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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Projeto de um edifício de nove pavimentos em


alvenaria estrutural

Luiz Guilherme Manes de Oliveira


Rodrigo Alves de Brito Reis
Vítor Silva Coelho

GOIÂNIA
2010
Luiz Guilherme Manes de Oliveira
Rodrigo Alves de Brito Reis
Vítor Silva Coelho

Projeto de um edifício de nove pavimentos em


alvenaria estrutural

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da


Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Gilson Natal Guimarães

GOIÂNIA
2010
Luiz Guilherme Manes de Oliveira
Rodrigo Alves de Brito Reis
Vítor Silva Coelho

PROJETO DE UM EDIFÍCIO DE NOVE PAVIMENTOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da


Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de
Engenheiro Civil.

APROVADA EM _____ / _____ / _____.

_______________________________________________________
Carlos Eduardo Rocha de Assis (Examinador)

_______________________________________________________
Robson Lopes Pereira (Examinador)

Visto do Orientador: ______________________________________

Em: _____ / _____ / _____


AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos familiares e amigos que nos apoiaram ao longo dos anos
dedicados ao curso de Engenharia Civil.

Ao Prof. Dr. Gilson Natal Guimarães que pacientemente nos auxiliou com seus
conhecimentos e materiais de estudo, possibilitando a realização deste trabalho.

À Gyncasa Engenharia pelo fornecimento dos projetos arquitetônicos.

Aos nossos colegas de curso, verdadeiros companheiros tanto nos momentos de


estudo quanto nos de diversão.

Agradecemos à Deus pela vida e saúde.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


RESUMO

Este trabalho apresenta o cálculo e projeto de um edifício de nove pavimentos


em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto, considerando também as ações
horizontais de vento e desaprumo. Foram utilizadas lajes maciças e reservatório de concreto
armado moldado in loco. O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica baseada em
normas brasileiras e, quando necessário, recomendações de normas estrangeiras. Além
disso, é apresentado um memorial de cálculo, baseado na teoria exposta, que abrange
critérios adotados no projeto, procedimentos e cálculos utilizados na concepção do mesmo.
O dimensionamento do edifício foi realizado aplicando-se métodos convencionais de cálculo.
Optou-se pela não utilização dos poderosos softwares de cálculo existentes no mercado
atualmente, pois sabe-se que este tipo de programa nem sempre está ao alcance de
qualquer aluno ou profissional, devido ao seu alto custo. Não pretendeu-se discorrer sobre
os aspectos construtivos, limitando-se apenas aos cálculos e confecção das pranchas
necessárias ao projeto estrutural.

Palavras-chave: Alvenaria estrutural. Blocos de concreto. Estrutura. Projeto estrutural de


edifícios.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Espalhamento do carregamento em paredes planas e em “L” ............................. 19


Figura 2.2 – Interação de paredes em um canto ....................................................................... 19
Figura 2.3 – Interação de paredes em região de janela ............................................................. 20
Figura 2.4 – Ação horizontal equivalente para a consideração do desaprumo......................... 23
Figura 3.1 – Carga distribuída dentro do triângulo de carga .................................................... 30
Figura 3.2 – Carga concentrada fora do triângulo de carga...................................................... 31
Figura 3.3 – Flexão simples em seção retangular (armadura simples) ..................................... 32
Figura 3.4 – Flexão simples em seção retangular (armadura dupla) ........................................ 34
Figura 3.5 – Flexão composta (Estádio II) ............................................................................... 38
Figura 3.6 – Tensões e posição da linha neutra ........................................................................ 40
Figura 3.7 – Parâmetros para cálculo da espessura efetiva de paredes .................................... 42
Figura 4.1 – Comprimentos das barras inferiores .................................................................... 52
Figura 4.2 – Comprimentos e disposição das barras superiores ............................................... 53
Figura 4.3 – Cargas para funcionamento como placas ............................................................. 54
Figura 4.4 – Área efetiva da seção de concreto ........................................................................ 59
Figura 4.5 – Modelo biela-tirante para a viga-parede biapoiada .............................................. 61
Figura 5.1 – Vinculação das lajes e vãos de cálculo (em metros) ............................................ 64
Figura 5.2 – Vinculação da laje L9 da cobertura e seus vãos de cálculo (metros) ................... 64
Figura 5.3 – Um metro quadrado de alvenaria (tijolos 11,5x19x19cm)................................... 66
Figura 5.4 – Planta e corte do reservatório ............................................................................... 80
Figura 5.5 – Detalhe da abertura do reservatório ..................................................................... 80
Figura 5.6 – Vãos de cálculo, cargas e condições de contorno ................................................ 81
Figura 5.7 – Momentos fletores e reações de apoio (tampa) .................................................... 84
Figura 5.8 – Momentos fletores e reações de apoio (fundo) .................................................... 84
Figura 5.9 – Momentos fletores e reações de apoio (Paredes 1, 2 e 3) .................................... 84
Figura 5.10 – Momentos fletores e reações de apoio (Paredes 4, 5, 6 e 7) .............................. 85

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Figura 5.11 – Esforços finais na tampa e no fundo .................................................................. 87
Figura 5.12 – Esforços finais nas paredes 1,2 e 3..................................................................... 87
Figura 5.13 – Esforços finais nas paredes 4, 5, 6 e 7................................................................ 87
Figura 5.14 – Carregamento parcial na parede P2.................................................................... 90
Figura 6.1 – Localizações dos parafusos da escada.................................................................. 94
Figura 6.2 – Grupos de paredes estruturais .............................................................................. 97
Figura 6.3 – Planta do Edifício ............................................................................................... 103
Figura 6.4 – Vista A ............................................................................................................... 103
Figura 6.5 – Vista B................................................................................................................ 104
Figura 6.6 – Dimensões do edifício em planta para obtenção do coeficiente de arrasto........ 105
Figura 6.7 - Definição dos painéis de contraventamento na direção X .................................. 109
Figura 6.8 - Definição dos painéis de contraventamento na direção Y .................................. 109
Figura 7.1 – Composição de tensões normais na base de uma parede genérica..................... 118
Figura 7.2 – Composição de tensões normais na base da parede PY8 (térreo) ...................... 118
Figura 7.3 – Composição de tensões normais na base da parede PY11 (1° pav.) .................. 119
Figura 7.4 – Composição de tensões normais na base da parede PY11 (térreo) .................... 120
Figura 7.5 – Composição de tensões normais na base da parede PY12 (térreo) .................... 120
Figura 7.6 – Composição de tensões normais na base da parede PY14 (1° pav.) .................. 121
Figura 7.7 – Composição de tensões normais na base da parede PY14 (térreo) .................... 122

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Tensões admissíveis para alvenaria não armada ................................................. 28


Tabela 3.2 – Tensões admissíveis para alvenaria armada ........................................................ 29
Tabela 3.3 – Tensões admissíveis no aço ................................................................................. 29
Tabela 3.4 – Tensões de cisalhamento admissíveis em parafusos e ancoragens ...................... 30
Tabela 3.5 – Flexão de seções subarmadas .............................................................................. 34
Tabela 3.6 – Índices máximos de esbeltez da NBR-10837 (1989) .......................................... 41

Tabela 3.7 – Coeficiente  ...................................................................................................... 41


Tabela 4.1 – Coeficientes para o cálculo da flecha .................................................................. 50

Tabela 4.2 – Valores de  em função do tempo – NBR-6118 (2003) ..................................... 51


Tabela 4.3 – Placa retangular com momento senoidal em uma das bordas (ν=0,2)................. 56
Tabela 4.4 – Aberturas limites das fissuras (wlim) .................................................................. 56

Tabela 4.5 – Valores de  e  bm ............................................................................................. 58


Tabela 5.1 – Pré-dimensionamento das lajes do edifício ......................................................... 65
Tabela 5.2 – Momentos fletores de serviço das lajes do pavimento tipo ................................. 72
Tabela 5.3 – Momentos fletores de serviço das lajes da cobertura .......................................... 72
Tabela 5.4 – Compatibilização dos momentos negativos (pavimento tipo) ............................. 72
Tabela 5.5 – Compatibilização dos momentos negativos (cobertura) ...................................... 73
Tabela 5.6 – Momentos fletores positivos finais da laje L1 (pavimento tipo) ......................... 74
Tabela 5.7 – Momentos fletores positivos finais da laje L1 (cobertura) .................................. 74
Tabela 5.8 – Momentos fletores positivos nas lajes (pavimento tipo) ..................................... 74
Tabela 5.9 – Momentos fletores positivos nas lajes (cobertura) .............................................. 74
Tabela 5.10 – Momentos fletores negativos nas lajes (pavimento tipo) .................................. 74
Tabela 5.11 – Momentos fletores negativos nas lajes (cobertura) ........................................... 75
Tabela 5.12 – Armaduras positivas calculadas das lajes .......................................................... 75
Tabela 5.13 – Armaduras negativas calculadas das lajes ......................................................... 76
Tabela 5.14 – Armaduras positivas adotadas nas lajes ............................................................. 77
Tabela 5.15 – Armaduras negativas adotadas nas lajes ............................................................ 77

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Tabela 5.16 – Verificação das flechas das lajes do pavimento tipo ......................................... 79
Tabela 5.17 – Armaduras do reservatório ................................................................................ 88
Tabela 5.18 – Verificação de abertura de fissuras no reservatório ........................................... 89
Tabela 6.1 – Volume das peças da escada ................................................................................ 94
Tabela 6.2 – Definição dos grupos de paredes ......................................................................... 97
Tabela 6.3 – Carga das lajes nas paredes PX ........................................................................... 98
Tabela 6.4 – Carga das lajes nas paredes PY ........................................................................... 99
Tabela 6.5 – Cargas verticais nas aberturas ............................................................................ 100
Tabela 6.6 – Cargas verticais dos grupos no pavimento tipo ................................................. 101
Tabela 6.7 – Cargas verticais dos grupos na cobertura .......................................................... 101
Tabela 6.8 – Cargas verticais acumuladas em cada grupo. .................................................... 102
Tabela 6.9 – Forças horizontais devidas ao vento .................................................................. 106
Tabela 6.10 – Esforços solicitantes globais ............................................................................ 107
Tabela 6.11 – Rigidezes das Paredes PX ................................................................................ 110
Tabela 6.12 – Rigidezes das Paredes PY ................................................................................ 110
Tabela 7.1 – Resistência de bloco (MPa) necessária por parede para cada pavimento .......... 113
Tabela 7.2 – Grauteamento necessário ................................................................................... 116
Tabela 7.3 – Vergas do edifício .............................................................................................. 123
Tabela 7.4 – Cálculo das armaduras de flexão das vergas ..................................................... 124
Tabela 7.5 – Comprimento de ancoragem nas vergas ............................................................ 125
Tabela 8.1 – Módulo de elasticidade longitudinal para blocos com eficiência 0,6 ................ 127

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


LISTA DE SÍMBOLOS

As : área de armadura

A' s : área de armadura de compressão

b : largura da seção
d : altura útil da seção
d ' : distância da fibra (superior ou inferior) ao centro de gravidade da armadura
D : rigidez à flexão da placa
E alv : módulo de elasticidade da alvenaria.

E cs : deformação longitudinal secante do concreto

f alv,c : tensão normal de compressão axial atuante

f alv,c : tensão normal de compressão axial admissível

f alv, f : tensão normal de compressão atuante, devida à flexão

f alv, f : tensão normal de compressão admissível, devida à flexão

f alv,t : tensão normal de tração admissível na alvenaria não-armada

f b : resistência do bloco

f cd : resistência de cálculo do concreto

f ct : resistência à tração do concreto

f ck : resistência característica do concreto

f p : resistência do prisma

f yd : tensão de escoamento de cálculo do aço

f yk : tensão de escoamento característica do aço

Fd : força horizontal equivalente ao desaprumo

Ftot : ação total em um determinado pavimento

g : carregamento permanente

h : altura da seção

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


H : altura da edificação
I c : momento de inércia da seção bruta de concreto

I 2 : momento de inércia da seção fissurada (estádio II).

l x : menor vão da laje

l y : maior vão da laje

M : momento fletor característico


M d : momento fletor de cálculo

M s : momento equivalente na flexo-tração

N : esforço normal característico

N d : esforço normal de cálculo

p : carregamento total

q : carregamento acidental

R : fator de redução da resistência associado à esbeltez


Rd : valor de cálculo da reação de apoio

t : espessura da parede
V : esforço cortante característico

Vd : esforço cortante de cálculo

wk : abertura de fissura

W : módulo de resistência à flexão ( W  I y máx )

W f : flecha diferida

Wo : flecha inicial

W : flecha total

x : posição da linha neutra

ymáx : distância entre a linha neutra e a fibra mais tracionada

Z : braço de alavanca
 : parâmetro de instabilidade

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


 z : coeficiente de majoração dos esforços globais finais de 1ª ordem para obtenção dos
finais de 2ª ordem

P : peso total do pavimento considerado


 : eficiência prisma/bloco
 : índice de esbeltez
 : momento fletor reduzido
 : coeficiente de Poisson
 : razão entre a posição da linha neutra, x , e a altura útil, d , ou seja, x d .
 : taxa geométrica da armadura de tração

 ' : taxa geométrica da armadura de compressão

 se : taxa efetiva da armadura de tração

 : tensão normal
 d : tensão no apoio

 2 d : tensão na biela inclinada

 s : tensão na armadura

 so : tensão limite na armadura

 wd : tensão de esforço cortante atuante

 : ângulo do desaprumo

 : diâmetro da barra

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15
1.1 – OBJETIVO DO TRABALHO......................................................................................... 15
1.2 – METODOLOGIA ............................................................................................................ 15
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 16
1.4 – CARACTERÍSTICAS DO PROJETO EM ESTUDO .................................................... 16
2 - ANÁLISE ESTRUTURAL PARA AÇÕES VERTICAIS E HORIZONTAIS ........... 18
2.1 – CARREGAMENTO VERTICAL ................................................................................... 18
2.1.1 – Procedimentos de distribuição de cargas ...................................................................... 20
2.2 – CARREGAMENTO HORIZONTAL ............................................................................. 22
2.2.1 – Consideração de abas em painéis de contraventamento ............................................... 23
2.2.2 – Distribuição de ações para contraventamentos simétricos ........................................... 24
2.2.3 – Distribuição de ações para contraventamentos assimétricos ........................................ 26

3 - DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL ...... 27


3.1 – DIMENSIONAMENTO DE VERGAS E VIGAS .......................................................... 30
3.2 – DIMENSIONAMENTO DE PILARES E PAREDES .................................................... 36
3.3 – EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM ............................................................................... 40
3.4 – CINTAS ........................................................................................................................... 42
3.5 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS ................................................................................ 43
3.6 - ADERÊNCIA E ANCORAGEM..................................................................................... 44
4 - CONCRETO ARMADO .................................................................................................. 46
4.1 – LAJES MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO ........................................................... 46
4.1.1 – Esforços ........................................................................................................................ 46
4.1.2 – Determinação das armaduras longitudinais .................................................................. 48
4.1.3 – Verificação de flechas .................................................................................................. 49
4.1.4 – Verificação do cisalhamento ........................................................................................ 51
4.1.5 – Comprimento das barras ............................................................................................... 52

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


4.2 - RESERVATÓRIO DE CONCRETO ARMADO ............................................................ 53
4.2.1 – Cargas nos reservatórios ............................................................................................... 54
4.2.2 – Considerações para o cálculo como placas .................................................................. 55
4.2.3 – Verificação da abertura das fissuras ............................................................................. 56
4.2.4 – Vigas-parede ................................................................................................................. 59
4.3 – ESTABILIDADE GLOBAL DA ESTRUTURA DE CONTRAVENTAMENTO ........ 62

5 - CÁLCULO E DETALHAMENTO DAS LAJES e DO reservatório do EDIFÍCIO .. 63


5.1 – CÁLCULO DAS LAJES DO EDIFÍCIO ........................................................................ 63
5.1.1 – Pré-dimensionamento ................................................................................................... 65
5.1.2 – Considerações para o cálculo do carregamento nas lajes ............................................. 65
5.1.3 – Cálculo dos esforços como lajes isoladas ..................................................................... 68
5.1.4 – Cálculo dos momentos fletores .................................................................................... 71
5.1.5 – Definição das armaduras .............................................................................................. 75
5.1.6 – Reações de apoio das lajes ........................................................................................... 78
5.1.7– Verificação ao cisalhamento nas lajes ........................................................................... 78
5.1.8 – Verificação das flechas nas lajes .................................................................................. 78
5.2 – CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DO EDIFÍCIO ....................................................... 79
5.2.1 – Carregamento para o cálculo como placas ................................................................... 80
5.2.2 – Esforços nas lajes isoladas............................................................................................ 82
5.2.3 – Cálculo dos momentos fletores e reações de apoio ...................................................... 83
5.2.4 – Compensação dos momentos fletores........................................................................... 85
5.2.5 – Dimensionamento das armaduras ................................................................................. 86
5.2.6 – Abertura de fissuras ...................................................................................................... 88
5.2.7 – Dimensionamento da parede P2 como viga ................................................................. 89
5.2.8 – Considerações sobre o detalhamento da armadura ....................................................... 92

6 - CÁLCULO DAS AÇÕES VERTICAIS e horizontais NO EDIFÍCIO ........................ 93


6.1 - AÇÕES VERTICAIS ....................................................................................................... 93
6.1.1 – Carregamento da escada ............................................................................................... 93
6.1.2 – Distribuição das cargas verticais .................................................................................. 96

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


6.2 - AÇÕES HORIZONTAIS ............................................................................................... 102
6.2.1 – Ações devidas ao vento .............................................................................................. 102
6.2.2 – Ações correspondentes ao desaprumo ........................................................................ 107
6.2.3 – Ações horizontais globais ........................................................................................... 107
6.2.4 – Distribuição das ações horizontais ............................................................................. 107
7 - DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL .. 111
7.1 – DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES .................................................................... 111
7.1.1 – Determinação da quantidade de furos grauteados ...................................................... 114
7.1.2 – Cálculo das armaduras de tração ................................................................................ 117
7.2 - DIMENSIONAMENTO DAS VERGAS DO EDIFÍCIO ............................................. 122

8 - ESTABILIDADE GLOBAL DA ESTRUTURA DE CONTRAVENTAMENTO .... 126


9 - CONCLUSÕES ............................................................................................................... 128

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


15

1 - INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural é caracterizada como um sistema construtivo em que as


paredes constituem-se ao mesmo tempo nos subsistemas estrutura e vedação. Este fato
traz inúmeras vantagens, incluindo a racionalização do processo construtivo, economia e
simplificação no cálculo do dimensionamento dos elementos. Lembrando sempre que para a
viabilidade deste sistema construtivo é necessário que o projeto de arquitetura seja
concebido para alvenaria estrutural.

Segundo ACCETTI (1998), é crescente o interesse de projetistas, construtores e


proprietários neste sistema construtivo. Mesmo sem o domínio da tecnologia necessária, as
iniciativas privada e estatal vêm, ao longo dos anos, descobrindo na alvenaria estrutural
uma alternativa muito competitiva para a construção.

De acordo com RAMALHO & RAZENTE (2008), por muitos anos a alvenaria
estrutural foi pouco utilizada devido a muitos fatores, tais como: preconceito, maior domínio
da tecnologia do concreto armado por parte de construtores e projetistas e pouca divulgação
do assunto nas universidades durante o processo de formação do profissional. Muitos
projetistas são leigos no que se diz respeito a este sistema construtivo e acabam, assim,
optando pelo concreto armado. Isto é também influenciado pelo reduzido número de
publicações sobre o assunto em português, pois a maior parte da bibliografia é estrangeira e
voltada para as peculiaridades de cada país.

1.1 – OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo do presente trabalho é apresentar o processo de cálculo completo e o


projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural de blocos vazados de
concreto.

1.2 – METODOLOGIA

Para alcançar o objetivo proposto por este trabalho teórico, procurou-se cumprir
as etapas presentes na confecção de um projeto estrutural utilizando-se as recomendações
encontradas em bibliografias sobre o assunto.

Para o cálculo dos elementos estruturais, não foram utilizados grandes recursos
computacionais, utilizando apenas os softwares AutoCAD, Ftool e Microsoft Office Excel.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 16

Dessa forma, procurou-se mostrar que, desde que realizado com cuidado, o
cálculo de um edifício em alvenaria estrutural pode ser realizado com segurança mesmo
sem a utilização dos softwares de cálculo estrutural encontrados no mercado.

Neste trabalho não foi discorrido sobre os aspectos construtivos do sistema


construtivo em alvenaria estrutural, mas sim os procedimentos de cálculo de uma edificação.

1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho foi organizado em nove capítulos, sendo o primeiro a


introdução e apresentação do trabalho.

Pode-se dividir o trabalho em duas partes, o cálculo do edifício em estudo e o


embasamento teórico com que este cálculo foi realizado.

Do segundo ao quarto capítulo encontra-se a revisão bibliográfica utilizada para


o cálculo do edifício. O segundo capítulo trata sobre a análise das ações verticais e
horizontais em edifícios de alvenaria estrutural. O terceiro capítulo traz os aspectos mais
importantes para o dimensionamento dos elementos de alvenaria estrutural. Um resumo
sobre o dimensionamento de lajes e reservatório de concreto armado moldado in loco é
encontrado no quarto capítulo.

Do quinto ao oitavo capítulo encontra-se o memorial de cálculo do edifício em


estudo. No quinto capítulo é apresentado o dimensionamento das lajes e do reservatório do
edifício. O capítulo seis apresenta a análise das ações verticais e horizontais. O capítulo
sete apresenta o dimensionamento das paredes e das vergas. A verificação da estabilidade
global da estrutura de contraventamento é realizada no capítulo oito.

Por fim, no nono capítulo são apresentadas as conclusões a respeito do


trabalho.

1.4 – CARACTERÍSTICAS DO PROJETO EM ESTUDO

O edifício analisado neste trabalho é composto pelo térreo (tipo) mais oito
pavimentos tipo e cobertura. No topo do edifício encontra-se todo o ático da edificação.

O edifício estará situado na cidade de Goiânia.

No Anexo A encontrado no final deste trabalho encontra-se a planta baixa da


arquitetura do edifício.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 17

Optou-se por projetar o reservatório e as lajes em concreto armado moldado in


loco.

O tipo de bloco escolhido para a alvenaria estrutural foi o vazado de concreto de


modulação igual a 15cm.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


18

2 - ANÁLISE ESTRUTURAL PARA AÇÕES VERTICAIS E


HORIZONTAIS

Este capítulo apresentará a metodologia de determinação e distribuição das


ações verticais e horizontais em edifícios de alvenaria estrutural.

2.1 – CARREGAMENTO VERTICAL

As principais ações verticais atuantes nas paredes estruturais são o seu peso
próprio e as reações das lajes.

De acordo com ACCETTI (1998), nos edifícios em alvenaria estrutural,


normalmente, as paredes são solicitadas de maneira bastante diferenciada umas das
outras. Isto levaria a diversas especificações de resistências de blocos para um mesmo
pavimento, o que não é recomendável, já que podem ocorrer trocas entre blocos de
diferentes resistências. Assim sendo, a parede mais carregada tenderia a definir a
resistência dos blocos a serem utilizados para todas as paredes do pavimento, o que
oneraria o custo da obra.

Dessa forma, a uniformização das cargas ao longo da altura da edificação


acarreta em benefícios econômicos com a utilização de blocos menos resistentes. Para que
de fato exista esta uniformização, deve-se tomar algumas medidas no processo construtivo.

Quando se coloca um carregamento localizado sobre apenas uma parte do


comprimento de uma parede de alvenaria, tende a haver um espalhamento dessa carga ao
longo de sua altura. A NBR-10837 (1989) prescreve que esse espalhamento deve-se dar
segundo um ângulo de 45 graus.

Segundo CORRÊA & RAMALHO (2003), as providências construtivas que mais


contribuem para a existência de forças de interação elevadas e, portanto, uma maior
uniformização das cargas, em caso de cantos e bordas são:

a) amarração das paredes em cantos e bordas sem juntas a prumo;

b) existência de cintas sob a laje do pavimento e à meia altura;

c) pavimento em laje maciça, o que não inviabiliza a utilização de outros tipos de lajes.

Ainda de acordo com CORRÊA & RAMALHO, quanto às aberturas, os detalhes


construtivos que mais colaboram para o aumento das forças de interação são:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 19

a) existência de vergas;

b) existência de contra-vergas.

Sendo que essas vergas e contra-vergas devem ser previstas com uma
penetração apropriada nas paredes a que se ligam. Quanto maiores essas penetrações,
melhores condições de desenvolvimento de forças de interação serão criadas.

Tomando-se as medidas construtivas citadas anteriormente, esse espalhamento


ocorrerá também em cantos, bordas e aberturas. As Figuras 2.1, 2.2 e 2.3 indicam estas
interações.

Figura 2.1 – Espalhamento do carregamento em paredes planas e em “L”

Figura 2.2 – Interação de paredes em um canto

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 20

Figura 2.3 – Interação de paredes em região de janela

2.1.1 – Procedimentos de distribuição de cargas

Neste ítem serão apresentados alguns dos procedimentos utilizados para se


fazer a distribuição das ações verticais.

a) Paredes isoladas

Neste procedimento considera-se cada parede como um elemento


independente, não interagindo com os demais elementos da estrutura. É um procedimento
simples, porém anti-econômico, pois resulta em especificação de blocos com maiores
resistências, ou seja, mais caros.

b) Grupos isolados de paredes

Neste procedimento admite-se que as cargas são totalmente uniformizadas em


cada grupo de paredes considerado, mas que não se interagem uns com os outros.

A definição dos grupos fica a cargo do projetista, não havendo regras bem
definidas que possam orientar esta escolha. Usualmente as aberturas são consideradas
como o limite entre os grupos, o que é um procedimento seguro.

É um procedimento simples, já que basta que todas as cargas a serem aplicadas


em qualquer parede de um determinado grupo sejam somadas e posteriormente distribuídas
pela área total do grupo correspondente.

A utilização de grupos isolados de paredes leva a uma redução bastante


significativa das resistências dos blocos em relação ao procedimento das paredes isoladas.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 21

c) Grupos de paredes com interação

A diferença entre este procedimento e o anterior é que os grupos de paredes


definidos interagem entre si segundo uma taxa pré-definida, formando macrogupos. Ou seja,
considera-se a existência de forças de interação também sobre as aberturas.

A taxa de interação representa a parcela da diferença de cargas que deve ser


uniformizada em cada nível entre os grupos que interagem. Segundo ACCETTI (1998), na
falta de modelos teóricos ou de algum procedimento experimental, pode-se adotar para a
uniformização das cargas verticais entre os grupos, o modelo da NBR-10837 (1989), que é o
espalhamento a 45 graus.

É um procedimento mais trabalhoso que os dois anteriormente mencionados.


CORRÊA & RAMALHO sugerem a automatização através de computadores, para que se
reduza a possibilidade da ocorrência de erros. Resumidamente, trata-se de fazer a
distribuição através das seguintes equações:

d i  qi  qm   1  t  (2.1)

qi  qm  d i  (2.2)

Onde:

qi : carga do grupo i;

q m : carga média dos grupos que estão interagindo, calculada pela carga total
dividida pelo comprimento total;

d i : diferença de carga do grupo em relação à média;

t : taxa de interação.

De acordo com ACCETTI (1998), é essencial a experiência do projetista, tanto


na escolha dos macrogrupos como na determinação da taxa de interação, pois são fatores
que levam a diferenças apreciáveis nas cargas das paredes, podendo afetar de maneira
significativa a segurança e a economia.

A economia é sem dúvida o maior atrativo deste procedimento. As


especificações de resistências de blocos resultantes da aplicação dos conceitos de grupos
de paredes com interação tendem a ser as menores entre os procedimentos discutidos até
aqui, ou seja, paredes isoladas, grupos isolados de paredes e grupos de paredes com
interação.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 22

2.2 – CARREGAMENTO HORIZONTAL

Segundo ACCETTI (1998), as principais ações horizontais que devem ser


consideradas no Brasil são a ação do vento e o desaprumo. No caso de áreas sujeitas a
abalos sísmicos, a sua consideração é indispensável no cálculo do edifício.

O vento atua sobre as paredes dispostas na direção perpendicular à sua, as


quais passam a ação às lajes dos pavimentos. Sendo as lajes diafragmas rígidos no seu
plano, distribuem parcelas da ação do vento aos painéis de contraventamento,
proporcionalmente à rigidez de cada um.

Para a consideração do vento, deve-se utilizar a NBR-6123 (1989). Dessa forma,


obtêm-se forças, ao nível de cada pavimento, que posteriormente serão distribuídas pelos
painéis de contraventamento.

CORRÊA & RAMALHO (2003) sugerem que o desaprumo seja considerado


tomando por base a norma alemã DIN 1053. Sendo o ângulo para o desaprumo do eixo da
estrutura tomado em função da altura da edificação, conforme o que se apresenta na
seguinte equação:

1
 (2.3)
100  H

Onde:

 : ângulo em radianos do desaprumo;

H : altura da edificação em metros.

Ainda de acordo com CORRÊA & RAMALHO (2003), este procedimento é


racional, pois o ângulo de desaprumo decresce em relação à altura da edificação. Isso é o
que se espera no caso de edificações, pois a probabilidade de erros de prumo dos
pavimentos sempre para o mesmo lado é relativamente pequena.

Através do ângulo  , pode-se determinar uma ação horizontal equivalente a ser


aplicada ao nível de cada pavimento, através da seguinte expressão:

Fd  P   (2.4)

Onde:

Fd : força horizontal equivalente ao desaprumo;

P : peso total do pavimento considerado.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 23

Segundo CORRÊA & RAMALHO, essas forças, que aparecem esquematizadas


na Figura 2.4, podem ser simplesmente somadas à ação dos ventos, permitindo que a
consideração desse efeito seja feita de forma simples e segura.

Figura 2.4 – Ação horizontal equivalente para a consideração do desaprumo

2.2.1 – Consideração de abas em painéis de contraventamento

Segundo CORRÊA & RAMALHO (2003), para a correta consideração da rigidez


dos painéis de contraventamento é recomendável que se leve em conta a contribuição das
abas ou flanges, que são trechos de paredes transversais ligados ao painel. Esses trechos
podem ser considerados como solidários aos painéis, alterando de forma significativa a sua
rigidez, especialmente o momento de inércia relativo à flexão.

As recomendações da NBR-10837 (1989) e do ACI-530 para consideração do


comprimento efetivo das abas são muito semelhantes, sendo que a norma brasileira é um
pouco mais complexa neste ponto.

CORRÊA & RAMALHO (2003) recomendam a utilização da prescrição


encontrada no ACI-530, pois, segundo os mesmos autores, as recomendações da NBR-
10837 tornam a consideração mais complexa, sem acrescentar qualquer beneficio.

O ACI-530 especifica que o comprimento efetivo das abas deve ser de seis
vezes a espessura da parede para cada lado onde houver aba a ser considerada.

É extremamente recomendada a consideração de abas em painéis de


contraventamento. Apesar de um pouco mais trabalhosa, essa consideração é bastante
interessante. Segundo CORRÊA & RAMALHO (2003), duas vantagens podem ser
destacadas. A primeira diz respeito a uma maior acuidade na determinação da rigidez de

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 24

cada painel que participa da estrutura de contraventamento. Como quinhões de carga são
distribuídos em função dessas rigidezes, a ausência das abas pode influir negativamente na
distribuição das ações, fazendo com que alguns painéis tenham sua rigidez subestimada ou
superestimada, causando uma distribuição incorreta dessas ações. Além disso, as abas em
geral dobram as inércias dos painéis e, portanto, praticamente dividem por dois as tensões a
serem obtidas da análise.

2.2.2 – Distribuição de ações para contraventamentos simétricos

No caso de contraventamentos simétricos em relação à direção em que atua o


vento que se deseja analisar, haverá apenas translação dos pavimentos. Nesse caso todas
as paredes, em um determinado nível, apresentarão deslocamentos iguais. Isso facilita
significativamente a distribuição das ações pelos painéis de contraventamento.

A seguir, serão apresentados dois procedimentos para a distribuição das ações


horizontais.

a) Paredes isoladas

Neste procedimento, considera-se que a existência de uma abertura separe as


paredes adjacentes a essa abertura, transformando-as em elementos isolados, verdadeiras
vigas engastadas na extremidade inferior e livres na outra.

Este é um procedimento de distribuição que pode ser muito simples e eficiente.


A aplicação do processo consiste em se determinar a rigidez relativa de cada painel e, a
partir daí, distribuir as ações horizontais proporcionalmente a essa rigidez relativa.

Pode-se definir a soma de todas as inércias da seguinte forma:

 I  I1  I 2  I 3  ...  I n (2.5)

A rigidez relativa de cada painel será:

Ii (2.6)
Ri 
I

A ação em cada painel pode ser obtida simplesmente multiplicando-se a ação


total em um determinado pavimento, Ftot , pelo valor Ri , ou seja:

Fi  Ftot  Ri

(2.7)

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 25

Encontradas as ações ao nível de cada pavimento, determina-se os diagramas


de esforços solicitantes. As tensões normais devidas à ação do momento fletor podem ser
encontradas utilizando-se a expressão tradicional da resistência dos materiais:

M
 (2.8)
W

Onde:

M : momento fletor atuante na parede;

W : módulo de resistência à flexão ( W  I ymáx ).

b) Paredes com aberturas

Este procedimento consiste em considerar as alvenarias com aberturas como


pórticos, com pilares e vigas. Os pilares são os trechos verticais de parede e as vigas são os
lintéis (trechos entre as aberturas). Os painéis assim definidos absorverão esforços também
proporcionais às suas rigidezes, de forma semelhante ao que foi descrito anteriormente para
o procedimento com paredes isoladas.

É um procedimento que, evidentemente, envolve a utilização de recursos


computacionais. Para o caso de ação segundo um eixo de simetria da estrutura de
contraventamento, poderá ser utilizado um simples programa para pórticos planos. Basta
que metade dos diversos painéis da estrutura, pórticos ou paredes isoladas, sejam
modelados em um esquema chamado de associação plana de painéis.

De acordo com CORRÊA & RAMALHO, dois detalhes são importantes para esse
caso de associação. O primeiro diz respeito à barra que realiza a ligação entre os painéis ao
nível de cada pavimento, simulando a laje de concreto. Evidentemente, essa barra deve ser
suficientemente rígida para que os deslocamentos de todos os nós de um mesmo nível
sejam iguais. O segundo ponto a ser destacado é a aplicação do carregamento,
normalmente metade da ação total do pavimento, apenas no primeiro painel modelado. A
distribuição dessa ação se fará automaticamente pela compatibilidade dos deslocamentos,
garantindo esforços coerentes em cada elemento da estrutura.

As tensões encontradas com este procedimento são significativamente menores


que as paredes consideradas isoladamente. Entretanto, segundo CORRÊA & RAMALHO,
deve-se tomar as devidas precauções para que todos os esforços advindos da análise
sejam corretamente considerados. Em especial, deve-se verificar a flexão e o cisalhamento
dos lintéis, garantindo o funcionamento da estrutura segundo o modelo idealizado.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 26

Observando-se que no caso das paredes com aberturas, os “pilares” estão submetidos à
flexão composta com força normal.

2.2.3 – Distribuição de ações para contraventamentos assimétricos

Caso o eixo segundo o qual atua a ação horizontal não seja de simetria, o
pavimento não apenas translada, mas também apresenta uma rotação. Assim sendo, os
deslocamentos dos painéis, para um mesmo pavimento, não serão iguais.

Os procedimentos de distribuição basicamente continuam os mesmos, porém


existe a necessidade de maiores recursos computacionais para a obtenção de resultados
consistentes com o fenômeno.

CORRÊA & RAMALHO (2003) sugerem, para estes casos, a utilização de um


programa que possua elementos de barra tridimensionais e um recurso conhecido como nó
mestre. O nó mestre é um recurso computacional através do qual as translações no plano
do pavimento dos nós a ele ligados são transferidas em conjunto com a rotação normal a
esse plano, como se existisse um segmento totalmente rígido entre o nó considerado e o nó
mestre. Todos os nós do pavimento perdem os referidos graus de liberdade de translação, e
também a rotação em torno do eixo normal ao plano, ficando as rigidezes concentradas no
nó eleito como mestre do pavimento. Sendo que, para o caso de paredes com aberturas, a
única diferença é de que existirão barras horizontais para simular os lintéis.

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27

3 - DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA


ESTRUTURAL

A NBR-10837 (1989) adota o Método das Tensões Admissíveis para o


dimensionamento dos elementos de alvenaria estrutural. De acordo com esta norma, as
tensões admissíveis para a alvenaria não armada devem ser baseadas na resistência dos
prismas, f p , aos 28 dias ou na idade na qual a estrutura estará submetida ao carregamento

total.

As tensões admissíveis de compressão axial na alvenaria podem ser


determinadas por meio de ensaios de prismas (dois blocos de concreto unidos por junta de
argamassa) regulamentados pela NBR-8215 (1983), ou por meio de ensaios de paredes
regulamentados pela NBR-8949 (1985).

Normalmente, opta-se pelo ensaio de prismas, por ser mais econômico e mais
fácil de ser executado do que o ensaio de paredes.

Existe um conceito muito importante quando se trata da influência da resistência


dos blocos na resistência à compressão das paredes. É a “eficiência”,  , ou seja, a relação

entre a resistência do prisma, f p , e a resistência do bloco, f b , que o compõe. A relação a

seguir exprime matematicamente este conceito:

fp
 (3.1)
fb

Segundo ACCETTI (1998), no Brasil, a prática costuma indicar valores que


variam de 0,5 a 0,9 para a eficiência no caso de blocos de concreto.

A Tabela 3.1 faz um resumo das prescrições da NBR-10837 (1989) para as


tensões admissíveis da alvenaria não-armada. De forma semelhante, a Tabela 3.2
apresenta prescrições para a alvenaria armada. A Tabela 3.3 apresenta os valores de
tensões admissíveis para as armaduras.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 28

Tabela 3.1 – Tensões admissíveis para alvenaria não armada

Tensão admissível (MPa)


Tipo de solicitação
12,0  f a  17,0 5,0  f a  12,0
0,20  f p  R 0,20  f p  R
ou ou
Parede
Compressão 0,286  f par  R 0,286  f par  R
simples
Tensões Normais

Pilar 0,18  f p  R 0,18  f p  R

Compressão na flexão 0,30  f p 0,30  f p

Normal à 0,15 (bloco vazado) 0,10 (bloco vazado)


fiada 0,25 (bloco maciço) 0,15 (bloco maciço)
Tração na
flexão 0,30 (bloco vazado) 0,20 (bloco vazado)
Paralela à
fiada 0,55 (bloco maciço) 0,40 (bloco maciço)
Cisalhamento 0,25 0,15

Onde:

f a , f p e f par : resistências da argamassa, prisma e parede, respectivamente;

3
 h 
R  1   : fator de redução da resistência associado à esbeltez (altura da
 40  t 
parede, h, sobre espessura da parede, t).

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 29

Tabela 3.2 – Tensões admissíveis para alvenaria armada

Tipo de solicitação Tensão admissível (MPa) Valor máximo (MPa)

Parede 0,225  f p  R
Compressão 0,33  f p  6,2
0,20  f  0,30    f s,c   R
Tensões
Normais

simples Pilar p

Compressão na flexão 0,33  f p 6,2


Tração na flexão - -
Vigas 0,09  f p 0,35
Pilares parede

M 0,07 
Peças fletidas 1 fp 0,25
sem armadura V d
Cisalhamento

M 0,17 
1 fp 0,35
V d
Vigas 0,25  fp 1
Peças fletidas
Pilares parede

com armadura M 0,12 


1 fp 0,5
para todas as V d
tensões de
cisalhamento M 0,17 
1 fp 0,8
V d
0,250  f p
Tensões de

Em toda espessura da parede


contato

Em 1/3 da espessura (mínimo) 0,375  f p

Entre os limites acima Interpolar os valores anteriores


Módulo de deformação 400  f p 8000
Módulo de deformação transversal 200  f p 3000
Aderência 1,0

Onde:

M e V : momento fletor e força cortante em paredes de contraventamento,


respectivamente;

d : distância entre a face comprimida e a armadura (altura útil da seção).


Tabela 3.3 – Tensões admissíveis no aço

Solicitação Armadura Tensão admissível (MPa)


f yd  412
Barras com mossas, MPa e   32 mm 165
Tração Barras colocadas na argamassa de assentamento 0,50  f yd  206
Outras armaduras 137
Armaduras de pilares 0,40  f yd  165
Compressão
Armaduras em paredes 62

Para complementar, segundo a NBR-10837 (1989), o graute deve ter sua


resistência característica maior ou igual a duas vezes a resistência característica do bloco.

Segundo a NBR-10837 (1989), a tensão de cisalhamento admissível em


parafusos de aço e ancoragens não deve exceder os valores indicados na Tabela 3.4.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 30

Tabela 3.4 – Tensões de cisalhamento admissíveis em parafusos e ancoragens

Diâmetro do parafuso ou Embutimento


(Mpa)
ancoragem (mm) (mm)

6,3 100 1,8


9,5 100 2,8
12,7 100 3,8
15,9 100 5,1
19 130 7,5
22,2 150 10,3
25,4 180 12,7
28,4 200 15,4

Os parafusos ou ancoragens devem estar solidamente envolvidos pela


argamassa de assentamento ou pelo graute.

3.1 – DIMENSIONAMENTO DE VERGAS E VIGAS

Vergas e vigas são elementos estruturais lineares destinados a suportar e


transmitir ações verticais mediante um comportamento predominante de flexão.

De acordo com a NBR-10837 (1989), para o cálculo das vergas, só é necessário


tomar como carregamento as ações atuantes no triângulo isósceles definido sobre a mesma
(Figura 3.1).

45° 45°

Figura 3.1 – Carga distribuída dentro do triângulo de carga


L
Para cargas concentradas sobre vergas de portas ou janelas, que se apliquem
no interior ou na proximidade do triângulo de carga, é adotada uma distribuição a 60 graus
(Figura 3.2).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 31

60° 45°

L
Figura 3.2 – Carga concentrada fora do triângulo de carga

O item 5.2.2 da NBR-10837 (ABNT, 1989) fixa as hipóteses de cálculo dos


elementos fletidos. Para maior clareza, apresentam-se as suas prescrições, que são as
seguintes:

[...] Os componentes fletidos são calculados no Estádio II. Nestes cálculos, as


hipóteses básicas são as seguintes:

a seção que é plana antes de fletir permanece plana após a flexão;

o módulo de deformação da alvenaria e da armadura permanece constante;

as armaduras são completamente envolvidas pelo graute e pelos elementos


constituintes da alvenaria, de modo que ambos trabalhem como material
homogêneo dentro dos limites das tensões admissíveis.

É importante ressaltar que no Estádio II supõe-se que a alvenaria não suporte


tensões de tração. Além disso, o comportamento dos materiais é admitido como sendo
linear.

A seguir será apresentado um resumo das principais fórmulas utilizadas no


dimensionamento à flexão simples. A Figura 3.3, retirada de ACCETTI (1998), auxilia na
definição dos parâmetros.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 32

Figura 3.3 – Flexão simples em seção retangular (armadura simples)

Inicialmente, definem-se duas grandezas adimensionais auxiliares, a razão de


tensões, m , e a razão modular, n .

fs (3.2)
m
f alv

Es (3.3)
n
Ealv

Onde:

f s : tensão de tração nas armaduras ( f s ,t );

f alv : máxima tensão de compressão na alvenaria ( f alv, f );

E s : módulo de elasticidade do aço;

E alv : módulo de elasticidade da alvenaria.

Define-se a posição da linha neutra:

k x    n    n2  2    n (3.4)

Onde:

As

bd

A armadura pode ser calculada pela seguinte expressão:

M (3.5)
As  k s 
d

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 33

Onde:

1
ks 
fs  kz

A máxima tensão na alvenaria é dada por:

2 M (3.6)
f alv  
kx  kz b  d 2

O melhor aproveitamento, dimensionamento balanceado, é conseguido quando


a armadura e a alvenaria atingem simultaneamente as suas tensões admissíveis, ou seja:

f alv  f alv, f e f s  f s ,t

Nesse caso, a posição da linha neutra e a taxa de armadura podem ser


facilmente obtidas com as seguintes relações:

n (3.7)
k xb 
n  mb

n (3.8)
b 
2  mb  mb  n 

A altura útil correspondente a este dimensionamento é obtida através da


seguinte expressão:

2 M (3.9)
db  
k xb  k zb b  f alv, f

Em que:

k xb
k zb  1 
3

a) Dimensionamento subarmado

O dimensionamento subarmado ocorre quando a altura útil disponível é maior ou


igual à necessária ao dimensionamento balanceado.

Para este tipo de dimensionamento deve ser utilizado um processo iterativo para
a determinação da posição da linha neutra e da área de aço necessária ao elemento. Esse
procedimento pode ser realizado com o auxílio da planilha de cálculo, retirada de CORRÊA
& RAMALHO (2003), apresentada na Tabela 3.5.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 34

Tabela 3.5 – Flexão de seções subarmadas

1 M As kx
i kz ks  As  k s  n n k x    n    n  2  2    n kz 1
f ,ts  kz d bd 3
1 k bz     
2      
     
...

O primeiro valor de k z a ser utilizado é o do dimensionamento balanceado. O

cálculo termina quando o valor de k z obtido da última coluna não diferir significativamente
do valor da primeira coluna. Em geral, o processo iterativo é rápido e necessita de no
máximo três iterações.

No final do processo deve-se chegar a:

2 M (3.10)
f alv    f alv, f
kx  kz b  d 2

b) Dimensionamento com armadura dupla

O roteiro de cálculo descrito a seguir pode ser melhor compreendido com o


auxílio da Figura 3.4, retirada de ACCETTI (1998).

Figura 3.4 – Flexão simples em seção retangular (armadura dupla)

Determina-se, inicialmente, a parcela do momento fletor que é absorvida com


armaduras simples e dimensionamento balanceado:

bd2 (3.11)
M o  f alv, f  kb  k zb 
2

A seção de armadura tracionada correspondente ao momento M o é calculada

por:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 35

Mo (3.12)
As1 
f s ,t  k zb  d

Determina-se a parcela complementar do momento ( M  M  M o ), que deve

ser absorvida apenas pelo binário de forças correspondentes às armaduras adicionais As 2

(na região tracionada) e As' (na região comprimida).

As seções de armadura adicionais são calculadas pelas seguintes expressões:

As' 
M

d  x   1 (3.13)
d  d ' x  d ' f s,t
c) Dimensionamento ao cisalhamento

A tensão convencional de cisalhamento atuante nas vergas e vigas de alvenaria


deve ser calculada, segundo a NBR-10837 (1989), com a seguinte expressão:

V (3.14)
 alv 
bd

Onde:

V : esforço cortante;

b : largura da seção;

d : altura útil, ou seja, distância da face comprimida ao centróide das armaduras


tracionadas.

No caso da tensão atuante de cisalhamento superar o limite de tensão


admissível correspondente a peças fletidas sem armadura de cisalhamento, é necessário
calcular esta armadura.

De acordo com a NBR-10837 (1989), a área das barras que funcionem como
estribos pode ser calculada pela fórmula:

V s (3.15)
Asw,90 
f s ,t  d

Onde:

V : esforço cortante atuante;

s : espaçamento dos estribos;

f s ,t : tensão admissível do aço dos estribos

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 36

d : altura útil da verga ou viga

3.2 – DIMENSIONAMENTO DE PILARES E PAREDES

De acordo com a NBR-10837 (1989), paredes são elementos laminares verticais,


apoiados de modo contínuo em toda a sua base, com comprimento maior que cinco vezes a
espessura, enquanto que pilares são elementos estruturais em que a seção transversal
utilizada no cálculo dos esforços resistentes possui relação de lados inferior a cinco.

Paredes e pilares são elementos verticais preponderantemente comprimidos.

a) Dimensionamento à compressão axial

A tensão normal de compressão axial atuante em uma parede ou pilar é dada


por:

P (3.16)
f alv,c 
Aef

Onde:

f alv,c : tensão de compressão axial atuante;

P : carga vertical de compressão atuante;

Aef : área efetiva da parede ou pilar.

O cálculo da área pode ser feito tanto em relação à seção líquida como em
relação à seção bruta, basta que a resistência do prisma seja dada em função da mesma
área. Segundo a NBR-8215 (1983), os resultados devem ser relatados como a tensão obtida
da divisão da carga de ruptura pela área líquida do bloco, no caso dos prismas ocos, ou pela
área bruta, no caso dos prismas cheios. Se, com a finalidade de aumentar a capacidade
resistente da parede, alguns furos dos blocos forem grauteados, basta computar o aumento
de área correspondente.

b) Dimensionamento à flexão composta

A flexão composta, em que ocorre interação entre carregamento axial e


momentos fletores, é muito comum em elementos de alvenaria estrutural, particularmente
quando se analisam estruturas portantes de edifícios. Neste caso, além de suportar as
cargas gravitacionais, as paredes que fazem parte do sistema de contraventamento lateral
resistem às ações horizontais provenientes do vento e do desaprumo.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 37

A primeira verificação a ser feita quando se analisa uma seção submetida à


flexão composta é a respeito de eventuais tensões de tração que possam ocorrer:

f alv, f  0,75  f alv,c  f alv,t (3.17)

Onde:

f alv, f : tensão de compressão atuante, devido à flexão;

f alv,c : tensão de compressão axial atuante;

f alv,t ; tensão de tração admissível na alvenaria não armada.

Se esta relação for atendida, significa que a seção transversal estará submetida
a tensões menores que aquelas que podem ser resistidas pela alvenaria não-armada, não
sendo necessária a utilização de armaduras para resistir aos esforços de tração

Em caso contrário, deve-se providenciar armaduras para absorver aos esforços


de tração.

Quando para o cálculo das tensões atuantes estiverem sendo consideradas


apenas as cargas permanentes e ações variáveis, a verificação será feita através da
relação:

f alv,c f alv, f (3.18)


  1,00
f alv,c f alv, f

Onde:

f alv,c : tensão de compressão atuante;

f alv,c : tensão admissível à compressão;

f alv, f : tensão de flexão atuante;

f alv, f : tensão admissível de flexão.

Caso a ação dos ventos também seja considerada na combinação, a NBR-


10837 prescreve que o limite das tensões pode ser acrescido 33%. Isso significa verificar a
combinação através da relação:

f alv,c f alv, f (3.19)


  1,33
f alv,c f alv, f

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 38

Quando as tensões de tração ultrapassam o valor admissível, a NBR-10837


(1989) prescreve que se deve prever a utilização de armaduras para resistir a essas
tensões.

A Figura 3.5, retirada de ACCETTI (1998), auxilia na definição dos parâmetros


principais utilizados para o dimensionamento à flexão composta.

Figura 3.5 – Flexão composta (Estádio II)

Inicialmente, deve-se calcular a máxima tensão de compressão devida à flexão


que se pode ter:

 f  (3.20)
f alv, fmáx    alv,c   f alv, f
 f alv,c 
 
Sendo que  pode ser igual a 1,33 ou 1,00, dependendo da combinação incluir
ou não a ação do vento, respectivamente.

Como primeira tentativa, pode-se admitir que a máxima tensão de compressão é


a que corresponde a 100% de f alv, fmáx , o que leva a uma tensão de compressão total de:

f c  f alv,c  f alv, fmáx (3.21)

A posição da linha neutra pode ser definida por:

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 39

1  2 1  h  (3.22)
  f c  t   x    f c  t  d   x  M  N    d '  0
6  2  2 

Com o valor de “x” determina-se a tensão de tração no aço:

dx (3.23)
fs  n   fc
x

Se o valor de f s for superior ao f s ,t , deve-se buscar uma nova solução, que

corresponde a uma nova tensão de compressão e a uma nova posição da linha neutra. A

solução econômica é aquela em que f s se aproxima de f s ,t . Nestas condições, determina-

se a resultante de compressão na alvenaria:

1 (3.24)
C  fc  x  t
2

A resultante de tração na armadura é:

T CN 0 (3.25)

Determina-se, então, a área de armadura de tração:

T (3.26)
As 
  fs

Sendo que  assume os mesmos valores citados anteriormente.

Além deste procedimento, CORRÊA & RAMALHO (2003) recomendam a


utilização de um processo simplificado sugerido por AMRHEIN (1998). O processo assume
que a seção é homogênea, mas que a tração é suportada pelas armaduras. Sua utilização é
bastante simples, mas implica considerar que o aço estará submetido a deformações que
produzam uma tensão igual à admissível. Este procedimento pode ser organizado nos
seguintes passos:

Determinação das tensões atuantes de tração, f t , e compressão, f alv , bem

como a posição da linha neutra, Figura 3.6, através das expressões clássicas da resistência
dos materiais.

N M (3.27)
f alv  
A W

N M (3.28)
ft  
A W

Onde A é a área da seção transversal e W é o módulo de resistência à flexão.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 40

Verificação da tensão de compressão na alvenaria, f alv .

Determinação da força total de tração por integração das tensões de tração, que
na seção retangular se escreve:

(3.29)
 f t  b  h  x 
1
T
2

Determinação da área de aço:

T (3.30)
As 
  f s ,t

M
N
f alv T

ft
x

h
Figura 3.6 – Tensões e posição da linha neutra

c) Dimensionamento ao cisalhamento

A verificação ao cisalhamento e o dimensionamento da armadura para resistir a


este tipo de esforço em paredes e pilares ocorre da mesma forma que em vigas e vergas.

3.3 – EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM

A NBR-10837 (1989) permite que os efeitos locais de segunda ordem nas


estruturas de alvenaria estrutural sejam estimados em função da esbeltez (  ) dos
elementos, definida pela razão altura efetiva ( hef ) sobre espessura efetiva ( t ef ), ou seja,

  hef t ef . Segundo a norma, os limites máximos para a esbeltez dos elementos constam
da Tabela 3.6.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 41

Tabela 3.6 – Índices máximos de esbeltez da NBR-10837 (1989)

Tipo de Alvenaria Elemento Esbeltez


Paredes 20
Não-armada Pilares 20
Pilares isolados 15
Armada Paredes e pilares 30
Não-estrutural Paredes 36

Normalmente, a espessura efetiva de uma parede de alvenaria é sua espessura


real. Entretanto, a NBR-10837 (1989) permite que se considere uma espessura efetiva
equivalente quando se tem a presença de enrijecedores.

A Tabela 3.7 e a Figura 3.7 servem como auxílio para a determinação da


espessura efetiva de paredes e pilares. A espessura efetiva é determinada pela seguinte
equação:

t ef    t pa (3.31)

Onde:

t ef : espessura efetiva;

 : coeficiente de multiplicação apresentado pela Tabela 3.6;

t pa : espessura real da parede.

Tabela 3.7 – Coeficiente 


Le t e t e t pa  1 t e t pa  2 t e t pa  3
6 1,0 1,4 2,0
8 1,0 1,3 1,7
10 1,0 1,2 1,4
15 1,0 1,1 1,2
 20 1,0 1,0 1,0

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 42

tpa

te

Le

Figura 3.7 – Parâmetros para cálculo da espessura efetiva de paredes

Para a determinação do coeficiente  utilizando a Tabela 3.7, é aconselhável a


interpolação de valores.

Em todo caso, a NBR-10837 (1989) menciona 14cm como valor absoluto mínimo
para a largura efetiva de paredes portantes e pilares armados, subentendendo-se que esse
limite valha também para as alvenarias não armadas.

A altura efetiva de paredes e pilares de alvenaria, aqui denominada de hef , é um

dos parâmetros importantes para o cálculo da esbeltez de um elemento. A NBR-10837


(1989) apresenta prescrições muito simples que podem ser resumidas nos itens seguintes:

a) quando existe travamento na base e no topo, a altura efetiva deve ser a própria
altura real da parede ( hef  h );

b) quando a extremidade superior estiver livre, a altura efetiva será duas vezes a altura
real do elemento ( hef  2  h ).

3.4 – CINTAS

Segundo ACCETI (1998), as cintas são fiadas compostas por blocos canaleta
preenchidos com graute e armadura e possuem como função dar travamento ao prédio
como um todo, transmitir a reação da laje à alvenaria e combater efeitos provocados por
variações volumétricas. Deste modo são indicadas abaixo da laje em todas as paredes e a
meia altura, em especial nas paredes externas, por estarem expostas às intempéries.

Ainda de acordo com ACCETI (1998), as cintas em geral não são calculadas,
admitindo-as de altura igual a um bloco canaleta e armadura construtiva, que pode ser, por
exemplo, 1  10,00mm corrido ou 2  8,00mm corridos.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 43

ACCETTI (1998) recomenda a utilização de uma cinta dupla abaixo de lajes de


cobertura para dar maior travamento horizontal às paredes, evitando-se problemas de
fissuração.

3.5 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Este ítem é um resumo das disposições construtivas determinadas pela NBR-


10837 (1989) e foi completamente extraído de ACCETTI (1998).

a) Paredes

De acordo com o item 5.4.3.1.1 da ABNT (NBR-10837), as paredes resistentes


devem ser armadas vertical e horizontalmente. A taxa de armadura mínima total deve ser
0,2% vezes a área bruta da parede. A taxa de armadura mínima em cada direção deve ser
de 0,07% da área da seção transversal bruta tomada perpendicular à armadura
considerada.

De acordo com o item 5.2.3.1.3 da mesma norma, as paredes resistentes devem


ser armadas com uma taxa de armadura não inferior a 0,2% vezes a área bruta da parede, e
não mais do que 2/3 devem estar em uma direção e 1/3 na outra.

As armaduras com barras de diâmetro máximo 6,3 mm podem ser colocadas na


argamassa e consideradas como parte da armadura necessária. A ABNT (NBR-10837) é
bastante confusa nas suas especificações. De acordo com o item 5.4.3.1.3, o diâmetro da
armadura horizontal na argamassa de assentamento não deve exceder a metade da
espessura da camada de argamassa na qual a barra está colocada (em geral 1cm). Ainda
de acordo com este item, as armaduras longitudinais situadas na argamassa de
assentamento devem ter diâmetro mínimo de 3,8mm, mas não maior que a metade da
espessura especificada da argamassa de assentamento. Se a armadura longitudinal for
constituída de malhas ou barras com fios treliçados, os fios cruzados devem ter, no máximo,
5mm de diâmetro.

O espaçamento máximo das armaduras verticais deve ser o necessário para


acomodar adequadamente o número de barras correspondentes à taxa de armadura
mínima. O espaçamento mínimo das barras não deve ser inferior a 2cm.

De acordo com o item 5.4.3.1.4 da ABNT (NBR-10837), a armadura na


argamassa de assentamento deve ser contínua; existindo necessidade de emenda de
justaposição, o trecho da emenda deve ter:

a) 15cm - quando se usam fios com mossas ou saliências

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 44

b) 30cm - quando se usam fios lisos

De acordo com o item 5.4.3.1.5 da mesma norma, na alvenaria parcialmente


armada só é disposta armadura para resistir a esforços de flexão, porventura existentes, e
ao longo dos lados das aberturas. O máximo espaçamento das armaduras verticais em
paredes exteriores parcialmente armadas deve ser de 240cm.

De acordo com o item 5.4.1 da ABNT (NBR-10837), a espessura mínima de uma


parede de alvenaria não-armada deve ser 1/20 da sua altura efetiva e não inferior a 14,0cm,
e a espessura mínima de uma parede resistente de alvenaria armada deve ser 14,0cm.

b) Pilares

De acordo com o item 5.4.3.2 da ABNT (NBR-10837), a taxa de armadura (  )


das barras verticais deve estar entre 0,30% e 1%, inclusive os valores extremos. A
armadura deve consistir, no mínimo, em quatro barras de 12,5mm de diâmetro, dispondo
pelo menos uma em cada furo. O diâmetro das barras de armadura horizontal não deve ser
inferior a 5mm.

As armaduras transversais são constituídas de estribos de diâmetros de 4mm a


6,3mm, espaçados a cada 20 cm.

O espaçamento mínimo das barras em um pilar ou enrijecedor deve ser o maior


valor entre 2,5  ou 4cm, medido de centro a centro das barras, inclusive no caso de
emendas.

O comprimento de emendas por justaposição não deve ser inferior a 40  .

O cobrimento das armaduras dos pilares ou enrijecedores deve ser de 4cm.

De acordo com o item 5.4.1 da ABNT (NBR-10837), a espessura mínima de um


pilar de alvenaria não-armada deve ser 1/15 da sua altura efetiva e não inferior a 19,0 cm, e
a espessura mínima de um pilar de alvenaria armada deve ser 19,0 cm.

3.6 - ADERÊNCIA E ANCORAGEM

A NBR-10837 (1989) determina que nos elementos fletidos, nos quais as


armaduras tracionadas são paralelas à face comprimida, a tensão de aderência,  b , deve

ser calculada pela seguinte expressão:

V (3.32)
b 
 o  d

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 45

Onde:

V : esforço cortante

  o : soma dos perímetros das barras tracionadas

d : altura útil

Dessa forma, pode-se determinar o valor do comprimento de ancoragem l bo .

 fy (3.33)
lbo  
4 b

Onde:

 : diâmetro da barra

f y : tensão admissível do aço

O comprimento de ancoragem pode ser reduzido para um valor de ancoragem


l b , dado por:

As ,cal (3.34)
lb  lbo 
As ,ef

Onde:

As ,cal : armadura calculada

As ,ef : armadura efetiva

O valor do comprimento de ancoragem l b deve ser sempre maior do que um dos

valores:

lbo 3
lb  10  
10cm

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46

4 - CONCRETO ARMADO

Este capítulo apresenta um resumo sobre lajes maciças e reservatório de


concreto armado moldado in loco. Por ser um assunto amplo e bastante comentado durante
o curso de engenharia civil, resolveu-se expor apenas um resumo dos procedimentos
empregados no cálculo das lajes do edifício objeto deste trabalho.

4.1 – LAJES MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO

O primeiro passo para o cálculo das lajes maciças é a determinação da altura


utilizada (pré-dimensionamento). Conforme critério proposto por PINHEIRO (2003), para
lajes maciças com bordas apoiadas ou engastadas, a altura útil pode ser estimada por meio
da seguinte expressão (dimensões em centímetros):

(2,5  0,1 n)  l *
d est  (4.1)
100
Onde:

d est : altura útil estimada da laje

n : número de bordas engastadas

l * : menor valor entre l x (menor vão) e 70% de l y (maior vão)

A altura total da laje pode ser obtida com a seguinte equação:

hest  (d est  c  l ) (4.2)

Onde:

c : cobrimento nominal

l : diâmetro da barra da armadura longitudinal

4.1.1 – ESFORÇOS

a) Ações

As ações devem estar de acordo com as normas NBR-6120 (1980) e NBR-6118


(2003).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 47

Nas lajes geralmente atuam, além do seu peso próprio, pesos dos revestimentos
de piso e de forro, peso das paredes divisórias e cargas de uso.

As cargas das paredes apoiadas diretamente na laje podem, em geral, ser


admitidas uniformemente distribuídas na laje.

Os valores das cargas devido ao uso estão especificados na NBR-6120 (1980) e


dependem da utilização do ambiente arquitetônico que ocupa a região da laje em estudo.

b) Reações de apoio

Embora a transferência das ações das lajes para seus apoios aconteça em
comportamento elástico, o procedimento de cálculo proposto pela NBR-6118 (2003) baseia-
se no comportamento em regime plástico através da utilização da teoria das charneiras
plásticas, de acordo com o item 14.7.6.1 da NBR-6118 (2003).

c) Momentos fletores

As lajes estão sujeitas a momentos fletores e forças cortantes. Há basicamente


dois métodos de cálculo para as lajes maciças: o elástico e o de ruptura.

O método elástico, ou teoria das placas delgadas, baseia-se nas equações de


equilíbrio de um elemento infinitesimal de placa e nas relações de compatibilidade das
deformações do mesmo.

A partir das equações de equilíbrio, das leis constitutivas do material (Lei de


Hooke) e das relações entre deslocamentos e deformações, fazendo-se as operações
matemáticas necessárias, obtém-se a equação fundamental que rege o problema de placas.

Em geral, recorre-se a processos numéricos para a resolução dessa equação.


Esses processos numéricos também podem ser utilizados na confecção de tabelas úteis
para o cálculo dos esforços nas lajes.

As tabelas utilizadas neste trabalho são baseadas nas de KALMAKOK (1961) e


são encontradas em ARAÚJO (2003).

Uma vez que as lajes são calculadas isoladamente, resultam dois valores
distintos para os momentos negativos em uma aresta engastada. Daí a necessidade de
promover a compatibilização desses momentos.

Na compatibilização dos momentos negativos, o critério usual consiste em


adotar o maior valor entre a média dos dois momentos e 80% do maior.

Em decorrência da compatibilização dos momentos negativos, os momentos


positivos na mesma direção devem ser analisados. Se essa correção tende a diminuir o
valor do momento positivo, pode-se ignorar a redução a favor da segurança.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 48

Se houver acréscimo no valor do momento positivo, a correção deverá ser feita,


somando-se ao valor deste momento fletor a média das variações ocorridas nos momentos
fletores negativos sobre os respectivos apoios, conforme recomendação de PINHEIRO
(2003).

4.1.2 – Determinação das armaduras longitudinais

O cálculo da armadura das lajes se faz como no caso de vigas, observando-se


que para a largura da seção é tomada uma faixa unitária e, portanto, a armadura encontrada
deve ser distribuída ao longo dessa largura. Como a armadura é disposta em malha, a altura
útil varia conforme a direção considerada. Simplificadamente, pode-se adotar a mesma
altura útil para as duas direções, utilizando o valor médio entre as duas alturas úteis.

Segue abaixo o equacionamento utilizado para o dimensionamento para


armadura simples.

Md (4.3)

b  d 2   cd


  1,25  1  1  2    (4.4)

 cd (4.5)
As  0,8    b  d 
f yd

Onde:

 : momento fletor reduzido

M d : momento fletor de cálculo

b : largura da seção

d : altura útil

 cd : tensão de cálculo do concreto ( 0,85  f ck  c )

 : razão entre a posição da linha neutra, x , e a altura útil, d ou seja, x d .

As : área de armadura

f yd : tensão de escoamento de cálculo do aço

f ck : resistência característica à compressão do concreto

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 49

 c : coeficiente de ponderação da resistência do concreto

4.1.3 – Verificação de flechas

As flechas devem ser calculadas para combinação quase permanente do


carregamento. No caso dos edifícios residenciais, essa combinação é dada por:

p  g  0,3  q

Onde se subentende que a carga permanente, g, e a carga acidental, q, são


tomadas com seus valores característicos.

A flecha inicial, Wo , em lajes armadas em duas direções, pode ser obtida com o

emprego de tabelas encontradas em ARAÚJO (2003). Para isso, basta utilizar os


coeficientes wc , encontrados nestas tabelas, na seguinte expressão:

p  l x4 (4.6)
W0  0,001  wc 
D

Segundo recomendações encontradas em MACGREGOR (1988), para o cálculo


da rigidez à flexão da laje, D, utiliza-se 30% da inércia da seção bruta, I c . Dessa forma, a

rigidez à flexão da laje pode ser determinada por:

E cs  0,3  I c  (4.7)
D

b  1  2 
Onde:

D : Rigidez à flexão da laje

Ecs : Módulo de deformação longitudinal secante do concreto

I c : Inércia da seção bruta

b : Largura unitária

 : Coeficiente de Poisson

Para o coeficiente de Poisson do concreto,  , adotou-se o valor 0,0,


considerando a fissuração do concreto. O módulo de deformação longitudinal secante, Ecs ,

pode ser obtido através da seguinte expressão:

Ecs  0,85  5600  f ck (4.8)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 50

Sendo que f ck é dado em MPa.

Para lajes armadas em uma direção, a flecha W0 é dada por:

k p  l x4 (4.9)
W0  
384 D

Onde k é um coeficiente que depende das condições de apoio. Este coeficiente


é dado na Tabela 4.1, retirada em ARAÚJO (2003).

Tabela 4.1 – Coeficientes para o cálculo da flecha

Caso k Local

Biapoiada 5 Centro
Apoiada-engastada 2 Centro
Biengastada 1 Centro

Balanço 48 Extremo

Segundo a NBR-6118 (2003), a flecha adicional diferida, decorrente das cargas


de longa duração, em função da fluência, pode ser calculada de maneira aproximada pela
multiplicação da flecha imediata pelo fator  f dado por:

 (4.10)
f 
1  50   '

A' s (4.11)
'
bd

A' s é a armadura de compressão, no caso de armadura dupla;

   t    t o  (4.12)

 é um coeficiente em função do tempo, calculado pela expressão seguinte ou


obtido diretamente na Tabela 4.2.

 t   0,68  0,996t  t 0,32 para t  70 meses

 t   2 para t  70 meses

t é o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida;

t o é a idade, em meses, relativa à aplicação da carga de longa duração.

Portanto, a flecha diferida W f é dada por:

W f   f  Wo (4.13)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 51

Tabela 4.2 – Valores de  em função do tempo – NBR-6118 (2003)

Tempo (t)
meses
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40  70
Coeficiente
 (t) 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2

A flecha total W pode ser obtida pelas seguintes expressões:

W  Wo  W f (4.14)

ou

W  Wo  1   f  (4.15)

Para atender as exigências quanto ao estado limite de deformações excessivas,


a flecha total deve respeitar os limites especificados pelo item 13.3 da NBR-6118 (2003).

4.1.4 – Verificação do cisalhamento

Conforme item 19.4.1 da NBR 6118 (2003), pode-se dispensar as armadura


transversais das lajes, desde que  wd   wu1 .

O esforço cortante atuante,  wd , é dado por:

Vd
 wd  (4.16)
bw  d

Onde:

Vd : força cortante de cálculo

bw : largura unitária

d : altura útil

A tensão limite,  wu1 , é dada por:

 wu1  k  1,2  40  1   rd (4.17)

Onde:

 rd  0,038 f ck 2 3 , MPa

1  As bw  d   0,02

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 52

k  1,6  d  1 , com d em metros, para elementos em que 50% da armadura


inferior chega até o apoio, para os demais casos, k  1

4.1.5 – Comprimento das barras

Para as armaduras positivas nas lajes, pode-se utilizar a solução de barras


alternadas para espaçamentos não superiores a 16,5cm. O comprimento das barras pode
ser determinado seguindo as recomendações mostradas na Figura 4.1, retirada de
PINHEIRO (2003).

Figura 4.1 – Comprimentos das barras inferiores

Para espaçamentos superiores a 16,5cm, utilizam-se barras corridas

As barras positivas deverão penetrar nos apoios 6cm ou 10  (o maior dos dois
valores).

Para as armaduras negativas nas lajes, pode-se utilizar a solução de barras


alternadas segundo recomendação indicada na Figura 4.2, retirada de PINHEIRO (2003).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 53

EIXO

a22 a21
a21 a
22

Figura 4.2 – Comprimentos e disposição das barras superiores

Onde:

3
a   l  20    0,75  d
8

2
a21  a
3

1
a22   a
3

Sendo que l é o maior dos vãos menores das lajes contíguas,  o diâmetro da

barra utilizada e d corresponde à altura útil.

Os valores de a 21 e a 22 são arredondados para múltiplos de 5cm.

O comprimento dos ganchos é igual à espessura da laje menos duas vezes o


cobrimento.

4.2 - RESERVATÓRIO DE CONCRETO ARMADO

Os reservatórios usuais dos edifícios são formados por um conjunto de placas e


normalmente possuem mais do que uma célula, com a finalidade de permitir a limpeza do
mesmo sem que ocorra interrupção no abastecimento de água do prédio.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 54

As ligações entre as paredes e entre estas e o fundo normalmente possuem


mísulas para aumentar o grau de engastamento entre as placas, reduzir os riscos de
fissuração e facilitar a aplicação da impermeabilização.

Segundo ARAÚJO (2003), as paredes devem possuir uma espessura mínima de


12cm, para facilitar a armação e a concretagem. A laje do fundo também deve possuir uma
espessura mínima de 12cm, pois esta é a laje mais solicitada. A espessura mínima da
tampa é da ordem de 7cm.

4.2.1 – Cargas nos reservatórios

Na Figura 4.3, indicam-se as cargas perpendiculares ao plano médio das lajes


em um corte vertical.

Tampa
Parede

Parede

Fundo
Figura 4.3 – Cargas para funcionamento como placas

Para a tampa consideram-se as cargas uniformemente distribuídas devidas ao


peso próprio, revestimento e carregamento acidental. Para o fundo consideram-se as cargas
uniformemente distribuídas devidas ao peso próprio, revestimento e a pressão da água. Já
nas paredes, ocorre um carregamento triangular devido à pressão da água.

De acordo com ARAÚJO (2003), do cálculo como placas, obtém-se os


momentos fletores nos diversos pontos das lajes do reservatório, bem como as reações de
apoio. Uma vez que cada laje se apóia nas demais lajes vizinhas suas reações de apoio são
transmitidas às lajes vizinhas como cargas aplicadas no plano médio das mesmas. Desse
modo, as lajes estarão submetidas à flexo-tração.

As lajes da tampa e do fundo estão submetidas à flexo-tração. As paredes


também estão sob flexo-tração, devendo-se ainda realizar um dimensionamento como viga
parede (ou viga esbelta, se for o caso) quando esta não está apoiada em todo o seu
contorno. No cálculo como viga parede, consideram-se as cargas provenientes da tampa e
do fundo, bem como o peso próprio da parede.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 55

4.2.2 – Considerações para o cálculo como placas

É usual a separação das lajes que compõem o reservatório em diversas lajes


isoladas, que podem estar engastadas ou simplesmente apoiadas em suas bordas. Essas
condições de contorno são definidas em função da tendência de giro relativo das diversas
placas.

Desse modo, a tampa pode ser calculada como uma laje simplesmente apoiada
nas quatro bordas. O fundo é considerado como uma laje engastada nos quatro lados. Nos
encontros entre as paredes também se deve considerar um engaste perfeito.

Uma vez que as placas são calculadas isoladamente, resultam dois valores
distintos para os momentos negativos em uma aresta engastada. Segundo ARAÚJO (2003),
o valor correto do momento negativo pode ser obtido em função da rigidez das placas,
porém ele é razoavelmente próximo do valor médio encontrado para as placas isoladas.

Em virtude da alteração dos momentos negativos, deve-se fazer uma correção


nos valores dos momentos positivos da laje do fundo.

Para corrigir os momentos positivos na laje de fundo, deve-se aplicar em cada


borda da laje um momento igual à diferença entre o momento de engastamento perfeito e o
momento final adotado.

Segundo ARAÚJO (2003), pode-se admitir que os momentos aplicados têm uma
variação senoidal ao longo das bordas. Dessa forma, os incrementos ΔMx e ΔMy nos
momentos positivos no centro da laje podem ser calculados através das seguintes
equações:

M x  2  ( 1x  X   x2  Y ) (4.18)

M y  2  ( 1y  X   y2  Y ) (4.19)

Onde ΔX e ΔY correspondem às reduções dos momentos negativos na laje e os


coeficientes  1x ,  x2 ,  1y e  y2 são obtidos na Tabela 4.3, retirada de ARAÚJO (2003).

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 56

Tabela 4.3 – Placa retangular com momento senoidal em uma das bordas (ν=0,2)

lx/ly  1x  x2  1y  y2
0,50 0,300 0,153 0,063 -0,011
0,60 0,244 0,162 0,090 -0,003
0,70 0,194 0,165 0,113 0,013
0,80 0,151 0,165 0,131 0,034
0,90 0,114 0,161 0,145 0,058
1,00 0,084 0,155 0,155 0,084

Para se obter o valor dos momentos positivos finais na laje de fundo, basta
somar os incrementos calculados com os valores obtidos do cálculo como lajes isoladas.

4.2.3 – Verificação da abertura das fissuras

A limitação das aberturas das fissuras tem por objetivo garantir a durabilidade da
estrutura e manter as condições de impermeabilidade das paredes e da laje do fundo. O
procedimento de cálculo apresentado a seguir foi retirado de ARAÚJO (2003).

De acordo com a NBR-6118 (2003), a abertura limite das fissuras é de 0,3mm,


quando se consideram os requisitos de durabilidade correspondentes à classe II de
agressividade ambiental. Entretanto, segundo ARAÚJO (2003), para garantir a
estanqueidade, é usual adotar valores menores para as aberturas das fissuras dos
reservatórios. Estes valores estão indicados na Tabela 4.4, retirada de ARAÚJO (2003).

Tabela 4.4 – Aberturas limites das fissuras (wlim)

Local wlim (mm)


Tampa 0,2
Paredes 0,2
Fundo 0,2
Ligações 0,1

No caso específico dos reservatórios, o problema é de flexo-tração com grande


excentricidade, em virtude dos baixos valores do esforço normal. Nesses casos, segundo
ARAÚJO (2003), é possível simplificar a solução transferindo-se a força normal para o
centróide da armadura tracionada. A tensão na armadura é obtida por superposição dos
efeitos do esforço normal N e do momento equivalente M s , ambos com seus valores

característicos.

O momento M s é dado por:

 d  d'  (4.20)
M s  M k  Nk   0
 2 

Onde:

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 57

M k : momento fletor de serviço

N k : força normal de serviço

d : altura útil

d ' : altura da laje menos a altura útil

Fazendo superposição dos efeitos e desconsiderando a armadura de


compressão, a parcela de tensão na armadura resulta:

n  1    M s N (4.21)
s   
k2 bd 2
As

Onde:

  n    n   2  2  n  

k 2    2  3   
1
6

Sendo n  Es Ecs a relação entre o módulo de elasticidade do aço e o módulo

de deformação secante do concreto e   As b  d  é a taxa geométrica da armadura de

tração.

De acordo com o procedimento do CEB/90, antes de calcular a abertura das


fissuras é necessário determinar a tensão limite na armadura,  so , que é dada por:

 1  n   se  (4.22)
 so     f ct
  se 

Onde f ct é a resistência à tração do concreto,  se é a taxa efetiva da armadura

de tração e  so é a tensão limite na armadura.

A abertura wk das fissuras é obtida com as seguintes expressões, conforme o

caso:

a) Se  s   so

s   (4.23)
   sm   cm 
1
wk     
2   bm  1  n   se 

b) Se  s   so

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 58

 (4.24)
wk    sm   cm 
3,6   se

Nessas expressões,  é o diâmetro da barra  bm é a tensão média de

aderência, dada na Tabela 4.5.

O termo  sm   cm é dado por:

s (4.25)
 1  n   se 
f ct
 sm   cm   
Es  se  Es

Onde  também é dado na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Valores de  e  bm

Caso   s   so  s   so

Carregamento    bm   bm

Curta duração 0,6 1,8  f ct 0,6 1,8  f ct

Longa duração ou cargas 0,6 1,35  f ct 0,38 1,8  f ct


repetidas

A taxa efetiva da armadura de tração é  se  As Ace . A área efetiva da seção de

concreto, Ace , é dada por:

Ace  bw  ho (4.26)

2,5  h  d 
ho  
h  x  3

Onde x é a profundidade da linha neutra (L.N.), conforme Figura 4.4.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 59

x
L.N.
d
h

ho

bw
Figura 4.4 – Área efetiva da seção de concreto

4.2.4 – Vigas-parede

Nos casos dos reservatórios dos edifícios, além do funcionamento como placas,
as paredes laterais se comportam como vigas-parede.

A delimitação entre vigas-parede e vigas esbeltas é feita de acordo com a


relação l h , sendo l o vão teórico e h a altura da viga. Segundo LEONHARDT & MÖNNIG
(1978), os limites convencionados para as vigas-parede são os seguintes:

a) Vigas biapoiadas: l h  2,0 ;

b) Vigas de dois vãos: l h  2,5 ;

c) Vigas contínuas com mais de dois vãos: l h  3,0 .

A seguir, são apresentados critérios usuais de projeto das vigas-parede de


concreto armado.

A área da armadura longitudinal de tração, As , é obtida com o emprego da

expressão:

Md (4.27)
As 
f yd  Z

Onde:

M d : valor de cálculo do momento fletor, determinado como nas vigas esbeltas

f yd : tensão de escoamento de cálculo do aço

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 60

Z : braço de alavanca.

Segundo LEONHARDT & MÖNNIG (1978), para o braço de alavanca, adotam-se


os seguintes valores:

a) Viga-parede biapoiada

Z  0,15  h  3  l h , se 1  l h  2 (4.28)

Z  0,6  l , se l h  1 (4.29)

b) Viga-parede de dois vãos

Z  0,10  h  2,5  2  l h , se 1  l h  2,5 (4.30)

Z  0,45  l , se l h  1 (4.31)

c) Viga-parede contínua com mais de dois vãos

 Para vãos extremos e os primeiros apoios intermediários

Z  0,10  h  2,5  2  l h , se 1  l h  2,5 (4.32)

Z  0,45  l , se l h  1 (4.33)

 Para os demais vãos e apoios

Z  0,15  h  2  l h , se 1  l h  3 (4.34)

Z  0,45  l , se l h  1 (4.35)

Segundo ARAÚJO (2003), se a viga-parede for solicitada por uma carga de


cálculo p d distribuída uniformemente ao longo do vão l e aplicada na face inferior, deve-se

empregar uma armadura de suspensão formada por estribos verticais. A área da armadura
de suspensão necessária é:

pd (4.36)
As ,susp 
f yd

Para evitar o esmagamento do concreto, é necessário limitar as tensões de


compressão na região dos apoios.

Na Figura 4.5 indica-se o modelo biela-tirante para uma viga parede biapoiada.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 61

pd

Fc
Z

Rsd

Rd Rd

Figura 4.5 – Modelo biela-tirante para a viga-parede biapoiada

Do modelo da Figura 4.5, verifica-se que a inclinação e a força de compressão


na biela de concreto são dadas por:

4Z (4.37)
tg 
l

Rd (4.38)
Fc 
sen

A tensão  d no apoio é:

Rd (4.39)
d 
bc

Onde:

Rd : valor de cálculo da reação

b : largura da viga parede

c : largura do apoio.

A tensão  2 d na biela inclinada é dada por:

Rd (4.40)
 2d 
b  c  2  d ' cot g   sen 2

Segundo ARAÚJO (2003), as tensões  d e  2 d devem ser limitadas, para evitar

o esmagamento do concreto na região do apoio. Desse modo, deve-se garantir que:

 d  f cdr e  2d  f cdr

Onde f cdr é dada por:

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 62

 f 
f cdr  0,60  1  ck   f cd (4.41)
 250 

Com f ck em MPa.

4.3 – ESTABILIDADE GLOBAL DA ESTRUTURA DE CONTRAVENTAMENTO

Na falta de critérios regulamentados por norma para verificação da estabilidade


global de estruturas de contraventamento em alvenaria estrutural, pode-se utilizar os
critérios encontrados na norma brasileira para estruturas de concreto armado, NBR-6118
(2003).

A NBR-6118 (2003) adota dois critérios para a verificação da indeslocabilidade


dos edifícios. Um critério é baseado no parâmetro de instabilidade  e o outro é baseado no
coeficiente  z . Sendo que esse segundo critério é valido para estruturas reticuladas de no
mínimo quatro andares.

O procedimento para o cálculo de cada um destes critérios é encontrado no item


15.5 da NBR-6118 (2003).

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63

5 - CÁLCULO E DETALHAMENTO DAS LAJES E DO


RESERVATÓRIO DO EDIFÍCIO

As lajes e o reservatório do edifício serão executados em concreto armado


moldado in loco.

5.1 – CÁLCULO DAS LAJES DO EDIFÍCIO

Nos casos correntes de edifícios, é usual adotar como vão teórico a distância
entre os centros dos apoios, já que, pelo fato da largura das vigas de apoio não ser muito
grande, as diferenças das distâncias entre os centros dos apoios e os limites indicados pela
NBR-6118 são pequenas.

No edifício em estudo neste trabalho, todos os apoios de lajes são paredes com
14cm de largura. Portanto, para o cálculo dos vãos teóricos, basta acrescentar 14cm ao vão
real da laje.

No apêndice D encontrado no final deste trabalho, é mostrada a nomenclatura


utilizada para as lajes dos pavimentos tipo e da cobertura em plantas de forma.

A seguir (Figura 5.1), são representados os esquemas de vinculação de cada


laje do pavimento tipo, bem como os vãos efetivos calculados.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 64

L1 L2

L5

L6 L9

Figura 5.1 – Vinculação das lajes e vãos de cálculo (em metros)

Na cobertura do edifício, a laje L9 possui formato e vinculações diferentes do


pavimento tipo. A laje L9 da cobertura (laje do barrilete) é indicada na Figura 5.2.

L9

Figura 5.2 – Vinculação da laje L9 da cobertura e seus vãos de cálculo (metros)

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 65

5.1.1 – Pré-dimensionamento

O procedimento utilizado para o pré-dimensionamento das lajes do


edifício é o mesmo apresentado anteriormente neste trabalho no item 4.1.

A classe de agressividade ambiental adotada para o edifício em questão é a


CAA-I, o que corresponde a um cobrimento nominal de 2,0cm para as lajes. Considerando-
se a utilização de barras de 5mm, temos que:

hest  (d est  2,5)

A Tabela 5.1 indica o pré-dimensionamento realizado para as lajes do edifício.

Tabela 5.1 – Pré-dimensionamento das lajes do edifício

Altura
Lajes Lx(cm) Ly(cm) n l* dest(cm) hest(cm)
adotada(cm)
L1=L4=L11=L14 360.0 435.0 2 304.5 7.00 9.50 10
L2=L3=L12=L13 300.0 435.0 2 300.0 6.90 9.40 10
L5=L7=L8=L10 315.0 825.0 2 315.0 7.25 9.75 10
L6 300.0 570.0 2 300.0 6.90 9.40 10

A laje L9 do pavimento tipo possui uma borda livre, portanto este procedimento
não pode ser utilizado para seu pré-dimensionamento. No entanto, por uma questão de
uniformização das alturas, adotou-se 10cm para a altura desta laje.

Serão feitas as verificações das flechas finais de todas as lajes para que se
confirme que as alturas adotadas no pré-dimensionamento são suficientes.

5.1.2 – Considerações para o cálculo do carregamento nas lajes

As seguintes cargas são consideradas para o cálculo das lajes do pavimento


tipo: peso próprio, revestimento, forro, alvenarias e cargas acidentais.

Para as lajes da cobertura as seguintes cargas são consideradas: peso próprio,


revestimento, forro, alvenarias, cargas acidentais e peso do telhado, incluindo sua estrutura
de sustentação.

Seguem algumas considerações necessárias ao cálculo do carregamento nas


lajes, de acordo com a NBR-6120 (1980):

a) Peso específico do concreto armado = 25 kN/m³;

b) Peso específico do granito = 28 kN/m³;

c) Cargas verticais acidentais em edifícios (dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro)


= 1,5 kN/m²;

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 66

d) Cargas verticais acidentais em edifícios (despensa, área de serviço e lavanderia) =


2,0 kN/m²;

e) Peso específico de tijolos furados = 13 kN/m³;

f) Peso específico de argamassa de cal, cimento e areia = 19 kN/m³.

Além destas, outras considerações foram feitas:

a) Cargas verticais acidentais nas lajes sob o telhado = 0,5kN/m³;

b) Carga vertical devida ao forro = 0,3 kN/m²;

c) Carga vertical devida ao revestimento = 0,8 kN/m².

Todas as paredes de vedação são de 15cm.

Serão feitas as seguintes considerações para o cálculo do peso específico da


alvenaria de vedação:

a) Serão utilizados tijolos furados de dimensões 11,5x19x19cm;

b) A espessura do revestimento (argamassa de cal, cimento e areia) será de 3,5cm;

c) A espessura da argamassa de assentamento será de 1,0cm entre os blocos.

A Figura 5.3 ilustra um metro quadrado de parede com a utilização dos tijolos
mencionados anteriormente.

Figura 5.3 – Um metro quadrado de alvenaria (tijolos 11,5x19x19cm)

Abaixo, segue-se o cálculo feito para a escolha do peso específico da alvenaria


de vedação. Os cálculos foram realizados para um metro quadrado de alvenaria.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 67

Peso de tijolo:


25 13 kN

 0,19m 0,19m 0,115m  1,35kN 
Peso de argamassa de assentamento:


10  19 kN

 1m  0,01m  0,115m  0,22kN 
Peso de argamassa de revestimento:


19 kN

 1m1m 0,035m  0,67kN
Peso total da alvenaria por metro quadrado:

1,35kN   0,22kN   0,67kN   2,24kN 

Peso específico da alvenaria:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 68

2,24kN 
1m 1m  0,15m
 14,93 kN

 
 15,00 kN

 

5.1.3 – Cálculo dos esforços como lajes isoladas

 Laje 1

Distribuindo-se de forma uniforme o peso da alvenaria sobre a laje, tem-se o


seguinte carregamento:

 par  V par 15  2,60  0,4575  0,50  0,105  0,135


g  Pp  Prev  Pfor   25  0,10  0,80  0,30 
l y  lx 4,35  3,60
g  4,85 kN

q  1,50 kN

p  g  q  4,85  1,5  p  6,35 kN


Utilizando-se a Tabela A2.4 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

l x 360
  0,85
l y 435

mxe  82,3 m ye  73,1 mx  36,5 m y  28,0 mxy  30,8

wc  2,83

 Laje 2

Para esta laje, tem-se o seguinte carregamento:

g  Pp  Prev  Pfor  25  0,10  0,80  0,30  g  3,60 kN


q  1,50 kN

p  g  q  3,60  1,5  p  5,10 kN


Utilizando-se a Tabela A2.4 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 69

l x 300
  0,70
l y 435

mxe  99,6 m ye  76,8 mx  46,0 m y  25,6 mxy  33,7

wc  3,60

 Laje 5

A laje cinco será considerada como armada em uma direção, por possuir uma
relação de vãos maior do que dois.

Portanto, por ser calculada como viga, dispensou-se a utilização de tabelas para
o cálculo dos momentos fletores. O método utilizado foi o da análise estrutural de uma barra
biengastada.

Para esta laje, na região onde não existe parede, tem-se o seguinte
carregamento:

g  Pp  Prev  Pfor  25  0,10  0,80  0,30  g  3,60 kN


q  1,50 kN

p  g  q  3,60  1,5  p  5,10 kN


Na região onde há uma bancada, considerou-se uma parede de 110cm de altura


e 210cm de comprimento, sendo que acima desta parede se encontra uma peça de granito
com 2cm de espessura, 30cm de largura e 210cm de comprimento.

Assim, para a região citada, tem-se o seguinte carregamento, Pbanc , causado

pela bancada e parede de apoio:

28  (2,1 0,3  0,02)  15  (2,11,1 0,15)


Pbanc   Pbanc  2,48 kN
2,1 m

Considerou-se que esta carga descarrega em todo o vão.

Para o cálculo dos esforços nesta região, utilizou-se a recomendação


encontrada em ROCHA (1987). A região será calculada como uma viga de seção resistente
de base bw igual a metade do menor vão, ou seja, bw  1,58m .

Dessa forma, para a região sob a bancada, tem-se o seguinte carregamento na


laje:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 70

g  Pp  Prev  Pfor  bw  Pbanc  25  0,10  0,80  0,30 1,58  2,48  g  8,17 kN
m

q  1,50  bw  1,50 1,58  q  2,37 kN


m

p  g  q  8,17  2,37  p  10,54 kN


m

 Laje 6

A laje 6 foi considerada como uma laje retangular para o cálculo de seus
esforços, desconsiderando-se o espaço vazio do fosso do elevador. A carga acidental
considerada foi para corredores com acesso ao público, ou seja, 3kN/m² segundo a NBR-
6120 (1980).

Para esta laje, tem-se o seguinte carregamento:

g  Pp  Prev  Pfor  25  0,10  0,80  0,30  g  3,60 kN


q  3,00 kN

p  g  q  3,60  3,00  p  6,60 kN


Utilizando-se a Tabela A2.3 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

l x 300
  0,55
l y 570

mxe  84,3 mx  41,4 m y  11,1

wc  2,57

 Laje 9

Para esta laje também considerou-se carga acidental para corredores com
acesso ao público. Dessa forma, tem-se o seguinte carregamento:

g  Pp  Prev  Pfor  25  0,10  0,80  0,30  g  3,60 kN


q  3,00 kN

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 71

p  g  q  3,60  3,00  p  6,60 kN


Utilizando-se a Tabela A2.10 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

ly 222,5
  0,75
lx 300

mxe  52,8 m ye  56,0 mx  22,8 m y  12,3

mxeo  52,8 mxo  37,2

wc  1,42 wo  2,38

Como já foi dito anteriormente, a laje L9 possui características diferentes na


cobertura (laje do barrilete). Neste caso, e utilzando a Tabela A2.1 encontrada em ARAÚJO
(2003), tem-se os seguintes coeficientes adimensionais:

l x 300
  0,55
l y 570

mx  93,4 m y  38,8

wc  9,38

Para as lajes da cobertura, utilizou-se o seguinte carregamento:

g  Pp  Prev  Pfor  Ptelh  25  0,10  0,80  0,30  0,50  g  4,10 kN


q  0,50 kN

p  g  q  4,10  0,50  p  4,60 kN


Considerou-se 0,5kN/m² como a carga exercida pelo telhado.

No caso da laje L9 (laje do barrilete), desconsiderou-se a carga do telhado.

5.1.4 – Cálculo dos momentos fletores

Para o cálculo dos momentos fletores das lajes armadas em duas direções,
basta utilizar os seguintes multiplicadores para os coeficientes adimensionais encontrados
anteriormente:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 72

a) Para os momentos: 0,001 p  l 2

b) Para as reações: 0,001 p  l

Onde l corresponde ao menor vão.

Dessa forma, para as lajes isoladas, tem-se os valores de momentos fletores de


serviço indicados nas tabelas.

Tabela 5.2 – Momentos fletores de serviço das lajes do pavimento tipo

o
Mx My Mxe Mye M xe Mxo
Laje
(kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m)
L1 3.00 2.30 6.79 6.02 - -
L2 2.11 1.18 4.57 3.53 - -
L5 2.11 - 4.22 - - -
L6 2.46 0.66 5.01 - - -
L9 0.74 0.40 1.73 1.83 2.84 1.22

As duas últimas colunas da Tabela 5.2 indicam os momentos fletores no meio e


na quina do bordo livre (no caso da laje L9), respectivamente.

Tabela 5.3 – Momentos fletores de serviço das lajes da cobertura

Mx My Mxe Mye
Laje
(kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m)
L1 2,18 1,67 4,92 4,36
L2 1,90 1,06 4,12 3,18
L5 1,90 - 3,80 -
L6 1,71 0,46 3,49 -
L9 3,45 1,43 - -

Na laje L5 haverá um reforço devido a existência da bancada. Calculando como


viga biengastada tem-se, nesta região, M  4,36kN  m , para o momento no meio do vão e

M e  8,72kN  m , para o momento de engaste.

O momento em um bordo comum a duas lajes foi determinado a partir da


compatibilização dos momentos negativos X1 e X2 das lajes isoladas. Sendo que o valor
negativo corrigido Xm é determinado da seguinte forma:

 X1  X 2

Xm   2 ; com X 1  X 2
0,80  X 1

Dessa forma, têm-se as seguintes correções para os momentos negativos nos


apoios:

Tabela 5.4 – Compatibilização dos momentos negativos (pavimento tipo)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 73

Lajes X1 X2 (X1+X2)/2 (0.8)Xa Xm


L1 - L2 6.79 4.57 5.68 5.43 5.68
L1 - L5 6.02 4.22 5.12 4.81 5.12

Tabela 5.5 – Compatibilização dos momentos negativos (cobertura)

Lajes X1 X2 (X1+X2)/2 (0.8)Xa Xm


L1 - L2 4.92 4.12 4.52 3.93 4.52
L1 - L5 4.36 3.80 4.08 3.49 4.08

Pode-se observar pelas Tabelas 5.4 e 5.5 que os momentos fletores da laje L1
devem ser corrigidos nas duas direções.

Para a correção dos momentos fletores da laje L1, utilizou-se a seguinte


expressão, retirada de PINHEIRO (2003):

Xe  Xm
M corr  M 
2

Onde: M corr é o momento final (corrigido);

M é o momento positivo encontrado no cálculo como laje isolada;

X e é o momento negativo encontrado no cálculo como laje isolada;

X m é o momento negativo compatibilizado.

Dessa forma, tem-se os seguintes momentos positivos finais para a laje L1


(Tabelas 5.6 e 5.7):

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 74

Tabela 5.6 – Momentos fletores positivos finais da laje L1 (pavimento tipo)

Direção M Xe Xm Mcorr
X 3.00 6.79 5.68 3.56
Y 2.30 6.02 5.12 2.75

Tabela 5.7 – Momentos fletores positivos finais da laje L1 (cobertura)

Direção M Xe Xm Mcorr
X 2.18 4.92 4.52 2.37
Y 1.67 4.36 4.08 1.81

As Tabelas 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11 indicam os momentos fletores de serviço finais
que serão utilizados para o cálculo das armaduras.

Tabela 5.8 – Momentos fletores positivos nas lajes (pavimento tipo)

Mx My Mxo
Laje
(kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m)
L1 3.56 2.75 -
L2 2.11 1.18 -
L5 2.11 - -
L6 2.46 0.66 -
L9 0.74 0.40 1.22

Tabela 5.9 – Momentos fletores positivos nas lajes (cobertura)

Mx My
Laje
(kN.m/m) (kN.m/m)
L1 2,37 1,81
L2 1,90 1,06
L5 1,90 -
L6 1,71 0,46
L9 3,45 1,43

Tabela 5.10 – Momentos fletores negativos nas lajes (pavimento tipo)

o
Mxe M xe
Lajes
(kN.m/m) (kN.m/m)
L1 - L2 5,68 -
L5 - L6 5,01 -
L8 - L9 1,73 2,84
L1 - L5 5,12 -
L2 - L5 5,12 -
L6 - L9 1,83 -
L5 - L8 4,22 -

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 75

Tabela 5.11 – Momentos fletores negativos nas lajes (cobertura)

Mxe
Lajes
(kN.m/m)
L1 - L2 4,52
L5 - L6 3,49
L8 - L9 -
L1 - L5 4,08
L2 - L5 4,08
L6 - L9 -
L5 - L8 3,80

5.1.5 – Definição das armaduras

Para o dimensionamento das lajes foram feitas as seguintes considerações:

a) d’ = 2,5cm;

b) fck = 20MPa;

c) Aço CA-60 para bitola de 5mm;

d) Aço CA-50 para outras bitolas utilizadas nas lajes.

As armaduras das Tabelas 5.12 e 5.13 foram calculadas para flexão simples
utilizando-se CA-60 para as armaduras positivas e CA-50 para as armaduras negativas.

Tabela 5.12 – Armaduras positivas calculadas das lajes

As (cm²/m)
Laje Direção
Tipo Cobertura
X 1,32 0,87
L1
Y 1,01 0,66
X 0,77 0,70
L2
Y 0,43 0,38
X 0,77 0,69
L5
Y 0,90 0,90
X 0,90 0,62
L6
Y 0,24 0,17
X 0,27 1,28
L9 X° 0,44 -
Y 0,14 0,52

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 76

Tabela 5.13 – Armaduras negativas calculadas das lajes

o
As (cm²/m) A s (cm²/m)
Lajes
Tipo Cobertura Tipo Cobertura
L1 - L2 2,60 2,04 - -
L5 - L6 2,27 1,56 - -
L8 - L9 0,75 - 1,26 -
L1 - L5 2,33 1,83 - -
L2 - L5 2,33 1,83 - -
L6 - L9 0,80 - - -
L5 - L8 1,90 1,70 - -

Utilizando-se as recomendações do item 20.1 da NBR-6118 (2003), tem-se que


o diâmetro máximo,  máx , das barras utilizadas é determinado por:

h 100
máx    12,5mm
8 8

Através da Tabela 19.1 da NBR-6118 (2003), para resistência característica de


20MPa para o concreto e seções retangulares obtém-se uma taxa mínima de armadura
igual a 0,15%. O cálculo das armaduras mínimas foram feitos seguindo recomendações
desta mesma norma.

a) Armadura positiva

Para as lajes armadas em duas direções tem-se:

0,15
As ,mín  0,67   mín  bw  h  0,67  100 10  As ,mín  1,01cm² / m
100

Para as lajes armadas em uma direção tem-se:

0,15
As ,mín   mín  bw  h  100 10  As ,mín  1,50cm² / m
100

b) Armadura negativa

0,15
As ,mín   mín  bw  h  100 10  As ,mín  1,50cm² / m
100

Utilizando-se as recomendações do item 20.1 da NBR-6118 (2003), tem-se que


o espaçamento máximo utilizado, smáx , pode ser determinado por:

2  h  2  10  20cm
s máx    s máx  20cm
20cm

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 77

Lembrando-se que para armadura secundária de lajes armadas em uma direção,


o espaçamento máximo é de 33cm.

As Tabelas 5.14 e 5.15 indicam as armaduras adotadas (os valores das tabelas
foram mantidos quando maiores do que a armadura mínima correspondente) em cada laje.
As duas últimas colunas correspondem à bitola e ao espaçamento utilizado em cada laje.

Tabela 5.14 – Armaduras positivas adotadas nas lajes

Tipo Cobertura
Laje Direção
As (cm²/m) Φ (mm) s (cm) As (cm²/m) Φ (mm) s (cm)
X 1,32 5 14,5 1,01 5 19,0
L1
Y 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0
X 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0
L2
Y 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0
X 1,50 5 13,0 1,50 5 13,0
L5
Y 0,90 5 21,5 0,90 5 21,5
X 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0
L6
Y 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0
X 1,01 5 19,0 1,28 5 15,0
L9
Y 1,01 5 19,0 1,01 5 19,0

Tabela 5.15 – Armaduras negativas adotadas nas lajes

Tipo Cobertura
Lajes
As (cm²/m) Φ (mm) s (cm) As (cm²/m) Φ (mm) s (cm)
L1 - L2 2,60 6,3 11,5 2,04 6,3 15,0
L5 - L6 2,27 6,3 13,5 1,56 6,3 20,0
L8 - L9 1,50 6,3 20,0 1,50 6,3 20,0
L1 - L5 2,33 6,3 13,0 1,83 6,3 17,0
L2 - L5 2,33 6,3 13,0 1,83 6,3 17,0
L6 - L9 1,50 6,3 20,0 - - -
L5 - L8 1,90 6,3 16,0 1,70 6,3 18,0

Do cálculo como viga para a região sob a bancada na laje L5 obteve-se 1,93cm²
para a armadura positiva e 3,98cm² para a armadura negativa, o que corresponde a
1,22cm²/m e 2,52cm²/m, respectivamente. Respeitando-se o limite para a armadura mínima,
adota-se 1,50cm²/m para a armadura positiva e mantém-se 2,53cm²/m para a armadura
negativa.

Por simplificação, esta armadura foi utilizada até o encontro da laje L5 com a laje
L6.

Para o comprimento das barras positivas foi utilizada a recomendação de


PINHEIRO (2003) apresentada anteriormente neste trabalho no item 4.1.5.

Resolveu-se que as barras penetrarão 10cm nos apoios.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 78

Para as armaduras negativas nas lajes, foi utilizada a solução de barras


alternadas segundo recomendação de PINHEIRO (2003), já apresentada anteriormente
neste trabalho.

Como todas as armaduras negativas possuem 6,3mm de diâmetro e todas as


lajes possuem 7,5cm de altura útil, pode-se simplificar da seguinte forma:

3
a   l  18,23
8

5.1.6 – Reações de apoio das lajes

Para o cálculo das reações de apoio das lajes foi utilizado o método das
charneiras plásticas seguindo-se as recomendações do item 14.7.6.1 da NBR-6118 (2003).

Para a laje L5, considerou-se um carregamento uniforme para toda a laje. Este
carregamento foi calculado dividindo-se o carregamento total da laje e dividindo-se pela sua
área efetiva.

No Apêndice A encontrado no final deste trabalho indica-se o formato das


charneiras, bem como a nomenclatura utilizada. Também neste apêndice encontra-se em
formato de tabela o valor da área de cada charneira e o seu valor correspondente de reação
de apoio no vão.

5.1.7– Verificação ao cisalhamento nas lajes

Considerando o esforço cortante máximo, Vk  9,46kN / m , resulta:

Vd 1,4  9,46
 wd    0,018kN / cm ²   wd  0,18MPa
bw  d 100  7,5

Considerando, a favor da segurança, a área da menor armadura adotada nas


lajes, 1,01cm²/m, resulta 1  0,00135 . O coeficiente k tem o valor k  1,525 e
 rd  0,28MPa . Assim obtém-se a tensão limite  wu1  0,53MPa .

Verifica-se, portanto, que não é necessária a utilização de armaduras


transversais para as lajes do edifício.

5.1.8 – Verificação das flechas nas lajes

Para as lajes do edifício em estudo, temos:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 79

Ecs  0,85  5600  f ck  0,85  5600  20  Ecs  21287,37MPa

Assim, tem-se o seguinte valor para a rigidez à flexão:

D
E cs  0,3  I c 


21287370  0,3  1  0,13 12 
 D  532,18kN  m

b  1  2
 
1  1  0,0 2 
Para um tempo infinito e carregamento aplicado em um mês, obtêm-se:

   t    t o   2  0,68  1,32

 ' 0 (taxa de armadura de compressão)

 1,32
f     f  1,32
1  50   ' 1  0

Resulta a flecha total:

W  Wo  1   f   W  2,32 Wo

A Tabela 5.16 apresenta os valores das flechas encontradas para o pavimento


tipo. Para o critério de flecha admissível, foi considerado o efeito de aceitabilidade sensorial
visual encontrado na Tabela 13.2 da NBR-6118 (2003), o que corresponde a um
deslocamento limite de l 250 .

Tabela 5.16 – Verificação das flechas das lajes do pavimento tipo

p Wo W∞ Wadm
Laje (kN/m²) wc (cm) (cm) (cm)
L1=L4=L11=L14 5,30 2,83 0,47 1,10 1,44
L2=L3=L12=L13 4,05 3,60 0,22 0,51 1,20
L5=L7=L8=L10 4,05 - 0,20 0,46 1,26
L6 4,50 2,57 0,18 0,41 1,20
L9 4,50 2,38 0,05 0,12 0,90

Verifica-se que a flecha final é menor que a flecha admissível para todas as
lajes.

5.2 – CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DO EDIFÍCIO

As dimensões do reservatório são apresentadas nas Figuras 5.4 e 5.5.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 80

P4 P5

P1 CÉLULA 1 P2 P3
CÉLULA 2

P6 P7

PLANTA

CORTE

Figura 5.4 – Planta e corte do reservatório

Figura 5.5 – Detalhe da abertura do reservatório

Os procedimentos para o projeto do reservatório seguem as recomendações


encontradas em ARAÚJO (2003).

5.2.1 – Carregamento para o cálculo como placas

Observa-se que o reservatório é constituído por duas células de dimensões


iguais. Deste modo, segundo ARAÚJO (2003), basta calcular uma célula e adotar as
mesmas armaduras em ambas.

Na Figura 5.6, indicam-se os vãos de cálculo, cargas atuantes e as condições de


contorno para o cálculo das lajes do reservatório.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 81

TAMPA FUNDO

Carga uniforme Carga uniforme


p = 4,0kN/m² p = 18,75kN/m²

PAREDES 1, 2 e 3 PAREDES 4, 5, 6 e 7

Carga triangular Carga triangular


p = 14,0kN/m² p = 14,0kN/m²

Figura 5.6 – Vãos de cálculo, cargas e condições de contorno

Para a realização do cálculo como placas, considera-se o seguinte carregamento


nas lajes do reservatório:

a) Cargas na tampa:

Peso próprio = 25x0,10 = 2,5 kN/m²

Revestimento = 1,0 kN/m²

Carga acidental = 0,5 kN/m²

Carga total na tampa: p1 = 4,0 kN/m²

b) Cargas no fundo

Peso próprio = 25x0,15 = 3,75 kN/m²

Revestimento = 1,0 kN/m²

Pressão hidrostática = 10x1,40 = 14,0 kN/m²

Carga total no fundo: p2 = 18,75 kN/m²

c) Carga nas paredes

Carga triangular com ordenada máxima: p3 = 14,0 kN/m²

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 82

5.2.2 – Esforços nas lajes isoladas

Como indicado na Figura 5.6, a laje da tampa é considerada simplesmente


apoiada nos quatro lados. A laje do fundo é considerada engastada nas paredes em todo o
contorno. As paredes são consideradas engastadas com o fundo e as outras paredes e
rotuladas com a tampa.

As tabelas utilizadas para o cálculo dos esforços e das reações de apoio das
lajes do reservatório se encontram em ARAÚJO (2003).

 Laje da tampa

Utilizando-se a Tabela A2.1 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

l x 284,5
  0,95
ly 299

mx  48,3 m y  44,7

rx  253 ry  260

 Laje do fundo

Utilizando-se a Tabela A2.6 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

l x 284,5
  0,95
ly 299

mxe  54,3 m ye  52,7 mx  23,3 m y  21,3

rx  251 ry  262

 Paredes 1, 2, 3

Utilizando-se a Tabela A2.17 encontrada em ARAÚJO (2003), tem-se os


seguintes coeficientes adimensionais:

ly 152,5
  0,50
lx 299

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 83

mxe  36,2 m ye  62,1 mx  9,4 m y  26,0

Segundo ARAÚJO (2003), as reações de apoio das paredes do reservatório não


são uniformemente distribuídas, porém, como uma simplificação, pode-se considerar que as
cargas aplicadas no plano das lajes são uniformes. Como a tabela utilizada para o cálculo
das paredes não fornece as reações de apoio, o autor já citado anteriormente sugere que se
considere a carga média p = p3/2 e se utilize a Tabela A2.5 encontrada na mesma
bibliografia para o cálculo das reações nas paredes.

Dessa forma temos os seguintes coeficientes adimensionais para as reações de


apoio:

rxe  434 rx  221 ry  345

 Paredes 4, 5, 6, 7

Seguindo o mesmo procedimento realizado para as paredes 1, 2 e 3,


encontramos os seguintes coeficientes adimensionais:

ly 152,5
  0,55
lx 284,5

mxe  36,0 m ye  60,3 mx  10,3 m y  24,6

rxe  414 rx  206 ry  344

5.2.3 – Cálculo dos momentos fletores e reações de apoio

Para o cálculo dos momentos fletores e reações de apoio, basta utilizar os


seguintes multiplicadores para os coeficientes adimensionais encontrados anteriormente:

a) Para os momentos: 0,001 p  l 2

b) Para as reações: 0,001 p  l

Onde l corresponde ao menor vão.

As Figuras 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10 indicam os momentos fletores e as reações de


apoio nas lajes isoladas do reservatório.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 84

2,88

1,45

1,56 2,96 Reações (kN/m) 2,96

2,88
Momentos (kN.m/m)

Figura 5.7 – Momentos fletores e reações de apoio (tampa)

13,39

8,00

3,23
8,24 8,24 13,98
3,54 Reações (kN/m) 13,98

8,00

13,39

Momentos (kN.m/m)

Figura 5.8 – Momentos fletores e reações de apoio (fundo)

2,36

0,85
1,18 1,18 3,68 Reações (kN/m)
3,68
0,31

2,02

4,63

Momentos (kN.m/m)

Figura 5.9 – Momentos fletores e reações de apoio (Paredes 1, 2 e 3)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 85

2,20

0,80
1,17 1,17
3,67
Reações (kN/m)
3,67
0,34

1,96

4,42

Momentos (kN.m/m)
Figura 5.10 – Momentos fletores e reações de apoio (Paredes 4, 5, 6 e 7)

5.2.4 – Compensação dos momentos fletores

O procedimento utilizado para a compensação dos momentos fletores está


descrito no item 4.2.2.

Considerando-se a média dos valores obtidos para os momentos negativos


como lajes isoladas, tem-se:

a) Ligação parede-parede:

1,18  1,17
Xp   X p  1,175kN / m
2

b) Ligação fundo-parede 1 e fundo-parede 2:

8,24  2,02
X  X  5,13kN / m
2

c) Ligação fundo-parede 4 e fundo-parede 6:

8,00  1,96
Y  Y  4,98kN / m
2

Observa-se que os momentos negativos na laje de fundo sofreram redução em


relação ao cálculo como laje isolada. Em vista disso, ocorrerá um aumento dos momentos
positivos no centro nesta laje. A variação dos momentos negativos entre as paredes será
desconsiderada por ter sido muito pequena.

As reduções dos momentos negativos na laje de fundo são dadas por:

X  8,24  5,13  3,11kN  m / m

Y  8,00  4,98  3,02kN  m / m

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 86

Para o cálculo dos incrementos nos momentos positivos, com o uso da Tabela
4.3, e realizando a interpolação dos valores, conseguem-se os seguintes coeficientes:

l x 284,5
  0,95
ly 299

 1x  0,099  x2  0,150  1y  0,158  y2  0,071

Os incrementos dos momentos positivos são:

M x  2  (0,099  3,11  0,150  3,02)  M x  1,52kN.m / m

M y  2  (0,158  3,11  0,071 3,02)  M y  1,41kN.m / m

Os momentos positivos finais na laje de fundo são dados por:

M x  3,54  1,52  5,06kN.m / m

M y  3,23  1,41  4,64kN.m / m

5.2.5 – Dimensionamento das armaduras

No projeto do reservatório considerou-se a classe II de agressividade ambiental.


Portanto, adota-se cobrimento nominal de 2,5cm para o dimensionamento das lajes. A
resistência característica do concreto adotado é de 20MPa.

As paredes externas do reservatório estão apoiadas em todo o contorno nas


alvenarias e a laje da tampa exerce um esforço de compressão sobre elas, porém, resolveu-
se desconsiderar este esforço de compressão no cálculo por este ser de pequena
intensidade.

Uma vez que cada laje se apóia nas demais lajes vizinhas, suas reações de
apoio são transmitidas às lajes vizinhas como cargas aplicadas no plano médio das
mesmas. Desse modo, as lajes estarão submetidas à flexo-tração.

As armaduras foram dimensionadas à flexo-tração, utilizando-se os esforços


finais exercidos sobre as lajes. Estes esforços estão representados nas Figuras 5.11, 5.12,
5.13.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 87

2,20 4,42

1,45 4,64
2,36 2,36 4,63 4,63
1,56 5,06

TAMPA FUNDO

2,20 4,42

Figura 5.11 – Esforços finais na tampa e no fundo

13,98

0,85 0,85
3,67 3,67 3,67 3,67
0,31 0,31

PAREDES 1 e 3 PAREDE 2

13,98

Figura 5.12 – Esforços finais nas paredes 1,2 e 3

0,80
3,68 3,68
0,34

PAREDES 4, 5, 6 e 7

Figura 5.13 – Esforços finais nas paredes 4, 5, 6 e 7

Na Tabela 5.17 estão indicados os esforços de serviço e as armaduras obtidas


no dimensionamento.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 88

Tabela 5.17 – Armaduras do reservatório

Mk
Nk As,cal As,adot
Local (kN.m/ Armadura
(kN/m) (cm²/m) (cm²/m)
m)
Tampa 1,56 2,36 0,78 1,5 Ф6,3c/20

Asmin=1,5cm²/m 1,45 2,20 0,73 1,5 Ф6,3c/20

Fundo 5,06 4,42 1,47 2,25 Ф6,3c/13

Asmin=2,25cm²/m 4,64 4,63 1,36 2,25 Ф6,3c/13

Paredes 1 e 3 0,85 - 0,37 2,25 Ф6,3c/13

Asmin=2,25cm²/m 0,31 3,67 0,16 2,25 Ф6,3c/13

Paredes 4, 5, 6 e 7 0,80 - 0,35 2,25 Ф6,3c/13

Asmin=2,25cm²/m 0,34 3,68 0,17 2,25 Ф6,3c/13

Parede 2 0,85 13,98 0,51 2,25 Ф6,3c/13

Asmin=2,25cm²/m 0,31 3,67 0,16 2,25 Ф6,3c/13

Ligação parede-
3,67 - 1,64 2,25 Ф6,3c/13
parede

Ligação fundo-paredes
5,14 - 2,34 2,34 Ф6,3c/13
1e2

Ligação fundo-paredes
4,99 - 2,26 2,26 Ф6,3c/13
4e6

5.2.6 – Abertura de fissuras

Considerando o módulo de elasticidade do aço igual a 210GPa e o módulo de


deformação secante do concreto igual a 21287,36MPa para fck=20MPa, pode-se calcular a
abertura de fissuras no reservatório em estudo utilizando o procedimento descrito no item
4.2.3.

Conforme pode-se observar na Tabela 5.18 em todos os casos a deformação


média do aço,  sm , foi menor do que a deformação que o concreto resistiria,  cm , portanto

não ocorre a abertura de fissuras no reservatório.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 89

Tabela 5.18 – Verificação de abertura de fissuras no reservatório

Tampa
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
1,56 2,36 0,10 1,5 1,5128 9,87 0,0021 0,0211 0,186 169309 0,0052 449206 -0,00048
1,45 2,2 0,10 1,5 1,406 9,87 0,0021 0,0211 0,186 157400 0,0052 449206 -0,00053
Fundo
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
5,06 4,42 0,15 2,25 4,8611 9,87 0,0019 0,0185 0,175 210820 0,0052 444348 -0,00027
4,64 4,63 0,15 2,25 4,4317 9,87 0,0019 0,0185 0,175 194864 0,0052 444348 -0,00034
Paredes 1 e 3
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
0,85 0 0,15 2,25 0,85 9,87 0,0019 0,0185 0,175 33428,4 0,0052 444348 -0,00111
0,31 3,67 0,15 2,25 0,1449 9,87 0,0019 0,0185 0,175 22007,7 0,0052 444348 -0,00116

M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
0,8 0 0,15 2,25 0,8 9,87 0,0019 0,0185 0,175 31462,1 0,0052 444348 -0,00112
0,34 3,68 0,15 2,25 0,1744 9,87 0,0019 0,0185 0,175 23214,3 0,0052 444348 -0,00116
Parede 2
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
0,85 13,98 0,15 2,25 0,2209 9,87 0,0019 0,0185 0,175 70820,8 0,0052 444348 -0,00093
0,31 3,67 0,15 2,25 0,1449 9,87 0,0019 0,0185 0,175 22007,7 0,0052 444348 -0,00116
Ligaçoes parede parede
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
3,67 0 0,15 2,25 3,67 9,87 0,0019 0,0185 0,175 144332 0,0052 444348 -0,00058
Ligação fundo-paredes1 e 2
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
5,14 0 0,15 2,34 5,14 9,87 0,002 0,0192 0,178 194584 0,0055 426917 -0,00029
Ligação fundo-paredes 4 e 6
M N As Ms σs σso
h (m) n ρ n.ρ ξ ρse (εsm-εcm)
(kN.m) (kN) (cm²) (kN.m) (kN/m²) (kN/m²)
4,99 0 0,15 2,26 4,99 9,87 0,0019 0,0186 0,175 195401 0,0053 442341 -0,00033

5.2.7 – Dimensionamento da parede P2 como viga

Na Figura 5.14, indica-se a parede P2 do reservatório com as cargas verticais


transmitidas pela laje da tampa e pela laje do fundo.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 90

pk1=5,92kN/m

h=1,525m pk2=27,96kN/m

l=2,99m

Figura 5.14 – Carregamento parcial na parede P2

Além das cargas indicadas na Figura 5.14, deve-se incluir o peso próprio da
parede e o peso de revestimento da mesma.

O peso próprio da parede, acrescido do revestimento de 1,0kN/m², é dado por:

a) Peso próprio = 25x0,15x1,525 = 5,72kN/m

b) Revestimento = 1,0x1,525 = 1,53 kN/m

c) Peso Total (pk3)= 7,25 kN/m

A carga de serviço pk é:

pk = pk1+pk2+pk3 = 41,13kN/m

O momento fletor de serviço na seção central e as reações de apoio são dados


por:

pk  l 2 41,13  2,99 2
Mk    M k  45,96kN  m
8 8

pk  l 41.13  2,99
Rk    Rk  61,49kN  m
2 2

De acordo com a classificação apresentada no item 4.2.4, a viga em estudo se


encontra classificada como viga-parede, pois verifica-se a relação
l h  2,99 1,525  1,96  2,0 , para vigas biapoiadas.

Assim, para a viga parede em estudo, considerando CA-50, tem-se:

Z  0,15  h  3  l h  0,15 1,525  3  2,99 1,525  Z  1,13m

Md 1,4  41,13
As    As  1,17cm 2
Z  f yd 1,13  50 1,15

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 91

Adotando-se três barras de 10mm, tem-se a área Ase  2,36cm 2 . Essa folga na

armadura visa facilitar a ancoragem nos apoios.

Para a viga parede em estudo, adotando-se d’=3,5cm, tem-se:

4  Z 4 1,13
tg      56,52
l 2,99

Rd 1,4  61,49
d     d  0,38kN / cm²  3,80MPa
bc 15  15

Rd 1,4  61,49
 2d  
b  c  2  d ' cot g   sen  15  15  2  3,5  cot g 56,52  sen 2 56,52
2

 2d  0,38kN / cm²  3,80MPa

 f   20  20
f cdr  0,60  1  ck   f cd  0,60  1    f cdr  7,89MPa
 250   250  1,4

Observa-se que está garantida a segurança contra esmagamento da biela.

A NBR 6118 (2003) determina que a resistência de aderência de cálculo entre


armadura e concreto é dada por:

0,21
f bd  1  2  3   f ck2 / 3
c

Com f ck em MPa.

Para a viga em estudo, considerando-se barras nervuradas, situação de boa


aderência e bitola de 10mm, tem-se:

0,21
f bd  2,25 1,0 1,0   20 2 / 3  f bd  2,49MPa
1,4

O comprimento básico de ancoragem lb é dado por:

 f yd 1,0 500 1,15


lb      lb  43,65cm
4 f bd 4 2,49

Logo, o comprimento de ancoragem com gancho é:

As ,cal 0,8  As 0,8 1,17


lb,nec  0,7  lb   0,7  lb   0,7  43,65   lb,nec  12,12cm
Ase Ase 2,36

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 92

Como o espaço disponível para a penetração da armadura nos apoios


corresponde a 12,5cm (largura do apoio menos o cobrimento), verifica-se que é possível
fazer a ancoragem com gancho.

Segundo ARAÚJO (2003), se a viga-parede for solicitada por uma carga de


cálculo p d distribuída uniformemente ao longo do vão l e aplicada na face inferior, deve-se

empregar uma armadura de suspensão formada por estribos verticais. A área da armadura
de suspensão necessária é:

pd
As ,susp 
f yd
A armadura de pele necessária na viga deve ter uma taxa mínima de 0,10% da
área de concreto em cada face, nas duas direções.

Dessa forma, para a viga em estudo, adotando-se CA-50, tem-se:

pd 1,4  27,96
As ,susp    As ,susp  0,90cm² / m  0,45cm² / m em cada face.
f yd 50 1,15

As , pele  0,10  b  0,10 15  As , pele  1,50cm² / m em cada face.

Tanto a armadura de suspensão quanto a de pele são inferiores a armadura


adotada a partir do cálculo da parede como laje. Portanto, prevalece a armadura indicada na
Tabela 5.17 para a parede 2.

O detalhamento de todo o reservatório se encontra no Apêndice D encontrado


no final deste trabalho.

5.2.8 – Considerações sobre o detalhamento da armadura

Para as paredes, resolveu-se utilizar as barras em forma de estribo,


normalmente utilizado em reservatórios de edifícios residenciais.

As lajes da tampa e do fundo foram detalhadas da mesma forma que as lajes


convencionais. A laje da tampa foi calculada como placa simplesmente apoiada, porém
colocou-se uma armadura negativa mínima entre as lajes de tampa para se evitar a
fissuração do concreto.

Entre as ligações engastadas, para resistir aos momentos fletores de engaste,


foi colocada uma armadura para evitar a fissuração na mísula e outra em laço. A armadura
em laço deve penetrar na placa o comprimento de ancoragem mais 25% do maior dos vãos
menores das placas contíguas, conforme recomendação de ARAÚJO (2003).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


93

6 - CÁLCULO DAS AÇÕES VERTICAIS E HORIZONTAIS NO


EDIFÍCIO

Neste capítulo será realizada a análise das ações verticais e horizontais no


edifício em estudo.

6.1 - AÇÕES VERTICAIS

Para a determinação dos carregamentos aqui apresentados, foi admitido o peso


específico da parede revestida em 15 kN/m³, conforme recomendação de CORRÊA &
RAMALHO (2003).

Os carregamentos verticais considerados correspondem as reações de apoio


das lajes dos pavimentos tipo e cobertura, peso próprio da alvenaria, além das cargas
correspondentes ao elevador, escadas e ático.

6.1.1 – Carregamento da escada

A escada utilizada no edifício é pré-moldada leve do tipo jacaré.

Os patamares intermediários também são pré-moldados.

Os espelhos e os degraus são descarregados nos jacarés, que estão


parafusados em dois lugares, transferindo este carregamento concentrado para a alvenaria
estrutural.

Os patamares são descarregados em vigas pré-moldadas, que estão


parafusadas em dois lugares.

Não foi realizado o dimensionamento da escada neste trabalho, limitando-se


apenas ao cálculo dos esforços causados por ela na alvenaria. No Anexo B, no final deste
trabalho, encontra-se a forma da escada em questão.

A Figura 6.1 apresenta um esquema da maneira que os elementos das escadas


estão parafusadas na alvenaria.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 94

Jacaré Jacaré

PY11 PY14

Viga do patamar

PX17

Figura 6.1 – Localizações dos parafusos da escada

Para o cálculo dos esforços causados pela escada, utilizou-se 25kN/m³ para o
peso específico da argamassa armada e as dimensões encontradas na planta de forma
encontrada no Anexo B. Utilizando essas dimensões encontra-se os valores apresentados
na Tabela 6.1 para o volume de cada peça.

Tabela 6.1 – Volume das peças da escada

Volume
Peça
(m³)
Degrau 0,02482
Jacaré 0,02624
Patamar 0,03167

 Análise do degrau

Distribuindo-se o peso próprio em toda a superfície do degrau e considerando


3,00kN/m² (segundo a NBR-6120 (1980) considerando escada com acesso ao público)
como a carga acidental e 1,1kN/m² para revestimento e forro, chega-se a seguinte carga
distribuída em cada degrau:

V  0,02482  25
pd   prev forro  q   1,1  3,0  pd  5,64 kN m²
lx  l y 1,345  0,3

Assim pode-se calcular a reação de apoio que vai para cada jacaré:

pd  l 5,64 1,345
R yd    R yd  3,7929 kN m
2 2

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 95

 Análise do jacaré

Distribuindo-se o peso próprio em todo o vão horizontal do jacaré e somando-se


a reação de apoio causada pelos degraus, tem-se o seguinte carregamento horizontal
uniformemente distribuído no jacaré:

V  0,02624  25
pj   R yd   3,7929  p j  4,11kN m
lh 2,07

O peso total de um jacaré é:

Ptj  p j  lh  4,11 2,07  Ptj  8,51kN

Com isso, calcula-se o esforço em cada parafuso:

Ptj 8,51
R yj    R yj  4,26kN
2 2

 Análise do patamar

Distribuindo-se o peso próprio em toda a superfície do patamar e considerando


3,00kN/m² como a carga acidental e 1,1kN/m² para revestimento e forro, chega-se a
seguinte carga distribuída em cada patamar:

V  0,03167  25
pp   prev forro  q   1,1  3,0  p p  5,17 kN m²
lx  l y 0,57 1,3

Assim pode-se calcular a reação de apoio que vai para cada viga:

pp l 5,17 1,3
R yp    R yp  3,3605 kN m
2 2

 Análise das vigas do patamar

Distribuindo-se o peso próprio em todo o vão da viga e somando-se a reação de


apoio causada pelos patamares, tem-se o seguinte carregamento horizontal uniformemente
distribuído na viga:

pv  Ac    Ryp  0,05  0,15  25  3,3605  pv  3,548 kN m

O peso total de uma viga é:

Ptv  pv  l  3,548 1,425  Ptv  5,06kN

Com isso, calcula-se o esforço em cada parafuso:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 96

Ptv 5,06
R yv    R yv  2,53kN
2 2

 Verificação do cisalhamento nos parafusos

Considerando a utilização de parafusos com 25,4mm de diâmetro, calcula-se o


esforço de cisalhamento em um parafuso do jacaré (pior caso):

V 4,26
     0,8407 kN cm ²  8,41MPa
A   2,54 2 4

Como a tensão admissível para este tipo de parafuso é de 12,7MPa, ele poderá
ser utilizado.

 Cargas nas paredes

Resta determinar a quantidade do carregamento da escada que descarrega em


cada parede por pavimento.

As paredes PY11 e PY14 recebem o peso de um jacaré e de uma viga,


chegando-se a uma carga de 13,68kN causada pela escada por pavimento.

A parede PX17 recebe o peso de uma viga, chegando-se a uma carga de


5,17kN causada pela escada por pavimento.

A parede PY28 recebe o peso de dois jacarés e de uma viga, chegando-se a


uma carga de 22,19kN causada pela escada por pavimento.

6.1.2 – Distribuição das cargas verticais

Para a distribuição das cargas verticais foi adotado o procedimento dos grupos
isolados de paredes. Na presente análise, apenas os trechos compreendidos entre o térreo
e a cobertura serão considerados. A nomenclatura adotada para as paredes e os grupos
considerados é apresentada na Figura 6.2. Foi evitada a numeração de grupos simétricos. A
delimitação de grupos foi feita considerando-se a separação por aberturas.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 97

PX1 PX2 PX3

PY6

PY25
G1 G9

PY19
PY17

PY24
PY8

PY10
PX4 PX5 G8
PY5

G2

PY23
PY13
PX6 PX7 PX8 PX9
PY4

PY12

PY15
G3 G4 G6 G7

PY27
G5 PX10 PX11
PY26

PX12
G10
PY11

PY14

PY22
PX13 PX14 PX15 PX16
G12
PY3

PY16
PY28

PY21
PY2

PY18
PY9
PY7

PX17

PY20
PY1

PX18 PX19 PX20


G11
Figura 6.2 – Grupos de paredes estruturais

A Tabela 6.2 apresenta algumas características dos grupos de paredes.

Tabela 6.2 – Definição dos grupos de paredes

Grupo Repetições Paredes do grupo Área (m²)

1 2 PX1, PY6, PY8 1,51


2 4 PY5 0,17
3 4 PX6, PY4 0,50
4 2 PX7, PY10 0,84
5 2 PX10, PY26 1,34
6 1 PX4, PY12, PY13 1,03
7 1 PX5, PY15 0,54
8 2 PX2, PX8, PY17 1,15
9 2 PX3, PY19, PY25 1,20
10 1 PX12, PY11 1,09
11 1 PX17, PY14 1,09
12 1 PY28 0,29

Dentro do conceito de grupos isolados de paredes interessa determinar a


resultante de cargas verticais presente em cada grupo, em cada nível da edificação. Essa
carga é distribuída de maneira uniforme pela área total em planta do grupo de paredes. A
determinação é feita de forma cumulativa do tipo para a base de cada um dos grupos. Com
as cargas encontradas anteriormente é possível determinar essas resultantes.

O procedimento da distribuição das cargas verticais entre os grupos de paredes


foi realizado através de planilhas confeccionadas pelos autores no software Microsoft Office
Excel.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 98

O primeiro passo foi a determinação das cargas verticais nas paredes devido as
lajes. Para isso, basta multiplicar os valores das reações de apoio das lajes (encontrados na
tabela do Apêndice A) pelo vão correspondente a cada parede. Os resultados são
apresentados nas Tabelas 6.3 e 6.4.

Tabela 6.3 – Carga das lajes nas paredes PX

Carga (kN)
PX
Tipo Cobertura
1 23,73 18,72
2 2,30 2,07
3 17,37 12,98
4 0,48 0,35
5 0,48 0,35
6 43,79 33,59
7 48,56 40,75
8 48,56 40,75
9 43,79 33,59
10 134,47 107,47
11 134,47 107,47
12 15,77 10,23
13 43,79 33,59
14 48,56 40,75
15 48,56 40,75
16 43,79 33,59
17 0,00 6,21
18 17,37 12,98
19 2,30 2,07
20 23,73 18,72

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 99

Tabela 6.4 – Carga das lajes nas paredes PY

Carga (kN)
PY
Tipo Cobertura
1 4,02 2,91
2 5,84 4,23
3 3,57 2,72
4 3,57 2,72
5 5,84 4,23
6 4,02 2,91
7 50,07 40,06
8 50,07 40,06
9 24,98 21,61
10 19,74 16,88
11 26,66 27,12
12 25,92 19,26
13 6,14 4,28
14 26,66 27,12
15 37,41 27,26
16 19,74 16,88
17 24,98 21,61
18 50,07 40,06
19 50,07 40,06
20 4,02 2,91
21 5,84 4,23
22 3,57 2,72
23 3,57 2,72
24 5,84 4,23
25 4,02 2,91
26 3,50 2,80
27 3,50 2,80

O segundo passo foi determinar as cargas verticais nas aberturas. As cargas


causadas pelas lajes foram determinadas da mesma forma que nas paredes. Para a
determinação do peso próprio nas aberturas basta descontar do pé-direito (2,60m) a altura
da abertura e multiplicar o resultado pela largura da abertura, pela espessura da parede e,
por fim, pelo peso específico da parede revestida. A Tabela 6.5 apresenta os resultados
encontrados.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 100

Tabela 6.5 – Cargas verticais nas aberturas

Vão (m) Lajes (kN) Peso Próprio


Abertura
Largura Altura Tipo Cobertura (kN)
1 1,36 1,21 6,68 4,83 4,25
2 0,61 0,41 2,99 2,17 3,01
3 1,81 1,21 4,73 3,79 5,66
4 1,81 1,21 4,73 3,79 5,66
5 0,61 0,41 2,99 2,17 3,01
6 1,36 1,21 6,68 4,83 4,25
7 0,91 2,21 15,21 11,67 0,80
8 0,91 2,21 15,21 11,67 0,80
9 0,91 2,21 13,52 10,82 0,80
10 0,91 2,21 13,52 10,82 0,80
11 1,36 1,21 3,81 3,43 4,25
12 1,36 1,21 4,99 4,50 4,25
13 1,51 1,21 2,62 2,10 4,72
14 0,91 2,21 9,87 7,17 0,80
15 0,91 2,21 9,87 7,17 0,80
16 1,51 1,21 2,62 2,10 4,72
17 1,51 2,21 5,83 4,06 1,33
18 0,91 1,21 1,48 1,03 2,85
19 0,91 2,21 7,11 4,61 0,80
20 0,91 0,61 0,00 2,80 4,07
21 1,51 1,21 2,62 2,10 4,72
22 0,91 2,21 9,87 7,17 0,80
23 0,91 2,21 9,87 7,17 0,80
24 1,51 1,21 2,62 2,10 4,72
25 1,36 1,21 4,99 4,50 4,25
26 1,36 1,21 3,81 3,43 4,25
27 0,91 2,21 13,52 10,82 0,80
28 0,91 2,21 13,52 10,82 0,80
29 0,91 2,21 15,21 11,67 0,80
30 0,91 2,21 15,21 11,67 0,80
31 1,36 1,21 6,68 4,83 4,25
32 0,61 0,41 2,99 2,17 3,01
33 1,81 1,21 4,73 3,79 5,66
34 1,81 1,21 4,73 3,79 5,66
35 0,61 0,41 2,99 2,17 3,01
36 1,36 1,21 6,68 4,83 4,25

O terceiro passo consistiu em determinar a carga total de cada pavimento em


cada grupo de parede. Cabe lembrar que as cargas verticais sobre aberturas (reação de
lajes e peso de alvenaria) são repartidas igualmente entre os dois grupos adjacentes a
essas aberturas. Para determinar a carga vertical causada pelas lajes no grupo, basta
somar os valores de carga (encontrado nas Tabelas 6.3 e 6.4) de cada parede pertencente
ao grupo. As Tabelas 6.6 e 6.7 apresentam as cargas verticais dos grupos no pavimento tipo
e cobertura, respectivamente.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 101

Tabela 6.6 – Cargas verticais dos grupos no pavimento tipo

Lajes (kN) Peso próprio (kN) Escada Total tipo


Grupo
Paredes Aberturas Paredes Aberturas (kN) (kN)
1 77,82 12,59 63,18 4,65 0,00 158,24
2 5,84 4,83 7,02 3,63 0,00 21,33
3 47,36 11,47 21,06 4,73 0,00 84,62
4 68,29 18,17 34,81 5,29 0,00 126,56
5 137,97 14,60 56,16 6,46 0,00 215,19
6 32,54 12,82 43,00 5,51 0,00 93,87
7 37,89 6,99 22,82 4,18 0,00 71,87
8 75,83 17,58 48,26 5,29 0,00 146,96
9 71,46 12,00 50,02 4,65 0,00 138,13
10 42,44 9,80 45,92 5,20 13,68 117,03
11 26,66 9,80 45,92 5,20 18,85 106,43
12 0,00 0,00 12,29 0,00 22,19 34,48
Tabela 6.7 – Cargas verticais dos grupos na cobertura

Lajes (kN) Peso próprio (kN) Ático (kN)Total


Grupo Cobertura
Paredes Aberturas Paredes Aberturas Paredes Aberturas (kN)
1 61,69 10,07 18,56 22,44 0,00 0,00 112,77
2 4,23 3,50 2,97 16,25 0,00 0,00 26,95
3 36,30 8,81 2,60 19,97 0,00 0,00 67,68
4 57,63 14,54 3,71 23,68 0,00 0,00 99,56
5 110,27 10,96 3,34 29,87 0,00 0,00 154,43
6 23,88 9,22 4,83 19,97 0,00 0,00 57,89
7 27,61 5,15 0,74 19,97 0,00 0,00 53,47
8 64,43 14,01 9,28 23,68 0,00 0,00 111,40
9 55,95 9,54 12,99 22,44 0,00 0,00 100,93
10 37,36 8,34 0,00 0,00 234,26 21,52 301,48
11 33,33 8,34 0,00 0,00 234,26 21,52 297,45
12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Para o pavimento tipo, precisou-se considerar as cargas correspondentes à


escada (item 6.1.1). Para a cobertura, precisou-se considerar as cargas correspondentes ao
barrilete (pé-direito do barrilete foi considerado 1,50m) e reservatório. Foi considerado
1,10m de parede acima da laje da cobertura nas parede externas.

Com base nos resultados apresentados nas Tabelas 6.6 e 6.7, pode-se
acumular as cargas verticais em cada grupo, encontrando-se os valores junto à base de
cada parede em cada um dos nove níveis escolhidos para análise. A Tabela 6.8 apresenta
os resultados das cargas verticais acumuladas em cada grupo. Considerou-se um elevador
com capacidade para seis pessoas, com peso total de 10kN, fixado na parede PX4 (grupo
G6). Essa carga foi considerada aplicada no oitavo nível.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 102

Tabela 6.8 – Cargas verticais acumuladas em cada grupo.

8° Pav. 7° Pav. 6° Pav. 5° Pav. 4° Pav. 3° Pav. 2° Pav. 1° Pav.


Grupo Térreo
(kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
1 180,60 338,84 497,09 655,33 813,58 971,82 1130,07 1288,31 1446,56
2 37,60 58,93 80,25 101,58 122,90 144,23 165,55 186,88 208,20
3 93,47 178,09 262,71 347,33 431,94 516,56 601,18 685,80 770,42
4 139,65 266,21 392,76 519,32 645,87 772,43 898,99 1025,54 1152,10
5 217,05 432,24 647,42 862,61 1077,79 1292,98 1508,16 1723,35 1938,53
6 116,40 210,26 304,13 398,00 491,87 585,74 679,60 773,47 867,34
7 80,46 152,34 224,21 296,08 367,95 439,82 511,70 583,57 655,44
8 164,95 311,91 458,87 605,83 752,80 899,76 1046,72 1193,69 1340,65
9 155,60 293,73 431,86 569,99 708,12 846,25 984,38 1122,51 1260,64
10 366,27 483,31 600,34 717,37 834,40 951,43 1068,46 1185,49 1302,52
11 367,42 473,85 580,28 686,71 793,14 899,57 1006,00 1112,43 1218,86
12 34,48 68,95 103,43 137,90 172,38 206,85 241,33 275,80 310,28

As paredes acima do 8º pavimento devem resistir ao carregamento proveniente


da cobertura (Tabela 6.7) acrescido do peso próprio das paredes do tipo e um eventual
carregamento devido a escada. Para os níveis inferiores basta acumular a carga vertical
correspondente ao tipo (Tabela 6.6)

Pode-se utilizar como o exemplo o procedimento de cálculo dos esforços


verticais no grupo G1. A parede imediatamente acima do 8° pavimento terá que resistir a
carga total da cobertura, 112,77kN, mais o peso das paredes existentes entre a laje do 8°
pavimento e a laje da cobertura, 67,83kN (63,18+4,65), sendo que estes valores são
extraídos da Tabela 6.6. Dessa forma, no oitavo nível, o grupo G1 terá que resistir a uma
carga total de 180,60kN (112,77+67,83). Para os níveis abaixo do oitavo, basta acrescentar
a carga total de um tipo (Tabela 6.6). Assim, para o sétimo nível, o grupo G1 terá que resistir
a uma carga de 338,84kN (180,60+158,24), 497,08kN (338,84+158,24) para o sexto nível e
assim sucessivamente.

6.2 - AÇÕES HORIZONTAIS

A análise estrutural do edifício englobará a determinação das ações horizontais


devidas à ação do vento e ao desaprumo, e sua distribuição ao longo dos andares.
Efeitos de torção ocorrem no caso de contraventamentos assimétricos, que é o
caso do edifício em estudo. Porém, pelo fato da assimetria ser muito pequena,
desconsiderou-se os efeitos de rotação dos pavimentos. Dessa forma, o edifício em estudo
será considerado completamente simétrico para efeito de cálculo dos esforços horizontais.

6.2.1 – Ações devidas ao vento

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 103

A ação do vento no edifício é calculada de acordo com a NBR-6123 (1988). Para


isto, consideram-se os seguintes dados:

a) o edifício está localizado numa região de subúrbio, em terreno plano, a considerável


distância do centro, rodeado por casas baixas e esparsas.

b) a velocidade básica do vento para o local da edificação, Goiânia, obtida do gráfico de


isopletas da NBR-6123 (1988) é Vo  35m / s .

Nas Figuras 6.3, 6.4 e 6.5, indicam-se as dimensões do edifício.

Figura 6.3 – Planta do Edifício

Figura 6.4 – Vista A

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 104

Figura 6.5 – Vista B

O cálculo apresentado a seguir segue o procedimento indicado na NBR-6123


(1988).

a) Fator topográfico S1 : Como se trata de terreno plano, S1  1,0 .

b) Fator S 2 : Pela localização do edifício, pode-se considerar a Categoria III para a


rugosidade do terreno. Como a maior dimensão da superfície frontal do edifício é
27,40m (entre 20m e 50m), a edificação é considerada da Classe B.

Entrando na Tabela 1 da NBR-6123, obtém-se os coeficientes b =0,94, p =0,105

e Fr =0,98.

O fator S 2 , usado no cálculo da velocidade característica do vento em uma


altura z (em metros) acima do nível do terreno, é dado por:

p
 z 
S 2  b  Fr   
 10 

Assim:

0,105 0,105
 z   z 
S 2  0,94  0,98     0,9212   
 10   10 

c) Fator estatístico S 3 : Como se trata de edifício residencial, tem-se S 3  1,00 .

A velocidade característica do vento, Vk , é dada por:

Vk  S1  S 2  S3 Vo , em m/s.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 105

Assim:

0,105
 z 
Vk  1,0  0,9212    1,0  35  Vk  25,32  z 0,105
 10 

Com z representando a altura acima do nível do terreno, em metros.

A pressão dinâmica do vento, q , é dada por:

q  0,613 V k2 , em N/m².

A componente da força global na direção do vento, Fa , denominada força de

arrasto, é dada por:

Fa  Ca  q  Ae

Onde C a é o coeficiente de arrasto e Ae é a área frontal efetiva, definida como

área da projeção ortogonal da edificação ou elemento estrutural sobre um plano


perpendicular à direção do vento.

Em vista da localização do edifício, pode-se dizer que se trata de vento de baixa


turbulência, pois o edifício é cercado por edificações mais baixas que ele. Portanto, os
coeficientes de arrasto são obtidos com o emprego da Figura 4 da NBR-6123 (1988).

Para o cálculo do coeficiente de arrasto, deve-se considerar os dois casos


indicados na Figura 6.6, onde a  19,65m ; b  15,15m ; h  27,40m .

l2 l1

vento Caso 1 Caso 2


b l1 b l2

a a

l1=b ; l2=a l1=a ; l2=b


vento

Figura 6.6 – Dimensões do edifício em planta para obtenção do coeficiente de arrasto

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 106

Caso 1) vento segundo a direção x:

Neste caso, tem-se l1  15,15m e l2  19,65m . Deve-se entrar no gráfico da

l1 15,15 h 27,40
NBR-6123 (1988) com as seguintes relações   0,77 ;   1,81 .
l 2 19,65 l1 15,15

Do gráfico (Figura 4 da NBR-6123), obtém-se o coeficiente de arrasto


Cax  1,08 .

Caso 2) vento segundo a direção y:

Neste caso, tem-se l1  19,65m e l2  15,15m . Deve-se entrar no gráfico da

l1 19,65 h 27,40
NBR-6123 (1988) com as seguintes relações   1,30 ;   1,39 .
l 2 15,15 l1 19,65

Do gráfico (Figura 4 da NBR-6123), obtém-se o coeficiente de arrasto


Cay  1,25 .

Com os dados encontrados, pode-se calcular as forças de arrasto atuantes no


edifício.

A avaliação é feita em cada pavimento, considerando-se a área frontal que


engloba meio pé-direito abaixo e meio acima do pavimento. Observe-se que no caso da laje
da cobertura, a área considerada acima é de todo o ático da edificação.

A Tabela 6.9 indica as forças de arrasto que atuam em cada laje do edifício.

Tabela 6.9 – Forças horizontais devidas ao vento

Área Frontal Força de Arrasto


Efetiva (m²) (kN)
Nível Cota (m) S2 Vk (m/s) q (N/m²)
Vento Vento Vento Vento
em X em Y em X em Y
1 2,7 0,80 28,10 484,05 40,91 53,06 21,38 32,10
2 5,4 0,86 30,22 559,90 40,91 53,06 24,73 37,13
3 8,1 0,90 31,54 609,66 40,91 53,06 26,93 40,43
4 10,8 0,93 32,50 647,62 40,91 53,06 28,61 42,95
5 13,5 0,95 33,27 678,69 40,91 53,06 29,98 45,01
6 16,2 0,97 33,92 705,18 40,91 53,06 31,15 46,77
7 18,9 0,98 34,47 728,39 40,91 53,06 32,18 48,31
8 21,6 1,00 34,96 749,10 40,91 53,06 33,09 49,68
Cobertura 24,3 1,01 35,39 767,86 48,82 54,44 40,48 52,26

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 107

6.2.2 – Ações correspondentes ao desaprumo

Através das cargas encontradas no item 6.1.2, temos 2417,61kN de carga total
para o pavimento tipo e 2246,96kN para a carga total atuante na cobertura.

Dessa forma, para o edifício em estudo, temos:

1
    2,028602 10 3 rad
100  24,30

Fd  2,028602 10 3  2417,61  Fd  4,90kN , para pavimento tipo;

Fd  2,028602 10 3  2246,96  Fd  4,56kN , para a cobertura.

6.2.3 – Ações horizontais globais

Somando as ações horizontais devidas ao vento e desaprumo, obtêm-se as


ações horizontais totais atuantes ao nível de cada andar.

A Tabela 6.10 indica as ações horizontais totais, os esforços cortantes e os


momentos fletores atuantes em cada pavimento do edifício.

Tabela 6.10 – Esforços solicitantes globais

Direção X Direção Y
Nível Cortante Momento Cortante Momento
Força (kN) Força (kN)
(kN) (kN.m) (kN) (kN.m)
Cobertura 45,04 0,00 0,00 56,81 0,00 0,00
8 38,00 45,04 121,61 54,58 56,81 153,40
7 37,08 83,04 345,82 53,21 111,40 454,16
6 36,06 120,12 670,14 51,67 164,60 898,60
5 34,89 156,18 1091,81 49,91 216,27 1482,54
4 33,51 191,06 1607,68 47,85 266,19 2201,24
3 31,84 224,57 2214,03 45,33 314,04 3049,15
2 29,64 256,41 2906,34 42,03 359,37 4019,46
1 26,29 286,05 3678,67 37,00 401,41 5103,27
Térreo - 312,34 4521,98 - 438,41 6286,99

6.2.4 – Distribuição das ações horizontais

Para a distribuição das ações horizontais foi escolhido o procedimento das


paredes isoladas, admitindo-se como representativa a associação plana dos painéis de
contraventamento.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 108

Para a aplicação do procedimento escolhido é necessário determinar, em cada


uma das direções, o momento de inércia de flexão de cada uma das paredes, relativo ao
baricentro ortogonal à direção do vento.

Neste trabalho, utilizou-se as recomendações do ACI-530 para a consideração


das abas, ou seja, a largura das abas (ou mesa) consideradas não podem ser maiores do
que seis vezes a espessura da alma (84cm) e que o comprimento de parede disponível.

Na distribuição das ações horizontais em X, deve-se avaliar o momento de


inércia de todas as paredes orientadas segundo o eixo X com relação ao seu eixo
baricêntrico paralelo a Y. E na distribuição das ações horizontais em Y, deve-se avaliar o
momento de inércia de todas as paredes orientadas segundo o eixo Y com relação ao seu
eixo baricêntrico paralelo a X.

As distâncias máximas ao eixo de flexão são necessárias para a determinação


dos módulos de resistência à flexão da seção transversal, que é feita dividindo-se o
momento de inércia por essas distâncias. Esses módulos são utilizados para a
determinação das máximas tensões normais produzidas pelo momento fletor atuante na
seção transversal.

O cálculo do momento de inércia e dos módulos de resistência à flexão de cada


painel foi realizado com auxílio de uma planilha confeccionada no programa Microsoft Office
Excel. Estas planilhas, bem como o arranjo e nomenclatura dos painéis adotados em cada
direção, encontram-se no final deste trabalho, Apêndice B.

A distribuição das ações horizontais é feita de maneira proporcional à rigidez de


cada painel relativa ao conjunto completo de painéis que constitui a associação. Assim, para
que se possa determinar a solicitação em cada painel, é necessário seguir o seguinte
procedimento, encontrado em CORRÊA & RAMALHO:

a) calcular, em níveis previamente escolhidos, os esforços solicitantes globais atuantes


na edificação nas direções de atuação do vento;

b) calcular a rigidez relativa de cada painel nas referidas direções;

c) multiplicar o esforço solicitante global desejado (momento fletor ou esforço cortante)


pela rigidez relativa do painel.

As Figuras 6.7 e 6.8 indicam as definições dos painéis de contraventamento nas


direções X e Y, respectivamente.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 109

PX1 PX2 PX3

PX4 PX5

PX6 PX7 PX8 PX9

PX10 PX11

PX12

PX13 PX14 PX15 PX16

PX17
PX18 PX19 PX20

Figura 6.7 - Definição dos painéis de contraventamento na direção X


PY6

PY25
PY19
PY17

PY24
PY8

PY10
PY5

PY23
PY13
PY4

PY12

PY15

PY27
PY26

PY11

PY14

PY22
PY3

PY16
PY28

PY21
PY2

PY18
PY9
PY7

PY20
PY1

Figura 6.8 - Definição dos painéis de contraventamento na direção Y

As Tabelas 6.11 e 6.12 apresentam para as direções X e Y o momento de


inércia de flexão de cada parede e o índice de rigidez relativa, fundamental para a
distribuição das ações. Observe-se que nas tabelas é evitada a repetição de paredes

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 110

correspondentes, sendo indicado apenas o número de vezes em que cada uma se repete na
associação.

Tabela 6.11 – Rigidezes das Paredes PX

4 4 I
Parede PX I (m ) n n*I (m ) R= /ΣI
1 4,643 2 9,29 1,29E-01
2 0,017 2 0,03 4,69E-04
3 1,788 2 3,58 4,95E-02
4 0,246 1 0,25 6,82E-03
5 0,001 1 0,00 1,79E-05
6 0,381 4 1,52 1,05E-02
7 0,570 4 2,28 1,58E-02
10 9,391 2 18,78 2,60E-01
12 0,186 2 0,37 5,16E-03
Σ= 36,10
Tabela 6.12 – Rigidezes das Paredes PY

4 4 I
Parede PY I (m ) n n*I (m ) R= /ΣI
1 0,017 4 0,07 9,79E-04
2 0,020 4 0,08 1,14E-03
3 0,015 4 0,06 8,55E-04
7 0,890 2 1,78 5,15E-02
8 0,906 2 1,81 5,24E-02
9 2,109 2 4,22 1,22E-01
10 0,498 2 1,00 2,88E-02
11 3,159 1 3,16 1,83E-01
12 0,895 1 0,90 5,18E-02
13 0,155 1 0,16 8,99E-03
14 3,159 1 3,16 1,83E-01
15 0,676 1 0,68 3,91E-02
26 0,060 2 0,12 3,48E-03
28 0,107 1 0,11 6,16E-03
Σ= 17,28

A partir dos valores apresentados nas Tabelas 6.10, 6.11 e 6.12, podem-se
calcular os esforços solicitantes ao longo de qualquer uma das paredes da edificação,
produzidos pelas ações horizontais, bastando multiplicar os esforços globais pela rigidez
relativa dessa parede.

No Apêndice B, encontrado no final deste trabalho, encontra-se os esforços


solicitantes produzidos pelas ações horizontais em cada uma das paredes do edifício.

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111

7 - DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DE ALVENARIA


ESTRUTURAL

Ao longo deste capítulo será apresentado o dimensionamento das paredes e


vergas do edifício, de acordo com a NBR-10837 (1989).

7.1 – DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES

O dimensionamento das paredes é feito mediante a análise da composição das


tensões devidas aos carregamentos vertical e horizontal em todas as suas seções
transversais. Serão verificadas as seções junto à base de cada parede, as mesmas nas
quais foram determinados os esforços solicitantes, entre o térreo e o de cobertura. Adotou-
se argamassa de resistência característica 5MPa, o que, de acordo com a Tabela 3.1, leva a
uma tensão admissível de tração na alvenaria na direção normal à fiada igual a 0,10MPa
(100kPa) e a máxima tensão admissível ao cisalhamento igual a 0,15MPa (150kPa). Será
admitida a eficiência prisma/bloco igual 0,6, valor adotado com base nos resultados obtidos
em ensaios realizados pelo laboratório de estruturas da Escola de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás.

Todas as paredes do edifício atendem à espessura mínima de 14cm e esbeltez


máxima 20. Quanto à esbeltez, tem-se   260 14  18,57 .

Para a determinação das tensões normais, basta dividir os valores das cargas
acumuladas em cada grupo pela sua área total em planta.

Para o carregamento horizontal deve-se inicialmente calcular as tensões de


cisalhamento, dividindo-se as forças cortantes na parede pela área de sua alma. Observe-se
que nenhuma tensão de cisalhamento supera o valor admissível de 0,15MPa.

Ainda com o carregamento horizontal deve-se determinar as tensões normais


nas fibras extremas da seção transversal da seção da parede composta (considerando as
abas). Essas tensões são determinadas dividindo-se os momentos fletores atuantes pelos
módulos de rigidez à flexão em torno do eixo correspondente. Com base nos resultados,
deve-se verificar se ocorre tração na parede. Se ocorrer e for superior a 0,10MPa, há a
necessidade de providenciar armaduras para absorção da resultante de tração.

A verificação de tração é feita da forma apresentada no item 3.2. O cálculo da


armadura, quando necessário, será realizado utilizando-se o procedimento simplificado

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 112

também apresentado no item 3.2.

Quanto à definição do prisma, é necessário verificar as tensões normais


conforme apresentado no item 3.2:

f alv,c f alv,c f alv, f


 1,00 e   1,33
f alv,c f alv,c f alv, f

A primeira verificação se faz apenas com as tensões normais produzidas pelo


carregamento vertical e a segunda compondo-se essas tensões com as máximas tensões
normais causadas pelo carregamento horizontal. No presente caso há as seguintes tensões
admissíveis para a alvenaria não armada:


f alv,c  0,20  f p  1   40
3

f alv, f  0,30  f p
Levando esses valores admissíveis e as tensões atuantes nas duas expressões
de verificação, chegando-se às mínimas resistências de prisma que se deve ter em cada
caso. Essas resistências são apresentadas nas tabelas de dimensionamento a seguir como
f p1 e f p 2 , respectivamente. Dividindo-se o maior dentre os dois citados valores pela
eficiência do prisma, chega-se à mínima resistência de bloco necessária.

A escolha da resistência de bloco em cada pavimento é feita analisando-se a


condição de todas as paredes, admitindo-se a possibilidade de grauteamento de algumas
delas, para evitar penalizar todas por causa da mais solicitada.

No Apêndice C, no final deste trabalho, encontra-se o dimensionamento


realizado para cada parede do edifício em forma de planilha desenvolvida no software
Microsoft Excel.

A Tabela 7.1 indica a resistência de bloco necessária para cada parede presente
no edifício, considerando que não há grauteamento vertical em nenhuma das paredes. A
escolha dos blocos foi feita baseada na média da resistência necessária para cada
pavimento. Observa-se que será necessário o grauteamento de algumas paredes, já que
superam a resistência do bloco utilizado em determinado pavimento.

Na Tabela 7.1, a linha “média” indica a média da resistência necessária entre as


paredes do pavimento, a linha “máximo” indica a maior resistência de bloco necessária entre
as paredes do pavimento, a linha “bloco” indica o bloco adotado no pavimento e a linha
“grautear” indica a quantidade de paredes que precisam ser grauteadas no pavimento em
relação à resistência de bloco escolhida na linha “bloco”.

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 113

Tabela 7.1 – Resistência de bloco (MPa) necessária por parede para cada pavimento

Parede 8 7 6 5 4 3 2 1 Térreo
PX1 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 5,96 6,93 7,90 8,87
PX2 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,40 9,58 10,76
PX3 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,55 7,62 8,69 9,76
PX4 1,05 1,89 2,74 3,59 4,43 5,28 6,12 6,97 7,82
PX5 1,37 2,59 3,81 5,03 6,26 7,48 8,70 9,92 11,14
PX6 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PX7 1,54 2,94 4,34 5,73 7,13 8,53 9,93 11,32 12,72
PX8 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,40 9,58 10,76
PX9 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PX10 1,50 2,98 4,47 5,95 7,43 8,92 10,40 11,89 13,37
PX11 1,50 2,98 4,47 5,95 7,43 8,92 10,40 11,89 13,37
PX12 3,11 4,10 5,10 6,09 7,08 8,08 9,07 10,07 11,06
PX13 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PX14 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,40 9,58 10,76
PX15 1,54 2,94 4,34 5,73 7,13 8,53 9,93 11,32 12,72
PX16 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PX17 3,12 4,02 4,93 5,83 6,73 7,64 8,54 9,45 10,35
PX18 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,55 7,62 8,69 9,76
PX19 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,40 9,58 10,76
PX20 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 5,96 6,93 7,90 8,87
PY1 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,55 7,62 8,69 9,76
PY2 2,09 3,28 4,46 5,65 6,83 8,02 9,20 10,39 11,57
PY3 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PY4 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PY5 2,09 3,28 4,46 5,65 6,83 8,02 9,20 10,39 11,57
PY6 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 5,96 6,93 7,90 8,87
PY7 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,58 7,91 9,30 10,75
PY8 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 6,15 7,41 8,73 10,10
PY9 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,53 10,01 11,55
PY10 1,54 2,94 4,34 5,73 7,13 8,53 9,93 11,32 12,72
PY11 3,11 4,10 5,10 6,09 7,08 8,49 10,01 11,61 13,30
PY12 1,05 1,89 2,74 3,59 4,49 5,57 6,72 7,92 9,18
PY13 1,05 1,89 2,74 3,59 4,43 5,28 6,12 6,97 7,82
PY14 3,12 4,02 4,93 5,83 6,81 8,16 9,61 11,15 12,76
PY15 1,37 2,59 3,81 5,03 6,26 7,48 8,70 9,92 11,33
PY16 1,54 2,94 4,34 5,73 7,13 8,53 9,93 11,32 12,72
PY17 1,32 2,50 3,68 4,86 6,04 7,22 8,53 10,01 11,55
PY18 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 6,15 7,41 8,73 10,10
PY19 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,58 7,91 9,30 10,75
PY20 1,11 2,08 3,05 4,02 4,99 5,96 6,93 7,90 8,87
PY21 2,09 3,28 4,46 5,65 6,83 8,02 9,20 10,39 11,57
PY22 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PY23 1,72 3,28 4,84 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
PY24 2,09 3,28 4,46 5,65 6,83 8,02 9,20 10,39 11,57
PY25 1,21 2,27 3,34 4,41 5,48 6,55 7,62 8,69 9,76
PY26 1,50 2,98 4,47 5,95 7,43 8,92 10,40 11,89 13,37
PY27 1,50 2,98 4,47 5,95 7,43 8,92 10,40 11,89 13,37
PY28 1,09 2,18 3,27 4,36 5,46 6,55 7,64 8,73 9,82
Média 1,57 2,78 3,99 5,19 6,40 7,64 8,91 10,19 11,48
Máximo 3,12 4,10 5,10 6,40 7,96 9,52 11,08 12,64 14,19
Bloco 4,50 4,50 4,50 6,00 8,00 8,00 10,00 10,00 12,00
Grautear 0 0 12 10 0 23 13 25 18

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 114

7.1.1 – Determinação da quantidade de furos grauteados

A especificação do grauteamento é um procedimento relativamente simples de


ser realizado, pois basta verificar qual o acréscimo de área necessário em cada caso.

Assim, para o cálculo da resistência necessária ao bloco após o acréscimo de


graute.

Considerando-se 50% de vazios no bloco, pode-se determinar a área líquida da


parede e a área de graute existente da seguinte forma:

Ab
Alíq   nf (7.1)
2

Onde:

Alíq : Área líquida da seção transversal da parede

Ab : Área bruta da seção transversal da parede

n f : número de furos da parede

Ab
Ag   ng (7.2)
2

Onde:

Ag : Área de graute da seção transversal da parede

n g : número de furos grauteados da parede

Dessa forma, pode-se determinar as tensões na parede sem graute e com graute.

P
 sg  (7.3)
Alíq

Onde:

 sg : Tensão normal sem graute

P : Força normal

P
 cg  (7.4)
Alíq  Ag

Onde:

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 115

 cg : Tensão normal sem graute

Isolando a incógnita P na equação 7.3, tem-se:

P   sg  Alíq (7.5)

Substituindo-se as equações 7.1, 7.2 e 7.5 na equação 7.4, tem-se:

 sg  Alíq  sg  sg
 cg   
Alíq  Ag Ag ng
1 1
Alíq nf

Isolando o termo n g , temos:

  sg 
ng  n f    1 (7.6)
 
 cg 

Com esta expressão pode-se descobrir a quantidade de furos que devem ser
grauteados em determinada parede. Para isto, basta substituir a incógnita  cg pela

resistência do bloco utilizado,  sg pela resistência necessária de bloco sem grauteamento

(Tabela 7.1) e n f pelo número total de furos existentes na parede.

A Tabela 7.2 apresenta a quantidade de furos que devem ser grauteados em


cada uma das paredes da edificação para que possuam resistência suficiente para
suportarem as solicitações devidas as ações verticais.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 116

Tabela 7.2 – Grauteamento necessário

Qtd.de furos Qtd. de furos que devem ser grauteados


Parede
na parede 8 7 6 5 4 3 2 1 Térreo
PX1 45 - - - - - - - - -
PX2 6 - - - - - - - - -
PX3 30 - - - - - - - - -
PX4 13 - - - - - - - - -
PX5 2 - - - - - - - - -
PX6 18 - - 2 2 - - 2 5 4
PX7 21 - - - - - - - 3 2
PX8 21 - - - - - - - - -
PX9 18 - - 2 2 - - 2 5 4
PX10 56 - - - - - - 3 11 7
PX11 56 - - - - - - 3 11 7
PX12 14 - - 2 1 - - - 1 -
PX13 18 - - 2 2 - - 2 5 4
PX14 21 - - - - - - - - -
PX15 21 - - - - - - - 3 2
PX16 18 - - 2 2 - - 2 5 4
PX17 14 - - 2 - - - - - -
PX18 30 - - - - - - - - -
PX19 6 - - - - - - - - -
PX20 45 - - - - - - - - -
PY1 6 - - - - - - - - -
PY2 8 - - - - - - - 1 -
PY3 7 - - 1 1 - - 1 2 2
PY4 7 - - 1 1 - - 1 2 2
PY5 8 - - - - - - - 1 -
PY6 6 - - - - - - - - -
PY7 23 - - - - - - - - -
PY8 23 - - - - - - - - -
PY9 30 - - - - - - - 1 -
PY10 20 - - - - - - - 3 2
PY11 39 - - 6 1 - - 1 7 5
PY12 25 - - - - - - - - -
PY13 13 - - - - - - - - -
PY14 39 - - 4 - - - - 5 3
PY15 25 - - - - - - - - -
PY16 20 - - - - - - - 3 2
PY17 30 - - - - - - - 1 -
PY18 23 - - - - - - - - -
PY19 23 - - - - - - - - -
PY20 6 - - - - - - - - -
PY21 8 - - - - - - - 1 -
PY22 7 - - 1 1 - - 1 2 2
PY23 7 - - 1 1 - - 1 2 2
PY24 8 - - - - - - - 1 -
PY25 6 - - - - - - - - -
PY26 9 - - - - - - 1 2 2
PY27 9 - - - - - - 1 2 2
PY28 14 - - - - - - - - -
Bloco adotado
4,5 4,5 4,5 6 8 8 10 10 12
(MPa)

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Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 117

Segundo a NBR-10837 (1989), o máximo espaçamento das armaduras verticais


em paredes parcialmente armadas é de 240cm. Além disso, as armaduras usuais, como nos
cantos de aberturas, de amarração de paredes, e nas cintas, devem ser mantidas.

Dessa forma, mesmo paredes que não precisariam de um acréscimo de área


devida ao graute, terão este acréscimo.

A determinação do grauteamento vertical da edificação em estudo foi feita


respeitando-se as restrições da NBR-10837 (1989), a utilização das armaduras usuais e os
valores encontrados na Tabela 7.2.

Em todas as paredes evitou-se que a quantidade de furos grauteados em um


pavimento fosse maior do que a de um pavimento imediatamente inferior. Dessa forma, na
parede PY11, por exemplo, utilizou-se o grauteamento em 6 furos até o segundo pavimento,
mesmo esta quantidade não sendo necessária do segundo ao quinto pavimento.

Todo furo grauteado receberá uma armadura construtiva correspondente à uma


barra de 10mm, seguindo recomendação encontrada em ACCETTI (1998). O trespasse
entre essas barras respeitará o limite de 40 vezes o diâmetro (40cm), de acordo com o item
5.2.3.2.3 da NBR-10837 (1989).

7.1.2 – Cálculo das armaduras de tração

Pode-se observar na tabela do Apêndice C que em algumas paredes será


necessária a utilização de armaduras para combater esforços de tração nas paredes. O
cálculo dessas armaduras foi feito a partir do método simplificado explicado no item 3.2.

As paredes que precisarão de armadura para resistir a esforços de tração são as


paredes PY8, PY18, PY11, PY12 e PY14.

As paredes PY8 e PY18 possuem mesma geometria e mesmo carregamento e


serão dimensionadas apenas uma vez. Deve-se fazer uma observação a respeito dessas
paredes. Por se localizarem na mesma posição das paredes PY7 e PY19 dentro dos
apartamentos, resolveu-se armar as quatro paredes da mesma forma para se evitar
qualquer confusão e troca de armação entre estas paredes no momento da execução.

A Figura 7.1 apresenta a seção transversal de uma parede genérica, incluindo as


mesas colaborantes e os diagramas de tensão normal, compondo-se 75% das produzidas
pelo carregamento vertical e 100% relativas às ações horizontais. Cabe notar que duas
composições são feitas devido à reversibilidade das ações horizontais. A primeira delas em
que a tração ocorre na porção superior da seção e a segunda na porção inferior.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 118

Utilizou-se sempre, para as armaduras de tração, barras de 10mm, aço CA-50


(tensão admissível de 16,5kN/cm²).

0,75falv,c M/W1 1

+ +
x T1

CG - + = h

- -
M/W2 2

0,75falv,c M/W1 1

- -

- + = h

x T2
+ +
M/W2 2

Figura 7.1 – Composição de tensões normais na base de uma parede genérica

 Paredes PY8 e PY18 (térreo)

718,2kPa 822,7kPa 104,5kPa


+ +
0,29m T1

CG - + = 3,44m

- -
428,77kPa 1146,97kPa

718,2kPa 822,7kPa 1540,9kPa


-

- + = - 3,44m

+
428,77kPa 289,43kPa

Figura 7.2 – Composição de tensões normais na base da parede PY8 (térreo)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 119

A integração das tensões de tração leva ao valor da resultante T1=20,69kN. No


segundo caso não ocorre esforços de tração. Lembrando-se que esta integração deve ser
feita ao longo de toda a região tracionada, envolvendo alma e abas. A armadura necessária
para o combate à tração pode ser calculada dividindo-se a resultante pela tensão admissível
do aço. O que leva à área de aço de 0,94cm² na porção superior (duas barras de 10mm).

 Parede PY11

a) 1° Pavimento

815,26kPa 968,12kPa 152,86kPa


+ +
0,52m T1

CG - + = 5,89m

- -
756,46kPa 1571,72kPa

815,26kPa 968,12kPa 1783,38kPa


-

- + = - 5,89m

+
756,46kPa 58,8kPa

Figura 7.3 – Composição de tensões normais na base da parede PY11 (1° pav.)

A integração das tensões de tração leva ao valor da resultante T 1=21,15kN. No


segundo caso não ocorre esforços de tração. O que leva à área de aço de 0,96cm² na
porção superior (duas barras de 10mm).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 120

b) Térreo

895,74kPa 1192,68kPa 296,94kPa


+ +
0,82m T1

CG - + = 5,89m

- -
931,92kPa 1827,66kPa

895,74kPa 1192,68kPa 2088,42kPa


-
-

- + = 5,89m

0,10m T2
+ +
931,92kPa 36,18kPa

Figura 7.4 – Composição de tensões normais na base da parede PY11 (térreo)

A integração das tensões de tração nos dois casos leva aos valores das
resultantes T1=49,06kN e T2=0,25kN. O que leva às áreas de aço de 2,24cm² (três barras de
10mm) e 0,01cm² (uma barra de 10mm), nas porções superior e inferior, respectivamente.

 Parede PY12 (térreo)

628,57kPa 790,3kPa 161,73kPa


+ +
0,44m T1

CG - + = 3,74m

- -
570,32kPa 1198,89kPa

628,57kPa 790,3kPa 1418,87kPa


-

- + = 3,74m
-

+
570,32kPa 58,25kPa

Figura 7.5 – Composição de tensões normais na base da parede PY12 (térreo)

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 121

A integração das tensões de tração leva ao valor da resultante T1=19,44kN. No


segundo caso não ocorre esforços de tração. O que leva à área de aço de 0,89cm² (duas
barras de 10mm) na porção superior.

 Parede PY14

a) 1° Pavimento

765,01kPa 756,46kPa 8,55kPa


+

CG - + = - 5,89m

-
968,12kPa 1733,13kPa

765,01kPa 756,46kPa 1521,47kPa


-
-

- + = 5,89m

0,69m T2
+ +
968,12kPa 203,11kPa

Figura 7.6 – Composição de tensões normais na base da parede PY14 (1° pav.)

A integração das tensões de tração leva ao valor da resultante T 2=31,34kN. No


primeiro caso não ocorre esforços de tração. O que leva à área de aço de 1,43cm² (duas
barras de 10mm) na porção inferior.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 122

b) Térreo

838,2kPa 931,92kPa 93,72kPa


+ +
0,26m

CG - + = 5,89m

-
-
1192,68kPa 2030,88kPa

838,2kPa 931,92kPa 1770,12kPa


-
-

- + = 5,89m

0,98m T2
+ +
1192,68kPa 354,48kPa

Figura 7.7 – Composição de tensões normais na base da parede PY14 (térreo)

A integração das tensões de tração nos dois casos leva aos valores das
resultantes T1=1,70kN e T2=63,10kN. O que leva às áreas de aço de 0,08cm² (uma barra de
10mm) e 2,88cm² (quatro barras de 10mm), nas porções superior e inferior,
respectivamente.

7.2 - DIMENSIONAMENTO DAS VERGAS DO EDIFÍCIO

A respeito das armaduras horizontais, além das cintas, deve-se utilizar armações
sobre as aberturas. As cintas não foram calculadas, utilizando-se uma barra de 10mm, e
foram utilizadas abaixo da laje em todas as paredes e a meia altura nas paredes externas,
sendo que abaixo da laje de cobertura, optou-se por uma cinta dupla.

Como é desejável que as vergas sejam armadas igualmente em todos os níveis,


o dimensionamento aqui realizado é feito para a menor resistência de prisma, ou seja,
2,7MPa, que corresponde à menor resistência de bloco (4,5MPa) multiplicada pela eficiência
de 80%.

Todas as vergas possuem a mesma altura útil disponível de 35cm.

As cargas são calculadas utilizando o triângulo equilátero segundo a NBR-10837


(1989).

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 123

A Tabela 7.3 representa o carregamento em cada verga do edifício e o valor da


altura útil necessária, calculada conforme item 3.1. Observa-se que todas as vergas podem
ser calculadas como subarmadas.

Tabela 7.3 – Vergas do edifício

Carga
Vão Carga Parede Carga total Momento Cortante db
Verga Laje
(m) (kN/m) (kN/m) (kN.cm) (kN) (cm)
(kN/m)
VJ1 1,36 0,71 2,09 2,81 64,90 1,91 15,65
VJ2 0,61 0,32 0,00 0,32 1,49 0,10 2,37
VJ3 1,81 0,95 1,49 2,44 99,83 2,21 19,41
VJ4 1,36 0,71 1,56 2,28 52,68 1,55 14,10
VJ5 1,51 0,79 0,84 1,63 46,52 1,23 13,25
VJ6 1,36 0,71 1,19 1,91 44,12 1,30 12,90
VJ7 0,91 0,48 0,23 0,71 7,36 0,32 5,27
VJ8 0,91 0,48 0,00 0,48 4,95 0,22 4,32
VP1 0,91 0,48 1,55 2,03 20,98 0,92 8,90
VP2 0,91 0,48 1,55 2,03 20,98 0,92 8,90
VP3 0,91 0,48 2,39 2,87 29,66 1,30 10,58
VP4 0,91 0,48 2,12 2,60 26,91 1,18 10,08
VP5 0,91 0,48 1,12 1,59 16,49 0,72 7,89
Velev 1,51 0,79 1,87 2,66 75,81 2,01 16,92

A Tabela 7.4 indica o dimensionamento da armadura necessária para resistir à


flexão. Pode-se observar que em todas as vergas o valor da armadura encontrado é bem
inferior ao mínimo que se coloca como armadura construtiva. Portanto adotou-se sempre
uma barra de 10mm.

O comprimento de ancoragem foi calculado conforme item 3.6. Os resultados


são apresentados na Tabela 7.5. O detalhamento será feito de acordo com os
espaçamentos em planta.

Deve-se verificar a eventual necessidade de armadura transversal. Adotando-se


a altura útil igual a 35cm e considerando a verga com maior esforço cortante (VJ3),
encontra-se uma tensão de cisalhamento atuante igual a 0,045MPa. Para a dispensa de
armaduras transversais não se deve ultrapassar o limite de 0,09 (fp)1/2=0,148MPa

É o que ocorre, não sendo necessária a disposição de estribos nas vergas e


bastando a existência da armadura longitudinal da flexão

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 124

Tabela 7.4 – Cálculo das armaduras de flexão das vergas

Verga M(kN.cm) kz ks As(cm²) n.ρ kx kz


0,829 0,073 0,136 0,054 0,279 0,907
VJ1 64,90 0,907 0,067 0,124 0,049 0,268 0,911
0,911 0,067 0,123 0,049 0,268 0,911
0,829 0,073 0,003 0,001 0,048 0,984
VJ2 1,49 0,984 0,062 0,003 0,001 0,045 0,985
0,985 0,062 0,003 0,001 0,045 0,985
0,829 0,073 0,208 0,083 0,332 0,889
VJ3 99,83 0,889 0,068 0,194 0,077 0,323 0,892
0,892 0,068 0,194 0,077 0,323 0,892
0,829 0,073 0,110 0,044 0,255 0,915
VJ4 52,68 0,915 0,066 0,100 0,040 0,245 0,918
0,918 0,066 0,099 0,039 0,244 0,919
0,829 0,073 0,097 0,039 0,242 0,919
VJ5 46,52 0,919 0,066 0,088 0,035 0,231 0,923
0,923 0,066 0,087 0,035 0,231 0,923
0,829 0,073 0,092 0,037 0,236 0,921
VJ6 44,12 0,921 0,066 0,083 0,033 0,226 0,925
0,925 0,066 0,083 0,033 0,225 0,925
0,829 0,073 0,015 0,006 0,104 0,965
VJ7 7,36 0,965 0,063 0,013 0,005 0,097 0,968
0,968 0,063 0,013 0,005 0,097 0,968
0,829 0,073 0,010 0,004 0,087 0,971
VJ8 4,95 0,971 0,062 0,009 0,003 0,080 0,973
0,973 0,062 0,009 0,003 0,080 0,973
0,829 0,073 0,044 0,017 0,170 0,943
VP1 20,98 0,943 0,064 0,039 0,015 0,160 0,947
0,947 0,064 0,038 0,015 0,160 0,947
0,829 0,073 0,044 0,017 0,170 0,943
VP2 20,98 0,943 0,064 0,039 0,015 0,160 0,947
0,947 0,064 0,038 0,015 0,160 0,947
0,829 0,073 0,062 0,025 0,198 0,934
VP3 29,66 0,934 0,065 0,055 0,022 0,188 0,937
0,937 0,065 0,055 0,022 0,188 0,937
0,829 0,073 0,056 0,022 0,190 0,937
VP4 26,91 0,937 0,065 0,050 0,020 0,180 0,940
0,940 0,064 0,050 0,020 0,180 0,940
0,829 0,073 0,034 0,014 0,152 0,949
VP5 16,49 0,949 0,064 0,030 0,012 0,143 0,952
0,952 0,064 0,030 0,012 0,143 0,952
0,829 0,073 0,158 0,063 0,297 0,901
Velev 75,81 0,901 0,067 0,146 0,058 0,287 0,904
0,904 0,067 0,145 0,058 0,287 0,904

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 125

Tabela 7.5 – Comprimento de ancoragem nas vergas

lb
Viga V (kN) lb (cm)
adotado(cm)
VJ1 1,91 37,3 40
VJ2 0,10 15,5 15
VJ3 2,21 50,7 50
VJ4 1,55 18,5 20
VJ5 1,23 40,9 40
VJ6 1,30 36,8 35
VJ7 0,32 23,5 25
VJ8 0,22 23,4 25
VP1 0,92 24,0 25
VP2 0,92 24,0 25
VP3 1,30 24,3 25
VP4 1,18 24,2 25
VP5 0,72 23,9 25
Velev 2,01 41,7 40

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


126

8 - ESTABILIDADE GLOBAL DA ESTRUTURA DE


CONTRAVENTAMENTO

O critério adotado para a verificação da indeslocabilidade do edifício em estudo


foi o parâmetro de instabilidade  , dado por:

Fv
  htot 
E  I 
Onde:

 : Parâmetro de instabilidade

htot : Altura total do edifício

Fv : Peso total da edificação

E  I  : Rigidez à flexão do sistema de contraventamento


Segundo a NBR-6118 (2003), pode-se dispensar a análise dos efeitos de
segunda ordem em contraventamentos constituídos exclusivamente por pilares-parede
desde que o parâmetro de instabilidade não ultrapasse o valor de 0,7.

Utilizando os dados encontrados na última coluna das Tabelas 6.6 e 6.7,


encontra-se o valor de 22545,86kN para o peso total do edifício.

De acordo com ARAÚJO (2003), quando a rigidez do pilar de contraventamento


varia ao longo do seu eixo, é necessário determinar uma rigidez equivalente.

Para calcular a rigidez equivalente, aplica-se uma força horizontal Fh no topo do

pilar. Se U representa o deslocamento obtido na direção da força, a rigidez equivalente,


E  I eq , é dada por:

E  I eq  Fh  htot
3

3 U

Utilizando a equação da NBR-10837 (1989) para a determinação do módulo de


elasticidade longitudinal da alvenaria e considerando 0,6 para a eficiência do bloco, tem-se:

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Projeto de um edifício de nove pavimentos em alvenaria estrutural 127

Ealv  400  f p  400  0,6  f b  Ealv  240  f b

Com esta equação pode-se confeccionar a Tabela 8.1.

Tabela 8.1 – Módulo de elasticidade longitudinal para blocos com eficiência 0,6

f b (MPa) E alv (MPa)


4,5 1080
6 1440
8 1920
10 2400
12 2880
Considerando para cada nível da edificação seu módulo de elasticidade
correspondente e escolhendo a direção de menor inércia (direção y), utilizou-se o software
Ftool para encontrar o valor do deslocamento no topo para um esforço horizontal de 100kN.
Dessa forma, obteve-se um deslocamento igual a 12,47mm.

Assim:

100  24,33
E  I eq   38355805,93kN  m 2
3  12,47 100 0

22545,86
  24,3     0,59
38355805,93

O resultado indica que a estrutura em questão pode ser considerada de nós


fixos, pois   0,7 , e, portanto, uma análise global de primeira ordem é suficiente para
obtenção dos esforços solicitantes.

Caso o resultado não fosse satisfatório, poder-se-ia aumentar a rigidez do


edifício na direção necessária com o objetivo de se evitar a análise de segunda ordem. Isso
poderia ser feito aumentando-se a resistência dos blocos utilizados, por exemplo.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


128

9 - CONCLUSÕES

Com o término deste trabalho, concluiu-se que o mesmo proporcionou aos


alunos que o executaram uma maior familiaridade com os procedimentos necessários para
a execução de um projeto estrutural. Também propiciou aos alunos um generoso
aprendizado a respeito do cálculo de estruturas em alvenaria estrutural, assunto pouco
tratado nas disciplinas durante o curso de graduação em Engenharia Civil.

Verificou-se que o cálculo pode ser realizado mesmo sem acesso aos poderosos
softwares de cálculo estrutural encontrados no mercado, já que para os cálculos foram
necessários apenas softwares de confecção de planilhas e de pórticos planos, além das
tabelas encontradas na bibliografia.

Para a realização de trabalho posterior sugere-se o dimensionamento do mesmo


edifício utilizando a norma britânica BS-5628, que adota os estados limites para o
dimensionamento dos elementos de alvenaria estrutural. Já que a tendência é que, em sua
próxima revisão, a NBR-10837 (1989) adote este método de dimensionamento,
abandonando a utilização do Método das Tensões Admissíveis.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


REFERÊNCIAS

ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10837: Cálculo de


alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 1989.
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2003.
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2003.
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas
ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1989.
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8215: Prismas de
blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural. Rio de Janeiro, 1983.
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8949: Paredes de
alvenaria – Ensaio à compressão simples. Rio de Janeiro, 1985.
ACCETTI, K.M. Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria. São
Carlos. 247p. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, 1998.
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI-530-92 – Building code requirements for
masonry structures. Detroit, 1992
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI-530.1-92 – Specifications for masonry
structures. Detroit, 1992
ARAÚJO, J.M. Curso de concreto armado. Editora Dunas, Rio Grande, 2003
ARMHEIN, J.E. Reinforced masonry engineering handbook. Masonry Institute of
America, 1998.
BASTOS, P.S.S. Contribuição ao projeto de edifícios de alvenaria estrutural pelo
método das tensões admissíveis. São Carlos. 242p. Dissertação (Mestrado). Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 1993
CORRÊA, M.R.R.; RAMALHO, M.A. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. Pini, São
Paulo, 2003.
DEUTSCH INDUSTRIE NORMEN. DIN 1053 – Alvenaria: Cálculo e execução. Tradução
de H. J. Okorn, São Paulo, 1974.
KALMAKOK, A.S. Manual para calculo de placas. Editora Inter Ciência, Montevideo, 1961.
LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. Construções de concreto. Interciência, Rio de Janeiro,
1978.
MACGREGOR, J.G. Reinforced concrete: Mechanics and design. Ed. Prentice Hall, New
Jersey, 1988.
OLIVEIRA JÚNIOR, V. Recomendações para o projeto de edifício em alvenaria
estrutural. São Carlos. 266p. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, 1992.
PINHEIRO, L.M.; MUZARDO, C.D.; SANTOS, D.P. Apostila de concreto armado. USP-
EESC. Depto. de Engenharia de Estruturas, 2003.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


RAMALHO, M.A.; RAZENTE, J.A. Aplicação de recursos computacionais em projetos
de edifícios em alvenaria. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 47,
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ROCHA, A.M. Concreto Armado. Livraria Nobel S.A., Rio de Janeiro, 1987.

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


APÊNDICES

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


APÊNDICE A – Reações de apoio das lajes

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


Cálculo das reações de apoio pelo método das linha de ruptura
Carga Total (kN/m²) Carga Total na Charneira (kN) Reação de Apoio (kN/m)
Laje Charneiras Vão (m) Área (m²)
Tipo Cobertura Tipo Cobertura Tipo Cobertura
1,1 3,60 2,37 15,07 10,91 4,19 3,03
1,2 4,35 5,82 36,98 26,77 8,50 6,15
L1 6,35 4,60
1,3 3,60 4,11 26,10 18,90 7,25 5,25
1,4 4,35 3,36 21,35 15,46 4,91 3,55
2,1 3,00 1,65 8,40 7,58 2,80 2,53
2,2 4,35 3,13 15,96 14,40 3,67 3,31
L2 5,10 4,60
2,3 3,00 2,85 14,55 13,12 4,85 4,37
2,4 4,35 5,42 27,64 24,93 6,36 5,73
6,1 6,60 10,86 62,45 49,97 9,46 7,57
6,2 1,50 1,57 9,02 7,22 6,01 4,81
6,3 1,65 0,50 2,87 2,29 1,74 1,39
L5 5,75 4,60
6,4 4,65 2,54 14,60 11,68 3,14 2,51
6,5 8,25 11,56 66,47 53,18 8,06 6,45
6,6 3,15 1,43 8,23 6,59 2,61 2,09
7,1 1,65 0,97 6,37 4,44 3,86 2,69
7,2 1,80 0,89 5,87 4,09 3,26 2,27
7,3 1,35 0,33 2,20 1,53 1,63 1,14
L6 6,60 4,60
7,4 5,70 6,09 40,20 28,02 7,05 4,92
7,5 3,00 1,30 8,57 5,98 2,86 1,99
7,6 3,90 4,55 30,04 20,93 7,70 5,37
10,1 3,00 2,25 14,85 - 4,95 -
L9 6,60 - 10,2 2,23 2,21 14,60 - 6,56 -
10,3 2,23 2,21 14,60 - 6,56 -
10,1 3,00 2,25 - 9,23 - 3,08
L9 10,2 5,70 6,30 - 25,83 - 4,53
- 4,1
(cobertura) 10,3 3,00 2,25 - 9,23 - 3,08
10,4 5,70 6,30 - 25,83 - 4,53
APÊNDICE B – Painéis de contraventamento

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


O cálculo da inércia de cada painel de contraventamento foi realizado em
planilha confeccionada pelos autores através do software Microsoft Office Excel.

Para realizar o cálculo, cada painel foi dividido em retângulos. A


nomenclatura e as dimensões destes retângulos é apresentado nas pranchas 01 e 02
deste Apêndice.

A primeira coluna corresponde ao nome do retângulo. As segunda e


terceira colunas correspondem à base, bi , e altura, hi , do retângulo respectivamente.

A quarta coluna indica a distância, x i' entre o centro de gravidade do retângulo e a

fibra inferior do painel. A área, Ai , do retângulo, ( bi  hi ), é calculada na quinta coluna.

A sexta coluna corresponde ao produto dos valores da quinta e quarta coluna, ou seja,
xi'  Ai . Na sétima coluna é calculada a distância , x cg , entre o centro de gravidade

do painel até a fibra inferior deste, ou seja,


 
 xi'  Ai
. A inércia relativa, I yi , de cada
Ai

bi  Ai3
 Ai  x cg  xi'  . As colunas 9 e 10
2
retângulo é calculada na coluna 8, ou seja,
12
I yi
calculam o módulo de resistência à flexão nos dois sentidos, ou seja, para a
x cg

I yi
coluna 9 e para a coluna 10.
halma  x cg
PY1=PY6=PY20=PY25
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 89 44,5 12,46 55,45 123,56
26,29 64,37 26,99
2 84 14 7 11,76 8,23 45,69
ΣA= 24,22 ΣIx= 169,24

PY2=PY5=PY21=PY24
4
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 119 59,5 16,66 99,13 59,50 196,60 33,04 33,04
ΣA= 16,66 ΣIx= 196,60

PY3=PY4=PY22=PY23
4
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 104 52 14,56 75,71 137,77
45,30 32,63 25,18
2 84 14 37 11,76 43,51 10,02
ΣA= 26,32 ΣIx= 147,79

PY7=PY19
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 344 172 48,16 828,35 6059,34
2 84 14 7 11,76 8,23 119,84 1499,38 742,43 396,93
3 75 14 7 10,50 7,35 1338,74
ΣA= 70,42 ΣIx= 8897,46

PY8=PY18
4
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 344 172 48,16 828,35 6160,89
2 84 14 337 11,76 396,31 226,14 1447,20 400,43 768,31
3 84 14 337 11,76 396,31 1447,20
ΣA= 71,68 ΣIx= 9055,29
PY9=PY17
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 449 224,5 62,86 1411,21 10567,05
2 75 14 7 10,50 7,35 227,72 5117,01 925,95 952,90
3 84 14 442 11,76 519,79 5401,65
ΣA= 85,12 ΣIx= 21085,72

PY10=PY16
4
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 299 149,5 41,86 625,81 3527,48
118,25 421,56 275,78
2 84 14 7 11,76 8,23 1457,32
ΣA= 53,62 ΣIx= 4984,80

PY11
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 584 292 81,76 2387,39 24287,40
327,84 963,59 1233,21
2 84 14 577 11,76 678,55 7302,71
ΣA= 93,52 ΣIx= 31590,11

PY12
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 374 187 52,36 979,13 6581,86
217,23 412,20 571,20
2 75,5 14 367 10,57 387,92 2372,57
ΣA= 62,93 ΣIx= 8954,44

PY13
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 194 97 27,16 263,45 1074,44
2 75,5 14 187 10,57 197,66 125,63 399,83 123,67 227,25
3 15 14 187 2,10 39,27 79,44
ΣA= 37,73 ΣIx= 1553,71
PY14
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 584 292 81,76 2387,39 24287,40
256,16 1233,21 963,59
2 84 14 7 11,76 8,23 7302,71
ΣA= 93,52 ΣIx= 31590,11

PY15
4
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 374 187 52,36 979,13 6128,48
193,94 348,44 375,31
2 15 14 367 2,10 77,07 629,28
ΣA= 54,46 ΣIx= 6757,76

PY26=PY27
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 134 0,67 18,76 1,26 403,26
26,23 229,01 55,74
2 84 14 67 11,76 78,79 197,41
ΣA= 30,52 ΣIx= 600,67

PY28
Região Base (cm) Altura (cm) y'i (cm) Ai (dm²) (y'i*Ai) (dm³) ycg (cm) Ixi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 209 104,5 29,26 305,77 104,50 1065,09 101,92 101,92
ΣA= 29,26 ΣIx= 1065,09

PX1=PX20
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 674 337 94,36 3179,93 36393,25
2 75 14 7 10,50 7,35 310,31 9661,61 1496,38 1276,78
3 84 14 367 11,76 431,59 379,81
ΣA= 116,62 ΣIy= 46434,67
PX2=PX19
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 89 44,5 12,46 55,45 123,56
26,29 64,37 26,99
2 84 14 7 11,76 8,23 45,69
ΣA= 24,22 ΣIy= 169,24

PX3=PX18
4
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 449 224,5 62,86 1411,21 10592,60
2 84 14 82 11,76 96,43 231,64 2635,32 771,70 822,42
3 75 14 442 10,50 464,10 4648,00
ΣA= 85,12 ΣIy= 17875,92

PX4
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 194 97 27,16 263,45 855,12
2 84 14 7 11,76 8,23 93,52 882,23 263,43 245,18
3 84 14 172 11,76 202,27 726,24
ΣA= 50,68 ΣIy= 2463,59

PX5
4
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 29 14,5 4,06 5,89 4,11
20,08 3,22 7,24
2 84 14 22 11,76 25,87 2,36
ΣA= 15,82 ΣIy= 6,46
PX6=PX9=PX13=PX16
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 269 134,5 37,66 506,53 2655,70
2 30 14 7 4,20 2,94 102,54 384,03 371,36 228,75
3 60 14 7 8,40 5,88 768,05
ΣA= 50,26 ΣIy= 3807,78

PX7=PX8=PX14=PX15
4
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 314 157 43,96 690,17 4052,49
188,66 302,21 454,87
2 84 14 307 11,76 361,03 1648,88
ΣA= 55,72 ΣIy= 5701,37

PX10=PX11
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm4) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 839 419,5 117,46 4927,45 72031,55
2 60 14 7 8,40 5,88 367,88 10941,29 2552,82 1993,44
3 60 14 7 8,40 5,88 10941,29
ΣA= 134,26 ΣIy= 93914,12

PX12=PX17
4
Região Base (cm) Altura (cm) x'i (cm) Ai (dm²) (x'i*Ai) (dm³) xcg (cm) Iyi (dm ) W 1 (dm³) W 2 (dm³)
1 14 209 104,5 29,26 305,77 1293,70
76,55 243,57 140,76
2 84 14 7 11,76 8,23 570,74
ΣA= 41,02 ΣIy= 1864,44
Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes
PX1 PX2 PX3
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 5,79 15,64 0,02 0,06 2,23 6,02
7 10,68 44,48 0,04 0,16 4,11 17,12
6 15,45 86,19 0,06 0,31 5,95 33,18
5 20,09 140,43 0,07 0,51 7,73 54,06
4 24,57 206,78 0,09 0,75 9,46 79,61
3 28,89 284,77 0,11 1,04 11,12 109,63
2 32,98 373,82 0,12 1,36 12,70 143,91
1 36,79 473,16 0,13 1,72 14,16 182,15
Térreo 40,17 581,63 0,15 2,12 15,47 223,91

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PX4 PX5 PX6
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 0,31 0,83 0,00 0,00 0,48 1,28
7 0,57 2,36 0,00 0,01 0,88 3,65
6 0,82 4,57 0,00 0,01 1,27 7,07
5 1,07 7,45 0,00 0,02 1,65 11,52
4 1,30 10,97 0,00 0,03 2,02 16,96
3 1,53 15,11 0,00 0,04 2,37 23,35
2 1,75 19,83 0,00 0,05 2,70 30,65
1 1,95 25,10 0,01 0,07 3,02 38,80
Térreo 2,13 30,86 0,01 0,08 3,29 47,70

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PX7 PX10 PX12
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 0,71 1,92 11,72 31,64 0,23 0,63
7 1,31 5,46 21,60 89,96 0,43 1,79
6 1,90 10,58 31,25 174,33 0,62 3,46
5 2,47 17,24 40,63 284,02 0,81 5,64
4 3,02 25,39 49,70 418,22 0,99 8,30
3 3,55 34,97 58,42 575,96 1,16 11,43
2 4,05 45,90 66,70 756,06 1,32 15,01
1 4,52 58,10 74,41 956,97 1,48 19,00
Térreo 4,93 71,41 81,25 1176,35 1,61 23,35

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PY1 PY2 PY3
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 0,06 0,15 0,06 0,17 0,05 0,13
7 0,11 0,44 0,13 0,52 0,10 0,39
6 0,16 0,88 0,19 1,02 0,14 0,77
5 0,21 1,45 0,25 1,69 0,18 1,27
4 0,26 2,16 0,30 2,50 0,23 1,88
3 0,31 2,99 0,36 3,47 0,27 2,61
2 0,35 3,94 0,41 4,57 0,31 3,44
1 0,39 5,00 0,46 5,81 0,34 4,36
Térreo 0,43 6,16 0,50 7,15 0,37 5,38
Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes
PY7 PY8 PY9
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 2,93 7,90 2,98 8,04 6,93 18,72
7 5,74 23,38 5,84 23,80 13,59 55,42
6 8,47 46,27 8,63 47,09 20,08 109,64
5 11,14 76,33 11,33 77,68 26,39 180,89
4 13,71 113,33 13,95 115,35 32,48 268,59
3 16,17 156,99 16,46 159,78 38,32 372,05
2 18,50 206,95 18,83 210,62 43,85 490,44
1 20,67 262,75 21,03 267,41 48,98 622,68
Térreo 22,57 323,70 22,97 329,44 53,49 767,12

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PY10 PY11 PY12
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 1,64 4,42 10,39 28,04 2,94 7,95
7 3,21 13,10 20,36 83,02 5,77 23,53
6 4,75 25,92 30,09 164,26 8,53 46,56
5 6,24 42,76 39,54 271,01 11,21 76,82
4 7,68 63,50 48,66 402,39 13,79 114,06
3 9,06 87,95 57,41 557,39 16,27 158,00
2 10,37 115,94 65,69 734,77 18,62 208,27
1 11,58 147,21 73,38 932,89 20,80 264,43
Térreo 12,65 181,35 80,14 1149,28 22,72 325,77

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PY13 PY14 PY15
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 0,51 1,38 10,39 28,04 2,22 6,00
7 1,00 4,08 20,36 83,02 4,36 17,76
6 1,48 8,08 30,09 164,26 6,44 35,14
5 1,94 13,33 39,54 271,01 8,46 57,97
4 2,39 19,79 48,66 402,39 10,41 86,08
3 2,82 27,41 57,41 557,39 12,28 119,24
2 3,23 36,14 65,69 734,77 14,05 157,18
1 3,61 45,88 73,38 932,89 15,70 199,56
Térreo 3,94 56,53 80,14 1149,28 17,14 245,85

Esforços cortante (V) e momento fletor (M) nas paredes


PY26 PY28
Nível
V (kN) M (kN.m) V (kN) M (kN.m)
8 0,20 0,53 0,35 0,95
7 0,39 1,58 0,69 2,80
6 0,57 3,12 1,01 5,54
5 0,75 5,15 1,33 9,14
4 0,93 7,65 1,64 13,57
3 1,09 10,60 1,94 18,79
2 1,25 13,97 2,21 24,77
1 1,40 17,74 2,47 31,45
Térreo 1,52 21,85 2,70 38,75
APÊNDICE C – Dimensionamento das paredes

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


PX1=PX20
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 119,55 6,14 10,45 12,25 -77,42 664,25 530,14 1107,09
7 224,31 11,32 29,72 34,84 -133,40 1246,29 1024,37 2077,14
6 329,07 16,37 57,60 67,51 -179,29 1828,32 1543,87 3047,19
5 433,82 21,29 93,85 109,99 -215,38 2410,35 2087,95 4017,25
4 538,58 26,04 138,19 161,96 -241,98 2992,38 2655,82 4987,30
3 643,34 30,61 190,31 223,04 -259,46 3574,41 3246,53 5957,35
2 748,09 34,95 249,82 292,79 -268,28 4156,44 3858,94 6927,40
1 852,85 38,99 316,20 370,59 -269,04 4738,47 4491,56 7897,46
Térreo 957,60 42,58 388,69 455,55 -262,66 5320,51 5142,10 8867,51

PX2=PX19
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 142,98 0,17 0,89 2,11 -105,12 794,42 602,60 1324,04
7 270,38 0,31 2,52 6,01 -196,78 1502,24 1144,56 2503,73
6 397,77 0,45 4,88 11,64 -286,69 2210,05 1690,87 3683,42
5 525,17 0,59 7,95 18,96 -374,91 2917,87 2241,41 4863,11
4 652,56 0,72 11,71 27,93 -461,50 3625,68 2796,06 6042,80
3 779,96 0,84 16,12 38,46 -546,51 4333,50 3354,65 7222,49
2 907,35 0,96 21,17 50,48 -630,03 5041,31 3916,98 8402,18
1 1034,75 1,08 26,79 63,90 -712,16 5749,12 4482,80 9581,87
Térreo 1162,14 1,18 32,93 78,55 -793,06 6456,94 5051,70 10761,56
PX3=PX18
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 130,14 3,55 7,80 7,32 -89,80 723,08 563,22 1205,13
7 245,67 6,54 22,19 20,82 -162,07 1364,98 1081,91 2274,97
6 361,21 9,46 43,00 40,35 -227,91 2006,88 1616,70 3344,81
5 476,74 12,30 70,06 65,74 -287,50 2648,79 2167,15 4414,65
4 592,27 15,05 103,16 96,79 -341,05 3290,69 2732,74 5484,49
3 707,80 17,69 142,06 133,30 -388,79 3932,59 3312,88 6554,32
2 823,33 20,20 186,48 174,98 -431,02 4574,50 3906,85 7624,16
1 938,87 22,53 236,04 221,48 -468,11 5216,40 4513,69 8694,00
Térreo 1054,40 24,60 290,15 272,26 -500,65 5858,31 5131,94 9763,84

PX4
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 113,27 1,13 3,15 3,38 -81,57 629,33 481,67 1048,89
7 204,62 2,09 8,96 9,62 -143,84 1136,86 878,91 1894,77
6 295,96 3,02 17,36 18,65 -203,32 1644,39 1283,13 2740,65
5 387,31 3,92 28,28 30,39 -260,09 2151,92 1694,15 3586,53
4 478,66 4,80 41,65 44,75 -314,25 2659,45 2111,73 4432,41
3 570,00 5,64 57,35 61,62 -365,88 3166,98 2535,63 5278,29
2 661,35 6,44 75,29 80,89 -415,12 3674,51 2965,52 6124,18
1 752,70 7,19 95,29 102,39 -462,13 4182,03 3401,00 6970,06
Térreo 844,04 7,85 117,14 125,86 -507,17 4689,56 3841,43 7815,94
PX5
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 147,75 0,02 0,68 0,30 -110,14 820,90 618,92 1368,17
7 279,72 0,04 1,92 0,85 -207,87 1554,15 1173,35 2590,25
6 411,69 0,05 3,73 1,66 -305,04 2287,39 1729,18 3812,32
5 543,67 0,07 6,07 2,70 -401,68 3020,64 2286,37 5034,40
4 675,64 0,08 8,94 3,97 -497,79 3753,88 2844,87 6256,47
3 807,61 0,10 12,31 5,47 -593,40 4487,13 3404,64 7478,55
2 939,58 0,11 16,16 7,18 -688,52 5220,37 3965,60 8700,62
1 1071,55 0,13 20,46 9,09 -783,21 5953,62 4527,67 9922,70
Térreo 1203,53 0,14 25,15 11,18 -877,50 6686,86 5090,74 11144,77

PX6=PX9=PX13=PX16
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 185,97 1,26 3,45 5,61 -133,87 1033,28 790,96 1722,14
7 354,33 2,33 9,82 15,95 -249,81 1968,71 1520,19 3281,18
6 522,70 3,36 19,03 30,90 -361,12 2904,13 2261,00 4840,22
5 691,06 4,37 31,01 50,34 -467,95 3839,56 3013,06 6399,26
4 859,42 5,35 45,66 74,13 -570,43 4774,98 3776,00 7958,30
3 1027,78 6,29 62,88 102,09 -668,75 5710,41 4549,40 9517,34
2 1196,14 7,18 82,55 134,01 -763,09 6645,83 5332,73 11076,38
1 1364,50 8,01 104,48 169,62 -853,75 7581,26 6125,32 12635,43
Térreo 1532,86 8,75 128,43 208,51 -941,14 8516,68 6926,10 14194,47
PX7=PX15
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 166,53 1,62 6,36 4,22 -118,54 925,24 711,60 1542,07
7 317,44 2,98 18,07 12,01 -220,01 1763,73 1371,40 2939,55
6 468,36 4,32 35,02 23,27 -316,25 2602,21 2044,32 4337,02
5 619,27 5,61 57,06 37,91 -407,40 3440,70 2729,99 5734,49
4 770,18 6,86 84,01 55,82 -493,62 4279,18 3427,99 7131,97
3 921,10 8,07 115,70 76,87 -575,12 5117,67 4137,84 8529,44
2 1072,01 9,21 151,88 100,91 -652,13 5956,15 4858,96 9926,92
1 1222,92 10,28 192,24 127,72 -724,95 6794,63 5590,55 11324,39
Térreo 1373,84 11,22 236,31 157,00 -794,07 7633,12 6331,44 12721,86

PX8=PX14
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 142,98 1,62 6,36 4,22 -100,88 794,42 613,24 1324,04
7 270,38 2,98 18,07 12,01 -184,71 1502,24 1174,79 2503,73
6 397,77 4,32 35,02 23,27 -263,31 2210,05 1749,46 3683,42
5 525,17 5,61 57,06 37,91 -336,82 2917,87 2336,88 4863,11
4 652,56 6,86 84,01 55,82 -405,41 3625,68 2936,64 6042,80
3 779,96 8,07 115,70 76,87 -469,27 4333,50 3548,24 7222,49
2 907,35 9,21 151,88 100,91 -528,64 5041,31 4171,11 8402,18
1 1034,75 10,28 192,24 127,72 -583,82 5749,12 4804,45 9581,87
Térreo 1162,14 11,22 236,31 157,00 -635,30 6456,94 5447,10 10761,56
PX10=PX11
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 161,67 9,98 12,39 15,87 -105,38 898,23 715,14 1497,05
7 321,94 18,39 35,24 45,13 -196,33 1788,73 1458,01 2981,21
6 482,22 26,60 68,29 87,45 -274,21 2679,23 2233,63 4465,38
5 642,49 34,59 111,26 142,48 -339,39 3569,72 3041,09 5949,54
4 802,77 42,31 163,83 209,80 -392,28 4460,22 3879,36 7433,70
3 963,04 49,74 225,62 288,93 -433,35 5350,72 4747,22 8917,86
2 1123,32 56,79 296,16 379,27 -463,21 6241,21 5643,20 10402,02
1 1283,59 63,35 374,87 480,06 -482,63 7131,71 6565,35 11886,18
Térreo 1443,87 69,17 460,80 590,11 -492,79 8022,21 7510,71 13370,35

PX12
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 335,85 0,79 2,58 4,46 -247,42 1865,99 1414,18 3109,98
7 443,16 1,47 7,33 12,69 -319,68 2462,20 1883,08 4103,67
6 550,46 2,12 14,21 24,59 -388,26 3058,42 2361,18 5097,36
5 657,77 2,76 23,15 40,06 -453,27 3654,63 2848,24 6091,05
4 765,08 3,37 34,09 58,98 -514,83 4250,85 3343,95 7084,74
3 872,39 3,96 46,95 81,23 -573,06 4847,06 3847,99 8078,44
2 979,70 4,53 61,62 106,63 -628,14 5443,28 4359,93 9072,13
1 1087,01 5,05 78,00 134,97 -680,29 6039,49 4879,23 10065,82
Térreo 1194,32 5,51 95,88 165,91 -729,83 6635,71 5405,06 11059,51
PX17
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 336,90 0,79 2,58 4,46 -248,21 1871,83 1418,57 3119,71
7 434,49 1,47 7,33 12,69 -313,18 2414,03 1846,86 4023,39
6 532,07 2,12 14,21 24,59 -374,47 2956,24 2284,35 4927,06
5 629,66 2,76 23,15 40,06 -432,19 3498,44 2730,80 5830,73
4 727,25 3,37 34,09 58,98 -486,45 4040,65 3185,91 6734,41
3 824,84 3,96 46,95 81,23 -537,40 4582,85 3649,34 7638,08
2 922,43 4,53 61,62 106,63 -585,19 5125,05 4120,67 8541,76
1 1020,01 5,05 78,00 134,97 -630,04 5667,26 4599,36 9445,43
Térreo 1117,60 5,51 95,88 165,91 -672,29 6209,46 5084,58 10349,11

PY1=PY25
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 130,14 0,45 2,33 5,57 -92,04 723,08 557,62 1205,13
7 245,67 0,88 6,91 16,48 -167,78 1364,98 1067,61 2274,97
6 361,21 1,29 13,67 32,61 -238,30 2006,88 1590,66 3344,81
5 476,74 1,70 22,56 53,80 -303,76 2648,79 2126,40 4414,65
4 592,27 2,09 33,49 79,88 -364,33 3290,69 2674,40 5484,49
3 707,80 2,47 46,39 110,65 -420,21 3932,59 3234,14 6554,32
2 823,33 2,82 61,15 145,86 -471,65 4574,50 3805,02 7624,16
1 938,87 3,16 77,64 185,18 -518,97 5216,40 4386,23 8694,00
Térreo 1054,40 3,45 95,65 228,14 -562,66 5858,31 4976,52 9763,84
PY6=PY20
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 119,55 0,45 2,33 5,57 -84,10 664,25 513,39 1107,09
7 224,31 0,88 6,91 16,48 -151,75 1246,29 978,36 2077,14
6 329,07 1,29 13,67 32,61 -214,19 1828,32 1456,40 3047,19
5 433,82 1,70 22,56 53,80 -271,57 2410,35 1947,12 4017,25
4 538,58 2,09 33,49 79,88 -324,06 2992,38 2450,10 4987,30
3 643,34 2,47 46,39 110,65 -371,86 3574,41 2964,83 5957,35
2 748,09 2,82 61,15 145,86 -415,21 4156,44 3490,70 6927,40
1 852,85 3,16 77,64 185,18 -454,45 4738,47 4026,88 7897,46
Térreo 957,60 3,45 95,65 228,14 -490,06 5320,51 4572,15 8867,51

PY2=PY5=PY21=PY24
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 225,69 0,02 5,28 5,28 -163,99 1253,96 956,06 2089,93
7 353,69 0,04 15,64 15,64 -249,63 1965,15 1516,74 3275,25
6 481,70 0,06 30,94 30,94 -330,33 2676,33 2089,82 4460,56
5 609,70 0,07 51,04 51,04 -406,23 3387,52 2674,94 5645,87
4 737,70 0,09 75,79 75,79 -477,48 4098,71 3271,69 6831,18
3 865,70 0,11 104,98 104,98 -544,29 4809,90 3879,58 8016,50
2 993,70 0,12 138,39 138,39 -606,89 5521,08 4498,04 9201,81
1 1121,71 0,14 175,71 175,71 -665,57 6232,27 5126,29 10387,12
Térreo 1249,71 0,15 216,47 216,47 -720,82 6943,46 5763,17 11572,43
PY3=PY4=PY22=PY23
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 185,97 0,33 4,02 5,21 -134,27 1033,28 789,96 1722,14
7 354,33 0,65 11,90 15,43 -250,32 1968,71 1518,90 3281,18
6 522,70 0,97 23,55 30,52 -361,50 2904,13 2260,06 4840,22
5 691,06 1,27 38,86 50,36 -467,93 3839,56 3013,10 6399,26
4 859,42 1,56 57,70 74,77 -569,79 4774,98 3777,62 7958,30
3 1027,78 1,84 79,93 103,58 -667,26 5710,41 4553,13 9517,34
2 1196,14 2,11 105,36 136,54 -760,57 6645,83 5339,06 11076,38
1 1364,50 2,36 133,77 173,35 -850,02 7581,26 6134,66 12635,43
Térreo 1532,86 2,58 164,80 213,56 -936,08 8516,68 6938,77 14194,47

PY7=PY19
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 130,14 6,07 10,64 19,90 -77,71 723,08 593,53 1205,13
7 245,67 11,91 31,50 58,91 -125,35 1364,98 1173,95 2274,97
6 361,21 17,60 62,32 116,56 -154,35 2006,88 1801,06 3344,81
5 476,74 23,12 102,81 192,30 -165,25 2648,79 2473,53 4414,65
4 592,27 28,46 152,65 285,53 -158,67 3290,69 3189,81 5484,49
3 707,80 33,57 211,46 395,51 -135,34 3932,59 3948,10 6580,17
2 823,33 38,42 278,75 521,38 -96,13 4574,50 4746,18 7910,30
1 938,87 42,91 353,91 661,96 -42,19 5216,40 5581,15 9301,92
Térreo 1054,40 46,87 436,00 815,50 24,71 5858,31 6448,61 10747,69
PY8=PY18
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 119,55 6,18 20,07 10,46 -69,59 664,25 549,75 1107,09
7 224,31 12,12 59,43 30,97 -108,80 1246,29 1086,01 2077,14
6 329,07 17,91 117,59 61,29 -129,21 1828,32 1669,39 3047,19
5 433,82 23,53 194,00 101,11 -131,36 2410,35 2298,52 4017,25
4 538,58 28,96 288,06 150,13 -115,88 2992,38 2971,85 4987,30
3 643,34 34,17 399,01 207,96 -83,49 3574,41 3687,56 6145,93
2 748,09 39,10 525,99 274,13 -35,08 4156,44 4443,41 7405,69
1 852,85 43,68 667,82 348,05 28,18 4738,47 5236,49 8727,48
Térreo 957,60 47,70 822,72 428,78 104,52 5320,51 6062,34 10103,89

PY9=PY17
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 142,98 11,03 20,21 19,64 -87,02 794,42 647,97 1324,04
7 270,38 21,62 59,85 58,15 -142,94 1502,24 1279,49 2503,73
6 397,77 31,95 118,41 115,06 -179,92 2210,05 1958,46 3683,42
5 525,17 41,98 195,36 189,84 -198,52 2917,87 2683,51 4863,11
4 652,56 51,67 290,07 281,86 -199,36 3625,68 3453,06 6042,80
3 779,96 60,96 401,80 390,44 -183,17 4333,50 4265,28 7222,49
2 907,35 69,76 529,66 514,69 -150,85 5041,31 5117,93 8529,89
1 1034,75 77,92 672,48 653,47 -103,58 5749,12 6008,06 10013,44
Térreo 1162,14 85,10 828,47 805,04 -43,14 6456,94 6931,19 11551,99
PY10=PY16
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 166,53 3,91 10,50 16,04 -108,85 925,24 735,88 1542,07
7 317,44 7,68 31,08 47,50 -190,58 1763,73 1445,17 2939,55
6 468,36 11,34 61,49 93,99 -257,28 2602,21 2192,11 4337,02
5 619,27 14,90 101,44 155,07 -309,38 3440,70 2975,63 5734,49
4 770,18 18,34 150,62 230,24 -347,40 4279,18 3794,48 7131,97
3 921,10 21,64 208,64 318,93 -371,89 5117,67 4647,19 8529,44
2 1072,01 24,76 275,03 420,42 -383,59 5956,15 5532,00 9926,92
1 1222,92 27,66 349,20 533,78 -383,41 6794,63 6446,55 11324,39
Térreo 1373,84 30,21 430,19 657,60 -372,78 7633,12 7387,30 12721,86

PY11
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 335,85 12,70 29,10 22,74 -222,78 1865,99 1475,93 3109,98
7 443,16 24,91 86,16 67,32 -246,21 2462,20 2067,22 4103,67
6 550,46 36,80 170,47 133,20 -242,38 3058,42 2726,81 5097,36
5 657,77 48,36 281,25 219,76 -212,08 3654,63 3452,73 6091,05
4 765,08 59,52 417,60 326,30 -156,22 4250,85 4242,73 7084,74
3 872,39 70,21 578,45 451,98 -75,84 4847,06 5094,17 8490,28
2 979,70 80,35 762,53 595,82 27,76 5443,28 6003,80 10006,33
1 1087,01 89,75 968,14 756,47 152,88 6039,49 6967,39 11612,32
Térreo 1194,32 98,02 1192,71 931,94 296,97 6635,71 7978,49 13297,49
PY12
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 113,27 5,62 19,28 13,92 -65,67 629,33 521,51 1048,89
7 204,62 11,02 57,09 41,20 -96,37 1136,86 997,87 1894,77
6 295,96 16,29 112,96 81,52 -109,01 1644,39 1519,49 2740,65
5 387,31 21,40 186,36 134,49 -104,12 2151,92 2085,06 3586,53
4 478,66 26,34 276,71 199,69 -82,28 2659,45 2693,09 4488,49
3 570,00 31,08 383,30 276,61 -44,21 3166,98 3341,83 5569,72
2 661,35 35,56 505,27 364,63 9,26 3674,51 4029,13 6715,22
1 752,70 39,72 641,51 462,95 76,99 4182,03 4752,19 7920,32
Térreo 844,04 43,39 790,32 570,33 157,28 4689,56 5506,73 9177,88

PY13
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 113,27 1,88 11,15 6,07 -73,80 629,33 501,13 1048,89
7 204,62 3,69 33,02 17,97 -120,45 1136,86 937,53 1894,77
6 295,96 5,45 65,33 35,55 -156,65 1644,39 1400,11 2740,65
5 387,31 7,16 107,78 58,65 -182,71 2151,92 1888,10 3586,53
4 478,66 8,81 160,03 87,09 -198,97 2659,45 2400,65 4432,41
3 570,00 10,40 221,67 120,64 -205,84 3166,98 2936,74 5278,29
2 661,35 11,90 292,21 159,03 -203,81 3674,51 3495,13 6124,18
1 752,70 13,29 371,00 201,91 -193,53 4182,03 4074,20 6970,06
Térreo 844,04 14,51 457,05 248,74 -175,98 4689,56 4671,48 7815,94
PY14
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 336,90 12,70 22,74 29,10 -223,57 1871,83 1480,32 3119,71
7 434,49 24,91 67,32 86,16 -239,71 2414,03 2031,00 4023,39
6 532,07 36,80 133,20 170,47 -228,58 2956,24 2649,98 4927,06
5 629,66 48,36 219,76 281,25 -191,00 3498,44 3335,30 5830,73
4 727,25 59,52 326,30 417,60 -127,84 4040,65 4084,69 6807,81
3 824,84 70,21 451,98 578,45 -40,17 4582,85 4895,51 8159,18
2 922,43 80,35 595,82 762,53 70,71 5125,05 5764,53 9607,56
1 1020,01 89,75 756,47 968,14 203,13 5667,26 6687,52 11145,86
Térreo 1117,60 98,02 931,94 1192,71 354,51 6209,46 7658,01 12763,35

PY15
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 147,75 4,24 17,21 15,98 -93,60 820,90 660,37 1368,17
7 279,72 8,32 50,97 47,32 -158,82 1554,15 1296,28 2590,25
6 411,69 12,29 100,85 93,63 -207,92 2287,39 1972,59 3812,32
5 543,67 16,15 166,38 154,47 -241,37 3020,64 2688,15 5034,40
4 675,64 19,88 247,04 229,36 -259,69 3753,88 3441,62 6256,47
3 807,61 23,45 342,20 317,71 -263,51 4487,13 4231,42 7478,55
2 939,58 26,84 451,09 418,81 -253,59 5220,37 5055,66 8700,62
1 1071,55 29,98 572,73 531,73 -230,94 5953,62 5911,81 9922,70
Térreo 1203,53 32,74 705,57 655,07 -197,07 6686,86 6796,07 11326,79
PY26
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 161,67 1,05 2,33 9,57 -111,68 898,23 699,34 1497,05
7 321,94 2,06 6,89 28,32 -213,13 1788,73 1415,89 2981,21
6 482,22 3,05 13,64 56,04 -305,62 2679,23 2154,91 4465,38
5 642,49 4,01 22,50 92,46 -389,41 3569,72 2915,72 5949,54
4 802,77 4,93 33,41 137,28 -464,80 4460,22 3697,60 7433,70
3 963,04 5,82 46,28 190,16 -532,12 5350,72 4499,68 8917,86
2 1123,32 6,66 61,01 250,67 -591,82 6241,21 5320,89 10402,02
1 1283,59 7,44 77,46 318,26 -644,43 7131,71 6159,84 11886,18
Térreo 1443,87 8,12 95,42 392,08 -690,82 8022,21 7014,40 13370,35

PY28
Cargas
Ações Horizontais Tração Prismas
Verticais Bloco
Nível
M/W - 0.75 (kPa)
N/At (kPa) V/A (kPa) M/W1 (kPa) M/W2 (kPa) fp1 (kPa) fp2 (kPa)
x N/A (kPa)
8 117,82 1,20 9,28 9,28 -79,09 654,63 515,45 1091,05
7 235,65 2,35 27,46 27,46 -149,27 1309,26 1053,24 2182,11
6 353,47 3,47 54,34 54,34 -210,76 1963,90 1612,80 3273,16
5 471,29 4,56 89,65 89,65 -263,82 2618,53 2193,50 4364,21
4 589,11 5,61 133,11 133,11 -308,73 3273,16 2794,63 5455,26
3 706,94 6,61 184,38 184,38 -345,82 3927,79 3415,34 6546,32
2 824,76 7,57 243,06 243,06 -375,51 4582,42 4054,60 7637,37
1 942,58 8,46 308,60 308,60 -398,34 5237,05 4711,07 8728,42
Térreo 1060,41 9,23 380,18 380,18 -415,12 5891,69 5382,67 9819,48
APÊNDICE D – Pranchas do projeto estrutural

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


ANEXO A – Plantas de arquitetura

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis


ANEXO B – Formas da escada

V. S. Coelho, L. G. M. Oliveira, R. A. B. Reis

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