:r1 •a sua
a sua miséria rompe todos os diques do ensinamenro. Por cabeça. Onde, eu moro, é a sua casa, e onde voce e ata-
isso darei início agora à ação, agora e já, pois eu berro e cado ele luta.
rompo os diques do ensinamen to. Mostre-rios o caminho que devemos percorrer
Ele rasga os escritos. E o percorreremos com você, mas
°
Não percorra sem nós caminho correto,
Os Não os rasgue! Precisamos deles,
'l' R Ê S AGITADORES - Sem nós ele seria
De cada um deles. Veja a realidade! Ornais errado.
A sua revolução é feita rapidamente Não se separe d e nos
't
E dura apenas um dia, Podemos estar errados e você ter razão, portanto
Amanhã estará sufocado. Não se separe de nós!
258 259
() J OV E M C A M A RA DA - Aqu i h á op ressão . Sou a fav or da lí-
Que o caminho ma is curto é melhor d o que o mais longo
berdade !
Ninguém nega
Mas se alguém o conhece ()S TRÊS AGITADORES - Cale-s e! Você está nos expondo.
E não é capaz de mostrá-lo a nós, de que nos adianta a O JOVE1\1 - Nã o posso ca lar - ru e, porque estou
su a co m a razão.
Sabedoria?
Os T R Ê S AGITADORES - E stej a o u não c om a raz ão - se você
Esteja sabi am en t e conosco!
falar, estamos perdidos! - C ale- se!
Não se separe de nós!
O JOVEM CAMARADA - Já vi demais,
() JOVE:1\l CAMARADA - Porque tenho razão, não posso ceder.
Não me calarei por mais tempo.
Vejo com os meus dois olhos que a miséria não pode Por que calar-me ainda?
esperar. Se eles não sabem que têm am igos ,
Corno se levantarão?
() C O R O DE C O N T R OLE Por isso coloco-me à sua fr ente,
C 0 0 10 aquele que sou e diz o que é.
Quando ern nossa fuga chegamos perto das mi nas d e O S Q UA TRO AG IT ADO RES - Nós dec idimos:
Então, ele tem que desaparecer, c omple camen te.
cal fora da c idade, ouvimos nossos perseguidores ern n osso
encalço. Nosso jovem camarada ouviu, ao acordar, o tro- Pois nós precisamos voltar ao noss?
vejar dos canhões, que vinha da direção da Câmara Mu - E não podemos levá-lo nem deixa-lo aqui..
nicipal. Reconheceu o que fizera c disse: nossa causa está Portanto temos que matá -lo e jogá-lo na mma de cal ,
perdida. E nós dissemos: nossa causa não está perdida. Pois a calo queimará.
Mas ele foi reconhec ido e não pode escapar. E nos rios há O C O RO DE CONTROLE - Não encontraram outra saída?
canhoeiras ancoradas, c comboios bl indados se encontram Os QUATRO AGITADORES - Corno o tempo era pouco, não en-
estacionados nas ferrovias, prontos para atacar-nos irnc- contramos outra saída.
diat arnenre, caso um de nós seja avistado. Ele não pode Assim como o animal ajuda o animal,
ser v isto. Também nós desejávamos ajudá-lo, àquele que
O CORO DE CONTROLE - Se nos encon trarern, seja onde for, Lutara conosco pela nossa causa.
Sa berão: os poderosos Distante cinco minutos dos perseguidores
Devem ser aniquilados! Pensamos numa
E os canhões dispararã o. Alternativa melhor.
162
..
_------------------------------ -- _._ _ _-- _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __.... .....
T arnbé rn vocês ago ra cs t áo pensando Os TRÊS :\GIL\ DORE S - pe r g u ntarnos : vo c ê está d e
N l H TLl altern ativa m elh o r. aco r d o ?
Pausa. Pausa.
Portanto dec idi m os sep a r a r () . I O V E i\l CA\1i\ R i\ D :\ - S im . V e jo qu e se m p re ag i errada-
A gora o n osso pró p r io p é d o co r po. men t e.
Ê t err í v el m a r a r . Os AG ITA DORE S - N ão sempre .
Mas não so me n t e os o u t ro s, t arnbcrn nos m a rar ia rnos, ( ) J O VE !\'t CArvl i\ R AD A - Eu que que r ia t an t o se r ú t il, apenas
c aso fosse n ec essár io , troux e p rejuí z o.
Já que só c om violê n cia é p ossí vel transf orma r Os T RÊ S A GITADORES - Não a pe nas.
Esse mundo assassin o,
() J OVE ,\l CA:'\1ARAD :\ - M as ago r a se r ra mel h o r se cu não
Co rno sabe todo ser vivo.
exi stisse.
A ind a n ão n os fo i dad o , dissem os,
Nã o m atar. U nicarncn te Os T RÊS AG f L>\DO R E S - Sim. Quer f azê -lo sozin ho ?
Pela von t ade in abalá vel d e t ra n sfo rm a r o m u ndo é que O J O VE.M C 1\ \ l A RADA - A ju dem -me.
just if ic amos ()S TR ÊS AG I TADORES - E ncoste a sua ca beç a em noss o br aç o .
A dec isão. F eche os olhos.
O COR O DE CO N T R OLE - C o n t in ue m con t a n d o. Pod em estar O J O VE M C A M AR A D A in uisli.cl - El e ainda d isse : No intcres-
cer tos se d o com u n ismo,
D e n o ssa si m p a t ia. D e aco rdo c om o avanç o das m assas proletá r ias
Nã o foi f ác il f azer o qu e era correto, D e t od os os pa ís es,
Nã o foram voc ês q ue p ro nu n ciaram a su a se n t e n ç a, Af ir m and o a revoluçã o rn und ial.
m as sim ( ) S Q UATR O A G ITA DORE S - E nt ão a ti r amos ne le
A realidade. E o jo g am os n a mina de ca l.
Os QUA TRO AGITADORES - Repetimos nossa ult irna conversa. E , quando a calo ha via en go lido)
() PRI MEIRO AG ITADO R - V an105 perguntar se el e está d e V ol tarnos ao n osso t rab alho.
ac o rdo , p oi s f oi um l utador co ra joso . () C O R O D E CO NTROLE - O seu tra balh o f oi be m -su ced ido ,
( ) SE GU NDO AG IT A DO R - M as m esmo que n ã o es tej a d e aco r - \ To c ês propaga ranl
do, ele terá que desaparecer c ompletamente. Os ensin ament os d os clássicos,
() ABC d o cornun ismo.
O PRIMEIRO AGITADOR para o ioi-e m cama rada - Se f or cap- Aos ign orantes ens in am en t o s sobr e a sua sit u aç ão ;
turad o eles at ira r ão em v o c ê , e, corno vão reconhecê-lo , Aos o p r irn id os , a consciênci a de cl asse,
n osso trabalho será descobert o. P ortanto t emo s que ati- E aos con scient izados, a experiê nc ia da re vol u ç ão.
r a r ern voc ê e jogá-lo na min a de cal para que a calo E t amb ém lá a r evoluç ão está em marcha,
queime. M as perguntamo s: voc ê vê urn a sa íd a ? E as fileira s d e co m ba t en t es estã o o rga n iz ad as t amb ém l á.
O J OV E 1\'1 CA M A RA D A - N ã o. E stamos d e ac ordo com você s.
264 265
Seu re lat o nos mostra o quanto
É n ecessário p ara se t r ansforrna r o rn u n do :
R aiva e pertinácia , saber e revolt a,
Intervenção rápida, profunda ponderação,
Fria tolerância , infinita perseverança .
Compreens ão da parte c compreensão do tod o:
Só ensin ados pela realidade é que p odemos
T ransforrn ar a realidade.
266