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Vimos dia desses o Estado de Necessidade do Código Penal, agora vamos ver este tema no
Código Civil. É isso aí está tudo interligado, tudo! Principalmente a sua preparação com a
sua futura aprovação.
Olá, pessoal, um tema que merece reflexão são as conseqüências cíveis dos atos
praticados em estado de necessidade, cuja previsão se encontra no art.188, II do Código
Civil.
Tal dispositivo consagra o estado de necessidade como excludente de ilicitude, pois não
são considerados ilícitos os atos que visem “a deterioração ou destruição da coisa alheia,
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente”.
Para que tal excludente de ilicitude seja aplicada exige o Código Civil (parágrafo único
do art.188) “que circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo”
Entretanto, em que pese o ato praticado em estado de necessidade (ato necessitado)
tenha sua ilicitude excluída pela lei conforme o mencionado acima, o Código Civil, de
forma aparentemente contraditória, assegura à vitima o direito de indenização no art.
929. Vejamos:
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Considere que João dirige o seu veículo regularmente. Entretanto, João é surpreendido
por um outro veículo, conduzido por Pedro, lhe provocando perigo iminente. Para João
conseguir se salvar, removendo o perigo causado por Pedro, necessária se faz a colisão
em uma moto, de propriedade de Antonio, que se encontrava estacionada.
Nesta hipótese, Antonio poderá ajuizar ação indenizatória contra João, que embora
tenha agido em estado de necessidade, praticando ato LÍCITO, será civilmente
responsabilizado pela reparação dos danos causados.
Em que pese o João possa vir a ser responsabilizado, o ordenamento jurídico lhe permite
a propositura de ação regressiva contra o causador do perigo, no caso Pedro.
Cumpre observar que se o Código não tivesse excluído a ilicitude do ato necessitado
(praticado por João), não poderia ele ajuizar ação regressiva contra o causador do perigo
(Pedro), pois sua pretensão teria como fundamento a existência de ato ilícito por ele
próprio praticado.
Conclui-se, portanto, afirmando que, embora o ato necessitado seja LÍCITO, não se pode
dizer que o estado de necessidade consagra hipótese de exclusão da responsabilidade
civil.
c) Caso o credor demande o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a
lei permita, ficará obrigado a pagar ao devedor o dobro do valor do débito.
e) O Código Civil de 2002 introduziu regra geral segundo a qual é possível ser afastado o
consagrado princípio da restitutio in integrum, passando-se a considerar, em
determinadas hipóteses, não a extensão do dano, mas também a extensão da culpa.
Gabarito oficial: E
Comentário: Na hipótese prevista na assertiva “a”, a ilicitude será afastada pelo estado
de necessidade, entretanto não será excluído o dever de indenizar o dano, pois se trata
de hipótese de responsabilidade por ato lícito. O estado de necessidade não é excludente
da responsabilidade civil.
d) Exclui-se a responsabilidade objetiva nos casos em que não há nexo causal entre a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor e o dano, ou seja, quando a causa do
dano decorre de culpa exclusiva da vítima, no fato de terceiro equiparável a força maior,
ou caso fortuito.
Gabarito oficial: D
Comentário: Na assertiva “a” o ato necessitado realmente não configura ato ilícito,
entretanto assegura à vítima o direito à indenização pelos prejuízos sofridos, nos termos
do art. 929 do CC, pois o estado de necessidade não é excludente da responsabilidade
civil.
b) não é afastada em caso de estado de necessidade, pois o autor do dano responde pelos
prejuízos causados.
Gabarito oficial: B
Comentário: Ricardo responderá pela reparação do dano, mesmo tendo agido em estado
de necessidade, pois o caso apresentado configura hipótese de responsabilidade civil por
ato lícito.