Você está na página 1de 9

O Sistema de Sacrifícios

Antonio Vitor
O Sistema de Sacrifícios
Comentário lição 10

O objetivo principal desta lição é nos conduzir através dos símbolos


existentes nas diferentes cerimônias do culto Levítico. Mesmo sem a
intenção de esgotar todo o assunto, abordaremos alguns aspectos
importantes para o entendimento de cada cerimonial aqui apresentado.

Neste comentário traremos um auxílio dentro do texto proposto em cada


tópico, seguindo os objetivos especí cos apresentados pela lição, com o
intuito de contribuir para o preparo de sua aula. Que Deus nos ajude no
decorrer desta maravilhosa lição.

A OFERTA VOLUNTÁRIA: O HOLOCAUSTO

O termo “oferta” (heb. Corban) é cognato do verbo que signi ca “aproximar-


se”. Portanto, o sacrifício era uma dádiva que o israelita el trazia a Deus, a
m de poder aproximar-se dEle e desfrutar da sua comunhão e bênção.1

O sistema sacri cial Levítico tinha como base as ofertas movidas perante o
Senhor. “Os adoradores apresentam ofertas com a nalidade de
expressarem gratidão e fé, de renovarem a comunhão, de aprofundarem a
sua dedicação ao Senhor, ou de pedirem perdão. As ofertas eram realmente
orações em forma de atos.”1

Nesse contexto encontramos as Oferta Voluntária. Ela compreende-se em


na realização de um agradecimento a Deus por uma bênção recebida, e
tinha um caráter de ações de graças. Também a encontramos como forma
de “holocausto”, que nada mais é do que um “Sacrifício levítico que consistia
na queima completa da vítima sobre o altar”.2

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
O signi cado central de […] “holocausto” era a entrega total do coração e
vida do oferecedor a Deus. As ofertas pelo pecado podiam acompanhar o
holocausto quando o oferecedor estava especialmente preocupado com
uma cobertura ou expiação de pecado (2 Cr 29.27). Quando as ofertas de
paz acompanhavam os “holocaustos” a preocupação do oferecedor
enfocava a comunhão com Deus (2 Cr 29.31-35).3

Ainda sobre o holocausto, quando encontramos o seu signi cado do étimo


hebraico, vamos encontrar o sentido de “aquilo que sobe para Deus”.
Devemos entender que no holocausto o animal era completamente
queimado, que signi cava “que a total consagração do crente a Deus é
essencial à adoração verdadeira”.1

Por m, devemos observar que o holocausto como oferta voluntária não era
entregue por motivação do calendário de sacrifícios Levítico, mas sim, o
ofertante o entregara de livre e espontânea vontade, de modo assim a
agradar a Deus através de sua adoração verdadeira, não movida por
nenhuma coerção ou obrigação.

O que é feito […] de modo a agradar a Deus, não deve ser feito através de
nenhuma coerção senão aquela que vem do amor.4

A OFERTA DE MANJARES

Como segunda oferta relatada em Levítico, a oferta de manjares nada mais


é do que “uma dádiva apresentada a Deus como ato de adoração, e que
simbolizava a dedicação a Deus, do fruto do trabalho da pessoa.
Subentendia que todo o trabalho humano deveria ser feito como para o
Senhor, e que nosso alimento cotidiano deve ser recebido como ações de
graças a Ele”.1

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
Esse modelo de oferta antecedia ao sistema Levítico. Conseguimos observar
a oferta ministrada por Caim com as mesmas características da oferta de
manjares:

“Assim como a oferenda de Abel foi tirada dentre o rebanho, a de Caim foi
uma típica oferta de manjares, ‘do fruto da terra’ (Gen. 4.3-5). Ambos os
tipos eram expressões de gratidão e louvor. As ofertas de cereais, com
frequência, acompanhavam os sacrifícios de animais”.5

Devemos observar também que na composição da oferta de manjares não


se era permitido o uso de fermento e mel. O fermento nos é apresentado na
Bíblia como símbolo da corrupção e adulteração. Já “o mel pode exercer
certa ação fermentadora, e ao que tudo indica era proibido pelo mesmo
motivo que não se podia usar o fermento”.6

Não podiam ser oferecidos no altar porque eram usados para formentar a
fermentação. A fermentação envolve alteração, decomposição ou
deterioração e, geralmente, simboliza o mal.1

Por m, observe que parte desta oferta (ou o que sobrava, sobejava) era
destinado a Arão e seus lhos. O cerne dessa questão, se dá pelo fato de
que eles não possuíam posses, muito menos podiam abster-se do serviço no
templo para outro trabalho. Deste modo, algumas partes de ofertas eram
destinadas a eles, para o seu sustento. Sem essa permissão para possuir
uma parte de algumas ofertas, Arão e os demais integrantes do serviço do
templo morreriam de fome.

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
Contudo, devemos notar que esta permissão servia-lhes apenas para o
sustento e não para o seu enriquecimento. Hoje possuímos muitos
ministros que estão em dedicação exclusiva no serviço do Senhor. A Eles
devem ser destinados sim a provisão necessária para o seu sustento, de
modo a preocupar-se apenas em dedicar-se unicamente ao serviço que lhe
foi proposto.

Um ministro é digno de seu salário, que deve provir diretamente de seu


trabalho. Ministros que trabalham apenas parte de seu tempo sempre se
sentiram embaraçados pela necessidade de dividir o tempo entre o que é
sagrado e o que é profano. E também existem aqueles ministros que são
preguiçosos ou desmotivados, e trabalham apenas parte de seu tempo útil,
quando deveriam estar trabalhando por tempo integral. Mas os abusos não
devem ser prejudiciais para um bom princípio.6

A OFERTA PACÍFICA, O SACRIFÍCIO PELO PECADO E O DIA DA EXPIAÇÃO

Como primeira parte deste último objetivo desta lição, falaremos um pouco
sobre a oferta pací ca. “O sacrifício pací co era efetuado diante de Deus, no
sentido do ofertante ter comunhão com Ele, expressar gratidão ou fazer um
voto”.1

A oferenda, para ser caracterizada como tal, deveria ser acompanhada de


ações de graças; nenhuma petição era admitida. Naquele momento, o
crente hebreu tinha como único desejo adorar e agradecer ao Senhor por
todas as bênçãos, galardões e livramentos.7

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
Quando falamos sobre o sacrifício pací co, devemos entender que ao
realiza-lo, o ofertante estava simbolizando a comunhão recebida com Deus,
por intermédio do sacrifício da cruz do calvário. Ainda, este sacrifício
apontava para a comunhão plena que está por vir, quando nalmente
encontrarmos com Deus nos ares.

Como segunda parte temos o sacrifício pelo pecado. Devemos entender que
esta oferta possui um teor diferente das demais. Todo tipo de pecado
necessitava de sacrifício, seja ele cometido por ignorância, fraqueza ou
involuntariamente. Esta oferta nos mostra que para o pecado, a morte de
um inocente fazia-se necessária. No nosso caso, o sacrifício foi satisfeito
através de Cristo, morrendo por nós na cruz do calvário.

O sacrifício pelo pecado pre gura a morte expiatória de Cristo e o fato de


Ele tomar sobre si o castigo dos nossos pecados. A e cácia da sua morte,
porém, foi in nitamente mais perfeita do que o sacrifício pelo pecado do AT,
pois que num só ato proveu uma expiação única, por todos os pecados.1

Encerrando o presente comentário, falaremos agora um pouco sobre o


sacrifício da Expiação. Expiação quer dizer “reparação de culpas”2. Portanto,
entendemos que “a palavra Expiação implica em se cobrir o pecado
mediante um resgate para que haja uma reparação adequada pelo delito
cometido”.2

Anualmente, no Dia da Expiação, o Sumo Sacerdote conduzia esta solene


cerimônia, onde o propósito era prover um sacrifício por todos os pecados
cometidos pelo povo hebreu. O Dia da Expiação, era o dia mais importante
do calendário anual judaico. Neste dia, o povo jejuava e se humilhava
perante o Senhor (Lv 16.31).

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
Contudo, a expiação Levítica não era o su ciente para prover a expiação
total e ilimitada pelo pecado do povo, mesmo que o propósito do Dia da
Expiação fosse este. Porém, os sacrifícios realizados no AT apontavam para
um maior e perfeito sacrifício a se cumprir em Jesus Cristo, pois somente Ele
podia “tirar o pecado do mundo”.

Os sacrifícios no Dia da Expiação proviam uma “cobertura” pelo pecado, e


não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no
entanto, é a expiação plena e de nitiva que Deus oferece à raça humana;
expiação esta que remove o pecado de modo permanente.1

Esperando Jesus voltar hoje!

Dc. Antonio Vitor de Lima Borba

Referências:

1 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995, p. 185, 186,


188 e 210;

2 – ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD, 1996, p.


181 e 283;

3 – VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; JR, William White. Dicionário VINE. CPAD,
2002, p. 203;

4 – HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento, Gênesis a


Deuteronômio. CPAD, 2008, p. 360;

5 – Oxfor Annotated Bible, apud, CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo


Testamento Interpretado versículo por versículo. Hagnos, 2001, p. 485;

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios
6 – CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Hagnos, 2001, p. 485;

7 – ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Adoração, Santidade e Serviço, os


princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD, 2018, p. 115.

www.ebdemfoco.com
O Sistema de Sacrifícios

EBD EM FOCO
EBD em Foco é uma plataforma de slides e cursos para
professores da EBD que querem ministrar uma aula de
excelência e transformar a vida de seus alunos. Faça agora
seu cadastro e tenha acesso a um conteúdo exclusivo: slides
das lições em PowerPoint, subsídios em PDF, comentários
das lições, cursos bíblicos e cursos de educação cristã.

ACESSAR AGORA

Para falar com o EBD em Foco, enviei um e-mail para


contato@ebdemfoco.com

www.ebdemfoco.com

Você também pode gostar