Você está na página 1de 16

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

ELETROTECNIA GERAL
ANO LECTIVO DE 2018/19 – 1º SEMESTRE
GUIA DE TRABALHOS

CORRENTE ALTERNADA MONOFÁSICA

Verificação de tensão e corrente em circuitos


R, L e C

SETEMBRO/2018

1/16
1 Objetivo
Leituras dos ensaios, devem ser registadas na

“FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO DE TRABALHOS”

Este trabalho destina-se a verificar experimentalmente a influência dos vários tipos de carga,
nomeadamente resistiva, indutiva e capacitiva sobre os circuitos de corrente alternada em especial
sobre a diferença entre os ângulos de fase da corrente e da tensão.
Serão ensaiadas cargas com as seguintes características:
R - Resistência (carga resistiva);
L - Bobina (carga indutiva pura);
C - Condensador (carga capacitiva pura)
RL - Conjunto de resistência e bobina (carga indutiva);
RC - Conjunto resistência e condensador (carga capacitiva);
RLC - Conjunto resistência, bobina e condensador em série (indutiva ou capacitiva,
depende dos valores de L e C).
Para cada carga será lida a tensão e corrente.
A desfasagem será calculada e depois confirmada no osciloscópio.
2 Breve explicação
A desfasagem entre a tensão e a corrente do circuito, tem apenas a ver com os elementos ligados ao
circuito (carga).
Pelos elementos constituintes da carga e mesmo antes de ser aplicada tensão, já se sabe qual vai ser
o fator de potência do circuito (cosseno do angulo (𝜑)). O angulo 𝜑 é o angulo entre a tensão e a
corrente. Resulta da diferença entre os ângulos de fase da tensão (𝜑𝑈 ) e da corrente (𝜑𝐼 )).
Esse angulo é uma característica do circuito e é definido pela carga.

Fig. 1 – Diagrama vetorial genérico, Fig. 2 – Diagrama vetorial muito comum. O


(𝜑 = 𝜑𝐼 − 𝜑𝑈 ) vetor tensão é representado sobre o eixo das
abcissas (𝜑𝑈 = 0°), logo 𝜑 = 𝜑𝐼 .
São três os elementos que pode encontrar num circuito de corrente alternada: resistência, indutância
(bobina) e capacidade (condensador). Aparecem por vezes referidos como R, L e C.

2/16
Tabela 1 – Elementos de um circuito de corrente alternada
Nome Símbolo Unidade
Resistência R Ω - Ohm
Indutância L H - Henry
Capacidade C F - Farad
Quando inseridos num circuito de corrente alternada, o elemento resistência [Ω] vale pelo seu
próprio valor, que também recebe o nome de resistência [Ω]; cada elemento L [𝐻] e C [𝐹] vale por
uma característica sua que recebe o nome de reatância [Ω]. A reatância depende da frequência.

Tabela 2 – Grandezas que influenciam os circuitos de CA


Grandeza em Corrente Alternada – [Ω]
Elemento Valores
Símbolo Nome
(f = frequência)
Resistência R Resistência R=R
Reatância
Indutância XL XL = 2πfL
indutiva
Reatância 1
Capacidade XC XC =
capacitiva 2πfC
Nem sempre aparecem desta forma. Podem aparecer em notação complexa. Observe a Tabela 3.

Tabela 3 – Impedâncias em notação complexa


Notação complexa (Vetores)
Nome coordenadas coordenadas notação de
retangulares polares Euler
Resistência ̅
R=R ̅
R = R∠0° ̅ = R𝑒 𝑗0°
R
Reatância indutiva ̅̅̅
XL = jXL ̅̅̅
XL = XL ∠90° ̅̅̅
X L = XL 𝑒 𝑗90°
Reatância capacitiva ̅̅̅
XC = −jXC ̅̅̅
XC = XC ∠ − 90° ̅̅̅
X C = XC 𝑒 −𝑗90°
Cada elemento, quando ligado isoladamente, impõe uma desfasagem entre a tensão e a corrente que
é característica da natureza desse elemento. Observe na Fig. 3 os diagramas vetoriais com a
desfasagem tensão/corrente aos terminais de cada elemento num circuito.
R (resistência) L (indutância) C (capacidade)

Fig. 3 – Diagramas vetoriais de tensão e corrente para cargas tipo R, L e C


3/16
3 Um exemplo
Considere o circuito da Fig. 4.
a) Calcule a reatância da bobina e a do condensador.
b) Calcule a impedância total do circuito
c) Calcule a corrente do circuito
d) Calcule a potência fornecida pela fonte ao circuito
e) Desenhe os diagramas vetoriais de: U = 100 V
 Impedância; R = 200 Ω
 tensão e corrente (só relativo à fonte); L = 600 mH
 potência; C = 30 μF
f) Desenhe o diagrama vetorial de tensões e corrente,
representando a tensão da fonte e de cada elemento. f = 50 Hz

Fig. 4 – Circuito RLC série


Resolução
a) Reatância da bobina : 𝑋𝐿 = 2𝜋𝑓𝐿 = 2 × 3,14 × 50 × 600 × 10−3 = 188,5 𝛺
1 1
Reatância do condensador : 𝑋𝐶 = 2𝜋𝑓𝐶 = 2×3,14×50×30×10−6 = 106,1 𝛺

b) Impedância total do circuito


Introdução
A impedância resulta da soma vetorial dos elementos R, L C. Como qualquer um deles pode ter
o valor zero, a impedância no limite pode ser constituída apenas por um elemento desde que
todos os outros sejam zero. Por esse motivo o termo impedância também pode ser aplicado a
cada elemento isolado. Impedância do circuito
𝑍̅ = 𝑅̅ + 𝑋̅ (vetores)
ou
𝑍̅ = 𝑅 + 𝑗𝑋
(vetores em coord. retangulares)

Reatância do circuito
𝑋̅ = ̅̅̅
𝑋𝐿 + ̅̅̅
𝑋𝐶
ou
𝑗𝑋 = 𝑗𝑋𝐿 + (−𝑗𝑋𝐶 )
(coordenadas retangulares)

Fig. 5 – Impedância e reatância


→ Representação gráfica das impedâncias do circuito

Representação genérica (notação Representação através das


vetorial) coordenadas retangulares
Fig. 6 – Impedâncias
4/16
→ Representação gráfica do cálculo da reatância total do circuito

Representação genérica (notação Representação usando os valores


vetorial) em coordenadas retangulares
Fig. 7 – Reatância - cálculo

Vetor reatância total Coordenadas retangulares


Fig. 8 – Reatância do circuito
→ Representação gráfica da impedância do circuito

Vetor impedância total Coordenadas retangulares


Fig. 9 – Impedância
X
Em que: φ = atan (R)

Cálculo de Z̅
𝑍̅ = 𝑅̅ + 𝑋̅ = 𝑅̅ + (𝑋
̅̅̅𝐿 + ̅𝑋̅̅𝐶̅)
Substituindo os vetores pelas coordenadas retangulares
Z̅ = 𝑅 + (𝑗𝑋𝐿 − 𝑗𝑋𝐶 )
Calculando o módulo
𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2
𝑍 = √2002 + (188,5 − 106,1)2 = √40000 + 82,392 = 216,31 𝛺
82,39
𝜑 = 𝑎𝑡𝑎𝑛 ( ) = 22,39°
200
c) Corrente do circuito (consideremos a tensão na origem):
̅
𝑈 100∠0°
𝐼̅ = = = 0,46 ∠ − 22,39°A
𝑍̅ 216,31∠22,39°
5/16
d) Potência fornecida ao circuito (S = potência aparente; P = p. ativa e Q = p. reativa)
𝑆̅ = 𝑈
̅ 𝐼 ∗̅ = 100∠0° × (0,46 ∠ − 22,39°)∗ = 100∠0° × 0,46 ∠ + 22,39° = 42,75 + j17,61 VA
P = 42,75 W
Q = 17,61 VAR
Outra forma de calcular usando as funções trigonométricas
𝑆 = 𝑈 𝐼 = 100 × 0,46 = 46 𝑉𝐴
𝑃 = 𝑈 𝐼 𝑐𝑜𝑠 𝜑 = 100 × 0,46 × 𝑐𝑜𝑠(22,39°) = 42,75 𝑊
𝑄 = 𝑈 𝐼 𝑠𝑒𝑛 𝜑 = 100 × 0,46 × 𝑠𝑒𝑛(22,39°) = 17,61 VAR
Nota: O angulo 𝜑 consoante as grandezas complexas onde aparece (𝑍̅ , 𝐼 ,̅ 𝑆̅ ) assim terá sinal
positivo ou negativo. No cálculo de Q, acima, deve considerar-se o angulo com o sinal que tem na
fórmula da potência complexa. Deste modo Q>0 significa potência reativa indutiva e Q<0 potência
reativa capacitiva.
e) Para um mesmo circuito, o sinal do angulo varia consoante o diagrama.

Impedâncias Tensão e corrente Potência


𝑍̅ = 𝑅 + 𝑗𝑋 = 𝑍∠𝜑 ̅
𝑈 𝑆̅ = 𝑈
̅ 𝐼∗̅ =S∠𝜑
𝐼 ̅ = = 𝐼∠ − 𝜑
𝑍̅
Fig. 10 – Diagramas
f) Cálculo da tensão em cada elemento
̅̅̅̅
𝑈𝑅 = 𝑅̅ 𝐼 ̅ = 200∠0° × 0,46 ∠ − 22,39° = 92∠ − 22,39° V
̅̅̅
𝑈𝐿 = 𝑋 ̅̅̅𝐿 𝐼 ̅ = 188,5∠90° × 0,46 ∠ − 22,39° = 86,71∠67,61° V
̅̅̅̅
𝑈𝐶 = ̅𝑋̅̅𝐶̅𝐼 ̅ = 106,1∠ − 90° × 0,46 ∠ − 22,39° = 48,81∠ − 112,39° V

A Fig. 11 apresenta os vetores.


̅) como
A Fig. 12 apresenta a tensão da fonte (𝑈
resultado da soma das tensões dos elementos (a
tracejado) confirmando a lei de Kirchhoff
̅=𝑈
𝑈 ̅̅̅̅ ̅̅̅ ̅̅̅̅
𝑅 + 𝑈𝐿 + 𝑈𝐶

Observe na Fig. 13 a confirmação de que o


angulo tensão/corrente em cada elemento é o
mesmo observado na Fig. 3.

Fig. 11 – Diagrama de tensões nos elementos

6/16
Fig. 12 – Soma das tensões dos elementos Fig. 13 – Diagrama de tensões nos elementos
4 Material necessário ao ensaio

Fig. 15 –Resistencia (67-140, Switched


Fig. 14 – Osciloscópio
resistance load)

Fig. 17 –Condensador (67-200, Switched


Fig. 16 –Bobina (67-300, Inductive load)
capacitive load)

Fig. 18 –Caixa de resistência para leitura Fig. 19 - Fonte de alimentação (60-100, Three
de corrente para osciloscópio (10 Ω) phase supply control

7/16
5 Esquema de ligações no laboratório
No ponto 5 são apresentados os ensaios para cada tipo de carga (R, L, C, RL, RC, RLC série e RLC
paralelo). Por uma questão prática, para evitar a necessidade de ligar e desligar fios durante os
ensaios para mudar de um circuito para outro, optou-se por ligar inicialmente todos os componentes
a ensaiar como na Fig. 20. Adicionou-se uma resistência extra 𝑅𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 que representa a resistência da
linha de transporte entre a fonte e a carga. Tem um valor reduzido de 10 Ω.

Fig. 20 – Circuito a montar no laboratório.


Para recriar os circuitos a analisar, basta ligar ou desligar adequadamente interruptores. O aluno
determinará caso a caso as manobras a fazer no circuito.

6 Procedimentos de trabalho
Solicite ao professor os valores para tensão, resistências, bobinas e condensadores para ensaio.

Opção 1
U 𝑅1 𝑅2 𝐿1 𝐿2 𝐶1 𝐶2
Tipo de carga
[V] [Ω] [Ω] [mH] [mH] [μF] [μF]
R 100 230 230 - - - -
L 100 - - 700 - - -
C 100 - - - (700) ? (2+4)
RL 100 230 - 700 - - -
RC 100 230 - - - 2+4 -
RLC (série) 100 230 - - 700 - 2+4
100 - 230 3x700 - - -
RLC (paralelo)
100 - 230 3x700 - - 4
Opção 2
U 𝑅1 𝑅2 𝐿1 𝐿2 𝐶1 𝐶2
Tipo de carga
[V] [Ω] [Ω] [mH] [mH] [μF] [μF]
R 150 230//470//2200 230//470//2200 - - - -
L 150 - - 700 - - -
C 150 - - - (700) ? (2+4)
RL 150 230//470//2200 - 700 - - -
RC 150 230//470//2200 - - 700 2+4 -
RLC (série) 150 230//470//2200 - - 700 - 2+4
700x100%
150 - 230//470//2200 - - -
2x700x50%
RLC (paralelo)
700x100%
150 - 230//470//2200 - - 2+4+8
2x700x50%
8/16
6.1 Circuito R (carga resistiva)
1. Montar o circuito da Fig. 21.

Ponta de prova do
osciloscópio. Capta sinal de
corrente 𝑰𝑹 indiretamente
pela tensão em 𝑹𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂

Ponta de prova do
osciloscópio. Capta
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
sinal de tensão U

𝐼̅𝑅 = 𝐼𝑅 ∠0° 𝐴

Fig. 21 – Circuito com carga R, aparelhos de medida e pontas do Fig. 22 – Diagrama


osciloscópio. vetorial de tensão e
corrente para carga R.
2. Aplique tensão ao circuito e registe as leituras na Tabela 4.

3. Observe a desfasagem tensão/corrente através da representação vetorial da Fig. 22.


Observe a mesma desfasagem na representação temporal das Fig. 23 e Fig. 24.
Repare em particular o instante em que as grandezas passam por zero neste tipo de carga.

Tensão

corrente

Passam por zero


ao mesmo
tempo, sem
desfasagem
entre elas (0° )

Fig. 23 – Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 24 – Curvas reais (osciloscópio)
carga R. de tensão e corrente.

9/16
6.2 Circuito L (carga indutiva pura)
1. Montar o circuito da Fig. 25.

̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

−90°

𝐼̅𝐿 = 𝐼𝐿 ∠ − 90° 𝐴

Fig. 25 – Circuito com carga L, aparelhos de medida e Fig. 26 – Diagrama vetorial de


pontas do osciloscópio. tensão e corrente para carga L

2. Aplique tensão ao circuito e registe as leituras na Tabela 5.

3. Observe a desfasagem tensão/corrente através da representação vetorial da Fig. 26.


Observe a mesma desfasagem na representação temporal das Fig. 27 e Fig. 28.
Repare em particular que a corrente passa por zero depois da tensão (em atraso).

Tensão

corrente

−𝟗𝟎°
Não Passam por
zero ao mesmo
tempo

Fig. 27 - Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 28 – Curvas reais (osciloscópio)
carga L de tensão e corrente

10/16
6.3 Circuito C (carga capacitiva pura)
1. Montar o circuito da Fig. 29.

𝐼̅𝐶 = 𝐼𝐶 ∠90° 𝐴

90°

̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

Fig. 29 – Circuito com carga C, aparelhos de medida e Fig. 30 – Diagrama vetorial de


pontas do osciloscópio. tensão e corrente para carga C

2. Registe as leituras na Tabela 6


3. Observe a desfasagem tensão/corrente na representação vetorial da Fig. 30
Observe a mesma desfasagem na representação temporal das Fig. 31 e Fig. 32.
Repare em particular que a corrente passa por zero antes da tensão (em avanço).

Tensão

corrente

+𝟗𝟎°
Não Passam por
zero ao mesmo
tempo

Fig. 31 – Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 32 – Curvas reais (osciloscópio) de
carga C tensão e corrente

11/16
6.4 Circuito RL (carga indutiva)
1. Montar o circuito da Fig. 33.

̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

Angulo negativo.
Depende de R e L
𝐼 ̅ = 𝐼∠φ

Fig. 33 – Circuito com carga RL, aparelhos de medida e pontas do Fig. 34 90° 𝐴
– Diagrama vetorial
osciloscópio para carga RL
2. Registe os valores na Tabela 7.

6.5 Circuito RC (carga capacitiva)


1. Montar o circuito da Fig. 35

𝐼 ̅ = 𝐼∠φ
Angulo positivo.
Depende de R e C
90°φ𝐴

̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

Fig. 35 – Circuito com carga RC, aparelhos de medida e pontas do Fig. 36 – Diagrama
osciloscópio. vetorial para carga RC
2. Registe os valores na Tabela 8.

12/16
6.6 Circuito RLC - série
1. Montar o circuito da Fig. 37

Angulo positivo ou
𝐼 ̅ = 𝐼∠φ
negativo. Depende
φ de R, L e C
90° 𝐴
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

Fig. 38 – Diagrama
Fig. 37 – Circuito com carga RLC série.
vetorial para carga RLC
2. Registe os valores na Tabela 9

6.7 Circuito RLC – paralelo

1. Montar o circuito da Fig. 39. Pretende-se que observe a influência da introdução de um


condensador em paralelo com a carga. A carga é representada por um paralelo 𝑅2 //𝐿1 que
tem o comportamento característico de um motor elétrico.
2. Realize uma primeira leitura (ainda sem o condensador). Registe na Leitura1 da Tabela 10

Fig. 39 – Circuito com carga RL em paralelo.


3. Montar o circuito da Fig. 40. Realize uma segunda leitura (já com o condensador). Registe
na Leitura2 da Tabela 10 (mantenha constante o valor da tensão 𝑈1 ).

Angulo positivo ou
𝐼 ̅ Depende
negativo. = 𝐼∠φ
φ de L e C
90° 𝐴
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈

Fig. 41 – Diagrama vetorial para


Fig. 40 – Circuito com carga RLC paralelo.
carga RLC.
13/16
7 Notas sobre equipamentos do laboratório

7.1 Osciloscópio
Quando se ligam as duas pontas de prova do osciloscópio há o risco de se fazer um curto-circuito à
fonte, indiretamente através da massa (os “crocodilos”).
As massas estão ligadas no interior do osciloscópio.
Nunca ligar por exemplo a massa de uma ponta à fase da fonte e a outra por exemplo ao neutro da
fonte (Fig. 42).
“massa 1”
ligada à fase

As duas
“massas” ligadas
ao neutro
“massa 2” ligada
ao neutro

Fig. 42 – Ligação incorreta das pontas (curto- Fig. 43 – Ligação correta das pontas
circuito à fonte)

7.2 Captação do sinal de corrente pelo osciloscópio


O osciloscópio apenas capta sinais de tensão. A corrente é captada de forma indireta captando a
tensão aos terminais de uma resistência atravessada por essa corrente. Uma resistência de valor
reduzido e conhecido.
Resistência - para que os ângulos de fase da corrente e da tensão sejam iguais;
Valor reduzido - para não introduzir uma queda de tensão exagerada no circuito;
Conhecido - para se poder estabelecer uma relação numérica entre a corrente e a tensão

O laboratório dispõe de caixas com resistências de 1 Ω e de 10 Ω.

7.3 Resistências
A caixa de resistências apresenta vários interruptores identificados por um valor em Ω. Quando se
liga um interruptor a resistência total da caixa é a do valor desse interruptor.
Quando se liga mais um interruptor, a resistência total é o valor do paralelo das resistências dos
interruptores ligados.

7.4 Condensadores
A caixa de condensadores introduz (indesejadamente) ruido na
rede que se manifesta na corrente por uma sinusoide não perfeita
(Fig. 44 A). Para “alisar” o ruido liga-se uma bobina em série
com o condensador.
Fig. 44 – A B

Para o circuito continuar capacitivo, a reactância da bobina tem de ser inferior à do condensador o
que se consegue satisfatoriamente, introduzindo 80% do núcleo de ferro na bobina (Fig. 44 B).

14/16
7.5 Medições
Determine o calibre a usar em cada aparelho de medida em função dos valores expetáveis das
grandezas a medir.
Por vezes os fabricantes podem dotar os seus aparelhos de algumas particularidades nomeadamente
a possibilidade de leitura de mais que uma grandeza (multímetros).
Os amperímetros têm resistência interna muito baixa e são ligados em série.
Os voltímetros têm resistência interna muito elevada e são ligados em paralelo. Podem por exemplo
ser ligados diretamente a uma fonte sem correr o risco de provocar um curto-circuito nesta.
medição de correntes medição de tensões medição de potências

com amperímetro com voltímetro com wattímetro


Fig. 45 – Ligação de aparelhos de medida.

7.6 Leituras
Pinças:
Algumas pinças permitem a visualização de duas ou mais grandezas em simultâneo no mesmo
display. Outras mostram as grandezas uma de cada vez, mas têm de ser selecionadas através de um
seletor.
Wattímetros analógicos:
A potência medida, por vezes não corresponde numa leitura direta do mostrador.
Pode ter de ser afetada por um fator multiplicador que depende do terminal amperimétrico utilizado
(pode haver mais que um) e da posição do seletor de tensões (tem várias posições). Observe as
instruções no mostrador.

7.7 Medição de resistências pelo método do voltímetro e do amperímetro:


A colocação dos aparelhos de medida deve levar em consideração o presumível valor da resistência
(ordem de grandeza) para minimizar o erro nas leituras associado ao método.

Fig. 46 – Medição de resistências de baixo valor Fig. 47 – Medição de resistências de elevado


(da ordem de grandeza da resistência interna do valor (da ordem de grandeza da resistência
amperímetro) interna do voltímetro)

15/16
8 Leituras dos ensaios
Circuito R (carga resistiva)
Tabela 4 – Leituras, circuito R
𝑈1 𝑈2 𝑅1 𝑅2 𝐼1
[V] [V] [Ω] [Ω] [A]

Circuito L (carga indutiva pura)


Tabela 5 – Leituras, circuito L
𝑈1 𝑈2 𝐿1 𝐼1
[V] [V] [H] [A]

Circuito C (carga capacitiva pura)


Tabela 6 – Leituras, circuito C
Ramo da
𝑈1 𝑈2 𝑋𝐶1 “capacidade” 𝐼1
[V] [V] [Ω] [F] [H] [A]

Circuito RL (carga indutiva)


Tabela 7 – Leituras, circuito RL
𝑈1 𝑈2 𝑅1 𝐿1 𝐼1
[V] [V] [Ω] [H] [A]

Circuito RC (carga capacitiva)


Tabela 8 – Leituras, circuito RC
𝑈1 𝑈2 𝑅1 𝐶1 𝐼1
[V] [V] [Ω] [F] [A]

Circuito RLC – série


Tabela 9 – Leituras, circuito RLC
𝑈1 𝑈2 𝑅1 𝐿2 𝐶2 𝐼1
[V] [V] [Ω] [H] [F] [A]

Circuito RLC – paralelo


Tabela 10 – Leituras, circuito RLC

𝑅2 𝐿1 𝐶1 𝑈1 𝑈2 𝐼1 𝐼2
[Ω] [mH] [Ω] [μF] [Ω] [V] [V] [A] [A]
Leitura1 - -
Leitura2

16/16

Você também pode gostar