A cultura de massa e os instrumentos culturais estão em constante mudança. Com a indústria, passa a ser exigida uma nova posição do homem perante aos sistemas de valores. A Indústria Cultural é a consequência da crise iluminista, que não cumpriu o que prometia que a arte seria capaz de mudar o mundo. Os apocalípticos e integrados vão ser diferenciados como pensadores que são contrários e os que defendem a cultura de massa. Os integrados observam a cultura de massa e a indústria cultural como algo positivo e procuram o lucro que obtém como consequência. Eles consideram que a cultura de massa permite uma circulação da arte e pode ser consumida por todas as classes sociais. Já os apocalípticos acham a cultura de massa uma espécie de anticultura. Uma forma de decadência cultural. Os apocalípticos são, em grande parte, pensadores que carregam desprezo contra as massas e contra a popularização da cultura superior. A crítica de Eco em relação aos integrados é que ele diz que eles pretendem levar a sociedade à massificação e tirar proveito com essa alienação. Mass media se dirige a um público heterogêneo e especifica-se segundo as médias de gosto, evitando as soluções originais.
A Indústria Cultural só existe porque existe uma sociedade industrial; a cultura de
massa também floresce no comunismo; o público da cultura de massa não tem, nem nunca teve, interesse ou acesso à alta cultura; quem tem acesso a alta cultura não tem capacidade de absorvê-la, assim como o camponês; a arte como entretenimento não é uma invenção do mass midia; existe, por parte dos frankfurtianos, um excesso no conceito de arte no que toca o tempo; a indústria cultural elimina barreiras sociais; a cultura de massa não é necessariamente conservadora. O erro dos apocalípticos-aristocráticos é pensar que a cultura de massa seja radicalmente má, justamente por ser um fato industrial, e que hoje se possa ministrar uma cultura subtraída ao condicionamento industrial. A Indústria Cultural desencadeia um processo de conhecimento que ela não pode controlar ou deter. Eco diz que é possível mudar o sistema a partir de pequenas atitudes individuais, que somadas provocam profundas alterações de demanda de produtos culturais, que terão que serão melhorados para manter as vendas e lucros. Reformulando a ideia de “cultura democrática” Eco revê o conceito dos três níveis de cultura: high, middle e low. Primeiro, a Alta Cultura não é, necessariamente a cultura da classe dominante, que também é consumidora dos outros níveis. Depois, a complexidade da arte não está ligada a sua classificação. Não é também a qualidade estética que valoriza o produto como high, middle ou low. Na democracia da Indústria Cultural o sujeito pode transitar pelos três níveis. Portanto, só aceitando a visão de vários níveis como complementares e todos eles fruíveis pela mesma comunidade de fruidores, é que se pode abrir caminho para uma melhoria cultural dos mass mídia. Eco percebe que existe uma questão política que afeta o deslocamento do indivíduo pelos três níveis. Existem garantias ao apreciador do high de consumir o mid e o low em iguais condições, mas o apreciador do mid e do low não tem as mesmas possibilidades. A interação dos níveis de cultura e a incorporação das técnicas high em produtos mid e low devem ser verificadas. Por fim, “uma análise crítico-sociológica” de como a Cultura de Massa é usada para a criação \ legitimação de valores morais, favorecendo um totalitarismo.