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11.1.2. Matéria-prima.
A matéria-prima consiste de chapas laminadas. Chiaverini (1988) apresenta detalhes
dessas chapas – de acordo com as especificações da ABNT – quanto às dimensões,
composição química e propriedades mecânicas.
Por meio de considerações teóricas e práticas, foi determinado que para possibilitar
o corte de uma chapa com punção de aço temperado, deve-se ter:
Smáx=1,2.d
Onde “Smáx”é a espessura máxima admissível para a chapa e “d” é o diâmetro do punção.
O corte de chapa tem grande aplicação industrial. Um exemplo simples, mas de
grande significado prático, está na obtenção de porcas quadradas ou hexagonais para
parafusos, em função da seguinte vantagem: ao invés desses elementos serem obtidos por
usinagem de uma barra (seriam muito caros pelo tempo de operação requerido), são
confeccionados a partir de uma tira com a espessura da porca. Além disso, também
podemos obter várias porcas por vez, o que reduz ainda mais o custo de produção.
A idéia de puncionamento surgiu, evidentemente, da necessidade produtiva.
Com o corte, separa-se simplesmente um pedaço de chapa sem alterar a espessura; o
corte é, geralmente, a primeira operação que se realiza para a obtenção de peças de chapa.
Q = p.e.σc
Onde:
Departamento de Eng. Mecânica e Mecatrônica Prof. Luiz Fernando Molz Guedes 2
Processos de Fabricação I
Onde:
σ t = resistência do material à tração (kgf/mm2).
11.2.3. Dobramento.
Suponha-se uma chapa metálica colocada sobre uma matriz de dobramento e sujeita ao
esforço de dobramento, conforme ilustra a figura abaixo.
2.σ f .b.e 2
P=
3.l
Onde:
P = força necessária para o dobramento (kgf);
b = largura da chapa (mm);
e = espessura da chapa (mm);
l = largura entre os apoios (mm);
σf = tensão de flexão necessária para obter a deformação permanente (kgf/mm2).
Admite-se que:
σf = 2. σt
Onde:
σt = limite de resistência à tração (kgf/mm2).
Conceito: a operação de embutir consiste em transformar uma chapa plana num corpo oco,
empregando uma ou mais etapas.
No embutimento, não deve haver alteração na espessura da chapa: a superfície da
peça produzida deve ser teoricamente equivalente à da chapa plana utilizada.
A figura 11.5 mostra como se sucedem várias fases numa operação de embutimento.
π ⋅ d22
S rec = + π ⋅ d1 ⋅ h
4
π ⋅ Do 2
S disco =
4
Figura 11.6. Recipientes que podem ser
S rec = S disco Do = d 22 + 4 ⋅ d1 ⋅ h obtidos pelo processo de embutimento.
Figura 11.7.
Deve-se observar que a distância entre cortes de duas peças vizinhas não deve ser
demasiadamente pequena, ficando em torno de uma vez o valor da espessura da chapa.
Figura 11.9. Representação esquemática do forjamento livre: (a) início do processo; (b) processo em
curso.
Parte-se de uma geratriz, ocorrendo três tipos de movimento (ver figura 11.13).
Deve-se definir o predominante:
Recalque deformação no sentido do movimento da matriz.
Alargamento fluxo de material no sentido perpendicular ao do movimento da matriz.
Ascenção fluxo no sentido contrário ao de prensagem.
s = 0,015 Ap onde Ap (mm2)é a área da peça (sem rebarba) projetada no plano da rebarba.
A espessura da rebarba pode também ser determinada através da tabela abaixo, a
qual permite o completo dimensionamento de rebarbas (obtenção de “s” e “b”) a partir do
conhecimento do valor de “Ap”.
Figura 11.15.
onde p (mm) é o perímetro médio entre as linhas externas da peça e da rebarba, conforme
ilustra a figura 11.16.
MARTELETES PRENSAS
- Força necessária maior. - Força necessária menor.
- Trabalho mais rápido. - Trabalho mais lento.
- Deformação não-uniforme: camadas - Estrutura cristalina mais uniforme.
externas se deformam mais,
acarretando uma estrutura cristalina
desuniforme e, por conseguinte,
propriedades mecânicas desuniformes.
T = V ⋅ Rd ⋅ ϕ eq
Resistência a deformação:
σe
Rd =
η
η = rendimento.
Ap *
ϕ eq = ln
Ag
Ap* – área projetada da peça no plano de rebarba + área projetada da rebarba.
Ag – área da geratriz sobre o plano da rebarba.
Ap *
T = Vg ⋅ Rd ⋅ ln
Ag
T
F=
∆h
∆h – percurso da matriz até seu enchimento.
Figura 11.17
− aços ligados (entre 0,3 e 0,55 %C; principais elementos de liga: Cr, Ni, V, Mo, W);
− metal duro.
Explicação para o uso da tolerância para um menor valor: mesmo sofrendo desgaste, a
matriz pode continuar a ser utilizada; com a medida nominal, o número de peças que se
poderá produzir (antes que a matriz caia fora da tolerância devido desgaste) será menor.
Razão para o acréscimo do valor da dilatação térmica: no caso da peça ser conformada a
quente, ela sofrerá contração após o forjamento.
Razão para o acréscimo da sobremedida de usinagem: prever a execução de operações de
acabamento da peça.
Tolerâncias
• Possível deslocamento de uma matriz em relação à outra metade
• Esse deslocamento pode ocorrer por incorreção construtiva, resultando numa peça
defeituosa
• Então, é necessário estabelecer tolerâncias, em função das dimensões das peças
forjadas
• Representação esquemática das excentricidades que podem resultar de matrizes
defeituosas
Figura 11.18.
• Uma razão adicional para estabelecer tolerâncias é o desgaste das cavidades da matriz
• A tabela a seguir apresenta algumas recomendações preliminares nesse sentido
Contração do metal
• O metal, aquecido à temperatura de forjamento, dilata
• Portanto, ao resfriar, contrai, o que deve ser levado em conta no projeto da matriz
• Esta deve ser construída maior (se isso não ocorrer, a peça resultará com menores dimensões
que as projetadas)
• Na prática, podem ser considerados os seguintes valores de contração, conforme o material
4aço 1,0%(de 10200C a 200C)
4bronze 0,8%(de 5200C a 200C)
4latão 0,9%(de 5200C a 200C)
4cobre 0,8%(de 5200C a 200C)
4ligas leves 0,9%(de 4200C a 200C)
Assim, no caso do aço, para uma dimensão de 100 mm no desenho da peça, a cavidade da
matriz correspondente deverá apresentar a dimensão de 101 mm
Figura 11.19.
Dimensionamento do bloco.
Observe a figura 11.20: a parte hachurada corresponde à área resistente à
compressão, a qual situa-se entre 250 e 350 mm2/tf. Deve-se salientar que valores pequenos
de “a” resultam em fissuramentos.
A figura 11.21 apresenta todas as dimensões presentes num bloco de matriz, sendo
que:
− “a” é a menor distância entre a impressão e a borda do bloco;
− “a1” é a menor distância entre impressões;
− “h”, “h1”, “h2” são alturas de impressões;
− “H” é a altura do bloco da matriz.
Figura 11.21.
Recuperação de matrizes
O tipo mais usado consiste na usinagem da matriz com o subseqüente
aprofundamento de impressões (figura 11.22).
Lay-out de impressão
A figura 11.23 mostra a representação esquemática da secção transversal de uma
matriz de forjamento com as respectivas impressões.
Figura 11.24. Bacias de rebarba: as configurações (a) e (b) são usadas para peças
simples, onde a certeza no cáculo da rebarba é maior (matrizes mais baratas); a
configuração (c) é usada para peças mais complexas.
Figura 11.25.
V0 volume do tarugo;
V1 volume do produto.
vp
Relação de velocidades: ve =
R
Vp velocidade do produto;
Ve velocidade do punção.
Método de Sachs.
1+ B
Pd = σ e
B
(
1 − R −B ) onde B = µ ⋅ ctgα
Método de DePierre.
Pd = σ e (a + b ⋅ ln R ) + τ i ⋅ ctgα ⋅ ln R (semi-empírica).
α a b
30° 0,419 1,006
45° 0,659 1,016
60° 0,945 1,034
Cálculo de potência.
F (kgf ) ⋅ ve (m / s )
Pot (cv) = e
75
Figura 11.32.
Fe = A1 ⋅ (P1 + P2 )
P1 pressão para comprimir o tarugo com atrito desde ho até h1 (1o recalcamento);
P2 pressão para mudança da direção do fluxo de material (2o recalcamento);
π ⋅ d1 2
A1 =
4
1 d h
P1 = σ e1 1 + ⋅ µ ⋅ 1 σ e1 = σ e ϕ h = ln o
3 h0 h1
h0 µ d1
P2 = σ e 2 1 + 0,25 + σ e2 = σ e ϕ h 1 +
s 2 8⋅s
ho
ϕ h = ln deformação logarítmica em altura.
h1
d1
1+ fator de correção da deformação.
8⋅ s
σ e2 > σ e1