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Fundamentas de Telecomunicações

Transmissão em banda base


Códigos de linha
Características dos códigos
Espectro de potencia
Códigos de linha: onde se usam?

Eng. Rocha Novais


A transformação de uma sequência binária na sua
representação eléctrica é feita através da codificação de linha.

Como representar a sequência de bits


1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 1, em que cada bit tem a duração de
T segundos?

Uma possibilidade é atribuir aos bits “1” um impulso


rectangular de polaridade positiva e duração T e atribuir aos
bits “0” um impulso nulo (isto é, a ausência de impulso):

Diz-se que estes impulsos são impulsos unipolares NRZ.


Também poderíamos ter representado a
sequência de bits da forma seguinte através de
impulsos polares NRZ:

Existem muitos outros códigos de linha.


Características dos códigos de linha
Consoante a aplicação, algumas das seguintes características são
desejáveis na codificação de linha:

 Componente contínua nula

Esta característica é conveniente se houver transformadores


no sistema, pois estes bloqueiam a componente contínua dos
sinais à entrada.

 Suficiente informação de temporização para a recuperação de


relógio no receptor.

 Espectro de frequência com pequena largura de banda situada a


baixas frequências.
Para minimizar a influência de “crosstalk”, ruído térmico, ruído
impulsivo, interferências rádio e atenuação em cabos.
 “Transparência” (isto é, adequação) para todos os tipos de mensagens

 Descodificação unívoca (sem ambiguidades)

 Elevada imunidade a perturbações aditivas


Esta característica favorece um sinal de linha binário porque
combina boa qualidade de detecção no receptor com facilidade de
geração no emissor.

 Capacidade de correção de erros.

 Facilidade de igualização das características do canal, se necessário

 Relação linear entre os sinais codificados e descodificados, se se usar


filtragem transversal adaptativa.
Códigos de linha
Codigo AMI

Na codificação AMI (Alterante Mark Inversion) uma sequência


de entrada com muitos bits “0” consecutivos origina uma
longa saída sem impulsos. Não havendo impulsos não há
transições, ou cruzamentos por zero, facto que não é
desejável do ponto de vista da recuperação de relógio.

Duas variantes que garantem que não existem intervalos


longos sem transições são os códigos HDB3 e CMI.
Códigos CMI
CMI (Coded Mark Inversion)

O bit “1” é representado exatamente como em AMI: um impulso de


duração T segundos de polaridade alternada.

O bit “0” é representado pelo impulso


Códigos HDB3
HDB3 (High Density Bipolar with 3 “0” maximum)

Na ausência de sequências de mais de três zeros consecutivos


este código é idêntico ao código
AMI.

Caso surjam quatro ou mais zeros consecutivos introduzem-se


impulsos extra os impulsos V e os impulsos B.

Na ausência de sequências de mais de três zeros consecutivos


este código é idêntico ao código AMI.
Numa sequência de quatro ou mais zeros o quarto zero é representado
por um impulso com polaridade tal que viole a regra de codificação
AMI, isto é, tem a mesma polaridade que o “1” anterior. A este
impulso chama-se impulso “V” (Violação).

Estes impulsos extra não garantem um número semelhante de


impulsos positivos e negativos.

Temos de introduzir os chamados impulsos “B” (Balanceamento) em


concordância com as regras AMI:
Se um impulso V tiver a mesma polaridade do impulso V
precedente introduz-se um impulso B no primeiro dos quatro bits “0”.

Se os impulsos V tiverem polaridades contrárias não é preciso


anteceder o segundo de um impulso B.

O codificador tem de armazenar cada bit de entrada até que três bits
subsequentes tenham chegado.
Codificação apenas com impulsos de violação

Neste exemplo há um desequilíbrio no número


de impulsos positivos e negativos, daí a
necessidade de se introduzirem os impulsos de
balanceamento:
No descodificador dois impulsos de igual
polaridade são interpretados:
O segundo impulso corresponde sempre a
um bit “0”;
O primeiro impulso corresponde a um bit
“1” ou a um bit “0” consoante haja três ou dois
zeros de permeio, respectivamente.
Códigos de linha 4B3T e 2B1Q

Estes dois códigos são exemplos de códigos de linha de blocos.


Códigos 4B3T
Este código converte-se um bloco de 4 dígitos binários num bloco de 3 dígitos
ternários.

Dos 33 = 27 blocos ternários de saída possíveis só são usados


24 = 16 , correspondentes aos blocos binários de entrada possíveis.

A diferença entre o número de níveis positivos (“+”) e negativos (“-“) vai sendo
armazenada à medida que decorre a codificação. A esta diferença chama-se
disparidade acumulada.

A escolha dos blocos ternários faz-se de acordo com a história passada do sinal e
obedece a um diagrama de transição de estados ou a uma tabela.

A taxa de transmissão (número de símbolos/s) é 75% do débito binário original. • Não


existe uma tabela única de codificação. Aqui vão ser apresentadas duas (Tabela A e
Tabela B).
Tabela de codificação de Jessop-Waters (Tabela A)
Tabela de codificação alternativa (Tabela B)
Códigos 2B1Q
Um bloco de dois bits é convertido num único
dígito quaternário.
Ao contrário do código 4B3T, neste código
todos os símbolos quaternários de saída
podem ser usados.

A taxa de transmissão é reduzida para metade


do débito binário original.
De acordo com a norma ANSI T1.601 a
codificação 2B1Q é definida pela seguinte
tabela:
Espectro de potencia
A densidade espectral de potência de uma onda
binária aleatória na qual os símbolos binários
são representados por ±g(t) é igual à densidade
espectral de energia do impulso g(t) a dividir
pela duração do símbolo, T

• A duração de cada bit é T segundos.


• A amplitude dos impulsos, A, normaliza a
potência média (valor unitário).
• A sequência binária é aleatória e os símbolos 0
e 1 são equiprováveis.
Espectro de potência de um impulso retangular
de duração T segundos:

Sinais polares NRZ

Sinais unipolares RZ

Sinais bipolares (AMI) NRZ:

Sinais bipolares (AMI) RZ:

Sinais bifásicos (Manchester):


Largura de banda da codificação AMI NRZ: 1/ T Hz.

A sinalização bifásica ocupa uma maior largura de banda


(quase 2/T Hz).
Códigos de linha: onde se usam?
AMI
Primeiro a ser usado nos sistemas de pares simétricos de cobre.
HDB3
Norma G.703 da ITU-T para sistemas PCM multiplexados a 2, 8 e 34
Mbits/s.
CMI
Norma G.703 da ITU-T para PCM multiplexado a 140 Mbits/s.
Código bifásico (Manchester)
Distribuição de sinais de relógio em circuitos VLSI. Gravação
magnética. Redes locais Ethernet. Sistema RDS (“Radio Data System”)
em radiodifusão FM.
4B3T
Sistemas de alta capacidade (sistemas de longa distância em cabo
coaxial a 34 e 140 Mbits/s).
2B1Q
Acesso básico da RDIS (160 kbits/s)
nBmB (5B6B, etc.)
Sistemas de alta capacidade com grande largura de banda (fibras
ópticas).
Perguntas.

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