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Capı́tulo 1
Observação 2. A grosso modo, dizemos que f (x) é contı́nua, se ao traçarmos seu gráfico não
levantarmos o lápis do papel. Busque em livros de cálculo exemplos de funções contı́nuas!
Teorema 3. Se f (x) é uma função contı́nua definida no itervalo [a, b] tal que f (a)f (b) < 0,
então f (x) possui pelo menos um zero em [a, b].
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Considere o gráfico da função f (x) a seguir:
Veja que g(x) possui três zeros em [a, b]. Gostarı́amos de encontrar uma partição deste intervalo,
digamos P = {p1 = a, p2 , . . . , pn = b}, onde pj = pj−1 + γ para γ escolhido, isolando cada zero
em um subintervalo (pk−1 , pk ).
Exemplo 4. Considere a função f (x) = 16x3 − 22x − 5 no intervalo [−2, 2]. Tomando uma
partição com γ = 21 , podemos construir a seguinte tabela
P −2 − 32 −1 − 12 0 1
2
1 3
2
2
f (P) − − + + − − − + +
Logo, f (x) possui, pelo Teorema 3, zeros nos subintervalos [− 23 , −1], [− 12 , 0] e [1, 23 ].
1.3 Exercı́cios
Exercı́cio 1. Dada as funções a seguir, determine os subintervalos (se existirem) contendo
algum zero:
a) f (x) = x3 − 7x + 6, [−4, 3], γ = 0, 7
b) f (x) = x5 + 8x2 − 8, [−1, 1], γ = 0, 4
c) f (x) = ex − 3x2 + 2, [−2, 2], γ = 0, 5
d) f (x) = x4 + 1, [−5, 5], γ = 0, 5
Respostas: a) [−3, 3; 2, 6], [0, 9; 1, 6], [1, 6; 2, 3], b) [0, 6; 1], c) [−1; −0, 5], [1; 1, 5], d) não há
zeros nesta partição.
Exercı́cio 2. Considerando a função f (x) = 1000x3 −600x2 +110x−6, no intervalo, [−0, 25; 0, 75]
encontre
a) usando γ = 0, 5, subintervalo(s) contendo algum zero.
b) usando γ = 0, 2, subintervalo(s) contendo algum zero.
c) usando γ = 0, 1, subintervalo(s) contendo algum zero.
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d) o que você pode notar à medida que se diminuia γ, isto é a medida que cada partição do
intervalo [−0, 25; 0, 75] era refinada?
Resposta: a) [0, 25; 0, 75], b) [−0, 05; 0, 15], c) [0, 25; 0, 35], [−0, 05; 0, 05], d) Se diminuirmos γ
mais ainda, pode ser que encontremos mais um zero de f (x) em algum subintervalo do inter-
valo [−0, 25; 0, 75]. O fato de refinarmos uma partição não é garantia de que obteremos um
subintervalo contendo ao menos um zero (real), ou aumentemos o número de subintervalos
nos quais tenhamos ao menos zero (real). Isso pode ser visto se tentarmos refinar a partição
dada no item d) do exercı́cio anterior, uma vez que esta função f (x) = x4 + 1 não possui zero
real algum (verifique!). Um outro caso em que o refinamento de nada adianta, é aquele em
que estamos procurando zeros de uma função num dado intervalo onde esta não possui zeros,
como por exemplo, se tentarmos refinar uma partição qualquer do intervalo [−1, 1] considerando
f (x) = x2 − 5x + 6. Não obteremos subintervalo algum contendo zeros, umas vez que os zeros
de f (x) são 2 e 3 (função polinomial de grau 2).
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Exercı́cio 3. Note que a função f (x) = x
é tal que f (−1).f (1) < 0. Podemos afirmar que
f (x) possui ao menos um zero no intervalo [−1, 1]?
Resposta: Não, muito embora somos tentados a usar o Teorema 3, o que não pode ser feito,
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uma vez que a função f (x) = x
não é contı́nua em x = 0 ∈ [−1, 1].
Exercı́cio 4. É possı́vel que uma função contı́nua f (x), definida em um intervalo [a, b], tenha
algum zero em [a, b], no caso em que f (a).f (b) > 0?
Resposta: Sim, basta considerar a função f (x) = x2 − 5x + 6 no intervalo [0, 4]. Ela é tal que
f (0).f (4) = 6.2 = 12 > 0, mas, como já sabemos, esta função tem dois zeros reais, p1 = 2 e
p2 = 3.