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CARREIRAS JURÍDICAS SEMANAL

Disciplina: Direito Financeiro e


Econômico
Professor: Caio Bartine
Aula: 04/06 Data: 29/05/2017

[Sumário]

1. Receitas Públicas
1.1 Teoria Geral das Receitas Públicas
1.1.1 Análise do Conceito de Receita Pública
1.1.2 Classificação Doutrinária
1.1.3 Classificação Legal das Receitas Públicas
1.1.4 Estágios de Receitas Públicas
1.1.5 As Receitas Públicas Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal
1.2 Fundos / Fundos Especiais
1.2.1 Características Importantes dos Fundos
1.2.2 Disponibilidade de Caixa

[Anotações]

1. Receitas Públicas
1.1 Teoria Geral das Receitas Públicas
1.1.1 Análise do Conceito de Receita Pública

a) Sentido Amplo: trata-se todo o ingresso de recurso aos cofres públicos, sejam eles periódicos
ou não, efetivo ou temporário (não adotada).

b) Sentido Estrito: a receita pública seria o ingresso definitivo aos cofres públicos (havendo
diferença do ingresso – STF). O ingresso passa a ser considerado como mera movimentação de
caixa (critério da temporariedade).

1.1.2 Classificação Doutrinária

a) Quanto à periodicidade:

- Receita Ordinária: receita que é comum e em previsão orçamentária. Sendo periódica, o


recebimento é do dia-a-dia (o recurso tem previsão na lei orçamentária).
- Receita Extraordinária: alienação de bens. Exemplo: venda de patrimônio, empréstimo público
(amortização de dívidas)

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b) Quanto à origem:

- Receita Originária: advêm de exploração do próprio patrimônio estatal; advêm da autonomia


da vontade.
- Receita Derivada: advêm da exploração do patrimônio de terceiro, existindo coerção – poder
extroverso, exemplo: tributos, multas etc. (art. 9º, Lei n. 4.320/64)
- Receita Transferida: repartição de receitas tributárias, art. 157 a 162, CF
O Distrito Federal e os Municípios recebem receitas transferidas.

1.1.3 Classificação Legal das Receitas Públicas – Art. 11, da Lei de Finanças Públicas

a) Receita Concorrentes: caracterizam-se pela continuidade no tempo (aumentam a


disponibilidade líquida do tesouro). Atendimento dos gastos públicos ordinários.
Exemplo: Receitas tributárias, patrimonial, industriais, etc.

b) Receitas de Capital: determinam alterações compensatórias no ativo e no passivo do


patrimônio do Estado (não há periocidade).
Exemplo: operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimo, etc.
Toda receita de capital não é ordinária, advêm de recurso cuja a periodicidade não exista.
Receita extraordinárias.

1.1.4 Estágios de Receitas Públicas

Art. 139 do Regulamento Geral de Contabilidade Pública

Proposta orçamentária
Previsão
Conversão da proposta
Estágio
Lançamento
Realização Arrecadação
Recolhimento

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I – Previsão:
a) Proposta Orçamentária: O poder executivo faz uma proposta com previsão na lei
orçamentária: Plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual.
Haverá o quanto que se espera de arrecadação e quanto será pago.

b) Conversão da Proposta: quando o legislativo converte esta proposta em lei. Ainda é


uma previsão.

II – Realização:
a) Lançamento: trata-se do lançamento dos valores a serem arrecadados. Exemplo: de
natureza tributária - art. 142, CTN.

b) Arrecadação: para o STF somente pode ser feita por pessoa jurídica de direito público.

c) Recolhimento: ter este valor disponível aos cofres públicos.

1.1.5 As Receitas Públicas Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal – art. 11, LC n. 101/00

 Dever de instituição de todos os impostos: É um dever de tributar e não um poder de


tributar. Esta norma trata de todos os impostos, sendo este imposto ordinário, sob pena
de: Proibição do não recebimento de transferências voluntárias quando da não
instituição de todos os impostos (é uma sanção).

1.2 Fundos / Fundos Especiais

Art. 71, da Lei n. 4.320/64


São Somas de recursos financeiros postas à disposição de determinados objetivos. Os fundos
não são entidade, são fundos e dependem de previa autorização legislativa.

São considerados exceção ao princípio da unidade de tesouraria (art. 56 da Lei n. 4.320/64)


segundo o qual o recolhimento de todas as receitas das entidades governamentais será
centralizado em um só caixa, formando um todo e vedando a utilização de caixa especial para
cada espécie de receita e, consequentemente, a sua vinculação a uma despesa.

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Vem em consonância ao princípio da vedação de vinculação da receita de impostos, art. 167,


inc. IV, CF, uma vez vedada a vinculação da receita de imposto a qualquer espécie de fundo,
órgão ou despesa.
 Todas as arrecadações de impostos devem ser utilizadas nos gastos gerais da
Administração Pública.

Exemplo: FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valoração


de Profissionais da Educação) ED 53/2006 – Lei n. 11.494/07

1.2.1 Características Importantes dos Fundos

 Não é pessoa jurídica, mas um tipo de gestão de recursos ou conjunto de recursos


financeiros;
 Se utilizam do CNPJ do órgão público ao qual pertencem;
 Entidades administradoras dos fundos especiais devem prestar contas aos órgãos
fiscalizadores;
 Não possui patrimônio, uma vez que é o próprio patrimônio;
 Não é órgão público, sendo administrado por um.

1.2.2 Disponibilidade de Caixa

A disponibilidade de caixa é a soma dos recursos de que pode dispor o ente público, sem
qualquer ofensa à normalidade de seus negócios, isto é, sem acarretar dificuldades financeiras
a quem deles dispõe.

Art. 43 da LRF – em observância ao disposto no art. 164, § 3º da CF, as disponibilidades de caixa


deverão ser depositadas em instituições financeiras oficiais:

- Disponibilidade de caixa do União deve ser depositado no Banco Central.

Não se admite contratação de instituição financeira privada para receber disponibilidade


financeiras de entes públicos e das empresas por eles controladas (STF, ADI-MC 2.661/MA).

Questão: Folha de pagamento do servidor público, pode ser feita por instituição privada?

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STF, AI-AgR 837.677/MA, não se enquadra no conceito de disponibilidade de caixa (é uma


despesa corrente).

 Disponibilidade de Caixa Relativo ao Regime de Previdência Social:


 Deveriam ficar em contas separadas das demais à disponibilidades de
cada ente (art. 43, § 1º, LRF);
 Serão aplicadas nas condições de mercado;
 Não poderão ser aplicadas em títulos à dívida pública estadual e
municipal (art. 43, § 2º, LRF);
 Não podem ser aplicadas em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da federação;
 Não poderão ser aplicadas em empréstimos ao poder público, inclusive
a suas empresas controladas.
Próximo encontro: orçamento público e lei orçamentária.

Questão: Ano: 2009. Provas: CESPE. Cargo: BACEN - Procurador


A secretaria da fazenda de determinado estado da Federação, ao registrar a arrecadação de
certo mês, procedeu às seguintes classificações:
I - as multas tributárias inscritas na dívida ativa foram classificadas como receitas tributárias;
II - as multas de receitas de impostos pagos após o vencimento mas ainda não inscritos na dívida
ativa foram classificadas como receitas de dívida ativa.

Nessa situação, é correto afirmar que a secretaria


a) errou nas duas contabilizações mencionadas.
b) acertou nas duas contabilizações, pois só era possível contabilizar dessa forma.
c) acertou nas duas contabilizações, mas, nos dois casos, era admissível contabilizar de outra
forma.
d) acertou na contabilização descrita no item I e errou na do item II.
e) acertou na contabilização descrita no item II e errou na do item I.i
Gabarito: letra “a”.

Temas no Canvas: Receitas Públicas; Teoria Geral das Receitas Públicas; Análise do Conceito de Receita Pública; Classificação
Doutrinária; Classificação Legal das Receitas Públicas; Estágios de Receitas Públicas; As Receitas Públicas Segundo a Lei de
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Fundos / Fundos Especiais; Características Importantes dos Fundos; Disponibilidade de Caixa.

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