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Bruno Beranger
ANGÚSTIA DE CONSUMO:
Fenomenologia Social Atual
Rio de Janeiro
2008.1
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Bruno Beranger
ANGÚSTIA DE CONSUMO:
Fenomenologia Social Atual
Rio de Janeiro
2008.1
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Beranger, Bruno
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Bruno Beranger
ANGÚSTIA DE CONSUMO:
Fenomenologia Social Atual
Conceito: ___________________________________________
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________.
Presidente da Mesa – André Soares Pereira Avelar. Professor. SPID. IPP/USU.
__________________________________________________.
1º. Avaliador – Marisa Speranza dos Santos. Professora. IPP/USU.
__________________________________________________.
2º. Avaliador – Camila Drubscky. Doutora em psicologia clínica. PUC/RJ. IPP/USU.
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AGRADECIMENTOS
Sou imensamente grato à minha mãe, Maria das Graças Lima Ribeiro, pelo
suporte e incentivo que me foi dedicado ao longo do curso. Sua capacidade de
perseverança e fé, assim como a confiança em mim depositada, foram exemplos para
que eu fosse capaz de alcançar meus objetivos.
Sou muito grato ao meu irmão, Yves Ribeiro de Moraes, por seu
companheirismo, senso de humor e seu carinho para comigo tanto nas horas difíceis
quanto nas horas mais tranqüilas e descontraídas.
Agradeço André Soares Pereira Avelar pela atenção e orientação que me fora
dada ao longo do trabalho para o desenvolvimento e conclusão do mesmo.
Sou grato aos grandes professores que tive; Henrique Rodrigues, Ruth
Goldenberg, José Roberto Bastos, Adriana Brites, Marcos Portela, Marisa Speranza,
Marisa Ferreira, Benita Lousada e André Avelar entre outros, não menos importantes,
por me mostrarem o quão profunda, rica e abrangente é nossa profissão.
RESUMO
ABSTRACT
It is also seen on this work, the angst and anxiety produced by such interactions,
as well as the objectification of the relations, the social and individual desire. It’s put in
evidence the evolution of the society’s needs, beginning from it’s necessities, going
through it’s desires and culminating on it’s wants to, and the positivated consumption
inside the actual context.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O tema aqui apresentado trata da relação que pode ser observada no contexto
social atual, entre a angústia advinda do confronto de um indivíduo com sua castração
e a efemeridade e fragilidade dos vínculos, experiências e sensações.
a sensação), por não se satisfazerem com seus respectivos carros atuais ou até
mesmo por se decepcionarem com o que possuem; também os relacionamentos
interpessoais parecem ter adquirido um prazo de validade. Além de terem se tornados,
aparentemente, mais frágeis ou fugazes.
Podemos constatar também que melhores amigos são eleitos tão fácil e
rapidamente quanto são substituídos, ainda que haja um sentimento ou uma entrega
sincera por parte dos envolvidos. Observa-se que hoje em dia a busca pelo prazer
leva os indivíduos a perseguir as experiências prazerosas de forma quantitativa,
muitas vezes não as valorizando ou as percebendo devidamente dentro de sua
singularidade.
Desprazer, bem como a relação entre ambos, dentro da visão também psicanalítica,
com base em textos de Freud como “O Mal-Estar na Civilização”, “O Futuro de uma
Ilusão” e “O Ego e o Id”, entre outros. O conceito de descartável será apresentado
tendo-se como base o autor Zygmunt Bauman em “Amor Líquido”. Será também
abordado o conceito de consumismo a partir de José Durval Cavalcanti de
Albuquerque em “Consumir é uma Necessidade Fisiológica”.
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CAPÍTULO II
maior parte dos indivíduos procure aplacar suas angústias através do consumismo, o
que cria um novo problema a partir do momento em que os indivíduos que se
encontram impossibilitados de atingir determinadas metas ou objetivos, ou até mesmo
quando não possuem uma condição econômica mínima necessária para adquirir
supostos objetos de desejo que são eleitos e divulgados pela mídia, acabam
agravando seu estado de angústia, muitas vezes transformando uma angústia
realística em angústia neurótica. A mídia globalizada ganha cada vez mais espaço e,
conseqüentemente, força para influenciar as sociedades em geral.
A angústia gera a demanda que recai sobre o consumo, que por sua vez
influencia a oferta.
Um ponto muito importante que não pode ser excluído, é que ainda que a
mídia seja uma ferramenta formadora de idéias e opiniões, esta é tão somente a
expressão da sociedade contemporânea.
2.1 O IMEDIATO
CAPÍTULO III
A ANGÚSTIA
A angústia é também uma emoção que precede algo (um acontecimento, uma
ocasião, circunstância). Também se pode chegar à angústia através de lembranças
traumáticas que dilaceraram ou fragmentaram o ego, ou sempre que a integridade
psíquica se encontrar ameaçada.
A esse conflito entre o Id, Ego e o Superego; advindo do fato de que nossas
possibilidades de felicidade são restringidas por nossa própria constituição e que
nossa infelicidade é muito menos difícil de experimentar.
próprias relações com outros indivíduos, sendo este último provavelmente a mais
incisiva de todas as fontes.
O produto resultante do nosso conflito com essas forças foi denominado, por
Freud, de angústia.
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A angústia ou a ansiedade neste caso tende a fazer com que o indivíduo peca
sua singularidade. Seu objeto de desejo seria o mesmo compartilhado por seus
“pares” (ao menos, por aqueles que almejam ser seus pares), e um dos grandes
problemas deste objeto de desejo, é que ele é passível de ser atingido, o que cria uma
nova angústia ou ansiedade no indivíduo em questão: “agora que tenho isso... o que
faço?”. Neste exemplo, vemos a anulação do indivíduo.
CAPÍTULO IV
o meio ambiente. Felizmente, hoje, há pensamentos diferentes sobre este tema, que
fizeram surgir novas profissões como, por exemplo, a de Eco-design.
Tendo em vista a enorme pressão colocada sobre grande parte dos indivíduos
pela cultura, sociedade e até mesmo por familiares e amigos a respeito da definição
de sucesso e de prazer, tais indivíduos se encontram cada vez mais buscando prazer
e satisfação através de um consumismo desenfreado que é proveniente de uma fútil
tentativa de se tamponar o vazio estrutural que sentem com objetos e sensações.
Existem vários exemplos claros de tal processo, mas um dos exemplos que
se tem relação a isso é visto no campo acadêmico, onde desde cedo a criança é
imbuída, pelos pais ou responsáveis, da obrigação de ser feliz e carrega isso ao longo
de sua vida, muitas vezes transmitindo tal preceito a seus próprios filhos: Para você
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ser feliz você precisa ser inteligente, para se tornar inteligente você precisa estudar
muito e tirar boas notas, para tirar boas notas você deve abdicar de se divertir durante
determinado tempo.
Existe uma infinidade de alternativas são oferecidas para que se consiga obter
prazer, mas o problema é que, como o vazio que é sentido não é preenchido com tudo
o que é oferecido, novas sensações são constantemente cada vez mais necessárias;
carros mais velozes, computadores mais rápidos e, até mesmo, novas pessoas.
Outro grande problema causado pela massificação das idéias acerca do ideal
de sucesso é que a proposta de tais ideais, além de não serem suficientes para
aplacar de forma satisfatória e duradoura a angústia, faz com que o fracasso ao se
atingir os mesmos torne-se um fator produtor de considerável angústia, fazendo com
que o indivíduo que falhou em atingir tal objetivo torne-se frustrado e infeliz pela
impossibilidade de se mostrar apto a integrar tal realidade conceitual. A infelicidade
decorrente do fracasso e frustração termina por acrescentar e acentuar ainda mais a
angústia já possuída pelo indivíduo, fazendo com que o mesmo desloque mais ainda
o foco de sua angústia, procurando soluções paliativas para contornar a sensação
inquietante que o aflige, incorrendo, novamente, no círculo vicioso que é instaurado
pela busca do bem-estar e do prazer.
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O desejo iria pelo caminho contrário, tomando o sujeito como seu objeto,
ignorando seus traços pessoais e particulares, em vista da suplência de suas próprias
necessidades. Enquanto o amor quer possuir, o desejo visa consumir.
Ainda assim, tal qual o desejo, o amor é uma ameaça ao seu objeto. O desejo
destrói seu objeto, destruindo a si mesmo no processo, enquanto o amor, através da
trama cuidadosamente tecida em torno de seu objeto, o escraviza e o enclausura.
Ambos possuem sua própria práxis em relação a seus respectivos objetos, e ainda
assim ambos estão intrinsecamente ligado um ao outro; o amor se empenha em
perpetuar o desejo, à medida que o desejo se empenha em fugir dos grilhões do amor.
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O único desejo que poderia, e deveria, ser implantado por meio da visita a um
shopping é o de repetir, incontáveis vezes consecutivas, o momento estimulante de
abandonar-se aos impulsos e permitir que estes comandem o espetáculo sem que
haja um cenário pré-definido.
O desejo, tal como é entendido pela psicanálise, não é a mesma coisa que a
necessidade. Enquanto a necessidade é um conceito biológico, natural, implica uma
tensão interna que impele o organismo numa determinada direção no sentido de
busca de redução dessa tensão ou satisfação, logo, a autoconservação (ex.: a
necessidade causada pela fome faz com que o indivíduo comida), o desejo, sendo de
ordem puramente psíquica, é desnaturado e como tal pertence à ordem simbólica.
deste processo. O acúmulo de capital, por implicar poder e posição social, é almejado
por todos, ainda que somente poucos possam, de fato, deter uma parcela significativa
deste poder econômico, todos o desejam; e o fracasso em integrar esta parcela da
população detentora de poder, é fonte geradora de grande angústia.
É válido lembrar que existe, também, um grande grupo de pessoas que não
detém poder aquisitivo algum. É uma grande parcela da população que é hipnotizada pela
mídia, tem o convite universal ao consumo, mas são todos excluídos por não terem poder
de compra. Essa frustração renovada é uma das causas da violência urbana, que banaliza
a vida do ser humano, a ponto de valer menos do que um tênis. A frustração também
causa a “doença dos nervos” que se manifesta nos corpos e no psiquismo dos
enquadrados, dos que se resignam.
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CAPÍTULO V
DESEJO INDIVIDUAL
Com o sujeito, faz surgir uma história com seus atos de melhoria e
transformação.
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A afirmação freudiana que diz que “o mundo é movido pela fome e pelo amor”
também traz sérias conseqüências práticas, para além da biologia, da psicologia, da
política, etc.
O homem não seria um ser feliz, absolutamente; sua felicidade reside e resiste
na busca diária da felicidade.
Ainda que este, até à morte busque a felicidade, ao final, ele estará certo de
que foi apenas relativamente feliz e de que poderia ter sido muito mais, guardando em
si um desejo absoluto de felicidade. Ou seja, enquanto brilhar no ser humano a
esperança, a felicidade é possível. Não como algo objetivado no futuro, mas como
algo que acontece no dia a dia, ainda que nem sempre seja possível aperceber.
Não porque este seria um ser diabólico, mas porque é um ser eternamente
propenso a buscar. Este estado de ‘mal-estar’ do ser humano constitui o núcleo
responsável pela fundação da cultura ou civilização. Imperfeita em todos os aspectos,
esta civilização faz surgir movimentos diversos visando melhorá-la ou destruí-la, para
reconstruí-la em outras bases. O mal-estar de nossa civilização nada mais é, segundo
Freud, que o reconhecimento de que estamos condenados a uma economia libidinal.
Tal qual a mais-valia que sustenta a economia capitalista, em Marx. É na repetição
que o sujeito goza, e, enquanto goza, é feliz.
Os recentes estudos sobre a felicidade apontam que ela será inventada por
um sujeito que aprendeu a conhecer melhor a si próprio e o mundo em que vive.
CAPÍTULO VI
O necessário, descrito acima por Bauman como algo rígido, perdeu espaço
para o desejo, graças ao fato deste ser mais fluido e maleável, o que permite que este
abranja, melhor do que o que é “simplesmente necessário” à necessidade social. A
rigidez imposta por aquilo que é “necessário”, ao excluir o supérfluo, restringindo,
conforme dito acima, o princípio do prazer única e exclusivamente ao espaço que lhe
é conferido pelo princípio da realidade.
A sociedade por ansiar mais do que o necessário substitui este pelo desejo,
que atende a suas necessidades do que a própria.
CAPÍTULO VII
CONSUMISMO POSITIVADO
”Há (...) razões mais do que suficientes para ‘ir as compras’. Qualquer
explicação da obsessão de comprar que se reduza a uma causa única
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O desejo cria a falta que faz com que o sujeito almeje alcançar seu desejo,
que quando não atingido, conforme dito anteriormente, mantém em foco a falta.
Entretanto, o que ocorre é que não há como não se dar conta de que essa
separação sujeito – objeto fica cada vez mais amorfa diante da experiência do sujeito
imerso na cultura do consumo contínuo e que não pode parar.
Eis que é exposto o aspecto mais árduo da descartabilidade, uma vez que
obriga o sujeito a acorrentar-se a inúmeros objetos, acabando por não poder exercer
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seu desejo: surge, então, o obediente consumidor preso aos modelos identificatórios,
corporificações dos ideais hábil, implícita e explicitamente veiculados pela indústria
cultural.
CAPÍTULO VIII
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação compulsória entre produção e venda faz com que o comprador adote, em
face de qualquer objeto industrial, a atitude que adota diante daquilo que
genuinamente consome, ou seja, elementos naturais que visam à auto-regulação e à
reprodução biológica.
Isso reflete a velocidade com que adquirimos e nos desfazemos dos objetos
industriais. Quando é dito anteriormente que a postura adotada pelo indivíduo no
consumismo dos objetos industriais se assemelha ao que ele genuinamente consome,
isso faz menção a uma prática social fundada em um acordo tácito entre produtor e
comprador para que todos usem os produtos industriais como se usam os alimentos.
Ainda assim, não é suficiente somente a produção em larga escala para que
haja o consumismo dos produtos. O aspecto importante a ser analisado aqui é que o
sujeito consome porque aprendeu a associar consumo a felicidade, e este é o fator
decisivo, pois se torna o complemento cultural necessário à implantação do
consumismo.
ideal de ego vai se tornando o meio pelo qual os indivíduos de uma determinada
cultura se relacionam mutuamente em busca da aceitação e proteção.
Ainda que o consumir não possa ser classificado como algo atual, haja vista
que se fala em consumir desde os séculos XVII, XVIII e XIX, podemos constatar,
conforme o que vem sendo apresentado aqui, que durante este período ele possui um
sentido totalmente diferente do que vemos hoje em dia.
A partir do meu ponto de vista e do que foi aqui exposto; o indivíduo social,
como célula organizadora da própria sociedade, carece de maior atenção e cuidados
pois o “prêmio” que o aguarda a longo prazo é, sem dúvida, notável o suficiente para
que lhe seja dedicado este tempo, já que seus reflexos atingem uma área
extremamente abrangente de todos os aspectos da sociedade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS