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Fazendo uma Revisão de Literatura

Jeffrey W. Knopf, Escola de Pós-Graduação Naval


Tradução: Rodrigo Duque Estrada

Estudantes que entram em programas de pós-graduação se deparam com um novo tipo de


tarefa que difere dos artigos que precisavam escrever no ensino médio ou na graduação:
a revisão de literatura (também conhecida como ensaio de revisão crítica). De maneira
suscinta, uma revisão de literatura sumariza e avalia um corpo de escritos sobre um
assunto específico. A necessidade de conduzir tais revisões não se limita de forma alguma
aos estudantes de pós-graduação; pesquisadores acadêmicos geralmente conduzem
revisões de literatura ao longo de suas carreiras. Em um mundo no qual a Internet ampliou
a extensão de fontes potencialmente relevantes, no entanto, conduzir uma revisão de
literatura pode impor desafios até mesmo para um pesquisador experiente.
Nos últimos anos, lecionei em uma disciplina criada para ajudar os estudantes de um
programa de Mestrado em ciência política a esboçarem propostas de teses doutorais. Ao
procurar leituras que os guiassem nas revisões de literatura para essas propostas, descobri
uma escassez de fontes adequadas publicadas1. A grande maioria dos manuais de
metodologia escritos para estudantes de ciência política ou políticas públicas não
possuem discussões quaisquer sobre a revisão de literatura2. Alguns livros genéricos de
metodologia contêm seções sobre revisão de literatura (por exemplo, Cresswell 2003;
Patten 2005), mas estes acabaram não sendo muito úteis para satisfazer as necessidades
dos estudantes com quem eu estava trabalhando. Por fim, há poucos livros devotados
apenas sobre como preparar uma revisão de literatura (Fink 2005; Galvan 2005; Pan
2004), mas estes eram demasiadamente grandes para serem viáveis como tarefa de leitura
para a disciplina. Ao final, escrevi meu próprio folheto de “como fazer” uma revisão de
literatura. Na esperança de que minhas observações possam ser proveitosas para outras
pessoas, adaptei meu folheto para ser publicado aqui.
Em geral, uma revisão de literatura possui dois elementos principais. Primeiro, ela resume
de modo conciso os achados ou afirmações que emergiram de esforços anteriores de
pesquisa em determinado assunto. Segundo, a revisão de literatura deve chegar a uma
conclusão sobre o quão preciso e completo esse conhecimento de fato é; ela deve
apresentar seus juízos ponderados sobre o que está correto, o que está errado, o que é
inconcluso e o que está faltando na literatura existente. Em contraste com outras formas
de avaliar um corpo de literatura, como a bibliografia comentada, a revisão de literatura
é um trabalho de síntese. Por este motivo, é importante que não seja escrita apenas uma
lista resumida daquilo que cada trabalho diz, mas, ao invés, deve-se focar num corpo de
obras visto como um todo.

1
Em pesquisas da Internet, no entanto, encontrei alguns bons itens. Dada a mutabilidade da Internet, ao
invés de listar os URLs aqui, sugiro que os pesquisadores que queiram suplementar as informações deste
ensaio conduzam suas próprias pesquisas por sites que explicam como conduzir uma revisão de literatura.
2
A única exceção que encontrei foi Johnson e Reynolds (2004, cap. 5).
Conduzir uma revisão de literatura pode trazer benefícios diversos:
• Pode fornecer-lhe uma visão geral de um corpo de pesquisa com o qual você não
está familiarizado.
• Pode revelar o que já foi bem realizado, para que você não desperdiça tempo
“reinventando a roda”.
• Pode oferecer-lhe novas ideias para utilizar em sua própria pesquisa.
• Pode ajudar-lhe a determinar onde há problemas e falhas em pesquisas existentes.
• Pode permiti-lo situar sua pesquisa num contexto mais amplo, para que você possa
mostrar quais novas conclusões podem resultar de sua própria pesquisa.
Três contextos para revisões de literatura
Em geral, as revisões de literatura são produzidas em um dos seguintes três contextos:
uma revisão de literatura pode ser um fim em si mesmo; pode ser um estágio preliminar
dentro de um projeto de pesquisa mais amplo; pode ser um componente de um relatório
de pesquisa finalizado. Em qualquer destes contextos, a revisão de literatura pode abordar
questões teóricas ou práticas. Em meios acadêmicos, ensaios de revisão geralmente focam
nas teorias que acadêmicos propuseram para explicar determinado fenômeno; podem ser
assuntos como as causas do terrorismo ou as pré-condições da democratização. Uma
revisão de literatura também pode ser utilizada, no entanto, para determinar e avaliar o
know-how prático disponível sobre quais medidas seriam provavelmente eficazes ou não
ao lidar com determinado problema. Nesse contexto, pode-se focar, por exemplo, nas
“lições aprendidas” a partir de esforços anteriores para lidar com determinado problema
(e tais lições podem ter sido propostas por acadêmicos de outras áreas ou por pelos
próprios praticantes).
Retornando ao primeiro contexto, revisar um conhecimento existente por si só pode ser o
objetivo final se alguém que queira simplesmente averiguar o “estado da arte” de um
determinado problema ou assunto. Nesse contexto (bem como nos outros dois), é
importante não apenas resumir as pesquisas disponíveis, mas também avaliá-las
criticamente. Essa análise crítica não deve ser exclusivamente negativa; também é
importante identificar resultados positivos a serem extraídos de trabalhos existentes.
Em segundo lugar, uma revisão do conhecimento existente pode representar um passo
preliminar dentro de um projeto de pesquisa mais amplo. Essa revisão de literatura é
frequentemente necessária para um projeto de dissertação ou tese; também é, muitas
vezes, um elemento em propostas para bolsas de pesquisa. O motivo mais básico para
realizar uma revisão de literatura nesse contexto é o de garantir que a pergunta de pesquisa
proposta já não fora respondida. Se um estudo existente responde de maneira convincente
a questão que você deseja abordar, é melhor descobri-lo no início, e não no meio, de um
projeto de pesquisa.
Supondo que nenhum estudo anterior tenha resolvido seu problema de interesse, então o
propósito da sua revisão de literatura é situar seu projeto em relação ao conhecimento
existente. Isto permite que você aborde o conceito de “contribuição para o
conhecimento”, que é importante na medida em que potenciais orientadores e demais
pessoas que podem revisar um projeto geralmente perguntam, a respeito de qualquer
projeto de pesquisa: “qual é a contribuição esperada para o conhecimento?”, ou “qual será
o valor agregado ao concluir-se esta pesquisa?” O objetivo aqui é mostrar que as pessoas
que leem o produto final da pesquisa estarão mais propensas a aprender alguma
informação ou argumento novo ou diferente, se comparado com o que encontrariam em
estudos existentes. Em poucas palavras, a revisão de literatura em um projeto de pesquisa
fornece uma visão geral das pesquisas existentes e explica como a pesquisa proposta
acrescentará ou alterará o corpo existente de conhecimento.
Conduzir uma revisão de literatura num estágio preliminar de um projeto de pesquisa
também pode ser útil para estimular sua própria reflexão. Uma ampla revisão da literatura
existente pode revelar novas hipóteses teóricas, métodos de pesquisa ou recomendações
políticas que você queira incorporar em sua própria pesquisa.
Em terceiro lugar, uma revisão de literatura pode ser um componente de um relatório de
pesquisa concluído. Esta revisão de literatura envolverá, geralmente, um complemento
e/ou reexame da revisão de literatura realizada na etapa inicial do projeto. Seu propósito
é ajudar a demonstrar como suas conclusões finais relacionam-se com o conhecimento
anterior sobre seu tópico de pesquisa.
Maneiras de enquadrar a contribuição para o conhecimento
A revisão de literatura é uma tentativa de resumir um estado existente de conhecimento
sobre um determinado assunto e, nos projetos de pesquisa, de enquadrar a contribuição
esperada da pesquisa para o conhecimento. O conhecimento, neste contexto, não significa
necessariamente “Verdade” com letra maiúscula. Pelo contrário, o conhecimento refere-
se a crenças – crenças específicas nas quais os indivíduos possuem um grau de confiança
devido ao estudo ou à experiência. Nas ciências sociais e na pesquisa política, muitas
hipóteses não podem ser provadas de modo conclusivo. Ao revisar uma literatura,
portanto, é comum referir-se às “afirmações” ou “argumentos” postulados por um estudo
ou escola se pensamento. Nesse sentido, uma revisão típica do conhecimento existente
identificaria as afirmações realizadas em determinada literatura e avaliaria a força do
suporte oferecido para tais afirmações.
É relevante pensar o conhecimento como possuindo dois elementos: aquilo que
acreditamos e o quão forte acreditamos. Uma pesquisa pode afetar um ou ambos destes
elementos, seja positivamente ou negativamente, e qualquer um destes resultados
representaria uma contribuição para o conhecimento. Isso é semelhante à lógica da análise
bayesiana na estatística. Nesta, se uma pessoa crê que uma demonstração possui certa
probabilidade de ser verdadeira e, então, obtém dados adicionais pertinentes, pode-se
revisar a probabilidade estimada que a declaração seja verdadeira utilizando uma fórmula
matemática oferecida pelo teorema de Bayes. Mesmo onde essa quantificação precisa não
seja viável, pode-se tentar uma avaliação qualitativa análoga3.
Isso fornece um quadro para pensar sobre as possíveis consequências de uma nova
pesquisa. Novas pesquisas podem criar novas crenças numa área onde as pessoas não
tinham conhecimento anterior, pode alterar uma crença atual ou pode transformar o grau
de certeza que as pessoas sentem com relação a uma crença atual. Obviamente, uma
pesquisa inédita representa uma contribuição potencial para o conhecimento; isto pode

3
Para uma introdução quanto à relevância da lógica bayesiana na pesquisa qualitativa, ver McKeown (1999,
p. 179-83).
ser tanto uma informação factual nova quanto uma proposta política também nova.
Ademais, a informação ou o argumento ponderado que muda nosso grau de confiança
numa crença atual também é uma contribuição para o conhecimento. Isto pode ser tanto
uma nova evidência quanto uma análise que corrobora e, portanto, fortalece uma crença
específica. Também pode ser uma evidência ou análise que desafia e, portanto, lança
dúvidas sobre um ponto de vista específico. Se novas informações ou análises são
suficientemente robustas, estas podem convencer as pessoas de que suas crenças prévias
estavam equivocadas e, então, leva-las a adotar uma nova perspectiva. Portanto, ao
utilizar uma revisão bibliográfica para indicar onde a pesquisa proposta pode fazer uma
contribuição para o conhecimento, é útil pensar em termos da identificação das crenças
existentes que as pessoas possuem e do nível de confiança com o qual elas as sustentam.
Isso facilita a tarefa de demonstrar onde novas pesquisas poderiam fazer diferença.
Considere moldar amplamente sua rede
A revisão de literatura tradicional foca em livros publicados por editoras acadêmicas e
artigos publicados por periódicos acadêmicos. Para muitos propósitos, este continuará
sendo o foco adequado. No entanto, em muitas questões, especialmente aquelas
envolvendo uma dimensão política, indivíduos para além dos acadêmicos vindos das
universidades podem publicar relatórios também importantes. Ademais, o
desenvolvimento da Internet deixou mais fácil a disseminação de relatórios de pesquisa
em formatos diversos de publicação acadêmica. Este crescimento na produção de
pesquisa alternativa faz com que seja aconselhável considerar uma extensão mais ampla
de fontes na condução de uma revisão. De fato, na medida em que a informação relevante
e as análises encontram-se crescentemente em fontes distintas das publicações
acadêmicas tradicionais, pode ser mais preciso pensar na sua tarefa como uma “revisão
de conhecimento existente”4 ao invés de uma revisão de literatura per se.
Outras entidades que podem produzir pesquisa relevante para seu objeto de pesquisa
incluem agências governamentais, organizações governamentais internacionais,
organizações não-governamentais, think tanks, pesquisadores independentes e
freelancers. Alguns de seus relatórios ainda são produzidos de forma impressa e estão
disponíveis através de qualquer boa coleção bibliotecária. De maneira crescente,
entretanto, muitos de seus relatórios são publicados eletronicamente e podem ser
encontrados através de uma pesquisa detida na Internet. Mesmo os acadêmicos
tradicionais estão utilizando a Internet como um veículo de disseminação de seus
trabalhos.
Os pesquisadores estão cada vez mais postando artigos de conferências, artigos em
andamento e monografias na Internet5. Estas postagens fazem geralmente de parte de um
trabalho em andamento que não foi publicado em livro ou artigo de periódico; eles
representam o pensamento mais atual desses pesquisadores. Por esta razão, pode ser
relevante pesquisar por tais trabalhos para manter uma revisão do conhecimento existente
a mais atualizada possível. Ao mesmo tempo, a Internet deve ser utilizada com muito

4
Quem sugeriu-me esta frase e sua lógica subjacente foi Paul Pitman, a quem agradeço.
5
Por exemplo, muito material de ciência política desta natureza encontra-se disponível por meio do Political
Research Online (PRO): isso inclui artigos apresentados em Encontros Anuais da Associação Americana
de Ciência Política (APSA). Ver www.politicalscience.org.
cuidado. A maior parte das publicações acadêmicas passam por revisão de pares, o que,
na maioria das vezes, ajuda a garantir que o trabalho publicado alcance padrões
específicos de pesquisa. Em contraste, qualquer pessoa com acesso ao equipamento
necessário pode postar o que quiser na Internet. Muitas postagens baseiam-se em pouca
ou nenhuma pesquisa, não fazem qualquer esforço de ser imparcial e contêm afirmações
factuais que são questionáveis. Se você utilizar a Internet para ampliar a extensão de
fontes consultadas numa revisão de literatura, assegure-se considerar cuidadosamente se
os itens que você encontra são confiáveis e cumprem pelo menos com padrões mínimos
da pesquisa acadêmica. Procure ver se os autores forneceram suas credenciais e considere
se estas os tornam fontes confiáveis no assunto em questão. Também examine se um item
contém documentação de suas fontes e se estas parecem ser confiáveis. Se seu interesse
gira em torno de propostas e práticas políticas existentes, então a credibilidade acadêmica
pode importar menos que outras considerações, como, por exemplo, se a fonte da
informação encontra-se numa posição de autoridade ou se possui conhecimento de dentro
(inside knowledge); mesmo nestes casos, no entanto, você precisa aferir as postagens da
Internet para excluir aquelas que carecem de base válida para suas afirmações. Apesar
dos riscos, fontes valiosas de pesquisa existem para além dos livros e periódicos
acadêmicos tradicionais e vale a pena utilizar a Internet para procurá-los. Ao mesmo
tempo, certifique-se em não limitar sua pesquisa por fontes apenas na Internet, pois muitas
bibliotecas universitárias possuem muitos itens em suas prateleiras que não estão
disponíveis eletronicamente.
Apontamentos sobre como criar uma revisão eficiente
Primeiro, e especialmente se esta é sua primeira revisão de literatura, leia alguns artigos
de revisão existentes para ver se outros pesquisadores já não conduziram esta tarefa6.
Imite aquilo você acha que funciona bem e evite aquelas coisas que lhe parecem
ineficazes ou desnecessárias. Há chances de que alguns artigos de revisão serão elencados
em algumas de suas disciplinas na pós-graduação; se este for o caso, comece revisando-
os. Você também pode pedir ao seu tutor ou orientador para sugerir revisões de literatura
que eles acreditam ser bons modelos para seguir.
Segundo, para cada estudo de pesquisa que você ler para sua revisão, assegure-se que
você consegue resumir sucintamente a principal afirmação do estudo. Você deve ser
capaz de descrever em uma ou duas frases o argumento central de cada item que você lê.
Nem sempre será necessário incluir essa informação, porém, uma atenção sobre a tese
subjacente de cada estudo será de ajuda para comparar diferentes itens conforme você
escreve sua revisão.
Terceiro, sua revisão escrita deve ser seletiva. Quando escrever sua revisão de literatura,
geralmente não é necessário discutir cada item que você lê. A escrita deve discutir apenas
os estudos que possuem uma relação direta com o foco central da sua revisão e seu projeto
de pesquisa. Além disso, ao invés de sintetizar os estudos em sua totalidade, a revisão
deve focar-se apenas nos aspectos daqueles estudos que são relevantes para seus
propósitos.

6
Esta é a primeira sugestão de um pequeno folheto criado por John Odell. É um bom lugar para começar,
portanto, segui seu exemplo e o incluí primeiro em minha própria lista de apontamentos.
Quarto, quando você escrever uma revisão de literatura, não resuma apenas item por item
de cada publicação que você tenha lido. Uma revisão de literatura não deve ter a seguinte
estrutura: parágrafo 1 nota que livro A diz X; parágrafo 2 nota que o artigo B diz Y;
parágrafo 3 nota que livro C diz Z, etc.
Em geral, uma revisão de literatura deve impor alguma ordem intelectual sobre o material.
Portanto – como um quinto ponto –, é útil pensar em agrupar estudos individuais em
“campos” mais amplos ou em “escolas de pensamento”. Pode-se fazer isso em termos das
distintas teorias que cada item propõe ou defende, das diferentes abordagens
metodológicas que adotam ou das diferentes políticas que advogam. Frequentemente,
visões alternativas refletem diferenças nas disciplinas ou nos contextos dos autores –
acadêmicos vs. oficiais de governo, psicólogos vs. economistas, etc. Isso pode servir
ainda como outra base para categorizar escolas de pensamento. Se você agrupar estudos
semelhantes ao invés de discutir três autores com pensamentos semelhantes
separadamente em três subsequentes parágrafos, é possível mencionar todos os três juntos
em uma única frase, como por exemplo: “A, B e C argumentam que a política X fora
ineficaz e propõem a política Y em seu lugar”.
Para qualquer tópico onde haja um corpo substancial de pesquisa, é possível que alguns
acadêmicos já tenham buscado classificar a pesquisa em termos de escolas de pensamento
contrastantes. Nesses casos, é uma boa ideia começar familiarizando-se com resumos
existentes de pesquisa. Muitas áreas possuem enciclopédias ou outros trabalhos de
referência que possuem ensaios curtos e introdutórios sobre a pesquisa em tópicos
específicos7. Por exemplo, se você estivesse interessado em aprender sobre a pesquisa de
dissuasão, poderia procurar por enciclopédias ou manuais das ciências sociais, relações
internacionais ou sobre conflito e violência. Se não conseguir encontrar uma fonte
relevante para sua área de interesse, você pode consultar uma bibliotecária de referência
ou mesmo ser criativo tentando distintas combinações de palavras-chave ao procurar por
catálogos bibliotecários online.
Há um par de outras fontes prováveis para resumos de pesquisa existente que identifica
escolas de pensamentos contrastantes. Os periódicos acadêmicos geralmente publicam
ensaios de revisão que refletem sobre um ou mais livros recentemente publicados sobre
um determinado assunto. Identifique os periódicos que publicam regularmente em seu
tópico de interesse e folheie os índices de conteúdo dos últimos anos para determinar se
há artigos de revisão que poderiam ajudar a orientá-lo num corpo de pesquisa. Ademais,
teses e dissertações tornam-se a base para livros e, portanto, identificar livros publicados
por doutores recém-formados é uma maneira frequentemente útil para encontrar
pesquisas de uma área.
Muitas escolas de pós-graduação também depositam cópias de dissertação e teses
finalizadas por seus estudantes em UMI (microfilmagem universitária). Agora, é possível
pesquisar a coleção UMI online, e você pode comprar cópias de teses e dissertações que
lhe pareçam relevantes8.

7
Para uma lista de manuais e enciclopédias em muitos campos de estudo, ver Booth, Colomb e Williams
(2003), “An Appendix on Finding Sources”.
8
A base de dados eletrônica das dissertações e teses em UMI faz parte agora do ProQuest Information and
Learning, disponível em: www.il.proquest.com/umi/dissertations.
Sexto, enquanto pode ser útil verificar como outros acadêmicos têm caracterizado um
campo de estudos, é essencial não se apoiar, em seus resumos, nos estudos existentes.
Artigos de revisão de enciclopédias especializadas ou de periódicos acadêmicos são um
bom lugar para iniciar, porém, eles não podem substituir sua própria leitura. Leia você
mesmo as fontes que são as mais críticas para seus próprios interesses e chegue às suas
próprias conclusões.
O sétimo e último ponto: adquira o hábito de associar autores individuais a grandes áreas
ou pontos de vista. Na escrita acadêmica, os pesquisadores geralmente utilizam o
sobrenome do autor de um estudo como uma maneira abreviada para referir-se à teoria
ou argumento proposto pelo mesmo. Por exemplo, na Teoria das Relações Internacionais,
Kenneth Waltz foi um dos principais desenvolvedores de uma teoria conhecida como
“neorrealismo”. Ao escrever sobre esta abordagem, outros autores ficarão alternando para
referir-se à Waltz, à abordagem waltziana e ao neorrealismo. Na medida em que isso se
tornou numa prática padrão na escrita acadêmica e também em conversas, é uma boa ideia
acostumar-se a pensar sobre cada área alternativa tanto em termos dos rótulos genéricos
pelos quais são conhecidas, assim como em termos dos autores identificados com essa
área.
Porcas e parafusos: quais questões a revisão de literatura deve responder?
Uma revisão de literatura resume e avalia o estado de conhecimento e prática de um
assunto específico. Para fazer isso, a maioria das revisões de literatura devem abordar
quatro tarefas ou conjunto de questões. Os primeiros dois passos são para determinar o
que cada estudo individual tem examinado e o que cada um concluiu a partir de seu
exame. O terceiro passo implica resumir os resultados coletivos. Para fazer isso, organize
os resultados em três categorias: o que os relatórios e estudos existentes possuem em
comum, o que os estudos descordam e o que eles negligenciam ou ignoram. Finalmente,
o quarto passo é chegar a um juízo sobre a qualidade da literatura em geral: quais são os
principais achados que parecem ser válidos e onde há mais trabalho necessário?
Elaborando de perto, a primeira tarefa deve ser simplesmente esclarecer o que cada item
que você está revisando estava de fato tentando fazer. Por exemplo, o trabalho ocupava-
se de teoria? Se sim, o objetivo era explicativo ou tinha alguma outra meta? Se o objetivo
era explicar algo, qual foi a variável dependente do estudo? Como foi conceituado e
operacionalizado? Averiguar essa informação antes de comparar os estudos o ajudará a
saber se ambos estavam examinando o mesmo problema. Às vezes, estudos diferentes
chegam a conclusões distintas porque fizeram perguntas diferentes ou definiram o
fenômeno de interesse de modo também distinto.
O segundo passo envolve identificar o principal argumento de cada trabalho. Ele possui
uma tese? Se sim, quão fortemente o estudo afirma que seus achados apoiam a tese e
quais qualificações ou reservas os autores relatam?
A terceira tarefa listada acima – resumir estudos existentes em termos de três categorias
– pode ser especialmente valioso num projeto de pesquisa. Em suma, qualquer corpo de
pesquisa pode ser utilmente resumido em termos dos seguintes aspectos:
(1) Áreas de consenso ou quase consenso. Em algumas questões, quase todos os
especialistas relevantes podem concordar. Tais conclusões podem ser positivas ou
negativas, por exemplo: podem envolver crenças sobre o que é verdadeiro ou o
que funciona, ou sobre o que é falso ou não funciona. Áreas de consenso
representam o “conhecimento convencional” de um determinado assunto.
(2) Áreas de discordância ou debate. Em muitos casos, existe informação e análise
sobre um assunto, mas nenhum consenso sobre o que é correto. Estas áreas de
debate geralmente dão lugar aos “campos” ou às “escolas de pensamento”
mencionados acima.
(3) Lacunas. Podem haver aspectos de um assunto que ainda não foi examinado. Tais
lacunas de conhecimento podem envolver questões que ninguém ainda respondeu,
perspectivas que ninguém ainda considerou ou um conjunto de informações que
ninguém tentou coletar ou analisar.
Após identificar onde se encontra o “conhecimento convencional, onde estão os debates
e as lacunas, você pode utilizar a revisão de literatura para descrever qual será a
contribuição para o conhecimento do projeto que está sendo proposto, e por que será de
interesse para seu público pretendido. Sua contribuição pode abordar uma ou todas estas
questões. Por exemplo, você pode crer que há razões para duvidar do conhecimento
convencional. Em geral, você não deve aceitar áreas de consenso de modo acrítico. A
quarta tarefa listada acima – avaliar a qualidade da literatura – inclui sondar áreas nas
quais o conhecimento existente é menor que conclusivo. A revisão de literatura poderá
ser usada, então, para ressaltar potenciais lacunas no argumento ou na evidência
relacionados a uma área de consenso. Isso pode ser utilizado para montar um projeto de
pesquisa que possa desafiar o conhecimento convencional. Fazer um balanço de um
debate em andamento é ainda outra possibilidade. Aqui, usa-se a revisão de literatura para
demonstrar o valor provável de uma pesquisa que possa auxiliar com um juízo sobre os
méritos relativos de pontos de vista conflitantes, ou que possa apontar o caminho para
uma síntese proveitosa.
Finalmente, propor preencher uma lacuna no conhecimento existente é uma maneira
óbvia de enquadrar a utilidade de uma peça de pesquisa sugerida. A lacuna pode envolver
uma teoria, se nenhum acadêmico em determinado tópico tenha considerado uma questão
teórica importante ou uma teoria específica alternativa (por exemplo, apesar de haver um
corpo crescente de pesquisa sobre as causas do terrorismo, talvez ninguém tenha ainda
estudado o que influencia as decisões terroristas sobre atacar a agricultura ou a
população). Ou, a lacuna pode ser empírica, se há um caso histórico ou uma fonte de
dados que ninguém tenha analisado (por exemplo, sabemos muito sobre como os
socorristas agiram no 11/09, porém, haveriam lições proveitosas que poderiam ser
aprendidas sobre como trabalhadores de emergência lidaram com um incidente de alguma
outra localidade, por exemplo, uma ameaça antraz que fora telefonada para uma clínica
de Paternidade Planejada?).
As lacunas de conhecimento relevantes podem ser amplas ou restritas. Em alguns casos,
um assunto pode ser essencialmente um território virgem: ninguém estudou nenhum de
seus aspectos. Neste caso, é fácil demonstrar que um projeto de pesquisa neste assunto
traria uma contribuição para o conhecimento. Geralmente, no entanto, a lacuna será mais
restrita que isso. As pessoas já terão estudado alguns dos aspectos – embora não todos –
de um problema, ou já terão examinado um problema utilizando algumas teorias e
metodologias, mas negligenciado outras. Nesta situação, se seu objetivo é preencher a
lacuna identificada, seu projeto de pesquisa deve dizer algo como: “os pesquisadores já
estudaram a, b e c, que estão relacionados ao problema X, mas ainda não estudaram d,
que também é relevante para compreender [ou resolver] X”.
A quarta tarefa de uma revisão – avaliar o estado geral do conhecimento em determinado
assunto – requer um exame cuidadoso de como as respostas fornecidas pela literatura
foram produzidas. Ao examinar como as pessoas chegaram às suas conclusões, considere
analisar os seguintes aspectos:
• Seus pressupostos. As discordâncias podem ser rastreadas aos diferentes
pressupostos feitos pelos estudos conflitantes? Os principais pressupostos
realizados por estes estudos formam uma base plausível para a pesquisa, ou são
tão problemáticos que colocam em xeque todo o restante da análise?
• Sua lógica. Se há discordâncias, elas podem ser rastreadas a perspectivas teóricas
distintas? Os estudos explicam o raciocínio que suporta suas principais conclusões
ou existem importantes argumentos realizados meramente por asseveração? O
raciocínio oferecido é logicamente persuasivo ou contém contradições internas,
ou, ainda, faz um grande salto num ponto chave da análise? Quais são os contra-
argumentos ou explicações alternativas mais plausíveis para a principal tese de
cada estudo, e estes abordam tais questões adequadamente?
• Sua evidência. Se há discordâncias, elas podem ser rastreadas à utilização de
conjuntos diferentes de evidência ou a discordâncias com relação aos fatos? Os
estudos fornecem evidências para apoiar suas principais afirmações ou estas são
realizadas meramente por asseveração? A evidência é válida – por exemplo, ela é
factualmente precisa? Toda a evidência relevante foi considerada ou alguns casos
ou conjuntos de dados obviamente relevantes foram negligenciados? A evidência
considerada é representativa ou os casos e dados selecionados para o estudo terão
provavelmente resultados tendenciosos?9
• Sua metodologia. Se há discordâncias, estas podem ser rastreadas ao uso de
diferentes metodologias? Os estudos deixam claro as metodologias com as quais
foram alcançadas as conclusões ou as principais afirmações são realizadas
meramente por asseveração? A metodologia utilizada foi uma escolha apropriada
para o problema sendo pesquisado e foi aplicada corretamente?
Ao identificar e comparar esses pressupostos, teorias, dados e métodos dos estudos sob
revisão, você pode sublinhar as discordâncias subjacentes responsáveis pelos debates na
literatura. Então, você pode, se desejar, inserir sua própria pesquisa em uma dessas
discordâncias fundamentais, o que poderia ajudar a solucionar um debate existente. Ao
avaliar cada um desses elementos criticamente, você também pode demonstrar onde há
problemas ou lacunas na literatura existente e, então, se desejar, colocar como meta da
sua própria pesquisa a solução de um ou mais destes problemas da literatura. Finalmente,
conforme observado anteriormente, você também pode procurar por importantes questões
que as pesquisas existentes negligenciaram e enquadrar sua pesquisa como um esforço
para preencher esta lacuna.
O problema de poucas fontes e o problema de fontes demasiadas

9
Para uma discussão sobre o viés da seleção, ver King, Keohane e Verba (1994, pp. 128-39).
Às vezes, os estudantes escolhem um tópico de pesquisa, por exemplo, como abordar uma
nova questão política ou o que pode ser aprendido de um evento recente, porque eles
acreditam que ninguém ainda tenha estudado esse assunto. Em tais casos, a expectativa
dos alunos é que não haverá qualquer literatura relevante para a questão que eles querem
estudar. Não é recompensador ser demasiado cético neste ponto; você pode surpreender-
se com o que encontrará assim que começar a pesquisar por fontes. Mesmo que você
termine esta busca com nada, entretanto, nada foi em vão. Se você conseguir relatar que
uma busca séria não revelou nenhum exemplo de pesquisas que tenham examinado seu
problema de pesquisa, então você demonstrou, em grande medida, que sua pesquisa irá
preencher o critério de “contribuição para o conhecimento” na avaliação de projetos de
pesquisa (Digo “em grande medida” porque você ainda precisará mostrar que a pesquisa
proposta poderá produzir resultados significativos).
Isso ainda deixa em aberto o problema sobre o que se deve discutir numa revisão de
literatura. O problema de fontes escassas pode ser geralmente resolvido pensando-se em
termos de dois níveis (ou círculos) de literatura. No primeiro nível (ou círculo interno),
você está preocupado com estudos que abordam diretamente seu problema de pesquisa
proposto. No segundo nível (ou círculo externo), você amplia sua revisão a fim de
considerar publicações que são relevantes ou que transbordam com alguma parte de seu
próprio problema, mesmo que eles não abordem diretamente o mesmo ponto. Se existe
um conjunto de trabalho razoável no primeiro nível, em muitos casos isso será tudo o que
você discutirá em sua revisão. Você só sairá do círculo interno se houver alguma
publicação que proponha uma teoria, política ou método de pesquisa que você quer
aplicar em seu próprio projeto de pesquisa.
Se não há nada ou muito pouco que está diretamente relacionado ao mesmo assunto que
você quer pesquisar, então sua revisão de literatura precisará considerar alguns itens do
segundo nível. É possível considerar itens que possuem uma perspectiva teórica que você
queira explorar em sua própria pesquisa. Mesmo que ninguém tenha aplicado a teoria ao
seu problema específico, ainda será apropriado discutir trabalhos centrais que tenham
desenvolvido a teoria para que você possa explicar por que esta pode oferecer uma boa
perspectiva para analisar seu assunto.
Também pode ser útil pensar em termos de analogias. Existem, em específico, situações
ou problemas que são semelhantes aos que você quer pesquisar de tal modo que uma
pesquisa nestes outros problemas pode conter ideias relevantes? Por exemplo, se você
estivesse interessado em modos de proteção de plantações do agro-terrorismo, mas não
pôde encontrar qualquer estudo diretamente ligado a este tópico, você poderia considerar
buscar por pesquisas sobre esforços de proteção de plantações contra surtos de doenças
naturais. Se sua revisão de literatura revela achados sobre as maneiras de como abordar
esse problema, então você poderia propor uma pesquisa para considerar se tais técnicas
poderiam ser adaptadas para seu próprio problema de interesse.
Ao analisar a literatura nesse segundo nível ou círculo externo, você provavelmente se
deparará com o problema de fontes em demasia. O número de publicações potencialmente
relevantes, especialmente quando você começar a levar em conta áreas teóricas bem
desenvolvidas, pode ser vasto. Portanto, você precisa de uma forma para restringir seu
foco. É importante não apenas selecionar alguns livros ou artigos que você encontra
aleatoriamente (por exemplo, qualquer coisa que esteja na estante da biblioteca ou os
primeiros “cliques” sugeridos por uma pesquisa no Google) e torná-los a base para sua
revisão, porque estes podem não refletir o atual estado do conhecimento e debate. Ao
contrário, considere uma ou mais das seguintes regras de ouro:
1. Focar nas principais autoridades. Você pode descobrir que alguns autores ou
estudos são citados frequentemente na literatura. Estes são provavelmente
considerados trabalhos centrais, e, portanto, é uma boa ideia responder ao que
eles têm a dizer, mesmo que isso signifique ignorar alguns estudos menos
influentes.
2. Focar em estudos recentes com fontes de alto prestígio ou visibilidade. Em geral,
você quer enfatizar as pesquisas mais recentes no campo que você está revisando.
Entre estudos recentes, busque especialmente por aqueles que foram publicados
por canais de alto prestígio: exemplos incluem livros de editoras universitárias de
universidades altamente ranqueadas no campo em questão. Fontes que angariam
muita atenção também são importantes de serem avaliadas: em alguns casos, por
exemplo, pode ser relevante avaliar um livro de uma lista de best-sellers.
3. Focar em estudos que são mais relevantes e proveitosos para sua questão de
interesse. Quanto mais um estudo relaciona-se diretamente com sua pesquisa, ou
quanto mais você está se baseando em algum estudo para inspiração sobre como
abordar sua própria pesquisa, maior o papel que aquele deve desempenhar na sua
revisão de literatura.
Quando há muita literatura, não é necessário para uma revisão que ela seja compreensiva.
A revisão de literatura deve focar principalmente naquelas partes da literatura que
relacionam e ajudam a avançar seus interesses específicos; corte o restante.
A linha de fundo
Uma revisão de literatura deve resumir concisamente, a partir de um conjunto de fontes
relevantes, as conclusões coletivas mais pertinentes para seus próprios interesses de
pesquisa. Ela deve também avaliar o estado do conhecimento em termos do que está
correto, o que está errado, o que é uma área de incerteza ou debate que não pode ser
resolvido utilizando as pesquisas existentes e o que está faltando porque ninguém ainda
se debruçou cuidadosamente. Para criar essa revisão do conhecimento existente, é útil
perguntar e responder às seguintes questões:
• Quais perguntas a literatura existente realizou? Quais questões foram
negligenciadas?
• Quais são as principais conclusões da pesquisa existente? O que os estudos de fato
argumentam?
• Quais são os pontos de convergência da literatura e quais são as principais
discordâncias? Nos desacordos, quais são as principais bases de discordância?
• Quais teorias e/ou políticas e/ou evidências com as quais a literatura se debruçou?
Quais informações, teorias ou políticas alternativas potencialmente relevantes a
literatura ainda não analisou?
• Quão sólidas são as conclusões que foram alcançadas? Elas baseiam-se em
raciocínios de confiança, avaliação cuidadosa da evidência e metodologias bem
executadas? Ou há boas razões para duvidar algumas das conclusões existentes?
• Qual é a qualidade geral da literatura? O que aprendemos até o momento?
• Quais são os problemas e lacunas mais importantes que requerem pesquisa
adicional?
Estas questões são relevantes seja para alguém que esteja produzindo um artigo de revisão
autônomo, uma revisão de literatura para um projeto de pesquisa ou uma seção de revisão
de literatura dentro de um trabalho concluído, como uma tese ou dissertação. Quando se
procede sistematicamente e visa alcançar um juízo refletido sobre o estado do
conhecimento em dado assunto, a revisão de literatura resultante pode ser em si mesma
uma contribuição proveitosa para o conhecimento.
*Ao escrever este ensaio geral, incorporei alguns pontos feitos por Paul Pitman a partir
de uma palestra realizadas para estudantes na Escola de Pós-Graduação Naval. Também
incorporei sugestões contidas num folheto preparado por John Odell para estudantes na
Escola de Relações Internacionais da Universidade do Sul da Califórnia.
Referências
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Research, 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press.

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5th ed. Washington, D.C.: CQ Press.

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Essentials, 5th ed. Glendale, CA: Pyrczak Publishing.

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New York: John Wiley & Sons.

Fonte da publicação original: KNOPF, Jeffrey. Doing a Literature Review. PS: Political
Science and Politics, vol. 19, n. 1, pp. 127-132, 2006.

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