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OPERAÇÕES ESPECIAIS - ICMS

perfazendo um total de R$ 12.000,00.


O IPI da operação é de 10%, totalizando R$ 1.200,00.

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b) Pela emissão da Nota Fiscal de Remessa por Conta e Ordem


A Empresa “B”, industrializadora dos produtos, emite a seguinte Nota Fiscal, para
acobertar o trânsito das mercadorias, por conta e ordem da Empresa “A”, encomendante,
até o estabelecimento adquirente:

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c) Pela emissão da Nota Fiscal de Remessa Simbólica dos produtos


A Empresa “B”, industrializadora, emite a seguinte Nota Fiscal de remessa simbólica ao
encomendante dos produtos, na qual realiza a cobrança do valor acrescido, que
neste caso corresponde somente à mão-de-obra, no valor de R$ 2.000,00:

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d) Registro nos Livros Fiscais e Comerciais


O registro dos documentos nos livros fiscais e comerciais da Empresa “A”,
encomendante, bem como da Empresa “C”, adquirente, será efetuado na forma usual
utilizada para as demais operações de compra e venda dos seus produtos.

4.1. PROCEDIMENTO DA EMPRESA “B” – INDUSTRIALIZADORA


A Empresa “B”, industrializadora da encomenda, procede aos seguintes lançamentos, por
ocasião da emissão dos documentos fiscais.
a) Escrituração no Livro Registro de Saídas
O registro relativo às Notas Fiscais de Remessa e do Retorno Simbólico dos produtos será
efetuado da forma a seguir:
– até a coluna “ICMS – Valores Fiscais – Operações com Débito do Imposto”:

– da coluna “ICMS – Valores Fiscais – Operações sem Débito do Imposto”, até a coluna
“Observações”:

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RETORNO DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA

Dando continuidade à análise dos aspectos que devem ser observados nas operações de
industrialização por encomenda, focalizamos, neste Comentário, o tratamento fiscal do
ICMS relativo ao retorno dos produtos industrializados ao estabelecimento
encomendante, em operação interna ou interestadual.
Retorno dos produtos já industrializados ao estabelecimento encomendante, em
operação interna ou interestadual.

1.TRIBUTAÇÃO DO RETORNO
Em condições normais o retorno dos produtos já industrializados é efetuado:
a) com suspensão do ICMS – em relação aos insumos recebidos do encomendante;
b) com tributação do ICMS – em relação ao valor adicionado/valor acrescido, que é a
soma dos valores cobrados pelo industrializador em relação à mão-de-obra utilizada na
industrialização e dos insumos de propriedade do industrializador aplicados na
industrialização; ou
c) sem tributação do ICMS em relação ao valor acrescido/valor adicionado, nas
operações e/ou atividades com benefício, conforme analisamos no subitem 1.1 a seguir.

1.1. APLICAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS OU TRIBUTAÇÕES ESPECIAIS NO


RETORNO
Não podemos deixar de lembrar que, no retorno ao estabelecimento de origem, quando o
produto ou operação de industrialização forem beneficiados por isenção, redução de
base de cálculo, diferimento ou se o industrializador for uma empresa enquadrada como
microempresa ou empresa de pequeno porte, que paga o ICMS por estimativa, será
aplicado o benefício respectivo.

1.1.1. HIPÓTESES DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA COM BENEFÍCIOS


APLICADOS NO RETORNO DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO
Nas hipóteses a seguir, relacionamos situações em que o valor adicionado, cobrado pelo
industrializador, tem o ICMS diferido:
1ª HIPÓTESE: INDUSTRIALIZAÇÃO REALIZADA POR ME OU EPP – “ICMS FIXO”
As ME e EPP enquadradas no regime de estimativa, ao realizarem industrialização por
encomenda, não destacam ICMS na Nota Fiscal de retorno do produto industrializado,ou
seja, elas não tributam especificamente o valor adicionado (mão-de-obra e insumos de
propriedade do industrializador cobrados do encomendante) como as demais empresas. A
cobrança pela realização da industrialização comporá a receita das ME e EPP
normalmente e estas continuarão recolhendo apenas o ICMS fixo que recolhem
mensalmente, de acordo com sua faixa de enquadramento como ME ou EPP.
2ª HIPÓTESE: TINGIMENTO DE TECIDOS – “DIFERIMENTO DO ICMS – RESOLUÇÃO
1.649/89”
No retorno ao estabelecimento encomendante, de tecido submetido a processo de
tingimento em estabelecimento industrial, o ICMS incidente sobre o valor adicionado
(mão-de-obra e insumos de propriedade do industrializador cobrados do encomendante)
fica diferido para o momento em que ocorrer a saída do produto final do
estabelecimento do encomendante, por exemplo, o mesmo tecido já tingido,
roupas feitas com tais tecidos, cortinas e forrações feitas com tais tecidos e etc.
Significa dizer que este ICMS que não foi destacado na Nota Fiscal de retorno do produto
já tingido, em virtude do diferimento, será pago englobadamente com as operações
posteriores que o encomendante fará com o tecido já tingido.
Atenção!!!
A aplicação deste diferimento está condicionada ao seguinte:

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• a operação tem que ser realizada totalmente no Estado do Rio de Janeiro, ou seja, o
encomendante e o industrializador têm que estar aqui;
• o estabelecimento que realizar o tingimento (industrializador) tem que ser cadastrado
como indústria, não pode ser uma lavanderia; e
• o retorno real ou simbólico do tecido tingido ao estabelecimento do encomendante deve
ocorrer no prazo máximo de 180 dias, contado da data em que os insumos saíram do
encomendante para o industrializador. Se terminar o prazo sem que ocorra o retorno,
será exigido o ICMS devido por ocasião da saída, sujeitando-se o recolhimento
espontâneo à atualização monetária e aos demais acréscimos legais.
E mais, no campo de informações complementares da NF de retorno, em que vier a
cobrança do valor adicionado beneficiado com o diferimento, deve constar a seguinte
expressão ou equivalente:
“ICMS diferido, Resolução 1.649 SEF/89”
3ª HIPÓTESE: TRATAMENTO TÉRMICO E QUÍMICO DE METAIS – “DIFERIMENTO DO ICMS
– RESOLUÇÃO 2.286/93”.
No retorno ao estabelecimento de origem, de metal submetido a tratamento térmico e
químico classificado nos códigos do Catálogo de Atividades Econômicas “4.02.09.03.4 –
TÊMPERA, RECOZIMENTO E CEMENTAÇÃO DE METAIS e 4.02.09.99.9 –
TRATAMENTO TÉRMICO E QUÍMICO DE METAIS NÃO CLASSIFICADOS ”, o ICMS
incidente sobre o valor adicionado fica diferido para o momento em que ocorrer a saída
do produto final do estabelecimento do encomendante, por exemplo, a mesma
peça de metal tratado, a peça compondo um outro produto e etc. Significa dizer
que este ICMS que não foi destacado na Nota Fiscal de retorno do metal já tratado, em
virtude do diferimento, será pago englobadamente com as operações posteriores que o
encomendante fará com o metal já tratado.
Atenção!!!
A aplicação deste diferimento está condicionada ao seguinte:
• a operação tem que ser realizada totalmente no Estado do Rio de Janeiro, ou seja, o
encomendante e o industrializador têm que estar aqui; e
• o retorno real ou simbólico do metal tratado ao estabelecimento do encomendante deve
ocorrer no prazo máximo de 180 dias, contado da data em que os insumos saíram do
encomendante para o industrializador. Se terminar o prazo sem que ocorra o retorno,
será exigido o ICMS devido por ocasião da saída, sujeitando-se o recolhimento à
atualização monetária e aos demais acréscimos legais.
E mais, no campo de “informações complementares” da NF de retorno, em que vier a
cobrança do valor adicionado beneficiado com o diferimento, deve constar a seguinte
expressão ou equivalente:
“ICMS diferido, Resolução 2.286 SEF/93”
4ª HIPÓTESE: TRATAMENTO DE AÇO NÃO-PLANO – “DIFERIMENTO DO ICMS –
RESOLUÇÃO 2.734/96”
O pagamento do ICMS incidente na industrialização de aço plano encomendada por
empresa localizada no Estado do Rio de Janeiro fica diferido para o momento em que
ocorrer a saída subseqüente do produto final do estabelecimento do
encomendante, por exemplo, a mesma peça de aço tratado, a peça compondo
um outro produto e etc. Significa dizer que este ICMS que não foi destacado na Nota
Fiscal de retorno do aço não-plano já tratado, em virtude do diferimento, será pago
englobadamente com as operações posteriores que o encomendante fará com este aço já
tratado.
É importante alertar que a operação tem que ser realizada totalmente no Estado do Rio
de Janeiro, ou seja, o encomendante e o industrializador têm que estar aqui.
A Resolução 2.734 SEF/96 que instituiu este tratamento não fixou prazo máximo para
retorno do aço plano já industrializado.

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E mais, no campo de informações complementares da NF de retorno, em que vier a


cobrança do valor adicionado beneficiado com o diferimento, deve constar a seguinte
expressão ou equivalente:
“ICMS diferido, Resolução 2.734 SEF/96”

2. CÁLCULO DO ICMS INCIDENTE SOBRE A INDUSTRIALIZAÇÃO


Para calcularmos o ICMS precisamos de dois elementos, a alíquota e a base de cálculo,
sendo assim, na industrialização por encomenda em que não houver benefício
devemos observar o que segue:

– BASE DE CÁLCULO –

A base de cálculo do ICMS a ser destacada na NF do industrializador é o valor


acrescido/valor adicionado. Devemos entender valor acrescido/valor adicionado como
o total cobrado ao encomendante, pelo estabelecimento industrializador,
compreendendo:
• o valor dos serviços prestados (mão-de-obra ou qualquer outra denominação que for
dada);
• os insumos de propriedade do industrializador aplicados no processo industrial; e
• quaisquer outras despesas cobradas do encomendante, por exemplo: frete, seguro,
reembolso e etc.

– ALÍQUOTA –

A alíquota do ICMS a ser aplicada sobre a base de cálculo é:


• em operações internas e interestaduais com não-contribuinte do ICMS: a
alíquota interna aplicável ao produto que resultou da industrialização;
• em operações interestaduais com contribuinte do ICMS:
– 7% – se o encomendante estiver localizado nos estados das regiões norte, nordeste,
centro-oeste ou no Estado do Espírito Santo; e
– 12% – se o encomendante estiver localizado nas regiões sul e sudeste, exceto no
Estado do Espírito Santo.

3. COMO EMITIR A NOTA FISCAL DE RETORNO


Quando do retorno do produto já industrializado ao encomendante, amparado pela
suspensão do ICMS, o estabelecimento industrializador deve emitir a respectiva Nota
Fiscal, modelo 1 ou 1-A, conforme o caso, preenchendo normalmente os dados usuais de
um documento fiscal e em especial as informações que relacionamos a seguir:
• CFOP/Natureza da operação: Caso o industrializador opte por emitir apenas uma
NF para acobertar o retorno do produto industrializado, esta pode ter até 3 CFOP,
conforme relacionado a seguir:
– 5.902/6.902 – Retorno de Mercadoria Utilizada na Industrialização por Encomenda;
– 5.903/6.903 – Retorno das Mercadorias Recebidas para Industrialização e não
aplicadas; e
– 5.124/6.124 – Industrialização Efetuada para Outra Empresa.
• no campo “Dados do Produto”, lançar:
– a descrição do que foi produzido (sem valor);
– a descrição e o valor dos insumos recebidos para industrialização;
– a descrição e o valor dos insumos recebidos para industrialização e não aplicados,
quando for o caso;
– o total cobrado do encomendante, discriminando o serviço cobrado e o material de

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propriedade do industrializador aplicado;


• no campo “Informações Complementares”, lançar:
– número, série, se houver, e data da Nota Fiscal pela qual o encomendante remeteu os
insumos, bem como nome, endereço, números de inscrição estadual e no CNPJ do
emitente;
– a expressão: “Suspensão do ICMS, nos termos do artigo 52, inciso I, do Livro I,
do Decreto 27.427/2000”, que fundamenta o retorno dos insumos recebidos do
encomendante;
– no caso em que o valor adicionado/valor acrescido não sofrer tributação, ou seja, tiver
benefício, lançar o dispositivo legal que fundamenta o não-destaque do ICMS, podemos
tomar como exemplo os casos mencionados no subitem 1.1.1 anterior.

4. ESCRITURAÇÃO FISCAL DO INDUSTRIALIZADOR


Tendo em vista a existência de três CFOP diferentes que podem ser utilizados, se o
industrializador optar pela emissão de apenas uma NF com todas estas
hipóteses, quando do retorno da mercadoria industrializada para o encomendante,
deverá escriturar três linhas do livro Registro de Saídas em relação à mesma Nota Fiscal,
correspondendo a cada CFOP, da seguinte forma:
a) Coluna “Documento Fiscal” – quadro – “número” – Lançar o número do documento
fiscal, escrevendo-se ao lado, entre parênteses, a palavra “parte”. Este procedimento
deverá ser executado nas três linhas;
b) Coluna “Valor Contábil” – Lançar o valor registrado na Nota Fiscal
proporcionalmente a cada CFOP, ou seja, em três linhas diferentes (significa dizer que a
soma dos três lançamentos corresponderá ao valor total da NF);
c) Coluna “Codificação” – Lançar, separadamente, cada CFOP registrado na Nota
Fiscal. O CFOP deve estar escriturado na mesma linha do valor a ele correspondente,
registrado na Nota Fiscal;
d) Coluna “ICMS – Valores Fiscais” – “Operações sem Débitos do Imposto” ou
“Operações com Débitos do Imposto” – lançar em cada linha de código o valor a ele
referente; e
e) Coluna “Observações” – Sugerimos indicar que a Nota Fiscal foi lançada três vezes,
em função da tripla codificação existente.

5. RECEBIMENTO PELO ENCOMENDANTE


O estabelecimento autor da encomenda, recebendo em retorno os produtos já
industrializados, deverá escriturar a operação, na forma exposta nos subitens a seguir.
5.1. CÓDIGO FISCAL DE OPERAÇÕES OU PRESTAÇÕES (CFOP)
Para a escrituração fiscal do encomendante, no retorno dos produtos industrializados,
serão utilizados três códigos fiscais diferentes, variáveis em função da operação ser
interna ou interestadual, conforme a seguir:
• 1.902/2.902. retorno simbólico de insumos remetidos para industrialização;
•1.903/2.903. retorno de mercadorias remetidas para industrialização e não aplicadas no
referido processo; e
• 1.124/2.124. valores cobrados pelo estabelecimento industrializador, compreendendo
os serviços prestados e as mercadorias empregadas, se for o caso.

5.2. ESCRITURAÇÃO FISCAL DO ENCOMENDANTE


Tendo em vista a existência de três CFOP diferentes que podem ser utilizados, se o
industrializador optar pela emissão de apenas uma NF com todas estas
hipóteses quando do retorno da mercadoria industrializada, o encomendante deverá
escriturar três linhas do livro Registro de Entradas em relação à mesma Nota Fiscal,
correspondendo a cada CFOP, da seguinte forma:

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a) Coluna “Documento Fiscal” – quadro – “número” – Lançar o número do documento


fiscal, escrevendo-se ao lado, entre parênteses, a palavra “parte”. Este procedimento
deverá ser executado nas três linhas;
b) Coluna “Valor Contábil” – Lançar o valor registrado na Nota Fiscal
proporcionalmente a cada CFOP, ou seja, em três linhas diferentes (significa dizer que a
soma dos três lançamentos corresponderá ao valor total da NF);
c) Coluna “Codificação” – Lançar, separadamente, cada CFOP registrado na Nota
Fiscal. O CFOP deve estar escriturado na mesma linha do valor a ele correspondente,
registrado na Nota Fiscal;
d) Coluna “ICMS – Valores Fiscais” – “Operações com Créditos do Imposto” ou
“Operações sem Débito do Imposto” – lançar em cada linha de CFOP, o valor a ele
referente; e
e) Coluna “Observações” – Sugerimos indicar que a Nota Fiscal foi lançada três vezes,
em função da tripla codificação existente.

6. EXEMPLO PRÁTICO
Considerando o exemplo que divulgamos no Comentário “Remessa de Insumos”, a
Empresa “B” (industrializador) recebeu da Empresa “A” (encomendante), estabelecida no
mesmo Estado, 20m3 de imbuia serrada longitudinalmente, classificada na Posição
4407.24.20 da TIPI, no valor de R$ 91,00 cada m3 para a industrialização por encomenda
de 5 mesas destinadas à comercialização.
No processo industrial, a Empresa “B”:
• utilizou também insumos de sua propriedade, adquiridos de terceiros, no valor de
R$ 150,00; e
• cobrou pela mão-de-obra o valor de R$ 400,00, perfazendo o total de R$ 550,00.
Para a remessa dos produtos já industrializados ao encomendante, a Empresa “B”
procede da seguinte forma, considerando que não foram utilizados no processo 3m3 de
imbuia, no valor de R$ 273,00, que serão devolvidos ao encomendante, Empresa “A”:
Procedimento do Industrializador
a) emissão da Nota Fiscal:
Para acobertar o trânsito das mercadorias até o estabelecimento encomendante, a
Empresa “B” emite a seguinte Nota Fiscal:

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b) escrituração do livro Registro de Saídas:


O lançamento, no livro Registro de Saídas, da Nota Fiscal emitida é realizado da forma a
seguir:
– até a coluna “ICMS – Valores Fiscais – Operações com Débito do Imposto”:

– até a coluna “Observações”:

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Procedimento do Encomendante
Quando do recebimento das mesas prontas, remetidas pelo industrializador, a Empresa
“A” realizará os seguintes procedimentos:

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a) escrituração do livro Registro de Entradas:


– até a coluna “Codificação”:

– da coluna “ICMS – Valores Fiscais” até a coluna “Observações”:

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VENDA À ORDEM

Neste Comentário, analisamos as regras que a legislação do ICMS estabelece para que
possa ser realizado o que tecnicamente chamamos de “Venda à Ordem”. A operação de
Venda à Ordem é também denominada por muitos como “Operação triangular “ ou
“Entrega por Conta e Ordem”. Devemos entender venda à ordem como aquela operação
em que um estabelecimento vendedor (que deve ser contribuinte do ICMS), cumprindo
ordem do estabelecimento adquirente (que também deve ser contribuinte do ICMS),
realiza a entrega dos produtos a uma terceira pessoa (que pode ou não ser
contribuinte do ICMS). As operações de Venda à Ordem podem ser realizadas tanto
internamente quanto em operações interestaduais, devendo ser observado que nas
operações interestaduais os contribuintes envolvidos devem ter o cuidado de verificar se
estão ou não deixando de recolher, ou recolhendo a menor, o ICMS referente às
circulações realizadas em cada estado envolvido, pois embora a operação não esteja
limitada a ser realizada apenas internamente, os estados sempre tentam se proteger
para não virar “rota de passagem” mas não ficar com o imposto da operação.
Aproveitando esta oportunidade, analisaremos também a regra que permite a emissão de
apenas uma NF com os dados de um estabelecimento da empresa neste Estado e entrega
em um outro estabelecimento da mesma empresa também neste estado, que
denominaremos de “Entrega em Local Diverso”.
Não é demais lembrar que ambas as operações que serão objeto de nossa análise, na
maior parte das vezes, são realizadas para economizar despesas com transporte.
Passemos então à análise dos assuntos, nos itens e subitens a seguir.

1. FORMA DE EMISSÃO DAS NOTAS FISCAIS


Na “Venda à Ordem”, as Notas Fiscais referentes à entrega por conta e ordem
devem ser emitidas simultaneamente. Não é para a empresa que faz a entrega à ordem
emitir a NF em um dia e a que solicitou a entrega emitir sua NF nos dias seguintes, até
em período de apuração posterior. Ambas devem emitir as suas NF no mesmo dia. É o
que entendemos.
Nos subitens a seguir, esclarecemos quando e como devem ser emitidas as Notas Fiscais
nas operações de venda à ordem.

1.1. ENTREGA EFETIVA


Na “Venda à Ordem”, por ocasião da entrega global ou parcial das mercadorias aos
terceiros, que as receberão efetivamente, devem ser emitidas Notas Fiscais da forma que
descrevemos a seguir:

QUEM EMITE PARA QUEM É EMITIDA O QUE DEVE CONSTAR NA NOTA FISCAL
• O ADQUIRENTE • PARA O VERDADEIRO Além das informações usuais, devem constar,
ORIGINÁRIO DESTINATÁRIO DAS em especial:
(Aquele que solicita MERCADORIAS • no campo destinatário/Remetente –
ao seu fornecedor, (O terceiro, para quem ele devem ser consignados os dados deste
aqui chamado de solicitou que o vendedor verdadeiro destinatário das
vendedor remetente fizesse a entrega) mercadorias;
remetente, que • destaque do ICMS no campo específico, se
efetue a entrega a o produto ou operação que realizar for
um terceiro emitirá tributado;
1 Nota Fiscal) • no campo “Informações
Complementares”: devem constar os
seguintes dados relativos ao vendedor-

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remetente (aquele que irá promover a


remessa das mercadorias):
– nome do titular;
– endereço;
– nº de inscrição estadual;
– nº de inscrição no CNPJ; e
• como já mencionamos, além destes
dados especiais, devem constar todas as
demais informações exigidas pela legislação
em geral, tais como: natureza da operação
que for realizada (venda, doação,
transferência, etc), CFOP por exemplo venda
5.120, 6.120.
OBSERVAÇÃO:
A primeira via desta Nota Fiscal pode ser
remetida ao verdadeiro destinatário pelo
correio.
• O VENDEDOR- • Uma NF: para o verdadeiro • sem destaque do ICMS;
REMETENTE destinatário, a qual servirá para • natureza da operação: “Remessa por Conta
(Aquele que foi acompanhar o transporte das e Ordem de Terceiros”:
informado pelo mercadorias, com os dados da • CFOP 5.923 ou 6.923;
adquirente coluna ao lado. • no campo “Informações Complementares”,
originário de que os seguintes dados:
deveria entregar a – referentes à Nota Fiscal citada no
mercadoria a um quadro anterior emitida pelo adquirente
terceiro emite 2 originário: nº, série se houver; e
Notas Fiscais, com – nome do adquirente originário;
os dados e – endereço;
finalidades descritas – nos de inscrição estadual e no CNPJ.
nas colunas ao lado)
• Outra NF: para o adquirente • com destaque do ICMS (se a operação ou
originário produto forem tributados);
• natureza da operação:
“Venda à Ordem”;
Doação, Transferência, etc;
• CFOP: por exemplo venda 5.118, 5.119,
6.118, 6.119, ou outro que achar mais
apropriado à operação que estiver
realizando;
• no campo “Informações Complementares” o
nº e a série, se houver, da Nota anterior,
emitida pelo vendedor-remetente para o
destinatário verdadeiro no
acompanhamento da mercadoria;
• além destes dados especiais, devem
constar todas as demais informações exigidas
pela legislação em geral.
OBSERVAÇÃO: A primeira via desta Nota
Fiscal pode ser remetida ao adquirente
originário pelo correio.

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1.2. CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS PROCEDIMENTOS DA VENDA À ORDEM


Concluindo a análise das regras para execução das operações de venda à ordem,
queremos ressaltar certos aspectos que merecem uma maior atenção por parte dos
contribuintes:

• Comunicação entre os Envolvidos


Como estas operações acontecem no dia-a-dia das empresas, aquelas que estiverem
envolvidas devem comunicar-se de forma eficiente entre si, em razão de que a realização
destas operações, de forma correta e eficiente, depende desta troca de informações,
pois, a nosso ver, o ideal é que as notas que documentam a operação sejam emitidas no
mesmo dia, até para que os envolvidos não esqueçam posteriormente de emitir algum
dos documentos exigidos.

• Simultaneidade dos Procedimentos


Como já podemos observar, nas operações de venda à ordem, os procedimentos dos
envolvidos devem ser realizados de forma simultânea em relação à emissão das Notas
Fiscais, a nosso ver, o ideal é que:

– O adquirente originário emita primeiro sua Nota Fiscal e logo após comunique ao
vendedor-remetente, pois os dados dela constarão obrigatoriamente no campo
Informações Complementares da primeira Nota Fiscal a ser emitida pelo vendedor-
remetente;
– O vendedor-remetente, de posse dos dados da Nota Fiscal emitida pelo adquirente
originário, deve emitir as suas Notas Fiscais; primeiro a que acompanhará a mercadoria
e, após, a Nota Fiscal que será remetida para o adquirente originário.

• Quando os Adquirentes Podem Aproveitar o Crédito


Nestas operações de venda à ordem, observadas as regras previstas na legislação em
geral, caso o produto recebido permita o aproveitamento de crédito do ICMS, este
somente poderá ser apropriado após o efetivo recebimento da Nota Fiscal
correspondente à entrega verdadeira das mercadorias. Significa dizer que mercadoria e
Nota Fiscal têm que estar no estabelecimento para que este, se tiver direito, possa
aproveitar o crédito.

• Escrituração Fiscal
A legislação não determina uma forma específica de escrituração para os documentos
fiscais mencionados neste Comentário e, em razão disto, os mesmos devem ser
escriturados normalmente, nos livros fiscais dos emitentes e dos adquirentes,
observada a tributação neles contida e a finalidade da aquisição.

2. ENTREGA EM LOCAL DIVERSO DO MENCIONADO NA NOTA FISCAL


Como já dissemos no início deste Comentário, a legislação do ICMS permite que com a
emissão de apenas uma NF modelo 1 ou 1-A a mercadoria seja entregue NESTE
ESTADO em endereço diferente do indicado no local próprio da NF, desde que o
destinatário seja outro estabelecimento da mesma empresa (mesmo CNPJ)
também localizado NESTE ESTADO e mediante expressa declaração do vendedor
remetente no corpo da Nota Fiscal. O contribuinte para o qual a NF foi apenas emitida
deve emitir NF de transferência simbólica para o estabelecimento onde a mercadoria está
de verdade.
Atenção: Para aplicar este procedimento o fornecedor pode estar situado dentro ou

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fora do Estado do Rio de Janeiro.


Vejamos como fica esta operação.

QUEM EMITE PARA QUEM É EMITIDA O QUE DEVE CONSTAR NA NOTA FISCAL
• O VENDEDOR- • A NF é emitida para o A NF deve ser emitida normalmente, a única
REMETENTE adquirente originário e particularidade é que no campo “Informações
(Aquele que foi servirá para acompanhar Complementares “ deve constar os seguintes dados:
informado pelo o transporte das • “Mercadoria será entregue no : – nome do
adquirente mercadorias até o estabelecimento que receberá a mercadoria;
originário de que estabelecimento indicado, – endereço; e
deveria entregar a com os dados da coluna ao – nos de inscrição, estadual e CNPJ.
mercadoria a um lado. OBSERVAÇÃO: Esta NF não deve ser escriturada neste
outro local, deverá ser encaminhada ao adquirente originário
estabelecimento que a escriturará em seu livro Registro de Entradas,
da mesma creditando-se, se for o caso, do ICMS destacado.
empresa emite
somente 1 Nota
Fiscal, com os
dados e finalidades
descritas nas
colunas ao lado).
• O ADQUIRENTE • PARA O VERDADEIRO Além das informações usuais, devem constar, em
ORIGINÁRIO DESTINATÁRIO DAS especial:
(Aquele que solicita MERCADORIAS • Campo Destinatário/Remetente –devem ser
ao seu fornecedor, (O outro estabelecimento consignados os dados do estabelecimento onde
aqui chamado de da mesma empresa, para realmente está a mercadoria;
vendedor quem ele solicitou que o • Natureza da Operação: Transferência simbólica, CFOP
remetente, que vendedor remetente 5.152, 6.152, em se tratando de mercadoria tributada
efetue a entrega a fizesse a efetiva entrega da normalmente pelo ICMS;
um outro mercadoria) • destaque do ICMS no campo específico, se o produto
estabelecimento da Como já veiculado em ou operação que realizar for tributado;
mesma empresa) diversas respostas de • no campo “Informações Complementares”devem
dúvidas da semana dadas constar os seguintes dados :
pela fazenda estadual, que “ Estas mercadorias foram entregues através da NF nº
divulgamos no subitem 2.1 emitida pela empresa X,
a seguir, para – nome do titular;
documentar a entrada da – endereço;
mercadoria no outro – nº de inscrição estadual;
estabelecimento o – nº de inscrição no CNPJ; e
adquirente original deve • Esta NF deverá ser escriturada normalmente no livro
emitir 1 Nota Fiscal de Registro de Saídas do adquirente originário e no livro
“Transferência Simbólica” Registro de Entradas do estabelecimento que
para o local onde a efetivamente recebeu as mercadorias.
mercadoria está na OBSERVAÇÃO: A primeira via desta Nota Fiscal pode ser
realidade. Esta NF deve ser remetida ao verdadeiro destinatário, outro
efetivamente entregue em estabelecimento da mesma empresa, pelo correio.
mãos/correio ou outro
meio, pois só com seu
recebimento e escrituração
é que o estabelecimento
que está com a mercadoria

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poderá considerá-la
regularmente
documentada e poderá
apropriar crédito, se
permitido. E mais, é nosso
entendimento que esta NF
deve ser emitida no
mesmo período de
apuração em que a
mercadoria foi
efetivamente entregue.

3. CÓDIGO FISCAL DE OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES

VENDA À ORDEM
CFOP DE ENTRADA DE MERCADORIA
CFOP
DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO OU PRESTAÇÃO
INTERNA INTERESTADUAL IMPORTAÇÃO
1.100 2.100 3.100 COMPRA PARA INDUSTRIALIZAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO OU
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
1.118 2.118 Compra de mercadoria para comercialização pelo
adquirente originário, entregue pelo vendedor
remetente ao destinatário, em venda à ordem
• Classificam-se neste código as compras de mercadorias já
comercializadas, que, sem transitar pelo estabelecimento do
adquirente originário, sejam entregues pelo vendedor
remetente diretamente ao destinatário, em operação de
venda à ordem, cuja venda seja classificada, pelo adquirente
originário, respectivamente, nos códigos 5.120 ou 6.120 –
“Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
entregue ao destinatário pelo vendedor remetente, em
venda à ordem”.
OBSERVAÇÃO: Estes códigos representam a entrada
simbólica da mercadoria no estabelecimento que solicitou a
realização da entrega à ordem, denominado adquirente
originário.
1.120 2.120 Compra para industrialização, em venda à ordem, já
recebida do vendedor remetente
• Classificam-se neste código as compras de mercadorias a
serem utilizadas em processo de industrialização, em vendas
à ordem, já recebidas do vendedor remetente, por
ordem do adquirente originário.
OBSERVAÇÃO: Estes códigos representam a escrituração
da NF emitida pelo efetivo vendedor relativamente a
mercadoria vendida para um estabelecimento industrial que
já recebeu a entrega à ordem. Tais CFOP devem ser
utilizados pelo comprador que recebeu a entrega à ordem
quando este escriturar a NF emitida pelo efetivo vendedor.

21/1/2008 69
OPERAÇÕES ESPECIAIS - ICMS

1.121 2.121 Compra para comercialização, em venda à ordem, já


recebida do vendedor remetente
• Classificam-se neste código as compras de mercadorias a
serem comercializadas, em vendas à ordem, já recebidas
do vendedor remetente por ordem do adquirente
originário.
OBSERVAÇÃO: Estes códigos representam a entrada da
mercadoria em um estabelecimento comercial que
recebeu a entrega à ordem. Tais CFOP devem ser utilizados
pelo comprador que já recebeu a entrega à ordem,
quando este escriturar a NF emitida pelo efetivo vendedor.
1.923 2.923 Entrada de mercadoria recebida do vendedor
remetente, em venda à ordem
• Classificam-se neste código as entradas de mercadorias
recebidas do vendedor remetente, em vendas à ordem, cuja
compra do adquirente originário, foi classificada,
respectivamente, nos códigos 1.120 ou 2.120 – “Compra
para industrialização, em venda à ordem, já recebida do
vendedor remetente”, ou respectivamente nos códigos
1.121 ou 2.121 – “Compra para comercialização, em venda
à ordem, já recebida do vendedor remetente”.
OBSERVAÇÃO: Estes códigos representam a entrada
efetiva da mercadoria no estabelecimento comercial ou
industrial, que recebeu a entrega à ordem. Tais CFOP devem
ser utilizados pelo comprador para escriturar a NF de
recebimento efetivo da entrega à ordem, ou seja, a NF
emitida pelo entregador.
CFOP DE SAÍDA DE MERCADORIA
INTERNA INTERESTADUAL EXPORTAÇÃO DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO OU PRESTAÇÃO APLICÁVEL
5.100 6.100 7.100 VENDAS DE PRODUÇÃO PRÓPRIA OU DE TERCEIROS
5.118 6.118 Venda de produção do estabelecimento entregue ao
destinatário por conta e ordem do adquirente
originário, em venda à ordem
• Classificam-se neste código as vendas à ordem de produtos
industrializados pelo estabelecimento, entregues ao
destinatário por conta e ordem do adquirente originário.
OBSERVAÇÃO: Estes códigos representam a venda da
mercadoria pelo estabelecimento industrial que fará a efetiva
entrega à ordem. Tais CFOP devem ser utilizados pelo
industrial entregador , na NF que emitir para o seu cliente,
denominado adquirente originário. (Não é a NF de entrega)
5.119 6.119 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente
originário, em venda à ordem
• Classificam-se neste código as vendas à ordem de
mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, que não
tenham sido objeto de qualquer processo industrial no
estabelecimento, entregues ao destinatário por conta e
ordem do adquirente originário.

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