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ROTEIRO

AUDIOVISUAL
DEFINIÇÕES
•  "O Roteiro é a forma escrita de qualquer
audiovisual. É uma forma literária efêmera,
pois só existe durante o tempo que leva para
ser convertido em um produto audiovisual. No
entanto, sem material escrito não se pode
dizer nada, por isso um bom roteiro não é
garantia de um bom filme, mas sem um
roteiro não existe um bom filme". (Doc
Comparato)
•  "Roteiro é uma história contada em
imagens, diálogo e descrição, dentro
do contexto de uma estrutura
dramática". (Syd Field).
AS ETAPAS DE
DESENVOLVIEMENTO
DE UM ROTEIRO
1º - DESENVOLVER UMA IDEIA

•  Todo roteiro – assim como toda obra


literária e toda obra de arte – começa
sempre a partir de uma Idéia. Idéias
valem ouro! A criatividade pode ser
alimentada pela observação e
interpretação da realidade, muita leitura,
pesquisa, vivências do autor, brainstorms
com amigos e parceiros, etc.
COMO ENCONTRAR A IDEIA?
- O mundo ao nosso redor;
- Experiência;
- Memória;
- Medos, sonhos e fantasias;
- Imaginação;
- Mantenha um diário;
- Jornais, revistas, internet;
- Conversas e estórias ouvidas;
- Casos reais e temas do momento;
- Universos e personagens singulares;
- A importância da pesquisa;
- Adaptação de um outro texto
2º- DETERMINAR A STORY LINE

•  Definir o Conflito (O que). Traduzir a Idéia


em um Conflito essencial e condensar este
Conflito em palavras. O Conflito é a matéria
prima da dramaturgia e pode confrontar
diversas forças. Por exemplo:
•  O ser humano contra outros seres humanos,
•  O ser humano contra as forças da natureza,
•  O ser humano contra ele mesmo, etc.

Todo o bom roteiro tem um conflito essencial e


pode ser resumido em uma única frase.
•  STORYLINE
Melhor é impossível: um
excêntrico e difícil escritor de
Nova Iorque apaixona-se pela
garçonete que todos os dias o
atende, mas a doença obsessivo
compulsiva de que sofre impede
uma relação normal. Uma viagem
em que os dois se vêem
envolvidos por um amigo comum
dá- lhe por fim a oportunidade de
mostrar o seu lado melhor,
conseguindo conquistá-la.
•  STORYLINE

O Fugitivo: um médico é
falsamente acusado da morte da
mulher mas um acidente de
ônibus dá-lhe a oportunidade de
fugir. Perseguido por um polícial
teimoso e eficiente, tem de correr
contra o relógio para descobrir o
verdadeiro culpado e encontrar as
provas de que precisa para provar
a sua inocência.
•  STORYLINE
Juno: uma adolescente precoce e
sabichona descobre que está
grávida. Decide dar o bebé para
adoção mas quando finalmente
encontra o casal perfeito se
instala uma crise conjugal, que
lhe mostra que ainda não sabe
tudo sobre a vida e a obriga a
tomar decisões difíceis para
garantir o melhor futuro para o
seu bebé.
3º - DESENVOLVER O ARGUMENTO
(ou Sinopse)

•  Definir os Personagens (Quem). Determinar


quem viverá o Conflito básico e definir o Perfil
dos Personagens. Uma ferramenta interessante
para a criação dos personagens consistentes é
criar uma ficha, contendo informações diversas
sobre cada um deles, como por exemplo, seus
dados, seus hábitos e costumes, religião,
situação financeira, dados biográficos, perfil
psicológico, crenças religiosas, filosóficas, etc.
Além dos personagens, a Sinopse deve definir a
localização da ação, em que época ela acontece
e descrever o percurso da Ação Dramática.
4º - ELABORAR UMA ESTRUTURA
(ou Escaleta)

•  Organizar uma Ação Dramática (Como)


definindo de que maneira os personagens
viverão o Conflito, ou seja, de que forma a
história será contada. Para isso é importante
definir o Plot da ação, ou seja, a parte central
da Ação Dramática, a espinha dorsal do
roteiro. A Estrutura é a divisão do Argumento
em partes e a forma, ou seja, como a trama
vai evoluir até o desfecho.
4º - ELABORAR UMA ESTRUTURA
(ou Escaleta)
4º - ELABORAR UMA ESTRUTURA
(ou Escaleta)
4º - ELABORAR UMA ESTRUTURA
(ou Escaleta)
4º - ELABORAR UMA ESTRUTURA
(ou Escaleta)
5º - ELABORAR O PRÉ-ROTEIRO
(ou Roteiro Literário)

•  Incluir os Diálogos (falas ou locução) que são


o fator determinante do Tempo Dramático
das cenas ou seqüências. Definir as palavras
que serão usadas pelos personagens que
viverão o Conflito. As Rubricas (ou
indicações) devem acompanhar as falas
descrevendo o estado de ânimo ou
atitudes das personagens para orientar o
diretor e os atores com relação ao clima de
cada fala e de cada cena.
No pré-roteiro, a narrativa,
que até aqui é vista como um
todo, será dividida em cenas,
ou sequências.
Cada cena deve estar
integrada ao todo e o
desenrolar das cenas deve
ter um Ritmo que resulte
num tempo ideal. A harmonia
do Ritmo determinará a
harmonia do conjunto da
obra.
6º - ROTEIRO FINAL

•  Manejar as cenas e criar uma Unidade


Dramática para o audiovisual. O roteiro final é
um trabalho de equipe que requer a interação
do roteirista com o diretor, a equipe de produção
e até com o elenco.
7º - ROTEIRO TÉCNICO
•  É hora de trabalhar as imagens mais a fundo, incluindo os
Movimentos de Câmera e Planos de Filmagem. Aqui também serão
incluídos a Iluminação, a Trilha Sonora, o Elenco e outros detalhes de
produção. Ao final deste trabalho o roteiro deve estar pronto para ser
gravado
NARRATIVA
• - Linear
• - Não-linear
• - Flash-back
• - Flash-foward
• - Montagem paralela

• ELIPSE
• - Tempo
• - Espaço
DIVISÃO DE CENAS
•  Interior ou exterior
•  Nome do local
•  Dia ou noite

CENA 19 - EXT. PRAÇA EM FRENTE À IGREJA - NOITE


NARRAÇÃO ou DESCRIÇÃO DA CENA
NARRAÇÃO ou DESCRIÇÃO DA CENA
DIÁLOGO
OS ELEMENTOS DO ROTEIRO
Cabeçalhos
Em inglês sluglines ou scenes headers. São escritos em
maiúsculas e dão três informações: (1) Onde; (2) precisamente
onde, e (3) quando. (2) e (3) são separados por um espaço, um
tracinho e outros espaço.

Pode ser INT. (interior) ou EXT. (exterior); (2) é uma identificação


curta do lugar; e (3) pode ser DIA ou NOITE.

Por exemplo:
INT. CASA DE DENISE - DIA
É permitido usar mais de um sujeito. Por exemplo:

EXT. CASA DE DENISE - TERRAÇO - DIA - FINAL DE TARDE


Um novo cabeçalho é necessário cada vez que se muda o lugar, e/
ou muda o tempo.
Um novo cabeçalho é necessário cada vez que se muda o lugar, e/
ou muda o tempo. Porém, não precisamos de um cabeçalho
completo cada vez que uma personagem entra e sai, por exemplo,
da sala para a cozinha. Neste caso, é usual escrever somente o
nome da dependência para a qual a personagem vai.

Por exemplo:
Denise se levanta do sofá e vai em direção à cozinha.
COZINHA
Denise abre a geladeira e pega uma cerveja.
Ou:
Denise se levanta do sofá e vai para a ...
COZINHA, onde abre a geladeira e pega uma cerveja.
ATENÇÃO:
· Se Denise sai do INT. SALA para EXT. TERRAÇO usamos um novo
cabeçalho completo porque muda a sequencia,
mudando de lugar INT. para EXT.
Se cortamos a cena para três horas depois, e Denise continua na
sala assistindo TV, usamos um novo cabeçalho porque mudou o
tempo.

Outro elemento do cabeçalho é a numeração. Para roteiros de


especulação, não são indispensáveis, mas se você gostaria de
numerar as suas cenas, os números são colocados na margem
esquerda, a cerca de 2 cm do cabeçalho.

Atenção: colocar números de cenas deve ser a última coisa que


você faz, antes de imprimir o seu roteiro! Você corre o risco de
renumerá-las incessantemente até a versão final.
AÇÃO
A parte visual do roteiro, onde se relata o que se passa na tela.
Descrições das personagens, o que eles estão fazendo, os
lugares, e tudo que os espectadores vão conseguir e precisar
capturar visualmente. E nada mais!
Tente recriar a experiência de assistir à sua cena tendo apenas as
informações que o espectador terá, observando detalhes sobre as
pessoas e lugares na mesma ordem em que a platéia verá no
cinema. Alguns elementos de ação costumam ser escritos em
maiúsculas:
· PERSONAGENS com falas, na primeira vez em que aparecem
no roteiro, ou na primeira vez em que aparecem em cada cena.
· As palavras ENTRA e SAI (de cena).
· SONS que precisam ser artificialmente criados ou
enfatizados, como um telefone tocando, tiros, vento soprando,
etc... Não é preciso destacar em maiúsculas os ruídos que
acontecem em cena, como personagens quebrando pratos ou
algo parecido.
“DENISE PARA DE FUMAR”
FADE IN.
INT. CASA DE DENISE - SALA - DIA
A pequena sala tem uma varanda mínima com janelas abertas. De fora
surge o barulho do TRÂNSITO da rua. Numa mesa de jantar de vidro, na
mesa de centro e em todos os lugares da sala estão espalhados cinzeiros
cheios, garrafas vazias e restos de comida.

DENISE DE CARVALHO, uma mulher morena de 34 anos, com cabelos


grandes meio caídos em cima do rosto, aparece no corredor. Ela está
acordando e usa uma camisa gigante. Denise ENTRA na sala e, cobrindo os
olhos para não ver a luz e a bagunça, procura com uma mão um MAÇO DE
CIGARROS na mesa.
DENISE
Meu Deus! Tenho que parar com isto!

Ela encontra um maço, tira um cigarro e volta correndo pelo


corredor para o ...

QUARTO, onde ela acende o cigarro e deita na cama fumando


e tentando não acordar muito.
(...)
NOMES:
O nome da personagem para introduzir diálogo, sempre em
maiúsculas.
Podem ser seguidos por:
· (V.O.), voice over, quando escutamos a voz de um personagem
que não está em cena. Pode ser um narrador, uma gravação na
secretária eletrônica, ou alguém no outro lado do telefone, etc.

· (O. S.), off screen, quando o ator está em cena mas não está
visível no momento.

· (cont.)ou (cont’d), quando é a mesma personagem continuando


a sua fala interrompida por uma ação. Isto também pode ser feito
como uma instrução para o ator (ver próximo ítem): (continuando).

Por exemplo:
Ela encontra o maço, tira um cigarro e volta correndo pelo corredor
para o...
QUARTO, onde ela acende o cigarro e deita na cama fumando e
tentando não acordar muito. De repente o telefone TOCA na sala.
Denise não se mexe.
Pausa.
O telefone continua TOCANDO. Denise se levanta e SAI do quarto.
DENISE (O.S.)
Alô?
SHEILA (V.O.)
Já sei. Te acordei.
DENISE (O.S.)
Quase, quase.
Denise volta para o quarto, carregando um TELEFONE SEM FIO.
DENISE (cont’d)
Mas eu já tinha levantado.
(...)
INSTRUÇÕES PARA O ATOR
Escritas em parêntesis numa linha entre o nome da personagem e
o diálogo. Devem ser usadas muito, muito pouco, por dois motivos
principais. Primeiro, nenhum ator gosta de ser insistentemente
instruído sobre como deve dizer suas falas. Em segundo lugar, se
você vê que precisa de muitas instruções como (gritando),
(chorando), (para o garçon), etc., provavelmente é um sinal de que
o diálogo não é suficientemente nítido em geral. É quase sempre
possível evitar o uso dessas instruções, limitando-as aos poucos
momentos em que o tom ou sentido da fala seria realmente
ambíguo.

Diálogo
Se uma fala é quebrada por uma divisão de página, escreve-se
(MAIS) centralizado numa linha em baixo do diálogo no final da
página anterior, e inicia-se a outra com o nome seguido por (cont.)
ou (cont’d) . (outra coisa que não se deve fazer até a hora de
imprimir!)
ROTEIRO VT
(Roteiro para TV )
(Retranca)
CLIENTE: (Nome da empresa anunciante)
PEÇA: (Tipo/duração)
TÍTULO: (defina um título que identifique a campanha/cliente)
DATA: (Recomenda-se o registro da data para posterior identificação do trabalho)

VÍDEO ÁUDIO

• Descreva, sempre do lado esquerdo da • O áudio deve ser descrito sempre do lado
folha, todas as informações que deverão direito do roteiro, alinhado à esquerda e na
compor o visual do comercial. direção da imagem correspondente. Nunca
separe palavras de uma linha para outra e nunca
• Recomenda-se utilizar a fonte Arial, abrevie palavras. Números devem ser escritos
corpo 12, normal, em letras minúsculas. por extenso.

• Alinhe sempre a descrição da imagem com o • Toda a orientação técnica referente à parte
áudio correspondente à cena descrita. sonora do comercial deve ser colocada em letras
minúsculas e entre parênteses.
• Indicar o enquadramento que deverá ser dado a
cada imagem sugerida, bem como os • Locução em OFF é quando não aparece a
movimentos de câmera e efeitos imaginados. imagem de quem está falando. Nesse caso,
indicar sempre se a locução deverá ser
• Descrever o tipo físico, características, idade, masculina ou feminina, o timbre e o tipo de voz
cor, enfim, todas as informações possíveis sobre (adulto, jovem, criança, idoso, etc.), a entonação
personagens ou (formal, alegre, entusiasmada, sóbria, solene,
elementos de cena. triste, etc.) enfim, toda informação que possa
contribuir para a ambientação sonora do
• A inserção de informações escritas sobre a comercial imaginado.
imagem deve ser indicada após a descrição da
imagem, utilizando-se a expressão: “Sobrepõe • Locução ao VIVO é quando utilizamos a fala
lettering” ou “Sobrepõe GC”, seguida da direta do personagem que aparece no vídeo.
posição em
que deverá ser colocado na tela. • Todo o texto que será ouvido no comercial
deve ser colocado no roteiro em LETRAS
• Na seqüência, o texto a ser sobreposto deve ser MAIÚSCULAS (Caixa alta) e em negrito.
escrito em negrito, da forma como
deverá entrar no vídeo (Letras maiúsculas ou • Recomenda-se a utilização da fonte Arial, no
minúsculas). corpo 14, em negrito, para o texto a ser lido e
corpo 12, normal, para as indicações técnicas
• A colocação de logomarcas deve ser indicadas colocadas entre parênteses.
entre parênteses e em negrito.
• Indique, sempre que possível, o ritmo da trilha
sonora, bem como os ruídos e efeitos sonoros
sugeridos para o comercial, indicando o
momento em que cada elemento deve ser
inserido.

• Leia sempre o texto em voz alta, com a devida


entonação e pausas para inserção dos efeitos,
cronometrando o tempo de forma real.
ROTEIRO VT
ROTEIRO DE CINEMA
ROTEIRO DE CINEMA
ROTEIRO DE CINEMA
ROTEIRO NOVELA
ROTEIRO NOVELA
SÉRIES
COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro. 5. ed., rev. e atual. Rio de
Janeiro: Rocco, 2000.

CAMPOS, Flavio de. Roteiro de cinema e televisão. 3.ed. Rio de


Janeiro: Zahar, 2011.

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