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A natureza da globalização econômica que estamos presenciando nestes tempos, tem dado
origem a uma visível mudança em esquemas mais tradicionais de análise de direção
estratégica, juntamente com o estudo de ambientes e vantagens competitivos.
+
MUDANÇA DO CUSTO DE ALGUMAS FASES DA ESCALA DO
VALOR DE PRODUÇÃO (MÃO DE OBRA, TRANSPORTE)
+
REDEFINIÇÃO DAS DISTÂNCIAS E LOCALIZAÇÃO
GEOGRÁFICA
=
REVOLUÇÃO NAS ABORDAGENS ESTRATÉGICAS E A BUSCA
DA VANTAGEM COMPETITIVA
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Globalização econômica: Tal movimento é uma adaptação das necessidades e limitações dos
modelos de produção ultrapassados. Ao mesmo tempo ocorre uma reviravolta nas tendências
estratégicas competitivas baseadas na diferenciação, que haviam desfrutado de grande
protagonismo em seu momento.
Entendia-se que o fato de escolher uma ou outra ferramenta tinha um caráter de exclusão,
visto que existia uma tensão entre a redução de custo e a diferenciação do produto, uma vez
que se observava a tendência a aumentar os custos de produção quando se tentava conseguir
uma vantagem competitiva baseada na diferenciação.
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Esta corrente analisava a estrutura dos custos das empresas de forma mais elaborada,
fragmentada, específica e detalhada, fazendo distinção entre as diferentes atividades que
compõem a cadeia de valor de tal indústria, organização e/ou empresa.
Este período é de crucial importância já que se inicia com a análise das atividades do sistema
de negócio de McKinsey e termina com a inserção teoria da cadeia de valor de Poter.
Política de diferenciação
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Generalização da diferenciação
Este concepto surge numa situação de saturação dos mercados, onde a competitividade é
extrema, assim como a dificuldade para encontrar a vantagem competitiva num setor
econômico. Ainda assim, os ensinamentos de direção estratégica clássicos perdiam a
viabilidade ao serem aplicados na realidade empresarial contemporânea.
Das consequências que mais repercussão causou à globalização econômica foi o aumento do
mercado de trabalho a dimensões extremas, o que leva a reduzir os custos de produção; mão
de obra. Tal fato se considerou como uma grande revolução na estratégia competitiva, já que
permitiu o início de um novo jogo de equilíbrios na relação de diferentes elementos que
compõe a cadeia de produção de qualquer processo empresarial, de maneira que influi a
atividade econômica em si e a vantagem competitiva entre empresas e países.
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A aparição da oferta laboral sem fronteiras leva a resolução de uma série de incertezas
aparecidas nos sistemas de produção capitalistas:
Custos: A mão de obra era a fase do processo de produção mais caro, que tinha se
convertido num obstáculo competitivo para os países desenvolvidos, até que moveu-se
todo o resto dos elementos do processo de produção: tecnologias, especialização,
marketing, logística, etc.
Rigidez: A inflexibilidade e/ou rigidez era um dos elementos mais característicos dessa
fase de produção. A mão de obra era a fase que mais incorria no custo final do produto, e
a que melhor margem de variação apresentava.
Insuficiência: a negativa influência do fator mão de obra ou dos recursos humanos no
custo final de um produto e na produção ao mercado, não se pode compensar com uma
maior eficiência na organização do resto das fases da cadeia de produção; inserção de
novas tecnologias, campanhas de marketing exitosas, introdução de sistemas logísticos
eficientes e econômicos.
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Setor logístico
Outro fator que mudou drasticamente o enfoque foi a aparição do setor logístico com um
caráter global. Assim como ocorreu com o mercado de trabalho, tal setor foi evoluindo até
conseguir uma separação entre o mercado local e internacional.
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A continuação abordaremos o impacto das duas variáveis estudadas nos parágrafos anteriores
(mão de obra barata e logística internacional) em alguns supostos teóricos relacionados com
as estratégias competitivas.
A curva de experiência foi um componente básico na busca da redução de custos por parte
das empresas. Tal curva compreende a relação entre o custo unitário do produto/serviço e
sua produção acumulada. De tal forma, a repetição de uma tarefa leva ao aumento das
competências/habilidades, permitindo uma maior produtividade/eficiência e a diminuição do
custo de produção e preço do produto.
Fonte: https://es.slideshare.net/nicemaracardoso/curva-de-experincia-ciclo-de-vida-do-produto
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Mediante a análise da cadeia de valor pode-se afirmar que existe uma tendência a
“nacionalização” das fases dessa cadeia. Observa-se um deslocamento dos elementos
associados a mão de obra ou a compra de matéria prima para o processo de produção. Ao
mesmo tempo se mantêm um assentamento dos centros originários de produção de outras
fases do processo, como marketing, tecnologias, qualidade, serviço ao cliente, pós-venda,
etc.).
No entanto, começam a surgir movimentos de deslocamento nestas fases do processo,
passando de uma globalização da economia basicamente industrial, para uma globalização
que atinge o setor de serviços.
“Desagregação nacional”
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2.3.3. DIFERENCIAÇÃO
A globalização econômica tem como consequência alguns processos que podem chegar a ser
agressivos e serem convertidos numa ameaça ao seguimento da política estratégica de
diferenciação. O ponto mais importante dessa premissa é:
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ESTRATÉGIAS GENÉRICAS
Equilíbrio
entre:
Dá lugar a:
Este tipo de estratégia é um cenário “ideal” de desenho estratégico, já que supõe uma série
de vantagens associadas a dois tipos de estratégias provadamente não excludentes. As
empresas que desfrutaram de um modelo baseado na vantagem estratégica de diferenciação
e de valor agregado (marca, qualidade, desenho, inovação tecnológica, etc.) podem também
desfrutar da vantagem competitiva de deslocamento geográfico, e assim conseguir dupla
vantagem competitiva. É dessa maneira que se reduz a tensão existente entre a diferenciação
e os baixos custos.
Essa situação estratégica é uma mudança visível na representação do gráfico tradicional das
estratégias empresariais visto que permite uma maior variabilidade na definição do
posicionamento estratégico de cada empresa, por meio de uma aproximação mais acessível a
uma estrutura de custos mais baixos, difícil de chegar para algumas empresas nos seus centros
de produção dos países mais desenvolvidos, sem deixar atrás as linhas de diferenciação.
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Tais situações tem como consequência uma reconstrução das vantagens competitivas, ainda
que estas nações, todavia, desfrutem de um alto nível de vida e uma liderança produtiva. A
formação da vantagem competitiva mudou por causa da globalização econômica, e isso é
causado por uma separação da relação entre os fatores que conformam a vantagem
competitiva nacional. Por outra parte, a competitividade entre as empresas se transformam
num cenário completamente internacional deixando de lado o local.
2.4. CONCLUSÕES
Mão de obra
O acesso ao mercado de trabalho de baixo custo permitiu ultrapassar uma limitação dos
sistemas de produção dos países mais desenvolvidos, que estavam tão saturados a ponto de
não conseguir uma estratégia de redução de custo de produção.
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Logística internacional
A logística internacional converteu-se num fator chave para a nova organização econômica,
visto que possibilitava a união entre os centros de produção e consumo que estavam muito
separados entre si, de maneira que a geografia deixou de ser uma limitação.
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Principais pressupostos:
a. Criação da competitividade: a competitividade da economia nacional de cada país
não é um fato inato ou herdado senão criado.
b. Dinamismo: a vantagem competitiva nacional é dinâmica e flexível, muda, evolui e se
desenvolve com o passo do tempo, adaptando-se às necessidades do mercado.
c. A nação é um elemento primordial de competitividade no surgimento do mundo
globalizado. Faz-se necessária uma visão de conjunto para analisar o posicionamento
dentro do comércio internacional.
d. Localização da produção: um país não pode possuir vantagem competitiva de todos
os setores ainda que possa ter esse tipo de vantagem em escala internacional. Deve-
se entender que a competitividade nacional encontra-se numa série de setores nos
quais o grau de competitividade e geração de riqueza explicam a vantagem
competitiva.
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Fonte: https://ricardotrevisan.com/2011/12/22/o-que-michael-porter-tem-a-ver-com-planejamento-urbano/
Porter estuda o acesso de cada país em relação aos fatores de produção, como mão de obra
ou infraestruturas, e também como cada nação se adapta a cada setor produtivo. Além disso,
afirma que é de grande importância implicar-se totalmente em criar, atualizar e ampliar os
fatores de produção.
1O Diamante de Porter é um modelo que busca ampliar a análise da competitividade com foco no entendimento do porquê
algumas empresas conseguem competir com mais sucesso que outras. A ideia básica de tal modelo é que quatro elementos
principais precisam estar presentes e que os quatro são influenciados pelo Acaso e pelo Governo. O primeiro fator são as
condições dos fatores de produção, o segundo seria a presença de indústrias correlatas e de apoio, o terceiro, a qualidade da
demanda, medida pelo seu nível de exigência e o ultimo seria a estrutura e a competitividade do setor.
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Porter realiza uma análise dos mercados de demanda de cada produto em um determinado
país, pois considera que tal demanda gera uma sucessão de necessidades que obrigam as
empresas a dedicar-se numa melhora contínua da sua oferta (qualidade, expansão) e da sua
eficácia produtiva (preços competitivos). Isso contribui que tal empresa ou setor produtivo
esteja em condições favoráveis para competir no domínio internacional devido ao fato de que
seu mercado de origem revela um alto nível de eficácia produtiva.
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Porter considera que não existe um modelo empresarial universal, mas sim que cada país, em
cada setor, momento e situação, encontrará uma determinada forma de organização capaz
de produzir tal competitividade. A competência interna das empresas é o componente chave
inicial para conseguir que essas empresas sejam competitivas internacionalmente.
A busca pela vantagem competitiva fala de uma luta entre os diferentes países competidores.
Tal dinâmica faz com que as nações incentivem reciprocamente os preços para reduzir os
custos, melhorar a qualidade e o serviço, além da criação de novos produtos e processos. Tal
rivalidade implica que todas as empresas desfrutem das mesmas vantagens competitivas
sujeitas ao país. E isso supõe um desafio além da busca de novas ferramentas que concedam
vantagem competitiva.
Tal rivalidade entre as nações origina uma concentração geográfica dos rivais ou
competidores. Tal fato enfatiza a rivalidade entre as empresas como consequência de uma
concorrência próxima e desafiadora, impulsionando as forças produtivas.
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Teorias tradicionais
Ambos os pontos consideram que o Estado representa a melhor estratégia para o aumento
da vantagem competitiva.
Teoria de Porter
2 Importante teórico do liberalismo econômico, Adam Smith criou o termo mão invisível para descrever como, numa
economia de mercado, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se uma mão invisível
orientasse a economia. Tal termo hoje é conhecido como “oferta e procura”.
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O Estado pode intervir por meio da regulação do sistema de tributação que distribui e também
gerencia grande parte da renda nacional. Por outro lado, também colabora no processo
produtivo do país através das empresas estatais.
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Com os resultados obtidos nos últimos anos dos informes anuais, se conclui que:
Entende-se por política monetária o processo onde o governo, o banco central ou a autoridade
monetária de um país controlam tanto a oferta monetária como os tipos de juros ou o custo
do dinheiro. A política monetária é um dos componentes mais importantes para ilustrar a
estabilidade econômica de um país.
Se pode afirmar:
a. O grau de competitividade ou de crescimento da economia não se pode explicar
somente pelo grau de controle utilizado pela política monetária. Estados Unidos e
União Europeia tendem pontuar alto em questão do controle do índice aplicado pela
Política Monetária e isso não supõe um ato nível de competitividade em seus produtos
frente aos países emergentes.
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Cada país possui um nível de regulação interna determinado, fator que define a organização
de suas empresas. O potencial e o grau de competitividade no marco internacional podem
depender da regulação interna da atividade empresarial.
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Importante tópico visto que a liberdade do comércio internacional influência diretamente nas
atividades que têm relação com o comércio internacional.
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