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A literatura é o único instrumento realmente capaz de mudar o homem

Edival LourençoPOR EDIVAL LOURE!O

E" LIVRO#

A literatura n$o é um %en&meno recente' Antes mesmo das inscriç(es rupestres) ela *+ e,is-a
em sua %orma oral' . %+cil ima/inar o 0omo sapiens) ainda na era das cavernas) no 1m do dia)
ao redor do %o/o) narrando suas %açanhas de caçador' 2ertamente a3uele 3ue -vesse a melhor
estraté/ia narra-va aca4ava por an/ariar vanta/ens compe--vas na3uela civilizaç$o incipiente'
Poderia e,ercer al/um posto de liderança e comando) reivindicar as melhores /le4as de caça)
reservar para si as mulheres mais saud+veis e /erar as proles mais 4em5sucedidas' . razo+vel
supor 3ue) pela preval6ncia do mais apto) somos descendentes de uma linha/em de
tro/loditas contadores de hist7rias' As linha/ens sem ap-d(es narra-vas certamente
pereceram ao lon/o do tempo'

"as o re/istro liter+rio desde a escrita rupestre) passando pela escrita cunei%orme) pelo papiro)
pelo per/aminho) pelos incun+4ulos dos escri4as dos mosteiros medievais) sempre permeou a
vida da humanidade' "as s7 o suporte de papel) em um chumaço impresso e encadernado)
numa técnica desenvolvida por 8uten4er/) no século 9:) vul/armente conhecido como livro)
permi-u a disseminaç$o massiva dos conteúdos liter+rios'

A prop7sito) 3uem milita com Literatura neste mundo de coisas u-lit+rias de ho*e em dia) ;s
vezes se v6 ins-/ado a responder de pronto< para 3ue serve mesmo a Literatura= A resposta
parece 74via) mas na hora de responder assim de cho%re e de %orma o4*e-va) aca4a5se caindo
em apuros'

Em primeiro lu/ar) para se dar uma resposta 3ue convença minimamente) ser+ preciso admi-r
3ue h+) ainda ho*e) certos %atores 3ue entram na composiç$o das %orças do mundo 3ue s$o)
di/amos) su-s' 2omo a %orça do Papa) 3ue n$o tem nenhuma divis$o de 4ri/ada) mas
conse/uiu inter%erir em muitas /uerras e 3uest(es relevantes ao lon/o da 0ist7ria' Inclusive
a/ora) recentemente) com o papa >rancisco prota/onizando su-lmente o reatamento
diplom+-co entre os Estados Unidos e 2u4a) 3ue viviam um em4ar/o por mais de cinco
décadas' #$o %orças n$o pass?veis de avaliaç$o imediatamente em números) peso) medida ou
valor monet+rio' #$o coisas 3ue n$o entram no c+lculo do PI@) nem no super+vit prim+rio) mas
s$o primordiais' 2omo o ar 3ue respiramos) 3ue nin/uém calcula o seu preço) mas sem ele n$o
e,is-r?amos para dar preço ;s outras coisas' 2om uma di%erença si/ni1ca-va< o ar é natural a
Literatura é invenç$o humana) no desenrolar de sua cultura' #e*a como %or) valendo5me
inclusive de um ensaio de Um4erto Eco) a? v$o al/uns e,emplos de u-lidade da Literatura 3ue
conse/ui elencar<
9B C A Literatura contri4ui para a %ormaç$o) esta4ilizaç$o e desenvolvimento de uma l?n/ua)
como patrim&nio cole-vo' O 3ue seria da l?n/ua portu/uesa sem Lu?s de 2am(es= O 3ue seria
do italiano sem Dante Ali/hieri= O 3ue seria do espanhol sem 2ervantes= O 3ue seria do in/l6s
sem #haespeare= O 3ue seria da civilizaç$o e da l?n/ua /re/a sem 0omero= O 3ue seria da
l?n/ua russa sem Púchin= . 4om lem4rar 3ue impérios 3ue n$o -veram uma Literatura 3ue
so4ressa?sse entraram em decad6ncia sem alcançar o apo/eu) como o vasto império mon/ol
de 8en/his han) o maior em e,tens$o territorial da hist7ria'

FB C A Literatura mantém o e,erc?cio) o are*amento) o %rescor da l?n/ua) 3ue é o principal %ator


de criaç$o de iden-dade) de noç$o de comunidade) do sen-mento de p+tria e pertencimento a
uma placenta cultural 3ue nos acolhe e nos d+ sen-do ; vida tanto individual 3uanto
cole-vamente'

GB C A Literatura proporciona o aprendizado) de uma %orma lúdica e se/ura) ao mesmo tempo


em 3ue permite o acesso das novas /eraç(es aos valores acumulados pelo processo
civilizat7rio e universalmente aceitos como v+lidos) como a hones-dade) o respeito ao
pr7,imo) a importHncia da cultura) en1m a transmiss$o de valores morais) 4ons ou ruins e o
senso cr?-co de escolha dentre eles ou até de re*eit+5los por inteiro'

B C A Literatura e,pande a rede neural do leitor) possi4ilitando a diversidade das ideias) a


capacidade de reJe,$o) a noç$o de Je,i4ilidade e a tolerHncia para com o di%erente)
proporciona a empa-a Kcapacidade de se colocar no lu/ar do outro C pré5condiç$o para a
e,ist6ncia da é-ca na sociedade) prevenindo as pessoas contra o sectarismo pol?-co) o

%ana-smo) a su4miss$o ce/a a l?deres maliciosos) a ideolo/ias e a reli/i(es'

:B C A Literatura ense*a o sur/imento e a disseminaç$o de valores esté-cos) a/uça a


sensi4ilidade) introduzindo na vida das pessoas o verdadeiro sen-do do 4elo) dis-n/uindo5nos
da %auna /eral) onde /osto n$o se discute'

MB C A con%a4ulaç$o da literatura nem sempre se/ue o caminho re-l?neo dese*ado pelo leitor)
possi4ilitando a ele entrar em contado com a %rustraç$o 1ccional) como e,erc?cio de
amadurecimento para o en%rentamento das %rustraç(es reais impostas pela vida de %ato) ;s
3uais é 4om 3ue resista e supere'

NB C A Literatura) como toda arte) es-mula o cruzamento de in%ormaç(es) possi4ilita a siner/ia


do pensamento) amplia a vis$o da realidade e até cria realidade nova'
B C A Literatura %az a apro,imaç$o entre a ci6ncia e a vida' o dizer de Roland @arthes< A
ci6ncia é /rosseira) a vida é su-l) e é para corri/ir essa distHncia 3ue a literatura nos importaQ'

S C A Literatura
sim47lica' cria as pré5condiç(es
E é na dimens$o para
sim47lica das 3ue3ue
coisas os atos e os
a vida %atossen-do'
/anha /anhemA1nal)
dimens$o
como diz o
a,ioma hist7rico< Os atos e os %atos n$o e,istem por si) mas nascem do sen-do 3ue lhes é
atri4u?doQ'

9TS C Pelo 3ue %oi listado) a Literatura n$o é uma panaceia C remédio para todos os males C)
mas a 4ase) a plata%orma de lançamento de cidad$os melhores) numa sociedade portadora de
um clima onde pessoas de 4oa vontade possam ver implantados seus ideais de paz) respeito)
leveza) cordialidade) lisura) hones-dade) preservaç$o e desenvolvimento sustentado'

2ertamente o leitor ver+ na Literatura u-lidadesQ di%erentes ou mesmo complementares a


estas a3ui apresentadas'

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