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a derrogação daqueles instrumentos de gestão territorial, representativas dos interesses a ponderar, contribuindo,
que condicionam a validade dos instrumentos de gestão desta forma, o novo modelo simultaneamente para a res-
territorial de âmbito municipal. ponsabilização daquelas entidades e para a celeridade dos
A efectiva responsabilização dos municípios pelas op- procedimentos. Definem-se, assim, as regras relativas aos
ções de ordenamento do território e de urbanismo contidas mecanismos de responsabilização das entidades represen-
nos respectivos instrumentos de planeamento conduz ainda tadas, para garantir a eficácia da conferência, enquanto
à eliminação do registo, no âmbito do qual eram exercidas mecanismo de concentração de fases procedimentais.
funções de controlo de legalidade dos planos municipais Também a eficiência da fase de acompanhamento e a
de ordenamento do território, os quais, à semelhança dos adopção do modelo da conferência de serviços no âmbito
demais instrumentos de gestão territorial, passam a ser do acompanhamento dos planos de ordenamento do terri-
enviados para depósito, tendo em vista potenciar a consulta tório vinculativos dos particulares justificam as alterações
dos mesmos por todos os interessados. introduzidas nas designadas comissões mistas de coordena-
O depósito dos instrumentos de gestão territorial na ção. O respectivo funcionamento, por via de uma composi-
DGOTDU passa, assim, a desempenhar a função de reposi- ção demasiadamente alargada e por isso pouco operacional,
tório centralizado e de publicitação de todos os instrumen- não permitiu alcançar os objectivos de coordenação de
tos de gestão territorial, cujo acesso e consulta pública se interesses que estiveram subjacentes à sua previsão.
pretende garantir em breve, por meio da disponibilização Assim, sem prejuízo de, em articulação com o presente
online no âmbito do sistema nacional de informação ter- decreto-lei e por meio do adequado instrumento regula-
ritorial. mentar, se proceder à revisão do regime da composição e
Paralelamente, quer a elaboração dos planos municipais funcionamento da comissão que acompanha a elaboração
de ordenamento do território, quer as alterações ao plano e a revisão do plano director municipal, explicitando-se
director municipal ou aos planos de urbanização por outros metodologias de funcionamento, altera-se o modelo de
planos municipais, de urbanização ou de pormenor, passam composição e a designação desta comissão e daquela que
a encontrar-se sujeitas, exclusivamente, aos mecanismos assegura o acompanhamento dos planos especiais de or-
de participação no decurso do respectivo procedimento de denamento do território, agora denominadas de comissão
elaboração, das entidades representativas da administração de acompanhamento, garantindo que a participação das
central representativas de interesses públicos a ponderar, organizações representativas dos interesses privados se
assegurando a necessária concertação de tais interesses e efectua nos períodos destinados à participação pública,
a coordenação de intervenções, sendo os municípios res- assegurando, deste modo, maior eficiência ao funciona-
ponsáveis pela validade dos respectivos instrumentos de mento da comissão na fase de acompanhamento.
planeamento. Esta alteração, concretizando a autonomia
À semelhança do Programa Nacional da Política de
municipal em matéria urbanística, permite recuperar a
Ordenamento do Território, os planos regionais e os planos
distinção entre atribuições e competências da administra-
intermunicipais de ordenamento do território, passam a ser
ção central e municipal em matérias de ordenamento do
acompanhados por comissões consultivas nas quais para
território e de urbanismo, acentuando que estas últimas se
desenvolvem no quadro das opções definidas pelos instru- além dos representantes dos serviços e entidades públicas
mentos de gestão territorial de âmbito nacional e regional cuja participação seja adequada no âmbito do plano, têm
e pelos respectivos planos directores municipais. assento os representantes dos interesses económicos, so-
Associada às alterações decorrentes do PRACE — Pro- ciais, culturais e ambientais.
grama de Reestruturação da Administração Central do Em matéria de concertação, os princípios fundamentais
Estado, e concretizando a referida desconcentração de da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e
competências, a verificação final dos planos municipais de Urbanismo, da coordenação e da ponderação de interes-
de ordenamento do território, sem funções preclusivas da ses, aconselham a que a concertação de interesses públicos
responsabilidade do município quanto à validade do plano, que condicionam a proposta a sujeitar a discussão pública,
passa a ser efectuada pelas comissões de coordenação e se efectue ao longo de todo o procedimento de elabora-
desenvolvimento regional. ção dos instrumentos de gestão territorial, com inegáveis
Ainda tributária do referido reforço da responsabilização vantagens, quer do ponto de vista da celeridade, quer da
municipal em articulação com a simplificação de proce- construção de soluções partilhadas por via da atempada
dimentos, como se referiu, é a alteração que se opera no responsabilização das entidades públicas responsáveis pela
regime de acompanhamento dos planos de urbanização e prossecução de interesses públicos com impacte territorial.
de pormenor. Clarifica-se que o acompanhamento pelas Elimina-se, por isso, a necessidade de novos pareceres
comissões de coordenação e desenvolvimento regional ao após a conclusão da fase de acompanhamento e antes do
longo da elaboração destes planos passa a constituir uma actual período de concertação, o qual se mantém como
opção do município, atribuindo-se às câmaras municipais facultativo por iniciativa da entidade responsável pela
a competência para a recolha dos pareceres que devam elaboração do plano.
ser emitidos nos termos legais e regulamentares e pelas Em concretização ainda do princípio da concertação
demais entidades representativas de interesses públicos a de interesses públicos e privados envolvidos na ocupa-
ponderar e prevendo-se que a harmonização de interesses ção do território e da contratualização e, reconhecendo
se processe em sede de conferência de serviços, apta a expressamente no domínio do ordenamento do território,
aferir a compatibilidade da proposta. a faculdade que decorre da autonomia pública contratual,
Com efeito, em matéria de acompanhamento adopta-se procede-se ao enquadramento normativo dos designados
o modelo de simplificação de procedimentos baseado na contratos para planeamento, clarificando os princípios
coordenação de intervenções por via da previsão de uma fundamentais a que se encontram sujeitos por força da
conferência procedimental ou de serviços que visa subs- irrenunciabilidade e indisponibilidade dos poderes públicos
tituir os pareceres que devem ser emitidos pelas entidades de planeamento, da transparência e da publicidade, tendo
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6619
em conta os limites decorrentes das regras gerais relativas ou o regime jurídico da reabilitação urbana, no caso dos
à contratação pública. respectivos planos de pormenor.
No domínio da clarificação e diferenciação de conceitos As mesmas exigências de simplificação e eficiência
e instrumentos, as alterações introduzidas dão resposta a levam ao reconhecimento expresso da possibilidade dos
assinaladas lacunas do regime jurídico dos instrumentos planos de pormenor com um conteúdo suficientemente
de gestão territorial em vigor relativamente à dinâmica denso procederem a operações de transformação fundiária
dos planos. relevantes para efeitos de registo predial e inscrição ma-
Procede-se, assim, à reclamada delimitação conceptual tricial, dispensando-se um subsequente procedimento ad-
das figuras da revisão e da alteração dos instrumentos ministrativo de controlo prévio. Com efeito, reconhecida
de gestão territorial, autonomizando-se procedimentos a identidade funcional entre muitos planos de pormenor
específicos de alteração quanto aos instrumentos de ges- e as operações de loteamento e reparcelamento urbano e
tão territorial vinculativos dos particulares. Reservando de estruturação da compropriedade, justifica-se, salva-
o conceito de revisão para as situações mais estruturais guardada a autonomia da vontade dos proprietários, que o
de mutabilidade do planeamento, pretende-se flexibili- plano de pormenor possa fundar directamente a operação
zar e agilizar os procedimentos de alteração em função de transformação fundiária, seja o fraccionamento ou o
das dinâmicas de desenvolvimento económico, social e emparcelamento das propriedades.
ambiental, obviando ao recurso sistemático à figura da Por seu turno, a sustentabilidade do processo urbanístico
suspensão do plano. justifica a alteração introduzida em matéria de reparcela-
Também necessidades de clarificação justificam a dis- mento, clarificando-se a possibilidade de outras entidades
tinção operada entre as situações de heteroalteração moti- interessadas participarem na operação e beneficiarem da
vadas pela entrada em vigor de novas leis, regulamentos ou adjudicação das parcelas decorrentes da operação, nos
planos supervenientes, designadas de adaptação, e as meras termos dos adequados instrumentos contratuais.
rectificações aos instrumentos de gestão territorial. Por fim, o presente diploma procede à aplicação, no âm-
Ainda neste contexto, considerando a caducidade do bito do sistema de gestão territorial, do regime jurídico da
regime do uso do solo decorrente das decisões de cessação avaliação ambiental de planos e programas, em articulação
de restrições e servidões de utilidade pública em determi- com o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, diploma
nadas áreas do território, bem como de desafectação de que transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva
bens imóveis do domínio público ou dos fins de utilidade n.º 2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
pública a que se encontravam adstritos, introduziu-se um de 27 de Junho, por forma a incorporar nos procedimentos
mecanismo célere de alteração simplificada de planos de elaboração, acompanhamento, participação pública e
municipais de ordenamento do território para obviar à aprovação dos instrumentos de gestão territorial, a análise
sistemática dos seus efeitos ambientais.
indefinição urbanística.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re-
No domínio dos planos de urbanização e dos planos
giões Autónomas e a Associação Nacional de Municípios
de pormenor, as alterações introduzidas nos respectivos
Portugueses.
objectos e conteúdos materiais justificam-se, também, por Foram ouvidos, a título facultativo, a Ordem dos Arqui-
razões de clarificação e diferenciação de instrumentos, tectos, a Ordem dos Engenheiros, a Associação Portuguesa
atentas as respectivas finalidades no sistema de gestão dos Arquitectos Paisagistas, a Associação Portuguesa de
territorial e na prática urbanística municipal. Para estas Desenvolvimento Regional, a Associação Portuguesa de
alterações contribuiu, ainda, a reconhecida necessidade de Geógrafos, a Associação dos Urbanistas Portugueses, a
alargamento do âmbito de intervenção da figura do plano Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses e a
de urbanização, ditada pelas características dos actuais Associação para o Desenvolvimento do Direito do Urba-
processos de ocupação territorial para fins turísticos, in- nismo e da Construção.
dustriais e comerciais. Assim:
Consagra-se, assim, o princípio de que os planos de No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
urbanização e os planos de pormenor, sem prejuízo da pela Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, e nos termos da alí-
tipicidade associada, devem adoptar um conteúdo material nea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo
apropriado às condições da área territorial a que respeitam decreta o seguinte:
e aos objectivos previstos nos termos de referência e na
deliberação municipal que determina a sua elaboração, Artigo 1.º
realçando-se, também neste aspecto, a responsabilização
municipal pela definição dos objectivos estratégicos e Objecto
operativos dos respectivos processos de planeamento. 1 — O presente decreto-lei altera o Decreto-Lei
No âmbito dos planos de pormenor, foi substituída a n.º 380/99, de 22 de Setembro.
figura dos planos de pormenor de modalidade simplificada, 2 — À avaliação ambiental dos instrumentos de gestão
cuja utilização se vinha revelando de difícil operaciona- territorial aplica-se o presente decreto-lei e subsidiaria-
lização prática, sem que a especificidade do respectivo mente o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
regime procedimental evidenciasse ganhos de eficiência,
por modalidades específicas de plano de pormenor, a que Artigo 2.º
se encontram associados conteúdos materiais próprios em
Alteração ao Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro
função das respectivas finalidades e da sua articulação
com regimes legais relativos à salvaguarda de interesses Os artigos 2.º, 25.º, 30.º, 32.º, 33.º, 35.º, 37.º, 38.º, 39.º,
públicos específicos, como seja a lei de bases da política 40.º, 44.º, 45.º, 46.º, 47.º, 48.º, 53.º, 54.º, 56.º, 57.º, 58.º,
e do regime de valorização do património cultural por- 59.º, 63.º, 64.º, 65.º, 66.º, 74.º, 75.º, 76.º, 77.º, 78.º, 79.º,
tuguês, no caso dos planos de pormenor de salvaguarda, 80.º, 81.º, 84.º, 85.º, 86.º, 87.º, 88.º, 89.º, 90.º, 91.º, 92.º,
6620 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
93.º, 95.º, 96.º, 97.º, 99.º, 100.º, 101.º, 102.º, 104.º, 105.º, Artigo 33.º
107.º, 109.º, 113.º, 114.º, 115.º, 117.º, 131.º, 132.º, 133.º, […]
134.º, 144.º, 147.º, 148.º, 149.º, 150.º e 151.º do Decreto-
-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com as alterações 1 — Emitido o parecer da comissão consultiva e,
introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de Abril, quando for o caso, decorrido o período adicional de con-
pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pela certação, o Governo procede à abertura de um período
Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei n.º 56/2007, de discussão pública, através de aviso a publicar no
de 31 de Agosto, passam a ter a seguinte redacção: Diário da República e a divulgar através da comunica-
ção social e da sua página na Internet, do qual consta a
«Artigo 2.º indicação do período de discussão, das eventuais sessões
públicas a que haja lugar e dos locais onde se encontra
Sistema de gestão territorial
disponível a proposta, acompanhada do parecer da co-
1— ..................................... missão consultiva, dos demais pareceres eventualmente
2— ..................................... emitidos e dos resultados das reuniões de concertação,
bem como da forma como os interessados podem apre-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
sentar as suas observações ou sugestões.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— .....................................
c) Os planos especiais de ordenamento do território,
3 — O período de discussão pública deve ser anun-
compreendendo os planos de ordenamento de áreas
ciado com a antecedência mínima de 5 dias e não deve
protegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de
ser inferior a 44 dias.
águas públicas, os planos de ordenamento da orla cos-
4— .....................................
teira e os planos de ordenamento dos estuários.
5 — Findo o período de discussão pública, o Governo
pondera e divulga os respectivos resultados, designada-
3— .....................................
mente através da comunicação social e da sua página na
4— .....................................
Internet, e elabora a versão final da proposta a apresentar
à Assembleia da República.
Artigo 25.º
[…] Artigo 35.º
1— ..................................... [...]
2— .....................................
1— .....................................
3 — Na ratificação de planos directores municipais
2— .....................................
e nas deliberações municipais que aprovam os planos
não sujeitos a ratificação devem ser expressamente in- a) Os planos, programas e estratégias de desenvol-
dicadas as normas dos instrumentos de gestão territorial vimento respeitantes aos diversos sectores da adminis-
preexistentes revogadas ou alteradas. tração central, nomeadamente nos domínios dos trans-
portes, das comunicações, da energia e dos recursos
Artigo 30.º geológicos, da educação e da formação, da cultura,
da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do
[…]
comércio, da indústria, das florestas e do ambiente;
1 — A elaboração do programa nacional da política b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de ordenamento do território compete ao Governo, sob c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
coordenação do ministro responsável pelo ordenamento
do território. Artigo 37.º
2— ....................................
[…]
solução concertada que permita ultrapassar as objecções 10 dias, improrrogáveis, a notificar, sendo o caso, à
formuladas. câmara municipal e à assembleia municipal.
3 — No caso dos planos de urbanização e dos pla- 2 — O parecer referido no número anterior, quando
nos de pormenor, a câmara municipal pode igualmente emitido, não possui carácter vinculativo e incide ape-
promover nos 20 dias subsequentes à realização da nas sobre a conformidade com as disposições legais e
conferência de serviços, a realização de reuniões de regulamentares vigentes e a compatibilidade ou con-
concertação em termos análogos ao disposto no n.º 2 ou formidade com os instrumentos de gestão territorial
nova conferência de serviços com as entidades repre- eficazes.
sentativas dos interesses a ponderar que se justifiquem Artigo 79.º
e com a comissão de coordenação e desenvolvimento Aprovação
regional.
4 — (Revogado.) 1— .....................................
5 — (Revogado.) 2 — Se o plano director municipal aprovado mantiver
6 — (Revogado.) incompatibilidades com plano sectorial ou plano regio-
nal de ordenamento do território, deve ser solicitada a
Artigo 77.º sua ratificação nos termos do artigo 80.º
[…] Artigo 80.º
1— ..................................... […]
2 — Na deliberação que determina a elaboração do
1 — A ratificação pelo Governo do plano director
plano é estabelecido um prazo, que não deve ser infe-
municipal tem como efeito a derrogação das normas dos
rior a 15 dias, para a formulação de sugestões e para a
planos sectoriais e dos planos regionais de ordenamento
apresentação de informações sobre quaisquer questões do território incompatíveis com as opções municipais.
que possam ser consideradas no âmbito do respectivo 2 — A ratificação pelo Governo do plano director
procedimento de elaboração. municipal ocorre, a solicitação da câmara municipal,
3 — Concluído o período de acompanhamento e, quando, no âmbito do procedimento de elaboração e
quando for o caso, decorrido o período adicional de aprovação, for suscitada pelos serviços e entidades com
concertação, a câmara municipal procede à abertura competências consultivas no âmbito da elaboração e do
de um período de discussão pública, através de aviso a acompanhamento, a incompatibilidade com os instru-
publicar no Diário da República e a divulgar através da mentos de gestão territorial referidos no número anterior.
comunicação social e da respectiva página da Internet, 3 — A ratificação do plano director municipal pode
do qual consta a indicação do período de discussão, das ser parcial, aproveitando apenas à parte compatível com
eventuais sessões públicas a que haja lugar e dos locais os instrumentos de gestão territorial referidos no n.º 1
onde se encontra disponível a proposta, o respectivo do presente artigo.
relatório ambiental, o parecer da comissão de acompa- 4 — A apreciação pelo Governo de pedido de ratifi-
nhamento ou da comissão de coordenação e desenvol- cação de plano director municipal é suscitada através da
vimento regional, os demais pareceres eventualmente competente comissão de coordenação e de desenvolvi-
emitidos, os resultados da concertação, bem como da mento regional, devendo, quando tenha lugar, ser acom-
forma como os interessados podem apresentar as suas panhada de parecer fundamentado da parte desta.
reclamações, observações ou sugestões. 5 — A ratificação do plano director municipal nos ter-
4 — O período de discussão pública deve ser anun- mos do número anterior implica a revogação ou alteração
ciado com a antecedência mínima de 5 dias, e não pode das disposições constantes dos instrumentos de gestão
ser inferior a 30 dias para o plano director municipal territorial afectados, determinando a correspondente al-
e a 22 dias para o plano de urbanização e para o plano teração dos elementos documentais afectados por forma
de pormenor. a que traduzam a actualização da disciplina vigente.
5 — (Anterior n.º 7.) 6 — A alteração e a revisão do plano director muni-
6 — (Anterior n.º 8.) cipal são objecto de ratificação nos termos do n.º 2 do
7 — (Anterior n.º 9.) presente artigo.
8 — Findo o período de discussão pública, a câmara 7 — A ratificação do plano director municipal é efec-
municipal pondera e divulga, designadamente através da tuada por resolução do Conselho de Ministros.
comunicação social e da respectiva página da Internet,
os respectivos resultados e elabora a versão final da Artigo 81.º
proposta para aprovação. [...]
9 — (Anterior n.º 11.)
10 — (Revogado.) 1— .....................................
11 — (Revogado.) 2 — Os procedimentos administrativos subsequentes
à conclusão da elaboração dos planos municipais de
Artigo 78.º ordenamento do território devem ser concretizados de
modo que, entre a respectiva aprovação e a publicação
[…] no Diário da República, medeiem os seguintes prazos
1 — Concluído o projecto de versão final do plano máximos:
director municipal, este é enviado à comissão de coor- a) Plano director municipal — três meses;
denação e desenvolvimento regional territorialmente b) Plano de urbanização — dois meses;
competente, a qual pode emitir parecer no prazo de c) Plano de pormenor — dois meses.
6626 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
a uma unidade ou subunidade operativa de planeamento 3 — Para efeitos de registo predial, as peças escritas
e gestão ou a parte delas. e desenhadas previstas na alínea c) do número anterior
consistem em:
Artigo 91.º
a) Planta do cadastro original;
[…] b) Quadro com a identificação dos prédios, natureza, des-
1 — O plano de pormenor deve adoptar o conteúdo crição predial inscrição matricial, áreas e confrontações;
material apropriado às condições da área territorial a c) Planta da operação de transformação fundiária
que respeita e aos objectivos previstos nos termos de com a identificação dos novos prédios;
referência e na deliberação municipal que determinou d) Quadro com a identificação dos novos prédios
a sua elaboração, estabelecendo nomeadamente: ou fichas individuais, com a indicação da respectiva
área, área destinada à implantação dos edifícios e das
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . construções anexas, área de construção, volumetria,
b) As operações de transformação fundiária neces- cércea e número de pisos acima e abaixo da cota de
sárias e a definição das regras relativas às obras de soleira para cada um dos edifícios, número de fogos e
urbanização; utilização dos edifícios e dos fogos;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e) Planta com as áreas de cedência para o domínio
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . municipal;
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder, sua
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . finalidade e área de implantação e de construção dos
g) As regras para a ocupação e gestão dos espaços equipamentos de utilização colectiva;
públicos; g) Quadro de transformação fundiária explicitando o
h) A implantação das redes de infra-estruturas, com relacionamento entre os prédios originários e os prédios
delimitação objectiva das áreas a elas afectas; resultantes da operação de transformação fundiária.
i) Os critérios de inserção urbanística e o dimen-
sionamento dos equipamentos de utilização colectiva 4 — Os demais elementos que acompanham o plano
e a respectiva localização no caso dos equipamentos de pormenor são fixados por portaria do membro do
públicos; Governo responsável pelo ordenamento do território.
j) A identificação dos sistemas de execução do plano
e a programação dos investimentos públicos associa- Artigo 93.º
dos, bem como a sua articulação com os investimentos
privados; [...]
l) A estruturação das acções de perequação com- 1 — Os instrumentos de gestão territorial podem
pensatória. ser objecto de alteração, de rectificação, de revisão e
de suspensão.
2 — (Revogado.) 2— .....................................
3— ..................................... a) Da evolução das condições económicas, sociais,
culturais e ambientais que lhes estão subjacentes e que
Artigo 92.º fundamentam as opções definidas no plano, desde que
[…] revista carácter parcial, designadamente se restrinja a uma
parte delimitada da respectiva área de intervenção;
1— ..................................... b) Da ratificação ou da aprovação de planos muni-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cipais ou da aprovação de planos especiais de ordena-
b) Planta de implantação, que representa o regime de mento do território que com eles não se compatibilizem
uso, ocupação e transformação da área de intervenção; ou conformem;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
exclusivamente sobre a suspensão do plano municipal território, procedendo-se oficiosamente aos necessários
de ordenamento do território e destina-se a assegurar o averbamentos.
cumprimento das disposições legais e regulamentares Artigo 107.º
aplicáveis. […]
Artigo 101.º
1— .....................................
[…]
2— .....................................
1 — A compatibilidade ou conformidade entre os 3 — O estabelecimento de medidas preventivas por
diversos instrumentos de gestão territorial é condição motivo de revisão ou alteração de um plano deter-
da respectiva validade. mina a suspensão da eficácia deste na área abrangida
2— ..................................... por aquelas medidas e, ainda, sob proposta da câmara
municipal à assembleia municipal, a suspensão dos
Artigo 102.º demais planos municipais de ordenamento do território
em vigor na mesma área, nos casos em que assim se
[…]
justifique.
1 — São nulos os planos elaborados e aprovados em 4— .....................................
violação de qualquer instrumento de gestão territorial 5— .....................................
com o qual devessem ser compatíveis ou conformes. 6— .....................................
2— ..................................... 7— .....................................
8— .....................................
Artigo 104.º 9— .....................................
[…]
Artigo 109.º
1— ..................................... […]
2— .....................................
3— ..................................... 1— .....................................
4— ..................................... 2 — O estabelecimento de medidas preventivas nos
5— ..................................... casos previstos no n.º 9 do artigo 107.º é aprovado por
6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Ins- resolução do Conselho de Ministros.
tituto da Construção e do Imobiliário, I. P. 3 — Apenas estão sujeitas a ratificação, nos termos
7— ..................................... do n.º 2 do artigo 80.º, as medidas preventivas relativas
8— ..................................... ao plano director municipal que consistam na limitação
ou na sujeição a parecer vinculativo das acções previstas
a) O presidente da câmara municipal ou o presidente no n.º 4 do artigo 107.º
da comissão de coordenação e desenvolvimento regio- 4— .....................................
nal da área, no caso de violação de plano municipal de 5 — A deliberação municipal referida no n.º 1, bem
ordenamento do território; como a de prorrogação das medidas preventivas está
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sujeita a publicação nos termos da alínea e) do n.º 4
do artigo 148.º
Artigo 105.º Artigo 113.º
[…] […]
1— .....................................
1— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
b) Pelo membro do Governo responsável pelo orde- 3— .....................................
namento do território, quando violem plano especial de 4— .....................................
ordenamento do território ou quando esteja em causa 5— .....................................
a prossecução de objectivos de interesse nacional ou 6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Ins-
regional; tituto da Construção e do Imobiliário, I. P.
c) (Revogada.) 7— .....................................
8— .....................................
2 — Quando se verifique a realização de trabalhos ou
obras, não precedidos do licenciamento ou comunicação Artigo 114.º
prévia legalmente devidos, que violem plano munici-
[…]
pal ou plano especial de ordenamento do território, o
membro do Governo responsável pelo ordenamento do 1— .....................................
território deve participar o facto ao presidente da câmara 2 — A competência para ordenar o embargo, a de-
municipal para os efeitos previstos no número anterior. molição, a reposição da configuração do terreno ou a
3— ..................................... recuperação do coberto vegetal referidos no número
4 — As ordens de embargo e de demolição são ob- anterior pertence ao presidente da câmara municipal ou,
jecto de registo na conservatória de registo predial com- quando se trate de medidas preventivas estabelecidas
petente mediante comunicação do presidente da câmara pelo Governo, ao presidente da comissão de coordena-
municipal, da comissão de coordenação e desenvolvi- ção e desenvolvimento regional ou ao órgão competente
mento regional ou do órgão competente dependente do dependente do membro do Governo responsável pelo
membro do Governo responsável pelo ordenamento do ordenamento do território.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6631
as necessárias medidas correctivas previstas na decla- d) A deliberação municipal que aprova o plano mu-
ração ambiental. nicipal de ordenamento do território não sujeito a ratifi-
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, cação, incluindo o regulamento, a planta de zonamento
será criado, no âmbito da Direcção-Geral do Ordena- ou de implantação e a planta de condicionantes;
mento do Território e Desenvolvimento Urbano, um e) A deliberação municipal que aprova as medidas
observatório responsável pela recolha e tratamento da preventivas não sujeitas a ratificação, incluindo o res-
informação de carácter estatístico, técnico e científico pectivo texto e a planta de delimitação, bem como a
relevante, o qual elaborará relatórios periódicos de deliberação municipal que aprova a prorrogação do
avaliação incidindo, nomeadamente, sobre o desen- prazo de vigência das medidas preventivas.
volvimento das orientações fundamentais do programa
nacional da política de ordenamento do território e em Artigo 149.º
especial sobre a articulação entre as acções sectoriais, […]
recomendando, quando necessário, a respectiva revisão
ou alteração. 1 — O programa nacional da política de ordenamento
do território, os planos sectoriais, os planos especiais
3— .....................................
e os planos regionais de ordenamento do território di-
4— .....................................
vulgados nos termos previstos no artigo anterior de-
5— ..................................... vem ainda ser objecto de publicitação em dois jornais
diários, num semanário de grande expansão nacional e
Artigo 147.º na página da Internet das entidades responsáveis pela
[…] sua elaboração.
2 — Os planos municipais de ordenamento do ter-
O Governo promove a criação e o desenvolvimento ritório e as medidas preventivas devem ser objecto de
de um sistema nacional de informação territorial, inte- publicitação nos boletins municipais, caso existam, bem
grando os elementos de análise relevante nos âmbitos como em dois jornais diários, num semanário de grande
nacional, regional e local, a funcionar em articulação expansão nacional e na página da Internet das entidades
com o observatório referido no artigo 144.º responsáveis pela sua elaboração.
3— .....................................
Artigo 148.º
[…] Artigo 150.º
Depósito e consulta
1— .....................................
2— ..................................... 1 — A Direcção-Geral do Ordenamento do Terri-
tório e Desenvolvimento Urbano procede ao depósito
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de todos os instrumentos de gestão territorial com o
b) A resolução do Conselho de Ministros que deter-
conteúdo documental integral previsto no presente di-
mina a suspensão de plano municipal de ordenamento ploma, incluindo as alterações, revisões, suspensões,
do território; adaptações e rectificações de que sejam objecto, bem
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . como das medidas preventivas, disponibilizando a sua
d) (Revogada.) consulta a todos os interessados.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
f) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica 3 — A consulta dos instrumentos de gestão territo-
o plano director municipal, incluindo o regulamento, a rial prevista neste artigo deve igualmente ser possível
planta de ordenamento e a planta de condicionantes; em suporte informático adequado e através do sistema
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nacional de informação territorial.
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 151.º
j) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica Instrução dos pedidos de depósito
a suspensão do plano municipal de ordenamento do
território, incluindo o respectivo texto e a planta de 1 — Para efeitos do depósito de planos intermunici-
delimitação. pais e de planos municipais de ordenamento do território
não sujeitos a ratificação, assim como das respectivas
3 — No caso da ratificação prevista na alínea f) do alterações e revisões, e ainda de medidas preventivas,
número anterior ser parcial, devem ser identificadas no no prazo de 15 dias após a sua publicação no Diário
regulamento publicado as disposições não ratificadas. da República, a assembleia intermunicipal ou a câmara
4 — São publicados na 2.ª série do Diário da Re- municipal, conforme o caso, remete à Direcção-Geral do
pública: Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
uma colecção completa das peças escritas e gráficas
a) Os avisos de abertura do período de discussão que, nos termos do presente decreto-lei, constituem o
pública dos instrumentos de gestão territorial; conteúdo documental do instrumento de gestão terri-
b) A deliberação municipal que determina a elabo- torial, bem como cópia autenticada da deliberação da
ração de plano municipal de ordenamento do território; assembleia municipal que aprova o plano, o respectivo
c) A deliberação das assembleias municipais ou da relatório ambiental, os pareceres emitidos nos termos do
assembleia intermunicipal que aprova o plano inter- presente diploma ou a acta da conferência de serviços,
municipal de ordenamento do território, incluindo o quando a eles houver lugar, e o relatório de ponderação
relatório e as peças gráficas ilustrativas; dos resultados da discussão pública.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6633
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, acompanham a proposta de plano no decurso do período
no prazo de 15 dias após a publicação no Diário da de discussão pública nos termos do n.º 3 do artigo 77.º
República, as entidades responsáveis pela elaboração do presente diploma.
dos demais instrumentos de gestão territorial previstos 7 — Aos contratos celebrados entre o Estado e outras
no presente decreto-lei remetem à Direcção-Geral do entidades públicas e as autarquias locais que tenham
Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano por objecto a elaboração, alteração, revisão ou execu-
uma colecção completa das peças escritas e gráficas que, ção de instrumentos de gestão territorial, aplicam-se,
nos termos do presente diploma, constituem o conteúdo com as necessárias adaptações, os n.os 2 e 3 do presente
documental do instrumento de gestão territorial. artigo.
3 — (Revogado.) Artigo 6.º- B
4 — (Revogado.)
5 — (Revogado.)» Procedimento concursal
1 — O regulamento do plano director municipal
Artigo 3.º ou do plano de urbanização pode fazer depender de
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro procedimento concursal e da celebração de contrato, a
elaboração de planos de urbanização ou de planos de
São aditados os artigos 6.º-A, 6.º-B, 75.º-A, 75.º-B, pormenor para a respectiva execução.
75.º-C, 91.º-A, 92.º-A, 92.º-B, 97.º-A, 97.º-B e 151.º-A ao 2 — Nos regulamentos referidos no número anterior
Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção devem ser estabelecidas as regras gerais relativas ao
conferida pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de Abril, pelo procedimento concursal e às condições de qualificação,
Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pela Lei avaliação e selecção das propostas, bem como ao con-
n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei n.º 56/2007, teúdo do contrato e às formas de resolução de litígios.
de 31 de Agosto, com a seguinte redacção:
Artigo 75.º-A
«Artigo 6.º-A
Acompanhamento dos planos directores municipais
Contratualização
1 — O acompanhamento da elaboração do plano
1 — Os interessados na elaboração, alteração ou re- director municipal é assegurado por uma comissão de
visão de um plano de urbanização ou de um plano de acompanhamento, cuja composição deve traduzir a na-
pormenor podem apresentar à câmara municipal pro- tureza dos interesses a salvaguardar e a relevância das
postas de contratos que tenham por objecto a elaboração implicações técnicas a considerar, integrando represen-
de um projecto de plano, sua alteração ou revisão, bem tantes de serviços e entidades da administração directa
como a respectiva execução. ou indirecta do Estado, das Regiões Autónomas, do
2 — Os contratos previstos no número anterior não
município e de outras entidades públicas cuja partici-
prejudicam o exercício dos poderes públicos municipais
pação seja aconselhável no âmbito do plano.
relativamente ao procedimento, conteúdo, aprovação e
execução do plano, bem como à observância dos regi- 2 — Deve ser garantida a integração na comissão de
mes legais relativos ao uso do solo e às disposições dos acompanhamento das entidades às quais, em virtude das
demais instrumentos de gestão territorial com os quais suas responsabilidades ambientais específicas, possam
o plano de urbanização ou o plano de pormenor devam interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação
ser compatíveis ou conformes. do plano, as quais exercem na comissão as competências
3 — Para além do disposto no número anterior, o consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-
contrato não substitui o plano na definição do regime do -Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a
uso do solo, apenas adquirindo eficácia para tal efeito na elaboração do relatório ambiental.
medida em que vier a ser incorporado no plano e preva- 3 — A comissão de acompanhamento deve ser cons-
lecendo em qualquer caso o disposto neste último. tituída no prazo de 30 dias após solicitação da câmara
4 — O procedimento de formação do contrato de- municipal.
pende de deliberação da câmara municipal, devidamente 4 — A comissão fica obrigada a um acompanhamento
fundamentada, que explicite, designadamente: assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração do
futuro plano, devendo, no final, apresentar um parecer
a) As razões que justificam a sua adopção; escrito, assinado por todos os seus membros, com men-
b) A oportunidade da deliberação tendo em conta os ção expressa da orientação defendida, que se pronuncie
termos de referência do futuro plano, designadamente sobre os aspectos seguintes:
a sua articulação e coerência com a estratégia territorial
do município e o seu enquadramento na programação a) Cumprimento das normas legais e regulamentares
constante do plano director municipal ou do plano de aplicáveis;
urbanização; b) Compatibilidade ou conformidade da proposta
c) A eventual necessidade de alteração aos planos de plano com os instrumentos de gestão territorial efi-
municipais de ordenamento do território em vigor. cazes;
c) Fundamento técnico das soluções defendidas pela
5 — As propostas de contratos e a deliberação re- câmara municipal.
ferida no número anterior são objecto de divulgação
pública nos termos do n.º 2 do artigo 77.º do presente 5 — O parecer da comissão deve exprimir a aprecia-
diploma, pelo prazo mínimo de 10 dias. ção realizada pelas diversas entidades representadas,
6 — Os contratos são publicitados conjuntamente incluindo a posição final das entidades que formalmente
com a deliberação que determina a elaboração do plano e discordaram das soluções projectadas.
6634 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
6 — O parecer final da comissão acompanha a pro- 4 — São convocadas para a conferência de serviços
posta de plano apresentada pela câmara municipal à as entidades às quais, em virtude das suas responsa-
assembleia municipal. bilidades ambientais específicas, possam interessar
7 — Para efeitos de avaliação ambiental, o parecer os efeitos ambientais resultantes da aplicação do
final da comissão integra a análise sobre o relatório plano.
ambiental considerando especificadamente a posição 5 — A convocatória da conferência de serviços é
das entidades referidas no n.º 2. acompanhada das propostas de plano de urbanização
8 — A constituição, a composição e o funcionamento e de plano de pormenor, bem como dos respectivos
da comissão de acompanhamento são regulados por relatórios ambientais, e deve ser efectuada com a ante-
portaria do membro do Governo responsável pelo or- cedência de 15 dias.
denamento do território.
Artigo 91.º -A
Artigo 75.º-B
Modalidades específicas
Comissão de acompanhamento
1 — O plano de pormenor pode adoptar modalidades
1 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2 do arti- específicas com conteúdo material adaptado a finali-
go anterior, a designação dos representantes dos serviços dades particulares de intervenção previstas nos termos
e entidades da administração directa ou indirecta do de referência do plano e na deliberação municipal que
Estado e das Regiões Autónomas inclui a delegação determinou a respectiva elaboração.
ou subdelegação dos poderes adequados para efeitos 2 — São modalidades específicas de plano de por-
de vinculação daqueles serviços e entidades. menor:
2 — A posição manifestada pelos representantes dos
serviços e entidades da administração directa ou indi- a) O plano de intervenção no espaço rural;
recta do Estado e das Regiões Autónomas no parecer b) O plano de pormenor de reabilitação urbana;
previsto no n.º 3 do artigo anterior substitui os parece- c) O plano de pormenor de salvaguarda.
res que aqueles serviços e entidades devessem emitir,
a qualquer título, sobre o plano, nos termos legais e 3 — O plano de intervenção no espaço rural abrange
regulamentares. solo rural e estabelece as regras relativas a:
3 — Caso o representante de um serviço ou entidade
não manifeste, na reunião da comissão de acompanha- a) Construção de novas edificações e reconstrução,
mento que aprova o parecer final, a sua concordância alteração, ampliação ou demolição das edificações exis-
com as soluções projectadas, ou, apesar de regularmente tentes, quando tal se revele necessário ao exercício das
convocado, não compareça à reunião, considera-se que actividades autorizadas no solo rural;
o serviço ou entidade por si representado nada tem a b) Implantação de novas infra-estruturas de cir-
opor à proposta de plano director municipal, desde que culação de veículos, animais e pessoas, e de novos
não manifeste a sua discordância no prazo de cinco dias equipamentos públicos ou privados de utilização co-
após a comunicação do resultado da reunião. lectiva, e a remodelação, ampliação ou alteração dos
existentes;
Artigo 75.º-C c) Criação ou a beneficiação de espaços de utilização
colectiva, públicos ou privados, e respectivos acessos e
Acompanhamento dos planos de urbanização áreas de estacionamento;
e dos planos de pormenor
d) Criação de condições para a prestação de serviços
1 — O acompanhamento da elaboração dos planos complementares das actividades autorizadas no solo
de urbanização e dos planos de pormenor é faculta- rural;
tivo. e) Operações de protecção, valorização e requalifi-
2 — No decurso da elaboração dos planos, a câmara cação da paisagem.
municipal solicita o acompanhamento que entender ne-
cessário, designadamente a emissão de pareceres sobre 4 — O plano de intervenção no espaço rural não pode
as propostas de planos ou a realização de reuniões de promover a reclassificação do solo rural em urbano, com
acompanhamento à comissão de coordenação e desen- excepção justificada das áreas expressamente destinadas
volvimento regional territorialmente competente ou à edificação e usos urbanos complementares.
às demais entidades representativas dos interesses a 5 — O plano de pormenor de reabilitação urbana
ponderar. abrange solo urbano correspondente à totalidade ou a
3 — Concluída a elaboração, a câmara municipal parte de:
apresenta a proposta de plano, os pareceres eventual-
mente emitidos e o relatório ambiental, à comissão de a) Um centro histórico delimitado em plano director
coordenação e desenvolvimento regional territorial- municipal ou plano de urbanização eficaz;
mente competente que, no prazo de 22 dias, procede à b) Uma área crítica de recuperação e reconversão
realização de uma conferência de serviços com todas urbanística;
as entidades representativas dos interesses a ponderar, c) Uma área de reabilitação urbana constituída nos
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto termos da lei.
no artigo 75.º-B e devendo a acta respectiva conter o
parecer da comissão de coordenação e desenvolvi- 6 — O plano de pormenor de reabilitação urbana
mento regional sobre os aspectos previstos no n.º 4 do pode delimitar áreas a sujeitar à aplicação de regimes
artigo 75.º-A. específicos de reabilitação urbana previstos na lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6635
7 — O conteúdo do plano de pormenor de salvaguarda aceitação, como título bastante para cancelamento da
é definido nos termos previstos na Lei n.º 107/2001, de inscrição da hipoteca legal.
8 de Setembro.
Artigo 97.º-A
Artigo 92.º-A
Rectificação
Efeitos registais
1 — As rectificações dos instrumentos de gestão ter-
1 — A certidão do plano de pormenor que contenha ritorial são admissíveis para efeitos de:
as menções constantes das alíneas a) a d), h) e i) do
n.º 1 do artigo 91.º, constitui título bastante para a a) Correcções de erros materiais provenientes de
individualização no registo predial dos prédios re- divergências entre os elementos aprovados e os ele-
sultantes das operações de loteamento, estruturação mentos publicados;
da compropriedade ou reparcelamento previstas no b) Correcções de erros materiais ou de cálculo, pa-
plano. tentes e manifestos, nas disposições regulamentares ou
2 — O registo previsto no número anterior incide na representação cartográfica;
apenas sobre as descrições prediais de que o requerente c) Acertos de cartografia determinados por incorrec-
seja titular inscrito. ções de cadastro, de transposição de escalas, de defi-
3 — Nas situações de estruturação da comproprie- nição de limites físicos identificáveis no terreno, bem
dade ou de reparcelamento, o registo referido no n.º 1 como por discrepâncias entre plantas de condicionantes
depende da apresentação, respectivamente, do acordo de e plantas de ordenamento;
estruturação da compropriedade ou de um dos contratos d) Correcções de regulamentos ou de plantas deter-
previstos no n.º 8 do artigo 131.º minadas por incongruência entre os mesmos.
4 — O acordo e os contratos referidos no número
anterior são oponíveis ao proprietário ou ao compro- 2 — Ao procedimento de elaboração, aprovação e
prietário que tenha inscrito o seu direito após a data da publicação das declarações de rectificação aplica-se o
respectiva celebração. disposto nos n.os 2 e 3 do artigo anterior.
5 — É dispensada a menção do sujeito passivo nas
aquisições por estruturação da compropriedade ou por Artigo 97.º-B
reparcelamento. Alteração simplificada
6 — As parcelas de terreno cedidas ao municí-
pio integram -se no domínio municipal no acto de 1 — Estão sujeitas a um regime procedimental sim-
individualização no registo predial dos lotes res- plificado as alterações de planos municipais de orde-
pectivos. namento do território que resultem da necessidade de
7 — Nas situações previstas no presente artigo não integrar a lacuna originada pela cessação de restrições
é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 49.º do regime e servidões de utilidade pública ou pela desafectação
jurídico da urbanização e da edificação. de bens imóveis do domínio público ou dos fins de
utilidade pública a que se encontravam adstritos, de-
Artigo 92.º-B signadamente os do domínio privado indisponível do
Estado, quando:
Taxas e obras de urbanização
a) A área se insira em perímetro urbano;
1 — Sempre que outra solução não resulte do plano b) A área seja igual ou inferior à da maior par-
de pormenor, a emissão da certidão referida no n.º 1 do cela existente na área envolvente e que constituíam
artigo anterior depende do prévio pagamento: uma unidade harmoniosa que garanta a integração do
a) Da taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º ponto de vista urbanístico e a qualidade do ambiente
da Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro, apenas nos urbano.
casos em que o plano de pormenor não preveja a reali-
zação de obras de urbanização; 2 — A integração a que se refere o número ante-
b) Das compensações em numerário devidas nos rior procede-se por analogia, através da aplicação
termos do n.º 4 do artigo 44.º do regime jurídico da das normas do plano aplicáveis às parcelas confi-
urbanização e da edificação. nantes.
3 — A deliberação da câmara municipal que deter-
2 — A certidão do plano de pormenor identifica a mina a alteração simplificada nos termos do presente
forma e o montante da caução de boa execução das obras artigo deve conter a proposta integradora que resulta
de urbanização referentes aos lotes a individualizar nos da aplicação das normas aplicáveis às parcelas confi-
termos do artigo anterior. nantes.
3 — Na falta de indicação e fixação de caução nos 4 — Decidida a alteração, a câmara municipal pro-
termos do número anterior, a caução é prestada por cede à publicitação e divulgação da proposta, estabe-
primeira hipoteca legal sobre os lotes a individualizar, lecendo um prazo, que não deve ser inferior a 10 dias,
calculada de acordo com a respectiva comparticipação para a apresentação de reclamações, observações ou
nos custos de urbanização. sugestões.
4 — Cada prédio responde apenas pela parte do mon- 5 — Findo o prazo previsto no número anterior e pon-
tante da garantia que lhe cabe nos termos da parte final deradas as participações, a câmara municipal reformula
do número anterior, sendo lícito ao seu titular requerer os elementos do plano na parte afectada.
a substituição da hipoteca legal por outro meio de cau- 6 — As alterações aos planos municipais de ordena-
ção admissível, valendo a deliberação camarária de mento do território referidas neste artigo estão sujeitas
6636 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
Artigo 2.º
Artigo 5.º
Sistema de gestão territorial
Norma revogatória
1 — A política de ordenamento do território e de ur-
São revogados os n.os 3 e 4 do artigo 32.º, o n.º 4 do ar- banismo assenta no sistema de gestão territorial, que se
tigo 39.º, os n.os 3 e 4 do artigo 57.º, o artigo 68.º, os n.os 2 organiza, num quadro de interacção coordenada, em três
a 10 do artigo 75.º, os n.os 4 a 6 do artigo 76.º, os n.os 10 âmbitos:
e 11 do artigo 77.º, o n.º 2 do artigo 91.º, as alíneas b) e
e) do n.º 1 e o n.º 4 do artigo 97.º, a alínea c) do n.º 1 do a) O âmbito nacional;
artigo 105.º, a alínea d) do n.º 2 do artigo 148.º, os n.os 3 b) O âmbito regional;
a 5 do artigo 151.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de c) O âmbito municipal.
Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de
Abril, pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezem- 2 — O âmbito nacional é concretizado através dos se-
bro, pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, e pela Lei guintes instrumentos:
n.º 56/2007, de 31 de Agosto. a) O Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território;
Artigo 6.º b) Os planos sectoriais com incidência territorial;
Republicação c) Os planos especiais de ordenamento do território,
compreendendo os planos de ordenamento de áreas pro-
É republicado, em anexo, que faz parte integrante do tegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de águas
presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de públicas, os planos de ordenamento da orla costeira e os
Setembro, com a redacção actual. planos de ordenamento dos estuários.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6637
c) A eventual necessidade de alteração aos planos mu- 2 — Os instrumentos de gestão territorial asseguram a
nicipais de ordenamento do território em vigor. harmonização dos vários interesses públicos com expressão
espacial, tendo em conta as estratégias de desenvolvi-
5 — As propostas de contratos e a deliberação referida mento económico e social, bem como a sustentabilidade
no número anterior são objecto de divulgação pública nos e a solidariedade intergeracional na ocupação e utilização
termos do n.º 2 do artigo 77.º do presente diploma, pelo do território.
prazo mínimo de 10 dias. 3 — Os instrumentos de gestão territorial devem estabe-
6 — Os contratos são publicitados conjuntamente com lecer as medidas de tutela dos interesses públicos prosse-
a deliberação que determina a elaboração do plano e acom- guidos e explicitar os respectivos efeitos, designadamente
panham a proposta de plano no decurso do período de quando essas medidas condicionem a acção territorial de
discussão pública nos termos do n.º 3 do artigo 77.º do entidades públicas ou particulares.
presente diploma. 4 — As medidas de protecção dos interesses públicos
7 — Aos contratos celebrados entre o Estado e outras estabelecidas nos instrumentos de gestão territorial cons-
entidades públicas e as autarquias locais que tenham por tituem referência na adopção de quaisquer outros regimes
objecto a elaboração, alteração, revisão ou execução de de salvaguarda.
instrumentos de gestão territorial, aplicam-se, com as ne- Artigo 9.º
cessárias adaptações, os n.os 2 e 3 do presente artigo.
Graduação
Artigo 6.º-B 1 — Nas áreas territoriais em que convirjam interesses
Procedimento concursal públicos entre si incompatíveis deve ser dada prioridade
àqueles cuja prossecução determine o mais adequado uso
1 — O regulamento do plano director municipal ou do do solo, em termos ambientais, económicos, sociais e cul-
plano de urbanização pode fazer depender de procedimento turais.
concursal e da celebração de contrato, a elaboração de 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os
planos de urbanização ou de planos de pormenor para a interesses respeitantes à defesa nacional, à segurança, à
respectiva execução. saúde pública e à protecção civil, cuja prossecução tem
2 — Nos regulamentos referidos no número anterior prioridade sobre os demais interesses públicos.
devem ser estabelecidas as regras gerais relativas ao pro- 3 — A alteração da classificação do solo rural para solo
cedimento concursal e às condições de qualificação, ava- urbano depende da comprovação da respectiva indispen-
liação e selecção das propostas, bem como ao conteúdo sabilidade económica, social e demográfica.
do contrato e às formas de resolução de litígios.
Artigo 10.º
Artigo 7.º
Identificação dos recursos territoriais
Garantias dos particulares
Os instrumentos de gestão territorial identificam:
1 — No âmbito dos instrumentos de gestão territorial
são reconhecidas aos interessados as garantias gerais dos a) As áreas afectas à defesa nacional, segurança e pro-
administrados previstas no Código do Procedimento Ad- tecção civil;
ministrativo e no regime de participação procedimental, b) Os recursos e valores naturais;
nomeadamente: c) As áreas agrícolas e florestais;
d) A estrutura ecológica;
a) O direito de acção popular; e) O património arquitectónico e arqueológico;
b) O direito de apresentação de queixa ao Provedor de f) As redes de acessibilidades;
Justiça; g) As redes de infra-estruturas e equipamentos colectivos;
c) O direito de apresentação de queixa ao Ministério h) O sistema urbano;
Público. i) A localização e a distribuição das actividades eco-
nómicas.
2 — No âmbito dos planos municipais de ordenamento Artigo 11.º
do território e dos planos especiais de ordenamento do
território é ainda reconhecido aos particulares o direito de Defesa nacional, segurança e protecção civil
promover a sua impugnação directa. 1 — Sempre que não haja prejuízo para os interesses do
Estado, as redes de estruturas, infra-estruturas e sistemas
SECÇÃO II indispensáveis à defesa nacional são identificadas nos
instrumentos de gestão territorial, nos termos a definir
Interesses públicos com expressão territorial através de diploma próprio.
2 — O conjunto dos equipamentos, infra-estruturas e
SUBSECÇÃO I sistemas que asseguram a segurança e protecção civil é
Harmonização dos interesses identificado nos instrumentos de gestão territorial.
as medidas básicas e os limiares de utilização que garantem tes definirão os princípios, as directrizes e as medidas que
a renovação e valorização do património natural. concretizam as orientações políticas relativas às áreas de
2 — Os instrumentos de gestão territorial procedem à protecção e valorização ambiental que garantem a salva-
identificação de recursos territoriais com relevância estra- guarda dos ecossistemas e a intensificação dos processos
tégica para a sustentabilidade ambiental e a solidariedade biofísicos.
intergeracional, designadamente: 3 — Os planos municipais de ordenamento do território
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de
a) Orla costeira e zonas ribeirinhas;
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo con-
b) Albufeiras de águas públicas;
teúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do solo
c) Áreas protegidas;
assegurando a compatibilização das funções de protecção,
d) Rede hidrográfica;
regulação e enquadramento com os usos produtivos, o
e) Outros recursos territoriais relevantes para a conser-
recreio e o bem-estar das populações.
vação da natureza e da biodiversidade.
Artigo 15.º
3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores:
Património arquitectónico e arqueológico
a) O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
Território, os planos regionais, os planos intermunicipais de 1 — Os elementos e conjuntos construídos que repre-
ordenamento do território e os planos sectoriais relevantes sentam testemunhos da história da ocupação e do uso do
definirão os princípios e directrizes que concretizam as território e assumem interesse relevante para a memória
orientações políticas relativas à protecção dos recursos e e a identidade das comunidades são identificados nos ins-
valores naturais; trumentos de gestão territorial.
b) Os planos municipais de ordenamento do território 2 — Os instrumentos de gestão territorial, designada-
estabelecerão, no quadro definido pelos instrumentos de mente através do Programa Nacional da Política de Or-
gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo denamento do Território, dos planos regionais e planos
conteúdo, os parâmetros de ocupação e de utilização do intermunicipais de ordenamento do território e dos planos
solo adequados à salvaguarda e valorização dos recursos sectoriais relevantes, estabelecem as medidas indispensá-
e valores naturais; veis à protecção e valorização daquele património, acau-
c) Os planos especiais de ordenamento do território es- telando o uso dos espaços envolventes.
tabelecerão usos preferenciais, condicionados e interditos, 3 — No quadro definido por lei e pelos instrumentos
determinados por critérios de conservação da natureza e de gestão territorial cuja eficácia condicione o respectivo
da biodiversidade, por forma a compatibilizá-la com a conteúdo, os planos municipais de ordenamento do terri-
fruição pelas populações. tório estabelecerão os parâmetros urbanísticos aplicáveis
e a delimitação de zonas de protecção.
Artigo 13.º
Áreas agrícolas e florestais
Artigo 16.º
Redes de acessibilidades
1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam
as áreas afectas a usos agro-florestais, bem como as áreas 1 — As redes rodoviária e ferroviária nacionais, as es-
fundamentais para a valorização da diversidade paisagís- tradas regionais, os portos e aeroportos, bem como a res-
tica, designadamente as áreas de reserva agrícola. pectiva articulação com as redes locais de acessibilidades,
2 — Os instrumentos de gestão territorial, designada- são identificados nos instrumentos de gestão territorial.
mente através do Programa Nacional da Política de Or- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as
denamento do Território, dos planos regionais, dos planos entidades responsáveis pelos vários âmbitos de intervenção
intermunicipais de ordenamento do território e dos planos devem estabelecer procedimentos de informação perma-
sectoriais relevantes, estabelecem os objectivos e as me- nentes que garantam a coerência das opções definidas
didas indispensáveis ao adequado ordenamento agrícola pelo Programa Nacional da Política de Ordenamento do
e florestal do território, nomeadamente à valorização da Território, pelos planos regionais e planos intermunici-
sua fertilidade, equacionando as necessidades actuais e pais de ordenamento do território, pelos planos sectoriais
futuras. relevantes e pelos planos municipais de ordenamento do
3 — A afectação, pelos instrumentos de gestão territo- território.
rial, das áreas referidas no número anterior a utilizações Artigo 17.º
diversas da exploração agrícola, florestal ou pecuária tem Redes de infra-estruturas e equipamentos colectivos
carácter excepcional, sendo admitida apenas quando tal
for comprovadamente necessário. 1 — As redes de infra-estruturas e equipamentos de
nível fundamental que promovem a qualidade de vida,
Artigo 14.º apoiam a actividade económica e asseguram a optimização
do acesso à cultura, à educação e à formação, à justiça, à
Estrutura ecológica
saúde, à segurança social, ao desporto e ao lazer são iden-
1 — Os instrumentos de gestão territorial identificam tificadas nos instrumentos de gestão territorial.
as áreas, valores e sistemas fundamentais para a protec- 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
ção e valorização ambiental dos espaços rurais e urbanos, Programa Nacional da Política de Ordenamento do Terri-
designadamente as áreas de reserva ecológica. tório, os planos regionais e os planos intermunicipais de
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento ordenamento do território, os planos sectoriais relevan-
do Território, os planos regionais, os planos intermunicipais tes e os planos municipais de ordenamento do território
de ordenamento do território e os planos sectoriais relevan- definirão uma estratégia coerente de instalação, de con-
6640 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
SUBSECÇÃO II CAPÍTULO II
Coordenação das intervenções Sistema de gestão territorial
ordenamento do território e os planos regionais de ordena- denamento do território preexistente, os planos especiais
mento do território traduzem um compromisso recíproco de ordenamento do território devem indicar expressamente
de compatibilização das respectivas opções. quais as normas daqueles que revogam ou alteram.
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento 3 — Na ratificação de planos directores municipais e
do Território, os planos sectoriais e os planos regionais de nas deliberações municipais que aprovam os planos não
ordenamento do território estabelecem os princípios e as sujeitos a ratificação devem ser expressamente indicadas as
regras orientadoras da disciplina a definir por novos planos normas dos instrumentos de gestão territorial preexistentes
especiais de ordenamento do território, salvo o disposto revogadas ou alteradas.
no n.º 2 do artigo 25.º
3 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento SECÇÃO II
do Território implica a alteração dos planos especiais de
ordenamento do território que com o mesmo não se com- Âmbito nacional
patibilizem.
4 — A elaboração dos planos sectoriais é condicionada SUBSECÇÃO I
pelas orientações definidas no Programa Nacional da Polí-
tica de Ordenamento do Território que desenvolvem e con- Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
cretizam, devendo assegurar a necessária compatibilização
com os planos regionais de ordenamento do território. Artigo 26.º
5 — Os planos regionais de ordenamento do território Noção
integram as opções definidas pelo Programa Nacional
da Política de Ordenamento do Território e pelos planos O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
sectoriais preexistentes. Território estabelece as grandes opções com relevância
6 — Quando sobre a mesma área territorial incida mais para a organização do território nacional, consubstancia o
do que um plano sectorial ou mais do que um plano espe- quadro de referência a considerar na elaboração dos demais
cial, o plano posterior deve indicar expressamente quais instrumentos de gestão territorial e constitui um instru-
as normas do plano preexistente que revoga, sob pena de mento de cooperação com os demais Estados membros
invalidade por violação deste. para a organização do território da União Europeia.
localização das actividades, dos serviços e dos grandes do Conselho de Ministros, da qual devem nomeadamente
investimentos públicos; constar:
c) Os padrões mínimos e os objectivos a atingir em
matéria de qualidade de vida e de efectivação dos direitos a) Os princípios orientadores do programa nacional da
económicos, sociais, culturais e ambientais; política de ordenamento do território, bem como da me-
d) Os objectivos qualitativos e quantitativos a atingir todologia definida para a compatibilização das disciplinas
em matéria de estruturas de povoamento, bem como de dos diversos instrumentos de desenvolvimento territorial
implantação de infra-estruturas e de equipamentos estru- e a articulação das intervenções de âmbito nacional, re-
turantes; gional e local;
e) As orientações para a coordenação entre as políticas b) As competências relativas à elaboração do programa
de ordenamento do território e de desenvolvimento regio- nacional da política de ordenamento do território;
nal, em particular para as áreas em que as condições de c) Os prazos de elaboração do programa nacional da
vida ou a qualidade do ambiente sejam inferiores à média política de ordenamento do território.
nacional;
f) Os mecanismos de articulação entre as políticas de Artigo 31.º
ordenamento do território e de ambiente que assegurem as Comissão consultiva do programa nacional
condições necessárias à concretização de uma estratégia de da política de ordenamento do território
desenvolvimento sustentável e de utilização parcimoniosa
A elaboração do programa nacional da política de orde-
dos recursos naturais;
namento do território é acompanhada por uma comissão
g) As medidas de coordenação dos planos sectoriais
com incidência territorial. consultiva, criada pela resolução do Conselho de Minis-
tros referida no artigo anterior e composta por represen-
2 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento tantes das Regiões Autónomas, das autarquias locais e
do Território pode estabelecer directrizes aplicáveis a de- dos interesses económicos, sociais, culturais e ambientais
terminado tipo de áreas ou de temáticas com incidência relevantes.
territorial, visando assegurar a igualdade de regimes e a Artigo 32.º
coerência na sua observância pelos demais instrumentos Concertação
de gestão territorial.
Artigo 29.º 1 — O acompanhamento da elaboração da proposta de
programa nacional da política de ordenamento do território
Conteúdo documental inclui a concertação com as entidades que, no decurso dos
1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento trabalhos da comissão consultiva, formulem objecções às
do Território é constituído por um relatório e um programa orientações do futuro programa.
de acção. 2 — Concluída a elaboração da proposta de programa
2 — O relatório define cenários de desenvolvimento ter- e emitido o parecer da comissão consultiva, o Governo
ritorial e fundamenta as orientações estratégicas, as opções pode ainda promover, nos 20 dias subsequentes à emissão
e as prioridades da intervenção político-administrativa em daquele parecer, a realização de reuniões de concertação
matéria de ordenamento do território, sendo acompanhado com as entidades que, no âmbito daquela comissão, hajam
por peças gráficas ilustrativas do modelo de organização formalmente discordado das orientações do futuro pro-
espacial estabelecido. grama, tendo em vista obter uma solução concertada que
3 — O programa de acção estabelece: permita ultrapassar as objecções formuladas.
3 — (Revogado.)
a) Os objectivos a atingir numa perspectiva de médio 4 — (Revogado.)
e de longo prazos;
b) Os compromissos do Governo em matéria de medidas Artigo 33.º
legislativas, de investimentos públicos ou de aplicação de Participação
outros instrumentos de natureza fiscal ou financeira, para
a concretização da política de desenvolvimento territorial; 1 — Emitido o parecer da comissão consultiva e, quando
c) As propostas do Governo para a cooperação neste for o caso, decorrido o período adicional de concertação,
domínio com as autarquias locais e as entidades privadas, o Governo procede à abertura de um período de discussão
incluindo o lançamento de programas de apoio específi- pública, através de aviso a publicar no Diário da Repú-
cos; blica e a divulgar através da comunicação social e da sua
d) As condições de realização dos programas de acção página na Internet, do qual consta a indicação do período
territorial previstos no artigo 17.º da lei de bases da política de discussão, das eventuais sessões públicas a que haja
de ordenamento do território e de urbanismo; lugar e dos locais onde se encontra disponível a proposta,
e) A identificação dos meios de financiamento das ac- acompanhada do parecer da comissão consultiva, dos de-
ções propostas. mais pareceres eventualmente emitidos e dos resultados
Artigo 30.º das reuniões de concertação, bem como da forma como
os interessados podem apresentar as suas observações ou
Elaboração
sugestões.
1 — A elaboração do programa nacional da política 2 — A discussão pública consiste na recolha de obser-
de ordenamento do território compete ao Governo, sob vações e sugestões sobre as orientações da proposta de
coordenação do ministro responsável pelo ordenamento programa nacional da política de ordenamento do território.
do território. 3 — O período de discussão pública deve ser anunciado
2 — A elaboração do programa nacional da política de com a antecedência mínima de 5 dias e não deve ser in-
ordenamento do território é determinada por resolução ferior a 44 dias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6643
4 — No decurso da discussão pública, o Governo sub- 2 — O plano sectorial referido no número anterior é
mete ainda a proposta a avaliação crítica e parecer de, acompanhado por um relatório que procede ao diagnóstico
pelo menos, três instituições universitárias ou científicas da situação territorial sobre a qual o instrumento de política
nacionais com uma prática de investigação relevante nas sectorial intervém e à fundamentação técnica das opções
áreas do ordenamento do território. e objectivos estabelecidos.
5 — Findo o período de discussão pública, o Governo 3 — Sempre que seja necessário proceder à avalia-
pondera e divulga os respectivos resultados, designada- ção ambiental nos termos do artigo 3.º do Decreto-Lei
mente através da comunicação social e da sua página na n.º 232/2007, de 15 de Junho, o plano sectorial é acompa-
Internet, e elabora a versão final da proposta a apresentar nhado por um relatório ambiental, no qual se identificam,
à Assembleia da República. descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos
no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas
Artigo 34.º alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos
e o âmbito de aplicação territorial respectivos.
Aprovação
O programa nacional da política de ordenamento do Artigo 38.º
território é aprovado por lei da Assembleia da República, Elaboração
cabendo ao Governo o desenvolvimento e a concretização
do programa de acção. 1 — A elaboração dos planos sectoriais compete às
entidades públicas que integram a administração estadual
SUBSECÇÃO II
directa ou indirecta.
2 — A elaboração dos planos sectoriais é determinada
Planos sectoriais por despacho do ministro competente em razão da matéria,
do qual deve, nomeadamente, constar:
Artigo 35.º
a) A finalidade do instrumento de política sectorial, com
Noção menção expressa dos interesses públicos prosseguidos;
1 — Os planos sectoriais são instrumentos de progra- b) A especificação dos objectivos a atingir;
mação ou de concretização das diversas políticas com c) A indicação da entidade, departamento ou serviço
incidência na organização do território. competente para a elaboração;
2 — Para efeitos do presente diploma, são considerados d) O âmbito territorial do instrumento de política secto-
planos sectoriais: rial, com menção expressa das autarquias locais envolvidas;
e) O prazo de elaboração;
a) Os planos, programas e estratégias de desenvolvi- f) As exigências procedimentais ou de participação que
mento respeitantes aos diversos sectores da administração em função da complexidade da matéria ou dos interesses
central, nomeadamente nos domínios dos transportes, das a salvaguardar, se considere serem de adoptar para além
comunicações, da energia e dos recursos geológicos, da do procedimento definido no presente diploma;
educação e da formação, da cultura, da saúde, da habitação, g) A indicação se o plano está sujeito a avaliação am-
do turismo, da agricultura, do comércio, da indústria, das biental ou as razões que justificam a sua inexigibilidade.
florestas e do ambiente;
b) Os planos de ordenamento sectorial e os regimes 3 — A elaboração dos planos sectoriais obriga a identifi-
territoriais definidos ao abrigo de lei especial; car e a ponderar, nos diversos âmbitos, os planos, programas
c) As decisões sobre a localização e a realização de e projectos designadamente da iniciativa da Administração
grandes empreendimentos públicos com incidência ter- Pública, com incidência na área a que respeitam, conside-
ritorial. rando os que já existam e os que se encontrem em prepara-
Artigo 36.º ção, por forma a assegurar as necessárias compatibilizações.
4 — A decisão a que se refere a alínea g) do n.º 2 pode
Conteúdo material ser precedida da consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.º do
Os planos sectoriais estabelecem, nomeadamente: Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
5 — Sempre que a entidade responsável pela elaboração
a) As opções sectoriais e os objectivos a alcançar no do plano solicite pareceres nos termos do número anterior,
quadro das directrizes nacionais aplicáveis; esses pareceres devem também conter a pronúncia sobre
b) As acções de concretização dos objectivos sectoriais o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da
estabelecidos; informação a incluir no relatório ambiental, aplicando-se
c) A expressão territorial da política sectorial defi- o disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de
nida; 15 de Junho.
d) A articulação da política sectorial com a disciplina 6 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
consagrada nos demais instrumentos de gestão territorial anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
aplicáveis. ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse
Artigo 37.º prazo.
Conteúdo documental Artigo 39.º
Acompanhamento
1 — Os planos sectoriais estabelecem e justificam as
opções e os objectivos sectoriais com incidência territorial 1 — No decurso da elaboração do plano sectorial, a enti-
e definem normas de execução, integrando as peças grá- dade responsável pela elaboração do plano solicita parecer
ficas necessárias à representação da respectiva expressão à comissão de coordenação e desenvolvimento regional ter-
territorial. ritorialmente competente, às entidades ou serviços da admi-
6644 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
nistração central representativas dos interesses a ponderar, 2 — Os planos especiais de ordenamento do território
bem como às câmaras municipais das autarquias abrangi- constituem um meio supletivo de intervenção do Governo,
das, as quais se devem pronunciar no prazo de 22 dias, findo tendo em vista a prossecução de objectivos de interesse
o qual se considera nada terem a opor à proposta de plano. nacional com repercussão espacial, estabelecendo regimes
2 — Na elaboração dos planos sectoriais sujeitos a ava- de salvaguarda de recursos e valores naturais e assegurando
liação ambiental, caso não tenha sido promovida a consulta a permanência dos sistemas indispensáveis à utilização
prevista no n.º 4 do artigo anterior, deve ser solicitado o sustentável do território.
parecer previsto no n.º 5 do mesmo artigo, bem como os 3 — Os planos especiais de ordenamento do territó-
pareceres sobre a proposta de plano e o respectivo relatório rio são os planos de ordenamento de áreas protegidas, os
ambiental nos termos do n.º 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas,
n.º 232/2007, de 15 de Junho, os quais devem ser emitidos os planos de ordenamento da orla costeira e os planos de
no prazo previsto no número anterior, podendo não ser con- ordenamento dos estuários.
siderados caso sejam emitidos após o decurso daquele prazo.
3 — Quando a entidade competente para a elaboração Artigo 43.º
do plano assim o determine, os pareceres previstos nos
números anteriores podem ser emitidos em conferência Objectivos
de serviços, aplicando-se com as necessárias adaptações Para os efeitos previstos no presente diploma, os planos
o disposto no artigo 75.º-B. especiais de ordenamento do território visam a salvaguarda
4 — (Revogado.) de objectivos de interesse nacional com incidência terri-
Artigo 40.º torial delimitada bem como a tutela de princípios funda-
mentais consagrados no programa nacional da política
Participação
de ordenamento do território não asseguradas por plano
1 — Concluída a elaboração do plano sectorial e emiti- municipal de ordenamento do território eficaz.
dos os pareceres previstos no artigo anterior ou decorridos
os prazos aí fixados, a entidade pública responsável pela Artigo 44.º
elaboração do plano procede à abertura de um período de
Conteúdo material
discussão pública da proposta de plano sectorial através
de aviso a publicar com a antecedência de cinco dias, no Os planos especiais de ordenamento do território estabe-
Diário da República e a divulgar através da comunicação lecem regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais
social e da Internet. e o regime de gestão compatível com a utilização sustentável
2 — Durante o período de discussão pública, que não do território.
pode ser inferior a 22 dias, o plano, os pareceres emitidos Artigo 45.º
ou a acta da conferência de serviços são divulgados na
Conteúdo documental
página da Internet da entidade pública responsável pela
sua elaboração e podem ser consultados na respectiva 1 — Os planos especiais de ordenamento do território
sede, bem como na dos municípios incluídos no respectivo são constituídos por um regulamento e pelas peças grá-
âmbito de aplicação. ficas necessárias à representação da respectiva expressão
3 — Sempre que o plano sectorial se encontre sujeito a territorial.
avaliação ambiental, a entidade competente divulga, jun- 2 — Os planos especiais de ordenamento do território
tamente com os documentos referidos no número anterior, são acompanhados por:
o respectivo relatório ambiental.
4 — A discussão pública consiste na recolha de ob- a) Relatório que justifica a disciplina definida;
servações e sugestões sobre as soluções da proposta de b) Relatório ambiental no qual se identificam, descrevem
plano sectorial. e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente
5 — Findo o período de discussão pública, a entidade resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas
pública responsável pondera e divulga os respectivos re- razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito
sultados, designadamente através da comunicação social de aplicação territorial respectivos;
e da Internet, e elabora a versão final da proposta para c) Planta de condicionantes que identifica as servidões
aprovação. e restrições de utilidade pública em vigor.
Artigo 41.º
3 — Os demais elementos que podem acompanhar os
Aprovação
planos especiais de ordenamento do território são fixados
Os planos sectoriais são aprovados por resolução do por portaria do membro do Governo responsável pelo
Conselho de Ministros, salvo norma especial que determine ordenamento do território.
a sua aprovação por decreto-lei ou decreto regulamentar.
Artigo 46.º
SUBSECÇÃO III Elaboração
Planos especiais de ordenamento do território 1 — A elaboração dos planos especiais de ordenamento
do território é determinada por despacho do ministro com-
Artigo 42.º petente em razão da matéria, do qual deve, nomeadamente,
Noção constar:
1 — Os planos especiais de ordenamento do território a) O tipo de plano especial;
são instrumentos de natureza regulamentar elaborados pela b) A finalidade do plano especial, com menção expressa
administração central. dos interesses públicos prosseguidos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6645
c) Estabelecimento de objectivos, a médio e longo pra- interessadas ou pela assembleia intermunicipal da respec-
zos, de racionalização do povoamento; tiva proposta definindo a área abrangida e os objectivos
d) Definição de objectivos em matéria de acesso a equi- estratégicos a atingir.
pamentos e serviços públicos. 2 — A deliberação de elaboração do plano intermunici-
pal deve ser publicada no Diário da República e divulgada
Artigo 62.º através da comunicação social e da Internet pelos municí-
Conteúdo material
pios ou associações de municípios.
3 — A deliberação a que se refere o número anterior
Os planos intermunicipais de ordenamento do território deve indicar se o plano está sujeito a avaliação ambiental,
definem um modelo de organização do território intermu- ou as razões que justificam a sua inexigibilidade, podendo
nicipal nomeadamente estabelecendo: para este efeito ser precedida da consulta prevista no n.º 3
do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
a) Directrizes para o uso integrado do território abran-
4 — Sempre que os municípios ou as associações de
gido;
municípios solicitem pareceres nos termos do número
b) A definição das redes intermunicipais de infra-
anterior, esses pareceres devem também conter a pronúncia
-estruturas, de equipamentos, de transportes e de servi-
sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da
ços;
informação a incluir no relatório ambiental, aplicando-se
c) Padrões mínimos e objectivos a atingir em matéria
o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.
de qualidade ambiental.
5 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não
Artigo 63.º
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse
Conteúdo documental prazo.
1 — Os planos intermunicipais de ordenamento do ter- Artigo 65.º
ritório são constituídos por um relatório e por um conjunto Acompanhamento, concertação e participação
de peças gráficas ilustrativas das orientações substantivas.
1 — A elaboração dos planos intermunicipais de orde-
2 — Os planos intermunicipais de ordenamento do terri-
namento do território é acompanhada por uma comissão
tório podem ser acompanhados, em função dos respectivos
consultiva, aplicando-se quanto ao acompanhamento, con-
âmbito e objectivos, por:
certação e discussão pública destes planos, as disposições
a) Planta de enquadramento abrangendo a área de inter- relativas ao plano director municipal, com as necessárias
venção e a restante área de todos os municípios integrados adaptações.
no plano; 2 — No âmbito do parecer final da comissão consultiva,
b) Identificação dos valores culturais e naturais a pro- a posição da comissão de coordenação e desenvolvimento
teger; regional inclui obrigatoriamente a apreciação sobre a con-
c) Identificação dos espaços agrícolas e florestais com formidade com as disposições legais e regulamentares
relevância para a estratégia intermunicipal de desenvol- vigentes e a articulação e coerência da proposta com os
vimento rural; objectivos, princípios e regras aplicáveis no território em
d) Representação das redes de acessibilidades e dos causa, definidos por quaisquer outros instrumentos de
equipamentos públicos de interesse supramunicipal; gestão territorial eficazes.
e) Análise previsional da dinâmica demográfica, eco-
nómica, social e ambiental da área abrangida; Artigo 66.º
f) Programas de acção territorial relativos designada-
Parecer da comissão de coordenação e desenvolvimento regional
mente à execução das obras públicas determinadas pelo
plano, bem como de outros objectivos e acções de interesse 1 — Concluída a versão final, a proposta de plano
intermunicipal indicando as entidades responsáveis pela intermunicipal de ordenamento do território é enviada
respectiva concretização; à comissão de coordenação e desenvolvimento regional
g) Plano de financiamento. territorialmente competente, a qual pode emitir parecer
no prazo de 10 dias, improrrogáveis, a notificar, sendo o
3 — Sempre que seja necessário proceder à avalia- caso, às assembleias municipais interessadas e à assembleia
ção ambiental nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei intermunicipal.
n.º 232/2007, de 15 de Junho, os planos intermunicipais 2 — O parecer referido no número anterior, quando
de ordenamento do território são ainda acompanhados pelo emitido, não possui carácter vinculativo e incide apenas
relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e sobre a conformidade com as disposições legais e regula-
avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente mentares vigentes e a compatibilidade ou conformidade
resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas com os instrumentos de gestão territorial eficazes.
razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito
de aplicação territorial respectivos. Artigo 67.º
Aprovação
Artigo 64.º
Os planos intermunicipais de ordenamento do território
Elaboração
são aprovados por deliberação das assembleias municipais
1 — A elaboração dos planos intermunicipais de orde- interessadas, quando se trate de municípios associados
namento do território compete aos municípios associa- para o efeito, ou por deliberação da assembleia intermu-
dos para o efeito ou às associações de municípios, após nicipal, após audição de todas as assembleias municipais
aprovação, respectivamente, pelas assembleias municipais envolvidas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6649
determinada por deliberação, a publicar no Diário da Re- d) Promover o estabelecimento de uma adequada con-
pública e a divulgar através da comunicação social e na certação de interesses.
respectiva página da Internet, que estabelece os respectivos
prazos de elaboração e do período de participação a que 2 — (Revogado.)
se refere o n.º 2 do artigo 77.º 3 — (Revogado.)
2 — Nos termos do disposto no número anterior, com- 4 — (Revogado.)
pete à câmara municipal a definição da oportunidade e 5 — (Revogado.)
dos termos de referência dos planos de urbanização e dos 6 — (Revogado.)
planos de pormenor, sem prejuízo da posterior intervenção 7 — (Revogado.)
de outras entidades públicas ou particulares. 8 — (Revogado.)
3 — A elaboração de planos municipais de ordenamento 9 — (Revogado.)
do território obriga a identificar e a ponderar, nos diversos 10 — (Revogado.)
âmbitos, os planos, programas e projectos com incidência
na área em causa, considerando os que já existam e os que
Artigo 75.º-A
se encontrem em preparação, por forma a assegurar as
necessárias compatibilizações. Acompanhamento dos planos directores municipais
4 — No caso dos planos de urbanização e dos planos de
pormenor, a câmara municipal, previamente à deliberação 1 — O acompanhamento da elaboração do plano direc-
referida no n.º 1, pode solicitar à comissão de coordenação tor municipal é assegurado por uma comissão de acompa-
e desenvolvimento regional a realização de uma reunião nhamento, cuja composição deve traduzir a natureza dos
com vista à indicação de quais as entidades representativas interesses a salvaguardar e a relevância das implicações
de interesses públicos que devem intervir no acompanha- técnicas a considerar, integrando representantes de servi-
mento do plano. ços e entidades da administração directa ou indirecta do
5 — Os planos de urbanização e os planos de porme- Estado, das Regiões Autónomas, do município e de outras
nor que impliquem a utilização de pequenas áreas a nível entidades públicas cuja participação seja aconselhável no
local só são objecto de avaliação ambiental no caso de se âmbito do plano.
determinar que são susceptíveis de ter efeitos significativos 2 — Deve ser garantida a integração na comissão de
no ambiente. acompanhamento das entidades às quais, em virtude das
6 — A qualificação dos planos de urbanização e dos pla- suas responsabilidades ambientais específicas, possam
nos de pormenor para efeitos do número anterior compete à interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação
câmara municipal de acordo com os critérios estabelecidos do plano, as quais exercem na comissão as competências
no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, consultivas atribuídas pelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-Lei
podendo ser precedida de consulta às entidades às quais, n.º 232/2007, de 15 de Junho, e acompanham a elaboração
em virtude das suas responsabilidades ambientais especí- do relatório ambiental.
ficas, possam interessar os efeitos ambientais resultantes 3 — A comissão de acompanhamento deve ser cons-
da aplicação do plano. tituída no prazo de 30 dias após solicitação da câmara
7 — Tendo sido deliberada a elaboração de plano de municipal.
urbanização ou de plano de pormenor, a câmara municipal 4 — A comissão fica obrigada a um acompanhamento
solicita parecer sobre o âmbito da avaliação ambiental e so- assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração do futuro
bre o alcance da informação a incluir no relatório ambien- plano, devendo, no final, apresentar um parecer escrito,
tal, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, assinado por todos os seus membros, com menção ex-
de 15 de Junho. pressa da orientação defendida, que se pronuncie sobre
8 — Sempre que a câmara municipal solicite parecer
os aspectos seguintes:
nos termos do n.º 6, esse parecer deve, nos casos em que
se justifique, conter também a pronúncia sobre os aspectos a) Cumprimento das normas legais e regulamentares
referidos no número anterior. aplicáveis;
9 — Os pareceres solicitados ao abrigo dos números b) Compatibilidade ou conformidade da proposta de
anteriores são emitidos no prazo de 15 dias e podem não plano com os instrumentos de gestão territorial eficazes;
ser considerados, caso sejam emitidos após o decurso desse c) Fundamento técnico das soluções defendidas pela
prazo. câmara municipal.
Artigo 75.º
5 — O parecer da comissão deve exprimir a apreciação
Acompanhamento realizada pelas diversas entidades representadas, incluindo
1 — O acompanhamento da elaboração dos planos mu- a posição final das entidades que formalmente discordaram
nicipais de ordenamento do território visa: das soluções projectadas.
6 — O parecer final da comissão acompanha a proposta
a) Apoiar o desenvolvimento dos trabalhos e assegurar de plano apresentada pela câmara municipal à assembleia
a respectiva eficácia; municipal.
b) Promover a compatibilidade ou conformidade com os 7 — Para efeitos de avaliação ambiental, o parecer final
instrumentos de gestão territorial eficazes, bem como a sua da comissão integra a análise sobre o relatório ambiental
compatibilização com quaisquer outros planos, programas considerando especificadamente a posição das entidades
e projectos de interesse municipal ou supramunicipal; referidas no n.º 2.
c) Permitir a ponderação dos diversos actos da Admi- 8 — A constituição, a composição e o funcionamento da
nistração Pública susceptíveis de condicionar as soluções comissão de acompanhamento são regulados por portaria
propostas, garantindo uma informação actualizada sobre do membro do Governo responsável pelo ordenamento
os mesmos; do território.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6651
6 — A resposta referida no número anterior será co- 4 — A apreciação pelo Governo de pedido de ratificação
municada por escrito aos interessados, sem prejuízo do de plano director municipal é suscitada através da com-
disposto no artigo 10.º, n.º 4, da Lei n.º 83/95, de 31 de petente comissão de coordenação e de desenvolvimento
Agosto. regional, devendo, quando tenha lugar, ser acompanhada
7 — Sempre que necessário ou conveniente, a câmara de parecer fundamentado da parte desta.
municipal promove o esclarecimento directo dos interessa- 5 — A ratificação do plano director municipal nos ter-
dos, quer através dos seus próprios técnicos, quer através mos do número anterior implica a revogação ou alteração
do recurso a técnicos da administração directa ou indirecta das disposições constantes dos instrumentos de gestão
do Estado e das Regiões Autónomas. territorial afectados, determinando a correspondente alte-
8 — Findo o período de discussão pública, a câmara ração dos elementos documentais afectados por forma a
municipal pondera e divulga, designadamente através da que traduzam a actualização da disciplina vigente.
comunicação social e da respectiva página da Internet, os 6 — A alteração e a revisão do plano director municipal
respectivos resultados e elabora a versão final da proposta são objecto de ratificação nos termos do n.º 2 do presente
para aprovação. artigo.
9 — São obrigatoriamente públicas todas as reuniões 7 — A ratificação do plano director municipal é efectuada
da câmara municipal e da assembleia municipal que res- por resolução do Conselho de Ministros.
peitem à elaboração ou aprovação de qualquer categoria
de instrumento de planeamento territorial. Artigo 81.º
10 — (Revogado.)
11 — (Revogado.) Conclusão da elaboração e prazo de publicação
1 — A elaboração dos planos municipais de ordena-
Artigo 78.º mento do território considera-se concluída com a apro-
Parecer final da comissão de coordenação vação da respectiva proposta pela assembleia municipal.
e desenvolvimento regional 2 — Os procedimentos administrativos subsequentes à
1 — Concluído o projecto de versão final do plano di- conclusão da elaboração dos planos municipais de ordena-
rector municipal, este é enviado à comissão de coordenação mento do território devem ser concretizados de modo que,
e desenvolvimento regional territorialmente competente, entre a respectiva aprovação e a publicação no Diário da
a qual pode emitir parecer no prazo de 10 dias, improrro- República, medeiem os seguintes prazos máximos:
gáveis, a notificar, sendo o caso, à câmara municipal e à a) Plano director municipal — três meses;
assembleia municipal. b) Plano de urbanização — dois meses;
2 — O parecer referido no número anterior, quando c) Plano de pormenor — dois meses.
emitido, não possui carácter vinculativo e incide apenas
sobre a conformidade com as disposições legais e regula- 3 — Os prazos fixados no número anterior suspendem-
mentares vigentes e a compatibilidade ou conformidade -se nos casos previstos no n.º 2 do artigo anterior.
com os instrumentos de gestão territorial eficazes.
Artigo 82.º
Artigo 79.º
Efeitos
Aprovação
A existência de planos municipais de ordenamento do
1 — Os planos municipais de ordenamento do território
são aprovados pela assembleia municipal, mediante pro- território eficazes pode constituir condição de acesso à
posta apresentada pela câmara municipal. celebração de contratos-programa, bem como à obtenção
2 — Se o plano director municipal aprovado mantiver de fundos e linhas de crédito especiais.
incompatibilidades com plano sectorial ou plano regional
de ordenamento do território, deve ser solicitada a sua Artigo 83.º
ratificação nos termos do artigo 80.º Vigência
4 — O acesso às legendas das plantas deve ser simples e d) Os objectivos de desenvolvimento estratégico a pros-
rápido por forma a garantir o entendimento do significado seguir e os critérios de sustentabilidade a adoptar, bem
das cores e símbolos utilizados. como os meios disponíveis e as acções propostas;
e) A referenciação espacial dos usos e das actividades
Artigo 83.º-B nomeadamente através da definição das classes e catego-
rias de espaços;
Actualização do conteúdo da informação
f) A identificação das áreas e a definição de estratégias
1 — Em cada município devem ser referenciados em de localização, distribuição e desenvolvimento das activi-
planta, de forma consolidada, todos os planos de urbani- dades industriais, turísticas, comerciais e de serviços;
zação ou planos de pormenor em vigor. g) A definição de estratégias para o espaço rural, iden-
2 — Deve ser simples e directo o acesso aos planos de tificando aptidões, potencialidades e referências aos usos
urbanização ou planos de pormenor em vigor, assim como múltiplos possíveis;
as eventuais medidas preventivas ou outras que suspendam h) A identificação e a delimitação dos perímetros urba-
a eficácia de um plano. nos, com a definição do sistema urbano municipal;
3 — O município deve actualizar o conteúdo de cada i) A definição de programas na área habitacional;
plano no prazo máximo de um mês após a entrada em vigor j) A especificação qualitativa e quantitativa dos índices,
de qualquer alteração. indicadores e parâmetros de referência, urbanísticos ou
de ordenamento, a estabelecer em plano de urbanização
DIVISÃO II e plano de pormenor, bem como os de natureza supletiva
aplicáveis na ausência destes;
Plano director municipal
l) A definição de unidades operativas de planeamento
e gestão, para efeitos de programação da execução do
Artigo 84.º plano, estabelecendo para cada uma das mesmas os res-
Objecto pectivos objectivos, bem como os termos de referência
para a necessária elaboração de planos de urbanização e
1 — O plano director municipal estabelece a estratégia de pormenor;
de desenvolvimento territorial, a política municipal de m) A programação da execução das opções de ordena-
ordenamento do território e de urbanismo e as demais mento estabelecidas;
políticas urbanas, integra e articula as orientações estabe- n) A identificação de condicionantes, designadamente
lecidas pelos instrumentos de gestão territorial de âmbito reservas e zonas de protecção, bem como das necessárias
nacional e regional e estabelece o modelo de organização à concretização dos planos de protecção civil de carácter
espacial do território municipal. permanente;
2 — O plano director municipal é um instrumento de o) As condições de actuação sobre áreas críticas, situa-
referência para a elaboração dos demais planos municipais ções de emergência ou de excepção, bem como sobre áreas
de ordenamento do território e para o estabelecimento de degradadas em geral;
programas de acção territorial, bem como para o desen- p) As condições de reconversão das áreas urbanas de
volvimento das intervenções sectoriais da administração génese ilegal;
do Estado no território do município, em concretização q) A identificação das áreas de interesse público para
do princípio da coordenação das respectivas estratégias efeitos de expropriação, bem como a definição das respec-
de ordenamento territorial. tivas regras de gestão;
3 — O modelo de organização espacial do território r) Os critérios para a definição das áreas de cedência,
municipal tem por base a classificação e a qualificação bem como a definição das respectivas regras de gestão;
do solo. s) Os critérios de perequação compensatória de be-
4 — O plano director municipal é de elaboração obri- nefícios e encargos decorrentes da gestão urbanística a
gatória. concretizar nos instrumentos de planeamento previstos nas
Artigo 85.º unidades operativas de planeamento e gestão;
Conteúdo material t) A articulação do modelo de organização municipal
do território com a disciplina consagrada nos demais ins-
1 — O plano director municipal define um modelo de trumentos de gestão territorial aplicáveis;
organização municipal do território nomeadamente esta- u) O prazo de vigência e as condições de revisão.
belecendo:
a) A caracterização económica, social e biofísica, in- 2 — Na ausência dos índices, parâmetros e indicadores
cluindo da estrutura fundiária da área de intervenção; de natureza supletiva a que alude a alínea j) do número
b) A definição e caracterização da área de intervenção, anterior para áreas sujeitas à elaboração de plano de urba-
identificando as redes urbana, viária, de transportes e de nização ou de plano de pormenor, são aplicáveis às opera-
equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento ções urbanísticas a realizar em zona urbana consolidada,
público e de segurança, bem como os sistemas de teleco- como tal identificada no plano, os índices, parâmetros e
municações, de abastecimento de energia, de captação, indicadores de referência, nas seguintes condições:
de tratamento e abastecimento de água, de drenagem e a) Tenha decorrido o prazo de cinco anos sobre a data
tratamento de efluentes e de recolha, depósito e tratamento de entrada em vigor do plano director municipal, sem que
de resíduos; haja sido aprovado o plano de urbanização ou o plano de
c) A definição dos sistemas de protecção dos valores e pormenor;
recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais, identi- b) Os índices e parâmetros de referência estabelecidos
ficando a estrutura ecológica municipal; no plano director municipal definam os usos e a cércea
6654 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
máxima a observar, bem como os indicadores relativos à zação de empreendimentos turísticos e equipamentos e
definição da rede viária e do estacionamento. infra-estruturas associadas.
b) Relatório ambiental, no qual se identificam, des- h) A implantação das redes de infra-estruturas, com
crevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no delimitação objectiva das áreas a elas afectas;
ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas al- i) Os critérios de inserção urbanística e o dimensiona-
ternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e mento dos equipamentos de utilização colectiva e a respec-
o âmbito de aplicação territorial respectivos; tiva localização no caso dos equipamentos públicos;
c) Programa de execução, contendo designadamente j) A identificação dos sistemas de execução do plano
disposições indicativas sobre a execução das intervenções e a programação dos investimentos públicos associa-
municipais previstas, bem como sobre os meios de finan- dos, bem como a sua articulação com os investimentos
ciamento das mesmas. privados;
l) A estruturação das acções de perequação compen-
3 — Os demais elementos que acompanham o plano satória.
de urbanização são fixados por portaria do membro do
Governo responsável pelo ordenamento do território. 2 — (Revogado.)
3 — O plano de pormenor relativo a área não abrangida
DIVISÃO IV por plano de urbanização, incluindo as intervenções em
solo rural, procede à prévia explicitação do zonamento
Plano de pormenor
com base na disciplina consagrada no plano director mu-
nicipal.
Artigo 90.º
Artigo 91.º -A
Objecto
Modalidades específicas
1 — O plano de pormenor desenvolve e concretiza 1 — O plano de pormenor pode adoptar modalidades
propostas de ocupação de qualquer área do território mu- específicas com conteúdo material adaptado a finalidades
nicipal, estabelecendo regras sobre a implantação das infra- particulares de intervenção previstas nos termos de refe-
-estruturas e o desenho dos espaços de utilização colectiva, rência do plano e na deliberação municipal que determinou
a forma de edificação e a disciplina da sua integração na a respectiva elaboração.
paisagem, a localização e inserção urbanística dos equi- 2 — São modalidades específicas de plano de porme-
pamentos de utilização colectiva e a organização espacial nor:
das demais actividades de interesse geral.
2 — O plano de pormenor pode ainda desenvolver e a) O plano de intervenção no espaço rural;
concretizar programas de acção territorial. b) O plano de pormenor de reabilitação urbana;
3 — O plano de pormenor abrange áreas contínuas do c) O plano de pormenor de salvaguarda.
território municipal, correspondentes, designadamente, a
uma unidade ou subunidade operativa de planeamento e 3 — O plano de intervenção no espaço rural abrange
gestão ou a parte delas. solo rural e estabelece as regras relativas a:
a) Construção de novas edificações e reconstrução, alte-
Artigo 91.º ração, ampliação ou demolição das edificações existentes,
Conteúdo material quando tal se revele necessário ao exercício das actividades
autorizadas no solo rural;
1 — O plano de pormenor deve adoptar o conteúdo b) Implantação de novas infra-estruturas de circulação
material apropriado às condições da área territorial a que de veículos, animais e pessoas, e de novos equipamentos
respeita e aos objectivos previstos nos termos de referência públicos ou privados de utilização colectiva, e a remode-
e na deliberação municipal que determinou a sua elabora- lação, ampliação ou alteração dos existentes;
ção, estabelecendo nomeadamente: c) Criação ou a beneficiação de espaços de utilização
a) A definição e caracterização da área de intervenção colectiva, públicos ou privados, e respectivos acessos e
identificando, quando se justifique, os valores culturais e áreas de estacionamento;
naturais a proteger; d) Criação de condições para a prestação de serviços
b) As operações de transformação fundiária necessárias complementares das actividades autorizadas no solo ru-
e a definição das regras relativas às obras de urbaniza- ral;
ção; e) Operações de protecção, valorização e requalificação
c) O desenho urbano, exprimindo a definição dos es- da paisagem.
paços públicos, de circulação viária e pedonal, de esta-
cionamento bem como do respectivo tratamento, alinha- 4 — O plano de intervenção no espaço rural não pode
mentos, implantações, modelação do terreno, distribuição promover a reclassificação do solo rural em urbano, com
volumétrica, bem como a localização dos equipamentos excepção justificada das áreas expressamente destinadas
e zonas verdes; à edificação e usos urbanos complementares.
d) A distribuição de funções e a definição de parâmetros 5 — O plano de pormenor de reabilitação urbana abrange
urbanísticos, designadamente índices, densidade de fogos, solo urbano correspondente à totalidade ou a parte de:
número de pisos e cérceas; a) Um centro histórico delimitado em plano director
e) Indicadores relativos às cores e materiais a utilizar; municipal ou plano de urbanização eficaz;
f) As operações de demolição, conservação e reabilita- b) Uma área crítica de recuperação e reconversão ur-
ção das construções existentes; banística;
g) As regras para a ocupação e gestão dos espaços pú- c) Uma área de reabilitação urbana constituída nos ter-
blicos; mos da lei.
6656 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
6 — O plano de pormenor de reabilitação urbana pode 4 — Os demais elementos que acompanham o plano de
delimitar áreas a sujeitar à aplicação de regimes específicos pormenor são fixados por portaria do membro do Governo
de reabilitação urbana previstos na lei. responsável pelo ordenamento do território.
7 — O conteúdo do plano de pormenor de salvaguarda
é definido nos termos previstos na Lei n.º 107/2001, de 8 Artigo 92.º-A
de Setembro. Efeitos registais
Artigo 92.º
1 — A certidão do plano de pormenor que contenha as
Conteúdo documental
menções constantes das alíneas a) a d), h) e i) do n.º 1 do
1 — O plano de pormenor é constituído por: artigo 91.º, constitui título bastante para a individualização
no registo predial dos prédios resultantes das operações
a) Regulamento; de loteamento, estruturação da compropriedade ou repar-
b) Planta de implantação, que representa o regime de celamento previstas no plano.
uso, ocupação e transformação da área de intervenção; 2 — O registo previsto no número anterior incide ape-
c) Planta de condicionantes que identifica as servidões nas sobre as descrições prediais de que o requerente seja
e restrições de utilidade pública em vigor que possam titular inscrito.
constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma 3 — Nas situações de estruturação da compropriedade
específica de aproveitamento. ou de reparcelamento, o registo referido no n.º 1 depende
da apresentação, respectivamente, do acordo de estrutura-
2 — O plano de pormenor é acompanhado por: ção da compropriedade ou de um dos contratos previstos
a) Relatório, contendo a fundamentação técnica das no n.º 8 do artigo 131.º
soluções propostas no plano, suportada na identificação 4 — O acordo e os contratos referidos no número ante-
e caracterização objectiva dos recursos territoriais da rior são oponíveis ao proprietário ou ao comproprietário
sua área de intervenção e na avaliação das condições que tenha inscrito o seu direito após a data da respectiva
económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua celebração.
execução; 5 — É dispensada a menção do sujeito passivo nas
b) Relatório ambiental, sempre que seja necessário pro- aquisições por estruturação da compropriedade ou por
ceder à avaliação ambiental nos termos dos n.os 5 e 6 do reparcelamento.
artigo 74.º, no qual se identificam, descrevem e avaliam 6 — As parcelas de terreno cedidas ao município
os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes integram-se no domínio municipal no acto de individua-
lização no registo predial dos lotes respectivos.
da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que
7 — Nas situações previstas no presente artigo não é
tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação
aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 49.º do regime ju-
territorial respectivos;
rídico da urbanização e da edificação.
c) Peças escritas e desenhadas que suportem as opera-
ções de transformação fundiária previstas, nomeadamente
Artigo 92.º-B
para efeitos de registo predial;
d) Programa de execução das acções previstas e respec- Taxas e obras de urbanização
tivo plano de financiamento. 1 — Sempre que outra solução não resulte do plano
de pormenor, a emissão da certidão referida no n.º 1 do
3 — Para efeitos de registo predial, as peças escritas artigo anterior depende do prévio pagamento:
e desenhadas previstas na alínea c) do número anterior
consistem em: a) Da taxa prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º da
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro, apenas nos casos
a) Planta do cadastro original; em que o plano de pormenor não preveja a realização de
b) Quadro com a identificação dos prédios, natureza, obras de urbanização;
descrição predial inscrição matricial, áreas e confron- b) Das compensações em numerário devidas nos termos
tações; do n.º 4 do artigo 44.º do regime jurídico da urbanização
c) Planta da operação de transformação fundiária com e da edificação.
a identificação dos novos prédios;
d) Quadro com a identificação dos novos prédios ou 2 — A certidão do plano de pormenor identifica a forma
fichas individuais, com a indicação da respectiva área, área e o montante da caução de boa execução das obras de ur-
destinada à implantação dos edifícios e das construções banização referentes aos lotes a individualizar nos termos
anexas, área de construção, volumetria, cércea e número do artigo anterior.
de pisos acima e abaixo da cota de soleira para cada um 3 — Na falta de indicação e fixação de caução nos ter-
dos edifícios, número de fogos e utilização dos edifícios mos do número anterior, a caução é prestada por primeira
e dos fogos; hipoteca legal sobre os lotes a individualizar, calculada
e) Planta com as áreas de cedência para o domínio mu- de acordo com a respectiva comparticipação nos custos
nicipal; de urbanização.
f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder, sua 4 — Cada prédio responde apenas pela parte do mon-
finalidade e área de implantação e de construção dos equi- tante da garantia que lhe cabe nos termos da parte final
pamentos de utilização colectiva; do número anterior, sendo lícito ao seu titular requerer a
g) Quadro de transformação fundiária explicitando substituição da hipoteca legal por outro meio de caução
o relacionamento entre os prédios originários e os admissível, valendo a deliberação camarária de aceitação,
prédios resultantes da operação de transformação fun- como título bastante para cancelamento da inscrição da
diária. hipoteca legal.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007 6657
características do local sejam socialmente mais gravosas 8 — Os planos municipais de ordenamento do território
do que os inerentes à adopção das medidas. que façam caducar as medidas preventivas devem referi-lo
2 — O estabelecimento de medidas preventivas deve expressamente.
demonstrar a respectiva necessidade, bem como esclarecer 9 — A prorrogação das medidas preventivas está sujeita
as vantagens e os inconvenientes de ordem económica, às regras aplicáveis ao seu estabelecimento inicial.
técnica, social e ambiental consequentes da sua adopção.
3 — Quando o estado dos trabalhos de elaboração ou Artigo 113.º
revisão dos planos o permita, deve a entidade competente
Contra-ordenações por violação de medidas preventivas
para o estabelecimento de medidas preventivas precisar
quais são as disposições do futuro plano cuja execução 1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
ficaria comprometida na ausência daquelas medidas. a violação das limitações decorrentes das medidas pre-
ventivas.
Artigo 111.º 2 — No caso de as medidas preventivas consistirem na
Âmbito territorial
proibição ou limitação das acções mencionadas no n.º 4 do
artigo 107.º, o montante da coima é fixado entre o mínimo
1 — A área sujeita às medidas preventivas deve ter a de € 2500 e o máximo de € 100 000.
extensão que se mostre adequada à satisfação dos fins a 3 — No caso de as medidas preventivas consistirem na
que se destina. sujeição a parecer vinculativo das acções mencionadas no
2 — A entidade competente para o estabelecimento das n.º 4 do artigo 107.º, o montante da coima é fixado entre
medidas preventivas deve proceder à delimitação da área o mínimo de € 1500 e o máximo de € 50 000.
a abranger, devendo os limites dessa área, quando não 4 — Tratando-se de pessoas colectivas, as coimas re-
possam coincidir, no todo ou em parte, com as divisões feridas nos n.os 2 e 3 podem elevar-se até aos montantes
administrativas, ser definidos, sempre que possível, pela máximos de:
referência a elementos físicos facilmente identificáveis,
designadamente vias públicas e linhas de água. a) € 125 000, em caso de negligência;
b) € 250 000, em caso de dolo.
Artigo 112.º
5 — Do montante da coima, 60 % revertem para o Es-
Âmbito temporal tado e 40 % revertem para a entidade competente para o
1 — O prazo de vigência das medidas preventivas será processo de contra-ordenação e aplicação da coima.
fixado no acto que as estabelecer, não podendo ser supe- 6 — A sanção prevista no n.º 1 é comunicada ao Instituto
rior a dois anos, prorrogável por mais um, quando tal se da Construção e do Imobiliário, I. P.
mostre necessário. 7 — A tentativa e a negligência são sempre puníveis.
2 — Na falta de fixação do prazo de vigência, as medi- 8 — São competentes para o processo de contra-
das preventivas vigoram pelo prazo de um ano, prorrogável -ordenação e aplicação da coima:
por seis meses. a) O presidente da câmara municipal ou o presidente
3 — As medidas preventivas deixam de vigorar quando: da comissão de coordenação e desenvolvimento regional,
a) Forem revogadas; no caso de violação de medidas preventivas estabelecidas
b) Decorrer o prazo fixado para a sua vigência; para salvaguarda de plano municipal de ordenamento do
c) Entrar em vigor o plano que motivou a sua aplica- território;
ção; b) As entidades competentes em razão da matéria, no
d) A entidade competente abandonar a intenção de ela- caso de violação de medidas preventivas estabelecidas
borar o plano que as originou; para salvaguarda de plano especial de ordenamento do
e) Cessar o interesse na salvaguarda das situações ex- território.
cepcionais de reconhecido interesse nacional ou regional. Artigo 114.º
Embargo e demolição
4 — As medidas preventivas devem ser total ou parcial-
mente revogadas quando, com o decorrer dos trabalhos 1 — As obras e os trabalhos efectuados com inobser-
de elaboração ou revisão do plano, se revelem desneces- vância das proibições, condicionantes ou pareceres vin-
sárias. culativos decorrentes das medidas preventivas, ainda que
5 — Uma área só poderá voltar a ser abrangida por me- licenciados ou autorizados pelas entidades competentes,
didas preventivas depois de decorridos quatro anos sobre podem ser embargados ou demolidos ou, sendo o caso,
a caducidade das anteriores, salvo casos excepcionais, pode ser ordenada a reposição da configuração do terreno
devidamente fundamentados e sujeitos a ratificação. e da recuperação do coberto vegetal segundo projecto a
6 — Nas situações previstas no número anterior, o es- aprovar pela Administração.
tabelecimento de medidas preventivas dentro do prazo 2 — A competência para ordenar o embargo, a demo-
de quatro anos após a caducidade das medidas anteriores lição, a reposição da configuração do terreno ou a recu-
constitui a entidade competente para a sua adopção na peração do coberto vegetal referidos no número anterior
obrigação de indemnizar as pessoas afectadas. pertence ao presidente da câmara municipal ou, quando se
7 — O valor da indemnização referida no número an- trate de medidas preventivas estabelecidas pelo Governo,
terior corresponde ao prejuízo efectivo provocado à pes- ao presidente da comissão de coordenação e desenvolvi-
soa em causa em virtude de ter estado provisoriamente mento regional ou ao órgão competente dependente do
impedida de utilizar o seu solo para a finalidade para ele membro do Governo responsável pelo ordenamento do
admitida. território.
6662 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
9 — Os contratos previstos no número anterior podem 2 — A obrigação referida no número anterior recai
prever a transferência para as outras entidades interessadas sobre quem tiver dado início ao processo de reparcela-
dos direitos de comercialização dos prédios ou dos fogos mento, podendo, no caso de reparcelamento da iniciativa
e de obtenção dos respectivos proventos, bem como a dos proprietários, ser assumida por um ou vários, caso se
aquisição do direito de propriedade ou de superfície. disponham a isso.
10 — A operação de reparcelamento em área abran- 3 — Os custos da urbanização são repartidos pelos pro-
gida por plano de pormenor que contenha as menções prietários e as outras entidades interessadas ou por estes e
constantes das alíneas a) a d), h) e i) do n.º 1 do ar- pela câmara municipal nos termos do artigo 142.º
tigo 91.º pode concretizar-se através dos contratos re-
feridos no números anteriores e registo efectuado nos
termos dos artigos 92.º-A e 92.º-B, não lhe sendo apli- SECÇÃO II
cável o disposto no n.º 6 do presente artigo. Da compensação
Artigo 132.º
SUBSECÇÃO I
Critérios para o reparcelamento
Princípio da perequação compensatória
1 — A repartição dos direitos entre os proprietários na dos benefícios e encargos
operação de reparcelamento será feita na proporção do
valor do respectivo terreno à data do início do processo Artigo 135.º
ou na proporção da sua área nessa data.
Direito à perequação
2 — Os proprietários podem fixar, por unanimidade,
outro critério, tendo em conta, designadamente, a parti- Os proprietários têm direito à distribuição perequativa
cipação das outras entidades interessadas nos encargos dos benefícios e encargos decorrentes dos instrumentos de
decorrentes da operação de reparcelamento. gestão territorial vinculativos dos particulares.
3 — O cálculo do valor dos lotes ou parcelas resultantes
do processo de reparcelamento deverá obedecer a critérios Artigo 136.º
objectivos e aplicáveis a toda a área objecto de reparcela-
mento, tendo em consideração a localização, dimensão e Dever de perequação
configuração dos lotes. 1 — Os instrumentos de gestão territorial vinculativos
4 — Sempre que possível deverá procurar-se que os dos particulares devem prever mecanismos directos ou
lotes ou parcelas se situem nos antigos prédios dos mesmos
titulares ou na sua proximidade. indirectos de perequação segundo os critérios definidos
5 — Em caso algum se poderão criar ou distribuir lotes na subsecção seguinte.
ou parcelas com superfície inferior à dimensão mínima 2 — A aplicação de mecanismos de perequação pre-
edificável ou que não reúnam a configuração e caracterís- vistos nesta secção realiza-se no âmbito dos planos de
ticas adequadas para a sua edificação ou urbanização em pormenor ou das unidades de execução referidas no
conformidade com o plano. artigo 120.º, segundo os critérios adoptados no plano
director municipal.
Artigo 133.º
Artigo 137.º
Efeitos do reparcelamento
Objectivos da perequação
1 — O licenciamento ou a aprovação da operação de
reparcelamento produz os seguintes efeitos: Os mecanismos de perequação compensatória a pre-
ver nos instrumentos de gestão territorial vinculativos
a) Constituição de lotes para construção ou de parcelas
para urbanização; dos particulares deverão ter em consideração os seguintes
b) Substituição, com plena eficácia real, dos antigos objectivos:
terrenos pelos novos lotes ou parcelas; a) Redistribuição das mais-valias atribuídas pelo plano
c) Transmissão para a câmara municipal, de pleno di- aos proprietários;
reito e livre de quaisquer ónus ou encargos, das parcelas b) Obtenção pelos municípios de meios financeiros
de terrenos para espaços verdes públicos e de utilização adicionais para a realização das infra-estruturas urba-
colectiva, infra-estruturas, designadamente arruamentos nísticas e para o pagamento de indemnizações por ex-
viários e pedonais, e equipamentos públicos que, de acordo propriação;
com a operação de reparcelamento, devam integrar o do-
c) Disponibilização de terrenos e edifícios ao município
mínio público.
para a implementação, instalação ou renovação de infra-
2 — A operação de reparcelamento concretizada nos -estruturas, equipamentos e espaços urbanos de utilização
termos do n.º 10 do artigo 131.º produz os efeitos referi- colectiva, designadamente zonas verdes, bem como para
dos no número anterior com as adaptações decorrentes do compensação de particulares nas situações em que tal se
disposto nos artigos 92.º-A e 92.º-B. revele necessário;
d) Estímulo da oferta de terrenos para urbanização e
Artigo 134.º construção, evitando-se a retenção dos solos com fins
especulativos;
Obrigação de urbanização
e) Eliminação das pressões e influências dos proprie-
1 — A operação de reparcelamento implica, quando seja tários ou grupos para orientar as soluções do plano na
caso disso, a obrigação de urbanizar a zona. direcção das suas intenções.
6666 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 19 de Setembro de 2007
ram um dever de indemnizar quando a compensação nos prestar atempadamente as informações solicitadas, e facul-
termos previstos na secção anterior não seja possível. tará aos mesmos a informação por este solicitadas;
2 — São indemnizáveis as restrições singulares às pos- b) Os contactos necessários com a comunidade cien-
sibilidades objectivas de aproveitamento do solo, preexis- tífica;
tentes e juridicamente consolidadas, que comportem uma c) A participação dos cidadãos na avaliação permanente
restrição significativa na sua utilização de efeitos equiva- dos instrumentos de gestão territorial.
lentes a uma expropriação.
3 — As restrições singulares às possibilidades objecti- 4 — O observatório integra um grupo de peritos, cons-
vas de aproveitamento do solo resultantes de revisão dos tituído por especialistas e personalidades de reconhecido
instrumentos de gestão territorial vinculativos dos parti- mérito no domínio do ordenamento do território, a designar
culares apenas conferem direito a indemnização quando a pelo Governo.
revisão ocorra dentro do período de cinco anos após a sua 5 — Sempre que a entidade responsável pela elaboração
entrada em vigor, determinando a caducidade ou a alteração o considere conveniente, a avaliação pode ser assegu-
das condições de um licenciamento prévio válido. rada por entidades independentes de reconhecido mérito,
4 — Nas situações previstas nos números anteriores, designadamente instituições universitárias ou científicas
o valor da indemnização corresponde à diferença entre nacionais com uma prática de investigação relevante nas
o valor do solo antes e depois das restrições provocadas áreas do ordenamento do território.
pelos instrumentos de gestão territorial, sendo calculado
nos termos do Código das Expropriações. Artigo 145.º
5 — Nas situações previstas no n.º 3, são igualmente Propostas de alteração decorrentes da avaliação
indemnizáveis as despesas efectuadas na concretização dos instrumentos de planeamento territorial
de uma modalidade de utilização prevista no instrumento A avaliação pode fundamentar propostas de alteração
de gestão territorial vinculativo dos particulares se essa do plano ou dos respectivos mecanismos de execução,
utilização for posteriormente alterada ou suprimida por nomeadamente com o objectivo de:
efeitos de revisão ou suspensão daquele instrumento e
essas despesas tiverem perdido utilidade. a) Assegurar a concretização dos fins do plano, tanto ao
6 — É responsável pelo pagamento da indemnização nível da execução como dos objectivos a médio e longo
prevista no presente artigo a pessoa colectiva que aprovar prazos;
o instrumento de gestão territorial que determina directa b) Garantir a criação coordenada das infra-estruturas e
ou indirectamente os danos indemnizáveis. dos equipamentos;
7 — O direito à indemnização caduca no prazo de três c) Corrigir distorções de oferta no mercado imobiliário;
anos a contar da entrada em vigor do instrumento de gestão d) Garantir a oferta de terrenos e lotes destinados a
territorial ou da sua revisão. edificações com rendas ou custo controlados;
e) Promover a melhoria de qualidade de vida e a defesa
CAPÍTULO VI dos valores ambientais e paisagísticos.
regional e local, a funcionar em articulação com o obser- e) A deliberação municipal que aprova as medidas pre-
vatório referido no artigo 144.º ventivas não sujeitas a ratificação, incluindo o respectivo
texto e a planta de delimitação, bem como a deliberação
municipal que aprova a prorrogação do prazo de vigência
CAPÍTULO VII das medidas preventivas.
Eficácia
Artigo 149.º
Artigo 148.º Outros meios de publicidade
Publicação no Diário da República 1 — O Programa Nacional da Política de Ordenamento
do Território, os planos sectoriais, os planos especiais e os
1 — A eficácia dos instrumentos de gestão territorial de- planos regionais de ordenamento do território divulgados
pende da respectiva publicação no Diário da República. nos termos previstos no artigo anterior devem ainda ser
2 — São publicados na 1.ª série do Diário da Repú- objecto de publicitação em dois jornais diários, num sema-
blica: nário de grande expansão nacional e na página da Internet
a) A lei que aprova o Programa Nacional da Política das entidades responsáveis pela sua elaboração.
de Ordenamento do Território, incluindo o relatório e as 2 — Os planos municipais de ordenamento do território
peças gráficas ilustrativas; e as medidas preventivas devem ser objecto de publicita-
b) A resolução do Conselho de Ministros que deter- ção nos boletins municipais, caso existam, bem como em
mina a suspensão de plano municipal de ordenamento do dois jornais diários, num semanário de grande expansão
território; nacional e na página da Internet das entidades responsáveis
c) A resolução do Conselho de Ministros que aprova o pela sua elaboração.
plano regional de ordenamento do território, incluindo os 3 — Os instrumentos de gestão territorial cuja área de
elementos referidos no n.º 1 do artigo 54.º; intervenção incida sobre o território municipal devem
d) (Revogada.) ainda ser objecto de publicação nos boletins municipais,
e) A resolução do Conselho de Ministros ou, quando caso existam, bem como em jornais de expansão local ou
for o caso, o decreto-lei ou o decreto regulamentar que regional.
aprova o plano sectorial, incluindo os elementos referidos Artigo 150.º
no n.º 1 do artigo 37.º; Depósito e consulta
f) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica o
plano director municipal, incluindo o regulamento, a planta 1 — A Direcção-Geral do Ordenamento do Território e
de ordenamento e a planta de condicionantes; Desenvolvimento Urbano procede ao depósito de todos os
g) A resolução do Conselho de Ministros que aprova o instrumentos de gestão territorial com o conteúdo docu-
plano especial de ordenamento do território, incluindo o mental integral previsto no presente diploma, incluindo as
regulamento e as peças gráficas ilustrativas; alterações, revisões, suspensões, adaptações e rectificações
h) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica de que sejam objecto, bem como das medidas preventivas,
ou aprova as medidas preventivas, incluindo o respectivo disponibilizando a sua consulta a todos os interessados.
texto e planta de delimitação; 2 — As câmaras municipais devem criar e manter um
i) A resolução do Conselho de Ministros que suspende sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
o plano regional de ordenamento do território, o plano interessados dos instrumentos de gestão territorial com
sectorial de ordenamento do território e o plano especial incidência sobre o território municipal.
de ordenamento do território; 3 — A consulta dos instrumentos de gestão territorial
j) A resolução do Conselho de Ministros que ratifica a prevista neste artigo deve igualmente ser possível em su-
suspensão do plano municipal de ordenamento do território, porte informático adequado e através do sistema nacional
incluindo o respectivo texto e a planta de delimitação. de informação territorial.