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Inês Amaral
University of Minho
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Resumo
A era da Cibercultura
1
Plataformas de auto-edição que permitem ao cidadão comum transformar-se num médium, difundido informação à
escala global através da rede.
2
A ideia de globalizar o local.
comunidades locais. As ferramentas de Comunicações Mediadas por Computador
(CMC’s) e os softwares sociais permitem a (re)configuração de novas práticas e
relações sociais, que remetem para códigos do mundo offline e para o conceito de
comunidade desterritorializada. Neste sentido, o turbilhão caótico que é a rede é
composto por uma imensidão de comunidades virtuais – algumas única e
exclusivamente virtuais, outras com base no mundo offline e outras ainda que passam
do universo online para o tradicional.
Wellman (cit. in Hamman, 1999) considera que a comunidade virtual não é uma
nova forma de sociabilizar, mas antes a comunidade tradicional transposta para um
novo suporte. Esta afirmação pode ser justificada com o facto da sociabilização no
ciberespaço apresentar marcas de exterioridade do mundo offline. Mas também com o
inverso. Segundo Recuero (2004),
As novas redes sociais na rede, derivados das potencialidades das CMC’s e dos
chamados softwares sociais, remetem para activismo e militância. Tradicionalmente
associados à área sócio-política, estes conceitos ganham no ciberespaço uma amplitude
maior. As ferramentas da web permitem aos utilizadores transpor estas noções para a
escala global, potenciando as relações interpessoais e a interacção social em torno de
interesses e causas comuns. E todos os interesses e causas têm lugar na rede.
O argumento da rede enquanto instrumento que potencia o activismo e a militância
dos netcitizens à escala mundial e numa esfera glocal – globalizando o local, torna-se
evidente em exemplos como a contestação mundial organizada na web (em particular
em weblogs e grupos de discussão no Yahoo3) contra a guerra do Iraque ou, ainda mais
recentemente, quanto à eleição com maioria do Hamas nas eleições palestinianas.
Note-se que redes sociais não são sinónimo de movimentos sociais. Ainda assim, e
em muitos casos, derivam directamente para a esfera dos movimentos sociais. Refira-se
ainda que o fortalecimento dos movimentos sociais a partir do acesso à Internet está
directamente relacionado com a globalização da mensagem, assim como os baixos
custos que a difusão desta acarreta e a sua instantaneidade. O site dos Repórteres Sem
Fronteiras4 pode ser referido como um bom exemplo da utilização da rede para a
difusão de um movimento social já existente anteriormente. Esta associação de origem
francesa está a utilizar o alcance global da Internet para alargar o âmbito da divulgação
da sua missão:
3
disponível em http://www.yahoo.com
4
disponível em http://www.rsf.org
tecno-comunicacional. O Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra, o Exército Zapatista de Libertação Nacional, o
Greenpeace, o Movimento Anarco Punk de São Paulo, todos
estes e mais milhões de vozes encontraram, na web, um espaço
de comutação, exposição e criticas de ideias. (Cruz, s/d)
Notas conclusivas
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