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EAD

Visão da Psicologia
da Religião
Contemporânea
6
1. OBJETIVOS
• Reconhecer e analisar a realidade brasileira da Psicologia
da Religião.
• Tomar contato com os avanços da Psicologia da Religião
no mundo contemporâneo.

2. CONTEÚDOS
• O que é o seminário de psicologia e senso religioso?
• Pesquisas e contribuições dos autores brasileiros que re-
forçam e aprofundam as teorias dos clássicos e fornecem
material em português dos autores ainda não traduzidos.
• História e desenvolvimento da Psicologia da Religião no
Brasil.
• A Psicologia cultural da religião e seu florescimento no
Brasil.
• A psicologia evolucionária.
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3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Utilize o Esquema de Conceitos-chave para o estudo de
todas as unidades deste Caderno de Referência de Con-
teúdo. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu de-
sempenho.
2) Faça anotações de todas as suas dúvidas, não deixe ne-
nhuma para trás, tente solucioná-las por meio do nosso
sistema de interatividade ou diretamente com o seu tu-
tor.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, você será convidado a refletir e estudar, de
forma sucinta, apesar de alguns pontos já terem sido mencionados
nas unidades anteriores, sobre todo o período histórico da Psico-
logia da Religião, perpassando por suas principais épocas e seus
respectivos autores.
Isso quer dizer que procuraremos apresentar um balanço
histórico do seguinte período:
• século 19;
• século 20;
• século 21.
Desejamos êxito nesta caminhada!

5. BALANÇO HISTÓRICO
No desenrolar dos anos, eram muitas as discussões e polê-
micas epistemológicas tanto dentro da psicologia quanto em seu
confronto com as demais ciências. Sucederam-se, por essa razão,
momentos de altos e baixos na história da Psicologia da Religião.
Constatemos essas informações:

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 183

Século 19
Entre aproximadamente 1880 e 1920, a Psicologia teve uma
fase de apogeu. Autores como W. Wundt e W. Keilbach, na Ale-
manha; G. Stanley Hall e William James, nos Estados Unidos; Th.
Flournoy e A. Sabatier, na França; R. Ardigó e G. Sergi, na Itália; K.
Girgensohn, S. Freud e C. G. Jung, nos países de língua alemã etc.,
colocaram a Psicologia da Religião em uma espécie de primeiro
plano na atenção dos cientistas da época.

Século 20
A década de vinte do século passado foi um período de "in-
verno acadêmico" para esse tipo de estudos. As tendências cientí-
ficas e ideológicas que se impuseram após a Primeira Guerra Mun-
dial (1914-1918) tiveram forte repercussão nos meios científicos
em geral.
A religião passou a ser vista como um fenômeno secundário,
que não merecia maior atenção por parte das ciências humanas.
A Psicologia da Religião, por sua vez, foi muito atingida por
essa virada positivista e materialista que, na psicologia, teve seus
representantes mais expressivos por meio do behaviorismo, da
psicanálise freudiana e da psicologia marxista.
Nessa fase, foram as igrejas cristãs que mantiveram algum
tipo de atenção à Psicologia da Religião, embora quase sempre
com um viés apologético. Houve exceções importantes.
Seja na França, seja na Alemanha, a Psicologia da Religião
manteve um bom nível de pesquisa, debate e reflexão, entrando
em discussão de alto nível com os novos enfoques que se difun-
diam pelas universidades e ambientes cultos, geralmente muito
críticos às religiões e às igrejas. Daí surgiram autores importantes,
alguns traduzidos ao português.
Entre outros, poderíamos mencionar Ch. Baudoin, P. Bovet,
A. Hesnard, L. Beinaert, A. Plé, A. Godin, M. Oraison etc. Esses au-
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tores já não eram teólogos na defensiva, e sim psicólogos, psicana-


listas, médicos e psiquiatras bem enfronhados nos dois lados das
temáticas em discussão.

Anos 1950
Outro exemplo de trabalho psicológico sério foi o dos cien-
tistas católicos que se reuniram em torno ao Centro de Estudos
Laennec e o dos que fundaram os Études Carmélitaines e as revis-
tas La Vie Spirituelle-Supplèment e Cahiers Laennec. Suas posições
encontravam respeito, também, nos meios intelectuais críticos de
que a França era pródiga naqueles anos.

Anos 1960
A influência desses estudiosos chegou ao Brasil no início dos
anos 1960, década em que a psicologia teve notável incremento
em nosso país, com o reconhecimento oficial da profissão do psi-
cólogo e a criação de cursos de psicologia destinados à formação
de profissionais.
Nessa mesma ocasião, foi criada em São Paulo a Sociedade
Brasileira de Psicologia da Religião, que reunia médicos psiquia-
tras, psicoterapeutas, teólogos protestantes e católicos e os pri-
meiros psicólogos da religião. Infelizmente, na fase de retrocesso
do interesse, essa instituição desapareceu.

Anos 1970 e 1980


Nos ambientes propriamente científicos, existiu sempre cer-
ta aversão ao diálogo entre psicologia e religião. Essa má vontade
cresceu nos referidos anos, provocando a diminuição e até o desa-
parecimento de iniciativas promissoras.
Uma exceção era propiciada por um progressivo, mas vigoro-
so, lançamento e/ou retomada da psicologia analítica de Jung. Di-
minuíram, nessa época, as publicações acadêmicas e reduziram-se

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as publicações em revistas de pesquisa, embora sem nunca terem


cessado inteiramente. Alguns cientistas julgavam ter temas mais
importantes com o que se ocupar.

Anos 1990
Nos anos de 1990, porém, deu-se uma inversão nessa cur-
va descendente. Paralelamente ao retorno das religiões no plano
mundial, houve uma retomada dos estudos científicos voltados
para a religião.
As grandes universidades da Europa e Estados Unidos abri-
ram-se novamente à Psicologia da Religião, embora com modera-
ção. Multiplicaram-se de novo os cursos e as cátedras dessa maté-
ria em expressivos centros de pesquisa.
No Brasil, de forma moderada, começaram a aparecer pes-
quisas de bom nível nos cursos de pós-graduação e em revistas de
psicologia, elas também em fase de crescimento e retomada.
O renascimento do interesse, por meio dos estudiosos, cor-
respondia a uma busca cada vez mais acentuada de espiritualida-
de na sociedade em geral.

Final do século 20
O currículo de algumas faculdades de teologia católicas e
protestantes prevê, atualmente, o ensino da Psicologia da Religião
propriamente dita e, deixando de lado o viés apologético, encara
os problemas de natureza pastoral a partir de perspectivas psico-
lógicas que supõem um bom conhecimento acerca da psicologia
e psicoterapia contemporâneas. É o caso, para exemplificar, do
ITESP (Instituto de Teologia São Paulo).
Pode-se, assim, afirmar que a Psicologia da Religião já con-
quistou um lugar ao sol. Resta, porém, um largo caminho à frente,
quando se compara o panorama brasileiro com o de países mais
avançados no tocante ao embasamento científico da Psicologia da
Religião de cunho científico.
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Já havia surgido no Brasil, em meados dos anos 1980, dois


centros interdisciplinares representativos de alto nível. No Rio de
Janeiro, o ISER (Instituto Superior de Estudos da Religião) e, em
São Paulo, o CER (Centro de Estudos da Religião).
Nesses dois espaços, predominavam os enfoques de cunho
sociológico e antropológico, mas retornavam os estudos de Psico-
logia da Religião, com ênfase na psicanálise. A revista Religião e So-
ciedade, do ISER, por exemplo, publicou artigos de muito interesse
para a psicologia.

Século 21
Há cerca de dez anos, a tendência seguida no final do século
passado fez-se notar na ANPEPP (referida na Unidade 1), que rea-
lizou seu I Seminário em 1997.
Encontros como esse tiveram sempre como resultado a pu-
blicação de livros organizados por profissionais, membros da Co-
missão Científica do evento. Trata-se de psicólogos e psiquiatras
vindos de várias áreas desse saber que, juntos, vêm conseguindo
presentear-nos com toda a variedade de abordagens e enfoques.
Assim, temos artigos de diversas áreas, tais como: a psico-
logia social, a psicanálise, psiquiatria, literatura e artes em geral.
Ao todo, são cinco livros, referidos nesta unidade e incluídos na
bibliografia geral pela importância que têm no avanço dos estudos
da área. Neles, praticamente todos os autores clássicos foram re-
visitados e tornados palpáveis nas reflexões sobre a Psicologia da
Religião.
Marina Massimi e Miguel Mahfoud organizaram o livro refe-
rente ao II Seminário, ocorrido no ano de 1998, em Belo Horizon-
te, e organizado pela UFMG.
Geraldo José de Paiva, psicólogo social, professor titular do
IPUSP, foi quem organizou o livro referente ao III Seminário, ocor-

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rido em São Paulo, em 1999, no Centro Maria Antônia. Em parceria


com Wellington Zangari, organizou também o livro referente ao IV
Seminário, acontecido em São Paulo, na PUC/SP.
Mauro Martins Amatuzzi, da PUC-CAMP, organizou o livro
referente ao V Seminário, realizado em Campinas. Na introdução,
apresentou um breve histórico desses encontros, que tiveram sua
primeira versão em Ribeirão Preto, no ano de 1997.
Destacamos a importância de Gilberto Safra, psicoterapeu-
ta, professor da PUC-SP e da USP, profundo estudioso da obra de
D. W. Winnicott, em suas aplicações para a Psicologia da Religião.
Esse autor comparece com suas instigantes ideias em todos os li-
vros gerados nos seis seminários acontecidos até 2008.
Marilia Ancona-Lopes, psicoterapeuta e professora da PUC-
-SP, é responsável por grande parte da compreensão que hoje te-
mos da presença da religiosidade na prática clínica e de como os
psicoterapeutas podem e devem fazer uso desse fato para a com-
preensão e melhoria da qualidade de vida de seus pacientes. Foi
Ancona (ANCONA-LOPEZ; ARCURI, 2007) quem organizou o livro
referente ao VI Seminário, que aconteceu em São Paulo, no ano
de 2008. Os palestrantes apresentaram suas pesquisas na área e
o convidado internacional foi Mario Aletti, de quem você tomou
conhecimento na Unidade 5, sobre psicanálise.
Nesse seminário, foi dada importância às experiências reli-
giosas individuais como fonte de conhecimento em Psicologia da
Religião. Pois bem, isso mostra a importância que a psicologia nar-
rativa dá aos relatos individuais, às autobiografias e ao estudo de
sujeitos contemporâneos que têm como valor central de suas vi-
das o diálogo com a transcendência.
O VII e último aconteceu na USP, em outubro de 2010. O
convidado internacional foi Kenneth Pargament (2007). O tema
do seminário foi “Religião e enfrentamento”. O que significa isso?
Você se lembra da Unidade 3, que fala do avanço das neuroci-
ências? Pois bem, o sistema nervoso reptiliano (SNR), responsá-
188 © Psicologia da Religião

vel pelos chamados três "Fs": fight/flight/freeze (“fugir”, “lutar”,


“resfriar”/”relaxar”) foi perdendo as funções, gerando o que cha-
mamos de stress da vida moderna. Hoje em dia não mais lutamos,
tampouco podemos fugir e, portanto, não relaxamos após a situ-
ação de stress. O stress, quando passa do ponto saudável, que dá
motivação para a realização de tarefas, torna-se perigoso, poden-
do levar ao burn-out, momento do organismo em que tudo perde
o sentido. O cansaço e o desalento tomam conta da pessoa. Nada
mais consola.
É aí que entra o enfrentamento religioso (coping, do verbo
to cope). Segundo vários estudos em universidades do mundo in-
teiro, e agora também no Brasil, a religiosidade é ferramenta ade-
quada para lidar com a situação, gerando uma maior resiliência
(resistência) do organismo.
A partir daí novas interlocuções se deram e hoje em dia a
abordagem narrativa, cultural e interdisciplinar cresce no Brasil.
Para conhecer algo do muito que aconteceu naqueles encontros,
você pode acessar a edição de dezembro da revista eletrônica RE-
VER, 2009, que apresenta a tradução de algumas palestras e arti-
gos ligados à visão construcionista e personalista aplicados à Psi-
cologia da Religião.
No ano de 2008, o Programa de Ciências da Religião da
PUC-SP trouxe ao Brasil um dos maiores incentivadores da psi-
cologia cultural da religião no mundo, Jacob Van Belzen. Belzen
(2003; 2009; 2010), professor de Psicologia da Religião na Univer-
sidade de Amsterdam, foi apresentado a você na Unidade 3. Você
pode ler um artigo desse autor em: http://www.pucsp.br/rever/
rv4_2009/t_belzen.pdf (Acesso em: 22 ago. 2011).
Foi nesse momento que passei eu mesma a estudar a Teoria
do Self Dialógico (HERMANS; KEMPEN, 1993; HERMANS; KONO-
PKA, 2010), apresentada a nós brasileiros por este eminente pro-
fessor. A psicoterapia de pessoas religiosas (MASSIH, 2009) tomou
assim novo impulso e refinamento.

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A religiosidade e a espiritualidade como objetos de pesqui-


sa exigem uma visão multidisciplinar e hermenêutica, devido à
complexidade da sua contrapartida institucional. Religião é um fe-
nômeno multidimensional, constituído por subculturas religiosas
específicas que devem ser estudadas por outras áreas da ciência
(MASSIH, 2008) e que, na sua vertente individual, envolve todas as
funções psíquicas e nenhuma função em particular (BOYER, 2001;
BELZEN, 2010).
Outro pesquisador importante é Geraldo José de Paiva, da
USP, vem da Psicologia Social e foi quem, junto a Edênio Valle,
sempre priorizou o fator cultural na constituição e amadurecimen-
to da religiosidade e da espiritualidade, e do diálogo com o trans-
cendente. Nas palavras de Paiva (2007b, p. 183):
É esse um fenômeno universal que atrai a atenção de certo núme-
ro de pesquisadores, independentemente do objetivo pessoal de
demonstrar a validade ou não da religião. O termo "religião" inclui,
em primeiro lugar, concepções, atribuições e histórias relaciona-
das com Deus ou deuses; em segundo lugar, sentimentos, afetos e
emoções também relacionadas com essas entidades; em terceiro
lugar, ações, práticas, ritos igualmente relativos a essas concepções
e emoções. Note-se que a palavra "religião" reflete o viés da ciên-
cia ocidental, que torna possível o estudo desse fenômeno mas o
circunscreve dentro de sua própria perspectiva.

Fazer Paiva dialogar com Belzen dá-nos oportunidade de ir


adiante no que é, de fato, relevante para uma pesquisa em Psico-
logia da Religião que deseja incluir o fato cultural em seu conhecer,
ou ainda, que postula como epistemologia das ciências humanas
a inclusão da cultura em seu fazer. Belzen ocupa-se do processo
pelo qual uma pessoa se torna religiosa, permanece religiosa ou
não, como as demais habilidades culturais. Mas não exclui que um
pesquisador possa estudar componentes psíquicos que aparecem
em amplo leque de fenômenos religiosos. O que este autor propõe
é que não paremos por aí e tenhamos presente que (2010, p. 135-
138):
[...] o funcionamento religioso tem que ser aprendido tanto pela
criança que nasceu numa família religiosamente praticante quanto
por uma pessoa que se compromete com uma nova comunidade
190 © Psicologia da Religião

ou tradição religiosa. Como isto pode acontecer, isto é, que fatores


facilitam ou impedem o processo de aculturação religiosa, a con-
versão ou o amadurecimento (grifo meu) são questões típicas de
pesquisa [...]

Para responder a essas questões, é imprescindível que se


incluam os métodos de pesquisa da Sociologia e Antropologia:
entrevista, observação, análise biográfica. O viés da psicoterapia
lança nova fonte de observação em que pesquisador e objeto es-
tão envolvidos de tal modo que o conhecer só pode ser susten-
tado por uma psicologia hermenêutica (MASSIH, 1997, passim;
MASSIH, 2008, passim; BELZEN, 2010). Este último complementa,
realçando os limites de uma pesquisa que já se inicia a partir de
dentro de uma fé religiosa e explicita que a esta deve incluir sabe-
res vindos da História, da Teologia e da Literatura.
Há ainda os trabalhos de Edênio Valle, padre, filósofo, teólo-
go e psicólogo, que, além de abordar a questão da religiosidade na
clínica e no acompanhamento a membros da Igreja, é quem nos
fornece material para a compreensão das interfaces entre psica-
nálise e teologia. Na área da psicologia social, seu maior interesse,
escreveu importantes ensaios sobre conversão, religiosidade po-
pular (1998; 2001), crença e descrença, ateísmo e devoção (2007).
Vale a pena citar, ainda, Pascal Boyer, representante da Psi-
cologia evolucionária, que dá cada vez maior atenção ao funciona-
mento biofisiológico do ser humano. E também Steven Mithen, ar-
queólogo, descreve as três características da religião apresentadas
por Boyer em seu livro The naturalness of religious ideas, de 1994.
São elas (2002, p.279-280):
• em muitas sociedades acredita-se que um componente não fí-
sico sobreviva após a morte e permanece como ser de crenças
e desejos;
• em muitas sociedades acredita-se que algumas pessoas são
mais propensas a receber inspirações ou mensagens de esfe-
ras sobrenaturais;
• há um pressuposto generalizado de que a execução de certos
rituais de modo preciso pode causar mudanças no mundo na-
tural.

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 191

Mithen confirma Boyler, afirmando que há evidências ar-


queológicas desde o início do Paleolítico Superior de que essas
características estavam presentes. A arte e as sepulturas mostram
que havia um conceito de morte como transição para formas não
físicas. Como apenas uma parcela das pessoas era enterrada nes-
se período, elas poderiam de fato ter tido uma posição de líderes
religiosos.
Os seres sobrenaturais sempre se apresentam como capa-
zes de transgredir o conhecimento intuitivo biológico (ou seja, são
contraintuitivos). E, ao mesmo tempo, seguem nossa lógica, pois
têm intenções e ação no mundo. São astutos e pregam peças. Têm
características humanas, pois sentem ciúmes e sofrem dos mes-
mos males psíquicos, embora possam realizar feitos heróicos com
facilidade. Nessa dupla versão, violação e consonância com o pen-
samento intuitivo, eles se caracterizam como seres sobrenaturais
nas ideologias religiosas.
Mithen conclui que essas características só poderiam con-
gregar-se numa mente fluida. E, ainda, que teríamos de modo ina-
to a capacidade de conhecer o “diferente de nós” — na tradição
judaico-cristã, o supremo Outro — e que algumas pessoas se cons-
troem “mais religiosas” que outras. Essa capacidade ajuda tam-
bém a explicar a captação da diferença em relação aos demais ani-
mais. (para algumas pessoas, essa diferença não existe: o que teria
ocorrido em seu funcionamento neurofisiológico? Seria cultural?).
Enfim, Boyer e Mithen, em diálogo, confirmam-se ao asse-
verar que a arte, as novas tecnologias, a transformação na explo-
ração do mundo natural e nos meios de interação social são con-
sequências da fluidez cognitiva (MITHEN, 2002). Em suas palavras
(2002, p. 321):
O passo crucial na evolução da mente moderna foi a mudança de
um modelo tipo canivete suíço para outro com fluidez cognitiva; ou
seja, da mentalidade especializada para a generalizada. Isto capa-
citou as pessoas a desenhar instrumentos complexos, criar arte e
acreditar em ideologias religiosas.
192 © Psicologia da Religião

Em breves palavras: a mente generalizada foi uma notável


“virada de direção” ocorrida entre cem e trinta mil anos; sem ela,
a religião, as artes e a ciência — fenômenos que configuram de
modo eminente o que é peculiar aos seres humanos — não teriam
acontecido.
Nos últimos dois decênios, o avanço das neurociências trou-
xe novos questionamentos e abriu insights e perspectivas de que
não dispunham os psicólogos que, na primeira metade do século
20, deram consistência às teorias e métodos de trabalho da psico-
logia contemporânea.

6. RELIGIOSIDADE E TRANSCENDÊNCIA NO SÉCULO


21
Em 1930, no século passado, Freud descreveu o sentimento
oceânico como uma sensação subjetiva de um vínculo indissolúvel,
de uma experiência de ser com o todo o universo, algo sem limites
e sem tempo. Afirmava, ainda, que tinha dificuldades de viver essa
experiência, imbuído que estava em seu espírito científico.
Poetas e místicos deleitam-se sem divisões internas, viven-
do aquilo que a espiritualidade madura fornece: sensação de per-
tença ao planeta, indignação diante do sofrimento desnecessário,
respeito à Natureza e aos seres vivos, respeito a qualquer forma
de diversidade que leve em conta a Ética do cuidar do outro como
quem bem cuida de si. E, sobretudo, transcendência com base na
presença do divino no mundo.
Não há mais como negar a religiosidade como um modo pró-
prio e possível de ser no mundo. A busca das religiões e dos profis-
sionais ligados ao acompanhamento espiritual e psicológico é hoje
um direito do cidadão, como a alimentação, a saúde, a justiça e a
educação. Cabe a nós, profissionais da área, buscar as ferramentas
adequadas.

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 193

7. QUATRO ATITUDES BÁSICAS DE WULFF


O acompanhamento psicológico e o acompanhamento espi-
ritual passam por um momento, em que pontos de aproximação
e distanciamento se tornam cada vez mais comuns. Há psicólo-
gos que, inadvertidamente, fazem acompanhamento espiritual.
Igualmente há religiosos de várias denominações, não só padres
da Igreja Católica, que fazem acompanhamento psicológico. Em
ambos os casos, há problemas e delimitações que devem ser fei-
tos. Um psicólogo não deve realizar acompanhamento espiritual, a
menos que esteja preparado para isso. Um agente religioso, quan-
do está funcionando como psicólogo, deve evitar atuações e orien-
tações de ordem espiritual.
Todos aqueles que trabalham em ambientes religiosos, seja
no âmbito da educação propriamente, seja no âmbito das pasto-
rais, não podem mais ignorar os conhecimentos da Psicologia da
Religião, conhecimentos estes que vem ajudando a delimitar os
campos de atuação e evitar modos preconceituosos de lidar com
a religiosidade. Em nossa cultura, ainda persiste forte rejeição do
religioso nos meios considerados científicos, embora essa visão já
venha sendo superada paulatinamente.
Marília Ancona-Lopes, em artigo dirigido aos psicólogos e a
todos que se preocupam com pessoas, difundiu o conhecimento
das quatro atitudes básicas de David M. Wulff em relação ao trans-
cendente.
O artigo refere-se à importância que os profissionais de saú-
de dão aos relatos religiosos dos pacientes, indo de uma rejeição
absoluta, excluindo da escuta qualquer referência ao tema, até
uma postura de total aceitação das experiências ligadas à emoção
e ao sentimento religioso. O que a autora considera mais perigoso
é o fato de que essas posturas são inconscientes e precisariam ser
devidamente trabalhadas por quem se dispõe a atender pessoas
nas mais variadas situações humanas.
194 © Psicologia da Religião

A religiosidade é uma realidade que, desde sempre, esteve


presente nas relações sociais e individuais. Portanto, é preciso que
a levemos em conta em todas as suas vertentes.
As quatro posturas elencadas por Wullf são didáticas e for-
necem apoio para se trabalhar com o itinerário do amadurecimen-
to espiritual de pessoas e grupos.
Freud afirmava que devemos considerar sempre o fato re-
ligioso como doentio e que as religiões acabariam com o avanço
das ciências. Porém, nada disso se deu; pelo contrário, as experi-
ências religiosas e místicas multiplicam-se no mundo. O que nos
resta é aprender a lidar com esse fenômeno e abordá-las de modo
próprio e científico, sem cair no extremo oposto de sacralizar ou
absolutizar o fato religioso por falta de critérios organizadores.
Vejamos o que nos diz Lopes (1999, p. 85):
O símbolo religioso, o rito, a palavra, o mito são sempre maiores
que nossa capacidade de apreensão; excedem as categorias de
entendimento comum e seus vários sentidos, dão-se a ver e se
retraem, provocando conhecimento instantâneo vivo para, em
seguida, tornarem-se apenas lembranças.

A aparente fugacidade da experiência religiosa faz que lhe ti-


remos o estatuto de realidade, baseados em um mundo funcional
que vê como realidade simplesmente o que se mantém ao longo
do tempo e se materializa em obras concretas e imediatas.
Desse modo, o desejo de Deus e de sentido andam na con-
tramão da funcionalidade do mundo e o interpelam a todo o mo-
mento, perguntando: o que, de fato, vale a pena e nos humaniza
pelo paradoxo da diferença? No espaço em que se insere a vivên-
cia da religiosidade, a clareza dos ideais e objetivos nem sempre
se fazem presentes.
Se o psicólogo da religião ou o agente religioso não se ocu-
par dessa delimitação, estaremos incrementando uma falsa reli-
giosidade. Valle (2007, p. 142) alerta-nos para o fato de que, hoje
em dia, agentes religiosos de todas as denominações "não mais

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 195

se restringem à dimensão do espiritual e religioso e passam a agir


como se fossem psicólogos".
A questão da transcendência está no mundo, nos fatos ines-
perados e sutis que fazem que a vida se torne recheada de sentido.
A ciência, ao tentar facilitar, racionalizar e organizar a vida com es-
colhas objetivas e técnicas, que não incluem a variedade das mani-
festações do sagrado, pode excluir a transcendência.
Wulff propõe um esquema bidimensional que define quatro
atitudes em relação à inclusão ou à exclusão da transcendência.
Assim teríamos:
1) Profissionais que negam literalmente a linguagem reli-
giosa e a definem como ilógica e imprópria para solucio-
nar os problemas do dia a dia.
2) Profissionais que afirmam literalmente o fato religioso,
afirmando que tudo se resolve com medidas religiosas,
sejam orações ou promessas, ou quaisquer outras medi-
das utilizadas nas variadas denominações religiosas (tra-
balhos de umbanda, celebrações ruidosas, repetição de
mantras, mentalizações).
3) Profissionais que interpretam a religião como um fenô-
meno social ingênuo e ultrapassado, e ainda mantêm a
postura do século 19 de que só a ciência melhorará o
mundo.
4) Profissionais integrados que sabem dar o devido lugar
ao religioso, sem julgá-lo totalmente inútil ou prejudi-
cial, e sim tirando da mistificação e elevando-o à fonte
de significado e fé na vida.
Para ilustrar, vejamos no esquema a seguir as quatro atitu-
des básicas de Wulff (ANCONA-LOPEZ, 1999, p. 78):

Exclusão da transcendência

Negação literal Interpretação redutiva


Literal Simbólica
Afirmação literal Interpretação restauradora
196 © Psicologia da Religião

Inclusão da transcendência

É importante lembrar, ainda, que Ancona-Lopez aponta para


as interfaces entre o fato religioso e as patologias, informando
que, a partir de 1994, a categoria “Problemas religiosos” foi inclu-
ída no DSM-4, Manual da Associação Americana de Psiquiatria.
Essa categoria pode ser usada "quando o foco da atenção clínica é
um problema religioso ou espiritual como experiências estressan-
tes que envolvem a perda ou questionamento da fé, problemas
associados à conversão para uma nova fé, questionamento dos va-
lores espirituais, relacionados, ou não, a uma igreja organizada ou
instituição religiosa".
Estudaremos, a seguir, a interlocução entre psicanálise e te-
ologia.

8. PSICANÁLISE E TEOLOGIA
Dentre os autores brasileiros, o mais preparado para essa
interlocução é certamente Valle (2005), que elenca em seu artigo
algumas citações de Freud e de Rizutto, autores significativos para
a compreensão do diálogo entre psicólogos e teólogos ao longo de
quase um século.
Segundo Valle (2005), as afirmações de Freud abriram cami-
nho para o estudo aprofundado das tradições judaico-cristãs em
sua complexidade ritual e simbólica.
Afirma-se que Freud, em resposta às observações de Romain
Rolland, teria dito que desconhecia em si mesmo o "sentimento
oceânico" tão conhecido dos poetas e místicos e que envolve tota-
lidade, medo e prazer diante da imensidade do mar.
Freud afirmava ainda não ser fácil lidar cientificamente com
esses sentimentos. Esta teria sido a frase de Freud: "Não consi-
go descobrir em mim este sentimento oceânico. Não é fácil lidar
cientificamente com sentimentos" e no artigo de Valle (2005) você

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 197

encontra mais detalhes sobre seu diálogo epistolar com Roman


Rolland. A afirmação revela o aprisionamento de Freud a um mo-
delo que, de fato, não se adaptava ao objeto de estudo da Psico-
logia da Religião: as experiências religiosas e sua elaboração ao
longo do amadurecimento do indivíduo.
Hoje em dia, fala-se de certa abertura, iniciada na Associa-
ção dos Psicólogos dos Estados Unidos, que teriam criado uma 36ª
divisão destinada aos interessados em estudos ligados aos fatos
religiosos.
Faz-se referência ainda a Morano (2003), que apresenta na
obra Crer depois de Freud a luta que precisou manter consigo mes-
mo enquanto escrevia sua tese de doutoramento e que culminou
com a publicação do livro Crer depois de Freud, após ter concluído
a tese que o engessava. Padre jesuíta e psicanalista, vê no fato re-
ligioso o resultado de sentimentos infantis de onipotência ancora-
dos na ilusão, uma das mais acabadas expressões da onipotência
das ideias. É muito interessante ter um contato direto com a to-
talidade dessa obra, que não caberia detalhar nesse contexto de
introdução à Psicologia da Religião.
Algo parecido ocorreu com Ana Maria Rizutto, freudiana de
formação, que passa a dialogar com o conceito de ilusão em Win-
nicott. Hoje em dia, contamos também com a visão de Aletti, que
vem aprofundando a leitura winnicottiana do fenômeno religioso
(ambos os autores foram estudados brevemente por você na Uni-
dade 5).
Igualmente Gilberto Safra conceitua com clareza o que ele
chama de "idioma pessoal", um complexo que inclui as visões teo-
lógicas e teleológicas do paciente e o levam a ampliar seu self em
direção ao transcendente.
Safra (1999, p. 173), professor de psicologia na PUC-SP e
na USP, clínico de profissão, afirma que a experiência vivida nas
primeiras relações interpessoais com a mãe "inscreve na vida psí-
quica da criança uma experiência estética de encanto", abrindo
198 © Psicologia da Religião

sentimentos, seu desejo de comunicação e relacionamento (a afe-


tividade e a sexualidade) e, de modo muito especial, sua busca de
transcendência (espiritualidade).
A experiência religiosa, diante de tudo que vimos, é, portan-
to a vivência de ilusão. Assim, a subjetividade vai se constituindo
em direção a uma religiosidade saudável. Se isso não tiver ocorri-
do, ou seja, o encontro adequado com a mãe, consequentemente
a religiosidade também não será madura, como as postuladas por
Allport (intrínseca) ou James (healthy mind).
Expressar o que vive ao sentir-se em comunhão com o divino
só é possível por meio de símbolos que traduzem as distintas rea-
lidades culturais, o que é socializado, desde criança, dos processos
evolutivos ao amadurecimento global das várias dimensões que
integram o ser humano.
Observe que são aspectos que incluem sua realidade corpó-
rea e sensória (biológica), sua capacidade de pensar e entender (a
mente), sua realidade emocional (os sentimentos).
Para algumas pessoas, esse encontro pode limitar-se a um
momento místico circunscrito ao imanente. Seria uma espécie de
autotranscendência que pode alcançar elevados níveis de ilumina-
ção interior.
Para os que vivem mais profundamente a experiência de
Deus e do divino, a afirmação mais frequente é a de sentir uma
presença que abre o mais íntimo do ser a uma relação de recipro-
cidade. No cristianismo, isso se dá a quem assume o caminho de
Jesus, uma relação filial com Deus, o Pai.
O psicólogo, contudo, sabe que nessa relação podem existir
sentimentos de paz, comunhão e fascínio, mas também sentimen-
tos confusos de indignidade, medo e pequenez. O psicólogo que
vem da psicoterapia e da psicanálise acentua mais esses últimos
aspectos, que sinalizam estruturas e dinâmicas neuróticas de per-
sonalidade.

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© Visão da Psicologia da Religião Contemporânea 199

Parece-me que, ao fazer dialogar a psicanálise com a teolo-


gia, esses autores de peso querem demonstrar primeiro que a psi-
canálise é apenas uma das abordagens do fenômeno humano da
religiosidade; e segundo, pela importância cultural da psicanálise
no mundo ocidental, a teologia não poderia excluí-la da interlocu-
ção culta e engajada do fato religioso.

9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, na sequência, as questões propostas para verificar
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais foram os principais conteúdos estudados nesta unidade?

2) Como os conhecimentos aqui construídos podem ser aplicados à prática


profissional?

3) Fiquei com dúvidas? Quais? Como posso eliminá-las?

4) Preciso continuar pesquisando sobre o assunto abordado nesta unidade?


Por quê?

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Aqui termina a última unidade da disciplina Psicologia da
Religião, por meio da qual você teve a oportunidade de compre-
ender os principais conceitos relacionados a esse tema. Delimitou-
-se, para tanto, a área de atuação da Psicologia da Religião, bem
como sua condição de disciplina científica – objeto de estudo e de
tarefas diversas.
Esperamos que os conceitos estudados nesta unidade, acer-
ca da visão da Psicologia da Religião no Brasil, junto com suas pes-
quisas e sua participação, possam contribuir para sua formação
acadêmica e profissional.
200 © Psicologia da Religião

11. E-REFERÊNCIAS
BELZEN, J. A. Psicologia cultural da religião: perspectivas, desafios, possibilidades.
Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv4_2009/t_belzen.pdf>. Acesso em: 22
ago. 2011.
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pedofílico. Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv1_2006/t_massih.htm>.
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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BELZEN, J. A. Culture, Religion and the “dialogical self”. Roots and character of a secular
cultural psychology of religion. Archiv für Religionspsichologie, 25, 7-24. 2003
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Tradução de José Luis Cazarotto e Edênio Valle. Coleção Psi-Atualidades, n. 12. Aparecida:
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descritiva. In: MASSIMI, M.; MAHFOUD, M. (Orgs.) Diante do mistério: psicologia e senso
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