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Cap 1 - Natureza e Objetivo o Melhoramneto de Plantas PDF
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Melhoramento Genético de Plantas: Princípios e Procedimentos
colheita, com redução de perdas do produto, tal como ocorre em soja, em que
se procuram cultivares resistentes à deiscência das vagens e ao acamamento,
para facilitar ou possibilitar a colheita mecânica.
As características das plantas podem modificar-se de tal modo que
rendimentos satisfatórios podem ser obtidos, mesmo quando as condições fora
do controle do agricultor sejam desfavoráveis. Sob tais condições, o melhorista
procura obter maior precocidade, resistência a baixas ou altas temperaturas, à
seca, às doenças e pragas. Os resultados deste trabalho são mais ou menos
permanentes e, no plantio de cultivares melhoradas, os benefícios obtidos se
repetem consecutivamente.
Produtividades máximas podem ser obtidas pela utilização de cultivares
melhoradas e práticas culturais mais avançadas, conjuntamente. É lógico que,
sem uso dessas práticas, o potencial genético de uma cultivar não pode ser
aproveitado integralmente; da mesma forma, não se conseguem bons resultados
com práticas culturais adequadas, quando se usa uma cultivar reconhecidamente
inferior ou inadequada. Para exemplificar pode admitir-se uma situação em que
são realizados dois cultivos no mesmo ano para aumentar a produção econômica
por área, de grãos ou plantas forrageiras. O êxito no manejo dessas rotações
depende, freqüentemente, da disponibilidade de cultivares precoces para
permitir a seqüência dos cultivos. Outro exemplo é o emprego de fertilizantes
nitrogenados que têm possibilitado consideráveis aumentos na produtividade
das culturas em geral; entretanto, sua eficiência no aumento da produtividade
dos cereais de pequeno porte e de híbridos de milho depende da existência de
tipos resistentes ao acamamento.
Os progressos observados na colheita mecânica exigem cultivares
adaptadas à utilização de máquinas. Cultivares de sorgo de porte baixo e ereto
e de soja resistentes à deiscência das vagens enquadram-se nesta categoria.
Nesse caso, procura-se adequar a arquitetura da planta, tornando-a apropriada
à mecanização.
O aumento da produtividade tem sido rigorosamente o objetivo
fundamental da maioria dos melhoristas de plantas. Como exemplo, tem-se o
desenvolvimento de cultivares híbridas, ou simplesmente, híbridos de milho.
Em 1957, Grozmann, citado por Vieira (1964), observou os resultados de
quase uma centena de experimentos realizados em Minas Gerais, de 1947 a
1956, em que se compararam híbridos comerciais e variedades locais. Concluiu
que o melhor híbrido produziu em média de três anos 74,66% mais que o
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1.2. HISTÓRICO
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selecionar, com um pouco mais de critério, as plantas que lhes pareciam ser
mais promissoras para reprodução. Executavam uma forma de melhoramento
como arte, sem metodologia e base científica. O advento de novos conhecimentos
em várias áreas, posteriormente, possibilitou gradativamente o desenvolvimento
dos métodos aplicados no melhoramento das plantas, já então considerado
como uma nova ciência.
O melhoramento de plantas experimentou maiores avanços após interagir
com outras áreas da ciência agronômica, em particular a Genética, Botânica,
Fisiologia Vegetal, Bioquímica, Fitopatologia, Entomologia, Solos e Nutrição de
Plantas, Estatística e Experimentação Agronômica. As áreas de conhecimento
relacionadas constituem as ferramentas com as quais o melhorista desenvolve
suas atividades; as fontes de germoplasma disponíveis são a matéria-prima.
Portanto, ele usa seus conhecimentos científicos para criar, com sua matéria-
prima, novas cultivares melhoradas de plantas cultivadas. Sem dúvida, uma
condição básica para que o melhorista realize com êxito suas atividades é o
conhecimento profundo da espécie com a qual trabalha; detalhes fitotécnicos
relacionados ao cultivo da espécie são também fundamentais para que o
melhorista tenha percepção clara no estabelecimento de prioridades para o
seu programa e, sobretudo, habilidade para realizar com sucesso a seleção de
indivíduos geneticamente superiores.
Como o melhorista não pode ser um especialista em todos os ramos da
ciência agronômica, em seu trabalho quase sempre tem a colaboração de
fisiologistas, fitopatologistas, entomologistas e outros profissionais de áreas
afins. As investigações especializadas, como o estudo da herança de um
determinado caráter ou técnica de medir a resistência de uma planta ou
variedade a alguma doença ou condição ambiental, por si só não significam,
necessariamente, melhoramento de plantas; são, porém, elementos valiosos
para o trabalho do melhorista.
Freqüentemente o melhorista combina a experimentação teórica em um
ou vários desses campos científicos com sua experiência em fitomelhoramento.
Isso permite ampliar seu conhecimento nessas áreas, bem como sua relação
com os problemas particulares do melhoramento. Todavia, há a necessidade
cada vez maior do trabalho em equipe, visando atender à natureza multidisciplinar
do melhoramento de plantas. Num programa de melhoramento, o trabalho
multidisciplinar constitui-se num instrumento efetivo para a solução conjunta de
problemas. Sem dúvida, a maioria dos resultados significativos obtidos no campo
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