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Relatório - Trabalho orientado

Rogério P. Junior

27 de julho de 2017

1 Introdução
A comunicação móvel revolucionou o transporte de informação no mundo. Nos últimos anos a crescente
evolução tecnológica e a utilização de técnicas digitais tornou possı́vel o surgimento de serviços e
aplicações mais robustas, versáteis e eficientes. Por toda essa evolução, o tráfego nessas redes móveis
cresce exponencialmente e há uma demanda crescente por taxas de transmissão cada vez mais elevadas.
Atualmente estamos a caminho para a quinta geração de telefonia móvel (5G) e a há diversos estudos
voltados para um consenso de definição de um padrão internacional para esta tecnologia. A princı́pio
busca-se atender á essa demanda de maiores taxas de transmissão além de uma maior flexibilidade
de acesso, suportando a inclusão de novas aplicações como a Internet das coisas (IoT - Internet of
Things) [13].
Há muito a que se discutir sobre quais alterações devem ser feitas, e uma das possı́veis é o esquema
de transmissão utilizado. É necessário um esquema que seja formidável aos mais diversos ambientes e
isto depende, dentre vários fatores, da escolha de uma forma de onda adequada [11] [8] . A técnica de
modulação multiportadora CP-OFDM (Cyclic Prefix- Orthogonal Frequency Division Multiplexing),
foi amplamente adotado por sistemas de comunicação 4G, como LTE (Long Term Evolution) e Wi-Fi.
Dentre suas vantagens destaca-se a robustez a canais seletivos em frequência e o uso de equalizadores
mais simples, normalmente chamados de equalizadores de um tap [8]. Em contra partida, ele possui
perda de eficiência espectral pela sua forma de pulso retangular, produzindo maiores lóbulos laterais
no espectro. Além disso, temos perda de eficiência espectral devido ao uso do prefixo cı́clico (CP) sem
falar da necessidade de sincronização para manter a ortogonalidade entre suas portadoras.
Portanto nesta linha de pesquisa novas propostas de formas de onda são consideradas para sistemas
5G em função de superar essas limitações. Espera-se que esta forma de onda apresente uma boa
localização tanto no domı́nio tempo como no domı́nio frequência para garantir o perfeito sincronismo
entre transmissor e receptor, além de uma menor radiação fora da banda e menor ICI (Intercarrier
Interference) [7] [11] [5]. Vários candidatos alternativos foram intensamente estudados e alguns se
mostram mais promissoras e vem competindo diretamente para se afirmar como padrão internacional
para esta tecnologia. Dentre as propostas temos a utilização do UFMC(Universal Filtered Multi-
Carrier ) e FBMC (Filter Bank Multi-Carrier ). Ambas são generalizações de sistemas OFDM, assim
possuem caracterı́sticas que minimizam os efeitos de canais seletivos em frequência. Sua contribuição
a mais em relação ao OFDM são a utilização de filtros para que possa ”ajeitar” o espectro, ou
seja, melhorar a sua localização no domı́nio da frequência [8]. O FBMC utiliza filtros digitais em
cada subportadora diminuindo a irradiação fora da banda [11] [8] [2]. Já o UFMC emprega o mesmo
principio de filtragem, porém realiza em grupos de subportadoras (sub-bandas) do sistema, assim cada
grupo de subportadoras é filtrado individualmente, diferente do FBMC que filtra por subportadora
[11] [8].
Neste trabalho, propomos uma comparação entre essas formas de onda candidatas sob uma estru-
tura comum, de forma a fazer uma comparação justa entre elas. Como base para essas comparações,
utilizamos a forma de onda CP-OFDM, que como mencionadas anteriormente são amplamente uti-
lizadas em sistemas 4G. Avaliamos a densidade espectral de potência e a taxa de erro de bit (BER
- Bit Error Rate) em canais altamente seletivos em frequência, destacando seus benefı́cios para as
aplicações 5G.

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2 Cyclic Prefix- Orthogonal Frequency Division Multiplexing (CP-
OFDM)
A OFDM é uma técnica multiportadora bastante difundida em sistemas sem fio devido sua robustez
contra a seletividade em frequência do canal. A técnica consiste na divisão da largura de banda total
em N subcanais menores, utilizando subportadoras ortogonais entre si, possibilitando a sobreposição
espectral das mesmas. A divisão em subcanais faz com que a taxa de transmissão seja reduzida em cada
subcanal [8] [2]. Assim tem-se um aumento da duração do sı́mbolo transmitido em cada subportadora,
o que implica em uma diminuição da sensibilidade ao desvanecimento seletivo em frequência [9].

2.1 Geração e Detecção do Sı́mbolo OFDM


Primeiramente vamos analisar a geração de apenas um sinal OFDM.
Os sı́mbolos OFDM em banda base são formados pelo somatório de N subportadoras moduladas
individualmente como apresentado na figura x.
Primeiramente, os bits de informação dão origem aos sı́mbolos Xk para k = 0,1,...,N-1 modulados
digitalmente de acordo com o tipo de modulação especı́fica, seja ela M-QAM ou M-PSK. Os sı́mbolos
então são multiplicados cada um por uma subportadora centrada em sua respectiva frequência e
somadas gerando um sinal multiportadora x(t) representado matematicamente por:

(N −1 )
X
j2πf kt
x(t) = Re Xk e
k=0
Para a geraçao de um sı́mbolo OFDM, é necessario garantir a ortogonalidade entre essas subpor-
tadoras. O sinal x(t) com duração Ts tem como representação espectral a forma de uma função sinc
como é ilustrado na figura x.
Percebe-se que temos o seu valor máximo na frequência central fk e cruzamentos em fk ±k/Ts .
Portanto definindo como intervalo entre as subportadoras um multiplo inteiro de 1/Ts , fazendo com
que o máximo do espectro de cada subportadora coincida com os zeros das demais, obtemos a orto-
gonalidade entre as mesmas. matematicamente fazendo fk = k/Ts temos:

(N −1 )
X j2πkt
x(t) = Re Xk e Ts

k=0

Amostrando o sinal x(t) com Ta sendo o periodo de amostragem, temos :

(N −1 )
X j2πknT a
x(nT a) = Re Xk e Ts

k=0

Sendo a banda ocupada pelo sı́mbolo OFDM dada por B = N/2Ts , pelo critério de nyquist a taxa
de amostragem Ta minima deve ser igual ao inverso do dobro da banda ocupada, ou seja:

1 Ts
Ta = =
2B N
Fazendo T a/Ts = 1/N temos como representação discreta de um sı́mbolo OFDM:

(N −1 )
X j2πkn
x(nT a) = Re Xk e N

k=0
Exceto pelo fator multiplicativo a equação x é a parte real da IDFT de N pontos aplicada aos
sı́mbolos Xk. Portanto a geração do sı́mbolo OFDM pode ser implementada digitalmente de maneira
mais eficiente e simples através de algoritmos de IFFT (Inverse Fast Fourier Transform). Analoga-
mente a recuperação destes sı́mbolos a partir do sı́mbolo OFDM pode ser realizado pela FFT (Fast
Fourier Transform).

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2.2 Prefixo cı́clico
Um sistema OFDM é apresentado pela figura 2.2.

Figura 1: Sistema genérico OFDM, autoria própria.

A técnica OFDM é bastante antiga e com o desenvolvimento dos processadores e de técnicas de


processamentos digitais, passou a ser implementada digitalmente de maneira mais eficiente e simples
através de algoritmos de IFFT (Inverse Fast Fourier Transform) e FFT (Fast Fourier Transform) na
modulação e demodulação respectivamente [9]. Além disso o principio fundamental em um sistema
OFDM é a introdução do que é conhecido como prefixo cı́clico aos dados transmitidos. Basicamente,
o prefixo cı́clico consiste no simples recurso de introduzir no inı́cio de cada sı́mbolo OFDM um de-
terminado número de amostras da parte final do mesmo garantindo a circularidade deste sı́mbolo [8].
Assim, sempre que os espalhamentos de atraso gerados pelos múltiplos caminhos forem menores que
esse intervalo de guarda, não teremos a ocorrência de ISI. Utilizando este artificio permitiu-se trans-
formar a convolução linear entre o canal de comunicação e o sinal transmitido em uma convolução
circular [9]. Isso corresponde que o sinal após esta convolução é apenas uma multiplicação amostra
amostra entre o os coeficientes do canal e o sinal transmitido. Essa caracterı́stica elimina as dificul-
dades de projeto de equalizadores em canais dispersivos, simplificando para uma multiplicação por
uma constante complexa para correção de ganho e fase. Estes tipos de equalizadores são muitas vezes
chamados de equalizadores de um tap.
Apesar de todas as suas qualidades, o OFDM tem suas desvantagens. Além da perda de eficiência
espectral pela utilização do prefixo cı́clico, destaca-se os grandes problemas que o sistema tem com
picos de amplitude altas, devido a criar um elevado sinal de pico em relação à média (PAPR - Peak
to Average Power Ratio). Esse fato pode levar o amplificador em processo de saturação, causando
interferência entre subportadoras (ICI) [2] [9]. Além disso, por ser um pulso retangular no domı́nio do
tempo, o sı́mbolo OFDM possui formato da função sinc no espectro, apresentando lóbulos secundários
significativos, causando relativamente alta radiação para fora da banda [2]. Para a utilização do 5G,
esse é um problema importante a se considerar em cenários de condições desfavoráveis ao sincronismo
na frequência.
Percebe-se que o sistema OFDM tem muito potencial, tanto tem que é utilizado nos padrões atuais
de comunicação sem fio. Porém para as exigências pretendidas para as tecnologias da próxima geração
é necessário superar algumas de suas desvantagens. Assim é interessante o estudo e a utilização de uma
forma de onda alternativa mais flexı́vel e eficiente, que consiga abranger as vantagens que o sistema
OFDM possui com a minimização de algumas de suas desvantagens.

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3 Filter Bank Multi-Carrier (FBMC)
O FBMC é uma derivação do sistema multiportadora CP-OFDM. A caracterı́stica central do FBMC
é unir os benefı́cios de um sistemas multiportadora, junto a remoção do prefixo cı́clico (aumentando a
eficiência espectral) e redução da emissão fora da banda com o a utilização da filtragem por subporta-
dora [4]. A ideia do FBMC é dar uma melhor forma ao pulso que é utilizado para a formatação de cada
subportadora, obtendo-se um maior controle da localização do conteúdo espectral em cada frequência.
Para isto é utilizado o chamados filtros protótipos bem localizados no tempo e na frequência permitindo
condições de sincronismo mais flexı́veis e fazendo com que a existência de ICI e ISI(sem a necessidade
de usar o CP) seja menos crı́tica permitindo que o sistema atinja, em teoria, eficiência espectral
máxima [2]. Múltiplas formas alternativas de implementar o FBMC de uma maneira computacional-
mente eficiente são apresentadas na literatura. Destaca-se como mais importantes, as implementações
por redes polifásicas (PPN) e por espalhamento de frequência (FS) [7]. Neste trabalho será utilizado o
sistema FBMC via redes polifásicas sem grande aumento de complexidade e provendo a flexibilidade
e robustez necessárias.
A escolha do filtro pode levar a uma redução da radiação fora da banda, mas introduz interferência
entre subportadoras adjacentes (ICI) e entre sı́mbolos sucessivos (ISI), quebrando a ortogonalidade
do sistema. Essa questão é resolvida empregando OQAM (Offset Quadrature Amplitude Modulation)
como processo de modulação, atingindo a capacidade total no sistema [6] [8]. Nela as partes real e
imaginária de um sı́mbolo de dados complexo não são transmitidas simultaneamente, pois a parte
imaginária é atrasada pela metade da duração do sı́mbolo [12]. O processo de transmissão e recepção
do sistema FBMC é ilustrado pela figura 3.

Figura 2: Sistema FBMC-OQAM via implementação por redes polifásicas (PPN), retirado de [5]

No transmissor os sı́mbolos OQAM alimentam uma IDFT de tamanho N e, em seguida, cada


subportadora é filtrada individualmente pelo PPN [4]. O filtro protótipo utilizado são caracterizados
pelo fator de sobreposição K, que é o número de sı́mbolos de múltiplas subportadoras que se sobrepõem
no domı́nio do tempo. Para K = 4 e de acordo com o projeto PHYDYAS [3], os parâmetros do filtro
são dados pela equações abaixo:

H0 = 1
H1 = H−1 = 0.971960

H2 = H−2 = 2/2
q
H3 = H−3 = 1 − H12

No receptor aplica-se a filtragem correspondente antes de uma FFT de tamanho N. Por fim é feita
a equalização de forma a corrigir as distorções impostas pelo canal móvel. Cabe destaca que como
não temos mais a utilização do prefixo cı́clico, não temos mais a circularidade do sı́mbolo, sendo mais
interessante a utilização de um equalizador com mais de um coeficiente [6].
O FBMC oferece formas de superar as limitações conhecidas do OFDM de eficiência espectral
reduzida e requisitos de sincronização rigorosos. Essas vantagens levaram o sistema a ser considerado
como uma das formas de onda para sistemas de comunicação 5G. Veremos a seguir outra proposta de
forma de onda que pode ser mais interessante que a FBMC vista nesta seção.

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4 Universal Filtered Multi-Carrier (UFMC)
O UFMC também é visto como um sistema derivado do OFDM combinada com um processo de
filtragem após a geração de seus sı́mbolos. Entretanto, diferentemente do FBMC onde a filtragem é
feita em cada subportadora, no sistema UFMC dividi-se as subportadoras do sinal transmitido em um
número de sub-bandas B com N subportadoras cada [11]. Assim a filtragem é feita individualmente
em cada sub-banda formada. Foi introduzido pela Alcatel-Lucent e sua motivação foi pelo fato que
no LTE os sı́mbolos OFDM são agrupados em blocos de recursos, sendo utilizados 100 do mesmo com
12 subportadoras cada [13].
A operação de filtragem é feita com o mesmo principio do FBMC,reduzir as emissões espectrais
fora da banda em relação aos sistemas OFDM. Porém, esse agrupamento de subportadoras permite
diminuir o comprimento do filtro, quando comparado com FBMC e além disso, pode-se utilizar as
modulações QAM, pois consegue-se manter a ortogonalidade complexa entre as subportadoras, fato
que não ocorre no FBMC [8] [13]. O sinal transmitido também não usa o prefixo cı́clico, mas ainda
há uma perda de eficiência espectral devido ao estado transitório do filtro no processo de convolução.
A transmissão e recepção de um sinal em um sistema UFMC é ilustrado pela figura 4

Figura 3: Sistema UFMC, retirado de [7]

A banda completa de N subportadoras é dividida em um conjunto de sub-bandas. Cada sub-


banda possui um número fixo de subportadoras e nem todas precisam ter informação útil para uma
determinada transmissão. Assim, uma IFFT de N pontos para cada sub-banda é calculada, inserindo
zeros para os subportadoras não alocadas se for o caso. Cada sub-banda é filtrada por um filtro de
comprimento L, e as respostas das diferentes sub-bandas são somadas para a eventual transmissão
pelo canal móvel. Diferentes filtros por sub-banda podem ser aplicados, no entanto, neste trabalho, o
mesmo filtro é usado para cada sub-banda. Foi escolhido um filtro Chebyshev de 40dB de atenuação
do lóbulo lateral amplamente utilizado na literatura [7].
Uma vez que o sinal é submetido às perdas impostas pelo canal, o estágio de recepção é composto
por uma FFT de 2N pontos, que é então dizimada por um fator 2 para recuperar os dados. A FFT de
2N é feita devido que o comprimento inicial do sinal recebido é N + L -1, portanto o preenchimento com
zeros é aplicado antes da FFT para a próximo comprimento de potência de dois da FFT [8]. Em outras
palavras o processo de filtragem nas sub-bandas estende a janela de tempo de recepção ao próximo
comprimento de potência de dois da FFT. Também é possı́vel inserir antes de receber FFT uma etapa
de janelamento. Este estágio introduz interferência entre subportadoras, mas pode ser interessante
considerar quando a transmissão assı́ncrona de ligação ascendente é considerada [8]. Após o processo
de detecção do sı́mbolo pela FFT, é utilizado equalizadores afim de igualar o efeito conjunto do canal
e a filtragem de sub-banda. Como não temos o uso do prefixo cı́clico seria interessante a utilização de
equalizadores com mais de um tap.

5
Na comparação com o OFDM, percebe-se que foram adicionados filtros de sub-bandas que reduzem
o nı́vel de lóbulo lateral fora da sub-banda, gerando uma robustez contra as fontes de interferência
entre as subportadoras. Já em relação ao FBMC onda as subportadoras são filtradas individualmente,
temos uma redução do comprimento do filtro utilizado, além da utilização da modulação QAM. A
próxima seção apresenta um comparativo entre as 3 técnicas definidas anteriormente.

5 Comparação
Esta seção tem como objetivo apresentar as simulações realizadas de ambos sistemas destacando
algumas caracterı́sticas importante como taxa de erro de bit e a densidade espectral de potência dos
mesmos a fim de comparação. A implementação foi realizada utilizando a ferramenta computacional
MATLAB pela sua facilidade de modelagem, além da familiaridade que temos com a mesma. A Tabela
5 apresenta os parâmetros dos sistemas utilizados nas simulações, destacando-se que os parâmetros não
seguem nenhuma aplicação ou padrão especı́fico. Os valores foram escolhidos para que se tenha uma
comparação justa entre os sistemas, como por exemplo o comprimento do filtro igual o tamanho do
prefixo cı́clico. Foi utilizado para ambos sistemas a modulação 16 QAM e equalizadores de forçagem
a zero de apenas um coeficiente para igualar o efeito conjunto do canal e a filtragem de sub-banda no
caso do UFMC.
CP-OFDM
Número de Subportadoras 512
Tamanho Prefixo Cı́clico 43
FBMC
Fator de sobreposição K 4
UFMC
Número de sub-bandas 16
Comprimento do Filtro 43

Tabela 1: Parâmetros dos sistemas simulados

Sendo as perdas impostas pelo canal móvel serem de natureza aleatória, é aconselhável o uso de
perfis de múltiplos caminhos para fins de simulações e testes do sistema. Para avaliar o desempenho
dos sistemas, neste trabalho,as curvas de BER foram obtidas utilizando o modelo de canal Veicular A
especificado pela ITU-R para sistemas de televisão digital [10].
De acordo com a figura 5 a taxa de erro de bit para os sistemas FBMC e UFMC demonstraram
desempenho semelhante (FBMC com uma leve vantagem) para o canal utilizado, na ordem de 10−3 e
10−4 para um SNR (Signal-to-Noise Ratio) de 25 dB. Destaca-se que para ambos sistemas um equa-
lizador com um numero maior de coeficientes seria interessante para obter um desempenho superior.
O desempenho do sistema CP-OFDM demonstrou-se inferior obtendo resultados na ordem de 10−2 e
10−3 também para uma SNR de 25 dB respectivamente.

Figura 4: Taxa de erro de bit (BER) para os sistemas descritos

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Como dito anteriormente, os sistemas FBMC e UFMC trazem melhorias na localização do espectro
em relação ao sistema CP-OFDM. A figura 5 ilustra a densidade espectral de potência para ambos
sistemas. Percebe-se que a melhor localização espectral é obtida com FBMC.

Figura 5: Densidade Espectral de Potência dos sistemas estudados

Pelas simulações visualizou-se que o sistema FBMC possui melhor desempenho para a menor
irradiação fora da banda. De fato, isto acontece devido ao filtro utilizado e como é feita a filtragem
(subportadora por subportadora). A figura 5 ilustra a resposta em frequência de cada uma dos filtros
protótipos dos sistemas, comprovando o ocorrido.

Figura 6: Resposta em frequência dos filtros protótipos dos sistemas

Porém cabe destacar que no sistema UFMC permite diminuir o comprimento do filtro e alguns
conceitos devem ser revisados para este sistema. Por exemplo, devido a utilização do OQAM, o sistema
possui problemas na utilização com processamento MIMO (Multiple Input Multiple Output) [8]. Outro
fato que deve-se levar em conta é que o desempenho de cada sistema depende do projeto do filtro
utilizado. Em suma, nota-se a potencialidade do UFMC e principalmente do FBMC para aplicações
em sistemas de comunicação modernos com altas taxas de dados. Assim, justifica-se a necessidade de
analisar mais profundamente este esquema de transmissão para outras configurações, caracterı́sticas e
cenários como processamento MIMO, eficiência espectral, PAPR e ambientes assı́ncronos multi-usuário
[8].

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6 Conclusão
Este trabalho teve como objetivo uma analise comparativa justa entre algumas das candidatas para
forma de onda padrão da quinta geração da telefonia móvel (5G). Foram comparadas os sistemas
FBMC e UFMC junto ao CP-OFDM, sistema amplamente utilizado nos sistemas 4G. A analise foi
feita sob uma estrutura comum de forma a avaliar a densidade espectral de potência dessas formas de
onda, além da taxa de erro de bit dos mesmos em um canal altamente seletivo em frequência.
O UFMC oferece melhorias que mantêm a compatibilidade com o OFDM antigo. Já o FBMC
avança, tornando essas formas de onda particularmente interessantes para cenários 5G. No entanto,
destacamos que alguns conceitos devem ser revisados como processamento MIMO e ambientes assı́ncronos
multi-usuário, para uma futura implantação, além de outras formas de ondas emergentes como F-
OFDM (Filtered -Orthogonal Frequency Division Multiplexing ) e GFDM (Generalized Frequency Di-
vision Multiplexing) [1] [8] [5].

8
Referências
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