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MATERIAIS POLIMÉRICOS

MÓDULO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Adriano R. Kantoviscki
Gerente de Engenharia de Produto
Renault do Brasil S.A.
MATERIAIS POLIMÉRICOS

0.0 – Conhecimentos Básicos de Química Geral + Química Orgânica


 Átomos
 Ligações Químicas
 Ligações Iônicas – Ligações Moleculares
 Moléculas
 Macromoléculas
 Tetravalência do Carbono
 Hidrocarbonetos
 Reações de Substituição (halogenação, etc)
 Reações de Eliminação
Tabela Periódica
MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.1 – DEFINIÇÃO CLÁSSICA


A palavra polímero é originada do grego, cujo significado é ’’muitas partes’’
(poli: muitas, mero: partes).

Usualmente o termo “plástico” é utilizado para designar os materiais


poliméricos. Todavia, seu uso de maneira genérica, não é apropriado.

Plástico significa:
 “capaz de ser moldado”.

Embora, os materiais assim designados, não tenham necessariamente


essa propriedade, mas a apresentaram em algum momento de sua
fabricação, quando então foram moldados.

Os polímeros são capazes de adquirirem condições plásticas,


por ação de calor e pressão.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
Quimicamente, os “POLÍMEROS” são:

 materiais naturais ou sintéticos,


 geralmente de origem orgânica,
 compostos por cadeias com altos pesos moleculares

Obtenção dos Polímeros:


 São obtidos através de reações químicas de polimerização, que formam
estruturas moleculares que consistem na repetição de pequenas
unidades, chamadas meros.

 O tamanho e a estrutura da molécula do polímero determinam as


propriedades do material plástico.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.2- MATÉRIAS - PRIMAS FORMADORAS DOS POLÍMEROS:

Petróleo  fonte de Hidro Carbonetos (HC)


Carbono  metano; CO2
Gás Natural ( CH4 – metano )

 Outros...
Madeira  fonte de materiais pirolenhosos
Água
Ar  fonte de Oxigênio e Nitrogênio
Flúor
Sal Marinho  fonte de Cloro
Areia  fonte de sílica
Materias Naturais: celulose, lactose, algodão, milho, cana de açúcar, etc...)
 Cargas: ( talco, Carbonato de Cálcio, mica, fibra de vidro, etc...)
MATERIAIS POLIMÉRICOS
 Petróleo:
É formado por muitos compostos que possuem temperaturas de ebulição diferentes, sendo
assim possível separá-los através de um processo conhecido como destilação ou
craqueamento.

Fração Nafta resultante


do craqueamento

Indústrias Polietileno
Petroquímicas

Reação de
Polimerização

Processamento Ex: etileno


químico

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Nafta, produto incolor extraído do petróleo e matéria-prima básica para a produção de


plástico.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
Exemplos de fontes de monômeros para obtenção de alguns
polímeros sintéticos

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


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1.3 - BREVE HISTÓRICO
ANO POLÍMERO
 1.862 Nitrato de Celulose - Parkesina
 1.870 Acetato de Celulose - Celulóide (CA)
 1.907 Fenol-Formaldeído - Baquelite (PF)
 1.930 Silicone (SI)
 1.932 Acrílico (PMMA)
 1.033 Poliestireno (PS)
 1.935 Náilon (PA)
 1.939 Polietileno (PE)
 1.940 Policloreto de Vinila (PVC)
 1.946 Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS)
 1.948 Poli Tetra Fluoretileno (PTFE)
 1.958 Policarbonato (PC)
 1.959 Polipropileno (PP)
 1.960 Polioximetileno ou Poliacetal (POM)
 1.964 Polioxifenileno (PPO)
 1.965... Outros Plásticos de Engenharia: PET, Blendas (PC/ABS, PU/PVC,
PA/PPO, PP/EPDM, etc)
Plásticos Especiais: PPS, PI, PKI, PEEK, PAI, PEUHMW, etc...

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1.4- POLIMERIZAÇÃO
Os polímeros são compostos por macromoléculas, obtidos através de reações de
polimerização de compostos simples denominados “monômeros”.

Sendo que a unidade repetidora, mais simples dos polímeros denomina-se “mero”.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.4.1- POLIMERIZAÇÃO - HOMOPOLÍMEROS

A repetição em longas cadeias, de uma mesma unidade repetidora (mero), origina os


“homopolímeros”.

A + A + A + ..... + A -------------> A-A-A-.......- A

monômeros homopolímero

Ex: Polietileno (PE), polipropileno homopolímero (PP), poliestireno (PS), etc.

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Monômero Unidade repetidora Polímero


(mero)
a) CH2 = CH2 - CH2 - CH2 - (- CH2 - CH2 -)n
eteno etileno polietileno

b) CH2 = CH - CH2 - CH – (- CH2 - CH –)n

CH3 CH3 CH3


propeno propileno polipropileno

O parâmetro “n” é definido como sendo o Grau de Polimerização do polímero, ou


seja, o número de meros que constitui a macromolécula.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.4.2- COPOLÍMEROS
São formados pela repetição de dois ou mais meros distintos na molécula.

A + B + A + B + .....+ A ----------> A-B-A-B-......A


meros copolímero

Ex: Polipropileno copolímero(P/E); ABS, SAN, acrílico (PMMA), etc.

.... ( - CH2 – CH-)n1 .... ( - CH2-CH=CH-CH2-)n2... ( - CH2-CH- )n3

CN

acrilonitrila butadieno estireno

Nota:
Mistura física de 2 ou mais polímeros, sem qualquer reação química entre eles, para a
obtenção de um produto final de características adequadas para otimizar a relação
custo/eficiência do material, denomina-se Blenda Polimérica.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.4.3- GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (n)

Via de regra, maiores graus de polimerização asseguram melhores propriedades físicas


do produto e, por isso, o objetivo da produção de polímeros para materiais plásticos
será, em geral, o de obter os chamados alto polímeros.

Nos polímeros, o valor de “n”, normalmente é superior a 10.000. Ou seja, uma


molécula de polietileno é constituída da repetição de 10.000 ou mais unidades de
etileno.
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1.4.5- Processos de polimerização
Existem diversos processos para unir moléculas pequenas com outras para formar
moléculas grandes. Sua classificação se baseia no mecanismo pelo qual se unem
estruturas monômeras ou nas condições experimentais de reação.

Mecanismos de polimerização
A polimerização pode efetuar-se por distintos métodos, tais quais:

 Polimerização por adição

 Polimerização por condensação

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.4.5.1- Polimerização por Adição

 Os polímeros de adição obtêm-se a partir de monômeros que contêm uma ou várias


duplas ligações.

 O resultado da polimerização de uma só classe de monômeros é um homopolímero.


No caso em que se polimerizam juntos, dois monômeros distintos, obtém-se um
copolímero.

 Formam polímeros com unidades repetitivas de fórmula molecular idêntica ao


monômero de partida.

Exemplos de polímeros de adição: Polietileno; Polipropileno; PVC; Neoprene; Borracha


natural; Borracha fria; Orlon; Teflon, etc

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Etapas polimerização por adição

• Iniciação: rompimento das ligações duplas.

• Propagação: início do processo de formação das cadeias poliméricas


pelos pontos reativos.

• Término: eliminação dos pontos reativos, encerrando a polimerização.

Exemplo reação de adição

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.4.5.2- Polimerização por condensação

Polímeros formados através de uma reação de condensação, a partir de diferentes 2


tipos de monômeros, bi ou trifuncionais, com eliminação de uma molécula pequena,
geralmente a água.

Monômeros bifuncionais: cadeias lineares

Monômeros trifuncionais: cadeias tridimensionais.

Exemplos de polímeros de condensação: Poliamidas; Poliésteres; Poliuretanos; etc.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Exemplo de condensação

Ácido tereftálico Etileno glicol

Tereftalato de etilenoglicol - poliéster

DICESAR BERALDI DATE: 02/03/2008 DIMat-A / POLIMEROS


MATERIAIS POLIMÉRICOS

SÍNTESE

Polímeros de adição:
 unidade estrutural = monômero.
 reação em cadeia

Polímeros de condensação:
 unidade estrutural ≠ monômero.
 reação em etapas

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Polimerização por Adição Polimerização por Condensação

Apenas o monômero e as espécies Quaisquer duas espécies moleculares


propagantes podem reagir entre si. presentes no sistema podem reagir.
A polimerização possui no mínimo 3 A polimerização só possui um processo
processos cinéticos. cinético.
O monômero é todo consumido no início da
A concentração do monômero decresce
reação, restando menos de 1% do monômero
gradativamente durante a reação.
ao fim da reação.
A velocidade da reação cresce com o tempo até
A velocidade da reação é máxima no início e
alcançar um valor máximo,na qual permanece
decresce com o tempo.
constante.

Não há grupos funcionais ativos Grupos terminais permanecem ativos.

Polímeros com um alto peso molecular se Um longo tempo reacional é essencial para se
formam desde o início da reação, não se obter um polímero com elevado peso
modificando com o tempo. molecular, que cresce durante a reação.

A composição percentual do polímero é igual A composição percentual do polímero é


ao do mero que lhe dá origem. diferente do mero que lhe dá origem.

DICESAR BERALDI DATE: 02/03/2008 DIMat-A / POLIMEROS


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.5 - CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS

1.5.1- Quanto à ocorrência:

Naturais  São polímeros que já existem normalmente na natureza.


CELULOSE
AMIDO
LÁTEX NATURAL
FIBRAS NATURAIS (algodão, seda, juta, etc.)
ÂMBAR

Sintéticos  São polímeros fabricados pelo homem, a partir de


moléculas simples.
POLIETILENO
FIBRAS SINTÉTICA ( náilon, poliéster, rayon, etc.)
POLIPROPILENO
POLIAMIDAS
ACRÍLICO

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.5.2- Quanto à natureza da cadeia:

 Polímero de cadeia homogênea -


Quando o esqueleto da cadeia é formada
apenas por átomos de carbono.

 Polímero de cadeia heterogênea -


Quando no esqueleto da cadeia existem
átomos diferentes de carbono
(heteroátomos).

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Polímeros de cadeia carbônica homogênea


Poliolefinas, Polímeros de dienos, Polímeros estirênicos, Polímeros vinílicos, Polímeros
acrílicos, Polímeros de ésteres, Poli(fenol - formaldeído).

 Polímeros de cadeia heterogênea


Derivados das celulose; Poliéteres; Poliésteres; Policarbonato; Poliamidas; Poliuretanos;
Aminoplásticos; Silicones

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.5.3- De Acordo Com A Estrutura Molecular:

 Linear - sem ramificações na cadeia principal (fig.1a);


 Ramificada na cadeia linear básica (fig.1b)
 Com ligações cruzadas (fig.1c)
 Reticulada (tridimensionalmente) ou em rede (fig.1d).

Muitas das propriedades físicas e químicas dos diferentes materiais plásticos, são
atribuídas à sua estrutura. Assim, tanto para o fabricante como para os transformadores
finais, é interessante que as propriedades dos materiais plásticos não sejam alteradas
durante as fases do processo.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
Polímeros lineares

Fig. 1a

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
Polímeros ramificados

Fig. 1b

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

(fig.1c)

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
Polímeros reticulado ou em rede

Fig. 1d

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.5.4- De Acordo com a Configuração Molecular:

 Estereoisomeria
Polimeros Isostáticos
Polímeros Sindiotáticos
Polímeros Atáticos

 Isomeria Geométrica
Polímeros Cis
Polímeros Trans

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
Estereoisomeria
 Polímero Tático - Quando as unidades monoméricas dispõem-se ao longo da cadeia
polimérica segundo certa ordem, ou seja, de maneira organizada.

Os polímeros táticos podem ainda ser:


Polímeros isotáticos: neles os monômeros distribuem-se ao longo da
cadeia de tal modo que unidades sucessivas, após rotação e translação,
podem ser exatamente superpostas.

Polímeros sindiotáticos: são aqueles nos quais a rotação e translação


de uma unidade monomérica, em relação à seguinte, reproduz a imagem
especular desta última.

 Polímero Atático - Quando as unidades monoméricas dispõem-se ao longo da


cadeia polimérica ao caso, ou seja, de maneira desordenada.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Isotático

Sindiotático

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

Isomeria Geométrica
Estruturas Básicas Isomerismo Geométrico

cis isoprene
Borracha natural

trans isoprene

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.5.5- De Acordo com o Comportamento Mecânico
Analisado em relação à resistência à deformação sob a ação de esforços mecânicos, os
polímeros dividem-se, em:

 Borrachas - apresentam módulos de elasticidade de 10 à 100 psi;

 Plásticos - com módulos de elasticidade de 1.000 à 10.000 psi;

 Fibras - com módulos de elasticidade de 100.000 à 1.000.000 psi.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


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Borrachas ou Elastômeros:

Polímeros que à temperatura ambiente podem ser deformados repetidamente, a pelo


menos duas vezes o seu comprimento original. Retirado o esforço, deve voltar
rapidamente ao tamanho original.

• Possuem cadeias flexíveis amarradas umas às outras com uma baixa densidade de
ligação cruzada.

Extração do látex da seringueira Ex.: BV(borracha vulcanizada)


“Hevea brasiliensis”
MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Plásticos:
São materiais que contém, como
componente principal, um polímero
orgânico sintético e se caracterizam
porque, embora sólidos à temperatura
ambiente em seu estado final, em alguns
estágios a de seu processamento,
tornam-se fluídos e possíveis de serem
moldados, por ação isolada ou conjunta
de calor e pressão. Esse ingrediente
polimérico é chamado de resina sintética.

Podem ser classificados em:


• Termoplásticos e

• Termorrígidos (termofixos)

DICESAR BERALDI DATE: 02/03/2008 DIMat-A / POLIMEROS


MATERIAIS POLIMÉRICOS
Fibras:
Termoplástico orientado com a direção principal das cadeias poliméricas posicionadas
paralelas ao sentido longitudinal. Deve satisfazer a condição geométrica do comprimento
ser no mínimo cem vezes maior que o diâmetro (L/D > 100). Usados na forma fios finos.

• Ex.:fibras de PAN,nylons, Poliésteres (PET), etc.

Nanofibras
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1.5.6 - De Acordo com o Comportamento Térmico:

Termoplásticos Termofixos
MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Os termoplásticos caracterizam-se por, ao completar-se a polimerização, possuírem


moléculas constituídas de cadeias predominantemente lineares, eventualmente
apresentando ramificações.

• Polímeros que podem ser fundidos diversas vezes.


• São os chamados plásticos, constituindo a maior parte dos polímeros comerciais.
• As propriedades mecânicas variam conforme o plástico: sob temperatura ambiente, podem ser
maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis.
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 Os termofixos, também chamados de termoestáveis, termorrígidos ou duroplastos, são


materiais onde a polimerização ocorre em dois estágios:
 No fabricante das resinas: onde se produz um composto (cujas cadeias são
lineares ou ramificadas) que ainda não é um polímero.
 No transformador: onde a polimerização se completa em um segundo estágio, por
ocasião da moldagem, consequência da ação de calor e de um agente de cura,
formando então as ligações cruzadas nas cadeias poliméricas.
MATERIAIS POLIMÉRICOS

Termoestáveis ou termofixos:

• São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura.

• Uma vez prontos, não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado a altas
temperaturas promove decomposição do material antes de sua fusão. Logo, sua
reciclagem é complicada.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
1.5.6- De Acordo Com As Famílias:

 Plásticos Comuns
 Plásticos de Engenharia
 Plásticos Especiais

 Plásticos comuns: são aqueles produzidos e consumidos em larga escala, suas


matérias-primas são baratas e seu custo de fabricação é baixo. Termoplásticos
convencionais (commodities). Representam 90% da produção mundial
Ex: PEBD, PEAD, PP, ABS, PS, PVC, etc.

 Plásticos de engenharia: resinas com propriedades físicas e químicas diferenciadas e


melhores. Como conseqüência, têm um custo consideravelmente mais alto em relação
aos plásticos comuns.
Ex: Poliamidas ou náilons ( PPA 6/ 6.6/ 6.10/ 11 e 6.12 ), poliésteres ( PBT e PET ), poliacetal ( POM ),
policarbonato ( PC ), etc.

 Plásticos especiais: materiais desenvolvidos recentemente, normalmente pesquisados


para fins específicos, apresentando desta forma altos custos de fabricação.
Ex: polisulfeto de fenileno ( PS ), poliéter imida, etc.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

ALTA PERFORMANCE

TERMOPLÁS- ENGENHARIA
TICOS

COMODITIES
TERMOFIXOS

ELASTÔMEROS

FIBRAS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

1.5.7- De Acordo com o Grau de Organização Molecular:

Amorfos
 Os materiais amorfos (fig. 3a) são caracterizados por um arranjo molecular
desordenado ou seja, não possuem uma organização estrutural entre as cadeias
poliméricas.

Cristalinos
 Já os materiais cristalinos (fig.3b) são caracterizados pela capacidade das moléculas,
ou de forma mais correta, dos segmentos das moléculas, formarem uma ordenação
tridimensional, dando origem aos cristais.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Fig.3a- Polímero com estrutura amorfa

Fig.3b- Polímero com estrutura cristalina

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Na prática, não existem materiais


100% amorfos, nem 100%
cristalinos, isto devido, ao longo
comprimento das moléculas.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Estas diferentes configurações afetam certas propriedades dos polímeros,


especialmente a fusibilidade e a solubilidade.

 Os materiais cristalinos possuem um ponto de fusão muito bem definido, sendo


que abaixo deste, ele seja um material impossível de ser injetado e, acima,
torne-se um material fluído.

 Já os materiais amorfos apresentam uma faixa de fusão mais ampla e não


fundem tão facilmente quanto os cristalinos no inicio do processo de
amolecimento.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

 As propriedades dos plásticos predominantemente amorfos são:

 estabilidade dimensional;
 baixa contração de moldagem;
 ótima resistência à fluência e
 transparência.

Ex: ABS, PS, PC, PMMA, etc.

 As Regiões amorfas contribuem principalmente, para conferir ao polímero:


 flexibilidade,
 maciez e elasticidade.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
 As propriedades dos plásticos predominantemente cristalinos, são:
- ótima resistência química;
- contração de moldagem alta;
- apresentam pós-contração;
- são higroscópicos;
- maior tendência a deformações;
- menor viscosidade no estado fundido.

Ex.: PE, PP, PVC, POM, PA, etc.

 Assim, quanto maior for a cristalinidade:


 maior a densidade,
 maior a rigidez,
 maior resistência mecânica,
maior a resistência à solventes,
 maior o ponto de amolecimento,
 menor a flexibilidade e maciez.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Tanto os materiais amorfos quanto os cristalinos apresentam uma estrutura amorfa


quando fundidos;

 O resfriamento brusco durante o processo de moldagem faz com que o material seja
“congelado” com as características do fundido, em geral, altamente desordenada.

 Desta forma, principalmente o material cristalino irá apresentar problemas posteriores,


devido ao forte grau de tensionamentos, distorções e empenamentos, provocados pelo
impedimento do processo de ordenamento molecular, durante o resfriamento.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Fibras

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

2.0- PROPRIEDADES DO MATERIAL NO PRODUTO ACABADO

 De maneira geral, propriedades podem ser definidas como sendo:

 um conjunto de características apresentadas por um determinado material


ou produto.

No caso de uma matéria-prima, suas propriedades estão relacionadas diretamente com


sua estrutura molecular e a sua forma de obtenção, ou seja, quando modificamos a
forma da cadeia molecular, ou o peso molecular, estamos alterando todas as
propriedades do polímero. O mesmo ocorre quando há a introdução de algum tipo de
aditivo.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

 Em um produto temos a reunião de 3 propriedades que embora distintas, não podem ser
analisadas separadamente:

1ª- Propriedades Intrínsecas

2ª- Propriedades de Processamento

3ª- Propriedades de Configuração ou do Produto

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
2.1.1 - Propriedades Intrínsecas

São aquelas próprias, inerentes do material:


 Calor especifico,
 Densidade,
 Viscosidade,
 Resistência química,
 Dureza,
 Flamabilidade,
 Peso molecular
 Grau de cristalinidade;
 Distribuição do peso molecular;
 Ramificações;
 Estéreo regularidade; etc ...

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

2.1.2- Propriedades de Processamento:


Aquelas que o polímero adquire devido ao seu processamento ou transformação, tais
como:
 geometria,
 acabamento,
 contração.

Alguns dos fatores que podem alterar as propriedades do produto são:


 tensões residuais de injeção (pressão / velocidade / temperaturas baixas),
 degradação (temperaturas altas/ atrito),
 uso de aditivos como plastificantes, estabilizantes, absorvedores de U.V., etc.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

2.1.3 – Propriedades de Configuração ou do Produto

São aquelas que o material adquire devido a configuração (design) do produto,


tais como:
 tensões residuais,
 tensões de cisalhamento,

e todas constantes relativas à:


Nervuras;
Dobramentos;
vincos, etc....

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

2.2– Propriedades Gerais dos Plásticos


 baixo peso específico (leveza);
 baixa condutibilidade elétrica e térmica;
 resistência mecânica aceitável, porém menor que a dos metais;
 boa apresentação
 porosidade
 resistência a corrosão
 baixo ponto de fusão quando comparados aos metais e
 facilidade de moldagem e usinagem
 combustibilidade

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
3- COMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS PLÁSTICOS

 Resina
 Aditivos
 Auxiliares de Processamento

 3.1 – Resina
É o componente básico que confere as principais características, o nome e a classificação
do material plástico.

 3.2 – Aditivos
São materiais incorporados aos plásticos, com duas finalidades básicas:
 modificar algumas de suas propriedades ou
 barateá-los

Os aditivos devem ser estáveis, não tóxicos, não exudarem do polímero, não
provocarem odores ou sabores (a menos que intencionalmente) não afetarem
adversamente o polímero e serem de baixo custo.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


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Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS
PRINCIPAIS ADITIVOS

 3.2.1- Cargas
São materiais sólidos, que têm a finalidade básica de baixar o custo do polímero,
podendo também, serem utilizadas com o intuito de modificar suas propriedades físicas
(mecânicas, térmicas, elétricas).

As cargas podem ser:


 Partículas Inertes: Carbonato de cálcio, talco, micro esferas de vidro, etc.
 Reforçantes: fibra de vidro, elastômero com negro de fumo, etc.
 Borrachas: butadieno
 Fibras: serragem, algodão, papel, amianto, fibra de vidro, etc.

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CARGAS PARA TERMOPLÁSTICOS

Polímero Cargas
Polietileno CaCO3, sílica, talco, Al(OH)3, caulim
Polipopileno CaCO3, talco, mica e wollastonita
PVC CaCO3, caulim, barita, Al(OH)3
Poliestireno Talco, sílica
PET Fibra de Vidro, micro-esfera
Nylon Fibra de Vidro, Micro-esfera de vidro, mica, wollastonita

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.2- Acoplantes

Agentes de acoplamento são pontes moleculares, geralmente incorporadas a formulações


de plásticos com o objetivo de facilitar a ligação dos polímeros com aditivos,
principalmente quando estes se tratam de cargas inorgânicas. Há 2 tipos principais de
acoplantes: os titanatos e os silanos, cada um com seu mecanismo e aplicações.

Os aditivos tratados com titanatos: carbonato de cálcio, talco, negro de fumo,


pigmentos, e óxidos metálicos.

Os silanos entram na modificação de resinas com fibras de vidro, de resina com


elastômeros contendo cargas minerais, sempre melhorando as propriedades mecânicas e
elétricas.

Adriano KANTOVISCKI DATE: Mai/2011


MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.3- Estabilizantes

Sua função é aumentar a vida útil de uma resina ou de um produto acabado. Também
podem ser usados para aumentar a estabilidade da resina no
processamento(estabilizante de processo).

Os estabilizantes podem ser divididos em:


Anti-oxidantes, primários e secundários,
Foto estabilizantes ou anti-UV,
Desativadores de metais,
Captadores de ácidos

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
Mecanismos de Fotodegradação

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.3.1- Antioxidantes
São substâncias incorporadas aos polímeros com a finalidade de:
 inibir a formação de radicais livres ou
 inibir as reações de propagação ou
 diminuir a velocidade das reações de oxidação.

As oxidações nos plásticos podem ser causadas pelos seguintes fatores:


- ambientes com atmosferas agressivas (vapores ácidos, peróxidos, umidade, calor,
etc.);
- radiação de infravermelho (calor);
- radiação ultravioleta;
- radiações de alta energia (raios-X, radiação gama, etc.);
- decomposição em presença de metais (cobre), etc.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
3.2.5- Colorantes
Com a finalidade de melhorar acabamento dos polímeros, são empregados
os agentes colorantes (corantes e /ou pigmentos), possibilitando a obtenção
das mais variadas cores e efeitos nos polímeros.

Corantes: são substâncias solúveis nos


polímeros (são transparentes).

Pigmentos: são substâncias insolúveis nos


polímeros (são opacos).

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
Mecanismo de ação:
São usados para mudar o comprimento de onda de luz refletida ou transmitida por materiais
acabados. Com isso,fazem com que o material adquira uma determinada cor ou aparência.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

 A percepção da cor, depende


de vários fatores

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.6- Modificadores de impacto

São, de um modo geral, borrachas ou fases borrachosas introduzidas na massa


polimérica para servir como absorvedores de impacto, aumentando assim a resistência
ao impacto do material como um todo.
MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.7- Agentes de expansão ou espumantes

São produtos que geram gases durante o processamento provocando a expansão do


material, ou seja reduzem a sua densidade, melhoram as suas propriedades dielétricas e
de isolamento térmico e acústico.

Polímeros Expandidos em forma de espumas.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.7- Retardantes de chama


Aumentam o tempo que um material polimérico leva para iniciar o seu processo de
combustão ou tornam a propagação da chama mais lenta, depois que já se iniciou a
combustão.
MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.8- Plastificantes

Suas funções principais:

 Melhoram a processabilidade e a flexibilidade de produtos acabados

 Reduzem a viscosidade do sistema aumentando a mobilidade das macromoléculas

 Provocam um deslocamento da Tg para temperaturas mais baixas

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.2.9- Lubrificantes

Utilizados para:

 Reduzir a viscosidade da massa polimérica durante o processamento reduzindo a


fricção interna e externa.

 Diminuir a aderência do material fundido às paredes do equipamento e à rosca.


Reduzindo a degradação mecânica por cisalhamento.

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MATERIAIS POLIMÉRICOS
3.2.10- Outros Tipos de Aditivos:

 Antiestáticos
 Agentes de Cura
 Biocidas
 Catalisadores
 Agentes nucleantes
 Supressores de Fumaça
 Agentes anti-fogging
 Aromatizantes...

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MATERIAIS POLIMÉRICOS

3.3- Auxiliares de Processamento


Ao lado dos aditivos, destinados a aperfeiçoar as propriedades das resinas e
dos produtos delas obtidos, há os chamados auxiliares ou adjuntos de
processamento, cujo emprego visa à superação de limitações de moldagem
ou extrusão dos materiais. Tais substâncias podem, entre outras
propriedades:
 controlar a viscosidade da massa,
 facilitar a liberação das peças de seus respectivos moldes
(desmoldantes),
 estabilizar emulsões ou prevenir adesividade.

São os principais representantes desta família são:


- desmoldantes,
- emulsificantes,
- lubrificantes (internos/ externos),
- antiaderentes e
- depressores de viscosidade.

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