Os profissionais de laboratórios, além de estarem expostos aos riscos ocupacionais:
ergonômicos, físicos e químicos, trabalham com agentes infecciosos e com materiais potencialmente contaminados, que são os riscos biológicos. Esses profissionais devem ser conscientizados sobre os riscos potenciais, e treinados a estarem aptos para exercerem as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro dos materiais e fluidos biológicos (ZOCHIO, 2009). Perigo pode ser definido como qualquer componente químico, físico ou biológico que cause efeito adverso à saúde humana, animal e ambiental. Por sua vez, risco é a probabilidade de ocorrência de um efeito adverso em decorrência da exposição ao perigo. Sendo assim, podemos definir o conceito de avaliação de risco como a combinação de procedimentos ou métodos, por meio dos quais é possível identificar e avaliar, caso a caso, a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos. A importância no conhecimento e na identificação do risco torna sua avaliação primordial para a aplicação de técnicas e procedimentos que possibilitem que estes sejam atenuados ou eliminados. Identificar o agente manipulado, os tipos de ensaio realizados e conhecer a espécie utilizada são critérios importantes para uma avaliação de risco eficiente. Além disso, esta avaliação deverá contemplar as várias dimensões que envolvem a questão, sejam elas relativas a procedimentos (boas práticas: padrões e especiais), a infraestrutura (desenho, instalações físicas e equipamentos de proteção) ou a capacitação e qualificação das equipes (BRASIL, 2004). A organização do trabalho e as práticas gerenciais também passaram a ser reconhecidas como importante foco de análise, seja como causadoras de acidentes, doenças e desconforto, ou como integrantes fundamentais de um programa de Biossegurança nas instituições.
1. Classes de Riscos Biológicos
A classe de risco na qual um agente biológico é classificado está diretamente relacionada ao nível de biossegurança que deverá ser utilizado para a manipulação do agente. Os riscos biológicos se subdividem nas seguintes classes: • classe de risco 1 – o risco individual e para comunidade é baixo, são agentes biológicos que têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o profissional do laboratório e para o ambiente. Exemplo: Lactobacillus; • classe de risco 2 – o risco individual é moderado e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo risco de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula em condições de contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes. Exemplo: Toxoplasma spp; • classe de risco 3 – o risco individual é alto e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes biológicos que provocam infecções, graves ou letais, no homem e nos animais e representam um sério risco a quem os manipulam. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de tratamento e prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis; • classe de risco 4 – o risco individual para a comunidade é elevado. Aplica-se a agentes biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, representando grande risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade via aerossol ou com riscos de transmissão desconhecido, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplo: Vírus Ebola (BRASIL, 2004). A classe de risco 2 aplica-se a laboratórios de análises clínicas, no qual o trabalho envolve sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias através das quais a presença do agente infeccioso pode ser desconhecida. Os agentes infecciosos são de um espectro de gravidade moderada para a comunidade e gravidade variável a uma patologia humana (ZOCHIO, 2009). Devido aos riscos ocupacionais, principalmente os riscos biológicos, cada laboratório deverá desenvolver um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos que poderão ser encontrados. E onde se especifique também as práticas e procedimentos específicos para minimizar ou eliminar as exposições a estes riscos (ZOCHIO, 2009). 2. Procedimentos Operacionais Padrão – POP – e os Manuais de Segurança Os POP são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade realizada no laboratório, desde a coleta até a emissão de resultado final, incluindo utilização de equipamentos, procedimentos técnicos, cuidados de biossegurança e condutas a serem adotadas em acidentes (BRASIL, 1999). Para biossegurança dos laboratórios de análises clínicas, o POP é fundamental, pois ele tem como objetivo padronizar todas as ações para que diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma determinada tarefa. Esses protocolos devem estar escritos de forma clara e completa, possibilitando a compreensão e adesão de todos. Além disso, eles devem ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o estabelecido (BRASIL, 1999). Seria interessante e válido que as chefias dos laboratórios convidassem os funcionários para participarem da elaboração dos POP, afinal de contas, são eles que manipulam, que têm conhecimento empírico dos procedimentos. Esses protocolos devem ser atualizados regularmente e suas alterações apresentadas e discutidas com os técnicos. Os técnicos do laboratório devem assinar um termo atestando que conhecem e se comprometem a cumprir o POP. Conforme Brasil (1999), os POP devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial. Segundo a ANVISA (2005), os POPs têm como objetivo padronizar todas as ações para que diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma determinada tarefa, garantindo assim qualidade. Reafirma que esses protocolos devem estar escritos de forma clara e completa, possibilitando a compreensão e adesão de todos. Também ressaltam que devem estar disponíveis em local de acesso e conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial, revisados e atualizados periodicamente e devem ser assinados pelo responsável do laboratório. Os manuais de biossegurança dos laboratórios clínicos são de responsabilidade de comissões formadas por chefes de setores, médicos, e até mesmo funcionários. Essas comissões preparam normas de biossegurança, dentro da legislação vigente e suas revisões quando necessárias. Elas são distribuídas a todos os setores do laboratório que estejam envolvidos direta ou indiretamente com a rotina que envolva o contato com material clínico. Isto envolve os setores burocráticos, uma vez que as visitas aos setores técnicos constituem uma atividade de rotina. Investigam os acidentes e suas causas buscando soluções que minimizem a repetição do mesmo, coordena a coleta e descarte de rejeitos, garante o treinamento dos funcionários e a realização do programa, e o registro de todas as atividades ligadas à biossegurança (ZOCHIO, 2009). Os respectivos chefes de setores devem verificar e relatar à comissão de biossegurança, os riscos decorrentes das atividades do seu setor, assegurar a realização das atividades de biossegurança e treinar seus funcionários. O coordenador de segurança do setor coopera com o respectivo chefe para garantir que todas essas atividades sejam cumpridas. Não podemos nos esquecer de outros órgãos e comissões que só tem a contribuir com as boas práticas e segurança das pessoas envolvidas. • CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): essa comissão deve ser criada por funcionários de todos os níveis, que deve atender às exigências legais vigentes. Tem como filosofia, despertar nos funcionários o interesse pela prevenção de acidentes e promover a proteção dos riscos ocupacionais (BERNARDINO; PAIZANTE, 2007). • SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional): esses serviços devem estar sob responsabilidade de um médico do trabalho junto ao técnico ou engenheiro de segurança e, se possível, outros profissionais interligados. O SESMT tem for finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho (BERNARDINO; PAIZANTE, 2007). • PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): esse serviço deve ficar sob responsabilidade direta da Comissão de Biossegurança, avaliam os riscos biológicos e o local de trabalho, esse programa deve ser reavaliado uma vez por ano (NR 32). 3. Equipamentos de proteção individual e coletiva - EPI e EPC Os equipamentos de proteção individual (EPI), como o próprio nome diz, são equipamentos que servem para proteção do contato com agentes infecciosos, substâncias irritantes e tóxicas, materiais perfurocortantes e materiais submetidos a aquecimento ou congelamento (BRASIL, 1999). Os procedimentos de manipulação de amostras biológicas produzem partículas que podem entrar pelas vias aéreas e causar infecções ou contaminar roupas, bancadas e equipamentos. Usar EPI é um direito do profissional da saúde e a instituição em que esse profissional trabalha é obrigada a fornecê-los. É fundamental que o profissional da saúde utilize os EPI de forma correta, mesmo porque o uso indevido desses equipamentos também pode provocar acidentes. Os EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição (NR 32). Os EPI que devem estar disponíveis, obrigatoriamente, para todos os profissionais que trabalham em ambientes laboratoriais são: jalecos, luvas, máscaras, óculos e protetores faciais. Há também protetores de ouvido para trabalhos muito demorados com equipamentos que emitam ruídos, além dos níveis recomendados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e máscaras de proteção contra gases para uso na manipulação de substâncias químicas tóxicas e em caso de acidentes. O jaleco protege a roupa e a pele do profissional do laboratório clínico, da contaminação por sangue, fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectados, que pode ocorrer desde a coleta, transporte, manipulação e descarte de amostras clínicas. É importante que o jaleco seja colocado assim que o profissional entre no laboratório, e permaneça com ele o tempo todo, porém ao ir a cantinas, refeitórios, bancos, bibliotecas, auditórios, outros, ele deve ser retirado, pois são áreas não contaminadas e o jaleco pode levar agentes biológicos para estes locais. O jaleco deve ser confeccionado em tecido resistente à penetração de líquidos, com comprimento abaixo do joelho e mangas longas, podendo ser descartável ou não. Caso não seja, deve ser resistente à descontaminação e autoclavação (BRASIL, 1999). Jamais se deve arregaçar as mangas do jaleco e expor a pele ao contato com microrganismos depositados no local de trabalho. Se numa unidade hospitalar, a limpeza do jaleco pode ser feita na própria lavanderia desta instituição, caso possua. Em caso contrário, se não disponível, o ideal é que primeiramente o jaleco seja autoclavado e depois levado para casa, esse procedimento não gera riscos de contaminação (BRASIL, 1999). As luvas descartáveis servem para manipulação de materiais potencialmente infectantes, conhecidas como luvas de procedimentos, que são de látex (borracha natural) ou de material sintético (vinil). Estas últimas, além de mais resistentes aos materiais perfurocortantes, são também indicadas a pessoas alérgicas às luvas de borracha natural. As luvas descartáveis devem ser usadas em todos os procedimentos, desde coleta, transporte, manipulação até o descarte das amostras biológicas, pois elas são uma barreira de proteção contra agentes infecciosos. É importante que as luvas devam ser calçadas com cuidado para que não rasguem e que fique bem aderida a pele, evitando acidentes (SBPC, 2009). As luvas de borracha são grossas e antiderrapantes, servem para manipulação de resíduos ou lavagem de materiais ou procedimentos de limpeza em geral. As luvas resistentes à temperatura (alta e baixa) servem para manipulação de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como procedimentos que utilizem estufas para secagem de materiais, banho-maria, câmaras frias, freezer para conservação de amostras, além de outros. As luvas de borracha e as resistentes à temperatura podem ser reutilizadas (BRASIL, 1999). As máscaras descartáveis e os óculos de proteção devem ser utilizados em todas as atividades que envolvam a formação de aerossol ou suspensão de partículas como pipetagem, centrifugação, execução de raspados epidérmicos, semeadura de material clínico, outros. Na manipulação de amostras contendo agente infeccioso da tuberculose, deve-se usar a máscara N95 ou respirador de partículas. Os óculos de proteção devem ser de material rígido, leve e cobrir completamente a área dos olhos. É importante lembrar que os óculos de grau não substituem os óculos de proteção. É importante o uso dos óculos com máscara descartável, pois protegem todo o rosto. Outra opção para proteger o rosto é o protetor facial. Ele é feito com o mesmo material dos óculos, deve ser ajustável a cabeça e cobrir todo o rosto. Os óculos e os protetores faciais são equipamentos reutilizáveis e devem ser desinfetados (BRASIL, 1999). Esses equipamentos funcionam como barreiras para: olhos, nariz, boca e pele contra respingos e aerossóis de materiais infectados por agentes patogênicos e substâncias químicas, evitando lesões. Dentre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), encontramos as cabines de segurança biológica (CSB) também chamadas de capelas de fluxo laminar, as capelas de exaustão química, os chuveiros de emergência, o lava-olhos e outros. As CSB são equipamentos utilizados para proteger o profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se espalhar durante a manipulação. Alguns tipos de cabine protegem também o produto que está sendo manipulado do contato com o meio externo, evitando contaminações. Existem três tipos de cabines de segurança biológico: • classe I – o ar que sai passa através de um filtro especial denominado de HEPA (High Efficiency Particulate Air – alta eficiência para partículas de ar) e é eliminado no ambiente livre das partículas contaminadas. Esse tipo de cabine protege o manipulador e o ambiente, porém não evita a contaminação do material que está sendo manipulado; • classe II – o ar é filtrado em filtros HEPA, antes de entrar e antes de sair da cabine, protegendo o manipulador, o ambiente e o material. Essas duas cabines possuem abertura frontal; • classe III – o ar é estéril, essa cabine é completamente fechada, o que impede a troca de ar com o ambiente e funciona com pressão negativa, ela oferece total segurança ao manipulador, ambiente e material, os recipientes e o material a serem manipulados entram e saem por meio de câmaras de desinfecção (BRASIL, 1999). A CSB II é ideal para laboratórios clínicos, principalmente para procedimentos microbiológicos, laboratórios de saúde pública e unidades hemoterápicas. Todos os procedimentos envolvendo amostras biológicas devem ser feitos em CSB, porém, se a quantidade de CSB disponíveis no laboratório não for suficiente, os procedimentos priorizados são: separação de soro, manipulação de amostras de secreções e de outros fluidos corporais (BRASIL, 1999). Segundo a NR 32, é importante que a cabine esteja funcionando no mínimo 30 minutos antes do início do trabalho e permaneça ligada mais 30 minutos após a sua conclusão e ser submetida a processo de limpeza, descontaminação e desinfecção, nas paredes laterais e internas e superfície de trabalho antes do início das atividades, e na ocorrência de acidentes e derramamentos de respingos. A cada seis meses, as CSBs devem ser testadas, calibradas e certificadas, a luz ultravioleta deve manter registro de contagem de tempo de uso, pois sua vida útil de 7500 horas e os filtros HEPA devem ser testados e certificados de acordo com a especificação do fabricante ou no mínimo uma vez por ano (BRASIL, 2004). As capelas de exaustão química são equipamentos que protegem os profissionais na manipulação de substâncias químicas que liberam vapores tóxicos e irritantes, por exemplo, na manipulação de formaldeído, pois seu odor é irritante e pode causar hipersensibilidade, porém muito usado em laboratórios clínicos para descontaminação (BRASIL, 1999). O chuveiro de emergência é utilizado em casos de acidentes em que haja projeção de grande quantidade de sangue, substâncias químicas ou outro material biológico sobre o profissional. O jato de água deve ser forte e acionado por alavancas de mão, cotovelos ou joelhos, para possibilitar a remoção imediata da substância reduzindo os danos para o indivíduo (BRASIL, 1999). O lava-olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular, o jato de água também deve ser forte e dirigido aos olhos. Quando ocorrer acidente com derrame de material nos olhos, estes devem ser lavados por, no mínimo 15 minutos, para remoção da substância, reduzindo danos ao indivíduo. Em geral, o lava-olhos é instalado junto dos chuveiros ou junto das pias do laboratório, porém a proteção com óculos pode evitar esses tipos de acidentes, que às vezes pode levar a danos irreversíveis (BRASIL 1999). Segundo a NR 32, os chuveiros e os lava-olhos devem ser higienizados semanalmente. Nos laboratórios deve constar também kit de primeiros socorros, com material necessário para pequenos ferimentos na pele, kit de desinfecção, para descontaminação em casos de acidentes com material biológico, porém os funcionários devem ser treinados para o manuseio. Os extintores de incêndio usados em laboratórios são: extintor de água (mangueira) para fogo em papel e madeira; extintor de dióxido de carbono (pó químico ou espuma) para fogo em líquidos ou gases inflamáveis; extintor de dióxido de carbono (pó químico seco) para fogo em equipamentos elétricos. A manta ou cobertor serve para abafar ou envolver a vítima de incêndio, é confeccionado em lã ou algodão grosso, não pode ter fibras sintéticas. O balde com areia ou absorvente granulado, é derramado sobre substâncias químicas perigosas como álcalis para neutralizá-lo. O número dos telefones do corpo de bombeiros e dos responsáveis pela segurança das chefias dos laboratórios deve estar em local de fácil acesso e à vista de todos (BRASIL, 1999). Zochio (2009) completa que os laboratórios são obrigados a manter em boas condições de funcionamento todos esses equipamentos citados, os quais devem estar sinalizados com placas indicativas, instalados ou colocados em locais conhecidos de todos e de fácil acesso, bem como os funcionários devem receber treinamentos para utilizá-los. 4. Acidentes de trabalho com material biológico Estudos de Rapparini (2010) reforçam que há muito tempo as repercussões do trabalho na vida e na saúde do homem vêm sendo objeto de reflexões e análises. As doenças e os acidentes relacionados ao trabalho constituem um importante problema de saúde pública. Os trabalhadores da área da saúde sujeitos ao risco de exposições percutâneas, envolvendo material biológico, representam 12% da população trabalhadora, um universo de 35 milhões de pessoas em todo o mundo. Historicamente, esses profissionais não vinham sendo considerados como categoria de alto risco para acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Nas últimas três décadas, diferentes estudos realizados nos campos das ciências sociais e humanas e nas ciências da saúde, em relação aos processos de saúde e doença desses trabalhadores, têm revelado dados alarmantes. Na atividade da área da saúde, há exposição a uma multiplicidade de riscos: físicos, químicos, biológicos, psicossociais, ergonômicos, mecânicos e de acidentes. As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) são da ocorrência mundial de três milhões de acidentes percutâneos com agulhas contaminadas por material biológico por ano entre trabalhadores da área da saúde. Baseando-se em um modelo de estudo de carga de doenças, a OMS considera que, em 2000, possam ter ocorrido 16 mil casos de hepatite C, 66 mil de hepatite B e mil casos de infecção pelo HIV devido a exposições ocupacionais percutâneas entre estes trabalhadores. O texto – excerto – que segue é de autoria da Dra. Cristiane Rapparini, médica, mestre e doutora em Infectologia pela UFRJ, docente colaboradora do programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ e coordenadora do Projeto Riscobiológico.org. No texto, a doutora contextualiza acidentes e doenças relacionadas ao trabalho nacional e internacionalmente, relacionando a legislação pertinente e as normas regulamentadores, sobre as quais daremos breve atenção. Especificamente de interesse a este módulo, temos os acidentes de trabalho com material biológico, as exposições percutâneas, mucosas, cutâneas ou mordeduras envolvendo sangue ou outros fluidos e secreções corporais. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam uma média diária de aproximadamente seis mil mortes de trabalhadores como resultado de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, totalizando anualmente mais de 2,2 milhões de mortes. Retratam ainda que, anualmente, 270 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes do trabalho que levam ao afastamento, por pelo menos três dias, e a ocorrência de 160 milhões de incidentes que originam doenças relacionadas ao ambiente profissional. Estes números podem subestimar de forma importante a realidade, principalmente pela fragilidade da cobertura e notificação dos sistemas de informações de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho nos diversos países. No contexto nacional, o reconhecimento do acidente do trabalho como evento crítico na saúde do trabalhador foi oficialmente identificado como gravíssimo problema de saúde pública, desde a década de 1970. A queda observada no número de acidentes do trabalho nos últimos anos no país pode ser explicada como resultado de vários fatores, que vão desde a adoção de uma política de engenharia de segurança e medicina do trabalho, com o estabelecimento de normas regulamentadoras e formação específica de profissionais, até as questões que não refletem, na realidade, melhorias na qualidade de saúde e segurança no trabalho, mas que estão relacionadas a restrições que a legislação sofreu progressivamente no conceito do acidente e das doenças relacionadas ao trabalho, o que implicou mudança na concessão de benefícios. A despeito da tendência de declínio nas últimas décadas, a mortalidade vem se mantendo em patamares mais elevados do que a de outros países. O aumento da letalidade, concomitante à tendência declinante da mortalidade, tem sido interpretado como indicativo de sub-registro dos casos de acidentes. De acordo com os dados do Ministério da Previdência Social (MPS), em 2008, foram registrados aproximadamente 750.000 acidentes do trabalho e 2.750 mortes, o que corresponde a 230 óbitos por mês ou mais de sete mortes por dia. Com base nos dados do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2008, verifica-se que na categoria “Saúde e serviços sociais”, com um número médio de 1.700.000 vínculos empregatícios, foram registrados 52.559 acidentes (7,0% do total do país), correspondendo a uma taxa de incidência de 30,9 acidentes/1.000 vínculos empregatícios. As atividades com maior número de registros foram aquelas da categoria “Atividades de atendimento hospitalar”. Os índices de registros de acidentes do setor da saúde estão crescendo. O setor saúde tem superado áreas historicamente consideradas de maior risco, como da construção civil e metalurgia, por exemplo. A legislação brasileira sobre acidentes do trabalho sofreu importantes modificações ao longo dos anos. A primeira lei a respeito surgiu em 1919 e considerava o conceito de ‘risco profissional’ como natural à atividade exercida. Essa legislação previa a comunicação do acidente de trabalho à autoridade policial e o pagamento de indenização ao trabalhador ou à sua família, calculado de acordo com a gravidade das sequelas do acidente. Em 1972, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) iniciou o programa de formação de especialistas e técnicos em medicina e segurança do trabalho, tendo sido publicada uma portaria que obrigava as empresas a criar serviços médicos para os empregados, dependendo do tamanho e do risco da empresa. Essa portaria ministerial tinha como base a recomendação nº 112 da OIT, de 1959, que foi o primeiro instrumento internacional em que foram definidos de maneira precisa e objetiva as funções, a organização e os meios de ação dos serviços de medicina do trabalho, servindo como base para as diretrizes de outras instituições científicas. Em 1978, o MTE aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e à medicina do trabalho. Mediante essas normas, estabeleceram-se, segundo critérios de risco e número de empregados das empresas, a obrigatoriedade de serviços e programas responsáveis pelas questões relativas à saúde e segurança no ambiente de trabalho. No final de 2005, foi publicada uma nova NR (NR-32), relacionada à segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Nela, constam recomendações contempladas nas NRs anteriores, considerando-se as especificidades para controle e prevenção dos riscos encontrados no ambiente de trabalho da saúde. A legislação brasileira sobre acidentes de trabalho, atualmente em vigor, é de 1991 e foi regulamentada em 1992 (Lei Básica da Previdência Social). No glossário da NR-32, acidente é definido como um evento súbito e inesperado que interfere nas condições normais de operação e que pode resultar em danos ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente, ao passo que incidente é um evento súbito e inesperado que interfira na atividade normal do trabalho sem dano ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente. A NR-32 reafirma que os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à Cipa. Para fins de aplicação desta NR, considera-se risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, que são os microrganismos, geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons. O Ministério da Saúde publicou em 1999 a Portaria nº 1.339, com uma lista de doenças relacionadas ao trabalho, referindo-se a entidades nosológicas, agentes e situações de exposição ocupacional, codificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID-10 (Brasil, 1999). A mesma lista foi adotada pela previdência social para fins de caracterização dos acidentes do trabalho e procedimentos decorrentes. As doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho, de acordo com essa portaria, são: tuberculose, carbúnculo (antraz), brucelose, leptospirose, tétano, psitacose/ornitose/doenças dos tratadores de aves, dengue, febre amarela, hepatites virais, doença pelo HIV, dermatofitose e outras micoses superficiais, candidíase, paracoccidioidomicose (blastomicose sulamericana, blastomicose brasileira, doença de Lutz), malária, leishmaniose cutânea ou leishmaniose cutâneo mucosa. Essas informações constam também de um documento publicado em 2001 em que doenças são relacionadas com potenciais agentes ou fatores de risco ocupacionais. Essa iniciativa contribui não apenas para a vigilância em saúde, mas também na caracterização, pelos serviços de saúde, do diagnóstico de doenças e seu vínculo com o trabalho, auxiliando os médicos e viabilizando o adequado tratamento e notificação. Em 2004, foi publicada uma portaria pelo Ministério da Saúde (Portaria nº 777, de 28 abro 2004) que dispõe sobre a regulamentação da notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador, acidentes e doenças relacionados com o trabalho, em uma rede de serviços sentinela. Para efeitos dessa portaria, os acidentes do trabalho com exposição a material biológico foram classificados como agravos de notificação compulsória. Em 2005, foi aprovada a Lei de Biossegurança, que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGMs) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB). Sobre os acidentes com material biológico, deve-se atentar para as características de exposição (relacionadas ao descarte de material perfurocortante e descarte de material) e principais patógenos envolvidos.
São circunstâncias comuns de exposição:
_ coletores cheios acima do limite permitido; _ agulhas ou outros materiais perfurocortantes projetados para fora do coletor;
_ dificuldade de descarte do próprio instrumento (por exemplo, escalpes);
_ montagem incorreta dos coletores; _ localização inadequada; _ coletores pequenos ou em número insuficiente para um determinado setor; _ descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa.
O desconhecimento dos trabalhadores em relação à necessidade de descarte de
qualquer material perfurocortante – vidros, frascos e ampolas –, independentemente de estar ou não contaminado, em coletores resistentes e específicos para essa finalidade, tem sido responsável por frequentes acidentes na equipe de limpeza pela manipulação de lixo comum. Todos os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em coletores rígidos e padronizados para cada tipo de descarte. Uma grande variedade de patógenos pode ser responsável pela contaminação de trabalhadores da área da saúde, já tendo sido descritos casos de infecção ocupacional com sessenta diferentes agentes infecciosos, após exposição a sangue e outros materiais biológicos: 26 diferentes vírus, 18 bactérias/micobactérias/rickettsias, 13 protozoários e três fungos. Nas doenças de curta duração, que cursam com baixos níveis do agente infeccioso na circulação sanguínea e nas quais há contenção da infecção pelo sistema imunológico, a possibilidade de contaminação do trabalhador acidentado durante o curto período de circulação sanguínea é improvável, e essas doenças não são normalmente de transmissão sanguínea. Outras infecções cursam com a presença contínua ou intermitente de partícula infecciosa na corrente sanguínea, oferecendo um risco contínuo de transmissão. Dessa forma, o papel das bactérias, dos fungos e dos parasitas nas doenças ocupacionais por transmissão sanguínea não é tão importante quanto os riscos associados à transmissão viral. O HIV-1, o vírus da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) são os agentes mais importantes envolvidos nessas infecções ocupacionais. Com esses vírus, é comum a ocorrência de longos períodos de tempo sem sinais clínicos que indiquem a suspeita do risco de infecção. Além disso, esses são os agentes etiológicos mais frequentes pela maior prevalência entre a população geral e a maior gravidade da infecção provocada, podendo representar maior probabilidade de hospitalização e atendimento em serviços de saúde em relação a outros agentes infecciosos (RAPPARINI, 2010). Gerenciamento de Resíduos de Laboratórios
Para Ferreira e Sisinno (2010) discutir a questão de resíduos gerados em laboratórios e
de seu gerenciamento é tratar de uma questão polêmica e de ampla abrangência em relação à saúde humana e ao meio ambiente. O problema se complica ainda mais quando se constatam as precárias condições de tratamento e disposição final dos resíduos nas cidades brasileiras e as dificuldades orçamentárias das instituições públicas, principalmente aquelas ligadas aos sistemas de saúde. Mas, afinal, quais são esses resíduos e em que tipo de laboratório são produzidos? São os resíduos sólidos, definidos, segundo a NBR-10004, como sendo os resíduos nos estados sólido e semissólido que resultam de atividades de origem industrial, (...) comercial, (...) de serviços (...). Ficam incluídos nesta definição (...) determinados líquidos, cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004). Tomada ao pé da letra, tal definição englobaria quase todos os resíduos gerados nos laboratórios de unidades industriais e comerciais de prestação de serviços. Entretanto, os resíduos de serviços de saúde – definidos nas resoluções RDC nº 306 da ANVISA e nº 358 do CONAMA deverão ser classificados, gerenciados e tratados de acordo com as orientações descritas nessas resoluções (ANVISA, 2004; CONAMA, 2005). A importância da discussão desse tema se baseia no fato de que a inexistência de sistemas de tratamento de esgotos faz com que os resíduos líquidos despejados na rede pública sejam lançados nos corpos d’água receptores in natura, nas condições em que foram gerados. Da mesma forma, os resíduos sólidos coletados pelo sistema de limpeza urbana são, na maioria das vezes, dispostos em vazadouros a céu aberto (‘lixões’) e aterros controlados, sem a infraestrutura sanitária necessária para proteção ao meio ambiente. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (lBGE, 2002), das 228.413 toneladas por dia de lixo coletadas no Brasil em 2000, cerca de 59% foram dispostas em aterros controlados, vazadouros a céu aberto e em áreas alagadas. Essa situação inadequada, entretanto, não exime o cidadão comum nem os técnicos que produzem resíduos, durante suas atividades profissionais, da responsabilidade perante a preservação ambiental. Na medida em que se detém maior conhecimento específico sobre o assunto, maior se torna a responsabilidade sobre os riscos potenciais. Sem que o cidadão comum seja isentado das suas responsabilidades éticas, o lançamento indiscriminado de agulhas hipodérmicas contaminadas no ambiente tem gravidade muito maior se os autores são um laboratório ou uma unidade de serviços de saúde, que não poderiam ignorar os riscos de tal procedimento. Portanto, podemos ter como pressupostos básicos para se contemplar um gerenciamento de resíduos correto, efetivo e viável, a responsabilidade, o envolvimento e, claro, o conhecimento dos resíduos que podemos resumir em informação e educação. Fugindo um pouco ao descarte dos resíduos, em se tratando do espaço físico de um laboratório clínico, é importante que a desinfecção de pisos, paredes, vidraças, bancadas e superfícies não metálicas, seja feita com hipoclorito e sódio 0,5% e para superfícies metálicas, álcool etílico 70%, o piso deve ser limpo duas vezes por dia e o lixo retirado nessa frequência também. A equipe de limpeza deve estar treinada em relação os riscos e situações de emergências e também usar os EPIs e EPCs (NR 32). O gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, onde se inserem os gerados nos laboratórios, se constitui em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas normativas e legais com objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar o descarte seguro e eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e meio ambiente (SBPC, 2009). O responsável técnico do laboratório pode ser o coordenador responsável pela elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), mas, quando sua formação profissional não abranger o conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que possuam as qualificações correspondentes ou necessárias (SBPC, 2009). É recomendável que o laboratório, antes de implantar o PGRSS, estude por um período de dois a três meses os diferentes tipos de resíduos gerados pelo laboratório, a fim de verificar o percentual de cada um dos tipos de resíduos, e atender às orientações e regulamentações estaduais, municipais ou federais. Assim, ao implantar o PGRSS, procure saber algumas características da cidade, do aterro sanitário, do tratamento de água e esgoto, das empresas especializadas em transporte de resíduos, de abrigo de lixo, etc. (SBPC, 2009). Os resíduos de saúde são classificados em: _ grupo A – resíduos com possível presença de agentes biológicos, que podem apresentar riscos de infecção; _ grupo B – resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; _ grupo C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionucleídeos; _ Grupo D – resíduos que não apresentam riscos biológicos, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podem ser comparados aos resíduos domiciliares; _ Grupo E – materiais perfurocortantes ou escarificantes como lâminas de bisturi, agulhas, escalpes, ampolas de vidros, lancetas, tubos de ensaio, capilares, placas de Petri, lâminas, lamínulas, pipetas e outros (SBPC, 2009).
O percentual médio da composição dos resíduos gerados nos estabelecimentos de
saúde para os grupos A, B e C varia de 10 a 25%, e de 75 a 90% para o grupo D. O setor de coleta do laboratório pode gerar resíduos classificados nos quatro grupos descritos (SBPC, 2009). Segundo a NR 32, os resíduos do grupo A, com risco biológico, devem ser submetidos a tratamento antes de serem descartados, utilizando-se processo físico (calor ou radiações ionizantes) ou outros processos que sejam validados para obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, então os resíduos podem ser acondicionados em sacos impermeáveis e podem ser tratados como resíduos comuns. Porém se não ocorrer a esterilização, os resíduos são acondicionados em saco branco leitoso, que deve ser identificado e não pode ultrapassar 2/3 de sua capacidade e devem ser fechados, de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo virados com abertura para baixo. Os resíduos do grupo E (perfurocortantes), recomenda-se descartar separadamente, imediatamente após o uso, em recipientes rígidos, resistentes à perfuração, ruptura e vazamentos, com tampa e seu preenchimento máximo deve ficar abaixo de 5 cm do bocal. Devem estar identificados com símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE” (NR 32). Os resíduos do grupo B (lixo químico) devem ser descartados de acordo com suas características das classes de substâncias químicas (tóxicas, corrosivas, irritantes, outras), por isso deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original (NR 32) e jamais se deve misturar substâncias químicas, pois essa mistura pode liberar gases tóxicos (BRASIL, 1999). Para resíduos do grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda recipientes, usando códigos de cores e suas correspondentes nomeações: I - Papel – azul; II - metais – amarelo; III - vidros – verde; IV - plásticos – vermelho; V - resíduos orgânicos – marrom (SBPC, 2009).
Recomenda-se identificar de forma clara e de fácil visualização os sacos de
acondicionamento, recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte interno e externo e os locais de armazenamento. Quando o transporte for manual, deve ser realizado de forma que não exista o contato com nenhuma parte do corpo e quando for por carros deve ser realizado em carros apropriados, em sentido único com roteiro definido em horários que não coincidentes com distribuição de roupas, alimentos, medicamentos ou períodos de maior fluxo de pessoas. É importante capacitar a equipe de coleta, prestadores de serviços para situações de emergência (falta de energia, incêndio) e acidentes (por perfurocortantes). Além disso, realizar auditorias periódicas, para verificar se as metas estão sendo alcançadas e como está a equipe do laboratório no cumprimento dos protocolos estabelecidos pelo programa (NR 32).