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QUESTÃO 1-

FILHA: Papai, o que é cultura?

PAI: Cultura, minha filha, é um princípio explicativo.

FILHA: Mas o que é que ele explica?

 Cultura, e o que ela explica.

Homens diversos observam fatos diversos e os registram de modo diverso, segundo o tempo e o
espaço em que vivem: Essa, é a base para a compreensão de todo o processo que diferencia
grupos de mesma espécie*, trazendo uma configuração particular, um estilo, a cada um deles.
Dito de outra maneira, entender o que vem a ser o que chamamos de cultura.

“Cultura tem a ver com o estilo de vida dos membros de uma sociedade ou de seus grupos. Inclui
o modo de se vestir, os costumes de casamento e vida familiar, padrões de trabalho, cerimônias
religiosas e atividades de lazer”(Giddens,Anthony-Sociology p.43). Pois bem, antes de tudo, é de
extrema importância lembrar que ao tratar do assunto “cultura” devemos analisar vários aspectos
de um grupo, dentre eles, os ditos por Giddens. Esses aspectos por sua vez, não surgiram do
nada, são consequência de um longo processo de adaptação ao meio em que certo grupo se
encontra. Vale colocar também, que a cultura nao é estática, portanto, mesmo que imperceptíveis
em um curto período de tempo, essa, sofre constantes modificações.

*apesar de a maioria dos estudiosos considerarem cultura um privilegio dos seres humanos, estudos mostram que
alguns tipos de animais como por exemplo o chipanzé, tambem possuem a chamada “cultura”.
Colocadas essas informações, temos que a cultura não possui uma forma específica, mas sim,
várias. Afinal, o planeta em que vivevemos possui mais de 148,94 milhões de kilômetros
quadrados de terra, cinco tipos diferentes de clima, inúmeros tipos de vegetação e formas de
relevo, que vão de um extremo a outro; 191 países, aproximadamente 6.912 indiomas, diversos
tipos de crença, esportes e tradições. Pode parecer estranho essas características serem colocadas
em um mesmo plano, entretanto, elas estão diretamente ligadas umas as outras. São, sem dúvida
alguma, as características fisicas do planeta, que moldam, a princípio, a nossa cultura.

Chegamos ao ponto então, de que quem dá a partida inicial no processo de “formação” de uma
cultura é a geoestrutura da Terra. Entretanto, se aceitarmos apenas isso como verdade, a cultura
não se moveria, o que sabemos não ser verdade. O planeta também se modifica, porém de
maneira tão lenta quando comparada as nossas culturas que não pode ser aceito como único fator
que interfira nelas.

Após o processo de adptação ao meio, ou mesmo durante ele, existem as interações entre grupos
distintos, que vieram de lugares distintos e que possuem habilidades distintas. Esse é o ponto
principal. É isso que faz a cultura ser tão maleável, a troca de conhecimento.

A junção de tudo faz com que um indivíduo que nasce na Nova Guiné, viva de maneira tão
diferente de outro que nasce na África, ou de um que nasce no Canadá, e ao mesmo tempo
possuam alguns pontos em comum. É isso que é cultura. Isso é o que ela significa. A Cultura
explica que as diferenças são tão normais quanto a semelhança, e que são frutos de um mesmo
processo.
Questão 2-

 O que faz do homo sapiens sapiens um ser humano?


Vários estudos, científicos ou não, já trouxeram a discussão, o que caracteriza, ou qual o
conceito de ser humano. Algumas vertentes antropológicas dizem uma coisa, a sociologia diz
outra , entretanto, não entraremos no mérito de certo ou errado, até por ser uma questão muito
vaga ainda. Para trazer essa questão aqui, e chegar ao ponto de que queremos sobre o homo
sapiens sapiens, daremos prioridade a um de seus conceitos biológicos. Ser humano é aquele que
pertence a espécie : Homo Sapiens*.

A história humana , separada da história animal começou a mais ou menos 7 milhões de anos
atrás. Foi quando macacos africanos se dividiram em vários grupos. Um desses grupos acabou
por resultar o que nós vamos considerar humano. Mas o que torna o ser humano tão diferente dos
outros animais?. Antes, temos que compreender o processo de evolução desse “humanos”. É
importante entender que não é um processo instantâneo, e que ao surgir uma nova espécie não
significa a extinção de outra. Em outras palavras houve coexistência entre espécies distintas. É
um processo demorado, e que dura milhares de anos.

O homo sapiens surgiu a cerca de 200 mil anos atrás como o resultado da adptação do Homo
erectus. Porém, esses primeiros homo sapiens ainda são bastantes diferentes dos humanos
modernos (os homo sapiens sapiens), “eram diferentes de nós em detalhes de esqueleto, tinha
cérebros significativamente menores e eram grosseiramente diferentes em seus artefatos e
comportamento”(Diamond,Jared- Armas,Germes e Aço p.37). Entretanto, já possuiam, mesmo
que muito pouco desenvolvido, ferramentas e artefatos, um grande avanço na nossa evolução.

Sua disseminação pelo mundo, sua bem sucedida adptação e sua vantagem sobre as outras
espécies é o que irá resultar no que somos hoje (isso após milhares de anos), homo sapiens
sapiens, homem duas vezes sábio. Considerado o máximo na evolução das espécies. Nós
dominamos a tecnologia como nunca imaginado, dominamos os outros animais e vivemos em
*Apesar de alguns estudiosos considerarem o neandertal como outra espécie, homo neanderthalis, vamos considerá-
lo com subespécie de homo sapiens. De outra maneira, nem haveria o porque de tratarmos de homo sapiens sapiens.

sociedades altamente complexas. Mas será que isso é o suficiente pra não nos considerarmos
igual a outros animais?. Afinal, estudos mostram que chipanzés, de diferentes localidades,
também utilizam de ferramentas e vivem em sociedades consideravelvemente complexas. Será
que devemos então considerá-los seres humanos?.

A resposta para essa pergunta é muito complexa. Porém, responderei que não, não devemos, não
ainda pelo menos. Os chipanzés, e nem os outros animais possuem a característica mais
intrínceca ao ser humano. Somos diferentes dos animais pelo, não tão simples fato, de que
podemos agir além dos nossos intintos. Isso é o que nos faz ser humanos.
Questão 3-

Comente a seguinte afirmação do antropólogo norte-americano Clifford Geertz: “Um dos mais
significativos fatos sobre nós pode ser finalmente a constatação de que todos nascemos com um
equipamento para viver mil vidas, mas terminamos no fim tendo vivido uma só!”

 Entre mil vidas, vivemos apenas uma.

Diante da vastidão que é este Planeta em que vivemos, por quê será, que viemos parar
exatamente onde nos encontramos agora? Nesta família, neste grupo de pessoas, neste país,
enfim, nesta cultura.

Todos nós, seres humanos, somos praticamente iguais biologicamente. Dividimos a mesma
estrutura óssea, o mesmo organismo e mesma estrutura genética. Entretanto, quando se trata
de ciência, costume, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos,
somos completamente diferentes. É claro, que quando se tratando de pessoas de um mesmo
grupo, que dividem uma mesma cutura, essas diferenças não se sobressaem tanto.

Pois bem, quando o antropólogo norte-americano Clifford Geertz diz: “…todos nascemos com
um equipamento para viver mil vidas, mas terminamos no fim tendo vivido uma só!” ele ressalta
exatamente a intenção dos prágrafos anteriores. Para ficar mais claro, continuemos com um
exemplo bobo.

No planeta Terra, existem 191 países, aproximadamente 6.912 indiomas, diversos tipos de
crença, esportes e tradições. Vamos pensar agora num indivíduo separado da sociedade, ou
melhor, vamos pensar em um bebê que ainda se encontra na barriga de sua mãe. As
possibilidades que essa criança têm de viver diferentes “vidas”, são infinitas. É claro, que nunca
irá viver como um animal, ou uma árvore. Porém, ela pode nascer em qualquer um dos 191
países, falar qualquer uma dos 6.912 indiomas, e até mesmo fazer combinações entre as duas
coisas. Ao nascer, claro, seguirá apenas com uma dessa infinitas possibilidades.

As nossas características biológicas trazem junto consigo umas das mais importantes capacidade
dos seres vivos, a de adptação. Não importa o lugar que nascemos, somos sim, capazes de nos
adaptar a ele.
 Bibliografia.

. DIAMOND, Jared. Armas,Germes e Aço.2003.Record.4 edição.


. DAWKINS, Richard. A Grande História da Evolução.2004.Cia. das Letras. 3
edição
. GIDDENS, Anthony. Sociologia.2003
. PARSONS, Talcott. Sociedades. São Paulo: Pioneira, 1969

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