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Nota: Para outro santo de mesmo nome, veja Anselmo de Lucca.

Santo Anselmo de Cantuária, OSB

Vitral do século XIX


retratando Santo Anselmo

Arcebispo de Cantuária; Doutor da Igreja(Doctor Magnificus)

Nascimento ca. 1033 em Aosta, Reino da Borgonha

Morte 21 de
abril de 1109 (76 anos) em Cantuária, Kent, Inglaterra

Veneração por Igreja Católica


Comunhão Anglicana
Igreja Luterana

Canonização 1720 por Papa Clemente XI

Principal templo Catedral de Cantuária

Festa litúrgica 21 de abril

Atribuições Um navio, representando a independência espiritual


da Igreja

Portal dos Santos


Anselmo de Cantuária, conhecido também como Anselmo de Aosta por conta de sua
cidade natal e Anselmo de Bec por causa da localização de seu mosteiro, foi
um monge beneditino, filósofo e prelado da Igreja que foi arcebispo de Cantuária entre
1093 e 1109. Chamado de fundador do escolasticismo, Anselmo exerceu enorme
influência sobre a teologia ocidental e é famoso principalmente por ter criado o argumento
ontológico para a existência de Deus e a visão da satisfação sobre a teoria da expiação.
Entrou para a Ordem de São Bento na Abadia de Bec aos vinte e sete anos e tornou-
se abade em 1079. Tornou-se arcebispo de Cantuária durante o reinado de Guilherme II
da Inglaterra. Foi exilado por duas vezes, entre 1097 e 1100 e novamente entre 1105 e
1107 por Henrique I por causa da controvérsia das investiduras, o mais importante conflito
entre a Igreja Católica e os estados medievais durante a Idade Média. Anselmo foi
proclamado Doutor da Igreja numa bula papal de Clemente XI em 1720. Ele
é venerado como santo e comemorado em 21 de abril.

Índice

• 1Biografia
o 1.1Primeiros anos
o 1.2Abade de Bec
o 1.3Arcebispo de Cantuária
▪ 1.3.1Conflitos com Guilherme II
▪ 1.3.2Primeiro exílio
o 1.4Conflitos com Henrique I
▪ 1.4.1Segundo exílio
▪ 1.4.2Motivações
• 2Obras
o 2.1Provas teístas
o 2.2Outras obras
▪ 2.2.1Cur Deus Homo e a visão da satisfação na teoria da Expiação
o 2.3Influência
▪ 2.3.1Dilecto dilectori
• 3Reconhecimento
• 4Ver também
• 5Referências
• 6Bibliografia
o 6.1Obras de Anselmo
o 6.2Fontes secundárias
• 7Ligações externas

Biografia[editar | editar código-fonte]


Primeiros anos[editar | editar código-fonte]
Anselmo nasceu em Aosta, parte do Reino de Arles, por volta de 1033.[1] Sua família tinha
fortes relações com a poderosa Casa de Saboia[2] e era muito rica. Seu pai, Gundulfo,
era lombardo de nascimento. Sua mãe, Ermemberga, que foi descrita como prudente e
virtuosa, veio duma antiga família burgúndia.[3][4]
Aos quinze anos, Anselmo desejava entrar para um mosteiro, mas não conseguiu o
consentimento do pai e acabou sendo recusado pelo abade. [1] O desapontamento
aparentemente provocou-lhe uma doença psicossomática. Depois de se recuperar,
Anselmo desistiu de estudar e passou a viver despreocupadamente; neste período, sua
mãe morreu. Aos vinte e três, Anselmo saiu de casa, cruzou os Alpes e viajou por toda
a Borgonha e a França.[5]
Atraído pela fama de seu conterrâneo Lanfranco (que era o prior da beneditina Abadia de
Bec), chegou à Normandia em 1059. No ano seguinte, depois de algum tempo
em Avranches, Anselmo finalmente entrou para a abadia como noviço aos vinte e sete. Ao
fazê-lo, submeteu-se à "Regra de São Bento", um evento que reformularia todo o seu
pensamento na década seguinte.[6]
Abade de Bec[editar | editar código-fonte]

Abadia de Bec, o mosteiro onde Anselmo passou a vida antes de assumir o posto de arcebispo de
Cantuária.

Anselmo descrito em seu próprio selo

Em 1063, Lanfranco foi nomeado abade de Caen e Anselmo foi eleito prior em Bec,[7] um
cargo que manteve por quinze anos antes de tornar-se abade depois da morte de Herluin,
o fundador da abadia, em 1078. Foi consagrado abade em 22 de fevereiro de 1079 pelo
bispo de Évreux,[8] o que foi acelerado por que, na época, a Arquidiocese de Ruão (a quem
se subordinava Bec) estava vaga. Se Anselmo tivesse que ser consagrado
pelo arcebispo de Ruão, teria sido pressionado a jurar obediência, o que comprometeria a
independência de Bec.[carece de fontes]
Sob o comando de Anselmo, Bec tornou-se o principal centro de ensino na Europa,
atraindo estudantes de toda a França, Itália e outras regiões.[9] Foi durante esta época que
escreveu suas primeiras obras filosóficas, o "Monológio" (1076) e o "Proslógio" (1077–8).
A elas se seguiram "Os Diálogos sobre a Verdade", "Livre Arbítrio" e "A Queda do Diabo".
Neste período, Anselmo também lutou para manter a independência da abadia tanto dos
poderes seculares quanto do arcebispo.[10] Posteriormente, Anselmo teve que lutar ainda
contra Roberto de Beaumont, conde (earl) de Leicester.[11]
Anselmo ocasionalmente visitava a Inglaterra para supervisionar as propriedades da
abadia lá e também para visitar Lanfranco que, a partir de 1070, havia sido
nomeado arcebispo de Cantuária,[12] de quem era considerado o sucessor natural. Com a
morte dele em 1089, porém, Guilherme II da Inglaterra tomou as propriedades e as rendas
da sé e não nomeou um novo arcebispo. Em 1092, a convite de Hugo de Avranches, 1º
conde (earl) de Chester, Anselmo cruzou o Canal da Mancha. Na Inglaterra, permaneceu
envolvido em assuntos da abadia por quase quatro meses e então foi proibido de voltar a
Bec pelo rei. Guilherme ficou seriamente doente de forma súbita em Alveston no ano
seguinte e, movido por um desejo de compensar por seus atos pecaminosos que
acreditava serem a causa de sua doença, [13]permitiu que Anselmo fosse nomeado para a
sé de Cantuária em 6 de março de 1093.[14]
Nos meses seguintes, Anselmo tentou recusar o posto alegando estar velho e
doente.[12] Em 24 de agosto, apresentou a Guilherme as condições nas quais estaria pronto
a aceitar o posto. Elas eram parte de uma agenda de reformas gregorianas: Guilherme
deveria devolver as terras da sé que havia tomado; deveria aceitar a preeminência dos
conselhos espirituais de Anselmo e deveria reconhecer Urbano II como papa (e
não Clemente III, o antipapa).[15] As recusas de Anselmo ajudaram a melhorar sua posição
na barganha enquanto os termos eram discutidos com o rei, que estava profundamente
relutante em aceitar as condições impostas por ele. Guilherme cederia apenas à
primeira.[16]Alguns dias depois, Guilherme tentou voltar atrás até mesmo nisso e suspendeu
a investidura de Anselmo, mas, pressionado pela população, foi obrigado a seguir adiante
com a nomeação. No fim, Anselmo e Guilherme concordaram que a devolução das terras
de Cantuária seria a única condição aceita. [17] Finalmente os bispos ingleses colocaram-lhe
nas mãos o báculo e o levaram para igreja para ser investido.[18] Anselmo em
seguida prestou homenagem a Guilherme e, em 25 de setembro de 1093, recebeu de
volta as terras de sua nova sé.[16] Ele foi entronado no mesmo dia[19] depois de receber a
dispensa de suas obrigações na Normandia. Por fim, foi consagrado arcebispo de
Cantuária em 4 de dezembro.[16]
Tem se discutido sobre se a relutância de Anselmo em assumir a sé teria sido ou não
sincera. Estudiosos como Southern defendem que sua preferência teria sido permanecer
em Bec.[20] Porém, a relutância em aceitar postos importantes era um costume medieval.
Vaughn afirma que Anselmo não poderia ter expressado um desejo pela posição sem
correr o risco de ser visto como um carreirista ambicioso. Ela afirma ainda que Anselmo
percebeu a situação política e os objetivos de Guilherme e agiu no exato momento que lhe
daria a melhor condição de negociar pelos interesses de sua futura sé e do movimento
reformista.[carece de fontes] Por outro lado, a vida de eremita era uma das opções que Anselmo
considerou antes de aceitar o conselho do arcebispo de Ruão e entrar para o mosteiro.
William Kent acreditava que não havia razão para suspeitar da sinceridade de sua
resistência. Naturalmente atraído pela vida contemplativa, Anselmo não tinha atração
alguma por este tipo de cargo mesmo em períodos de paz e, assim, teria ainda menos em
tempos conturbados. Anselmo sabia bem o que o esperava na função. [21]
Arcebispo de Cantuária[editar | editar código-fonte]
Conflitos com Guilherme II[editar | editar código-fonte]
Anselmo sendo feito arcebispo da Cantuária. Ilustração do Uma Crônica da Inglaterrade James Edmund Doyle

Encontro de Anselmo com o papa Urbano II e a condessa Matilda, uma das principais aliadas do
papa durante a controvérsia das investiduras.
1637-42. Por Giovanni Francesco Romanelli.

Anselmo continuou a combater por suas reformas e pelos interesses de Cantuária. [22] Sua
visão sobre a Igreja era de uma Igreja universal, com sua própria autoridade interna, capaz
de conter a visão de Guilherme de controle real sobre o estado e sobre a Igreja.[23] Por
isso, tem sido descrito ora como um monge contemplativo ora como um homem
politicamente engajado, determinado a defender os privilégios da sé episcopal de
Cantuária.[24] Um dos primeiros conflitos com Guilherme irrompeu já no seu primeiro mês.
O rei preparava-se para combater seu irmão mais velho, Roberto II Curthose, duque da
Normandia, e precisava de dinheiro.[25] Anselmo estava entre os nobres de quem se
esperava ajuda e ele ofereceu £500, mas Guilherme recusou exigindo
mais.[26] Posteriormente, um grupo de bispos convenceu Guilherme a aceitar a quantia
original e foram até Anselmo, que afirmou ter doado o dinheiro aos pobres. Neste episódio,
Anselmo foi cuidadoso e conseguiu evitar tanto acusações de simonia quanto mostrar-se
um líder generoso.[carece de fontes]
As leis da igreja determinavam que os bispos metropolitanos não poderia ser consagrados
sem que antes recebessem o pálio das mãos do papa. Anselmo, portanto, insistiu em ir
à Roma para receber o seu, mas Guilherme não autorizou. O antipapa Clemente III estava
lutando contra Urbano II, que havia sido reconhecido pela França e pela Normandia. Não
parece que Guilherme fosse partidário de Clemente, mas claramente desejava fortalecer
seus próprios interesses colocando-se na posição de decidir entre os dois rivais. Assim,
quando Anselmo pediu permissão para ir ver o papa, o rei afirmou que ninguém na
Inglaterra deveria reconhecer nenhum dos dois papas antes que ele, o rei, se
decidisse.[21]Em 25 de fevereiro de 1095, os bispos e nobres da Inglaterra realizaram um
concílio no castelo de Rockingham para discutir o tema no qual os bispos se alinharam ao
rei, com Guilherme de Saint-Calais, o bispo de Durham, chegando ao ponto de
recomendar ao rei que depusesse Anselmo. Os nobres, por outro lado, escolheram a
posição de Anselmo e a conferência terminou num impasse.[carece de fontes]
Logo depois, Guilherme enviou mensageiros em segredo para Roma. [22] Eles convenceram
Urbano a enviar um legado(Gualtério de Albano) até o rei levando consigo o pálio
arcebispal[27] e os dois imediatamente deram início às negociações secretas. Guilherme
concordou em reconhecer Urbano como papa e assegurou para si o direito de autorizar
que membros do clero recebessem cartas papais e as obedecessem; Gualtério,
negociando em nome de Urbano, concedeu que Urbano não enviaria legados à Inglaterra
sem que eles fossem antes convidados pelo rei. O maior desejo de Guilherme era que
Anselmo fosse deposto e outro recebesse o pálio, ao que Gualtério respondeu que "...há
boas razões para que se espere um bom resultado de acordo com os desejos do rei".
Guilherme então reconheceu publicamente Urbano, mas Gualtério se recusou a depor
Anselmo. Enfurecido, Guilherme tentou extorquir dinheiro de Anselmo em troca do pálio,
também sem sucesso. Depois, tentou entregar-lhe o pálio pessoalmente, o que também
não lhe foi permitido. Finalmente, o rei cedeu e Anselmo recebeu o pálio no altar de
Cantuária em 10 de junho de 1095.[carece de fontes]
No decorrer dos dois anos seguintes, não se conhece nenhuma disputa aberta entre
Anselmo e Guilherme. Porém, o rei bloqueou todos os esforços do arcebispo em suas
reformas. A tensão finalmente explodiu em 1097, depois que Guilherme esmagou uma
revolta galesa[28] Ele acusou Anselmo de ter lhe fornecido um número insuficiente
de cavaleiros para a campanha e tentou multá-lo. Anselmo decidiu seguir para Roma para
se aconselhar com o papa, pois Guilherme se recusava a cumprir sua promessa de ajudar
na reforma da igreja,[23] mas o rei não lhe permitiu. As negociações terminaram com
Guilherme declarando que se Anselmo partisse, tomaria de volta a sé de Cantuária e
jamais o receberia de volta como arcebispo. Por outro lado, se Anselmo resolvesse ficar,
seria multado e teria que jurar que jamais apelaria novamente a Roma: "Anselmo recebeu
a opções de se exilar ou de se submeter completamente".[29]
Primeiro exílio[editar | editar código-fonte]
Exilado, Anselmo partiu para Roma em outubro de 1097. Guilherme imediatamente se
apoderou das receitas da sé e as manteve até morrer, embora Anselmo tenha
permanecido titular da sé.[30] Ele escolheu o exílio para defender sua visão da Igreja
universal, sublinhando os pecados de Guilherme em relação a ela. [23]. Embora ele tenha de
fato prestado homenagem a Guilherme, Anselmo a desqualificou frente ao seu dever para
com Deus e o papa. Ele foi recebido com grandes honras por Urbano durante o cerco de
Cápua, durante o qual foi muito elogiado pelas tropas sarracenas de Rogério I da Sicília (r.
1071–1101). Num grande concílio provincial realizado em Bari em 1098, que contou com a
presença de 183 bispos, Anselmo recebeu a incumbência de defender a cláusula
Filioque e o uso do pão ázimodurante a Eucaristia contra representantes da Igreja
Ortodoxa. Em 1099, Urbano renovou a proibição da investidura secular do clero e do clero
prestar homenagem a poderes seculares. [23] No mesmo ano Anselmo se mudou
para Lyon.[31]
Conflitos com Henrique I[editar | editar código-fonte]
Adversários de Anselmo
Guilherme II, no Dulwich Picture Gallery

Henrique I
A vitória de Anselmo marcou o sucesso da Igreja Católica contra os monarcas ingleses na Questão
das Investiduras.

Guilherme foi morto em 2 de agosto de 1100. Seu sucessor, Henrique I, convidou Anselmo
de volta, escrevendo que se comprometia a ouvir os conselhos do arcebispo. [32] Henrique
cortejava Anselmo por que precisava de seu apoio para se consolidar no trono, uma vez
que o arcebispo poderia a qualquer momento declarar seu apoio ao irmão mais velho de
Henrique. Quando Anselmo retornou, Henrique exigiu que ele lhe
prestasse homenagemem relação às propriedades de Cantuária[33] e recebesse dele
sua investidura em seu posto de arcebispo.[34]Como o papado havia recentemente proibido
o clero de fazer as duas coisas, a relação de Anselmo com Henrique já começou em
conflito.[33]
O rei se recusou a desistir do privilégio desfrutado por seus predecessores e propôs que o
tema fosse levado ao papa. Duas embaixadas foram enviadas ao papa Pascoal II sobre a
legitimidade da investidura de Henrique; ambas receberam a confirmação da ordem papal
anterior. Neste ínterim, Anselmo ajudou Henrique, que estava ameaçado pela invasão de
seu irmão, Roberto Curthose, e Anselmo publicamente apoiou-o, convencendo
os barões ainda indecisos e ameaçando Curthose com a excomunhão.[35]
Na festa de São Miguel de 1102, Anselmo realizou um concílio em Londres no qual ele
proibiu o casamento e o concubinato aos membros das ordens sagradas[36] (além de
condenar a simonia e reformando os regulamentos de sobriedade e vestuário do
clero).[35] Ele estava entre os primeiros a opinar publicamente contra o tráfico de
escravos em 1102, num concílio na igreja de São Pedro em Westminster, e conseguiu
aprovar uma resolução contra a prática de vender homens como gado. [37]
Por outro lado, Henrique concedeu a Anselmo autoridade sobre toda a Igreja na Inglaterra
e concordou em obedecer o papa. Porém, como Pascoal havia reafirmado as regras sobre
a investidura e as homenagens seculares, Henrique se voltou novamente contra
Anselmo.[35] Em 1103, o próprio arcebispo e um enviado real, Guilherme Warelwast,
partiram novamente para Roma.[38] Furioso, Pascoal excomungou os bispos investidos por
Henrique.[carece de fontes]
Segundo exílio[editar | editar código-fonte]
Anselmo se refugiou em Lyon depois disso e aguardou os próximos passos de Pascoal.
Em 26 de março de 1105, o papa excomungou o principal conselheiro de Henrique,
Roberto de Meulan, por ter convencido Henrique a continuar com as investiduras
seculares, os prelados investidos por Henrique e outros conselheiros, [39]ameaçando o
próprio rei com o mesmo destino.[40] Em abril, Anselmo ameaçou excomungá-lo
pessoalmente, provavelmente para forçar a mão de Henrique nas negociações.[41] Como
resposta, o rei arranjou um encontro com Anselmo e eles conseguiram chegar numa
solução de compromisso em Laigle em 22 de julho de 1105. Parte do acordo era que as
excomunhões de Roberto e de seus associados fossem revogadas (dado que eles agora
aconselharam o rei a obedecer o papa); Anselmo fê-lo por sua própria autoridade, um ato
que depois teve que explicar a Pascoal.[42][43] Outras condições do acordo foram que
Henrique deveria abandonar a investidura secular se Anselmo obtivesse de Pascoal
permissão para que clérigos prestassem homenagem aos seus nobres; que as receitas da
sé de Cantuária fossem devolvidas a Anselmo; e que os sacerdotes fossem proibidos de
casar. Anselmo então insistiu em ter o acordo de Laigle sancionado por Pascoal antes de
aceitar voltar para a Inglaterra. Por carta, Anselmo também pediu ao papa que aceitasse o
compromisso de prestar homenagem ao rei, pois seria um pequeno preço a pagar por uma
vitória maior, o fim do conflito sobre as investiduras seculares. [44] Em 23 de março de 1106,
Pascoal escreveu a Anselmo aceitando a solução, embora ambos vissem o acordo como
um compromisso temporário e pretendiam continuar pressionando pelas reformas
gregorianas, incluindo o fim das homenagens.[45]
Mesmo depois disso, Anselmo continuou se recusando a voltar para a
Inglaterra.[46] Henrique viajou para Bec e encontrou-se com ele em 15 de agosto de 1106.
Lá, o rei fez mais algumas concessões, restaurando a Anselmo todas as igrejas que havia
tomado. Ele prometeu ainda que nada mais seria tomado das igrejas, que prelados que
haviam pago seu controverso imposto (que havia começado como um imposto sobre
clérigos casados)[47] seriam isentados de impostos por três anos e, finalmente, que tudo o
que havia sido levado de Cantuária durante o exílio de Anselmo seria devolvido. Anselmo
finalmente aceitou voltar depois de reforçar ainda mais a posição da igreja frente à do
rei.[carece de fontes]
Já em 1107, a longa disputa sobre as investiduras estava finalmente resolvida.
A Concordata de Londres anunciou os compromissos de Anselmo e Henrique em
Bec.[48] Os dois anos finais da vida de Anselmo foram tranquilos e dedicados às suas
funções em Cantuária. Como arcebispo, viveu à altura de seus ideais monásticos, que
incluíam zelo, prudência e instrução adequada ao seu rebanho, além de oração e
contemplação.[49] Anselmo morreu na Quarta-Feira Santa, 21 de abril de 1109,
em Cantuária, e foi enterrado na Catedral de Cantuária.[50]
Motivações[editar | editar código-fonte]

Tumba de Anselmo na Catedral da Cantuária

Vaughn interpreta as motivações de Anselmo no conflito das investiduras como avançando


os interesses da sé de Cantuária em vez dos interesses da Igreja como um todo. [51] Outros
historiadores entendem que Anselmo estava alinhado com o papado contra os monarcas
ingleses, mas Vaughn afirma que ele teria agido por conta própria, como um terceiro pólo
da controvérsia, com o objetivo final de promover a primazia da Arquidiocese de Cantuária.
A visão de Anselmo sobre esta primazia seria demonstrada em seu capítulo de c. 3 de
setembro de 1101, no qual se autodenominou "arcebispo de Cantuária e primaz da Grã-
Bretanha e Irlanda e vigário do sumo-pontífice Pascoal".[35]
No final de sua vida ele havia assegurado a primazia de Cantuária em relação ao papado
e libertado Cantuária de sua submissão ao rei inglês. [48] Além de assegurar a primazia
sobre os bispos ingleses, Anselmo também deu início ao controle permanente sobre os
bispos galeses e conseguiu exercer uma poderosa influência sobre os irlandeses durante
sua vida.[52]Anselmo conseguiu forçar Pascoal a enviar-lhe o pálio para o arcebispo de
Iorque para que o novo arcebispo fosse forçado a jurar-lhe obediência antes de recebê-
lo.[53] Em seu leito de morte, Anselmo anatemizou todos os que não reconheceram a
primazia de Cantuária sobre Iorque, como Tomás II de Iorque,[52] um ato que forçou
Henrique a ordenar que Tomás o fizesse.[carece de fontes]

Obras[editar | editar código-fonte]


Tríptico de Santo Anselmo

Anselmo dedicou-se à filosofia, aplicando a razão em vez do apelo à autoridade das


Escrituras ou da patrística para estabelecer as doutrinas da fé cristã. Estilisticamente, os
tratados de Anselmo assumem duas formas, diálogos, de cunho pedagógico, [54] e
meditações. Seu grande predecessor, João Escoto Erígena, foi mais especulativo
e místico em suas obras.[carece de fontes]
O mote de Anselmo era "fides quaerens intellectum" ("fé em busca de entendimento") que,
para ele, significava "um ativo amor de Deus em busca de um conhecimento mais
profundo de Deus".[55] Ele escreveu "Neque enim quaero intelligere ut credam, sed credo ut
intelligam. Nam et hoc credo, quia, nisi credidero, non intelligam." ("Nem busco entender
para que possa acreditar, mas acredito que possa entender. Por isso, também, acredito
que, a não ser que eu primeiro acredite, não serei capaz de entender"). Esta frase foi
possivelmente inspirada por Santo Agostinho ("Dez Homilias sobre a I João", tratado XXIX
sobre João 7:14-18, §6): "Portanto, não busque entender para que acredite, mas acredite
para possa ser capaz de entender".[56] Anselmo defendia que a fé precede a razão e que a
razão pode expandir a fé.[57]
A obra-prima sobre a teoria do conhecimento de Anselmo é o tratado "De Veritate", no
qual afirma a existência de uma verdade absoluta da qual todas as verdades participam.
Esta verdade absoluta, argumenta ele, é Deus, que é a base ou princípio de tudo e do
pensamento.[carece de fontes] A visão de mundo de Anselmo era, grosso modo, a
do neoplatonismo, que herdou de seu grande influenciador, Santo Agostinho, assim como
de Dionísio Areopagita, possivelmente, de Escoto.[58] Ele também herdou sua
forma racionalista de pensar de Aristóteles e de Boécio.[carece de fontes]
Provas teístas[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Argumento ontológico
Immanuel Kant comentou e criticou a obra de Anselmo.

O "Monológio", escrito em 1077, inclui uma defesa da existência de Deus, mas também
muitas discussões sobre os atributos divinos e sua economia, além de algumas sobre a
mente humana. A obra começa assim:

“ ”
Se alguém não sabe, seja por que não ouviu ou por que não acredita, que há uma
natureza, suprema sobre todas as coisas existentes, que sozinha é auto-suficiente
em sua felicidade eterna, que através de sua bondade onipotente concede e faz
com que todas as coisas existam ou tenham algum tipo de bem-estar, e uma
grande quantidade de outras coisas que devemos acreditar sobre Deus ou sua
criação, penso que este devia pelo menos se convencer da maior parte destas
coisas pela simples razão se for moderadamente inteligente
— Anselmo de Cantuária, Monológio[55].
Nos primeiros capítulos, apresenta a defesa da bondade em todas as coisas que só
podem existir pela presença da bondade "em si". A prova do Monológio argumenta a partir
da existência de muitas coisas boas em direção a uma unidade da bondade, um única
coisa através da qual todas as outras coisas são boas. [54] Ele continua explicando que
"coisas" são chamadas de "boas" em graus e formas variadas que seriam impossíveis se
não houvesse algum padrão absoluto e alguma bondade "em si", da qual toda bondade
relativa é parte. O mesmo vale para adjetivos como "grande" ou "justo", por meio do qual
coisas tem uma certa medida de grandeza e justiça. Anselmo usa este raciocínio para
afirmar que a própria existência de coisas seria impossível sem algum único Ser através
do qual elas passam a existir. Este Ser absoluto, esta bondade, justiça e grandeza, é
Deus. Anselmo não se satisfaz completamente com este raciocínio, porém, por que
começa a partir de bases a posteriori, ou seja, é um raciocínio indutivo e não
uma deduçãocomo preferia.[55]
Iluminura inicial do Monológio de Anselmo

Em seu Proslógio, Anselmo tentou encontrar um único argumento que não precisava de
nada além de si próprio como prova, que seria suficiente em si mesmo para mostrar que
Deus realmente existe; que ele é a bondade suprema dependente de nada mais, mas do
qual tudo depende para existir ou para seu bem-estar. Estudiosos medievais chamaram-no
de "ratio Anselmi" ("argumento de Anselmo"). Immanuel Kant posteriormente chamou-o de
"argumento ontológico".[55] Anselmo definia sua crença na existência de Deus utilizando a
frase "aquele que não se pode conceber nada que seja maior". Ele argumentava que,
se "aquele que não se pode conceber nada que seja maior" existisse apenas no intelecto,
ele próprio não seria "aquele que não se pode conceber nada que seja maior", uma vez
que se pode conceber que exista na realidade, que é maior que o intelecto apenas. Segue
daí, segundo Anselmo, que "aquele que não se pode conceber nada que seja maior" deve
existir na realidade. A maior parte do "Proslógio" é dedicada à tentativa de Anselmo de
estabelecer a identidade "daquele que não se pode conceber nada que seja maior" como
sendo Deus, estabelecendo assim que Deus existe de fato.[55]
A prova ontológica de Anselmo tem sido objeto de controvérsia desde que foi publicada
pela primeira vez na década de 1070. Ela foi combatida na época pelo monge Gaunilo em
sua "Liber pro Insipiente", onde argumentava que humanos não podiam passar do
intelecto para a realidade. A resposta de Anselmo veio em sua "Responsio". A crítica de
Gaunilo foi depois repetida muitas vezes por filósofos posteriores, entre eles Tomás de
Aquino e Kant. Anselmo escreveu diversos outros argumentos para a existência de Deus
baseados em argumentos cosmológicos e teleológicos.[59]
Outras obras[editar | editar código-fonte]
Deus Pai e a Virgem Maria, dois temas explorados por Anselmo em sua teologia.
1500-01. Por Rafael, atualmente na Galeria Farnésio doMuseu de Capodimonte, em Nápoles.

Em suas demais obras, Anselmo luta para afirmar a base racional das doutrinas cristãs
da criação e da Trindade, que ele discutiu primeiro afirmando que seres humanos não
poderiam conhecer Deus em si, mas apenas através de uma analogia. A que ele utilizou
foi a da auto-consciência do homem.[carece de fontes]
A peculiar dupla natureza da consciência - memória e inteligência - representam a relação
do Pai com o Filho. O amor mútuo entre os dois, que procede de uma relação que eles
mantém entre si, é o Espírito Santo. As demais doutrinas teológicas sobre o homem, como
o pecado original e o livre arbítrio, foram desenvolvidas no "Monológio" e em outros
tratados.[carece de fontes]
Cur Deus Homo e a visão da satisfação na teoria da Expiação[editar | editar código-
fonte]
A visão da satisfação na teoria da Expiação foi formulada por Anselmo em seu obra "Cur
Deus Homo" ("Por que Deus foi feito Homem?").[60] Ele tentou ali explicar a necessidade
racional do mistério cristão da expiação. O ponto central do argumento é que o ser
humano pode compensar pelo pecado humano contra Deus, mas sendo a compensação
impossível para qualquer ser humano individual, ela só poderia ser feita por Deus. Um ato
assim só seria possível para Jesus Cristo, o Filho, que é tanto Deus quanto homem. A
expiação é alcançada através da morte de Cristo, que tem valor infinito. Em última
instância, na interpretação de Anselmo sobre a expiação, a justiça e a misericórdia divina
em seus sentidos mais amplos se mostram completamente compatíveis.[54]
De acordo com esta visão, o pecado seria um débito frente à justiça divina que precisa ser
pago de alguma forma. Assim, nenhum pecado, segundo Anselmo, pode ser perdoado
sem uma devida "satisfação". Porém, o débito incorreto é algo muito maior que um ser
humano é capaz de pagar. Todo serviço que uma pessoa pode oferecer a Deus já
está alienado por conta de outros débitos para com Deus. [60] A única forma pela qual se
pode dar a satisfação - para que o homem se livre de seus pecados - seria pela vinda de
um "Redentor" que fosse também tanto homem quanto Deus. Ele próprio teria que ser livre
de todo pecado e, portanto, não ter nenhum débito incorrido. Sua morte seria então maior
do que todos os pecados incorridos pela humanidade e corresponderia a uma
superabundante "satisfação" à justiça divina.[carece de fontes]

Início do prefácio do Cur Deus Homo

De forma similar, a visão da satisfação de Anselmo tem sido utilizada por teólogos
modernos em suas críticas genealógicas da teologia cristã. George Foley, por exemplo,
um professor de assistência pastoral, escreveu em 1908 que apesar de a afirmação
"tradicional" da doutrina de Anselmo inspirou o desenvolvimento de muitas vidas devotas
e consagradas, seu poder vem do fato que ela é uma testemunha "emocional" da
realidade fundamental do amor e sacrifício encarnado. Assim, Foley alega que a doutrina
não é uma teoria positiva (que afirma, em oposição a uma que nega) e que
provocou "graves prejuízos" nos século seguintes.[61] Embora Foley não cite nenhum
exemplo claro do tal "grave prejuízo", ele relaciona a teoria de Anselmo com a teoria da
satisfação da Reforma. Ela foi aceita como "ortodoxa" por diversas
correntes protestantes e continuou a sê-lo até o final do século XIX. Foley acredita que "A
adoção de Anselmo de uma interpretação puramente objetiva da obra de Cristo e sua
assunção de penetrar - e capacidade de fazê-lo - nas relações esotéricas da Trindade,
fizeram dele o principal responsável pela bisbilhotação intrusiva nos mistérios divinos e
pela familiaridade confiante com a porção não revelada da verdade que nasceu na tirania
dogmática tão comum nas igrejas protestantes.".[62]
Anselmo negou a crença que no que atualmente chamamos de Imaculada
Conceição,[63] embora sua forma de pensar tenha lançado as bases para o
desenvolvimento da doutrina no ocidente. Em "De virginali conceptu et de peccato
originali" ("Do Conceito de Virgindade e o Pecado Original"), Anselmo propôs dois
princípios que se tornariam fundamentais na discussão. O primeiro é que seria adequado
que Maria fosse tão pura que nenhum outro ser mais puro pudesse ser imaginado, com
exceção de Deus. O segundo, que abriu caminho para o dogma no futuro, foi sua
compreensão sobre o pecado original.[64] Anselmo afirmou que o pecado original seria nada
mais do que a natureza humana desprovida da justiça divina e que seria transmitida (no
nascimento) por que os pais não podem conceder a justiça divina por que eles próprios
não a têm. O pecado original seria portanto a transmissão da decadência da natureza
humana. Em contraste, os contemporâneos de Anselmo defendiam que a transmissão do
pecado original teria relação com a natureza lasciva do ato sexual. Anselmo foi o primeiro
a separar o pecado original do desejo sexual.[carece de fontes]
Influência[editar | editar código-fonte]

Iluminura do século XII das meditações de Anselmo da Cantuária

As obras de Anselmo foram copiadas e disseminadas ainda durante a sua vida e


exerceram grande influência sobre os escolásticos posteriores como Boaventura, Tomás
de Aquino, João Duns Escoto e Guilherme de Ockham.[54] Seu tratado sobre a processão
do Espírito Santo ajudou a guiar as especulações escolásticas sobre a Trindade, "Cur
Deus Homo" iluminou o caminho para a teoria da Expiação e sua obra antecipou muito do
que seria discutido nas futuras controvérsias sobre o livre arbítrio e a predestinação.[21]
Dilecto dilectori[editar | editar código-fonte]
Alguns autores já relataram que Anselmo teria escrito muitas cartas para monges,
parentes do sexo masculino e outros contendo apaixonadas expressões de apego e
afeição. Estas cartas eram tipicamente endereçadas a "dilecto dilectori", que se pode
traduzir como "ao querido amado". Apesar de ser amplamente reconhecido que Anselmo
estava completamente comprometido com o ideal monástico do celibato, alguns
estudiosos, incluindo Brian P. McGuire[65] e John Boswell[66] consideraram estes textos
como expressão de uma inclinação homossexual.[67] Outros, como Glenn
Olsen[68] e Richard Southern os descrevem como representativos de uma
afeição "totalmente espiritual" "nutrida por um ideal incorpóreo".[69]

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]


O aniversário da morte de Anselmo, em 21 de abril, é celebrado pela Igreja Católica, pela
maior parte da Comunhão Anglicana e por algumas correntes do luteranismo.[carece de
fontes]
Sua canonização foi solicitada por Tomás Becket em 1163 e é possível que tenha sido
formalmente canonizado em algum momento antes da morte deste em 1170, mas nenhum
registro oficial sobreviveu, apesar de, a partir daí, Anselmo ter sido incluído no rol dos
santos em Cantuária e em outros lugares. Alguns estudiosos defendem que a canonização
de Anselmo só teria sido executada em 1494 pelo papa Alexandre VI Bórgia.[70][71] Foi
proclamado Doutor da Igreja em 1720 por Clemente XI.[72] Em 21 de abril de 1909, 800
anos depois de sua morte, São Pio X emitiu uma encíclica, "Communium Rerum",
elogiando Anselmo, sua carreira eclesiástica e suas obras. Seu símbolo na hagiografia é
um navio que representa a independência espiritual da Igreja.[carece de fontes]

Ver também[editar | editar código-fonte]


Anselmo de Cantuária
(1093-1109)

Precedido por: Sucedido por:


Arcebispos de Cantuária
Raul de Escures
Lanfranco de Cantuária 38.º
(em 1114)

Referências
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do original em 23 de setembro de 2015
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7. ↑ Charlesworth 2003, p. 10.
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18. ↑ Charlesworth 2003, p. 16–17.
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]


Obras de Anselmo[editar | editar código-fonte]

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Fontes secundárias[editar | editar código-fonte]

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