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Apostila Estática I

August 26, 2009

Prof. Philippe Bernard Remy Devloo

Prof. Francisco Antônio Menezes

Eng. Thiago Dias dos Santos

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Departamento de Estruturas

Laboratório de Mecânica Computacional

Part I
Arcos Tri-articulados

1
1 Teoria, Notação e Resolução
A teoria de arcos tri-articulados descritos neste texto leva em análise somente
cargas verticais. Para cargas atuantes em outras direções esta teoria é inconsis-
tente, e portanto, não deverá ser utilizada.

1.1 Conceito
Pontes frequentemente são constituídas de arcos tri-articulados. Estas tipos
construtivos são muito adequados principalmente quando os materiais utilizados
são mais resistentes a compressão. Nos apoios dos arcos (apoios fixos em ambos
lados) surgem empuxos horizontais que permitem o aparecimento no arco de
momentos fletores consideravelmente menores do que apareceriam se fosse uma
viga simplesmente apoioada. Em contrapartida, a força normal de compressã
atuante no arco é consideravelmente grande.
Um arco-triarticulado consta de uma viga curva com dois apoios fixos e com
uma articulação ou rótula em um ponto desta viga. A figura abaixo ilustar um
arco genérico, submetido somente a forças verticais:

Figure 1: Arco tri-articulado.

1.2 Análise
Os arcos tri-articulados submetidos somente a cargas verticais podem ser solu-
cionados usando uma relação com uma viga bi-apoiada. Para isso, algumas

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relações matemáticas que condicionam as características fundamentais do arco
devem aparecer na análise da estrutura. A notação utlizada segue a figura
abaixo:

Figure 2: Características de um arco tri-articulado.

Uma primeira observação a ser feita é com relação ao empuxo horizontal


(HA e HB ) que não são considerados na horizontal, mas sim paralelos a reta
que contém os dois apoios fixos. Isto é adotado para simplificar os cálculos
posteriores. As seguintes relações podem ser extraídas da figura:

Y ! (x) = tg(φ)

Y ! (x) = y ! (x) + tg(α)

f = y(xc )

A principal idéia na resolução do arco tri-ariculado é associar uma viga


bi-apoiada (denominada viga de substiuição) a qual recebe todas as cargas ver-
ticais. A figura abaixo mostra o processo:

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Figure 3: Arco tri-articulado com viga bi-apoiada associada.

O diagrama de momento fletor da viga devido às cargas verticais é denom-


inado m(x), o qual é facilmente calculado. As reações de apoio da viga rA e
rB são calculadas diretamente. Numa análise rápida de equilíbrio horizontal,
vemos que:

H A = HB

Desta forma, numa análise de equilíbrio vertical, temos:

RA = rA

R B = rB

O valor do momento fletor m(x) em g, corresponde ao ponto onde da rótula


no arco, vale m(xc ) = mg . O valor do momento na rótula devido à reação
horizontal HA (ou HB ) é:

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MH = HA · f · cos α

Mas como na rótula o valor do momento fletor é nulo, teremos:


!
M rótula = 0 → MH − mg = 0

∴ MH = mg

HA · f · cos α = mg

Assim:
mg
HA = f ·cos α = HB

Conhecendo o valor das reações horizontais, pode-se calcular os esforços


solicitantes sobre o arco. Para uma dada seção S do arco, teremos:

Ms (x) = m(x) − HA · y(x) · cos α

Qs (x) = q(x) · cos φ − HA · sin(φ − α)

Ns (x) = −q(x) · sin φ − HA · cos(φ − α)

Onde q(x) é a força cortante atuante na viga de substiuição.

2 Linha de Pressões
3 Arco Incorporado em Outra Estrutura
References
[1] Sussekind, J. C. , Curso de Análise Estrutural, v. 1, Ed. Globo, Porto Alegre,
RS, 1979.

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