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Diário da República, 1.ª série — N.

º 181 — 19 de Setembro de 2007 6617

Golegã; gestão territorial (RJIGT). Para além de modificações pon-


Guarda; tuais, o RJIGT foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 310/2003,
Ílhavo; de 10 de Dezembro, essencialmente no domínio do pro-
Lagos; cedimento de formação dos planos municipais de ordena-
Leiria; mento do território.
Lisboa; Contudo, as alterações então introduzidas não lograram
Loures; alcançar a simplificação e a eficiência dos procedimentos
Lourinhã; de elaboração, alteração e revisão dos instrumentos de
Manteigas; gestão territorial de âmbito municipal que se afiguram
Mealhada; necessárias em função da dinâmica dos processos econó-
Mértola; micos, sociais e ambientais de desenvolvimento territorial
Mira; e da operatividade que se pretende conferir ao sistema de
Miranda do Corvo; gestão territorial.
Mirandela; As mesmas necessidades de simplificação e eficiência
Montijo; fizeram sentir-se, entretanto, no domínio dos procedimen-
Moscavide (Loures); tos de elaboração do Programa Nacional da Política de
Odivelas; Ordenamento do Território, dos planos regionais de ordena-
Oeiras; mento do território e dos planos especiais de ordenamento
Oleiros; do território. Por outro lado, a prática de planeamento e
Oliveira de Azeméis; de gestão urbanística municipal e a reflexão associada à
Oliveira do Bairro; aplicação do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro,
Portalegre; veio revelar a necessidade de serem explicitados deter-
Portela (Loures); minados conceitos, corrigidas disfunções de articulação e
Porto; supridas lacunas entretanto geradas por novas necessidades
Porto Santo; de intervenção territorial, sobretudo no que se refere ao
Póvoa de Lanhoso; objecto e ao conteúdo material dos planos de urbanização
Praia de Mira (Mira); e dos planos de pormenor, e ao regime da dinâmica dos
Quarteira; instrumentos de gestão territorial em geral.
Redondo; A presente alteração concretiza, assim, uma das medidas
São João da Madeira; previstas no SIMPLEX — Programa de Simplificação Le-
São Julião do Tojal; gislativa e Administrativa, tendo como objectivo principal
Sacavém (Loures); o reforço da eficiência dos processos de ordenamento do
Salvador (Serpa); território e, por isso, da operatividade do sistema de gestão
Santa Cruz (Torres Vedras); territorial.
Santa Maria (Serpa); É a eficiência dos processos e dos instrumentos de inter-
Santo Antão do Tojal;
venção o meio apto para produzir resultados mais céleres,
Santo António dos Cavaleiros (Loures);
mas também mais qualificados e harmoniosos do ponto de
Serpa;
vista das intervenções territoriais que visam promover o
Tavira;
Torre de Moncorvo; desenvolvimento económico, social e ambiental. Para pros-
Trofa; secução do objectivo de reforço da eficiência do sistema
Unhos (Loures); de gestão territorial, as alterações que agora se aprovam
Vendas Novas; assentam em quatro vectores essenciais: simplificação de
Vila Franca de Xira; procedimentos, associada à descentralização e responsa-
Vila Nova de Gaia; bilização municipal e à desconcentração de competên-
Vila Nova de Paiva; cias no âmbito da administração do território, reforço dos
Vila Praia de Âncora (Caminha); mecanismos de concertação de interesses públicos entre
Vila Real; si e, por fim, clarificação e diferenciação de conceitos e
Vila Real de Santo António; instrumentos de intervenção.
Viseu. Na óptica da responsabilização municipal associada à
simplificação e considerando a pendência dos procedi-
O Ministro da Administração Interna, Rui Carlos Pe- mentos de aprovação do Programa Nacional da Política
reira, em 10 de Setembro de 2007. de Ordenamento do Território e dos procedimentos de ela-
boração de quatro novos planos regionais de ordenamento
do território, opta-se, desde já, por sujeitar a ratificação
MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO pelo Governo apenas os planos directores municipais,
tornando a intervenção governamental um mecanismo
DO TERRITÓRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL verdadeiramente excepcional, justificado pela necessidade
de flexibilização do sistema de gestão territorial.
Decreto-Lei n.º 316/2007 Com efeito, os planos directores municipais passam a
encontrar-se sujeitos a ratificação unicamente quando, no
de 19 de Setembro
procedimento de elaboração, seja suscitada a questão da
O Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, em desen- sua compatibilidade com planos sectoriais ou regionais de
volvimento da Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, que estabe- ordenamento do território e sempre que a câmara municipal
lece as bases da política de ordenamento do território e de assim o solicite, para que, em concretização do princípio
urbanismo, definiu o regime jurídico dos instrumentos de da hierarquia mitigada, o Governo possa ponderar sobre
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a derrogação daqueles instrumentos de gestão territorial, representativas dos interesses a ponderar, contribuindo,
que condicionam a validade dos instrumentos de gestão desta forma, o novo modelo simultaneamente para a res-
territorial de âmbito municipal. ponsabilização daquelas entidades e para a celeridade dos
A efectiva responsabilização dos municípios pelas op- procedimentos. Definem-se, assim, as regras relativas aos
ções de ordenamento do território e de urbanismo contidas mecanismos de responsabilização das entidades represen-
nos respectivos instrumentos de planeamento conduz ainda tadas, para garantir a eficácia da conferência, enquanto
à eliminação do registo, no âmbito do qual eram exercidas mecanismo de concentração de fases procedimentais.
funções de controlo de legalidade dos planos municipais Também a eficiência da fase de acompanhamento e a
de ordenamento do território, os quais, à semelhança dos adopção do modelo da conferência de serviços no âmbito
demais instrumentos de gestão territorial, passam a ser do acompanhamento dos planos de ordenamento do terri-
enviados para depósito, tendo em vista potenciar a consulta tório vinculativos dos particulares justificam as alterações
dos mesmos por todos os interessados. introduzidas nas designadas comissões mistas de coordena-
O depósito dos instrumentos de gestão territorial na ção. O respectivo funcionamento, por via de uma composi-
DGOTDU passa, assim, a desempenhar a função de reposi- ção demasiadamente alargada e por isso pouco operacional,
tório centralizado e de publicitação de todos os instrumen- não permitiu alcançar os objectivos de coordenação de
tos de gestão territorial, cujo acesso e consulta pública se interesses que estiveram subjacentes à sua previsão.
pretende garantir em breve, por meio da disponibilização Assim, sem prejuízo de, em articulação com o presente
online no âmbito do sistema nacional de informação ter- decreto-lei e por meio do adequado instrumento regula-
ritorial. mentar, se proceder à revisão do regime da composição e
Paralelamente, quer a elaboração dos planos municipais funcionamento da comissão que acompanha a elaboração
de ordenamento do território, quer as alterações ao plano e a revisão do plano director municipal, explicitando-se
director municipal ou aos planos de urbanização por outros metodologias de funcionamento, altera-se o modelo de
planos municipais, de urbanização ou de pormenor, passam composição e a designação desta comissão e daquela que
a encontrar-se sujeitas, exclusivamente, aos mecanismos assegura o acompanhamento dos planos especiais de or-
de participação no decurso do respectivo procedimento de denamento do território, agora denominadas de comissão
elaboração, das entidades representativas da administração de acompanhamento, garantindo que a participação das
central representativas de interesses públicos a ponderar, organizações representativas dos interesses privados se
assegurando a necessária concertação de tais interesses e efectua nos períodos destinados à participação pública,
a coordenação de intervenções, sendo os municípios res- assegurando, deste modo, maior eficiência ao funciona-
ponsáveis pela validade dos respectivos instrumentos de mento da comissão na fase de acompanhamento.
planeamento. Esta alteração, concretizando a autonomia
À semelhança do Programa Nacional da Política de
municipal em matéria urbanística, permite recuperar a
Ordenamento do Território, os planos regionais e os planos
distinção entre atribuições e competências da administra-
intermunicipais de ordenamento do território, passam a ser
ção central e municipal em matérias de ordenamento do
acompanhados por comissões consultivas nas quais para
território e de urbanismo, acentuando que estas últimas se
desenvolvem no quadro das opções definidas pelos instru- além dos representantes dos serviços e entidades públicas
mentos de gestão territorial de âmbito nacional e regional cuja participação seja adequada no âmbito do plano, têm
e pelos respectivos planos directores municipais. assento os representantes dos interesses económicos, so-
Associada às alterações decorrentes do PRACE — Pro- ciais, culturais e ambientais.
grama de Reestruturação da Administração Central do Em matéria de concertação, os princípios fundamentais
Estado, e concretizando a referida desconcentração de da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e
competências, a verificação final dos planos municipais de Urbanismo, da coordenação e da ponderação de interes-
de ordenamento do território, sem funções preclusivas da ses, aconselham a que a concertação de interesses públicos
responsabilidade do município quanto à validade do plano, que condicionam a proposta a sujeitar a discussão pública,
passa a ser efectuada pelas comissões de coordenação e se efectue ao longo de todo o procedimento de elabora-
desenvolvimento regional. ção dos instrumentos de gestão territorial, com inegáveis
Ainda tributária do referido reforço da responsabilização vantagens, quer do ponto de vista da celeridade, quer da
municipal em articulação com a simplificação de proce- construção de soluções partilhadas por via da atempada
dimentos, como se referiu, é a alteração que se opera no responsabilização das entidades públicas responsáveis pela
regime de acompanhamento dos planos de urbanização e prossecução de interesses públicos com impacte territorial.
de pormenor. Clarifica-se que o acompanhamento pelas Elimina-se, por isso, a necessidade de novos pareceres
comissões de coordenação e desenvolvimento regional ao após a conclusão da fase de acompanhamento e antes do
longo da elaboração destes planos passa a constituir uma actual período de concertação, o qual se mantém como
opção do município, atribuindo-se às câmaras municipais facultativo por iniciativa da entidade responsável pela
a competência para a recolha dos pareceres que devam elaboração do plano.
ser emitidos nos termos legais e regulamentares e pelas Em concretização ainda do princípio da concertação
demais entidades representativas de interesses públicos a de interesses públicos e privados envolvidos na ocupa-
ponderar e prevendo-se que a harmonização de interesses ção do território e da contratualização e, reconhecendo
se processe em sede de conferência de serviços, apta a expressamente no domínio do ordenamento do território,
aferir a compatibilidade da proposta. a faculdade que decorre da autonomia pública contratual,
Com efeito, em matéria de acompanhamento adopta-se procede-se ao enquadramento normativo dos designados
o modelo de simplificação de procedimentos baseado na contratos para planeamento, clarificando os princípios
coordenação de intervenções por via da previsão de uma fundamentais a que se encontram sujeitos por força da
conferência procedimental ou de serviços que visa subs- irrenunciabilidade e indisponibilidade dos poderes públicos
tituir os pareceres que devem ser emitidos pelas entidades de planeamento, da transparência e da publicidade, tendo
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em conta os limites decorrentes das regras gerais relativas ou o regime jurídico da reabilitação urbana, no caso dos
à contratação pública. respectivos planos de pormenor.
No domínio da clarificação e diferenciação de conceitos As mesmas exigências de simplificação e eficiência
e instrumentos, as alterações introduzidas dão resposta a levam ao reconhecimento expresso da possibilidade dos
assinaladas lacunas do regime jurídico dos instrumentos planos de pormenor com um conteúdo suficientemente
de gestão territorial em vigor relativamente à dinâmica denso procederem a operações de transformação fundiária
dos planos. relevantes para efeitos de registo predial e inscrição ma-
Procede-se, assim, à reclamada delimitação conceptual tricial, dispensando-se um subsequente procedimento ad-
das figuras da revisão e da alteração dos instrumentos ministrativo de controlo prévio. Com efeito, reconhecida
de gestão territorial, autonomizando-se procedimentos a identidade funcional entre muitos planos de pormenor
específicos de alteração quanto aos instrumentos de ges- e as operações de loteamento e reparcelamento urbano e
tão territorial vinculativos dos particulares. Reservando de estruturação da compropriedade, justifica-se, salva-
o conceito de revisão para as situações mais estruturais guardada a autonomia da vontade dos proprietários, que o
de mutabilidade do planeamento, pretende-se flexibili- plano de pormenor possa fundar directamente a operação
zar e agilizar os procedimentos de alteração em função de transformação fundiária, seja o fraccionamento ou o
das dinâmicas de desenvolvimento económico, social e emparcelamento das propriedades.
ambiental, obviando ao recurso sistemático à figura da Por seu turno, a sustentabilidade do processo urbanístico
suspensão do plano. justifica a alteração introduzida em matéria de reparcela-
Também necessidades de clarificação justificam a dis- mento, clarificando-se a possibilidade de outras entidades
tinção operada entre as situações de heteroalteração moti- interessadas participarem na operação e beneficiarem da
vadas pela entrada em vigor de novas leis, regulamentos ou adjudicação das parcelas decorrentes da operação, nos
planos supervenientes, designadas de adaptação, e as meras termos dos adequados instrumentos contratuais.
rectificações aos instrumentos de gestão territorial. Por fim, o presente diploma procede à aplicação, no âm-
Ainda neste contexto, considerando a caducidade do bito do sistema de gestão territorial, do regime jurídico da
regime do uso do solo decorrente das decisões de cessação avaliação ambiental de planos e programas, em articulação
de restrições e servidões de utilidade pública em determi- com o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, diploma
nadas áreas do território, bem como de desafectação de que transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva
bens imóveis do domínio público ou dos fins de utilidade n.º 2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
pública a que se encontravam adstritos, introduziu-se um de 27 de Junho, por forma a incorporar nos procedimentos
mecanismo célere de alteração simplificada de planos de elaboração, acompanhamento, participação pública e
municipais de ordenamento do território para obviar à aprovação dos instrumentos de gestão territorial, a análise
sistemática dos seus efeitos ambientais.
indefinição urbanística.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re-
No domínio dos planos de urbanização e dos planos
giões Autónomas e a Associação Nacional de Municípios
de pormenor, as alterações introduzidas nos respectivos
Portugueses.
objectos e conteúdos materiais justificam-se, também, por Foram ouvidos, a título facultativo, a Ordem dos Arqui-
razões de clarificação e diferenciação de instrumentos, tectos, a Ordem dos Engenheiros, a Associação Portuguesa
atentas as respectivas finalidades no sistema de gestão dos Arquitectos Paisagistas, a Associação Portuguesa de
territorial e na prática urbanística municipal. Para estas Desenvolvimento Regional, a Associação Portuguesa de
alterações contribuiu, ainda, a reconhecida necessidade de Geógrafos, a Associação dos Urbanistas Portugueses, a
alargamento do âmbito de intervenção da figura do plano Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses e a
de urbanização, ditada pelas características dos actuais Associação para o Desenvolvimento do Direito do Urba-
processos de ocupação territorial para fins turísticos, in- nismo e da Construção.
dustriais e comerciais. Assim:
Consagra-se, assim, o princípio de que os planos de No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
urbanização e os planos de pormenor, sem prejuízo da pela Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, e nos termos da alí-
tipicidade associada, devem adoptar um conteúdo material nea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo
apropriado às condições da área territorial a que respeitam decreta o seguinte:
e aos objectivos previstos nos termos de referência e na
deliberação municipal que determina a sua elaboração, Artigo 1.º
realçando-se, também neste aspecto, a responsabilização
municipal pela definição dos objectivos estratégicos e Objecto
operativos dos respectivos processos de planeamento. 1 — O presente decreto-lei altera o Decreto-Lei
No âmbito dos planos de pormenor, foi substituída a n.º 380/99, de 22 de Setembro.
figura dos planos de pormenor de modalidade simplificada, 2 — À avaliação ambiental dos instrumentos de gestão
cuja utilização se vinha revelando de difícil operaciona- territorial aplica-se o presente decreto-lei e subsidiaria-
lização prática, sem que a especificidade do respectivo mente o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
regime procedimental evidenciasse ganhos de eficiência,
por modalidades específicas de plano de pormenor, a que Artigo 2.º
se encontram associados conteúdos materiais próprios em
Alteração ao Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro
função das respectivas finalidades e da sua articulação
com regimes legais relativos à salvaguarda de interesses Os artigos 2.º, 25.º, 30.º, 32.º, 33.º, 35.º, 37.º, 38.º, 39.º,
públicos específicos, como seja a lei de bases da política 40.º, 44.º, 45.º, 46.º, 47.º, 48.º, 53.º, 54.º, 56.º, 57.º, 58.º,
e do regime de valorização do património cultural por- 59.º, 63.º, 64.º, 65.º, 66.º, 74.º, 75.º, 76.º, 77.º, 78.º, 79.º,
tuguês, no caso dos planos de pormenor de salvaguarda, 80.º, 81.º, 84.º, 85.º, 86.º, 87.º, 88.º, 89.º, 90.º, 91.º, 92.º,
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93.º, 95.º, 96.º, 97.º, 99.º, 100.º, 101.º, 102.º, 104.º, 105.º, Artigo 33.º
107.º, 109.º, 113.º, 114.º, 115.º, 117.º, 131.º, 132.º, 133.º, […]
134.º, 144.º, 147.º, 148.º, 149.º, 150.º e 151.º do Decreto-
-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com as alterações 1 — Emitido o parecer da comissão consultiva e,
introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de Abril, quando for o caso, decorrido o período adicional de con-
pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pela certação, o Governo procede à abertura de um período
Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei n.º 56/2007, de discussão pública, através de aviso a publicar no
de 31 de Agosto, passam a ter a seguinte redacção: Diário da República e a divulgar através da comunica-
ção social e da sua página na Internet, do qual consta a
«Artigo 2.º indicação do período de discussão, das eventuais sessões
públicas a que haja lugar e dos locais onde se encontra
Sistema de gestão territorial
disponível a proposta, acompanhada do parecer da co-
1— ..................................... missão consultiva, dos demais pareceres eventualmente
2— ..................................... emitidos e dos resultados das reuniões de concertação,
bem como da forma como os interessados podem apre-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
sentar as suas observações ou sugestões.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— .....................................
c) Os planos especiais de ordenamento do território,
3 — O período de discussão pública deve ser anun-
compreendendo os planos de ordenamento de áreas
ciado com a antecedência mínima de 5 dias e não deve
protegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de
ser inferior a 44 dias.
águas públicas, os planos de ordenamento da orla cos-
4— .....................................
teira e os planos de ordenamento dos estuários.
5 — Findo o período de discussão pública, o Governo
pondera e divulga os respectivos resultados, designada-
3— .....................................
mente através da comunicação social e da sua página na
4— .....................................
Internet, e elabora a versão final da proposta a apresentar
à Assembleia da República.
Artigo 25.º
[…] Artigo 35.º
1— ..................................... [...]
2— .....................................
1— .....................................
3 — Na ratificação de planos directores municipais
2— .....................................
e nas deliberações municipais que aprovam os planos
não sujeitos a ratificação devem ser expressamente in- a) Os planos, programas e estratégias de desenvol-
dicadas as normas dos instrumentos de gestão territorial vimento respeitantes aos diversos sectores da adminis-
preexistentes revogadas ou alteradas. tração central, nomeadamente nos domínios dos trans-
portes, das comunicações, da energia e dos recursos
Artigo 30.º geológicos, da educação e da formação, da cultura,
da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do
[…]
comércio, da indústria, das florestas e do ambiente;
1 — A elaboração do programa nacional da política b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de ordenamento do território compete ao Governo, sob c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
coordenação do ministro responsável pelo ordenamento
do território. Artigo 37.º
2— ....................................
[…]

Artigo 32.º 1— .....................................


2— .....................................
[…]
3 — Sempre que seja necessário proceder à ava-
1 — O acompanhamento da elaboração da proposta liação ambiental nos termos do artigo 3.º do Decreto-
de programa nacional da política de ordenamento do -Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, o plano sectorial é
território inclui a concertação com as entidades que, no acompanhado por um relatório ambiental, no qual se
decurso dos trabalhos da comissão consultiva, formulem identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos
objecções às orientações do futuro programa. significativos no ambiente resultantes da aplicação do
2 — Concluída a elaboração da proposta de pro- plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em
grama e emitido o parecer da comissão consultiva, o conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial
Governo pode ainda promover, nos 20 dias subsequentes respectivos.
à emissão daquele parecer, a realização de reuniões de
concertação com as entidades que, no âmbito daquela Artigo 38.º
comissão, hajam formalmente discordado das orien-
[...]
tações do futuro programa, tendo em vista obter uma
solução concertada que permita ultrapassar as objecções 1— .....................................
formuladas. 2 — A elaboração dos planos sectoriais é determinada
3 — (Revogado.) por despacho do ministro competente em razão da ma-
4 — (Revogado.) téria, do qual deve, nomeadamente, constar:
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a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . um período de discussão pública da proposta de plano


b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sectorial através de aviso a publicar, com a antecedên-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cia de cinco dias, no Diário da República e a divulgar
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . através da comunicação social e da Internet.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — Durante o período de discussão pública, que não
f) As exigências procedimentais ou de participação pode ser inferior a 22 dias, o plano, os pareceres emiti-
que em função da complexidade da matéria ou dos inte- dos ou a acta da conferência de serviços são divulgados
resses a salvaguardar, se considere serem de adoptar para na página da Internet da entidade pública responsável
além do procedimento definido no presente diploma; pela sua elaboração e podem ser consultados na res-
g) A indicação se o plano está sujeito a avaliação pectiva sede, bem como na dos municípios incluídos
ambiental ou as razões que justificam a sua inexigi- no respectivo âmbito de aplicação.
bilidade. 3 — Sempre que o plano sectorial se encontre sujeito
a avaliação ambiental, a entidade competente divulga,
3— ..................................... juntamente com os documentos referidos no número
4 — A decisão a que se refere a alínea g) do n.º 2 pode anterior, o respectivo relatório ambiental.
ser precedida da consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.º 4 — (Anterior n.º 3.)
do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. 5 — Findo o período de discussão pública, a entidade
5 — Sempre que a entidade responsável pela elabo- pública responsável pondera e divulga os respectivos
ração do plano solicite pareceres nos termos do número resultados, designadamente através da comunicação
anterior, esses pareceres devem também conter a pro- social e da Internet, e elabora a versão final da proposta
núncia sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o para aprovação.
alcance da informação a incluir no relatório ambiental,
aplicando-se o disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei Artigo 44.º
n.º 232/2007, de 15 de Junho. […]
6 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não Os planos especiais de ordenamento do território
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso estabelecem regimes de salvaguarda de recursos e va-
desse prazo. lores naturais e o regime de gestão compatível com a
utilização sustentável do território.
Artigo 39.º
Artigo 45.º
Acompanhamento
[…]
1 — No decurso da elaboração do plano sectorial, a
entidade responsável pela elaboração do plano solicita 1— .....................................
parecer à comissão de coordenação e desenvolvimento 2— .....................................
regional territorialmente competente, às entidades ou a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
serviços da administração central representativas dos b) Relatório ambiental no qual se identificam, des-
interesses a ponderar, bem como às câmaras municipais crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no
das autarquias abrangidas, as quais se devem pronunciar ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al-
no prazo de 22 dias, findo o qual se considera nada terem ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos
a opor à proposta de plano. e o âmbito de aplicação territorial respectivos;
2 — Na elaboração dos planos sectoriais sujeitos a c) [Anterior alínea b).]
avaliação ambiental, caso não tenha sido promovida a
consulta prevista no n.º 4 do artigo anterior, deve ser
3 — Os demais elementos que podem acompanhar
solicitado o parecer previsto no n.º 5 do mesmo artigo,
os planos especiais de ordenamento do território são
bem como os pareceres sobre a proposta de plano e o
fixados por portaria do membro do Governo responsável
respectivo relatório ambiental nos termos do n.º 3 do
pelo ordenamento do território.
artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho,
os quais devem ser emitidos no prazo previsto no nú-
Artigo 46.º
mero anterior, podendo não ser considerados caso sejam
emitidos após o decurso daquele prazo. [...]
3 — Quando a entidade competente para a elaboração
1 — A elaboração dos planos especiais de ordena-
do plano assim o determine, os pareceres previstos nos
mento do território é determinada por despacho do mi-
números anteriores podem ser emitidos em conferência
nistro competente em razão da matéria, do qual deve,
de serviços, aplicando-se com as necessárias adaptações
nomeadamente, constar:
o disposto no artigo 75.º-B.
4 — (Revogado.) a) O tipo de plano especial;
b) A finalidade do plano especial, com menção ex-
Artigo 40.º pressa dos interesses públicos prosseguidos;
c) A especificação dos objectivos a atingir;
[...]
d) O âmbito territorial do plano especial, com menção
1 — Concluída a elaboração do plano sectorial e expressa das autarquias locais envolvidas;
emitidos os pareceres previstos no artigo anterior ou e) A indicação do serviço ou entidade competente
decorridos os prazos aí fixados, a entidade pública res- para a elaboração, bem como dos municípios que devem
ponsável pela elaboração do plano procede à abertura de intervir nos trabalhos;
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f) A composição da comissão de acompanhamento; rior a 15 dias, a formulação de sugestões, bem como a


g) O prazo de elaboração. apresentação de informações sobre quaisquer questões
que possam ser consideradas no âmbito do respectivo
2 — A composição da comissão de acompanhamento procedimento de elaboração.
é definida tendo em conta os critérios estabelecidos em 3 — Concluído o período de acompanhamento e,
resolução do Conselho de Ministros. quando for o caso, decorrido o período adicional de
concertação, a entidade pública responsável procede à
Artigo 47.º abertura de um período de discussão pública, através
de aviso a publicar no Diário da República e a divulgar
[...]
através da comunicação social e da respectiva página
1 — A elaboração técnica dos planos especiais de na Internet, do qual consta a indicação do período de
ordenamento do território é acompanhada por uma discussão, das eventuais sessões públicas a que haja
comissão de acompanhamento cuja composição deve lugar e dos locais onde se encontra disponível a proposta
traduzir a natureza dos interesses a salvaguardar e a rele- de plano, o respectivo relatório ambiental, o parecer da
vância das implicações técnicas a considerar, integrando comissão de acompanhamento e os demais pareceres
representantes de serviços e entidades da administração eventualmente emitidos, bem como da forma como os
directa ou indirecta do Estado, das Regiões Autónomas, interessados podem apresentar as suas reclamações,
dos municípios e de outras entidades públicas cuja par- observações ou sugestões.
ticipação seja aconselhável no âmbito do acompanha- 4 — O período de discussão pública deve ser anun-
mento da elaboração do plano. ciado com a antecedência mínima de 5 dias e não pode
2 — Na elaboração dos planos especiais de ordena- ser inferior a 30 dias.
mento do território deve ser garantida a integração na 5— .....................................
comissão de acompanhamento das entidades às quais, 6— .....................................
em virtude das suas responsabilidades ambientais espe- 7— .....................................
cíficas, possam interessar os efeitos ambientais resultan- 8 — Findo o período de discussão pública, a entidade
tes da aplicação do plano, as quais exercem na comissão pública responsável pondera e divulga os respectivos
as competências consultivas atribuídas pelos artigos 5.º resultados, designadamente através da comunicação
e 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, e social e da sua página na Internet, e elabora a versão
acompanham a elaboração do relatório ambiental. final da proposta para aprovação.
3 — O acompanhamento mencionado nos núme-
ros anteriores será assíduo e continuado, devendo, no Artigo 53.º
final dos trabalhos de elaboração, formalizar-se num […]
parecer escrito assinado pelos representantes das enti-
dades envolvidas com menção expressa da orientação .........................................
defendida. a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — O parecer final da comissão integra a apreciação b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da proposta de plano e do relatório ambiental, con- c) A incidência espacial, ao nível regional, das po-
siderando especificadamente a posição das entidades líticas estabelecidas no Programa Nacional da Política
referidas no n.º 2. de Ordenamento do Território e nos planos, programas
5 — No âmbito do parecer final, a posição da comis- e estratégias sectoriais preexistentes, bem como das
são de coordenação e desenvolvimento regional inclui políticas de relevância regional a desenvolver pelos
obrigatoriamente a apreciação da articulação e coerência planos intermunicipais e pelos planos municipais de
da proposta com os objectivos, princípios e regras apli- ordenamento do território abrangidos;
cáveis ao território em causa, definidos por quaisquer d) A política regional em matéria ambiental, incluindo
outros instrumentos de gestão territorial eficazes. a delimitação da estrutura regional de protecção e va-
6 — É aplicável à comissão de acompanhamento lorização ambiental, bem como a recepção, ao nível
dos planos especiais de ordenamento do território o regional, das políticas e das medidas estabelecidas nos
disposto no artigo 75.º- B do presente diploma com as planos especiais de ordenamento do território;
devidas adaptações. e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7 — (Anterior n.º 4.) f) Medidas específicas de protecção e valorização do
património cultural.
Artigo 48.º
[…] Artigo 54.º
[…]
1 — Ao longo da elaboração dos planos especiais de
ordenamento do território, a entidade pública responsá- 1— .....................................
vel deve facultar aos interessados todos os elementos 2— .....................................
relevantes para que estes possam conhecer o estado dos a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
trabalhos e a evolução da tramitação procedimental, bem b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
como formular sugestões à entidade pública responsável c) Estudos relativos à caracterização da estrutura
e à comissão de acompanhamento. regional de protecção e valorização ambiental;
2 — A entidade pública responsável publicitará, atra- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vés da divulgação de avisos, o despacho que determina e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a elaboração do plano por forma a permitir, durante o f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
prazo estabelecido no mesmo, o qual não deve ser infe- g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6623

3 — Os planos regionais de ordenamento do território adaptações, pelas disposições relativas ao Programa


são ainda acompanhados por um relatório ambiental, Nacional da Política de Ordenamento do Território.
no qual se identificam, descrevem e avaliam os even- 2 — Juntamente com a proposta de plano é divulgado
tuais efeitos significativos no ambiente resultantes da o respectivo relatório ambiental.
aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que
tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação Artigo 59.º
territorial respectivos.
[…]
Artigo 56.º 1— .....................................
[…] 2 — A resolução do Conselho de Ministros referida
no número anterior deve:
1 — A elaboração dos planos regionais de ordena-
mento do território é acompanhada por uma comissão a) Consagrar as formas e os prazos, previamente
consultiva, integrada por representantes das entidades e acordados com as câmaras municipais envolvidas, para
serviços da administração directa e indirecta do Estado adequação dos planos municipais de ordenamento do
que assegurem a prossecução dos interesses públicos território abrangidos e dos planos intermunicipais de
relevantes, designadamente, em matéria de ordenamento ordenamento do território quando existam;
do território, ambiente, conservação da natureza, habi- b) Identificar as disposições dos planos municipais
tação, economia, agricultura, florestas, obras públicas, de ordenamento do território abrangidos incompatíveis
transportes, comunicações, educação, saúde, segurança, com a estrutura regional do sistema urbano, das redes,
protecção civil, desporto, cultura, dos municípios abran- das infra-estruturas e dos equipamentos de interesse
gidos, bem como de representantes dos interesses eco- regional e com a delimitação da estrutura regional de
nómicos, sociais, culturais e ambientais. protecção e valorização ambiental, a adaptar nos termos
2 — Na elaboração dos planos regionais de orde- da alínea c) do n.º 1 do artigo 97.º
namento do território deve ser garantida a integração
na comissão consultiva das entidades às quais, em vir- Artigo 63.º
tude das suas responsabilidades ambientais específicas,
[…]
possam interessar os efeitos ambientais resultantes da
aplicação do plano, as quais exercem na comissão as 1— .....................................
competências consultivas atribuídas pelos artigos 5.º 2— .....................................
e 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, e 3 — Sempre que seja necessário proceder à avalia-
acompanham a elaboração do relatório ambiental. ção ambiental nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei
3 — (Anterior n.º 2.) n.º 232/2007, de 15 de Junho, os planos intermunicipais
4 — O parecer da comissão exprime a apreciação de ordenamento do território são ainda acompanhados
realizada pelas diversas entidades e integra a análise pelo relatório ambiental, no qual se identificam, des-
sobre o relatório ambiental, considerando especificada- crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no
mente a posição das entidades referidas no n.º 2. ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al-
5 — (Anterior n.º 4.) ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos
6 — (Anterior n.º 5.) e o âmbito de aplicação territorial respectivos.

Artigo 57.º Artigo 64.º


[…] […]
1— .....................................
1 — O acompanhamento da elaboração da proposta 2 — A deliberação de elaboração do plano intermu-
de plano regional de ordenamento do território inclui
nicipal deve ser publicada no Diário da República e
a concertação com as entidades que, no decurso dos
divulgada através da comunicação social e da Internet
trabalhos da comissão consultiva, formulem objecções
às soluções definidas para o futuro plano. pelos municípios ou associações de municípios.
2 — Concluída a elaboração da proposta de plano e 3 — A deliberação a que se refere o número anterior
emitido o parecer da comissão consultiva, a comissão deve indicar se o plano está sujeito a avaliação ambien-
de coordenação e desenvolvimento regional pode ainda tal, ou as razões que justificam a sua inexigibilidade,
promover, nos 20 dias subsequentes à emissão daquele podendo para este efeito ser precedida da consulta pre-
parecer, a realização de reuniões de concertação com vista no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007,
as entidades que, no âmbito daquela comissão, hajam de 15 de Junho.
formalmente discordado das soluções definidas para o 4 — Sempre que os municípios ou as associações de
futuro plano, tendo em vista obter uma solução concer- municípios solicitem pareceres nos termos do número
tada que permita ultrapassar as objecções formuladas. anterior, esses pareceres devem também conter a pro-
3 — (Revogado.) núncia sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o
4 — (Revogado.) alcance da informação a incluir no relatório ambiental,
aplicando-se o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007,
Artigo 58.º de 15 de Junho.
5 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
[…]
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
1 — A discussão pública dos planos regionais de ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso
ordenamento do território rege-se, com as necessárias desse prazo.
6624 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 65.º estabelecidos no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007,


[…]
de 15 de Junho, podendo ser precedida de consulta às
entidades às quais, em virtude das suas responsabilida-
1 — A elaboração dos planos intermunicipais de des ambientais específicas, possam interessar os efeitos
ordenamento do território é acompanhada por uma co- ambientais resultantes da aplicação do plano.
missão consultiva, aplicando-se quanto ao acompanha- 7 — Tendo sido deliberada a elaboração de plano
mento, concertação e discussão pública destes planos, de urbanização ou de plano de pormenor, a câmara
as disposições relativas ao plano director municipal, municipal solicita parecer sobre o âmbito da avaliação
com as necessárias adaptações. ambiental e sobre o alcance da informação a incluir no
2 — No âmbito do parecer final da comissão consul- relatório ambiental, nos termos do artigo 5.º do Decreto-
tiva, a posição da comissão de coordenação e desenvol- -Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
vimento regional inclui obrigatoriamente a apreciação 8 — Sempre que a câmara municipal solicite parecer
sobre a conformidade com as disposições legais e regu- nos termos do n.º 6, esse parecer deve, nos casos em
lamentares vigentes e a articulação e coerência da pro- que se justifique, conter também a pronúncia sobre os
posta com os objectivos, princípios e regras aplicáveis aspectos referidos no número anterior.
no território em causa, definidos por quaisquer outros 9 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
instrumentos de gestão territorial eficazes. anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso
Artigo 66.º desse prazo.
[…]
Artigo 75.º
1 — Concluída a versão final, a proposta de plano
intermunicipal de ordenamento do território é enviada […]
à comissão de coordenação e desenvolvimento regional 1 — O acompanhamento da elaboração dos planos
territorialmente competente, a qual pode emitir parecer municipais de ordenamento do território visa:
no prazo de 10 dias, improrrogáveis, a notificar, sendo
o caso, às assembleias municipais interessadas e à as- a) Apoiar o desenvolvimento dos trabalhos e asse-
sembleia intermunicipal. gurar a respectiva eficácia;
2 — O parecer referido no número anterior, quando b) Promover a compatibilidade ou conformidade
emitido, não possui carácter vinculativo e incide ape- com os instrumentos de gestão territorial eficazes, bem
nas sobre a conformidade com as disposições legais e como a sua compatibilização com quaisquer outros
regulamentares vigentes e a compatibilidade ou con- planos, programas e projectos de interesse municipal
formidade com os instrumentos de gestão territorial ou supramunicipal;
eficazes. c) Permitir a ponderação dos diversos actos da Admi-
nistração Pública susceptíveis de condicionar as solu-
Artigo 68.º ções propostas, garantindo uma informação actualizada
(Revogado.)
sobre os mesmos;
d) Promover o estabelecimento de uma adequada
Artigo 74.º concertação de interesses.
[…] 2 — (Revogado.)
1 — A elaboração dos planos municipais de ordena- 3 — (Revogado.)
mento do território compete à câmara municipal, sendo 4 — (Revogado.)
determinada por deliberação, a publicar no Diário da 5 — (Revogado.)
República e a divulgar através da comunicação social 6 — (Revogado.)
e na respectiva página da Internet, que estabelece os 7 — (Revogado.)
respectivos prazos de elaboração e do período de par- 8 — (Revogado.)
ticipação a que se refere o n.º 2 do artigo 77.º 9 — (Revogado.)
2— ..................................... 10 — (Revogado.)
3— .....................................
4 — No caso dos planos de urbanização e dos planos Artigo 76.º
de pormenor, a câmara municipal, previamente à deli- […]
beração referida no n.º 1, pode solicitar à comissão de
coordenação e desenvolvimento regional a realização de 1 — O acompanhamento da elaboração da proposta
uma reunião com vista à indicação de quais as entidades de plano director municipal inclui a concertação com
representativas de interesses públicos que devem intervir as entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão
no acompanhamento do plano. de acompanhamento, formulem objecções às soluções
5 — Os planos de urbanização e os planos de por- definidas para o futuro plano.
menor que impliquem a utilização de pequenas áreas 2 — Concluída a elaboração da proposta de plano
a nível local só são objecto de avaliação ambiental no e emitido o parecer da comissão de acompanhamento,
caso de se determinar que são susceptíveis de ter efeitos a câmara municipal pode ainda promover, nos 20 dias
significativos no ambiente. subsequentes à emissão daquele parecer, a realização de
6 — A qualificação dos planos de urbanização e dos reuniões de concertação com as entidades que, no âm-
planos de pormenor para efeitos do número anterior bito daquela comissão, hajam formalmente discordado
compete à câmara municipal de acordo com os critérios das soluções do futuro plano, tendo em vista obter uma
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6625

solução concertada que permita ultrapassar as objecções 10 dias, improrrogáveis, a notificar, sendo o caso, à
formuladas. câmara municipal e à assembleia municipal.
3 — No caso dos planos de urbanização e dos pla- 2 — O parecer referido no número anterior, quando
nos de pormenor, a câmara municipal pode igualmente emitido, não possui carácter vinculativo e incide ape-
promover nos 20 dias subsequentes à realização da nas sobre a conformidade com as disposições legais e
conferência de serviços, a realização de reuniões de regulamentares vigentes e a compatibilidade ou con-
concertação em termos análogos ao disposto no n.º 2 ou formidade com os instrumentos de gestão territorial
nova conferência de serviços com as entidades repre- eficazes.
sentativas dos interesses a ponderar que se justifiquem Artigo 79.º
e com a comissão de coordenação e desenvolvimento Aprovação
regional.
4 — (Revogado.) 1— .....................................
5 — (Revogado.) 2 — Se o plano director municipal aprovado mantiver
6 — (Revogado.) incompatibilidades com plano sectorial ou plano regio-
nal de ordenamento do território, deve ser solicitada a
Artigo 77.º sua ratificação nos termos do artigo 80.º
[…] Artigo 80.º
1— ..................................... […]
2 — Na deliberação que determina a elaboração do
1 — A ratificação pelo Governo do plano director
plano é estabelecido um prazo, que não deve ser infe-
municipal tem como efeito a derrogação das normas dos
rior a 15 dias, para a formulação de sugestões e para a
planos sectoriais e dos planos regionais de ordenamento
apresentação de informações sobre quaisquer questões do território incompatíveis com as opções municipais.
que possam ser consideradas no âmbito do respectivo 2 — A ratificação pelo Governo do plano director
procedimento de elaboração. municipal ocorre, a solicitação da câmara municipal,
3 — Concluído o período de acompanhamento e, quando, no âmbito do procedimento de elaboração e
quando for o caso, decorrido o período adicional de aprovação, for suscitada pelos serviços e entidades com
concertação, a câmara municipal procede à abertura competências consultivas no âmbito da elaboração e do
de um período de discussão pública, através de aviso a acompanhamento, a incompatibilidade com os instru-
publicar no Diário da República e a divulgar através da mentos de gestão territorial referidos no número anterior.
comunicação social e da respectiva página da Internet, 3 — A ratificação do plano director municipal pode
do qual consta a indicação do período de discussão, das ser parcial, aproveitando apenas à parte compatível com
eventuais sessões públicas a que haja lugar e dos locais os instrumentos de gestão territorial referidos no n.º 1
onde se encontra disponível a proposta, o respectivo do presente artigo.
relatório ambiental, o parecer da comissão de acompa- 4 — A apreciação pelo Governo de pedido de ratifi-
nhamento ou da comissão de coordenação e desenvol- cação de plano director municipal é suscitada através da
vimento regional, os demais pareceres eventualmente competente comissão de coordenação e de desenvolvi-
emitidos, os resultados da concertação, bem como da mento regional, devendo, quando tenha lugar, ser acom-
forma como os interessados podem apresentar as suas panhada de parecer fundamentado da parte desta.
reclamações, observações ou sugestões. 5 — A ratificação do plano director municipal nos ter-
4 — O período de discussão pública deve ser anun- mos do número anterior implica a revogação ou alteração
ciado com a antecedência mínima de 5 dias, e não pode das disposições constantes dos instrumentos de gestão
ser inferior a 30 dias para o plano director municipal territorial afectados, determinando a correspondente al-
e a 22 dias para o plano de urbanização e para o plano teração dos elementos documentais afectados por forma
de pormenor. a que traduzam a actualização da disciplina vigente.
5 — (Anterior n.º 7.) 6 — A alteração e a revisão do plano director muni-
6 — (Anterior n.º 8.) cipal são objecto de ratificação nos termos do n.º 2 do
7 — (Anterior n.º 9.) presente artigo.
8 — Findo o período de discussão pública, a câmara 7 — A ratificação do plano director municipal é efec-
municipal pondera e divulga, designadamente através da tuada por resolução do Conselho de Ministros.
comunicação social e da respectiva página da Internet,
os respectivos resultados e elabora a versão final da Artigo 81.º
proposta para aprovação. [...]
9 — (Anterior n.º 11.)
10 — (Revogado.) 1— .....................................
11 — (Revogado.) 2 — Os procedimentos administrativos subsequentes
à conclusão da elaboração dos planos municipais de
Artigo 78.º ordenamento do território devem ser concretizados de
modo que, entre a respectiva aprovação e a publicação
[…] no Diário da República, medeiem os seguintes prazos
1 — Concluído o projecto de versão final do plano máximos:
director municipal, este é enviado à comissão de coor- a) Plano director municipal — três meses;
denação e desenvolvimento regional territorialmente b) Plano de urbanização — dois meses;
competente, a qual pode emitir parecer no prazo de c) Plano de pormenor — dois meses.
6626 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

3 — Os prazos fixados no número anterior suspendem- ou de ordenamento, a estabelecer em plano de urbani-


-se nos casos previstos no n.º 2 do artigo anterior. zação e plano de pormenor, bem como os de natureza
supletiva aplicáveis na ausência destes;
Artigo 84.º l) A definição de unidades operativas de planeamento
[...]
e gestão, para efeitos de programação da execução do
plano, estabelecendo para cada uma das mesmas os res-
1 — O plano director municipal estabelece a estraté- pectivos objectivos, bem como os termos de referência
gia de desenvolvimento territorial, a política municipal para a necessária elaboração de planos de urbanização
de ordenamento do território e de urbanismo e as demais e de pormenor;
políticas urbanas, integra e articula as orientações es- m) A programação da execução das opções de orde-
tabelecidas pelos instrumentos de gestão territorial de namento estabelecidas;
âmbito nacional e regional e estabelece o modelo de n) A identificação de condicionantes, designadamente
organização espacial do território municipal. reservas e zonas de protecção, bem como das necessá-
2 — O plano director municipal é um instrumento rias à concretização dos planos de protecção civil de
de referência para a elaboração dos demais planos mu- carácter permanente;
nicipais de ordenamento do território e para o estabe- o) As condições de actuação sobre áreas críticas,
lecimento de programas de acção territorial, bem como situações de emergência ou de excepção, bem como
para o desenvolvimento das intervenções sectoriais da sobre áreas degradadas em geral;
administração do Estado no território do município, em p) As condições de reconversão das áreas urbanas
concretização do princípio da coordenação das respec- de génese ilegal;
tivas estratégias de ordenamento territorial. q) A identificação das áreas de interesse público para
3 — O modelo de organização espacial do território efeitos de expropriação, bem como a definição das res-
municipal tem por base a classificação e a qualificação pectivas regras de gestão;
do solo. r) Os critérios para a definição das áreas de cedên-
4 — (Anterior n.º 3.) cia, bem como a definição das respectivas regras de
gestão;
Artigo 85.º s) Os critérios de perequação compensatória de
[...] benefícios e encargos decorrentes da gestão urbanís-
tica a concretizar nos instrumentos de planeamento
1 — O plano director municipal define um modelo previstos nas unidades operativas de planeamento e
de organização municipal do território nomeadamente gestão;
estabelecendo: t) A articulação do modelo de organização municipal
a) A caracterização económica, social e biofísica, do território com a disciplina consagrada nos demais
incluindo da estrutura fundiária da área de intervenção; instrumentos de gestão territorial aplicáveis;
b) A definição e caracterização da área de interven- u) O prazo de vigência e as condições de revisão.
ção, identificando as redes urbana, viária, de transportes
e de equipamentos de educação, de saúde, de abasteci- 2 — Na ausência dos índices, parâmetros e indica-
mento público e de segurança, bem como os sistemas dores de natureza supletiva a que alude a alínea j) do
de telecomunicações, de abastecimento de energia, de número anterior para áreas sujeitas à elaboração de
captação, de tratamento e abastecimento de água, de plano de urbanização ou de plano de pormenor, são
drenagem e tratamento de efluentes e de recolha, de- aplicáveis às operações urbanísticas a realizar em zona
pósito e tratamento de resíduos; urbana consolidada, como tal identificada no plano, os
c) A definição dos sistemas de protecção dos valo- índices, parâmetros e indicadores de referência, nas
res e recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais, seguintes condições:
identificando a estrutura ecológica municipal; a) Tenha decorrido o prazo de cinco anos sobre a
d) Os objectivos de desenvolvimento estratégico a data de entrada em vigor do plano director municipal,
prosseguir e os critérios de sustentabilidade a adoptar, sem que haja sido aprovado o plano de urbanização ou
bem como os meios disponíveis e as acções propos- o plano de pormenor;
tas; b) Os índices e parâmetros de referência estabelecidos
e) A referenciação espacial dos usos e das activida- no plano director municipal definam os usos e a cércea
des nomeadamente através da definição das classes e máxima a observar, bem como os indicadores relativos
categorias de espaços; à definição da rede viária e do estacionamento.
f) A identificação das áreas e a definição de estra-
tégias de localização, distribuição e desenvolvimento Artigo 86.º
das actividades industriais, turísticas, comerciais e de
serviços; […]
g) A definição de estratégias para o espaço rural, 1— .....................................
identificando aptidões, potencialidades e referências
aos usos múltiplos possíveis; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) A identificação e a delimitação dos perímetros b) Planta de ordenamento, que representa o modelo de
urbanos, com a definição do sistema urbano munici- organização espacial do território municipal, de acordo
pal; com os sistemas estruturantes e a classificação e qua-
i) A definição de programas na área habitacional; lificação dos solos e ainda as unidades operativas de
j) A especificação qualitativa e quantitativa dos índi- planeamento e gestão definidas;
ces, indicadores e parâmetros de referência, urbanísticos c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6627

2— ..................................... nais, comerciais, turísticas, de serviços e industriais,


bem como a identificação das áreas a recuperar ou re-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
converter;
b) Relatório, que explicita os objectivos estratégicos
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e as opções de base territorial adoptadas para o modelo
e) O traçado e o dimensionamento das redes de infra-
de organização espacial, bem como a respectiva funda-
mentação técnica, suportada na avaliação das condições -estruturas gerais que estruturam o território, fixando
económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua os respectivos espaços-canal;
execução; f) Os critérios de localização e de inserção urbanística
c) Relatório ambiental, no qual se identificam, des- e o dimensionamento dos equipamentos de utilização
crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no colectiva;
ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al- g) As condições de aplicação dos instrumentos da
ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos política de solos e de política urbana previstos na lei,
e o âmbito de aplicação territorial respectivos; em particular os que respeitam à reabilitação urbana e
d) Programa de execução, contendo designadamente à reconversão urbanística de áreas urbanas degradadas;
disposições indicativas sobre a execução das interven- h) [Anterior alínea e).]
ções municipais previstas, bem como sobre os meios i) A delimitação e os objectivos das unidades ou
de financiamento das mesmas. subunidades operativas de planeamento e gestão e a
estruturação das acções de perequação compensatória;
3 — Os demais elementos que acompanham o plano j) A identificação dos sistemas de execução do
director municipal são fixados por portaria do membro plano.
do Governo responsável pelo ordenamento do territó- Artigo 89.º
rio. […]
Artigo 87.º
1— .....................................
[…]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — O plano de urbanização concretiza, para uma b) Planta de zonamento, que representa a estrutura
determinada área do território municipal, a política de territorial e o regime de uso do solo da área a que res-
ordenamento do território e de urbanismo, fornecendo peita;
o quadro de referência para a aplicação das políticas c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
urbanas e definindo a estrutura urbana, o regime de uso
do solo e os critérios de transformação do território. 2— .....................................
2 — O plano de urbanização pode abranger:
a) Relatório, que explicita os objectivos estratégicos
a) Qualquer área do território do município incluída do plano e a respectiva fundamentação técnica, supor-
em perímetro urbano por plano director municipal efi- tada na avaliação das condições económicas, sociais,
caz e ainda o solo rural complementar de um ou mais culturais e ambientais para a sua execução;
perímetros urbanos, que se revele necessário para es- b) Relatório ambiental, no qual se identificam, des-
tabelecer uma intervenção integrada de planeamento; crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no
b) Outras áreas do território municipal que, de ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al-
acordo com os objectivos e prioridades estabelecidas ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos
no plano director municipal, possam ser destinadas a e o âmbito de aplicação territorial respectivos;
usos e funções urbanas, designadamente à localização c) Programa de execução, contendo designadamente
de instalações ou parques industriais, logísticos ou de disposições indicativas sobre a execução das interven-
serviços ou à localização de empreendimentos turísticos ções municipais previstas, bem como sobre os meios
e equipamentos e infra-estruturas associadas. de financiamento das mesmas.
3 — Sem prejuízo do disposto na alínea d) do ar- 3 — Os demais elementos que acompanham o plano
tigo 88.º, o solo rural complementar referido na alínea a) de urbanização são fixados por portaria do membro do
do número anterior não pode ser objecto de reclassifi- Governo responsável pelo ordenamento do território.
cação.
Artigo 88.º Artigo 90.º
[…]
[...]
O plano de urbanização deve adoptar o conteúdo 1 — O plano de pormenor desenvolve e concretiza
material apropriado às condições da área territorial a propostas de ocupação de qualquer área do território
que respeita, aos objectivos das políticas urbanas e às municipal, estabelecendo regras sobre a implantação
transformações previstas nos termos de referência e na das infra-estruturas e o desenho dos espaços de utiliza-
deliberação municipal que determinou a sua elaboração, ção colectiva, a forma de edificação e a disciplina da
dispondo nomeadamente sobre: sua integração na paisagem, a localização e inserção
a) A definição e caracterização da área de interven- urbanística dos equipamentos de utilização colectiva
ção, identificando os valores culturais e naturais a pro- e a organização espacial das demais actividades de in-
teger; teresse geral.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
c) A definição do zonamento para localização das 3 — O plano de pormenor abrange áreas contínuas do
diversas funções urbanas, designadamente habitacio- território municipal, correspondentes, designadamente,
6628 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

a uma unidade ou subunidade operativa de planeamento 3 — Para efeitos de registo predial, as peças escritas
e gestão ou a parte delas. e desenhadas previstas na alínea c) do número anterior
consistem em:
Artigo 91.º
a) Planta do cadastro original;
[…] b) Quadro com a identificação dos prédios, natureza, des-
1 — O plano de pormenor deve adoptar o conteúdo crição predial inscrição matricial, áreas e confrontações;
material apropriado às condições da área territorial a c) Planta da operação de transformação fundiária
que respeita e aos objectivos previstos nos termos de com a identificação dos novos prédios;
referência e na deliberação municipal que determinou d) Quadro com a identificação dos novos prédios
a sua elaboração, estabelecendo nomeadamente: ou fichas individuais, com a indicação da respectiva
área, área destinada à implantação dos edifícios e das
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . construções anexas, área de construção, volumetria,
b) As operações de transformação fundiária neces- cércea e número de pisos acima e abaixo da cota de
sárias e a definição das regras relativas às obras de soleira para cada um dos edifícios, número de fogos e
urbanização; utilização dos edifícios e dos fogos;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e) Planta com as áreas de cedência para o domínio
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . municipal;
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder, sua
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . finalidade e área de implantação e de construção dos
g) As regras para a ocupação e gestão dos espaços equipamentos de utilização colectiva;
públicos; g) Quadro de transformação fundiária explicitando o
h) A implantação das redes de infra-estruturas, com relacionamento entre os prédios originários e os prédios
delimitação objectiva das áreas a elas afectas; resultantes da operação de transformação fundiária.
i) Os critérios de inserção urbanística e o dimen-
sionamento dos equipamentos de utilização colectiva 4 — Os demais elementos que acompanham o plano
e a respectiva localização no caso dos equipamentos de pormenor são fixados por portaria do membro do
públicos; Governo responsável pelo ordenamento do território.
j) A identificação dos sistemas de execução do plano
e a programação dos investimentos públicos associa- Artigo 93.º
dos, bem como a sua articulação com os investimentos
privados; [...]
l) A estruturação das acções de perequação com- 1 — Os instrumentos de gestão territorial podem
pensatória. ser objecto de alteração, de rectificação, de revisão e
de suspensão.
2 — (Revogado.) 2— .....................................
3— ..................................... a) Da evolução das condições económicas, sociais,
culturais e ambientais que lhes estão subjacentes e que
Artigo 92.º fundamentam as opções definidas no plano, desde que
[…] revista carácter parcial, designadamente se restrinja a uma
parte delimitada da respectiva área de intervenção;
1— ..................................... b) Da ratificação ou da aprovação de planos muni-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cipais ou da aprovação de planos especiais de ordena-
b) Planta de implantação, que representa o regime de mento do território que com eles não se compatibilizem
uso, ocupação e transformação da área de intervenção; ou conformem;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2— ..................................... 3 — A revisão dos instrumentos de gestão territorial


implica a reconsideração e reapreciação global, com ca-
a) Relatório, contendo a fundamentação técnica das rácter estrutural ou essencial, das opções estratégicas do
soluções propostas no plano, suportada na identificação plano, dos princípios e objectivos do modelo territorial
e caracterização objectiva dos recursos territoriais da definido ou dos regimes de salvaguarda e valorização
sua área de intervenção e na avaliação das condições dos recursos e valores territoriais.
económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua 4— .....................................
execução;
b) Relatório ambiental, sempre que seja necessário Artigo 95.º
proceder à avaliação ambiental nos termos dos n.os 5 e
6 do artigo 74.º, no qual se identificam, descrevem e […]
avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente 1— .....................................
resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas 2— .....................................
razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito
de aplicação territorial respectivos; a) As alterações por adaptação previstas no artigo 97.º
c) Peças escritas e desenhadas que suportem as ope- e as rectificações previstas no artigo 97.º-A;
rações de transformação fundiária previstas, nomeada- b) As alterações simplificadas previstas no ar-
mente para efeitos de registo predial; tigo 97.º-B;
d) [Anterior alínea c).] c) [Anterior alínea b).]
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6629

d) As alterações resultantes de situações de interesse c) Da incompatibilidade com a estrutura regional do


público não previstas nas opções do plano reconhecidas sistema urbano, das redes, das infra-estruturas e dos
por despacho do membro do Governo responsável pelo equipamentos de interesse regional e com a delimitação
ordenamento do território e do ministro competente em da estrutura regional de protecção e valorização am-
razão da matéria, designadamente decorrentes da ne- biental definidas em plano regional de ordenamento do
cessidade de instalação de infra-estruturas de produção território posteriormente aprovado, no caso dos planos
e transporte de energias renováveis, de infra-estruturas municipais de ordenamento do território;
rodoviárias, de redes de saneamento básico e de abasteci- d) Da variação total máxima de 3 % da área de cons-
mento de água, de acções de realojamento, da reconversão trução inicialmente prevista em planos de urbanização
de áreas urbanas de génese ilegal e as relativas à reserva e de pormenor;
ecológica e reserva agrícola nacionais, bem como da e) (Revogada.)
classificação de monumentos, conjuntos e sítios;
e) As alterações aos planos de ordenamento de áreas 2 — As adaptações referidas no número anterior
protegidas decorrentes de alterações dos limites da área devem estar concluídas, no prazo de 90 dias, pela
protegida respectiva. entidade responsável pela elaboração do plano, atra-
Artigo 96.º vés da reformulação dos elementos na parte afectada,
[…]
aplicando-se o disposto nos artigos 148.º a 151.º do
presente diploma.
1 — As alterações aos instrumentos de gestão territo- 3 — Para além do disposto no número anterior, às
rial seguem, com as devidas adaptações, os procedimen- adaptações aos planos municipais de ordenamento do
tos previstos no presente diploma para a sua elaboração, território referidas no n.º 1 aplica-se o disposto no n.º 1
aprovação, ratificação e publicação, com excepção do do artigo 79.º
disposto nos números e artigos seguintes. 4 — (Revogado.)
2 — São objecto de acompanhamento nos termos do
disposto no artigo 75.º-C do presente decreto-lei com as Artigo 99.º
devidas adaptações, as alterações aos planos especiais
[…]
de ordenamento do território previstas nas alíneas b) a
d) do n.º 2 do artigo anterior, bem como as alterações 1 — A suspensão, total e parcial, de instrumentos de
ao plano director municipal. desenvolvimento territorial e de instrumentos de política
3 — As pequenas alterações aos instrumentos de sectorial ocorre quando se verifiquem circunstâncias
gestão territorial só são objecto de avaliação ambiental excepcionais resultantes de alteração significativa das
no caso de se determinar que são susceptíveis de ter perspectivas de desenvolvimento económico-social
efeitos significativos no ambiente. incompatíveis com a concretização das opções esta-
4 — A qualificação das alterações para efeitos do belecidas no plano, ouvidas as câmaras municipais das
número anterior compete à entidade responsável pela autarquias abrangidas, a comissão de coordenação e
elaboração do plano de acordo com os critérios estabe- desenvolvimento regional e a entidade pública respon-
lecidos no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de sável pela elaboração do plano sectorial.
Junho, podendo ser precedida de consulta às entidades às 2 — A suspensão dos instrumentos de desenvolvi-
quais, em virtude das suas responsabilidades ambientais mento territorial e de instrumentos de política sectorial
específicas, possam interessar os efeitos ambientais é determinada pelo mesmo tipo de acto que os haja
resultantes da aplicação do plano. aprovado.
5 — Sempre que seja solicitado parecer nos termos 3 — O acto que determina a suspensão deve conter
do número anterior, esse parecer deve, nos casos em que a fundamentação, o prazo e a incidência territorial da
se justifique, conter também a pronúncia sobre o âmbito suspensão, bem como indicar expressamente as dispo-
da avaliação ambiental e sobre o alcance da informação sições suspensas.
a incluir no relatório ambiental.
6 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números Artigo 100.º
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
[…]
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso
desse prazo. 1— .....................................
7 — A revisão dos instrumentos de gestão territorial 2— .....................................
segue, com as devidas adaptações, os procedimentos
a) Por resolução do Conselho de Ministros, em ca-
estabelecidos no presente diploma para a sua elaboração,
sos excepcionais de reconhecido interesse nacional ou
aprovação, ratificação e publicação.
regional, ouvidas as câmaras municipais das autarquias
8 — (Anterior n.º 3.)
abrangidas;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 97.º
Alteração por adaptação 3 — As resoluções do Conselho de Ministros e a
1 — A alteração por adaptação dos instrumentos de deliberação referidas nos números anteriores devem
gestão territorial decorre: conter a fundamentação, o prazo e a incidência territo-
rial da suspensão, bem como indicar expressamente as
a) Da entrada em vigor de leis ou regulamentos, disposições suspensas.
designadamente planos sectoriais, planos especiais e 4— .....................................
planos municipais de ordenamento do território; 5 — A ratificação pelo Governo da deliberação da as-
b) (Revogada.) sembleia municipal prevista na alínea b) do n.º 2 incide
6630 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

exclusivamente sobre a suspensão do plano municipal território, procedendo-se oficiosamente aos necessários
de ordenamento do território e destina-se a assegurar o averbamentos.
cumprimento das disposições legais e regulamentares Artigo 107.º
aplicáveis. […]
Artigo 101.º
1— .....................................
[…]
2— .....................................
1 — A compatibilidade ou conformidade entre os 3 — O estabelecimento de medidas preventivas por
diversos instrumentos de gestão territorial é condição motivo de revisão ou alteração de um plano deter-
da respectiva validade. mina a suspensão da eficácia deste na área abrangida
2— ..................................... por aquelas medidas e, ainda, sob proposta da câmara
municipal à assembleia municipal, a suspensão dos
Artigo 102.º demais planos municipais de ordenamento do território
em vigor na mesma área, nos casos em que assim se
[…]
justifique.
1 — São nulos os planos elaborados e aprovados em 4— .....................................
violação de qualquer instrumento de gestão territorial 5— .....................................
com o qual devessem ser compatíveis ou conformes. 6— .....................................
2— ..................................... 7— .....................................
8— .....................................
Artigo 104.º 9— .....................................
[…]
Artigo 109.º
1— ..................................... […]
2— .....................................
3— ..................................... 1— .....................................
4— ..................................... 2 — O estabelecimento de medidas preventivas nos
5— ..................................... casos previstos no n.º 9 do artigo 107.º é aprovado por
6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Ins- resolução do Conselho de Ministros.
tituto da Construção e do Imobiliário, I. P. 3 — Apenas estão sujeitas a ratificação, nos termos
7— ..................................... do n.º 2 do artigo 80.º, as medidas preventivas relativas
8— ..................................... ao plano director municipal que consistam na limitação
ou na sujeição a parecer vinculativo das acções previstas
a) O presidente da câmara municipal ou o presidente no n.º 4 do artigo 107.º
da comissão de coordenação e desenvolvimento regio- 4— .....................................
nal da área, no caso de violação de plano municipal de 5 — A deliberação municipal referida no n.º 1, bem
ordenamento do território; como a de prorrogação das medidas preventivas está
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sujeita a publicação nos termos da alínea e) do n.º 4
do artigo 148.º
Artigo 105.º Artigo 113.º
[…] […]
1— .....................................
1— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
b) Pelo membro do Governo responsável pelo orde- 3— .....................................
namento do território, quando violem plano especial de 4— .....................................
ordenamento do território ou quando esteja em causa 5— .....................................
a prossecução de objectivos de interesse nacional ou 6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Ins-
regional; tituto da Construção e do Imobiliário, I. P.
c) (Revogada.) 7— .....................................
8— .....................................
2 — Quando se verifique a realização de trabalhos ou
obras, não precedidos do licenciamento ou comunicação Artigo 114.º
prévia legalmente devidos, que violem plano munici-
[…]
pal ou plano especial de ordenamento do território, o
membro do Governo responsável pelo ordenamento do 1— .....................................
território deve participar o facto ao presidente da câmara 2 — A competência para ordenar o embargo, a de-
municipal para os efeitos previstos no número anterior. molição, a reposição da configuração do terreno ou a
3— ..................................... recuperação do coberto vegetal referidos no número
4 — As ordens de embargo e de demolição são ob- anterior pertence ao presidente da câmara municipal ou,
jecto de registo na conservatória de registo predial com- quando se trate de medidas preventivas estabelecidas
petente mediante comunicação do presidente da câmara pelo Governo, ao presidente da comissão de coordena-
municipal, da comissão de coordenação e desenvolvi- ção e desenvolvimento regional ou ao órgão competente
mento regional ou do órgão competente dependente do dependente do membro do Governo responsável pelo
membro do Governo responsável pelo ordenamento do ordenamento do território.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6631

Artigo 115.º ou dos fogos e de obtenção dos respectivos proventos,


[…]
bem como a aquisição do direito de propriedade ou de
superfície.
São nulos os actos administrativos que decidam pedi- 10 — A operação de reparcelamento em área abran-
dos de licenciamento ou admitam comunicações prévias gida por plano de pormenor que contenha as menções
com inobservância das proibições ou limitações conse- constantes das alíneas a) a d), h) e i) do n.º 1 do ar-
quentes do estabelecimento de medidas preventivas ou tigo 91.º pode concretizar-se através dos contratos re-
que violem os pareceres vinculativos nelas previstos. feridos no números anteriores e registo efectuado nos
termos dos artigos 92.º-A e 92.º-B, não lhe sendo apli-
Artigo 117.º cável o disposto no n.º 6 do presente artigo.
Suspensão de procedimentos
Artigo 132.º
1 — Nas áreas a abranger por novas regras urba-
nísticas constantes de plano especial ou municipal de […]
ordenamento do território ou sua revisão, os procedi- 1— .....................................
mentos de informação prévia, de comunicação prévia 2 — Os proprietários podem fixar, por unanimidade,
e de licenciamento ficam suspensos a partir da data outro critério, tendo em conta, designadamente, a parti-
fixada para o início do período de discussão pública e cipação das outras entidades interessadas nos encargos
até à data da entrada em vigor daqueles instrumentos decorrentes da operação de reparcelamento.
de planeamento. 3— .....................................
2 — Cessando a suspensão do procedimento nos 4— .....................................
termos do número anterior, este é decidido de acordo 5— .....................................
com as novas regras urbanísticas em vigor.
3— ..................................... Artigo 133.º
4— .....................................
5— ..................................... […]
6 — Caso o plano seja aprovado com alterações ao 1 — O licenciamento ou a aprovação da operação de
projecto a que se refere o número anterior, os interessa- reparcelamento produz os seguintes efeitos:
dos podem, querendo, reformular a sua pretensão, dis-
pondo de idêntica possibilidade aqueles que não tenham a) Constituição de lotes para construção ou de par-
feito uso da faculdade prevista no mesmo número. celas para urbanização;
b) Substituição, com plena eficácia real, dos antigos
Artigo 131.º terrenos pelos novos lotes ou parcelas;
c) Transmissão para a câmara municipal, de pleno
[…] direito e livre de quaisquer ónus ou encargos, das par-
1 — O reparcelamento da propriedade é a operação celas de terrenos para espaços verdes públicos e de
que consiste no agrupamento de terrenos localizados utilização colectiva, infra-estruturas, designadamente
dentro de perímetros urbanos delimitados em plano arruamentos viários e pedonais, e equipamentos públi-
municipal de ordenamento do território e na sua pos- cos que, de acordo com a operação de reparcelamento,
terior divisão ajustada àquele, com a adjudicação das devam integrar o domínio público.
parcelas resultantes aos primitivos proprietários ou a
outras entidades interessadas na operação. 2 — A operação de reparcelamento concretizada nos
2— ..................................... termos do n.º 10 do artigo 131.º produz os efeitos referi-
3 — A operação de reparcelamento é da iniciativa dos no número anterior com as adaptações decorrentes
dos proprietários, directamente ou conjuntamente com do disposto nos artigos 92.º-A e 92.º-B.
outras entidades interessadas, ou da câmara municipal,
isoladamente ou em cooperação. Artigo 134.º
4 — A operação de reparcelamento da iniciativa dos […]
proprietários inicia-se com a apresentação de reque-
rimento dirigido ao presidente da câmara municipal, 1— .....................................
instruído com o projecto de reparcelamento subscrito 2— .....................................
por todos os proprietários dos terrenos abrangidos, bem 3 — Os custos da urbanização são repartidos pe-
como pelas demais entidades interessadas, no caso de los proprietários e as outras entidades interessadas ou
iniciativa conjunta. por estes e pela câmara municipal nos termos do ar-
5— ..................................... tigo 142.º
6— ..................................... Artigo 144.º
7— ..................................... […]
8 — As relações entre os proprietários e entre estes
e outras entidades interessadas são reguladas por con- 1 — As entidades responsáveis pela elaboração dos
trato de urbanização, sendo as relações entre estes e o instrumentos de gestão territorial promovem a perma-
município reguladas por contrato de desenvolvimento nente avaliação da adequação e concretização da disci-
urbano. plina consagrada nos mesmos, bem como, relativamente
9 — Os contratos previstos no número anterior po- aos planos sujeitos a avaliação ambiental, dos efeitos
dem prever a transferência para as outras entidades significativos da sua execução no ambiente, por forma
interessadas dos direitos de comercialização dos prédios a identificar os efeitos negativos imprevistos e aplicar
6632 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

as necessárias medidas correctivas previstas na decla- d) A deliberação municipal que aprova o plano mu-
ração ambiental. nicipal de ordenamento do território não sujeito a ratifi-
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, cação, incluindo o regulamento, a planta de zonamento
será criado, no âmbito da Direcção-Geral do Ordena- ou de implantação e a planta de condicionantes;
mento do Território e Desenvolvimento Urbano, um e) A deliberação municipal que aprova as medidas
observatório responsável pela recolha e tratamento da preventivas não sujeitas a ratificação, incluindo o res-
informação de carácter estatístico, técnico e científico pectivo texto e a planta de delimitação, bem como a
relevante, o qual elaborará relatórios periódicos de deliberação municipal que aprova a prorrogação do
avaliação incidindo, nomeadamente, sobre o desen- prazo de vigência das medidas preventivas.
volvimento das orientações fundamentais do programa
nacional da política de ordenamento do território e em Artigo 149.º
especial sobre a articulação entre as acções sectoriais, […]
recomendando, quando necessário, a respectiva revisão
ou alteração. 1 — O programa nacional da política de ordenamento
do território, os planos sectoriais, os planos especiais
3— .....................................
e os planos regionais de ordenamento do território di-
4— .....................................
vulgados nos termos previstos no artigo anterior de-
5— ..................................... vem ainda ser objecto de publicitação em dois jornais
diários, num semanário de grande expansão nacional e
Artigo 147.º na página da Internet das entidades responsáveis pela
[…] sua elaboração.
2 — Os planos municipais de ordenamento do ter-
O Governo promove a criação e o desenvolvimento ritório e as medidas preventivas devem ser objecto de
de um sistema nacional de informação territorial, inte- publicitação nos boletins municipais, caso existam, bem
grando os elementos de análise relevante nos âmbitos como em dois jornais diários, num semanário de grande
nacional, regional e local, a funcionar em articulação expansão nacional e na página da Internet das entidades
com o observatório referido no artigo 144.º responsáveis pela sua elaboração.
3— .....................................
Artigo 148.º
[…] Artigo 150.º
Depósito e consulta
1— .....................................
2— ..................................... 1 — A Direcção-Geral do Ordenamento do Terri-
tório e Desenvolvimento Urbano procede ao depósito
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de todos os instrumentos de gestão territorial com o
b) A resolução do Conselho de Ministros que deter-
conteúdo documental integral previsto no presente di-
mina a suspensão de plano municipal de ordenamento ploma, incluindo as alterações, revisões, suspensões,
do território; adaptações e rectificações de que sejam objecto, bem
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . como das medidas preventivas, disponibilizando a sua
d) (Revogada.) consulta a todos os interessados.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
f) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica 3 — A consulta dos instrumentos de gestão territo-
o plano director municipal, incluindo o regulamento, a rial prevista neste artigo deve igualmente ser possível
planta de ordenamento e a planta de condicionantes; em suporte informático adequado e através do sistema
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nacional de informação territorial.
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 151.º
j) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica Instrução dos pedidos de depósito
a suspensão do plano municipal de ordenamento do
território, incluindo o respectivo texto e a planta de 1 — Para efeitos do depósito de planos intermunici-
delimitação. pais e de planos municipais de ordenamento do território
não sujeitos a ratificação, assim como das respectivas
3 — No caso da ratificação prevista na alínea f) do alterações e revisões, e ainda de medidas preventivas,
número anterior ser parcial, devem ser identificadas no no prazo de 15 dias após a sua publicação no Diário
regulamento publicado as disposições não ratificadas. da República, a assembleia intermunicipal ou a câmara
4 — São publicados na 2.ª série do Diário da Re- municipal, conforme o caso, remete à Direcção-Geral do
pública: Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
uma colecção completa das peças escritas e gráficas
a) Os avisos de abertura do período de discussão que, nos termos do presente decreto-lei, constituem o
pública dos instrumentos de gestão territorial; conteúdo documental do instrumento de gestão terri-
b) A deliberação municipal que determina a elabo- torial, bem como cópia autenticada da deliberação da
ração de plano municipal de ordenamento do território; assembleia municipal que aprova o plano, o respectivo
c) A deliberação das assembleias municipais ou da relatório ambiental, os pareceres emitidos nos termos do
assembleia intermunicipal que aprova o plano inter- presente diploma ou a acta da conferência de serviços,
municipal de ordenamento do território, incluindo o quando a eles houver lugar, e o relatório de ponderação
relatório e as peças gráficas ilustrativas; dos resultados da discussão pública.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6633

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, acompanham a proposta de plano no decurso do período
no prazo de 15 dias após a publicação no Diário da de discussão pública nos termos do n.º 3 do artigo 77.º
República, as entidades responsáveis pela elaboração do presente diploma.
dos demais instrumentos de gestão territorial previstos 7 — Aos contratos celebrados entre o Estado e outras
no presente decreto-lei remetem à Direcção-Geral do entidades públicas e as autarquias locais que tenham
Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano por objecto a elaboração, alteração, revisão ou execu-
uma colecção completa das peças escritas e gráficas que, ção de instrumentos de gestão territorial, aplicam-se,
nos termos do presente diploma, constituem o conteúdo com as necessárias adaptações, os n.os 2 e 3 do presente
documental do instrumento de gestão territorial. artigo.
3 — (Revogado.) Artigo 6.º- B
4 — (Revogado.)
5 — (Revogado.)» Procedimento concursal
1 — O regulamento do plano director municipal
Artigo 3.º ou do plano de urbanização pode fazer depender de
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro procedimento concursal e da celebração de contrato, a
elaboração de planos de urbanização ou de planos de
São aditados os artigos 6.º-A, 6.º-B, 75.º-A, 75.º-B, pormenor para a respectiva execução.
75.º-C, 91.º-A, 92.º-A, 92.º-B, 97.º-A, 97.º-B e 151.º-A ao 2 — Nos regulamentos referidos no número anterior
Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção devem ser estabelecidas as regras gerais relativas ao
conferida pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de Abril, pelo procedimento concursal e às condições de qualificação,
Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pela Lei avaliação e selecção das propostas, bem como ao con-
n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei n.º 56/2007, teúdo do contrato e às formas de resolução de litígios.
de 31 de Agosto, com a seguinte redacção:
Artigo 75.º-A
«Artigo 6.º-A
Acompanhamento dos planos directores municipais
Contratualização
1 — O acompanhamento da elaboração do plano
1 — Os interessados na elaboração, alteração ou re- director municipal é assegurado por uma comissão de
visão de um plano de urbanização ou de um plano de acompanhamento, cuja composição deve traduzir a na-
pormenor podem apresentar à câmara municipal pro- tureza dos interesses a salvaguardar e a relevância das
postas de contratos que tenham por objecto a elaboração implicações técnicas a considerar, integrando represen-
de um projecto de plano, sua alteração ou revisão, bem tantes de serviços e entidades da administração directa
como a respectiva execução. ou indirecta do Estado, das Regiões Autónomas, do
2 — Os contratos previstos no número anterior não
município e de outras entidades públicas cuja partici-
prejudicam o exercício dos poderes públicos municipais
pação seja aconselhável no âmbito do plano.
relativamente ao procedimento, conteúdo, aprovação e
execução do plano, bem como à observância dos regi- 2 — Deve ser garantida a integração na comissão de
mes legais relativos ao uso do solo e às disposições dos acompanhamento das entidades às quais, em virtude das
demais instrumentos de gestão territorial com os quais suas responsabilidades ambientais específicas, possam
o plano de urbanização ou o plano de pormenor devam interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação
ser compatíveis ou conformes. do plano, as quais exercem na comissão as competências
3 — Para além do disposto no número anterior, o consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-
contrato não substitui o plano na definição do regime do -Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a
uso do solo, apenas adquirindo eficácia para tal efeito na elaboração do relatório ambiental.
medida em que vier a ser incorporado no plano e preva- 3 — A comissão de acompanhamento deve ser cons-
lecendo em qualquer caso o disposto neste último. tituída no prazo de 30 dias após solicitação da câmara
4 — O procedimento de formação do contrato de- municipal.
pende de deliberação da câmara municipal, devidamente 4 — A comissão fica obrigada a um acompanhamento
fundamentada, que explicite, designadamente: assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração do
futuro plano, devendo, no final, apresentar um parecer
a) As razões que justificam a sua adopção; escrito, assinado por todos os seus membros, com men-
b) A oportunidade da deliberação tendo em conta os ção expressa da orientação defendida, que se pronuncie
termos de referência do futuro plano, designadamente sobre os aspectos seguintes:
a sua articulação e coerência com a estratégia territorial
do município e o seu enquadramento na programação a) Cumprimento das normas legais e regulamentares
constante do plano director municipal ou do plano de aplicáveis;
urbanização; b) Compatibilidade ou conformidade da proposta
c) A eventual necessidade de alteração aos planos de plano com os instrumentos de gestão territorial efi-
municipais de ordenamento do território em vigor. cazes;
c) Fundamento técnico das soluções defendidas pela
5 — As propostas de contratos e a deliberação re- câmara municipal.
ferida no número anterior são objecto de divulgação
pública nos termos do n.º 2 do artigo 77.º do presente 5 — O parecer da comissão deve exprimir a aprecia-
diploma, pelo prazo mínimo de 10 dias. ção realizada pelas diversas entidades representadas,
6 — Os contratos são publicitados conjuntamente incluindo a posição final das entidades que formalmente
com a deliberação que determina a elaboração do plano e discordaram das soluções projectadas.
6634 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

6 — O parecer final da comissão acompanha a pro- 4 — São convocadas para a conferência de serviços
posta de plano apresentada pela câmara municipal à as entidades às quais, em virtude das suas responsa-
assembleia municipal. bilidades ambientais específicas, possam interessar
7 — Para efeitos de avaliação ambiental, o parecer os efeitos ambientais resultantes da aplicação do
final da comissão integra a análise sobre o relatório plano.
ambiental considerando especificadamente a posição 5 — A convocatória da conferência de serviços é
das entidades referidas no n.º 2. acompanhada das propostas de plano de urbanização
8 — A constituição, a composição e o funcionamento e de plano de pormenor, bem como dos respectivos
da comissão de acompanhamento são regulados por relatórios ambientais, e deve ser efectuada com a ante-
portaria do membro do Governo responsável pelo or- cedência de 15 dias.
denamento do território.
Artigo 91.º -A
Artigo 75.º-B
Modalidades específicas
Comissão de acompanhamento
1 — O plano de pormenor pode adoptar modalidades
1 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2 do arti- específicas com conteúdo material adaptado a finali-
go anterior, a designação dos representantes dos serviços dades particulares de intervenção previstas nos termos
e entidades da administração directa ou indirecta do de referência do plano e na deliberação municipal que
Estado e das Regiões Autónomas inclui a delegação determinou a respectiva elaboração.
ou subdelegação dos poderes adequados para efeitos 2 — São modalidades específicas de plano de por-
de vinculação daqueles serviços e entidades. menor:
2 — A posição manifestada pelos representantes dos
serviços e entidades da administração directa ou indi- a) O plano de intervenção no espaço rural;
recta do Estado e das Regiões Autónomas no parecer b) O plano de pormenor de reabilitação urbana;
previsto no n.º 3 do artigo anterior substitui os parece- c) O plano de pormenor de salvaguarda.
res que aqueles serviços e entidades devessem emitir,
a qualquer título, sobre o plano, nos termos legais e 3 — O plano de intervenção no espaço rural abrange
regulamentares. solo rural e estabelece as regras relativas a:
3 — Caso o representante de um serviço ou entidade
não manifeste, na reunião da comissão de acompanha- a) Construção de novas edificações e reconstrução,
mento que aprova o parecer final, a sua concordância alteração, ampliação ou demolição das edificações exis-
com as soluções projectadas, ou, apesar de regularmente tentes, quando tal se revele necessário ao exercício das
convocado, não compareça à reunião, considera-se que actividades autorizadas no solo rural;
o serviço ou entidade por si representado nada tem a b) Implantação de novas infra-estruturas de cir-
opor à proposta de plano director municipal, desde que culação de veículos, animais e pessoas, e de novos
não manifeste a sua discordância no prazo de cinco dias equipamentos públicos ou privados de utilização co-
após a comunicação do resultado da reunião. lectiva, e a remodelação, ampliação ou alteração dos
existentes;
Artigo 75.º-C c) Criação ou a beneficiação de espaços de utilização
colectiva, públicos ou privados, e respectivos acessos e
Acompanhamento dos planos de urbanização áreas de estacionamento;
e dos planos de pormenor
d) Criação de condições para a prestação de serviços
1 — O acompanhamento da elaboração dos planos complementares das actividades autorizadas no solo
de urbanização e dos planos de pormenor é faculta- rural;
tivo. e) Operações de protecção, valorização e requalifi-
2 — No decurso da elaboração dos planos, a câmara cação da paisagem.
municipal solicita o acompanhamento que entender ne-
cessário, designadamente a emissão de pareceres sobre 4 — O plano de intervenção no espaço rural não pode
as propostas de planos ou a realização de reuniões de promover a reclassificação do solo rural em urbano, com
acompanhamento à comissão de coordenação e desen- excepção justificada das áreas expressamente destinadas
volvimento regional territorialmente competente ou à edificação e usos urbanos complementares.
às demais entidades representativas dos interesses a 5 — O plano de pormenor de reabilitação urbana
ponderar. abrange solo urbano correspondente à totalidade ou a
3 — Concluída a elaboração, a câmara municipal parte de:
apresenta a proposta de plano, os pareceres eventual-
mente emitidos e o relatório ambiental, à comissão de a) Um centro histórico delimitado em plano director
coordenação e desenvolvimento regional territorial- municipal ou plano de urbanização eficaz;
mente competente que, no prazo de 22 dias, procede à b) Uma área crítica de recuperação e reconversão
realização de uma conferência de serviços com todas urbanística;
as entidades representativas dos interesses a ponderar, c) Uma área de reabilitação urbana constituída nos
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto termos da lei.
no artigo 75.º-B e devendo a acta respectiva conter o
parecer da comissão de coordenação e desenvolvi- 6 — O plano de pormenor de reabilitação urbana
mento regional sobre os aspectos previstos no n.º 4 do pode delimitar áreas a sujeitar à aplicação de regimes
artigo 75.º-A. específicos de reabilitação urbana previstos na lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6635

7 — O conteúdo do plano de pormenor de salvaguarda aceitação, como título bastante para cancelamento da
é definido nos termos previstos na Lei n.º 107/2001, de inscrição da hipoteca legal.
8 de Setembro.
Artigo 97.º-A
Artigo 92.º-A
Rectificação
Efeitos registais
1 — As rectificações dos instrumentos de gestão ter-
1 — A certidão do plano de pormenor que contenha ritorial são admissíveis para efeitos de:
as menções constantes das alíneas a) a d), h) e i) do
n.º 1 do artigo 91.º, constitui título bastante para a a) Correcções de erros materiais provenientes de
individualização no registo predial dos prédios re- divergências entre os elementos aprovados e os ele-
sultantes das operações de loteamento, estruturação mentos publicados;
da compropriedade ou reparcelamento previstas no b) Correcções de erros materiais ou de cálculo, pa-
plano. tentes e manifestos, nas disposições regulamentares ou
2 — O registo previsto no número anterior incide na representação cartográfica;
apenas sobre as descrições prediais de que o requerente c) Acertos de cartografia determinados por incorrec-
seja titular inscrito. ções de cadastro, de transposição de escalas, de defi-
3 — Nas situações de estruturação da comproprie- nição de limites físicos identificáveis no terreno, bem
dade ou de reparcelamento, o registo referido no n.º 1 como por discrepâncias entre plantas de condicionantes
depende da apresentação, respectivamente, do acordo de e plantas de ordenamento;
estruturação da compropriedade ou de um dos contratos d) Correcções de regulamentos ou de plantas deter-
previstos no n.º 8 do artigo 131.º minadas por incongruência entre os mesmos.
4 — O acordo e os contratos referidos no número
anterior são oponíveis ao proprietário ou ao compro- 2 — Ao procedimento de elaboração, aprovação e
prietário que tenha inscrito o seu direito após a data da publicação das declarações de rectificação aplica-se o
respectiva celebração. disposto nos n.os 2 e 3 do artigo anterior.
5 — É dispensada a menção do sujeito passivo nas
aquisições por estruturação da compropriedade ou por Artigo 97.º-B
reparcelamento. Alteração simplificada
6 — As parcelas de terreno cedidas ao municí-
pio integram -se no domínio municipal no acto de 1 — Estão sujeitas a um regime procedimental sim-
individualização no registo predial dos lotes res- plificado as alterações de planos municipais de orde-
pectivos. namento do território que resultem da necessidade de
7 — Nas situações previstas no presente artigo não integrar a lacuna originada pela cessação de restrições
é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 49.º do regime e servidões de utilidade pública ou pela desafectação
jurídico da urbanização e da edificação. de bens imóveis do domínio público ou dos fins de
utilidade pública a que se encontravam adstritos, de-
Artigo 92.º-B signadamente os do domínio privado indisponível do
Estado, quando:
Taxas e obras de urbanização
a) A área se insira em perímetro urbano;
1 — Sempre que outra solução não resulte do plano b) A área seja igual ou inferior à da maior par-
de pormenor, a emissão da certidão referida no n.º 1 do cela existente na área envolvente e que constituíam
artigo anterior depende do prévio pagamento: uma unidade harmoniosa que garanta a integração do
a) Da taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º ponto de vista urbanístico e a qualidade do ambiente
da Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro, apenas nos urbano.
casos em que o plano de pormenor não preveja a reali-
zação de obras de urbanização; 2 — A integração a que se refere o número ante-
b) Das compensações em numerário devidas nos rior procede-se por analogia, através da aplicação
termos do n.º 4 do artigo 44.º do regime jurídico da das normas do plano aplicáveis às parcelas confi-
urbanização e da edificação. nantes.
3 — A deliberação da câmara municipal que deter-
2 — A certidão do plano de pormenor identifica a mina a alteração simplificada nos termos do presente
forma e o montante da caução de boa execução das obras artigo deve conter a proposta integradora que resulta
de urbanização referentes aos lotes a individualizar nos da aplicação das normas aplicáveis às parcelas confi-
termos do artigo anterior. nantes.
3 — Na falta de indicação e fixação de caução nos 4 — Decidida a alteração, a câmara municipal pro-
termos do número anterior, a caução é prestada por cede à publicitação e divulgação da proposta, estabe-
primeira hipoteca legal sobre os lotes a individualizar, lecendo um prazo, que não deve ser inferior a 10 dias,
calculada de acordo com a respectiva comparticipação para a apresentação de reclamações, observações ou
nos custos de urbanização. sugestões.
4 — Cada prédio responde apenas pela parte do mon- 5 — Findo o prazo previsto no número anterior e pon-
tante da garantia que lhe cabe nos termos da parte final deradas as participações, a câmara municipal reformula
do número anterior, sendo lícito ao seu titular requerer os elementos do plano na parte afectada.
a substituição da hipoteca legal por outro meio de cau- 6 — As alterações aos planos municipais de ordena-
ção admissível, valendo a deliberação camarária de mento do território referidas neste artigo estão sujeitas
6636 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

ao disposto nos artigos 78.º e 79.º, aplicando-se o dis- Artigo 7.º


posto nos artigos 148.º a 151.º Regiões Autónomas

Artigo 151.º-A O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autónomas


dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das adaptações
Informação e divulgação decorrentes da estrutura da administração regional autó-
1 — Após a publicação no Diário da República noma.
de instrumento de gestão territorial sujeito a avalia- Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 de
ção ambiental, a entidade competente pela respectiva Junho de 2007. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
elaboração envia à Agência Portuguesa do Ambiente sa — Luís Filipe Marques Amado — Fernando Teixeira
uma declaração contendo os elementos referidos no dos Santos — Rui Carlos Pereira — José Manuel Vieira
artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Ju- Conde Rodrigues — Humberto Delgado Ubach Chaves
nho. Rosa.
2 — A informação referida no número anterior é dis-
ponibilizada ao público pela entidade responsável pela Promulgado em 10 de Setembro de 2007.
elaboração do plano através da respectiva página da Publique-se.
Internet, podendo igualmente ser publicitada na página
da Internet da Agência Portuguesa do Ambiente.» O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 12 de Setembro de 2007.
Artigo 4.º
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
Regime transitório de Sousa.
1 — O presente decreto-lei aplica-se aos procedimentos ANEXO
já iniciados à data da sua entrada em vigor, sem prejuízo
da salvaguarda dos actos já praticados. Republicação do Decreto-Lei n.º 380/99,
de 22 de Setembro
2 — Excepcionam-se do disposto no número anterior
os procedimentos relativos aos instrumentos de gestão CAPÍTULO I
territorial que se encontrem em fase de discussão pública
ou em momento ulterior do procedimento, à data da entrada Disposições gerais
em vigor do presente decreto-lei. SECÇÃO I
3 — Aos procedimentos relativos à elaboração, revi-
são e alteração dos planos municipais de ordenamento Disposições gerais
do território referidos no número anterior aplicam-se as
disposições constantes dos artigos 78.º, 80.º e 148.º a 151.º Artigo 1.º
do presente decreto-lei. Objecto
4 — Mantém-se em vigor o artigo 91.º do Decreto-Lei
n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei O presente diploma desenvolve as bases da política de
n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, quanto às modalidades ordenamento do território e de urbanismo, definindo o
simplificadas de plano de pormenor previstas no n.º 2 regime de coordenação dos âmbitos nacional, regional e
daquele artigo, relativamente aos planos cuja elaboração municipal do sistema de gestão territorial, o regime geral de
haja sido deliberada pela câmara municipal até à data da uso do solo e o regime de elaboração, aprovação, execução
entrada em vigor do presente decreto-lei. e avaliação dos instrumentos de gestão territorial.

Artigo 2.º
Artigo 5.º
Sistema de gestão territorial
Norma revogatória
1 — A política de ordenamento do território e de ur-
São revogados os n.os 3 e 4 do artigo 32.º, o n.º 4 do ar- banismo assenta no sistema de gestão territorial, que se
tigo 39.º, os n.os 3 e 4 do artigo 57.º, o artigo 68.º, os n.os 2 organiza, num quadro de interacção coordenada, em três
a 10 do artigo 75.º, os n.os 4 a 6 do artigo 76.º, os n.os 10 âmbitos:
e 11 do artigo 77.º, o n.º 2 do artigo 91.º, as alíneas b) e
e) do n.º 1 e o n.º 4 do artigo 97.º, a alínea c) do n.º 1 do a) O âmbito nacional;
artigo 105.º, a alínea d) do n.º 2 do artigo 148.º, os n.os 3 b) O âmbito regional;
a 5 do artigo 151.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de c) O âmbito municipal.
Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de
Abril, pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezem- 2 — O âmbito nacional é concretizado através dos se-
bro, pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei guintes instrumentos:
n.º 56/2007, de 31 de Agosto. a) O Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território;
Artigo 6.º b) Os planos sectoriais com incidência territorial;
Republicação c) Os planos especiais de ordenamento do território,
compreendendo os planos de ordenamento de áreas pro-
É republicado, em anexo, que faz parte integrante do tegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de águas
presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de públicas, os planos de ordenamento da orla costeira e os
Setembro, com a redacção actual. planos de ordenamento dos estuários.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6637

3 — O âmbito regional é concretizado através dos pla- Artigo 6.º


nos regionais de ordenamento do território. Direito de participação
4 — O âmbito municipal é concretizado através dos
seguintes instrumentos: 1 — Todos os cidadãos bem como as associações re-
presentativas dos interesses económicos, sociais, culturais
a) Os planos intermunicipais de ordenamento do ter- e ambientais têm o direito de participar na elaboração,
ritório; alteração, revisão, execução e avaliação dos instrumentos
b) Os planos municipais de ordenamento do território, de gestão territorial.
compreendendo os planos directores municipais, os planos 2 — O direito de participação referido no número ante-
de urbanização e os planos de pormenor. rior compreende a possibilidade de formulação de sugestões
e pedidos de esclarecimento ao longo dos procedimentos
Artigo 3.º de elaboração, alteração, revisão, execução e avaliação,
Vinculação jurídica bem como a intervenção na fase de discussão pública que
precede obrigatoriamente a aprovação.
1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento 3 — As entidades públicas responsáveis pela elaboração,
do Território, os planos sectoriais com incidência territo- alteração, revisão, execução e avaliação dos instrumentos
rial, os planos regionais de ordenamento do território e de gestão territorial divulgam, designadamente através da
os planos intermunicipais de ordenamento do território comunicação social:
vinculam as entidades públicas.
2 — Os planos municipais de ordenamento do território a) A decisão de desencadear o processo de elaboração, al-
e os planos especiais de ordenamento do território vinculam teração ou revisão, identificando os objectivos a prosseguir;
as entidades públicas e ainda directa e imediatamente os b) A conclusão da fase de elaboração, alteração ou
revisão, bem como o teor dos elementos a submeter a
particulares.
discussão pública;
Artigo 4.º
c) A abertura e a duração da fase de discussão pública;
Fundamento técnico d) As conclusões da discussão pública;
e) Os mecanismos de execução utilizados no âmbito
Os instrumentos de gestão territorial devem expli-
dos instrumentos de gestão territorial;
citar, de forma racional e clara, os fundamentos das f) O início e as conclusões dos procedimentos de ava-
respectivas previsões, indicações e determinações, a liação.
estabelecer com base no conhecimento sistematicamente
adquirido: 4 — As entidades referidas no número anterior estão
a) Das características físicas, morfológicas e ecológicas sujeitas ao dever de ponderação das propostas apresenta-
do território; das, bem como de resposta fundamentada aos pedidos de
b) Dos recursos naturais e do património arquitectónico esclarecimento formulados.
e arqueológico;
c) Da dinâmica demográfica e migratória; Artigo 6.º-A
d) Das transformações económicas, sociais, culturais Contratualização
e ambientais; 1 — Os interessados na elaboração, alteração ou revisão
e) Das assimetrias regionais e das condições de acesso de um plano de urbanização ou de um plano de pormenor po-
às infra-estruturas, aos equipamentos, aos serviços e às dem apresentar à câmara municipal propostas de contratos
funções urbanas. que tenham por objecto a elaboração de um projecto de plano,
Artigo 5.º sua alteração ou revisão, bem como a respectiva execução.
Direito à informação 2 — Os contratos previstos no número anterior não
prejudicam o exercício dos poderes públicos municipais
1 — Todos os interessados têm direito a ser informados relativamente ao procedimento, conteúdo, aprovação e
sobre a elaboração, aprovação, acompanhamento, execução execução do plano, bem como à observância dos regimes
e avaliação dos instrumentos de gestão territorial. legais relativos ao uso do solo e às disposições dos demais
2 — O direito à informação referido no número anterior instrumentos de gestão territorial com os quais o plano de
compreende as faculdades de: urbanização ou o plano de pormenor devam ser compatí-
a) Consultar os diversos processos acedendo, designada- veis ou conformes.
mente, aos estudos de base e outra documentação, escrita 3 — Para além do disposto no número anterior, o con-
e desenhada, que fundamentem as opções estabelecidas; trato não substitui o plano na definição do regime do uso do
b) Obter cópias de actas de reuniões deliberativas e solo, apenas adquirindo eficácia para tal efeito na medida
certidões dos instrumentos aprovados; em que vier a ser incorporado no plano e prevalecendo em
c) Obter informações sobre as disposições constantes qualquer caso o disposto neste último.
de instrumentos de gestão territorial bem como conhe- 4 — O procedimento de formação do contrato depende
cer as condicionantes e as servidões aplicáveis ao uso de deliberação da câmara municipal, devidamente funda-
do solo. mentada, que explicite, designadamente:
a) As razões que justificam a sua adopção;
3 — As entidades responsáveis pela elaboração e pelo b) A oportunidade da deliberação tendo em conta os
registo dos instrumentos de gestão territorial devem criar termos de referência do futuro plano, designadamente a sua
e manter actualizado um sistema que assegure o exercício articulação e coerência com a estratégia territorial do mu-
do direito à informação, designadamente através do recurso nicípio e o seu enquadramento na programação constante
a meios informáticos. do plano director municipal ou do plano de urbanização;
6638 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

c) A eventual necessidade de alteração aos planos mu- 2 — Os instrumentos de gestão territorial asseguram a
nicipais de ordenamento do território em vigor. harmonização dos vários interesses públicos com expressão
espacial, tendo em conta as estratégias de desenvolvi-
5 — As propostas de contratos e a deliberação referida mento económico e social, bem como a sustentabilidade
no número anterior são objecto de divulgação pública nos e a solidariedade intergeracional na ocupação e utilização
termos do n.º 2 do artigo 77.º do presente diploma, pelo do território.
prazo mínimo de 10 dias. 3 — Os instrumentos de gestão territorial devem estabe-
6 — Os contratos são publicitados conjuntamente com lecer as medidas de tutela dos interesses públicos prosse-
a deliberação que determina a elaboração do plano e acom- guidos e explicitar os respectivos efeitos, designadamente
panham a proposta de plano no decurso do período de quando essas medidas condicionem a acção territorial de
discussão pública nos termos do n.º 3 do artigo 77.º do entidades públicas ou particulares.
presente diploma. 4 — As medidas de protecção dos interesses públicos
7 — Aos contratos celebrados entre o Estado e outras estabelecidas nos instrumentos de gestão territorial cons-
entidades públicas e as autarquias locais que tenham por tituem referência na adopção de quaisquer outros regimes
objecto a elaboração, alteração, revisão ou execução de de salvaguarda.
instrumentos de gestão territorial, aplicam-se, com as ne- Artigo 9.º
cessárias adaptações, os n.os 2 e 3 do presente artigo.
Graduação
Artigo 6.º-B 1 — Nas áreas territoriais em que convirjam interesses
Procedimento concursal públicos entre si incompatíveis deve ser dada prioridade
àqueles cuja prossecução determine o mais adequado uso
1 — O regulamento do plano director municipal ou do do solo, em termos ambientais, económicos, sociais e cul-
plano de urbanização pode fazer depender de procedimento turais.
concursal e da celebração de contrato, a elaboração de 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os
planos de urbanização ou de planos de pormenor para a interesses respeitantes à defesa nacional, à segurança, à
respectiva execução. saúde pública e à protecção civil, cuja prossecução tem
2 — Nos regulamentos referidos no número anterior prioridade sobre os demais interesses públicos.
devem ser estabelecidas as regras gerais relativas ao pro- 3 — A alteração da classificação do solo rural para solo
cedimento concursal e às condições de qualificação, ava- urbano depende da comprovação da respectiva indispen-
liação e selecção das propostas, bem como ao conteúdo sabilidade económica, social e demográfica.
do contrato e às formas de resolução de litígios.
Artigo 10.º
Artigo 7.º
Identificação dos recursos territoriais
Garantias dos particulares
Os instrumentos de gestão territorial identificam:
1 — No âmbito dos instrumentos de gestão territorial
são reconhecidas aos interessados as garantias gerais dos a) As áreas afectas à defesa nacional, segurança e pro-
administrados previstas no Código do Procedimento Ad- tecção civil;
ministrativo e no regime de participação procedimental, b) Os recursos e valores naturais;
nomeadamente: c) As áreas agrícolas e florestais;
d) A estrutura ecológica;
a) O direito de acção popular; e) O património arquitectónico e arqueológico;
b) O direito de apresentação de queixa ao Provedor de f) As redes de acessibilidades;
Justiça; g) As redes de infra-estruturas e equipamentos colectivos;
c) O direito de apresentação de queixa ao Ministério h) O sistema urbano;
Público. i) A localização e a distribuição das actividades eco-
nómicas.
2 — No âmbito dos planos municipais de ordenamento Artigo 11.º
do território e dos planos especiais de ordenamento do
território é ainda reconhecido aos particulares o direito de Defesa nacional, segurança e protecção civil
promover a sua impugnação directa. 1 — Sempre que não haja prejuízo para os interesses do
Estado, as redes de estruturas, infra-estruturas e sistemas
SECÇÃO II indispensáveis à defesa nacional são identificadas nos
instrumentos de gestão territorial, nos termos a definir
Interesses públicos com expressão territorial através de diploma próprio.
2 — O conjunto dos equipamentos, infra-estruturas e
SUBSECÇÃO I sistemas que asseguram a segurança e protecção civil é
Harmonização dos interesses identificado nos instrumentos de gestão territorial.

Artigo 8.º Artigo 12.º


Princípios gerais Recursos e valores naturais

1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam os 1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam


interesses públicos prosseguidos, justificando os critérios os recursos e valores naturais, os sistemas indispensáveis à
utilizados na sua identificação e hierarquização. utilização sustentável do território, bem como estabelecem
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6639

as medidas básicas e os limiares de utilização que garantem tes definirão os princípios, as directrizes e as medidas que
a renovação e valorização do património natural. concretizam as orientações políticas relativas às áreas de
2 — Os instrumentos de gestão territorial procedem à protecção e valorização ambiental que garantem a salva-
identificação de recursos territoriais com relevância estra- guarda dos ecossistemas e a intensificação dos processos
tégica para a sustentabilidade ambiental e a solidariedade biofísicos.
intergeracional, designadamente: 3 — Os planos municipais de ordenamento do território
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de
a) Orla costeira e zonas ribeirinhas;
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo con-
b) Albufeiras de águas públicas;
teúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do solo
c) Áreas protegidas;
assegurando a compatibilização das funções de protecção,
d) Rede hidrográfica;
regulação e enquadramento com os usos produtivos, o
e) Outros recursos territoriais relevantes para a conser-
recreio e o bem-estar das populações.
vação da natureza e da biodiversidade.
Artigo 15.º
3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores:
Património arquitectónico e arqueológico
a) O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
Território, os planos regionais, os planos intermunicipais de 1 — Os elementos e conjuntos construídos que repre-
ordenamento do território e os planos sectoriais relevantes sentam testemunhos da história da ocupação e do uso do
definirão os princípios e directrizes que concretizam as território e assumem interesse relevante para a memória
orientações políticas relativas à protecção dos recursos e e a identidade das comunidades são identificados nos ins-
valores naturais; trumentos de gestão territorial.
b) Os planos municipais de ordenamento do território 2 — Os instrumentos de gestão territorial, designada-
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de mente através do Programa Nacional da Política de Or-
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo denamento do Território, dos planos regionais e planos
conteúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do intermunicipais de ordenamento do território e dos planos
solo adequados à salvaguarda e valorização dos recursos sectoriais relevantes, estabelecem as medidas indispensá-
e valores naturais; veis à protecção e valorização daquele património, acau-
c) Os planos especiais de ordenamento do território es- telando o uso dos espaços envolventes.
tabelecerão usos preferenciais, condicionados e interditos, 3 — No quadro definido por lei e pelos instrumentos
determinados por critérios de conservação da natureza e de gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo
da biodiversidade, por forma a compatibilizá-la com a conteúdo, os planos municipais de ordenamento do terri-
fruição pelas populações. tório estabelecerão os parâmetros urbanísticos aplicáveis
e a delimitação de zonas de protecção.
Artigo 13.º
Áreas agrícolas e florestais
Artigo 16.º
Redes de acessibilidades
1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam
as áreas afectas a usos agro-florestais, bem como as áreas 1 — As redes rodoviária e ferroviária nacionais, as es-
fundamentais para a valorização da diversidade paisagís- tradas regionais, os portos e aeroportos, bem como a res-
tica, designadamente as áreas de reserva agrícola. pectiva articulação com as redes locais de acessibilidades,
2 — Os instrumentos de gestão territorial, designada- são identificados nos instrumentos de gestão territorial.
mente através do Programa Nacional da Política de Or- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as
denamento do Território, dos planos regionais, dos planos entidades responsáveis pelos vários âmbitos de intervenção
intermunicipais de ordenamento do território e dos planos devem estabelecer procedimentos de informação perma-
sectoriais relevantes, estabelecem os objectivos e as me- nentes que garantam a coerência das opções definidas
didas indispensáveis ao adequado ordenamento agrícola pelo Programa Nacional da Política de Ordenamento do
e florestal do território, nomeadamente à valorização da Território, pelos planos regionais e planos intermunici-
sua fertilidade, equacionando as necessidades actuais e pais de ordenamento do território, pelos planos sectoriais
futuras. relevantes e pelos planos municipais de ordenamento do
3 — A afectação, pelos instrumentos de gestão territo- território.
rial, das áreas referidas no número anterior a utilizações Artigo 17.º
diversas da exploração agrícola, florestal ou pecuária tem Redes de infra-estruturas e equipamentos colectivos
carácter excepcional, sendo admitida apenas quando tal
for comprovadamente necessário. 1 — As redes de infra-estruturas e equipamentos de
nível fundamental que promovem a qualidade de vida,
Artigo 14.º apoiam a actividade económica e asseguram a optimização
do acesso à cultura, à educação e à formação, à justiça, à
Estrutura ecológica
saúde, à segurança social, ao desporto e ao lazer são iden-
1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam tificadas nos instrumentos de gestão territorial.
as áreas, valores e sistemas fundamentais para a protec- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
ção e valorização ambiental dos espaços rurais e urbanos, Programa Nacional da Política de Ordenamento do Terri-
designadamente as áreas de reserva ecológica. tório, os planos regionais e os planos intermunicipais de
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento ordenamento do território, os planos sectoriais relevan-
do Território, os planos regionais, os planos intermunicipais tes e os planos municipais de ordenamento do território
de ordenamento do território e os planos sectoriais relevan- definirão uma estratégia coerente de instalação, de con-
6640 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

servação e de desenvolvimento daquelas infra-estruturas 2 — A elaboração, aprovação, alteração, revisão, exe-


ou equipamentos, considerando as necessidades sociais cução e avaliação dos instrumentos de gestão territorial
e culturais da população e as perspectivas de evolução obriga a identificar e a ponderar, nos diversos âmbitos, os
económico-social. planos, programas e projectos, designadamente da inicia-
Artigo 18.º tiva da Administração Pública, com incidência na área a
Sistema urbano
que respeitam, considerando os que já existam e os que
se encontrem em preparação, por forma a assegurar as
1 — Os instrumentos de gestão territorial estabelecem necessárias compatibilizações.
os objectivos quantitativos e qualitativos que asseguram
a coerência do sistema urbano e caracterizam a estrutura Artigo 21.º
do povoamento.
Coordenação interna
2 — Para efeitos do disposto no número anterior:
a) O Programa Nacional da Política de Ordenamento do 1 — As entidades responsáveis pela elaboração, aprova-
Território, os planos regionais, os planos intermunicipais de ção, alteração, revisão, execução e avaliação dos instrumen-
ordenamento do território e os planos sectoriais relevantes tos de gestão territorial devem assegurar, nos respectivos
definirão os princípios e directrizes que concretizam as âmbitos de intervenção, a necessária coordenação entre as
orientações políticas relativas à distribuição equilibrada diversas políticas com incidência territorial e a política de
das funções de habitação, trabalho e lazer, bem como à ordenamento do território e urbanismo, mantendo uma es-
optimização de equipamentos e infra-estruturas; trutura orgânica e funcional apta a prosseguir uma efectiva
b) Os planos municipais de ordenamento do território articulação no exercício das várias competências.
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de 2 — A coordenação das políticas nacionais consagradas
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo no Programa Nacional da Política de Ordenamento do
conteúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do Território, nos planos sectoriais e nos planos especiais de
solo adequados à concretização do modelo do desenvol- ordenamento do território incumbe ao Governo.
vimento urbano adoptado. 3 — A coordenação das políticas regionais consagra-
das nos planos regionais de ordenamento do território
Artigo 19.º incumbe às comissões de coordenação e desenvolvimento
regional.
Localização e distribuição das actividades económicas 4 — A coordenação das políticas municipais consagradas
1 — A localização e a distribuição das actividades indus- nos planos intermunicipais e municipais de ordenamento
triais, turísticas, de comércio e de serviços são identificadas do território incumbe às associações de municípios e às
nos instrumentos de gestão territorial. câmaras municipais.
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento Artigo 22.º
do Território, os planos regionais, os planos intermunicipais Coordenação externa
de ordenamento do território e os planos sectoriais relevan-
tes definirão os princípios e directrizes subjacentes: 1 — A elaboração, a aprovação, a alteração, a revi-
são, a execução e a avaliação dos instrumentos de gestão
a) À localização dos espaços industriais, compatibili- territorial requerem uma adequada coordenação das po-
zando a racionalidade económica com a equilibrada dis- líticas nacionais, regionais e municipais com incidência
tribuição de usos e funções no território e com a qualidade territorial.
ambiental; 2 — O Estado e as autarquias locais têm o dever de
b) À estratégia de localização, instalação e desenvolvi- promover, de forma articulada entre si, a política de orde-
mento de espaços turísticos comerciais e de serviços, com- namento do território, garantindo, designadamente:
patibilizando o equilíbrio urbano e a qualidade ambiental
com a criação de oportunidades de emprego e a equilibrada a) O respeito pelas respectivas atribuições na elaboração
distribuição de usos e funções no território. dos instrumentos de gestão territorial nacionais, regionais
e municipais;
3 — Os planos municipais de ordenamento do território b) O cumprimento dos limites materiais impostos à in-
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de tervenção dos diversos órgãos e agentes relativamente ao
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo processo de planeamento nacional, regional e municipal;
conteúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do c) A definição, em função das estruturas orgânicas e
solo, para os fins relativos à localização e distribuição das funcionais, de um modelo de interlocução que permita uma
actividades económicas. interacção coerente em matéria de gestão territorial.

SUBSECÇÃO II CAPÍTULO II
Coordenação das intervenções Sistema de gestão territorial

Artigo 20.º SECÇÃO I


Princípio geral Relação entre os instrumentos de gestão territorial
1 — A articulação das estratégias de ordenamento Artigo 23.º
territorial determinadas pela prossecução dos interesses Relação entre os instrumentos de âmbito nacional e regional
públicos com expressão territorial impõe ao Estado e às
autarquias locais o dever de coordenação das respectivas 1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento
intervenções em matéria de gestão territorial. do Território, os planos sectoriais, os planos especiais de
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6641

ordenamento do território e os planos regionais de ordena- denamento do território preexistente, os planos especiais
mento do território traduzem um compromisso recíproco de ordenamento do território devem indicar expressamente
de compatibilização das respectivas opções. quais as normas daqueles que revogam ou alteram.
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento 3 — Na ratificação de planos directores municipais e
do Território, os planos sectoriais e os planos regionais de nas deliberações municipais que aprovam os planos não
ordenamento do território estabelecem os princípios e as sujeitos a ratificação devem ser expressamente indicadas as
regras orientadoras da disciplina a definir por novos planos normas dos instrumentos de gestão territorial preexistentes
especiais de ordenamento do território, salvo o disposto revogadas ou alteradas.
no n.º 2 do artigo 25.º
3 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento SECÇÃO II
do Território implica a alteração dos planos especiais de
ordenamento do território que com o mesmo não se com- Âmbito nacional
patibilizem.
4 — A elaboração dos planos sectoriais é condicionada SUBSECÇÃO I
pelas orientações definidas no Programa Nacional da Polí-
tica de Ordenamento do Território que desenvolvem e con- Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
cretizam, devendo assegurar a necessária compatibilização
com os planos regionais de ordenamento do território. Artigo 26.º
5 — Os planos regionais de ordenamento do território Noção
integram as opções definidas pelo Programa Nacional
da Política de Ordenamento do Território e pelos planos O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
sectoriais preexistentes. Território estabelece as grandes opções com relevância
6 — Quando sobre a mesma área territorial incida mais para a organização do território nacional, consubstancia o
do que um plano sectorial ou mais do que um plano espe- quadro de referência a considerar na elaboração dos demais
cial, o plano posterior deve indicar expressamente quais instrumentos de gestão territorial e constitui um instru-
as normas do plano preexistente que revoga, sob pena de mento de cooperação com os demais Estados membros
invalidade por violação deste. para a organização do território da União Europeia.

Artigo 24.º Artigo 27.º


Relação entre os instrumentos de âmbito nacional Objectivos
ou regional e os instrumentos de âmbito municipal O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento Território visa:
do Território e os planos regionais definem o quadro es- a) Definir o quadro unitário para o desenvolvimento ter-
tratégico a desenvolver pelos planos municipais de or- ritorial integrado, harmonioso e sustentável do País, tendo
denamento do território e, quando existam, pelos planos em conta a identidade própria das suas diversas parcelas e
intermunicipais de ordenamento do território. a sua inserção no espaço da União Europeia;
2 — Nos termos do número anterior, os planos mu- b) Garantir a coesão territorial do País atenuando as
nicipais de ordenamento do território definem a política assimetrias regionais e garantindo a igualdade de opor-
municipal de gestão territorial de acordo com as direc- tunidades;
trizes estabelecidas pelo programa nacional da política c) Estabelecer a tradução espacial das estratégias de
de ordenamento do território, pelos planos regionais de desenvolvimento económico e social;
ordenamento do território e, sempre que existam, pelos d) Articular as políticas sectoriais com incidência na
planos intermunicipais de ordenamento do território. organização do território;
3 — Os planos municipais de ordenamento do território e) Racionalizar o povoamento, a implantação de equi-
e, quando existam, os planos intermunicipais de ordena- pamentos estruturantes e a definição das redes;
mento do território, devem acautelar a programação e a f) Estabelecer os parâmetros de acesso às funções ur-
concretização das políticas de desenvolvimento econó- banas e às formas de mobilidade;
mico e social e de ambiente, com incidência espacial, g) Definir os princípios orientadores da disciplina de
promovidas pela administração central, através dos planos ocupação do território.
sectoriais.
4 — Os planos especiais de ordenamento do território Artigo 28.º
prevalecem sobre os planos intermunicipais de ordena-
mento do território, quando existam, e sobre os planos Conteúdo material
municipais de ordenamento do território. 1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território, concretizando as opções definidas no plano
Artigo 25.º nacional de desenvolvimento económico e social, define
Actualização dos planos um modelo de organização espacial que estabelece:
1 — Os planos sectoriais e os planos regionais de or- a) As opções e as directrizes relativas à conformação
denamento do território devem indicar quais as formas de do sistema urbano, das redes, das infra-estruturas e equi-
adaptação dos planos especiais e dos planos municipais pamentos de interesse nacional, bem como à salvaguarda
de ordenamento do território preexistentes determinadas e valorização das áreas de interesse nacional em termos
pela sua aprovação. ambientais, patrimoniais e de desenvolvimento rural;
2 — Quando procedam à alteração de plano especial b) Os objectivos e os princípios assumidos pelo Estado,
anterior ou contrariem plano sectorial ou regional de or- numa perspectiva de médio e de longo prazos, quanto à
6642 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

localização das actividades, dos serviços e dos grandes do Conselho de Ministros, da qual devem nomeadamente
investimentos públicos; constar:
c) Os padrões mínimos e os objectivos a atingir em
matéria de qualidade de vida e de efectivação dos direitos a) Os princípios orientadores do programa nacional da
económicos, sociais, culturais e ambientais; política de ordenamento do território, bem como da me-
d) Os objectivos qualitativos e quantitativos a atingir todologia definida para a compatibilização das disciplinas
em matéria de estruturas de povoamento, bem como de dos diversos instrumentos de desenvolvimento territorial
implantação de infra-estruturas e de equipamentos estru- e a articulação das intervenções de âmbito nacional, re-
turantes; gional e local;
e) As orientações para a coordenação entre as políticas b) As competências relativas à elaboração do programa
de ordenamento do território e de desenvolvimento regio- nacional da política de ordenamento do território;
nal, em particular para as áreas em que as condições de c) Os prazos de elaboração do programa nacional da
vida ou a qualidade do ambiente sejam inferiores à média política de ordenamento do território.
nacional;
f) Os mecanismos de articulação entre as políticas de Artigo 31.º
ordenamento do território e de ambiente que assegurem as Comissão consultiva do programa nacional
condições necessárias à concretização de uma estratégia de da política de ordenamento do território
desenvolvimento sustentável e de utilização parcimoniosa
A elaboração do programa nacional da política de orde-
dos recursos naturais;
namento do território é acompanhada por uma comissão
g) As medidas de coordenação dos planos sectoriais
com incidência territorial. consultiva, criada pela resolução do Conselho de Minis-
tros referida no artigo anterior e composta por represen-
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento tantes das Regiões Autónomas, das autarquias locais e
do Território pode estabelecer directrizes aplicáveis a de- dos interesses económicos, sociais, culturais e ambientais
terminado tipo de áreas ou de temáticas com incidência relevantes.
territorial, visando assegurar a igualdade de regimes e a Artigo 32.º
coerência na sua observância pelos demais instrumentos Concertação
de gestão territorial.
Artigo 29.º 1 — O acompanhamento da elaboração da proposta de
programa nacional da política de ordenamento do território
Conteúdo documental inclui a concertação com as entidades que, no decurso dos
1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento trabalhos da comissão consultiva, formulem objecções às
do Território é constituído por um relatório e um programa orientações do futuro programa.
de acção. 2 — Concluída a elaboração da proposta de programa
2 — O relatório define cenários de desenvolvimento ter- e emitido o parecer da comissão consultiva, o Governo
ritorial e fundamenta as orientações estratégicas, as opções pode ainda promover, nos 20 dias subsequentes à emissão
e as prioridades da intervenção político-administrativa em daquele parecer, a realização de reuniões de concertação
matéria de ordenamento do território, sendo acompanhado com as entidades que, no âmbito daquela comissão, hajam
por peças gráficas ilustrativas do modelo de organização formalmente discordado das orientações do futuro pro-
espacial estabelecido. grama, tendo em vista obter uma solução concertada que
3 — O programa de acção estabelece: permita ultrapassar as objecções formuladas.
3 — (Revogado.)
a) Os objectivos a atingir numa perspectiva de médio 4 — (Revogado.)
e de longo prazos;
b) Os compromissos do Governo em matéria de medidas Artigo 33.º
legislativas, de investimentos públicos ou de aplicação de Participação
outros instrumentos de natureza fiscal ou financeira, para
a concretização da política de desenvolvimento territorial; 1 — Emitido o parecer da comissão consultiva e, quando
c) As propostas do Governo para a cooperação neste for o caso, decorrido o período adicional de concertação,
domínio com as autarquias locais e as entidades privadas, o Governo procede à abertura de um período de discussão
incluindo o lançamento de programas de apoio específi- pública, através de aviso a publicar no Diário da Repú-
cos; blica e a divulgar através da comunicação social e da sua
d) As condições de realização dos programas de acção página na Internet, do qual consta a indicação do período
territorial previstos no artigo 17.º da lei de bases da política de discussão, das eventuais sessões públicas a que haja
de ordenamento do território e de urbanismo; lugar e dos locais onde se encontra disponível a proposta,
e) A identificação dos meios de financiamento das ac- acompanhada do parecer da comissão consultiva, dos de-
ções propostas. mais pareceres eventualmente emitidos e dos resultados
Artigo 30.º das reuniões de concertação, bem como da forma como
os interessados podem apresentar as suas observações ou
Elaboração
sugestões.
1 — A elaboração do programa nacional da política 2 — A discussão pública consiste na recolha de obser-
de ordenamento do território compete ao Governo, sob vações e sugestões sobre as orientações da proposta de
coordenação do ministro responsável pelo ordenamento programa nacional da política de ordenamento do território.
do território. 3 — O período de discussão pública deve ser anunciado
2 — A elaboração do programa nacional da política de com a antecedência mínima de 5 dias e não deve ser in-
ordenamento do território é determinada por resolução ferior a 44 dias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6643

4 — No decurso da discussão pública, o Governo sub- 2 — O plano sectorial referido no número anterior é
mete ainda a proposta a avaliação crítica e parecer de, acompanhado por um relatório que procede ao diagnóstico
pelo menos, três instituições universitárias ou científicas da situação territorial sobre a qual o instrumento de política
nacionais com uma prática de investigação relevante nas sectorial intervém e à fundamentação técnica das opções
áreas do ordenamento do território. e objectivos estabelecidos.
5 — Findo o período de discussão pública, o Governo 3 — Sempre que seja necessário proceder à avalia-
pondera e divulga os respectivos resultados, designada- ção ambiental nos termos do artigo 3.º do Decreto-Lei
mente através da comunicação social e da sua página na n.º 232/2007, de 15 de Junho, o plano sectorial é acompa-
Internet, e elabora a versão final da proposta a apresentar nhado por um relatório ambiental, no qual se identificam,
à Assembleia da República. descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos
no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas
Artigo 34.º alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos
e o âmbito de aplicação territorial respectivos.
Aprovação
O programa nacional da política de ordenamento do Artigo 38.º
território é aprovado por lei da Assembleia da República, Elaboração
cabendo ao Governo o desenvolvimento e a concretização
do programa de acção. 1 — A elaboração dos planos sectoriais compete às
entidades públicas que integram a administração estadual
SUBSECÇÃO II
directa ou indirecta.
2 — A elaboração dos planos sectoriais é determinada
Planos sectoriais por despacho do ministro competente em razão da matéria,
do qual deve, nomeadamente, constar:
Artigo 35.º
a) A finalidade do instrumento de política sectorial, com
Noção menção expressa dos interesses públicos prosseguidos;
1 — Os planos sectoriais são instrumentos de progra- b) A especificação dos objectivos a atingir;
mação ou de concretização das diversas políticas com c) A indicação da entidade, departamento ou serviço
incidência na organização do território. competente para a elaboração;
2 — Para efeitos do presente diploma, são considerados d) O âmbito territorial do instrumento de política secto-
planos sectoriais: rial, com menção expressa das autarquias locais envolvidas;
e) O prazo de elaboração;
a) Os planos, programas e estratégias de desenvolvi- f) As exigências procedimentais ou de participação que
mento respeitantes aos diversos sectores da administração em função da complexidade da matéria ou dos interesses
central, nomeadamente nos domínios dos transportes, das a salvaguardar, se considere serem de adoptar para além
comunicações, da energia e dos recursos geológicos, da do procedimento definido no presente diploma;
educação e da formação, da cultura, da saúde, da habitação, g) A indicação se o plano está sujeito a avaliação am-
do turismo, da agricultura, do comércio, da indústria, das biental ou as razões que justificam a sua inexigibilidade.
florestas e do ambiente;
b) Os planos de ordenamento sectorial e os regimes 3 — A elaboração dos planos sectoriais obriga a identifi-
territoriais definidos ao abrigo de lei especial; car e a ponderar, nos diversos âmbitos, os planos, programas
c) As decisões sobre a localização e a realização de e projectos designadamente da iniciativa da Administração
grandes empreendimentos públicos com incidência ter- Pública, com incidência na área a que respeitam, conside-
ritorial. rando os que já existam e os que se encontrem em prepara-
Artigo 36.º ção, por forma a assegurar as necessárias compatibilizações.
4 — A decisão a que se refere a alínea g) do n.º 2 pode
Conteúdo material ser precedida da consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.º do
Os planos sectoriais estabelecem, nomeadamente: Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
5 — Sempre que a entidade responsável pela elaboração
a) As opções sectoriais e os objectivos a alcançar no do plano solicite pareceres nos termos do número anterior,
quadro das directrizes nacionais aplicáveis; esses pareceres devem também conter a pronúncia sobre
b) As acções de concretização dos objectivos sectoriais o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da
estabelecidos; informação a incluir no relatório ambiental, aplicando-se
c) A expressão territorial da política sectorial defi- o disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de
nida; 15 de Junho.
d) A articulação da política sectorial com a disciplina 6 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
consagrada nos demais instrumentos de gestão territorial anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
aplicáveis. ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse
Artigo 37.º prazo.
Conteúdo documental Artigo 39.º
Acompanhamento
1 — Os planos sectoriais estabelecem e justificam as
opções e os objectivos sectoriais com incidência territorial 1 — No decurso da elaboração do plano sectorial, a enti-
e definem normas de execução, integrando as peças grá- dade responsável pela elaboração do plano solicita parecer
ficas necessárias à representação da respectiva expressão à comissão de coordenação e desenvolvimento regional ter-
territorial. ritorialmente competente, às entidades ou serviços da admi-
6644 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

nistração central representativas dos interesses a ponderar, 2 — Os planos especiais de ordenamento do território
bem como às câmaras municipais das autarquias abrangi- constituem um meio supletivo de intervenção do Governo,
das, as quais se devem pronunciar no prazo de 22 dias, findo tendo em vista a prossecução de objectivos de interesse
o qual se considera nada terem a opor à proposta de plano. nacional com repercussão espacial, estabelecendo regimes
2 — Na elaboração dos planos sectoriais sujeitos a ava- de salvaguarda de recursos e valores naturais e assegurando
liação ambiental, caso não tenha sido promovida a consulta a permanência dos sistemas indispensáveis à utilização
prevista no n.º 4 do artigo anterior, deve ser solicitado o sustentável do território.
parecer previsto no n.º 5 do mesmo artigo, bem como os 3 — Os planos especiais de ordenamento do territó-
pareceres sobre a proposta de plano e o respectivo relatório rio são os planos de ordenamento de áreas protegidas, os
ambiental nos termos do n.º 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas,
n.º 232/2007, de 15 de Junho, os quais devem ser emitidos os planos de ordenamento da orla costeira e os planos de
no prazo previsto no número anterior, podendo não ser con- ordenamento dos estuários.
siderados caso sejam emitidos após o decurso daquele prazo.
3 — Quando a entidade competente para a elaboração Artigo 43.º
do plano assim o determine, os pareceres previstos nos
números anteriores podem ser emitidos em conferência Objectivos
de serviços, aplicando-se com as necessárias adaptações Para os efeitos previstos no presente diploma, os planos
o disposto no artigo 75.º-B. especiais de ordenamento do território visam a salvaguarda
4 — (Revogado.) de objectivos de interesse nacional com incidência terri-
Artigo 40.º torial delimitada bem como a tutela de princípios funda-
mentais consagrados no programa nacional da política
Participação
de ordenamento do território não asseguradas por plano
1 — Concluída a elaboração do plano sectorial e emiti- municipal de ordenamento do território eficaz.
dos os pareceres previstos no artigo anterior ou decorridos
os prazos aí fixados, a entidade pública responsável pela Artigo 44.º
elaboração do plano procede à abertura de um período de
Conteúdo material
discussão pública da proposta de plano sectorial através
de aviso a publicar com a antecedência de cinco dias, no Os planos especiais de ordenamento do território estabe-
Diário da República e a divulgar através da comunicação lecem regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais
social e da Internet. e o regime de gestão compatível com a utilização sustentável
2 — Durante o período de discussão pública, que não do território.
pode ser inferior a 22 dias, o plano, os pareceres emitidos Artigo 45.º
ou a acta da conferência de serviços são divulgados na
Conteúdo documental
página da Internet da entidade pública responsável pela
sua elaboração e podem ser consultados na respectiva 1 — Os planos especiais de ordenamento do território
sede, bem como na dos municípios incluídos no respectivo são constituídos por um regulamento e pelas peças grá-
âmbito de aplicação. ficas necessárias à representação da respectiva expressão
3 — Sempre que o plano sectorial se encontre sujeito a territorial.
avaliação ambiental, a entidade competente divulga, jun- 2 — Os planos especiais de ordenamento do território
tamente com os documentos referidos no número anterior, são acompanhados por:
o respectivo relatório ambiental.
4 — A discussão pública consiste na recolha de ob- a) Relatório que justifica a disciplina definida;
servações e sugestões sobre as soluções da proposta de b) Relatório ambiental no qual se identificam, descrevem
plano sectorial. e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente
5 — Findo o período de discussão pública, a entidade resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas
pública responsável pondera e divulga os respectivos re- razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito
sultados, designadamente através da comunicação social de aplicação territorial respectivos;
e da Internet, e elabora a versão final da proposta para c) Planta de condicionantes que identifica as servidões
aprovação. e restrições de utilidade pública em vigor.
Artigo 41.º
3 — Os demais elementos que podem acompanhar os
Aprovação
planos especiais de ordenamento do território são fixados
Os planos sectoriais são aprovados por resolução do por portaria do membro do Governo responsável pelo
Conselho de Ministros, salvo norma especial que determine ordenamento do território.
a sua aprovação por decreto-lei ou decreto regulamentar.
Artigo 46.º
SUBSECÇÃO III Elaboração
Planos especiais de ordenamento do território 1 — A elaboração dos planos especiais de ordenamento
do território é determinada por despacho do ministro com-
Artigo 42.º petente em razão da matéria, do qual deve, nomeadamente,
Noção constar:
1 — Os planos especiais de ordenamento do território a) O tipo de plano especial;
são instrumentos de natureza regulamentar elaborados pela b) A finalidade do plano especial, com menção expressa
administração central. dos interesses públicos prosseguidos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6645

c) A especificação dos objectivos a atingir; trabalhos e a evolução da tramitação procedimental, bem


d) O âmbito territorial do plano especial, com menção como formular sugestões à entidade pública responsável
expressa das autarquias locais envolvidas; e à comissão de acompanhamento.
e) A indicação do serviço ou entidade competente para a 2 — A entidade pública responsável publicitará, atra-
elaboração, bem como dos municípios que devem intervir vés da divulgação de avisos, o despacho que determina a
nos trabalhos; elaboração do plano por forma a permitir, durante o prazo
f) A composição da comissão de acompanhamento; estabelecido no mesmo, o qual não deve ser inferior a
g) O prazo de elaboração. 15 dias, a formulação de sugestões, bem como a apresen-
tação de informações sobre quaisquer questões que possam
2 — A composição da comissão de acompanhamento ser consideradas no âmbito do respectivo procedimento
é definida tendo em conta os critérios estabelecidos em de elaboração.
resolução do Conselho de Ministros. 3 — Concluído o período de acompanhamento e,
quando for o caso, decorrido o período adicional de
Artigo 47.º concertação, a entidade pública responsável procede à
Acompanhamento e concertação
abertura de um período de discussão pública, através
de aviso a publicar no Diário da República e a divulgar
1 — A elaboração técnica dos planos especiais de orde- através da comunicação social e da respectiva página
namento do território é acompanhada por uma comissão na Internet, do qual consta a indicação do período de
de acompanhamento cuja composição deve traduzir a discussão, das eventuais sessões públicas a que haja lu-
natureza dos interesses a salvaguardar e a relevância das gar e dos locais onde se encontra disponível a proposta
implicações técnicas a considerar, integrando represen- de plano, o respectivo relatório ambiental, o parecer da
tantes de serviços e entidades da administração directa comissão de acompanhamento e os demais pareceres
ou indirecta do Estado, das Regiões Autónomas, dos eventualmente emitidos, bem como da forma como os
municípios e de outras entidades públicas cuja partici- interessados podem apresentar as suas reclamações, ob-
pação seja aconselhável no âmbito do acompanhamento servações ou sugestões.
da elaboração do plano. 4 — O período de discussão pública deve ser anunciado
2 — Na elaboração dos planos especiais de ordenamento com a antecedência mínima de 5 dias e não pode ser in-
do território deve ser garantida a integração na comissão ferior a 30 dias.
de acompanhamento das entidades às quais, em virtude 5 — A entidade pública responsável ponderará as re-
das suas responsabilidades ambientais específicas, possam clamações, observações, sugestões e pedidos de esclare-
interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação cimento apresentados pelos particulares, ficando obrigada
do plano, as quais exercem na comissão as competências a resposta fundamentada perante aqueles que invoquem,
consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-Lei designadamente:
n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a elaboração
do relatório ambiental. a) A desconformidade com outros instrumentos de ges-
3 — O acompanhamento mencionado nos números an- tão territorial eficazes;
teriores será assíduo e continuado, devendo, no final dos b) A incompatibilidade com planos, programas e projec-
trabalhos de elaboração, formalizar-se num parecer escrito tos que devessem ser ponderados em fase de elaboração;
assinado pelos representantes das entidades envolvidas c) A desconformidade com disposições legais e regu-
com menção expressa da orientação defendida. lamentares aplicáveis;
4 — O parecer final da comissão integra a apreciação da d) A eventual lesão de direitos subjectivos.
proposta de plano e do relatório ambiental, considerando
especificadamente a posição das entidades referidas no 6 — A resposta referida no número anterior será co-
n.º 2. municada por escrito aos interessados, sem prejuízo do
5 — No âmbito do parecer final, a posição da comissão disposto no artigo 10.º, n.º 4, da Lei n.º 83/95, de 31 de
de coordenação e desenvolvimento regional inclui obri- Agosto.
gatoriamente a apreciação da articulação e coerência da 7 — Sempre que necessário ou conveniente, a entidade
proposta com os objectivos, princípios e regras aplicáveis pública responsável promoverá o esclarecimento directo
ao território em causa, definidos por quaisquer outros ins- dos interessados.
trumentos de gestão territorial eficazes. 8 — Findo o período de discussão pública, a entidade
6 — É aplicável à comissão de acompanhamento dos pública responsável pondera e divulga os respectivos re-
planos especiais de ordenamento do território o disposto sultados, designadamente através da comunicação social
no artigo 75.º-B do presente diploma com as devidas adap- e da sua página na Internet, e elabora a versão final da
tações. proposta para aprovação.
7 — São adoptados na elaboração dos planos espe-
ciais de ordenamento do território, com as necessárias Artigo 49.º
adaptações, os mecanismos de concertação previstos no Aprovação
artigo 32.º
Artigo 48.º Os planos especiais de ordenamento do território são
aprovados por resolução do Conselho de Ministros, a qual
Participação
deve consagrar as formas e os prazos, previamente acor-
1 — Ao longo da elaboração dos planos especiais de dados com as câmaras municipais envolvidas, para a ade-
ordenamento do território, a entidade pública respon- quação dos planos municipais de ordenamento do território
sável deve facultar aos interessados todos os elementos abrangidos e dos planos intermunicipais de ordenamento
relevantes para que estes possam conhecer o estado dos do território, quando existam.
6646 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 50.º mento do território e nos planos, programas e estratégias


Vigência
sectoriais preexistentes, bem como das políticas de rele-
vância regional a desenvolver pelos planos intermunicipais
Os planos especiais de ordenamento do território vigo- e pelos planos municipais de ordenamento do território
ram enquanto se mantiver a indispensabilidade de tutela por abrangidos;
instrumentos de âmbito nacional dos interesses públicos d) A política regional em matéria ambiental, incluindo a
que visam salvaguardar. delimitação da estrutura regional de protecção e valoriza-
ção ambiental, bem como a recepção, ao nível regional, das
SECÇÃO III políticas e das medidas estabelecidas nos planos especiais
de ordenamento do território;
Âmbito regional e) Directrizes relativas aos regimes territoriais definidos
ao abrigo de lei especial, designadamente áreas de reserva
Artigo 51.º agrícola, domínio hídrico, reserva ecológica e zonas de
Noção risco;
f) Medidas específicas de protecção e valorização do
1 — Os planos regionais de ordenamento do território património cultural.
definem a estratégia regional de desenvolvimento territo-
rial, integrando as opções estabelecidas a nível nacional e Artigo 54.º
considerando as estratégias municipais de desenvolvimento
local, constituindo o quadro de referência para a elaboração Conteúdo documental
dos planos municipais de ordenamento do território. 1 — Os planos regionais de ordenamento do território
2 — As competências relativas aos planos regionais de são constituídos por:
ordenamento do território são exercidas pelas comissões
de coordenação e desenvolvimento regional. a) Opções estratégicas, normas orientadoras e um con-
3 — As comissões de coordenação e desenvolvimento junto de peças gráficas ilustrativas das orientações subs-
regional podem propor ao Governo que o plano regional tantivas nele definidas;
de ordenamento do território seja estruturado em unidades b) Esquema representando o modelo territorial proposto,
de planeamento correspondentes a espaços sub-regionais com a identificação dos principais sistemas, redes e arti-
integrados na respectiva área de actuação susceptíveis de culações de nível regional.
elaboração e aprovação faseadas.
2 — Os planos regionais de ordenamento do território
Artigo 52.º são acompanhados por um relatório contendo:
Objectivos a) Estudos sobre a caracterização biofísica, a dinâmica
O plano regional de ordenamento do território visa: demográfica, a estrutura de povoamento e as perspecti-
vas de desenvolvimento económico, social e cultural da
a) Desenvolver, no âmbito regional, as opções constan- região;
tes do programa nacional da política de ordenamento do b) Definição de unidades de paisagem;
território e dos planos sectoriais; c) Estudos relativos à caracterização da estrutura regio-
b) Traduzir, em termos espaciais, os grandes objectivos nal de protecção e valorização ambiental;
de desenvolvimento económico e social sustentável for- d) Identificação dos espaços agrícolas e florestais com
mulados no plano de desenvolvimento regional; relevância para a estratégia regional de desenvolvimento
c) Equacionar as medidas tendentes à atenuação das rural;
assimetrias de desenvolvimento intra-regionais; e) Representação das redes de acessibilidades e dos
d) Servir de base à formulação da estratégia nacional equipamentos;
de ordenamento territorial e de quadro de referência para f) Programa de execução contendo disposições indi-
a elaboração dos planos especiais, intermunicipais e mu- cativas sobre a realização das obras públicas a efectuar
nicipais de ordenamento do território. na região, bem como de outros objectivos e acções de
interesse regional indicando as entidades responsáveis
Artigo 53.º pela respectiva concretização;
Conteúdo material g) Identificação das fontes e estimativa de meios fi-
nanceiros.
Os planos regionais de ordenamento do território de-
finem um modelo de organização do território regional, 3 — Os planos regionais de ordenamento do território
nomeadamente estabelecendo: são ainda acompanhados por um relatório ambiental, no
a) A estrutura regional do sistema urbano, das redes, qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais
das infra-estruturas e dos equipamentos de interesse regio- efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação
nal, assegurando a salvaguarda e a valorização das áreas do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em
de interesse nacional em termos económicos, agrícolas, conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial
florestais, ambientais e patrimoniais; respectivos.
b) Os objectivos e os princípios assumidos a nível re- Artigo 55.º
gional quanto à localização das actividades e dos grandes Elaboração
investimentos públicos;
c) A incidência espacial, ao nível regional, das políticas A elaboração dos planos regionais de ordenamento do
estabelecidas no programa nacional da política de ordena- território compete à comissão de coordenação e desen-
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6647

volvimento regional, sendo determinada por resolução do Artigo 58.º


Conselho de Ministros. Participação

Artigo 56.º 1 — A discussão pública dos planos regionais de orde-


namento do território rege-se, com as necessárias adapta-
Acompanhamento
ções, pelas disposições relativas ao Programa Nacional da
1 — A elaboração dos planos regionais de ordenamento Política de Ordenamento do Território.
do território é acompanhada por uma comissão consultiva, 2 — Juntamente com a proposta de plano é divulgado
integrada por representantes das entidades e serviços da o respectivo relatório ambiental.
administração directa e indirecta do Estado que assegu-
rem a prossecução dos interesses públicos relevantes, de- Artigo 59.º
signadamente, em matéria de ordenamento do território, Aprovação
ambiente, conservação da natureza, habitação, economia,
agricultura, florestas, obras públicas, transportes, comu- 1 — Os planos regionais de ordenamento do território
nicações, educação, saúde, segurança, protecção civil, são aprovados por resolução do Conselho de Ministros.
desporto, cultura, dos municípios abrangidos, bem como 2 — A resolução do Conselho de Ministros referida no
de representantes dos interesses económicos, sociais, cul- número anterior deve:
turais e ambientais. a) Consagrar as formas e os prazos, previamente acor-
2 — Na elaboração dos planos regionais de ordena- dados com as câmaras municipais envolvidas, para ade-
mento do território deve ser garantida a integração na quação dos planos municipais de ordenamento do território
comissão consultiva das entidades às quais, em virtude abrangidos e dos planos intermunicipais de ordenamento
das suas responsabilidades ambientais específicas, possam do território quando existam;
interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação b) Identificar as disposições dos planos municipais de
do plano, as quais exercem na comissão as competências ordenamento do território abrangidos incompatíveis com
consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-Lei a estrutura regional do sistema urbano, das redes, das infra-
n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a elaboração -estruturas e dos equipamentos de interesse regional e
do relatório ambiental. com a delimitação da estrutura regional de protecção e
3 — A comissão fica obrigada a um acompanhamento valorização ambiental, a adaptar nos termos da alínea c)
assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração do futuro do n.º 1 do artigo 97.º
plano, devendo, no final, apresentar um parecer escrito,
assinado por todos os seus membros com menção expressa
da orientação defendida, que se pronuncie sobre o cum- SECÇÃO IV
primento das normas legais e regulamentares aplicáveis Âmbito municipal
e, ainda, sobre a adequação e conveniência das soluções
propostas pela comissão de coordenação e desenvolvi- SUBSECÇÃO I
mento regional. Planos intermunicipais de ordenamento do território
4 — O parecer da comissão exprime a apreciação re-
alizada pelas diversas entidades e integra a análise sobre Artigo 60.º
o relatório ambiental, considerando especificadamente a Noção
posição das entidades referidas no n.º 2.
5 — O parecer final da comissão acompanha a proposta 1 — O plano intermunicipal de ordenamento do terri-
de plano apresentada para aprovação ao Governo. tório é o instrumento de desenvolvimento territorial que
6 — A composição e o funcionamento da comissão são assegura a articulação entre o plano regional e os planos
regulados pela resolução do Conselho de Ministros que municipais de ordenamento do território, no caso de áreas
determina a elaboração do plano regional de ordenamento territoriais que, pela interdependência dos seus elementos
do território. estruturantes, necessitam de uma coordenação integrada.
Artigo 57.º 2 — O plano intermunicipal de ordenamento do terri-
tório abrange a totalidade ou parte das áreas territoriais
Concertação pertencentes a dois ou mais municípios vizinhos.
1 — O acompanhamento da elaboração da proposta de
plano regional de ordenamento do território inclui a con- Artigo 61.º
certação com as entidades que, no decurso dos trabalhos Objectivos
da comissão consultiva, formulem objecções às soluções
definidas para o futuro plano. Os planos intermunicipais de ordenamento do território
2 — Concluída a elaboração da proposta de plano e visam articular as estratégias de desenvolvimento econó-
emitido o parecer da comissão consultiva, a comissão de mico e social dos municípios envolvidos, designadamente
coordenação e desenvolvimento regional pode ainda pro- nos seguintes domínios:
mover, nos 20 dias subsequentes à emissão daquele parecer, a) Estratégia intermunicipal de protecção da natureza
a realização de reuniões de concertação com as entidades e de garantia da qualidade ambiental;
que, no âmbito daquela comissão, hajam formalmente b) Coordenação da incidência intermunicipal dos pro-
discordado das soluções definidas para o futuro plano, jectos de redes, equipamentos, infra-estruturas e distribui-
tendo em vista obter uma solução concertada que permita ção das actividades industriais, turísticas, comerciais e de
ultrapassar as objecções formuladas. serviços constantes do programa nacional da política de
3 — (Revogado.) ordenamento do território, dos planos regionais de ordena-
4 — (Revogado.) mento do território e dos planos sectoriais aplicáveis;
6648 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

c) Estabelecimento de objectivos, a médio e longo pra- interessadas ou pela assembleia intermunicipal da respec-
zos, de racionalização do povoamento; tiva proposta definindo a área abrangida e os objectivos
d) Definição de objectivos em matéria de acesso a equi- estratégicos a atingir.
pamentos e serviços públicos. 2 — A deliberação de elaboração do plano intermunici-
pal deve ser publicada no Diário da República e divulgada
Artigo 62.º através da comunicação social e da Internet pelos municí-
Conteúdo material
pios ou associações de municípios.
3 — A deliberação a que se refere o número anterior
Os planos intermunicipais de ordenamento do território deve indicar se o plano está sujeito a avaliação ambiental,
definem um modelo de organização do território intermu- ou as razões que justificam a sua inexigibilidade, podendo
nicipal nomeadamente estabelecendo: para este efeito ser precedida da consulta prevista no n.º 3
do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
a) Directrizes para o uso integrado do território abran-
4 — Sempre que os municípios ou as associações de
gido;
municípios solicitem pareceres nos termos do número
b) A definição das redes intermunicipais de infra-
anterior, esses pareceres devem também conter a pronúncia
-estruturas, de equipamentos, de transportes e de servi-
sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da
ços;
informação a incluir no relatório ambiental, aplicando-se
c) Padrões mínimos e objectivos a atingir em matéria
o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
de qualidade ambiental.
5 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
Artigo 63.º
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse
Conteúdo documental prazo.
1 — Os planos intermunicipais de ordenamento do ter- Artigo 65.º
ritório são constituídos por um relatório e por um conjunto Acompanhamento, concertação e participação
de peças gráficas ilustrativas das orientações substantivas.
1 — A elaboração dos planos intermunicipais de orde-
2 — Os planos intermunicipais de ordenamento do terri-
namento do território é acompanhada por uma comissão
tório podem ser acompanhados, em função dos respectivos
consultiva, aplicando-se quanto ao acompanhamento, con-
âmbito e objectivos, por:
certação e discussão pública destes planos, as disposições
a) Planta de enquadramento abrangendo a área de inter- relativas ao plano director municipal, com as necessárias
venção e a restante área de todos os municípios integrados adaptações.
no plano; 2 — No âmbito do parecer final da comissão consultiva,
b) Identificação dos valores culturais e naturais a pro- a posição da comissão de coordenação e desenvolvimento
teger; regional inclui obrigatoriamente a apreciação sobre a con-
c) Identificação dos espaços agrícolas e florestais com formidade com as disposições legais e regulamentares
relevância para a estratégia intermunicipal de desenvol- vigentes e a articulação e coerência da proposta com os
vimento rural; objectivos, princípios e regras aplicáveis no território em
d) Representação das redes de acessibilidades e dos causa, definidos por quaisquer outros instrumentos de
equipamentos públicos de interesse supramunicipal; gestão territorial eficazes.
e) Análise previsional da dinâmica demográfica, eco-
nómica, social e ambiental da área abrangida; Artigo 66.º
f) Programas de acção territorial relativos designada-
Parecer da comissão de coordenação e desenvolvimento regional
mente à execução das obras públicas determinadas pelo
plano, bem como de outros objectivos e acções de interesse 1 — Concluída a versão final, a proposta de plano
intermunicipal indicando as entidades responsáveis pela intermunicipal de ordenamento do território é enviada
respectiva concretização; à comissão de coordenação e desenvolvimento regional
g) Plano de financiamento. territorialmente competente, a qual pode emitir parecer
no prazo de 10 dias, improrrogáveis, a notificar, sendo o
3 — Sempre que seja necessário proceder à avalia- caso, às assembleias municipais interessadas e à assembleia
ção ambiental nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei intermunicipal.
n.º 232/2007, de 15 de Junho, os planos intermunicipais 2 — O parecer referido no número anterior, quando
de ordenamento do território são ainda acompanhados pelo emitido, não possui carácter vinculativo e incide apenas
relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e sobre a conformidade com as disposições legais e regula-
avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente mentares vigentes e a compatibilidade ou conformidade
resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas com os instrumentos de gestão territorial eficazes.
razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito
de aplicação territorial respectivos. Artigo 67.º
Aprovação
Artigo 64.º
Os planos intermunicipais de ordenamento do território
Elaboração
são aprovados por deliberação das assembleias municipais
1 — A elaboração dos planos intermunicipais de orde- interessadas, quando se trate de municípios associados
namento do território compete aos municípios associa- para o efeito, ou por deliberação da assembleia intermu-
dos para o efeito ou às associações de municípios, após nicipal, após audição de todas as assembleias municipais
aprovação, respectivamente, pelas assembleias municipais envolvidas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6649

Artigo 68.º 2 — Para os efeitos do presente diploma, entende-se


por:
(Revogado.)
a) Solo rural, aquele para o qual é reconhecida vocação
SUBSECÇÃO II para as actividades agrícolas, pecuárias, florestais ou mine-
Planos municipais de ordenamento do território rais, assim como o que integra os espaços naturais de pro-
tecção ou de lazer, ou que seja ocupado por infra-estruturas
DIVISÃO I
que não lhe confiram o estatuto de solo urbano;
Disposições gerais b) Solo urbano, aquele para o qual é reconhecida vo-
Artigo 69.º cação para o processo de urbanização e de edificação,
nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja
Noção urbanização seja programada, constituindo o seu todo o
1 — Os planos municipais de ordenamento do território perímetro urbano.
são instrumentos de natureza regulamentar, aprovados
pelos municípios. 3 — A reclassificação do solo como solo urbano tem
2 — Os planos municipais de ordenamento do território carácter excepcional sendo limitada aos casos em que
estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos de tal for comprovadamente necessário face à dinâmica de-
mográfica, ao desenvolvimento económico e social e à
evolução previsível da ocupação humana e da organização
indispensabilidade de qualificação urbanística.
de redes e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâme-
4 — Para efeitos do disposto nos números anteriores
tros de aproveitamento do solo e de garantia da qualidade serão estabelecidos critérios uniformes aplicáveis a todo
ambiental. o território nacional por decreto regulamentar.
Artigo 70.º
Objectivos Artigo 73.º
Os planos municipais de ordenamento do território vi- Qualificação
sam estabelecer: 1 — A qualificação do solo, atenta a sua classificação
a) A tradução, no âmbito local, do quadro de desen- básica, regula o aproveitamento do mesmo em função da
volvimento do território estabelecido nos instrumentos de utilização dominante que nele pode ser instalada ou desen-
natureza estratégica de âmbito nacional e regional; volvida, fixando os respectivos uso e, quando admissível,
b) A expressão territorial da estratégia de desenvolvi- edificabilidade.
mento local; 2 — A qualificação do solo rural processa-se através da
c) A articulação das políticas sectoriais com incidência integração nas seguintes categorias:
local; a) Espaços agrícolas ou florestais afectos à produção
d) A base de uma gestão programada do território mu- ou à conservação;
nicipal; b) Espaços de exploração mineira;
e) A definição da estrutura ecológica municipal; c) Espaços afectos a actividades industriais directamente
f) Os princípios e as regras de garantia da qualidade ligadas às utilizações referidas nas alíneas anteriores;
ambiental e da preservação do património cultural; d) Espaços naturais;
g) Os princípios e os critérios subjacentes a opções de e) Espaços destinados a infra-estruturas ou a outros tipos
localização de infra-estruturas, equipamentos, serviços e de ocupação humana que não impliquem a classificação
funções; como solo urbano, designadamente permitindo usos múl-
h) Os critérios de localização e distribuição das activi- tiplos em actividades compatíveis com espaços agrícolas,
dades industriais, turísticas, comerciais e de serviços; florestais ou naturais.
i) Os parâmetros de uso do solo;
j) Os parâmetros de uso e fruição do espaço público; 3 — A qualificação do solo urbano processa-se através
l) Outros indicadores relevantes para a elaboração dos da integração em categorias que conferem a susceptibili-
demais instrumentos de gestão territorial. dade de urbanização ou de edificação.
4 — A qualificação do solo urbano determina a defini-
Artigo 71.º ção do perímetro urbano, que compreende:
Regime de uso do solo a) Os solos urbanizados;
1 — O regime de uso do solo é definido nos planos b) Os solos cuja urbanização seja possível programar;
municipais de ordenamento do território através da clas- c) Os solos afectos à estrutura ecológica necessários ao
equilíbrio do sistema urbano.
sificação e da qualificação do solo.
2 — A reclassificação ou requalificação do uso do solo 5 — A definição da utilização dominante referida no
processa-se através dos procedimentos de revisão ou alte- n.º 1, bem como das categorias relativas ao solo rural e ao
ração dos planos municipais de ordenamento do território. solo urbano, obedece a critérios uniformes aplicáveis a todo
o território nacional, a estabelecer por decreto regulamentar.
Artigo 72.º
Classificação Artigo 74.º
Elaboração
1 — A classificação do solo determina o destino básico
dos terrenos, assentando na distinção fundamental entre 1 — A elaboração dos planos municipais de ordena-
solo rural e solo urbano. mento do território compete à câmara municipal, sendo
6650 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

determinada por deliberação, a publicar no Diário da Re- d) Promover o estabelecimento de uma adequada con-
pública e a divulgar através da comunicação social e na certação de interesses.
respectiva página da Internet, que estabelece os respectivos
prazos de elaboração e do período de participação a que 2 — (Revogado.)
se refere o n.º 2 do artigo 77.º 3 — (Revogado.)
2 — Nos termos do disposto no número anterior, com- 4 — (Revogado.)
pete à câmara municipal a definição da oportunidade e 5 — (Revogado.)
dos termos de referência dos planos de urbanização e dos 6 — (Revogado.)
planos de pormenor, sem prejuízo da posterior intervenção 7 — (Revogado.)
de outras entidades públicas ou particulares. 8 — (Revogado.)
3 — A elaboração de planos municipais de ordenamento 9 — (Revogado.)
do território obriga a identificar e a ponderar, nos diversos 10 — (Revogado.)
âmbitos, os planos, programas e projectos com incidência
na área em causa, considerando os que já existam e os que
Artigo 75.º-A
se encontrem em preparação, por forma a assegurar as
necessárias compatibilizações. Acompanhamento dos planos directores municipais
4 — No caso dos planos de urbanização e dos planos de
pormenor, a câmara municipal, previamente à deliberação 1 — O acompanhamento da elaboração do plano direc-
referida no n.º 1, pode solicitar à comissão de coordenação tor municipal é assegurado por uma comissão de acompa-
e desenvolvimento regional a realização de uma reunião nhamento, cuja composição deve traduzir a natureza dos
com vista à indicação de quais as entidades representativas interesses a salvaguardar e a relevância das implicações
de interesses públicos que devem intervir no acompanha- técnicas a considerar, integrando representantes de servi-
mento do plano. ços e entidades da administração directa ou indirecta do
5 — Os planos de urbanização e os planos de porme- Estado, das Regiões Autónomas, do município e de outras
nor que impliquem a utilização de pequenas áreas a nível entidades públicas cuja participação seja aconselhável no
local só são objecto de avaliação ambiental no caso de se âmbito do plano.
determinar que são susceptíveis de ter efeitos significativos 2 — Deve ser garantida a integração na comissão de
no ambiente. acompanhamento das entidades às quais, em virtude das
6 — A qualificação dos planos de urbanização e dos pla- suas responsabilidades ambientais específicas, possam
nos de pormenor para efeitos do número anterior compete à interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação
câmara municipal de acordo com os critérios estabelecidos do plano, as quais exercem na comissão as competências
no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-Lei
podendo ser precedida de consulta às entidades às quais, n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a elaboração
em virtude das suas responsabilidades ambientais especí- do relatório ambiental.
ficas, possam interessar os efeitos ambientais resultantes 3 — A comissão de acompanhamento deve ser cons-
da aplicação do plano. tituída no prazo de 30 dias após solicitação da câmara
7 — Tendo sido deliberada a elaboração de plano de municipal.
urbanização ou de plano de pormenor, a câmara municipal 4 — A comissão fica obrigada a um acompanhamento
solicita parecer sobre o âmbito da avaliação ambiental e so- assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração do futuro
bre o alcance da informação a incluir no relatório ambien- plano, devendo, no final, apresentar um parecer escrito,
tal, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, assinado por todos os seus membros, com menção ex-
de 15 de Junho. pressa da orientação defendida, que se pronuncie sobre
8 — Sempre que a câmara municipal solicite parecer
os aspectos seguintes:
nos termos do n.º 6, esse parecer deve, nos casos em que
se justifique, conter também a pronúncia sobre os aspectos a) Cumprimento das normas legais e regulamentares
referidos no número anterior. aplicáveis;
9 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números b) Compatibilidade ou conformidade da proposta de
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não plano com os instrumentos de gestão territorial eficazes;
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse c) Fundamento técnico das soluções defendidas pela
prazo. câmara municipal.
Artigo 75.º
5 — O parecer da comissão deve exprimir a apreciação
Acompanhamento realizada pelas diversas entidades representadas, incluindo
1 — O acompanhamento da elaboração dos planos mu- a posição final das entidades que formalmente discordaram
nicipais de ordenamento do território visa: das soluções projectadas.
6 — O parecer final da comissão acompanha a proposta
a) Apoiar o desenvolvimento dos trabalhos e assegurar de plano apresentada pela câmara municipal à assembleia
a respectiva eficácia; municipal.
b) Promover a compatibilidade ou conformidade com os 7 — Para efeitos de avaliação ambiental, o parecer final
instrumentos de gestão territorial eficazes, bem como a sua da comissão integra a análise sobre o relatório ambiental
compatibilização com quaisquer outros planos, programas considerando especificadamente a posição das entidades
e projectos de interesse municipal ou supramunicipal; referidas no n.º 2.
c) Permitir a ponderação dos diversos actos da Admi- 8 — A constituição, a composição e o funcionamento da
nistração Pública susceptíveis de condicionar as soluções comissão de acompanhamento são regulados por portaria
propostas, garantindo uma informação actualizada sobre do membro do Governo responsável pelo ordenamento
os mesmos; do território.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6651

Artigo 75.º-B 2 — Concluída a elaboração da proposta de plano e emi-


Comissão de acompanhamento
tido o parecer da comissão de acompanhamento, a câmara
municipal pode ainda promover, nos 20 dias subsequentes
1 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo an- à emissão daquele parecer, a realização de reuniões de
terior, a designação dos representantes dos serviços e enti- concertação com as entidades que, no âmbito daquela
dades da administração directa ou indirecta do Estado e das comissão, hajam formalmente discordado das soluções do
Regiões Autónomas inclui a delegação ou subdelegação futuro plano, tendo em vista obter uma solução concertada
dos poderes adequados para efeitos de vinculação daqueles que permita ultrapassar as objecções formuladas.
serviços e entidades. 3 — No caso dos planos de urbanização e dos planos de
2 — A posição manifestada pelos representantes dos pormenor, a câmara municipal pode igualmente promover
serviços e entidades da administração directa ou indirecta nos 20 dias subsequentes à realização da conferência de
do Estado e das Regiões Autónomas no parecer previsto no serviços, a realização de reuniões de concertação em ter-
n.º 3 do artigo anterior substitui os pareceres que aqueles mos análogos ao disposto no n.º 2 ou nova conferência de
serviços e entidades devessem emitir, a qualquer título, serviços com as entidades representativas dos interesses
sobre o plano, nos termos legais e regulamentares. a ponderar que se justifiquem e com a comissão de coor-
3 — Caso o representante de um serviço ou entidade não denação e desenvolvimento regional.
manifeste, na reunião da comissão de acompanhamento 4 — (Revogado.)
que aprova o parecer final, a sua concordância com as so- 5 — (Revogado.)
luções projectadas, ou, apesar de regularmente convocado, 6 — (Revogado.)
não compareça à reunião, considera-se que o serviço ou
entidade por si representado nada tem a opor à proposta de Artigo 77.º
plano director municipal, desde que não manifeste a sua
Participação
discordância no prazo de cinco dias após a comunicação
do resultado da reunião. 1 — Ao longo da elaboração dos planos municipais de
ordenamento do território, a câmara municipal deve facul-
Artigo 75.º-C tar aos interessados todos os elementos relevantes para que
Acompanhamento dos planos de urbanização estes possam conhecer o estádio dos trabalhos e a evolução
e dos planos de pormenor da tramitação procedimental, bem como formular suges-
tões à autarquia e à comissão mista de coordenação.
1 — O acompanhamento da elaboração dos planos de 2 — Na deliberação que determina a elaboração do
urbanização e dos planos de pormenor é facultativo. plano é estabelecido um prazo, que não deve ser inferior a
2 — No decurso da elaboração dos planos, a câmara 15 dias, para a formulação de sugestões e para a apresenta-
municipal solicita o acompanhamento que entender ne- ção de informações sobre quaisquer questões que possam
cessário, designadamente a emissão de pareceres sobre ser consideradas no âmbito do respectivo procedimento
as propostas de planos ou a realização de reuniões de de elaboração.
acompanhamento à comissão de coordenação e desenvol- 3 — Concluído o período de acompanhamento e, quando
vimento regional territorialmente competente ou às demais for o caso, decorrido o período adicional de concertação,
entidades representativas dos interesses a ponderar. a câmara municipal procede à abertura de um período de
3 — Concluída a elaboração, a câmara municipal apre- discussão pública, através de aviso a publicar no Diário da
senta a proposta de plano, os pareceres eventualmente emi- República e a divulgar através da comunicação social e da
tidos e o relatório ambiental, à comissão de coordenação e respectiva página da Internet, do qual consta a indicação
desenvolvimento regional territorialmente competente que, do período de discussão, das eventuais sessões públicas
no prazo de 22 dias, procede à realização de uma confe- a que haja lugar e dos locais onde se encontra disponível
rência de serviços com todas as entidades representativas a proposta, o respectivo relatório ambiental, o parecer da
dos interesses a ponderar, aplicando-se, com as necessárias comissão de acompanhamento ou da comissão de coor-
adaptações, o disposto no artigo 75.º-B e devendo a acta denação e desenvolvimento regional, os demais pareceres
respectiva conter o parecer da comissão de coordenação e eventualmente emitidos, os resultados da concertação, bem
desenvolvimento regional sobre os aspectos previstos no como da forma como os interessados podem apresentar as
n.º 4 do artigo 75.º-A. suas reclamações, observações ou sugestões.
4 — São convocadas para a conferência de serviços as 4 — O período de discussão pública deve ser anunciado
entidades às quais, em virtude das suas responsabilidades com a antecedência mínima de 5 dias, e não pode ser infe-
ambientais específicas, possam interessar os efeitos am- rior a 30 dias para o plano director municipal e a 22 dias
bientais resultantes da aplicação do plano. para o plano de urbanização e para o plano de pormenor.
5 — A convocatória da conferência de serviços é acom- 5 — A câmara municipal ponderará as reclamações,
panhada das propostas de plano de urbanização e de plano observações, sugestões e pedidos de esclarecimento apre-
de pormenor, bem como dos respectivos relatórios ambien- sentados pelos particulares, ficando obrigada a resposta
tais, e deve ser efectuada com a antecedência de 15 dias. fundamentada perante aqueles que invoquem, designa-
damente:
Artigo 76.º
a) A desconformidade com outros instrumentos de ges-
Concertação
tão territorial eficazes;
1 — O acompanhamento da elaboração da proposta b) A incompatibilidade com planos, programas e projec-
de plano director municipal inclui a concertação com as tos que devessem ser ponderados em fase de elaboração;
entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão de c) A desconformidade com disposições legais e regu-
acompanhamento, formulem objecções às soluções defi- lamentares aplicáveis;
nidas para o futuro plano. d) A eventual lesão de direitos subjectivos.
6652 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

6 — A resposta referida no número anterior será co- 4 — A apreciação pelo Governo de pedido de ratificação
municada por escrito aos interessados, sem prejuízo do de plano director municipal é suscitada através da com-
disposto no artigo 10.º, n.º 4, da Lei n.º 83/95, de 31 de petente comissão de coordenação e de desenvolvimento
Agosto. regional, devendo, quando tenha lugar, ser acompanhada
7 — Sempre que necessário ou conveniente, a câmara de parecer fundamentado da parte desta.
municipal promove o esclarecimento directo dos interessa- 5 — A ratificação do plano director municipal nos ter-
dos, quer através dos seus próprios técnicos, quer através mos do número anterior implica a revogação ou alteração
do recurso a técnicos da administração directa ou indirecta das disposições constantes dos instrumentos de gestão
do Estado e das Regiões Autónomas. territorial afectados, determinando a correspondente alte-
8 — Findo o período de discussão pública, a câmara ração dos elementos documentais afectados por forma a
municipal pondera e divulga, designadamente através da que traduzam a actualização da disciplina vigente.
comunicação social e da respectiva página da Internet, os 6 — A alteração e a revisão do plano director municipal
respectivos resultados e elabora a versão final da proposta são objecto de ratificação nos termos do n.º 2 do presente
para aprovação. artigo.
9 — São obrigatoriamente públicas todas as reuniões 7 — A ratificação do plano director municipal é efectuada
da câmara municipal e da assembleia municipal que res- por resolução do Conselho de Ministros.
peitem à elaboração ou aprovação de qualquer categoria
de instrumento de planeamento territorial. Artigo 81.º
10 — (Revogado.)
11 — (Revogado.) Conclusão da elaboração e prazo de publicação
1 — A elaboração dos planos municipais de ordena-
Artigo 78.º mento do território considera-se concluída com a apro-
Parecer final da comissão de coordenação vação da respectiva proposta pela assembleia municipal.
e desenvolvimento regional 2 — Os procedimentos administrativos subsequentes à
1 — Concluído o projecto de versão final do plano di- conclusão da elaboração dos planos municipais de ordena-
rector municipal, este é enviado à comissão de coordenação mento do território devem ser concretizados de modo que,
e desenvolvimento regional territorialmente competente, entre a respectiva aprovação e a publicação no Diário da
a qual pode emitir parecer no prazo de 10 dias, improrro- República, medeiem os seguintes prazos máximos:
gáveis, a notificar, sendo o caso, à câmara municipal e à a) Plano director municipal — três meses;
assembleia municipal. b) Plano de urbanização — dois meses;
2 — O parecer referido no número anterior, quando c) Plano de pormenor — dois meses.
emitido, não possui carácter vinculativo e incide apenas
sobre a conformidade com as disposições legais e regula- 3 — Os prazos fixados no número anterior suspendem-
mentares vigentes e a compatibilidade ou conformidade -se nos casos previstos no n.º 2 do artigo anterior.
com os instrumentos de gestão territorial eficazes.
Artigo 82.º
Artigo 79.º
Efeitos
Aprovação
A existência de planos municipais de ordenamento do
1 — Os planos municipais de ordenamento do território
são aprovados pela assembleia municipal, mediante pro- território eficazes pode constituir condição de acesso à
posta apresentada pela câmara municipal. celebração de contratos-programa, bem como à obtenção
2 — Se o plano director municipal aprovado mantiver de fundos e linhas de crédito especiais.
incompatibilidades com plano sectorial ou plano regional
de ordenamento do território, deve ser solicitada a sua Artigo 83.º
ratificação nos termos do artigo 80.º Vigência

Artigo 80.º Os planos municipais de ordenamento do território


poderão ter um prazo de vigência previamente fixado,
Ratificação permanecendo, no entanto, eficazes até à entrada em vigor
1 — A ratificação pelo Governo do plano director muni- da respectiva revisão ou alteração.
cipal tem como efeito a derrogação das normas dos planos
sectoriais e dos planos regionais de ordenamento do terri- Artigo 83.º-A
tório incompatíveis com as opções municipais. Disponibilização da informação na Internet
2 — A ratificação pelo Governo do plano director mu-
nicipal ocorre, a solicitação da câmara municipal, quando, 1 — Os planos municipais de ordenamento do território
no âmbito do procedimento de elaboração e aprovação, for estão acessíveis, a todos os cidadãos, na Internet.
suscitada pelos serviços e entidades com competências 2 — Para efeitos do número anterior, os municípios
consultivas no âmbito da elaboração e do acompanha- devem proceder à transcrição digital georreferenciada
mento, a incompatibilidade com os instrumentos de gestão de todo o conteúdo documental por que são constituí-
territorial referidos no número anterior. dos os planos municipais de ordenamento do território,
3 — A ratificação do plano director municipal pode disponibilizando-o nos respectivos sítios electrónicos.
ser parcial, aproveitando apenas à parte compatível com 3 — As plantas devem estar disponíveis à mesma es-
os instrumentos de gestão territorial referidos no n.º 1 do cala e com as mesmas cores e símbolos dos documentos
presente artigo. aprovados pelo respectivo município.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6653

4 — O acesso às legendas das plantas deve ser simples e d) Os objectivos de desenvolvimento estratégico a pros-
rápido por forma a garantir o entendimento do significado seguir e os critérios de sustentabilidade a adoptar, bem
das cores e símbolos utilizados. como os meios disponíveis e as acções propostas;
e) A referenciação espacial dos usos e das actividades
Artigo 83.º-B nomeadamente através da definição das classes e catego-
rias de espaços;
Actualização do conteúdo da informação
f) A identificação das áreas e a definição de estratégias
1 — Em cada município devem ser referenciados em de localização, distribuição e desenvolvimento das activi-
planta, de forma consolidada, todos os planos de urbani- dades industriais, turísticas, comerciais e de serviços;
zação ou planos de pormenor em vigor. g) A definição de estratégias para o espaço rural, iden-
2 — Deve ser simples e directo o acesso aos planos de tificando aptidões, potencialidades e referências aos usos
urbanização ou planos de pormenor em vigor, assim como múltiplos possíveis;
as eventuais medidas preventivas ou outras que suspendam h) A identificação e a delimitação dos perímetros urba-
a eficácia de um plano. nos, com a definição do sistema urbano municipal;
3 — O município deve actualizar o conteúdo de cada i) A definição de programas na área habitacional;
plano no prazo máximo de um mês após a entrada em vigor j) A especificação qualitativa e quantitativa dos índices,
de qualquer alteração. indicadores e parâmetros de referência, urbanísticos ou
de ordenamento, a estabelecer em plano de urbanização
DIVISÃO II e plano de pormenor, bem como os de natureza supletiva
aplicáveis na ausência destes;
Plano director municipal
l) A definição de unidades operativas de planeamento
e gestão, para efeitos de programação da execução do
Artigo 84.º plano, estabelecendo para cada uma das mesmas os res-
Objecto pectivos objectivos, bem como os termos de referência
para a necessária elaboração de planos de urbanização e
1 — O plano director municipal estabelece a estratégia de pormenor;
de desenvolvimento territorial, a política municipal de m) A programação da execução das opções de ordena-
ordenamento do território e de urbanismo e as demais mento estabelecidas;
políticas urbanas, integra e articula as orientações estabe- n) A identificação de condicionantes, designadamente
lecidas pelos instrumentos de gestão territorial de âmbito reservas e zonas de protecção, bem como das necessárias
nacional e regional e estabelece o modelo de organização à concretização dos planos de protecção civil de carácter
espacial do território municipal. permanente;
2 — O plano director municipal é um instrumento de o) As condições de actuação sobre áreas críticas, situa-
referência para a elaboração dos demais planos municipais ções de emergência ou de excepção, bem como sobre áreas
de ordenamento do território e para o estabelecimento de degradadas em geral;
programas de acção territorial, bem como para o desen- p) As condições de reconversão das áreas urbanas de
volvimento das intervenções sectoriais da administração génese ilegal;
do Estado no território do município, em concretização q) A identificação das áreas de interesse público para
do princípio da coordenação das respectivas estratégias efeitos de expropriação, bem como a definição das respec-
de ordenamento territorial. tivas regras de gestão;
3 — O modelo de organização espacial do território r) Os critérios para a definição das áreas de cedência,
municipal tem por base a classificação e a qualificação bem como a definição das respectivas regras de gestão;
do solo. s) Os critérios de perequação compensatória de be-
4 — O plano director municipal é de elaboração obri- nefícios e encargos decorrentes da gestão urbanística a
gatória. concretizar nos instrumentos de planeamento previstos nas
Artigo 85.º unidades operativas de planeamento e gestão;
Conteúdo material t) A articulação do modelo de organização municipal
do território com a disciplina consagrada nos demais ins-
1 — O plano director municipal define um modelo de trumentos de gestão territorial aplicáveis;
organização municipal do território nomeadamente esta- u) O prazo de vigência e as condições de revisão.
belecendo:
a) A caracterização económica, social e biofísica, in- 2 — Na ausência dos índices, parâmetros e indicadores
cluindo da estrutura fundiária da área de intervenção; de natureza supletiva a que alude a alínea j) do número
b) A definição e caracterização da área de intervenção, anterior para áreas sujeitas à elaboração de plano de urba-
identificando as redes urbana, viária, de transportes e de nização ou de plano de pormenor, são aplicáveis às opera-
equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento ções urbanísticas a realizar em zona urbana consolidada,
público e de segurança, bem como os sistemas de teleco- como tal identificada no plano, os índices, parâmetros e
municações, de abastecimento de energia, de captação, indicadores de referência, nas seguintes condições:
de tratamento e abastecimento de água, de drenagem e a) Tenha decorrido o prazo de cinco anos sobre a data
tratamento de efluentes e de recolha, depósito e tratamento de entrada em vigor do plano director municipal, sem que
de resíduos; haja sido aprovado o plano de urbanização ou o plano de
c) A definição dos sistemas de protecção dos valores e pormenor;
recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais, identi- b) Os índices e parâmetros de referência estabelecidos
ficando a estrutura ecológica municipal; no plano director municipal definam os usos e a cércea
6654 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

máxima a observar, bem como os indicadores relativos à zação de empreendimentos turísticos e equipamentos e
definição da rede viária e do estacionamento. infra-estruturas associadas.

Artigo 86.º 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea d) do artigo 88.º,


o solo rural complementar referido na alínea a) do número
Conteúdo documental
anterior não pode ser objecto de reclassificação.
1 — O plano director municipal é constituído por:
Artigo 88.º
a) Regulamento;
b) Planta de ordenamento, que representa que representa Conteúdo material
o modelo de organização espacial do território municipal, O plano de urbanização deve adoptar o conteúdo ma-
de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação terial apropriado às condições da área territorial a que
e qualificação dos solos e ainda as unidades operativas de respeita, aos objectivos das políticas urbanas e às transfor-
planeamento e gestão definidas; mações previstas nos termos de referência e na deliberação
c) Planta de condicionantes que identifica as servidões municipal que determinou a sua elaboração, dispondo
e restrições de utilidade pública em vigor que possam nomeadamente sobre:
constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma
específica de aproveitamento. a) A definição e caracterização da área de intervenção,
identificando os valores culturais e naturais a proteger;
2 — O plano director municipal é acompanhado por: b) A concepção geral da organização urbana, a partir da
qualificação do solo, definindo a rede viária estruturante, a
a) Estudos de caracterização do território municipal; localização de equipamentos de uso e interesse colectivo, a
b) Relatório, que explicita os objectivos estratégicos estrutura ecológica, bem como o sistema urbano de circu-
e as opções de base territorial adoptadas para o modelo lação de transporte público e privado e de estacionamento;
de organização espacial, bem como a respectiva funda- c) A definição do zonamento para localização das di-
mentação técnica, suportada na avaliação das condições versas funções urbanas, designadamente habitacionais,
económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua comerciais, turísticas, de serviços e industriais, bem como
execução; a identificação das áreas a recuperar ou reconverter;
c) Relatório ambiental, no qual se identificam, des- d) A adequação do perímetro urbano definido no plano
crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no director municipal em função do zonamento e da concep-
ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al- ção geral da organização urbana definidos;
ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e e) O traçado e o dimensionamento das redes de infra-
o âmbito de aplicação territorial respectivos; -estruturas gerais que estruturam o território, fixando os
d) Programa de execução, contendo designadamente respectivos espaços-canal;
disposições indicativas sobre a execução das intervenções f) Os critérios de localização e de inserção urbanística
municipais previstas, bem como sobre os meios de finan- e o dimensionamento dos equipamentos de utilização co-
ciamento das mesmas. lectiva;
g) As condições de aplicação dos instrumentos da polí-
3 — Os demais elementos que acompanham o plano tica de solos e de política urbana previstos na lei, em parti-
director municipal são fixados por portaria do membro do cular os que respeitam à reabilitação urbana e à reconversão
Governo responsável pelo ordenamento do território. urbanística de áreas urbanas degradadas;
h) Os indicadores e os parâmetros urbanísticos aplicáveis
DIVISÃO III a cada uma das categorias e subcategorias de espaços;
Plano de urbanização i) A delimitação e os objectivos das unidades ou subuni-
dades operativas de planeamento e gestão e a estruturação
Artigo 87.º das acções de perequação compensatória;
j) A identificação dos sistemas de execução do plano.
Objecto
1 — O plano de urbanização concretiza, para uma Artigo 89.º
determinada área do território municipal, a política de Conteúdo documental
ordenamento do território e de urbanismo, fornecendo o
quadro de referência para a aplicação das políticas urbanas 1 — O plano de urbanização é constituído por:
e definindo a estrutura urbana, o regime de uso do solo e a) Regulamento;
os critérios de transformação do território. b) Planta de zonamento, que representa a estrutura ter-
2 — O plano de urbanização pode abranger: ritorial e o regime de uso do solo da área a que respeita;
a) Qualquer área do território do município incluída em c) Planta de condicionantes que identifica as servidões
perímetro urbano por plano director municipal eficaz e e restrições de utilidade pública em vigor que possam
ainda o solo rural complementar de um ou mais perímetros constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma
específica de aproveitamento.
urbanos, que se revele necessário para estabelecer uma
intervenção integrada de planeamento;
b) Outras áreas do território municipal que, de acordo 2 — O plano de urbanização é acompanhado por:
com os objectivos e prioridades estabelecidas no plano a) Relatório, que explicita os objectivos estratégicos do
director municipal, possam ser destinadas a usos e funções plano e a respectiva fundamentação técnica, suportada na
urbanas, designadamente à localização de instalações ou avaliação das condições económicas, sociais, culturais e
parques industriais, logísticos ou de serviços ou à locali- ambientais para a sua execução;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6655

b) Relatório ambiental, no qual se identificam, des- h) A implantação das redes de infra-estruturas, com
crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no delimitação objectiva das áreas a elas afectas;
ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al- i) Os critérios de inserção urbanística e o dimensiona-
ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e mento dos equipamentos de utilização colectiva e a respec-
o âmbito de aplicação territorial respectivos; tiva localização no caso dos equipamentos públicos;
c) Programa de execução, contendo designadamente j) A identificação dos sistemas de execução do plano
disposições indicativas sobre a execução das intervenções e a programação dos investimentos públicos associa-
municipais previstas, bem como sobre os meios de finan- dos, bem como a sua articulação com os investimentos
ciamento das mesmas. privados;
l) A estruturação das acções de perequação compen-
3 — Os demais elementos que acompanham o plano satória.
de urbanização são fixados por portaria do membro do
Governo responsável pelo ordenamento do território. 2 — (Revogado.)
3 — O plano de pormenor relativo a área não abrangida
DIVISÃO IV por plano de urbanização, incluindo as intervenções em
solo rural, procede à prévia explicitação do zonamento
Plano de pormenor
com base na disciplina consagrada no plano director mu-
nicipal.
Artigo 90.º
Artigo 91.º -A
Objecto
Modalidades específicas
1 — O plano de pormenor desenvolve e concretiza 1 — O plano de pormenor pode adoptar modalidades
propostas de ocupação de qualquer área do território mu- específicas com conteúdo material adaptado a finalidades
nicipal, estabelecendo regras sobre a implantação das infra- particulares de intervenção previstas nos termos de refe-
-estruturas e o desenho dos espaços de utilização colectiva, rência do plano e na deliberação municipal que determinou
a forma de edificação e a disciplina da sua integração na a respectiva elaboração.
paisagem, a localização e inserção urbanística dos equi- 2 — São modalidades específicas de plano de porme-
pamentos de utilização colectiva e a organização espacial nor:
das demais actividades de interesse geral.
2 — O plano de pormenor pode ainda desenvolver e a) O plano de intervenção no espaço rural;
concretizar programas de acção territorial. b) O plano de pormenor de reabilitação urbana;
3 — O plano de pormenor abrange áreas contínuas do c) O plano de pormenor de salvaguarda.
território municipal, correspondentes, designadamente, a
uma unidade ou subunidade operativa de planeamento e 3 — O plano de intervenção no espaço rural abrange
gestão ou a parte delas. solo rural e estabelece as regras relativas a:
a) Construção de novas edificações e reconstrução, alte-
Artigo 91.º ração, ampliação ou demolição das edificações existentes,
Conteúdo material quando tal se revele necessário ao exercício das actividades
autorizadas no solo rural;
1 — O plano de pormenor deve adoptar o conteúdo b) Implantação de novas infra-estruturas de circulação
material apropriado às condições da área territorial a que de veículos, animais e pessoas, e de novos equipamentos
respeita e aos objectivos previstos nos termos de referência públicos ou privados de utilização colectiva, e a remode-
e na deliberação municipal que determinou a sua elabora- lação, ampliação ou alteração dos existentes;
ção, estabelecendo nomeadamente: c) Criação ou a beneficiação de espaços de utilização
a) A definição e caracterização da área de intervenção colectiva, públicos ou privados, e respectivos acessos e
identificando, quando se justifique, os valores culturais e áreas de estacionamento;
naturais a proteger; d) Criação de condições para a prestação de serviços
b) As operações de transformação fundiária necessárias complementares das actividades autorizadas no solo ru-
e a definição das regras relativas às obras de urbaniza- ral;
ção; e) Operações de protecção, valorização e requalificação
c) O desenho urbano, exprimindo a definição dos es- da paisagem.
paços públicos, de circulação viária e pedonal, de esta-
cionamento bem como do respectivo tratamento, alinha- 4 — O plano de intervenção no espaço rural não pode
mentos, implantações, modelação do terreno, distribuição promover a reclassificação do solo rural em urbano, com
volumétrica, bem como a localização dos equipamentos excepção justificada das áreas expressamente destinadas
e zonas verdes; à edificação e usos urbanos complementares.
d) A distribuição de funções e a definição de parâmetros 5 — O plano de pormenor de reabilitação urbana abrange
urbanísticos, designadamente índices, densidade de fogos, solo urbano correspondente à totalidade ou a parte de:
número de pisos e cérceas; a) Um centro histórico delimitado em plano director
e) Indicadores relativos às cores e materiais a utilizar; municipal ou plano de urbanização eficaz;
f) As operações de demolição, conservação e reabilita- b) Uma área crítica de recuperação e reconversão ur-
ção das construções existentes; banística;
g) As regras para a ocupação e gestão dos espaços pú- c) Uma área de reabilitação urbana constituída nos ter-
blicos; mos da lei.
6656 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

6 — O plano de pormenor de reabilitação urbana pode 4 — Os demais elementos que acompanham o plano de
delimitar áreas a sujeitar à aplicação de regimes específicos pormenor são fixados por portaria do membro do Governo
de reabilitação urbana previstos na lei. responsável pelo ordenamento do território.
7 — O conteúdo do plano de pormenor de salvaguarda
é definido nos termos previstos na Lei n.º 107/2001, de 8 Artigo 92.º-A
de Setembro. Efeitos registais
Artigo 92.º
1 — A certidão do plano de pormenor que contenha as
Conteúdo documental
menções constantes das alíneas a) a d), h) e i) do n.º 1 do
1 — O plano de pormenor é constituído por: artigo 91.º, constitui título bastante para a individualização
no registo predial dos prédios resultantes das operações
a) Regulamento; de loteamento, estruturação da compropriedade ou repar-
b) Planta de implantação, que representa o regime de celamento previstas no plano.
uso, ocupação e transformação da área de intervenção; 2 — O registo previsto no número anterior incide ape-
c) Planta de condicionantes que identifica as servidões nas sobre as descrições prediais de que o requerente seja
e restrições de utilidade pública em vigor que possam titular inscrito.
constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma 3 — Nas situações de estruturação da compropriedade
específica de aproveitamento. ou de reparcelamento, o registo referido no n.º 1 depende
da apresentação, respectivamente, do acordo de estrutura-
2 — O plano de pormenor é acompanhado por: ção da compropriedade ou de um dos contratos previstos
a) Relatório, contendo a fundamentação técnica das no n.º 8 do artigo 131.º
soluções propostas no plano, suportada na identificação 4 — O acordo e os contratos referidos no número ante-
e caracterização objectiva dos recursos territoriais da rior são oponíveis ao proprietário ou ao comproprietário
sua área de intervenção e na avaliação das condições que tenha inscrito o seu direito após a data da respectiva
económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua celebração.
execução; 5 — É dispensada a menção do sujeito passivo nas
b) Relatório ambiental, sempre que seja necessário pro- aquisições por estruturação da compropriedade ou por
ceder à avaliação ambiental nos termos dos n.os 5 e 6 do reparcelamento.
artigo 74.º, no qual se identificam, descrevem e avaliam 6 — As parcelas de terreno cedidas ao município
os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes integram-se no domínio municipal no acto de individua-
lização no registo predial dos lotes respectivos.
da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que
7 — Nas situações previstas no presente artigo não é
tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação
aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 49.º do regime ju-
territorial respectivos;
rídico da urbanização e da edificação.
c) Peças escritas e desenhadas que suportem as opera-
ções de transformação fundiária previstas, nomeadamente
Artigo 92.º-B
para efeitos de registo predial;
d) Programa de execução das acções previstas e respec- Taxas e obras de urbanização
tivo plano de financiamento. 1 — Sempre que outra solução não resulte do plano
de pormenor, a emissão da certidão referida no n.º 1 do
3 — Para efeitos de registo predial, as peças escritas artigo anterior depende do prévio pagamento:
e desenhadas previstas na alínea c) do número anterior
consistem em: a) Da taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º da
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro, apenas nos casos
a) Planta do cadastro original; em que o plano de pormenor não preveja a realização de
b) Quadro com a identificação dos prédios, natureza, obras de urbanização;
descrição predial inscrição matricial, áreas e confron- b) Das compensações em numerário devidas nos termos
tações; do n.º 4 do artigo 44.º do regime jurídico da urbanização
c) Planta da operação de transformação fundiária com e da edificação.
a identificação dos novos prédios;
d) Quadro com a identificação dos novos prédios ou 2 — A certidão do plano de pormenor identifica a forma
fichas individuais, com a indicação da respectiva área, área e o montante da caução de boa execução das obras de ur-
destinada à implantação dos edifícios e das construções banização referentes aos lotes a individualizar nos termos
anexas, área de construção, volumetria, cércea e número do artigo anterior.
de pisos acima e abaixo da cota de soleira para cada um 3 — Na falta de indicação e fixação de caução nos ter-
dos edifícios, número de fogos e utilização dos edifícios mos do número anterior, a caução é prestada por primeira
e dos fogos; hipoteca legal sobre os lotes a individualizar, calculada
e) Planta com as áreas de cedência para o domínio mu- de acordo com a respectiva comparticipação nos custos
nicipal; de urbanização.
f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder, sua 4 — Cada prédio responde apenas pela parte do mon-
finalidade e área de implantação e de construção dos equi- tante da garantia que lhe cabe nos termos da parte final
pamentos de utilização colectiva; do número anterior, sendo lícito ao seu titular requerer a
g) Quadro de transformação fundiária explicitando substituição da hipoteca legal por outro meio de caução
o relacionamento entre os prédios originários e os admissível, valendo a deliberação camarária de aceitação,
prédios resultantes da operação de transformação fun- como título bastante para cancelamento da inscrição da
diária. hipoteca legal.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6657

SECÇÃO V a) As alterações por adaptação previstas no artigo 97.º


e as rectificações previstas no artigo 97.º-A;
Dinâmica
b) As alterações simplificadas previstas no artigo 97.º-B;
c) A possibilidade de alteração resultante de circuns-
Artigo 93.º
tâncias excepcionais, designadamente em situações de
Dinâmica calamidade pública ou de alteração substancial das con-
1 — Os instrumentos de gestão territorial podem ser dições económicas, sociais, culturais e ambientais que
objecto de alteração, de rectificação, de revisão e de sus- fundamentaram as opções definidas no plano;
pensão. d) As alterações resultantes de situações de interesse
2 — A alteração dos instrumentos de gestão territorial público não previstas nas opções do plano reconhecidas por
pode decorrer: despacho do membro do Governo responsável pelo orde-
namento do território e do ministro competente em razão
a) Da evolução das condições económicas, sociais, da matéria, designadamente decorrentes da necessidade
culturais e ambientais que lhes estão subjacentes e que de instalação de infra-estruturas de produção e transporte
fundamentam as opções definidas no plano, desde que de energias renováveis, de infra-estruturas rodoviárias,
revista carácter parcial, designadamente se restrinja a uma de redes de saneamento básico e de abastecimento de
parte delimitada da respectiva área de intervenção; água, de acções de realojamento, da reconversão de áreas
b) Da ratificação ou da aprovação de planos municipais urbanas de génese ilegal e as relativas à reserva ecológica
ou da aprovação de planos especiais de ordenamento do e reserva agrícola nacionais, bem como da classificação
território que com eles não se compatibilizem ou confor- de monumentos, conjuntos e sítios;
mem; e) As alterações aos planos de ordenamento de áreas prote-
c) Da entrada em vigor de leis ou regulamentos que gidas decorrentes de alterações dos limites da área protegida
colidam com as respectivas disposições ou que estabeleçam respectiva.
servidões administrativas ou restrições de utilidade pública Artigo 96.º
que afectem as mesmas.
Procedimento
3 — A revisão dos instrumentos de gestão territorial im- 1 — As alterações aos instrumentos de gestão territorial
plica a reconsideração e reapreciação global, com carácter seguem, com as devidas adaptações, os procedimentos
estrutural ou essencial, das opções estratégicas do plano, previstos no presente diploma para a sua elaboração, apro-
dos princípios e objectivos do modelo territorial definido vação, ratificação e publicação, com excepção do disposto
ou dos regimes de salvaguarda e valorização dos recursos nos números e artigos seguintes.
e valores territoriais. 2 — São objecto de acompanhamento nos termos do
4 — A suspensão dos instrumentos de gestão territorial disposto no artigo 75.º-C do presente decreto-lei com as
pode decorrer da verificação de circunstâncias excepcio- devidas adaptações, as alterações aos planos especiais de
nais que se repercutam no ordenamento do território pondo ordenamento do território previstas nas alíneas b) a d) do
em causa a prossecução de interesses públicos relevantes. n.º 2 do artigo anterior, bem como as alterações ao plano
director municipal.
Artigo 94.º 3 — As pequenas alterações aos instrumentos de gestão
Alteração dos instrumentos de desenvolvimento territorial territorial só são objecto de avaliação ambiental no caso
e dos instrumentos de política sectorial de se determinar que são susceptíveis de ter efeitos signi-
1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento ficativos no ambiente.
do Território, os planos regionais, os planos intermunicipais 4 — A qualificação das alterações para efeitos do nú-
e os planos sectoriais são alterados sempre que a evolução mero anterior compete à entidade responsável pela elabo-
das perspectivas de desenvolvimento económico e social ração do plano de acordo com os critérios estabelecidos
o determine. no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho,
2 — Os planos regionais, os planos sectoriais e os planos podendo ser precedida de consulta às entidades às quais,
intermunicipais são ainda alterados por força da posterior em virtude das suas responsabilidades ambientais especí-
ratificação e publicação de planos municipais de ordena- ficas, possam interessar os efeitos ambientais resultantes
mento do território ou da aprovação de planos especiais de da aplicação do plano.
ordenamento do território que com eles não se conformem, 5 — Sempre que seja solicitado parecer nos termos do
indicando expressamente as normas alteradas, nos termos número anterior, esse parecer deve, nos casos em que se
do disposto no n.º 3 do artigo 25.º justifique, conter também a pronúncia sobre o âmbito da
3 — Nas situações previstas nas alíneas b) e c) do n.º 2 avaliação ambiental e sobre o alcance da informação a
do artigo 93.º, o conteúdo dos novos planos ou regras é, incluir no relatório ambiental.
com as necessárias adaptações, integrado no conteúdo dos 6 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
instrumentos de gestão territorial assim alterados. anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse
Artigo 95.º prazo.
7 — A revisão dos instrumentos de gestão territorial
Alteração dos instrumentos de planeamento territorial segue, com as devidas adaptações, os procedimentos es-
e dos instrumentos de natureza especial
tabelecidos no presente diploma para a sua elaboração,
1 — Os planos municipais e os planos especiais de or- aprovação, ratificação e publicação.
denamento do território só podem ser objecto de alteração 8 — A suspensão dos instrumentos de gestão territorial
decorridos três anos sobre a respectiva entrada em vigor. é sempre instruída com a colaboração da comissão de
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior: coordenação e desenvolvimento regional.
6658 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 97.º se encontravam adstritos, designadamente os do domínio


Alteração por adaptação
privado indisponível do Estado, quando:
a) A área se insira em perímetro urbano;
1 — A alteração por adaptação dos instrumentos de
b) A área seja igual ou inferior à da maior parcela exis-
gestão territorial decorre:
tente na área envolvente e que constituíam uma unidade
a) Da entrada em vigor de leis ou regulamentos, de- harmoniosa que garanta a integração do ponto de vista
signadamente planos sectoriais, planos especiais e planos urbanístico e a qualidade do ambiente urbano.
municipais de ordenamento do território;
b) (Revogada.) 2 — A integração a que se refere o número anterior
c) Da incompatibilidade com a estrutura regional do procede-se por analogia, através da aplicação das normas
sistema urbano, das redes, das infra-estruturas e dos equi- do plano aplicáveis às parcelas confinantes.
pamentos de interesse regional e com a delimitação da 3 — A deliberação da câmara municipal que determina
estrutura regional de protecção e valorização ambiental a alteração simplificada nos termos do presente artigo deve
definidas em plano regional de ordenamento do território conter a proposta integradora que resulta da aplicação das
posteriormente aprovado, no caso dos planos municipais normas aplicáveis às parcelas confinantes.
de ordenamento do território; 4 — Decidida a alteração, a câmara municipal procede
d) Da variação total máxima de 3 % da área de cons- à publicitação e divulgação da proposta, estabelecendo um
trução inicialmente prevista em planos de urbanização e prazo, que não deve ser inferior a 10 dias, para a apresen-
de pormenor; tação de reclamações, observações ou sugestões.
e) (Revogada.) 5 — Findo o prazo previsto no número anterior e pon-
deradas as participações, a câmara municipal reformula
2 — As adaptações referidas no número anterior devem os elementos do plano na parte afectada.
estar concluídas, no prazo de 90 dias, pela entidade respon- 6 — As alterações aos planos municipais de ordena-
sável pela elaboração do plano, através da reformulação mento do território referidas neste artigo estão sujeitas ao
dos elementos na parte afectada, aplicando-se o disposto disposto nos artigos 78.º e 79.º, aplicando-se o disposto
nos artigos 148.º a 151.º do presente diploma. nos artigos 148.º a 151.º
3 — Para além do disposto no número anterior, às adap-
tações aos planos municipais de ordenamento do terri- Artigo 98.º
tório referidas no n.º 1 aplica-se o disposto no n.º 1 do Revisão dos instrumentos de planeamento territorial
artigo 79.º e dos instrumentos de natureza especial
4 — (Revogado.) 1 — A revisão dos planos especiais e dos planos muni-
Artigo 97.º-A cipais de ordenamento do território pode decorrer:
Rectificação a) Da necessidade de adequação à evolução, a médio e
longo prazos, das condições económicas, sociais, culturais
1 — As rectificações dos instrumentos de gestão terri- e ambientais que determinaram a respectiva elaboração,
torial são admissíveis para efeitos de: tendo em conta os relatórios de avaliação da execução
a) Correcções de erros materiais provenientes de di- dos mesmos;
vergências entre os elementos aprovados e os elementos b) De situações de suspensão do plano e da necessidade
publicados; da sua adequação à prossecução dos interesses públicos
b) Correcções de erros materiais ou de cálculo, patentes que a determinaram.
e manifestos, nas disposições regulamentares ou na repre-
sentação cartográfica; 2 — A revisão prevista na alínea a) do número anterior
c) Acertos de cartografia determinados por incorrecções só pode ocorrer decorridos três anos sobre a entrada em
de cadastro, de transposição de escalas, de definição de vigor do plano.
limites físicos identificáveis no terreno, bem como por 3 — Os planos directores municipais são obrigatoria-
mente revistos decorrido que seja o prazo de 10 anos após
discrepâncias entre plantas de condicionantes e plantas
a sua entrada em vigor ou após a sua última revisão.
de ordenamento;
d) Correcções de regulamentos ou de plantas determi-
Artigo 99.º
nadas por incongruência entre os mesmos.
Suspensão dos instrumentos de desenvolvimento territorial
2 — Ao procedimento de elaboração, aprovação e publi- e dos instrumentos de política sectorial
cação das declarações de rectificação aplica-se o disposto 1 — A suspensão, total e parcial, de instrumentos de
nos n.os 2 e 3 do artigo anterior. desenvolvimento territorial e de instrumentos de polí-
tica sectorial ocorre quando se verifiquem circunstâncias
Artigo 97.º-B excepcionais resultantes de alteração significativa das
Alteração simplificada perspectivas de desenvolvimento económico-social in-
compatíveis com a concretização das opções estabelecidas
1 — Estão sujeitas a um regime procedimental simpli- no plano, ouvidas as câmaras municipais das autarquias
ficado as alterações de planos municipais de ordenamento abrangidas, a comissão de coordenação e desenvolvimento
do território que resultem da necessidade de integrar a regional e a entidade pública responsável pela elaboração
lacuna originada pela cessação de restrições e servidões do plano sectorial.
de utilidade pública ou pela desafectação de bens imóveis 2 — A suspensão dos instrumentos de desenvolvi-
do domínio público ou dos fins de utilidade pública a que mento territorial e de instrumentos de política sectorial
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6659

é determinada pelo mesmo tipo de acto que os haja Artigo 102.º


aprovado. Invalidade dos planos
3 — O acto que determina a suspensão deve conter a
fundamentação, o prazo e a incidência territorial da sus- 1 — São nulos os planos elaborados e aprovados em
pensão, bem como indicar expressamente as disposições violação de qualquer instrumento de gestão territorial com
suspensas. o qual devessem ser compatíveis ou conformes.
2 — Salvo menção expressa em contrário, acompanhada
Artigo 100.º da necessária comunicação do dever de indemnizar, a
Suspensão dos instrumentos de planeamento territorial declaração de nulidade não prejudica os efeitos dos actos
e dos instrumentos de natureza especial administrativos entretanto praticados com base no plano.
1 — A suspensão, total ou parcial, de planos especiais
é determinada por resolução do Conselho de Ministros, Artigo 103.º
ouvidas as câmaras municipais das autarquias abrangi- Invalidade dos actos
das, quando se verifiquem circunstâncias excepcionais
São nulos os actos praticados em violação de qualquer
resultantes de alteração significativa das perspectivas
instrumento de gestão territorial aplicável.
de desenvolvimento económico e social ou da realidade
ambiental que determinou a sua elaboração, incompa-
Artigo 104.º
tíveis com a concretização das opções estabelecidas no
plano. Coimas
2 — A suspensão, total ou parcial, de planos municipais 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
de ordenamento do território é determinada: a realização de obras e a utilização de edificações ou do
a) Por resolução do Conselho de Ministros, em ca- solo em violação de disposições de plano municipal ou de
sos excepcionais de reconhecido interesse nacional ou plano especial de ordenamento do território.
regional, ouvidas as câmaras municipais das autarquias 2 — No caso de realização de obras, o montante da
abrangidas; coima é fixado entre o mínimo de € 2500 e o máximo de
b) Por deliberação da assembleia municipal, sob € 100 000.
proposta da câmara municipal, sujeita a ratificação 3 — No caso de utilização de edificações ou do solo, o
do Governo, quando se verifiquem circunstâncias ex- montante da coima é fixado entre o mínimo de € 1500 e
cepcionais resultantes de alteração significativa das o máximo de € 50 000.
perspectivas de desenvolvimento económico e social 4 — Tratando-se de pessoas colectivas, as coimas re-
local ou de situações de fragilidade ambiental incom- feridas nos n.os 2 e 3 podem elevar-se até aos montantes
patíveis com a concretização das opções estabelecidas máximos de:
no plano. a) € 125 000, em caso de negligência;
b) € 250 000, em caso de dolo.
3 — As resoluções do Conselho de Ministros e a deli-
beração referidas nos números anteriores devem conter a 5 — Do montante da coima, 60 % revertem para o Es-
fundamentação, o prazo e a incidência territorial da sus- tado e 40 % revertem para a entidade competente para o
pensão, bem como indicar expressamente as disposições processo de contra-ordenação e aplicação da coima.
suspensas. 6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Instituto
4 — A suspensão prevista na alínea b) do n.º 2 do pre- da Construção e do Imobiliário, I. P.
sente artigo implica obrigatoriamente o estabelecimento 7 — A tentativa e a negligência são sempre puníveis.
de medidas preventivas e a abertura de procedimento de 8 — São competentes para o processo de contra-
revisão ou alteração do plano municipal de ordenamento -ordenação e aplicação da coima:
do território suspenso.
5 — A ratificação pelo Governo da deliberação da as- a) O presidente da câmara municipal ou o presidente
sembleia municipal prevista na alínea b) do n.º 2 incide da comissão de coordenação e desenvolvimento regional
exclusivamente sobre a suspensão do plano municipal da área, no caso de violação de plano municipal de orde-
de ordenamento do território e destina-se a assegurar o namento do território;
cumprimento das disposições legais e regulamentares b) As entidades competentes em razão de matéria, no
aplicáveis. caso de violação de plano especial de ordenamento do
território.
Artigo 105.º
CAPÍTULO III
Embargo e demolição
Violação dos instrumentos de gestão territorial
1 — Sem prejuízo da coima aplicável, pode ser deter-
Artigo 101.º minado o embargo de trabalhos ou a demolição de obras
nos seguintes casos:
Princípio geral
a) Pelo presidente da câmara municipal, quando violem
1 — A compatibilidade ou conformidade entre os di- plano municipal de ordenamento do território;
versos instrumentos de gestão territorial é condição da b) Pelo membro do Governo responsável pelo ordena-
respectiva validade. mento do território, quando violem plano especial de or-
2 — A conformidade dos actos praticados com os ins- denamento do território ou quando esteja em causa a pros-
trumentos de gestão territorial aplicáveis é condição da secução de objectivos de interesse nacional ou regional.
respectiva validade. c) (Revogada.)
6660 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

2 — Quando se verifique a realização de trabalhos ou nas a um procedimento de comunicação prévia à câmara


obras, não precedidos do licenciamento ou comunicação municipal;
prévia legalmente devidos, que violem plano municipal ou c) Trabalhos de remodelação de terrenos;
plano especial de ordenamento do território, o membro do d) Obras de demolição de edificações existentes, excepto
Governo responsável pelo ordenamento do território deve as que, por regulamento municipal, possam ser dispensadas
participar o facto ao presidente da câmara municipal para de licença ou autorização;
os efeitos previstos no número anterior. e) Derrube de árvores em maciço ou destruição do solo
3 — As despesas com a demolição correm por conta do vivo e do coberto vegetal.
dono das obras a demolir e, sempre que não forem pagas
voluntariamente no prazo de 20 dias a contar da notificação 5 — As medidas preventivas abrangem apenas as acções
para o efeito, são cobradas coercivamente, servindo de necessárias para os objectivos a atingir, que deverão ser o
título executivo certidão passada pelos serviços competen- mais determinadas possível, de acordo com as finalidades
tes, donde conste, além dos demais requisitos exigidos, a do plano.
identificação do dono das obras e o montante em dívida. 6 — Ficam excluídas do âmbito de aplicação das me-
4 — As ordens de embargo e de demolição são objecto didas preventivas as acções validamente autorizadas antes
de registo na conservatória de registo predial competente da sua entrada em vigor, bem como aquelas em relação às
mediante comunicação do presidente da câmara municipal, quais exista já informação prévia favorável válida.
da comissão de coordenação e desenvolvimento regional ou 7 — Em casos excepcionais, quando a acção em causa
do órgão competente dependente do membro do Governo prejudique de forma grave e irreversível as finalidades
responsável pelo ordenamento do território, procedendo-se do plano, a disposição do número anterior pode ser afas-
oficiosamente aos necessários averbamentos. tada.
8 — Quando as medidas preventivas envolvam a su-
Artigo 106.º jeição a parecer vinculativo, o órgão competente para
o seu estabelecimento determinará quais as entidades a
Desobediência
consultar.
O prosseguimento dos trabalhos embargados nos termos 9 — Para salvaguardar situações excepcionais de reco-
do artigo anterior constitui crime de desobediência nos nhecido interesse nacional ou regional e garantir a elabo-
termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 348.º ração dos planos especiais de ordenamento do território,
do Código Penal. o Governo pode estabelecer medidas preventivas e zonas
de defesa e controlo urbano nos termos definidos na lei
CAPÍTULO IV dos solos.
Artigo 108.º
Medidas cautelares
Natureza jurídica
SECÇÃO I As medidas preventivas têm a natureza de regulamentos
Medidas preventivas administrativos.
Artigo 109.º
Artigo 107.º Competências e procedimento
Âmbito material 1 — Compete à assembleia municipal, mediante pro-
1 — Em área para a qual tenha sido decidida a ela- posta da câmara municipal, estabelecer medidas preven-
boração, alteração ou revisão de um plano municipal de tivas de garantia da elaboração e execução dos planos
ordenamento do território podem ser estabelecidas medidas municipais de ordenamento do território.
preventivas destinadas a evitar a alteração das circunstân- 2 — O estabelecimento de medidas preventivas nos
cias e das condições de facto existentes que possa limitar a casos previstos no n.º 9 do artigo 107.º é aprovado por
liberdade de planeamento ou comprometer ou tornar mais resolução do Conselho de Ministros.
onerosa a execução do plano. 3 — Apenas estão sujeitas a ratificação, nos termos do
2 — Em área para a qual tenha sido decidida, por deli- n.º 2 do artigo 80.º, as medidas preventivas relativas ao
beração da assembleia municipal, a suspensão de um plano plano director municipal que consistam na limitação ou
municipal de ordenamento do território são estabelecidas na sujeição a parecer vinculativo das acções previstas no
medidas preventivas nos termos do n.º 4 do artigo 100.º n.º 4 do artigo 107.º
3 — O estabelecimento de medidas preventivas por 4 — Na elaboração de medidas preventivas está a en-
motivo de revisão ou alteração de um plano determina a tidade competente dispensada de dar cumprimento aos
suspensão da eficácia deste na área abrangida por aquelas trâmites da audiência dos interessados ou da apreciação
medidas e, ainda, sob proposta da câmara municipal à pública.
assembleia municipal, a suspensão dos demais planos mu- 5 — A deliberação municipal referida no n.º 1, bem
nicipais de ordenamento do território em vigor na mesma como a de prorrogação das medidas preventivas está su-
área, nos casos em que assim se justifique. jeita a publicação nos termos da alínea e) do n.º 4 do ar-
4 — As medidas preventivas podem consistir na proi- tigo 148.º
bição, na limitação ou na sujeição a parecer vinculativo Artigo 110.º
das seguintes acções: Limite das medidas preventivas
a) Operações de loteamento e obras de urbanização; 1 — O estabelecimento de medidas preventivas deve
b) Obras de construção civil, ampliação, alteração e ser limitado aos casos em que fundadamente se preveja ou
reconstrução, com excepção das que estejam sujeitas ape- receie que os prejuízos resultantes da possível alteração das
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6661

características do local sejam socialmente mais gravosas 8 — Os planos municipais de ordenamento do território
do que os inerentes à adopção das medidas. que façam caducar as medidas preventivas devem referi-lo
2 — O estabelecimento de medidas preventivas deve expressamente.
demonstrar a respectiva necessidade, bem como esclarecer 9 — A prorrogação das medidas preventivas está sujeita
as vantagens e os inconvenientes de ordem económica, às regras aplicáveis ao seu estabelecimento inicial.
técnica, social e ambiental consequentes da sua adopção.
3 — Quando o estado dos trabalhos de elaboração ou Artigo 113.º
revisão dos planos o permita, deve a entidade competente
Contra-ordenações por violação de medidas preventivas
para o estabelecimento de medidas preventivas precisar
quais são as disposições do futuro plano cuja execução 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
ficaria comprometida na ausência daquelas medidas. a violação das limitações decorrentes das medidas pre-
ventivas.
Artigo 111.º 2 — No caso de as medidas preventivas consistirem na
Âmbito territorial
proibição ou limitação das acções mencionadas no n.º 4 do
artigo 107.º, o montante da coima é fixado entre o mínimo
1 — A área sujeita às medidas preventivas deve ter a de € 2500 e o máximo de € 100 000.
extensão que se mostre adequada à satisfação dos fins a 3 — No caso de as medidas preventivas consistirem na
que se destina. sujeição a parecer vinculativo das acções mencionadas no
2 — A entidade competente para o estabelecimento das n.º 4 do artigo 107.º, o montante da coima é fixado entre
medidas preventivas deve proceder à delimitação da área o mínimo de € 1500 e o máximo de € 50 000.
a abranger, devendo os limites dessa área, quando não 4 — Tratando-se de pessoas colectivas, as coimas re-
possam coincidir, no todo ou em parte, com as divisões feridas nos n.os 2 e 3 podem elevar-se até aos montantes
administrativas, ser definidos, sempre que possível, pela máximos de:
referência a elementos físicos facilmente identificáveis,
designadamente vias públicas e linhas de água. a) € 125 000, em caso de negligência;
b) € 250 000, em caso de dolo.
Artigo 112.º
5 — Do montante da coima, 60 % revertem para o Es-
Âmbito temporal tado e 40 % revertem para a entidade competente para o
1 — O prazo de vigência das medidas preventivas será processo de contra-ordenação e aplicação da coima.
fixado no acto que as estabelecer, não podendo ser supe- 6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Instituto
rior a dois anos, prorrogável por mais um, quando tal se da Construção e do Imobiliário, I. P.
mostre necessário. 7 — A tentativa e a negligência são sempre puníveis.
2 — Na falta de fixação do prazo de vigência, as medi- 8 — São competentes para o processo de contra-
das preventivas vigoram pelo prazo de um ano, prorrogável -ordenação e aplicação da coima:
por seis meses. a) O presidente da câmara municipal ou o presidente
3 — As medidas preventivas deixam de vigorar quando: da comissão de coordenação e desenvolvimento regional,
a) Forem revogadas; no caso de violação de medidas preventivas estabelecidas
b) Decorrer o prazo fixado para a sua vigência; para salvaguarda de plano municipal de ordenamento do
c) Entrar em vigor o plano que motivou a sua aplica- território;
ção; b) As entidades competentes em razão da matéria, no
d) A entidade competente abandonar a intenção de ela- caso de violação de medidas preventivas estabelecidas
borar o plano que as originou; para salvaguarda de plano especial de ordenamento do
e) Cessar o interesse na salvaguarda das situações ex- território.
cepcionais de reconhecido interesse nacional ou regional. Artigo 114.º
Embargo e demolição
4 — As medidas preventivas devem ser total ou parcial-
mente revogadas quando, com o decorrer dos trabalhos 1 — As obras e os trabalhos efectuados com inobser-
de elaboração ou revisão do plano, se revelem desneces- vância das proibições, condicionantes ou pareceres vin-
sárias. culativos decorrentes das medidas preventivas, ainda que
5 — Uma área só poderá voltar a ser abrangida por me- licenciados ou autorizados pelas entidades competentes,
didas preventivas depois de decorridos quatro anos sobre podem ser embargados ou demolidos ou, sendo o caso,
a caducidade das anteriores, salvo casos excepcionais, pode ser ordenada a reposição da configuração do terreno
devidamente fundamentados e sujeitos a ratificação. e da recuperação do coberto vegetal segundo projecto a
6 — Nas situações previstas no número anterior, o es- aprovar pela Administração.
tabelecimento de medidas preventivas dentro do prazo 2 — A competência para ordenar o embargo, a demo-
de quatro anos após a caducidade das medidas anteriores lição, a reposição da configuração do terreno ou a recu-
constitui a entidade competente para a sua adopção na peração do coberto vegetal referidos no número anterior
obrigação de indemnizar as pessoas afectadas. pertence ao presidente da câmara municipal ou, quando se
7 — O valor da indemnização referida no número an- trate de medidas preventivas estabelecidas pelo Governo,
terior corresponde ao prejuízo efectivo provocado à pes- ao presidente da comissão de coordenação e desenvolvi-
soa em causa em virtude de ter estado provisoriamente mento regional ou ao órgão competente dependente do
impedida de utilizar o seu solo para a finalidade para ele membro do Governo responsável pelo ordenamento do
admitida. território.
6662 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 115.º CAPÍTULO V


Invalidade do licenciamento Execução, compensação e indemnização
São nulos os actos administrativos que decidam pedidos
de licenciamento ou admitam comunicações prévias com SECÇÃO I
inobservância das proibições ou limitações consequentes
do estabelecimento de medidas preventivas ou que violem Programação e execução
os pareceres vinculativos nelas previstos.
SUBSECÇÃO I
Artigo 116.º Programação e sistemas de execução
Indemnização
Artigo 118.º
1 — A imposição de medidas preventivas não confere
o direito a indemnização. Princípio geral
2 — Exceptuam-se do número anterior: 1 — O município promove a execução coordenada e
a) A situação prevista no n.º 6 do artigo 112.º; programada do planeamento territorial, com a colaboração
b) A adopção de medidas preventivas quando provoque das entidades públicas e privadas, procedendo à realização
danos equivalentes, embora transitórios, aos previstos no das infra-estruturas e dos equipamentos de acordo com o
artigo 143.º, designadamente quando comportem, durante interesse público, os objectivos e as prioridades estabele-
a sua vigência, uma restrição ou supressão substancial cidas nos planos municipais de ordenamento do território,
de direitos de uso do solo preexistentes e juridicamente recorrendo aos meios previstos na lei.
consolidados, designadamente mediante licença ou auto- 2 — A coordenação e execução programada dos planos
rização. municipais de ordenamento do território determinam para
os particulares o dever de concretizarem e adequarem as
SECÇÃO II suas pretensões às metas e prioridades neles estabeleci-
das.
Suspensão de concessão de licenças 3 — A execução dos sistemas gerais de infra-estruturas
e equipamentos públicos municipais e intermunicipais
Artigo 117.º determina para os particulares o dever de participar no
Suspensão de procedimentos seu financiamento.
1 — Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas Artigo 119.º
constantes de plano especial ou municipal de ordenamento
do território ou sua revisão, os procedimentos de infor- Sistemas de execução
mação prévia, de comunicação prévia e de licenciamento 1 — Os planos e as operações urbanísticas são executa-
ficam suspensos a partir da data fixada para o início do dos através dos sistemas de compensação, de cooperação
período de discussão pública e até à data da entrada em e de imposição administrativa.
vigor daqueles instrumentos de planeamento. 2 — A execução dos planos através dos sistemas re-
2 — Cessando a suspensão do procedimento nos termos feridos no número anterior desenvolve-se no âmbito de
do número anterior, este é decidido de acordo com as novas unidades de execução delimitadas pela câmara municipal
regras urbanísticas em vigor. por iniciativa própria ou a requerimento dos proprietários
3 — Caso as novas regras urbanísticas não entrem em
interessados.
vigor no prazo de 150 dias desde a data do início da respec-
tiva discussão pública, cessa a suspensão do procedimento,
devendo nesse caso prosseguir a apreciação do pedido até Artigo 120.º
à decisão final de acordo com as regras urbanísticas em Delimitação das unidades de execução
vigor à data da sua prática.
4 — Não se suspende o procedimento nos termos do 1 — A delimitação de unidades de execução consiste
presente artigo quando o pedido tenha por objecto obras na fixação em planta cadastral dos limites físicos da área
de reconstrução ou de alteração em edificações existentes, a sujeitar a intervenção urbanística e com identificação de
desde que tais obras não originem ou agravem desconfor- todos os prédios abrangidos.
midade com as normas em vigor ou tenham como resultado 2 — As unidades de execução deverão ser delimita-
a melhoria das condições de segurança e de salubridade das de forma a assegurar um desenvolvimento urbano
da edificação. harmonioso e a justa repartição de benefícios e encargos
5 — Quando haja lugar à suspensão do procedimento pelos proprietários abrangidos, devendo integrar as áreas
nos termos do presente artigo, os interessados podem a afectar a espaços públicos ou equipamentos previstos
apresentar novo requerimento com referência às regras nos planos de ordenamento.
do plano colocado à discussão pública, mas a respectiva 3 — As unidades de execução podem corresponder a
decisão final fica condicionada à entrada em vigor das uma unidade operativa de planeamento e gestão, à área
regras urbanísticas que conformam a pretensão. abrangida por um plano de pormenor ou a parte desta.
6 — Caso o plano seja aprovado com alterações ao 4 — Na falta de plano de pormenor aplicável à área
projecto a que se refere o número anterior, os interessados abrangida pela unidade de execução, deve a câmara muni-
podem, querendo, reformular a sua pretensão, dispondo de cipal promover, previamente à aprovação, um período de
idêntica possibilidade aqueles que não tenham feito uso discussão pública em termos análogos aos previstos para
da faculdade prevista no mesmo número. o plano de pormenor.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6663

Artigo 121.º a) Contrato de urbanização, entre os proprietários ou


os promotores da intervenção urbanística, na sequência da
Programas de acção territorial
iniciativa municipal;
1 — A coordenação das actuações das entidades públi- b) Contrato de urbanização entre o município, os pro-
cas e privadas interessadas na execução dos planos muni- prietários ou os promotores da intervenção urbanística e,
cipais de ordenamento do território pode ser enquadrada eventualmente, outras entidades interessadas na execução
por programas de acção territorial. do plano.
2 — Os programas de acção territorial têm por base Artigo 124.º
um diagnóstico das tendências de transformação das áreas Sistema de imposição administrativa
a que se referem, definem os objectivos a atingir no pe-
ríodo da sua vigência, especificam as acções a realizar 1 — No sistema de imposição administrativa, a inicia-
pelas entidades neles interessadas e estabelecem o esca- tiva de execução do plano pertence ao município, que actua
lonamento temporal dos investimentos neles previstos, directamente ou mediante concessão de urbanização.
designadamente: 2 — A concessão só pode ter lugar precedendo con-
curso público, devendo o respectivo caderno de encargos
a) Definindo as prioridades de actuação na execução especificar as obrigações mínimas do concedente e do
do plano director municipal e dos planos de urbanização; concessionário ou os respectivos parâmetros, a concretizar
b) Programando as operações de reabilitação, reconver- nas propostas.
são, consolidação e extensão urbana a realizar nas unidades 3 — Na execução do plano, o concessionário exerce, em
operativas de planeamento e gestão; nome próprio, os poderes de intervenção do concedente.
c) Definindo a estratégia de intervenção municipal nas 4 — O processo de formação do contrato e a respectiva
áreas de edificação dispersa e no espaço rural. formalização e efeitos regem-se pelas disposições aplicá-
veis às concessões de obras públicas pelo município, com
Artigo 122.º as necessárias adaptações.
Sistema de compensação
Artigo 125.º
1 — No sistema de compensação a iniciativa de exe- Fundo de compensação
cução é dos particulares, que ficam obrigados a prestar ao
município a compensação devida de acordo com as regras 1 — Cada unidade de execução pode estar associada a
estabelecidas nos planos ou em regulamento municipal. um fundo de compensação com os seguintes objectivos:
2 — Os direitos e as obrigações dos participantes na a) Liquidar as compensações devidas pelos particulares
unidade de execução são definidos por contrato de urba- e respectivos adicionais;
nização. b) Cobrar e depositar em instituição bancária as quantias
3 — De acordo com os critérios estabelecidos na lei e liquidadas;
nos planos, cabe aos particulares proceder à perequação c) Liquidar e pagar as compensações devidas a terceiros.
dos benefícios e encargos resultantes da execução do ins-
trumento de planeamento entre todos os proprietários e 2 — O fundo de compensação é gerido pela câmara
titulares de direitos inerentes à propriedade abrangidos pela municipal com a participação dos interessados nos termos
unidade de execução, na proporção do valor previamente a definir em regulamento municipal.
atribuído aos seus direitos.
4 — A valorização prévia a que se refere o número SUBSECÇÃO II
anterior refere-se à situação anterior à data da entrada
Instrumentos de execução dos planos
em vigor do plano, sendo, na falta de acordo global entre
os intervenientes, estabelecida nos termos aplicáveis ao
Artigo 126.º
processo de expropriação litigiosa, com as necessárias
adaptações. Direito de preferência
5 — Nos alvarás das licenças municipais de urbanismo 1 — O município tem preferência nas transmissões
menciona-se a compensação prestada ou que esta não é por título oneroso, entre particulares, de terrenos ou
devida. edifícios situados nas áreas do plano com execução
6 — Fica proibido qualquer acto de transmissão em programada.
vida ou de registo com base em alvará municipal que não 2 — O direito de preferência pode ser exercido com
contenha alguma das menções a que se refere o número a declaração de não aceitação do preço convencionado.
anterior. 3 — No caso do número anterior, o preço a pagar no
Artigo 123.º âmbito da preferência será fixado nos termos previstos para
Sistema de cooperação o processo de expropriação litigiosa, com as necessárias
adaptações, se o transmitente não concordar, por sua vez,
1 — No sistema de cooperação, a iniciativa de execução com o oferecido pelo preferente.
do plano pertence ao município, com a cooperação dos 4 — No caso previsto no n.º 2, o direito de preferência
particulares interessados, actuando coordenadamente, de só pode ser exercido se o valor do terreno ou dos edifí-
acordo com a programação estabelecida pela câmara mu- cios, de acordo com a avaliação efectuada por perito da
nicipal e nos termos do adequado instrumento contratual. lista oficial de escolha do preferente, for inferior em, pelo
2 — Os direitos e as obrigações das partes são definidos menos, 20 % ao preço convencionado.
por contrato de urbanização, que pode assumir as seguintes 5 — O preferente pode desistir da aquisição mediante
modalidades: notificação às partes.
6664 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 127.º 3 — Nos casos previstos no número anterior, os edi-


fícios reconstruídos ou remodelados ou os prédios sem
Demolição de edifícios
construção serão alienados pela câmara municipal em
A demolição de edifícios só pode ser autorizada: hasta pública, tendo os anteriores proprietários direito de
preferência, que, porém, terá de ser exercido no momento
a) Quando seja necessária para a execução de plano da hasta, de que serão notificados pessoalmente, sempre
de pormenor; que possível, ou editalmente.
b) Quando careçam dos requisitos de segurança e sa-
lubridade indispensáveis ao fim a que se destinam e a Artigo 130.º
respectiva beneficiação ou reparação seja técnica ou eco-
nomicamente inviável. Direito à expropriação
Os proprietários podem exigir a expropriação por utili-
Artigo 128.º dade pública dos seus terrenos necessários à execução dos
Expropriação planos quando se destinem a regularização de estremas
indispensável à realização do aproveitamento previsto em
1 — A Administração pode expropriar os terrenos e plano de pormenor.
edifícios que sejam necessários à execução dos planos Artigo 131.º
municipais de ordenamento do território.
Reparcelamento do solo urbano de acordo
2 — Podem, designadamente, ser expropriados por com as disposições do plano
causa de utilidade pública da execução do plano:
1 — O reparcelamento da propriedade é a operação que
a) As faixas adjacentes contínuas, com a profundidade consiste no agrupamento de terrenos localizados dentro
prevista nos planos municipais de ordenamento do terri- de perímetros urbanos delimitados em plano municipal
tório, destinadas a edificações e suas dependências, nos de ordenamento do território e na sua posterior divisão
casos de abertura, alargamento ou regularização de ruas, ajustada àquele, com a adjudicação das parcelas resul-
praças, jardins e outros lugares públicos; tantes aos primitivos proprietários ou a outras entidades
b) Os prédios rústicos que, após as obras que justifiquem interessadas na operação.
o seu aproveitamento urbano, não sejam assim aproveita- 2 — São objectivos do reparcelamento:
dos, sem motivo legítimo, no prazo de 18 meses a contar
a) Ajustar às disposições do plano a configuração e o
da notificação que, para esse fim, seja feita ao respectivo
aproveitamento dos terrenos para construção;
proprietário;
b) Distribuir equitativamente, entre os proprietários, os
c) Os terrenos destinados a construção adjacentes a vias benefícios e encargos resultantes do plano;
públicas de aglomerados urbanos, quando os proprietários, c) Localizar as áreas a ceder obrigatoriamente pelos
notificados para os aproveitarem em edificações, o não proprietários destinadas à implantação de infra-estruturas,
fizerem, sem motivo legítimo, no prazo de 18 meses a espaços e equipamentos públicos.
contar da notificação;
d) Os prédios urbanos que devam ser reconstruídos 3 — A operação de reparcelamento é da iniciativa dos
ou remodelados, em razão das suas pequenas dimen- proprietários, directamente ou conjuntamente com outras
sões, posição fora do alinhamento ou más condições entidades interessadas, ou da câmara municipal, isolada-
de salubridade, segurança ou estética, quando o ou os mente ou em cooperação.
proprietários não derem cumprimento, sem motivo le- 4 — A operação de reparcelamento da iniciativa dos
gítimo, no prazo de 18 meses, à notificação que, para proprietários inicia-se com a apresentação de reque-
esse fim, lhes for feita, sem prejuízo do disposto no rimento dirigido ao presidente da câmara municipal,
artigo seguinte. instruído com o projecto de reparcelamento e subscrito
por todos os proprietários dos terrenos abrangidos, bem
3 — Os prazos a que se referem as alíneas b), c) e d) como pelas demais entidades interessadas, no caso de
do n.º 2 referem-se ao início das obras. iniciativa conjunta.
5 — A operação de reparcelamento da iniciativa da câ-
Artigo 129.º mara municipal inicia-se com a aprovação da delimitação
da área a sujeitar a reparcelamento.
Reestruturação da propriedade
6 — A operação de reparcelamento é licenciada ou apro-
1 — Quando as circunstâncias previstas no artigo an- vada pela câmara municipal, consoante a iniciativa do
terior se verifiquem em relação a um conjunto de prédios processo tenha cabido respectivamente aos proprietários
de diversos proprietários, pode o município promover o ou à câmara municipal.
sistema de cooperação ou o sistema de imposição adminis- 7 — Sempre que algum ou alguns dos proprietários
trativa, bem como apresentar uma proposta de acordo para manifestem o seu desacordo relativamente ao projecto
estruturação da compropriedade sobre o ou os edifícios de reparcelamento, pode a câmara municipal promover
que substituírem os existentes. a aquisição dos respectivos terrenos pela via do direito
2 — Pode o município proceder à expropriação por privado ou, quando não seja possível, mediante o recurso
causa da utilidade pública da execução do plano: à expropriação por utilidade pública.
8 — As relações entre os proprietários e entre estes
a) Se os proprietários não subscreverem o acordo pro- e outras entidades interessadas são reguladas por con-
posto ou outro alternativo no prazo fixado; trato de urbanização, sendo as relações entre estes e o
b) Se os mesmos não derem início às obras ou não as município reguladas por contrato de desenvolvimento
concluírem nos prazos fixados. urbano.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6665

9 — Os contratos previstos no número anterior podem 2 — A obrigação referida no número anterior recai
prever a transferência para as outras entidades interessadas sobre quem tiver dado início ao processo de reparcela-
dos direitos de comercialização dos prédios ou dos fogos mento, podendo, no caso de reparcelamento da iniciativa
e de obtenção dos respectivos proventos, bem como a dos proprietários, ser assumida por um ou vários, caso se
aquisição do direito de propriedade ou de superfície. disponham a isso.
10 — A operação de reparcelamento em área abran- 3 — Os custos da urbanização são repartidos pelos pro-
gida por plano de pormenor que contenha as menções prietários e as outras entidades interessadas ou por estes e
constantes das alíneas a) a d), h) e i) do n.º 1 do ar- pela câmara municipal nos termos do artigo 142.º
tigo 91.º pode concretizar-se através dos contratos re-
feridos no números anteriores e registo efectuado nos
termos dos artigos 92.º-A e 92.º-B, não lhe sendo apli- SECÇÃO II
cável o disposto no n.º 6 do presente artigo. Da compensação
Artigo 132.º
SUBSECÇÃO I
Critérios para o reparcelamento
Princípio da perequação compensatória
1 — A repartição dos direitos entre os proprietários na dos benefícios e encargos
operação de reparcelamento será feita na proporção do
valor do respectivo terreno à data do início do processo Artigo 135.º
ou na proporção da sua área nessa data.
Direito à perequação
2 — Os proprietários podem fixar, por unanimidade,
outro critério, tendo em conta, designadamente, a parti- Os proprietários têm direito à distribuição perequativa
cipação das outras entidades interessadas nos encargos dos benefícios e encargos decorrentes dos instrumentos de
decorrentes da operação de reparcelamento. gestão territorial vinculativos dos particulares.
3 — O cálculo do valor dos lotes ou parcelas resultantes
do processo de reparcelamento deverá obedecer a critérios Artigo 136.º
objectivos e aplicáveis a toda a área objecto de reparcela-
mento, tendo em consideração a localização, dimensão e Dever de perequação
configuração dos lotes. 1 — Os instrumentos de gestão territorial vinculativos
4 — Sempre que possível deverá procurar-se que os dos particulares devem prever mecanismos directos ou
lotes ou parcelas se situem nos antigos prédios dos mesmos
titulares ou na sua proximidade. indirectos de perequação segundo os critérios definidos
5 — Em caso algum se poderão criar ou distribuir lotes na subsecção seguinte.
ou parcelas com superfície inferior à dimensão mínima 2 — A aplicação de mecanismos de perequação pre-
edificável ou que não reúnam a configuração e caracterís- vistos nesta secção realiza-se no âmbito dos planos de
ticas adequadas para a sua edificação ou urbanização em pormenor ou das unidades de execução referidas no
conformidade com o plano. artigo 120.º, segundo os critérios adoptados no plano
director municipal.
Artigo 133.º
Artigo 137.º
Efeitos do reparcelamento
Objectivos da perequação
1 — O licenciamento ou a aprovação da operação de
reparcelamento produz os seguintes efeitos: Os mecanismos de perequação compensatória a pre-
ver nos instrumentos de gestão territorial vinculativos
a) Constituição de lotes para construção ou de parcelas
para urbanização; dos particulares deverão ter em consideração os seguintes
b) Substituição, com plena eficácia real, dos antigos objectivos:
terrenos pelos novos lotes ou parcelas; a) Redistribuição das mais-valias atribuídas pelo plano
c) Transmissão para a câmara municipal, de pleno di- aos proprietários;
reito e livre de quaisquer ónus ou encargos, das parcelas b) Obtenção pelos municípios de meios financeiros
de terrenos para espaços verdes públicos e de utilização adicionais para a realização das infra-estruturas urba-
colectiva, infra-estruturas, designadamente arruamentos nísticas e para o pagamento de indemnizações por ex-
viários e pedonais, e equipamentos públicos que, de acordo propriação;
com a operação de reparcelamento, devam integrar o do-
c) Disponibilização de terrenos e edifícios ao município
mínio público.
para a implementação, instalação ou renovação de infra-
2 — A operação de reparcelamento concretizada nos -estruturas, equipamentos e espaços urbanos de utilização
termos do n.º 10 do artigo 131.º produz os efeitos referi- colectiva, designadamente zonas verdes, bem como para
dos no número anterior com as adaptações decorrentes do compensação de particulares nas situações em que tal se
disposto nos artigos 92.º-A e 92.º-B. revele necessário;
d) Estímulo da oferta de terrenos para urbanização e
Artigo 134.º construção, evitando-se a retenção dos solos com fins
especulativos;
Obrigação de urbanização
e) Eliminação das pressões e influências dos proprie-
1 — A operação de reparcelamento implica, quando seja tários ou grupos para orientar as soluções do plano na
caso disso, a obrigação de urbanizar a zona. direcção das suas intenções.
6666 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

SUBSECÇÃO II optar por permitir que os proprietários que, de acordo com


Mecanismos de perequação compensatória as disposições do mesmo, possam construir acima da edifi-
cabilidade média adquiram o excesso a essa potencialidade
Artigo 138.º àqueles que, igualmente nos termos do plano, disponham
Mecanismos de perequação de um direito concreto de construção inferior à mesma.
2 — As transacções efectuadas ao abrigo desta disposi-
1 — Os municípios podem utilizar, designadamente, os ção são obrigatoriamente comunicadas à câmara municipal
seguintes mecanismos de perequação: e estão sujeitas a inscrição no registo predial.
a) Estabelecimento de um índice médio de utilização;
b) Estabelecimento de uma área de cedência média; Artigo 141.º
c) Repartição dos custos de urbanização. Área de cedência média
2 — O recurso ao mecanismo previsto na alínea a) tem 1 — O plano poderá fixar igualmente uma área de ce-
sempre de ser combinado com a previsão da alínea b). dência média.
3 — O município pode utilizar conjunta ou coordena- 2 — Aquando da emissão do alvará de loteamento de-
damente mecanismos de perequação. verão ser cedidas ao município:
Artigo 139.º a) Parcelas de terreno destinadas a infra-estruturas e
pequenos espaços públicos que irão servir directamente
Índice médio de utilização
o conjunto a edificar;
1 — O plano pode fixar um direito abstracto de construir b) Parcelas de terrenos destinadas a zonas verdes ur-
correspondente a uma edificabilidade média que é deter- banas, equipamentos e vias sem construção adjacente,
minada pela construção admitida para cada propriedade conforme o previsto no plano.
ou conjunto de propriedades, por aplicação dos índices e
orientações urbanísticos estabelecidos no plano. 3 — Quando a área de cedência efectiva for superior à
2 — O direito concreto de construir resultará dos actos cedência média, o proprietário deverá, quando pretenda
de licenciamento de operações urbanísticas, os quais de- urbanizar, ser compensado de forma adequada.
verão ser conformes aos índices e parâmetros urbanísticos 4 — A compensação referida no número anterior deverá
estabelecidos no plano. ser prevista em regulamento municipal através das seguin-
3 — A edificabilidade média será determinada pelo tes medidas alternativas ou complementares:
quociente entre a soma das superfícies brutas de todos os
a) Desconto nas taxas que terá de suportar;
pisos acima e abaixo do solo destinados a edificação, inde-
b) Aquisição da área em excesso pelo município, por
pendentemente dos usos existentes e admitidos pelo plano
compra ou permuta.
e a totalidade da área ou sector abrangido por aquele.
4 — Para efeitos de determinação do valor da edificabi-
lidade média prevista no número anterior, incluem-se, na 5 — Quando a área de cedência efectuada for inferior
soma das superfícies brutas dos pisos, as escadas, caixas à cedência média, o proprietário terá de compensar o mu-
de elevadores e alpendres e excluem-se os espaços livres nicípio em numerário ou espécie a fixar em regulamento
de uso público cobertos pelas edificações, zonas de só- municipal.
tãos sem pé-direito regulamentar, terraços descobertos e Artigo 142.º
estacionamentos e serviços técnicos instalados nas caves Repartição dos custos de urbanização
dos edifícios.
1 — A comparticipação nos custos de urbanização po-
5 — Quando a edificabilidade do terreno for inferior à
derá ser determinada pelos seguintes critérios, isolada ou
média, o proprietário deverá, quando pretenda urbanizar,
conjuntamente:
ser compensado de forma adequada.
6 — A compensação referida no número anterior deverá a) O tipo ou a intensidade de aproveitamento urbanístico
ser prevista em regulamento municipal através das seguin- determinados pelas disposições dos planos;
tes medidas alternativas ou complementares: b) A superfície do lote ou da parcela.
a) Desconto nas taxas que tenha de suportar;
b) Aquisição pelo município, por permuta ou compra, 2 — O pagamento dos custos de urbanização pode
da parte do terreno menos edificável. realizar-se, por acordo com os proprietários interessados,
mediante a cedência ao município, livre de ónus ou en-
7 — Quando a edificabilidade do terreno for superior cargos, de lotes ou parcelas com capacidade aedificandi
à média, o proprietário deverá, aquando da emissão do de valor equivalente.
alvará, ceder para o domínio privado do município uma 3 — São designadamente considerados custos de urba-
área com a possibilidade construtiva em excesso. nização os relativos às infra-estruturas gerais e locais.
8 — A cedência referida no número anterior será conta-
bilizada como cedência para equipamento já que se destina SECÇÃO III
a compensar o município pela área que, para esse fim, por
permuta ou compra, terá de adquirir noutro local. Da indemnização

Artigo 140.º Artigo 143.º


Compra e venda do índice médio de utilização Dever de indemnização
1 — Em alternativa às medidas de compensação estabe- 1 — As restrições determinadas pelos instrumentos de
lecidas nos n.os 6 e 7 do artigo anterior, o plano poderá ainda gestão territorial vinculativos dos particulares apenas ge-
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6667

ram um dever de indemnizar quando a compensação nos prestar atempadamente as informações solicitadas, e facul-
termos previstos na secção anterior não seja possível. tará aos mesmos a informação por este solicitadas;
2 — São indemnizáveis as restrições singulares às pos- b) Os contactos necessários com a comunidade cien-
sibilidades objectivas de aproveitamento do solo, preexis- tífica;
tentes e juridicamente consolidadas, que comportem uma c) A participação dos cidadãos na avaliação permanente
restrição significativa na sua utilização de efeitos equiva- dos instrumentos de gestão territorial.
lentes a uma expropriação.
3 — As restrições singulares às possibilidades objecti- 4 — O observatório integra um grupo de peritos, cons-
vas de aproveitamento do solo resultantes de revisão dos tituído por especialistas e personalidades de reconhecido
instrumentos de gestão territorial vinculativos dos parti- mérito no domínio do ordenamento do território, a designar
culares apenas conferem direito a indemnização quando a pelo Governo.
revisão ocorra dentro do período de cinco anos após a sua 5 — Sempre que a entidade responsável pela elaboração
entrada em vigor, determinando a caducidade ou a alteração o considere conveniente, a avaliação pode ser assegu-
das condições de um licenciamento prévio válido. rada por entidades independentes de reconhecido mérito,
4 — Nas situações previstas nos números anteriores, designadamente instituições universitárias ou científicas
o valor da indemnização corresponde à diferença entre nacionais com uma prática de investigação relevante nas
o valor do solo antes e depois das restrições provocadas áreas do ordenamento do território.
pelos instrumentos de gestão territorial, sendo calculado
nos termos do Código das Expropriações. Artigo 145.º
5 — Nas situações previstas no n.º 3, são igualmente Propostas de alteração decorrentes da avaliação
indemnizáveis as despesas efectuadas na concretização dos instrumentos de planeamento territorial
de uma modalidade de utilização prevista no instrumento A avaliação pode fundamentar propostas de alteração
de gestão territorial vinculativo dos particulares se essa do plano ou dos respectivos mecanismos de execução,
utilização for posteriormente alterada ou suprimida por nomeadamente com o objectivo de:
efeitos de revisão ou suspensão daquele instrumento e
essas despesas tiverem perdido utilidade. a) Assegurar a concretização dos fins do plano, tanto ao
6 — É responsável pelo pagamento da indemnização nível da execução como dos objectivos a médio e longo
prevista no presente artigo a pessoa colectiva que aprovar prazos;
o instrumento de gestão territorial que determina directa b) Garantir a criação coordenada das infra-estruturas e
ou indirectamente os danos indemnizáveis. dos equipamentos;
7 — O direito à indemnização caduca no prazo de três c) Corrigir distorções de oferta no mercado imobiliário;
anos a contar da entrada em vigor do instrumento de gestão d) Garantir a oferta de terrenos e lotes destinados a
territorial ou da sua revisão. edificações com rendas ou custo controlados;
e) Promover a melhoria de qualidade de vida e a defesa
CAPÍTULO VI dos valores ambientais e paisagísticos.

Avaliação Artigo 146.º


Relatório sobre o estado do ordenamento do território
Artigo 144.º
1 — O Governo elabora, de dois em dois anos, um
Avaliação
relatório sobre o estado do ordenamento do território, a
1 — As entidades responsáveis pela elaboração dos submeter à apreciação da Assembleia da República.
instrumentos de gestão territorial promovem a permanente 2 — A comissão de coordenação e desenvolvimento
avaliação da adequação e concretização da disciplina con- regional elabora, de dois em dois anos, um relatório sobre
sagrada nos mesmos, bem como, relativamente aos planos o estado do ordenamento do território a nível regional.
sujeitos a avaliação ambiental, dos efeitos significativos da 3 — A câmara municipal elabora, de dois em dois anos,
sua execução no ambiente, por forma a identificar os efei- um relatório sobre o estado do ordenamento do território
tos negativos imprevistos e aplicar as necessárias medidas a nível local, a submeter à apreciação da assembleia mu-
correctivas previstas na declaração ambiental. nicipal.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, será 4 — Os relatórios sobre o estado do ordenamento do
criado, no âmbito da Direcção-Geral do Ordenamento do território referidos nos números anteriores traduzem o
Território e Desenvolvimento Urbano, um observatório balanço da execução dos instrumentos de gestão territorial
responsável pela recolha e tratamento da informação de objecto de avaliação, bem como dos níveis de coordenação
carácter estatístico, técnico e científico relevante, o qual interna e externa obtidos, fundamentando uma eventual
elaborará relatórios periódicos de avaliação incidindo, necessidade de revisão.
nomeadamente, sobre o desenvolvimento das orientações 5 — Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre
fundamentais do programa nacional da política de ordena- o estado do ordenamento do território são submetidos a
mento do território e em especial sobre a articulação entre um período de discussão pública de duração não inferior
as acções sectoriais, recomendando, quando necessário, a a 30 dias.
respectiva revisão ou alteração. Artigo 147.º
3 — O observatório a que se refere o número anterior Sistema nacional de informação territorial
promoverá:
O Governo promove a criação e o desenvolvimento de
a) As consultas necessárias aos diversos serviços da um sistema nacional de informação territorial, integrando
administração central, regional e local, os quais devem os elementos de análise relevante nos âmbitos nacional,
6668 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

regional e local, a funcionar em articulação com o obser- e) A deliberação municipal que aprova as medidas pre-
vatório referido no artigo 144.º ventivas não sujeitas a ratificação, incluindo o respectivo
texto e a planta de delimitação, bem como a deliberação
municipal que aprova a prorrogação do prazo de vigência
CAPÍTULO VII das medidas preventivas.
Eficácia
Artigo 149.º
Artigo 148.º Outros meios de publicidade
Publicação no Diário da República 1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território, os planos sectoriais, os planos especiais e os
1 — A eficácia dos instrumentos de gestão territorial de- planos regionais de ordenamento do território divulgados
pende da respectiva publicação no Diário da República. nos termos previstos no artigo anterior devem ainda ser
2 — São publicados na 1.ª série do Diário da Repú- objecto de publicitação em dois jornais diários, num sema-
blica: nário de grande expansão nacional e na página da Internet
a) A lei que aprova o Programa Nacional da Política das entidades responsáveis pela sua elaboração.
de Ordenamento do Território, incluindo o relatório e as 2 — Os planos municipais de ordenamento do território
peças gráficas ilustrativas; e as medidas preventivas devem ser objecto de publicita-
b) A resolução do Conselho de Ministros que deter- ção nos boletins municipais, caso existam, bem como em
mina a suspensão de plano municipal de ordenamento do dois jornais diários, num semanário de grande expansão
território; nacional e na página da Internet das entidades responsáveis
c) A resolução do Conselho de Ministros que aprova o pela sua elaboração.
plano regional de ordenamento do território, incluindo os 3 — Os instrumentos de gestão territorial cuja área de
elementos referidos no n.º 1 do artigo 54.º; intervenção incida sobre o território municipal devem
d) (Revogada.) ainda ser objecto de publicação nos boletins municipais,
e) A resolução do Conselho de Ministros ou, quando caso existam, bem como em jornais de expansão local ou
for o caso, o decreto-lei ou o decreto regulamentar que regional.
aprova o plano sectorial, incluindo os elementos referidos Artigo 150.º
no n.º 1 do artigo 37.º; Depósito e consulta
f) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica o
plano director municipal, incluindo o regulamento, a planta 1 — A Direcção-Geral do Ordenamento do Território e
de ordenamento e a planta de condicionantes; Desenvolvimento Urbano procede ao depósito de todos os
g) A resolução do Conselho de Ministros que aprova o instrumentos de gestão territorial com o conteúdo docu-
plano especial de ordenamento do território, incluindo o mental integral previsto no presente diploma, incluindo as
regulamento e as peças gráficas ilustrativas; alterações, revisões, suspensões, adaptações e rectificações
h) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica de que sejam objecto, bem como das medidas preventivas,
ou aprova as medidas preventivas, incluindo o respectivo disponibilizando a sua consulta a todos os interessados.
texto e planta de delimitação; 2 — As câmaras municipais devem criar e manter um
i) A resolução do Conselho de Ministros que suspende sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
o plano regional de ordenamento do território, o plano interessados dos instrumentos de gestão territorial com
sectorial de ordenamento do território e o plano especial incidência sobre o território municipal.
de ordenamento do território; 3 — A consulta dos instrumentos de gestão territorial
j) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica a prevista neste artigo deve igualmente ser possível em su-
suspensão do plano municipal de ordenamento do território, porte informático adequado e através do sistema nacional
incluindo o respectivo texto e a planta de delimitação. de informação territorial.

3 — No caso da ratificação prevista na alínea f) do Artigo 151.º


número anterior ser parcial, devem ser identificadas no Instrução dos pedidos de depósito
regulamento publicado as disposições não ratificadas.
4 — São publicados na 2.ª série do Diário da Repú- 1 — Para efeitos do depósito de planos intermunicipais
blica: e de planos municipais de ordenamento do território não
sujeitos a ratificação, assim como das respectivas altera-
a) Os avisos de abertura do período de discussão pública ções e revisões, e ainda de medidas preventivas, no prazo
dos instrumentos de gestão territorial; de 15 dias após a publicação no Diário da República, a as-
b) A deliberação municipal que determina a elaboração sembleia intermunicipal ou a câmara municipal, conforme
de plano municipal de ordenamento do território; a natureza do plano aprovado, remete à Direcção-Geral do
c) A deliberação das assembleias municipais ou da as- Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
sembleia intermunicipal que aprova o plano intermunicipal uma colecção completa das peças escritas e gráficas que,
de ordenamento do território, incluindo o relatório e as nos termos do presente decreto-lei, constituem o conteúdo
peças gráficas ilustrativas; documental do instrumento de gestão territorial, bem como
d) A deliberação municipal que aprova o plano munici- cópia autenticada da deliberação da assembleia municipal
pal de ordenamento do território não sujeito a ratificação, que aprova o plano, o respectivo relatório ambiental, os
incluindo o regulamento, a planta de zonamento ou de pareceres emitidos nos termos do presente diploma ou a
implantação e a planta de condicionantes; acta da conferência de serviços, quando a eles houver lugar,
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6669

e o relatório de ponderação dos resultados da discussão Artigo 154.º


pública.
Outros planos
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, no
prazo de 15 dias após a publicação no Diário da Repú- 1 — Todos os instrumentos de natureza legal ou regu-
blica, as entidades responsáveis pela elaboração dos demais lamentar com incidência territorial actualmente existentes
instrumentos de gestão territorial previstos no presente continuam em vigor até à respectiva adequação ao sistema
decreto-lei remetem à Direcção-Geral do Ordenamento de gestão territorial estabelecido neste diploma, nos termos
do Território e Desenvolvimento Urbano uma colecção previstos nos números seguintes.
completa das peças escritas e gráficas que, nos termos do 2 — Compete às comissões de coordenação e desen-
presente diploma, constituem o conteúdo documental do volvimento regional a identificação no prazo de um ano
instrumento de gestão territorial. das normas directamente vinculativas dos particulares
3 — (Revogado.) a integrar em plano especial ou em plano municipal de
4 — (Revogado.)
ordenamento do território.
5 — (Revogado.)
3 — O Governo e as câmaras municipais devem pro-
Artigo 151.º-A mover, nos 180 dias subsequentes à identificação referida
no número anterior, a correspondente alteração dos pla-
Informação e divulgação nos especiais e dos planos municipais de ordenamento do
1 — Após a publicação no Diário da República de ins- território.
trumento de gestão territorial sujeito a avaliação ambiental, 4 — Os instrumentos com incidência territorial não
a entidade competente pela respectiva elaboração envia à abrangidos pelo disposto nos n.os 2 e 3 continuarão em
Agência Portuguesa do Ambiente uma declaração con- vigor com a natureza de planos sectoriais.
tendo os elementos referidos no artigo 10.º do Decreto-Lei
n.º 232/2007, de 15 de Junho. Artigo 155.º
2 — A informação referida no número anterior é dispo- Regulamentação
nibilizada ao público pela entidade responsável pela ela-
boração do plano através da respectiva página da Internet, 1 — No prazo de 120 dias serão aprovados os regula-
podendo igualmente ser publicitada na página da Internet mentos, que definirão:
da Agência Portuguesa do Ambiente.
a) A composição e o funcionamento da comissão mista
de coordenação que assegura o acompanhamento da ela-
CAPÍTULO VIII boração do plano director municipal;
b) Critérios uniformes de classificação e reclassificação
Disposições finais e transitórias
do solo, de definição da actividade dominante, bem como
Artigo 152.º das categorias relativas ao solo rural e urbano, aplicáveis
a todo o território nacional;
Aplicação directa c) Os demais elementos que devem acompanhar os
As regras estabelecidas no presente diploma que sejam planos municipais de ordenamento do território;
directamente exequíveis aplicam-se à elaboração, aprova- d) Os demais elementos que devem acompanhar os
ção, execução, alteração, revisão, suspensão e avaliação de planos especiais de ordenamento do território;
qualquer instrumento de gestão territorial que se encontre e) A composição interdisciplinar mínima das equipas
em curso à data da respectiva entrada em vigor. de elaboração dos planos.

Artigo 153.º 2 — Serão igualmente aprovados, no prazo de 180 dias:


Planos regionais de ordenamento do território a) A resolução do Conselho de Ministros a que se refere
1 — Os planos regionais de ordenamento do território o n.º 2 do artigo 30.º;
aprovados nos termos do Decreto-Lei n.º 176-A/88, de 18 b) O diploma legal de criação do observatório referido
de Maio, continuam em vigor até à sua revisão obrigatória no artigo 144.º, n.º 2;
pelas comissões de coordenação regional. c) Decreto regulamentar fixando conceitos técnicos nos
2 — A revisão referida no número anterior obedece às domínios do ordenamento do território e do urbanismo,
regras estabelecidas na secção II do capítulo II do presente designadamente relativos aos indicadores, parâmetros,
diploma, devendo ocorrer nos três anos subsequentes à simbologia e sistematização gráfica, a utilizar nos instru-
entrada em vigor do mesmo, após o que, caso não sejam mentos de gestão territorial;
revistos, deixarão de vincular directa e imediatamente os d) Decreto regulamentar fixando a cartografia a utili-
particulares. zar nos instrumentos de gestão territorial, bem como na
3 — Verificada a revisão prevista nos números ante- representação de quaisquer condicionantes.
riores, os planos regionais de ordenamento do território
revestir-se-ão da eficácia estabelecida nos n.os 2 e 3 do Artigo 156.º
artigo 10.º da Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto. Regiões Autónomas
4 — A elaboração dos planos regionais de ordenamento
do território que esteja em curso à data da entrada em vigor O presente diploma aplica-se às Regiões Autónomas dos
do presente diploma rege-se pelas disposições constantes Açores e da Madeira, sem prejuízo de diploma regional
da secção III do capítulo II do mesmo. que proceda às necessárias adaptações.
6670 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007

Artigo 157.º Portaria n.º 1202/2007


(Revogado.) de 19 de Setembro

Artigo 158.º Com fundamento no disposto no artigo 31.º, na


alínea a) do artigo 40.º e no n.º 1 do artigo 118.º do
Medidas preventivas
Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, com as
O regime de medidas preventivas previsto no capítulo II alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 201/2005,
do Decreto-Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, deixa de ter de 24 de Novembro;
aplicação enquanto medida cautelar aplicável aos planos Ouvido o Conselho Cinegético Municipal de Silves:
municipais de ordenamento do território. Manda o Governo, pelos Ministros do Ambiente, do
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
Artigo 159.º e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,
Norma revogatória o seguinte:
1.º Pela presente portaria é concessionada, pelo período
São revogados os Decretos-Lei n.os 176-A/88, de 18 de de 12 anos, renovável automaticamente por um único e
Maio, 151/95, de 24 de Junho, e 69/90, de 2 de Março. igual período, à Vivaldo’s Serra, Unipessoal, L.da, com o
número de identificação fiscal 506887642 e sede em Ed.
Artigo 160.º Borda de Água, fracção AE, Praia da Oura, 8200 Albu-
Entrada em vigor feira, a zona de caça turística de Montes e Serras (processo
O presente diploma entra em vigor 60 dias após a data n.º 4719-DGRF), englobando vários prédios rústicos sitos
da sua publicação. na freguesia e município de Silves com a área de 327 ha,
conforme planta anexa à presente portaria e que dela faz
parte integrante.
2.º A concessão de terrenos incluídos em áreas clas-
sificadas poderá terminar, sem direito a indemnização,
MINISTÉRIOS DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO sempre que sejam introduzidas novas condicionantes
DO TERRITÓRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIO- por planos especiais de ordenamento do território ou
NAL E DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO obtidos dados científicos que comprovem a incompa-
tibilidade da actividade cinegética com a conservação
RURAL E DAS PESCAS. da natureza até ao máximo de 10 % da área total da
zona de caça.
Portaria n.º 1201/2007 3.º A zona de caça concessionada pela presente portaria
produz efeitos relativamente a terceiros com a instalação
de 19 de Setembro
da respectiva sinalização.
Pela Portaria n.º 1006/2005, de 6 de Outubro, foi reno- Pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Terri-
vada a zona de caça turística da Herdade de Sousa (pro- tório e do Desenvolvimento Regional, Humberto Delgado
cesso n.º 1436-DGRF), englobando vários prédios rústi- Ubach Chaves Rosa, Secretário de Estado do Ambiente,
cos, sitos nos municípios de Évora e Montemor-o-Novo e em 28 de Agosto de 2007. — O Ministro da Agricultura,
concessionada a José Manuel de Sousa Cabral. do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime de Jesus
Vem agora a Sociedade Agro-Pecuária da Sousa e Ane- Lopes Silva, em 29 de Agosto de 2007.
xas, L.da, requerer a transmissão da concessão da zona de
caça atrás citada.
Assim:
Com fundamento no disposto no artigo 45.º e no n.º 1
do artigo 118.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de
Agosto, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei
n.º 201/2005, de 24 de Novembro:
Manda o Governo, pelos Ministros do Ambiente, do
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Re-
gional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
Pescas, que pela presente portaria a zona de caça turística
da Herdade de Sousa (processo n.º 1436-DGRF), situada
nas freguesias de Nossa Senhora da Vila e São Sebastião
da Giesteira, municípios de Montemor-o-Novo e Évora,
seja transferida para a Sociedade Agro-Pecuária da Sousa
e Anexas, L.da, com o número de identificação fiscal
149364067 e sede na Rua do Conde da Serra da Tourega,
1-A, 7000 Évora.
Pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Terri-
tório e do Desenvolvimento Regional, Humberto Delgado
Ubach Chaves Rosa, Secretário de Estado do Ambiente,
em 28 de Agosto de 2007. — O Ministro da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime de Jesus
Lopes Silva, em 29 de Agosto de 2007.

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