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Projeto de Pesquisa – Doutorado

Fernando Pena Miguel Martinez

Título: Trajetórias do nascimento: histórias relacionadas à maternidades trans


Orientadores

Orientação

(IP-USP - Miriam Debieux

(Saúde Pública-USP – Maria Cristina Marques

Resumo

palavras-guias: trajetórias - narrativas - mães - bebês - a parentalidade - marcadores sociais da


diferença -

Resumo-desejo:

clínica da Primeira Infância (0-3 anos) - O caráter interdisciplinar buscará criar e/ou aprimorar
a capacidade de escuta - redimensionar as práticas -

Imagem e esquema corporal mãe-bebê -

O bebê em seu grupo familiar - a construção de sua futura pertinência grupal -

que ações, escutas, interferências, intervenções se constrói?

o trabalho de escuta no grupo de cuidadores - uma experiência na clínica pública de psicanálise?

Trajetórias de pré-natal, gestação e puerpério - o que se produz nesse caminho (que locais?
Maternidade da ZL e as mães imigrantes; parto humanizado da casa de sofia? Que lugares, qual
meu campo? O que dar visibilidade?)

Introdução

Metodologia

Referências

Referências:
Nesse campo de referên-cia – eu o chamo fornalha de TDAH –, lida-se sobretudo com crianças
e jovens cujo déficit de atenção foi o que primeiramente eles mesmos vivenciaram. A atenção
que eles não são capazes de dar foi antes retirada deles mesmos. Bebês não sabem o que é um
regime de atenção, mas têm antenas ultrafi-nas para condições de atenção. E se toda sua vida
infantil passou já cercada pelo cenário da televisão, todos eles têm chance de vivenciar desde
cedo, traumaticamente, como a atenção se dispersa entre o círculo de pessoas próximas e esse
cenário, como as reivindicações de atenção, que esse cená-rio cobra permanentemente, tornam
superficial e irreal a dedicação pres-tada pelas pessoas que cuidam do bebê. (1)

A privação traumática da atenção na primeira infância, que surge desse modo nada espetacular,
dificilmente se revela com pesquisa empírica, assim como também não se sabe qual será o efeito
na criança de mães que tele-fonam durante a amamentação ou de pais que checam e-mails
constante-mente enquanto brincam com seus filhos. Eles não os maltratam e talvez nem se
considerem insensíveis. Muitas vezes, crianças com TDAH não têm lesões manifestas nem
sofrem de falta de cuidado ou ausência excessiva dos pais – no entanto, eles devem ter sofrido
algum tipo de privação vital, caso contrário não haveria agitação motora contínua, uma busca
constante por algo que ainda não adotou a forma de um objeto perdido. Só mais tarde, quando
os envolvidos coletivamente passam a rodear máquinas de imagem como insetos ao redor da
luz, fica evidente de onde vem a agitação. Muito antes de conseguirem perceber máquinas de
imagem como objetos, a tela como coisa, eles vivenciaram o poder de seu brilho em absorver
a aten-ção: como privação. E é preciso repetir essa privação para ultrapassá-la. Ela abranda o
desejo dessas crianças retrocedendo ao ponto em que ela se origi-nou. E, assim, essas crianças
procuram tranquilidade nas máquinas, as mes-mas que foram os agitadores cintilantes de sua
tenra infância. (2)

O problema que conduz a investigação é a possibilidade de pensar as formas vingentes de


sofrimento e de laço social para além do lamento nostálgico sobre a perda dos referenciais
subjetivos modernos – imbuído nas discussões sobre o declínio da função paterna ou da ordem
simbólica – que têm predominado no campo da psicanálise. Consideramos que, neste caso, o
trauma se torna uma referência importante para a constituição da subjetividade sob uma forma
ao mesmo tempo positiva e negativa: o trauma é, paradoxalmente, uma ferida na memória e
aquilo mesmo que a constitui; representa um perigo para os laços sociais e permite a criação de
um novo tipo de vínculo. (3)

o choque da imagem se tornou o foco de um regime de atenção global, que embota a percepção
justamente por uma contínua exci-tação, um contínuo despertar. (...) sse espectador representa
o regime de atenção do choque imagético, e dita o modelo até para o leitor de hoje, mesmo o
leitor intelec-tual. Cada produto impresso, se quiser ser observado, precisa se comportar de
modo semelhante a uma imagem fílmica diante do olho. Nas últimas duas décadas, todos os
grandes jornais estão cada vez mais parecidos com as revistas ilustradas. Sem fotos grandes
eles não podem mais concorrer. Toda a diagramação supõe que ninguém tem mais concentração
e resistência suficientes para ler um texto da primeira à última página, linha por linha. (...)
Aprender a reter e ter tempo livre para isso é a base de toda formação. (4)

A narração ou o relato do paciente se torna o centro da investigação freudiana, pois tal enigma
se insinua pela palavra falada; através dela se opera a transmissão de um desejo, que permanece
oculto do próprio narrador. (...) Os sintomas, como os sonhos, são os índices/pistas que nos
indicam a existência de uma representação recalcada e do próprio sistema inconsciente. Dada a
incompatibilidade entre as instâncias psíquicas, o conteúdo inconsciente procura se ocultar e só
se apresenta à consciência distorcidamente nos sonhos e nos sintomas. Porém, há detalhes que
traem a sua presença, normalmente detalhes que são repetidos no discurso manifesto e destoam
do restante. (...)

(5)

Artigos:

NICOLAU, SM. Grupos na Atenção básica: enraizar-se em uma comunidade. Grupos e terapia
ocupacional: formação, pesquisa e ações (organização Viviane Maximino, Flávia Liberman).
São Paulo: Summus, 2015

GONDAR, J. E quando não há fios lógicos?

GONDAR, J. A clínica como prática política


GONDAR, J. O analista como testemunha

(1) Cultura do déficit de atenção, por Christoph Türcke -


https://www.revistaserrote.com.br/2015/06/cultura-do-deficit-de-atencao/

(2) Cultura do déficit de atenção, por Christoph Türcke -


https://www.revistaserrote.com.br/2015/06/cultura-do-deficit-de-atencao/

(3) Jô Gondar - linha de pesquisa, disponível em


https://culturaesubjetivacao.wordpress.com/participantes/josaida-de-oliveira-gondar-unirio/

(4) Cultura do déficit de atenção, por Christoph Türcke -


https://www.revistaserrote.com.br/2015/06/cultura-do-deficit-de-atencao/

(5) GONDAR, J - E quando não há fios lógicos?

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