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ABORDAGEM ACERCA DA EFICIÊNCIA DA PENA DE MULTA NOS


CRIMES PREVISTOS NA LEI 11.343/2006

Luiz Henrique Montanari Amorim

RESUMO
O presente artigo possui como escopo a análise da política criminal de
drogas, adotada pela Lei n° 11.343/2006 para combater o crime de
tráfico de drogas, assim como a funcionalidade da pena e da multa
criminal aferida nesses crimes. Os precedentes jurisprudenciais
encaminham-se na direção de que é impossível unificar as sanções
pecuniárias em uma só porque o que se substitui é apenas a privativa
de liberdade, prevalecendo a multa cominada no tipo legal de crime.
Desse modo, essa cumulação de multas pode significar uma evidente
contradição com a própria ideia de suficiência estampada no
enunciado do inciso III do art. 44 do Código Penal como, também,
um exagero punitivo desnecessário. Assim, a referida lei em estudo
entrou em vigor apresentando inúmeras mudanças, sendo, uma das
mais relevantes, no tocante ao tráfico de drogas, mediante a
elevação da pena mínima de 3 para 5 anos e o relevante acréscimo
no tocante à multa, passando ao pagamento de 500 a 1500 mil dias-
multa.

Palavras chave: Multa. Lei n° 11.343/2006. Tráfico. Entorpecentes.

ABSTRACT

This article is a revision of the criminal law of drugs, adopted by Law


n. 11.343 / 2006 to combat the crime of drug trafficking, as well as
the practice of punishment and criminal fine assessed in these
crimes. The precedents of the case-law are that they are precluded as
pecuniary sanctions in a way which is itself replaced by a freedom of
detention, with a fine based on the legal type of crime. Thus, this
cumulation of fines may mean an obvious contradiction with an idea
of full capacity in the statement of subsection III of art. 44 of the
Criminal Code as well as a negative punitive exaggeration. Thus, the
right to travel to drug trafficking, by prepayment of a minimum rate
of 3 to 5 years and the corresponding increase in the payment of a
fine, to the payment of 500 to 1500 in days-fine.

Keywords: Fine. Law nº 11.343 / 2006. Traffic Narcotics.

INTRODUÇÃO
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O Direito Penal contemporâneo abrange dois tipos de sanção: a


pena, que se compreende na privação da liberdade, na restrição de
direitos e multa e a medida de segurança, sendo esta, detentiva ou
restritiva. Dessa forma, a pena de multa, também denominada "pena
pecuniária" constitui-se na sanção penal aplicada mediante a
imposição ao indivíduo condenado em pagar ao fundo penitenciário
determinada quantia pecuniária, sendo esta, calculada conforme a
modalidade dias-multa, atingindo diretamente o patrimônio do
condenado.
Assim, a pena de multa, no tocante à legislação penal, pode ser
aferida como punição única, a exemplo do que ocorre na Lei de
Contravenções Penais ou, então, pode ser cominada e aplicada de
maneira cumulativa, isto é, juntamente com a pena privativa de
liberdade. Desse modo, todas as vezes que o juiz estiver aplicando a
pena de multa, seja ela isolada ou cumulada, este, deverá observar
os limites legais dispostos, isto é, o termo "multa" deve ser
compreendido como sendo de 10 a 360 dias-multas, mediante
disposição aferida pelo artigo 49°, caput, do Código Penal brasileiro.
Nessa perspectiva, no tange ao tráfico de drogas, a Lei n°
11.343/2006 aferiu maior repreensão e direcionou alguns dispositivos
nesse sentido. Assim, é nesse tipo penal que observam-se as maiores
alterações dispostas pela Lei n° 11.343/2006. Uma alteração
importante foi no tocante ao tráfico de drogas encontrar-se na
elevação da pena mínima de 3 para 5 anos e o elevado acréscimo da
pena de multa. Assim, a pesquisa se debruça a desvendar a seguinte
problemática: É possível o condenado obter sua reinserção social
mediante à dívida atribuída na esfera da Fazenda Pública em
decorrência da multa inserida pelo artigo 33° da Lei n° 11.343/2006?
Para tanto, o objetivo principal do presente estudo se
compreende na análise da multa cumulada no tocante aos traficantes
na Lei n° 11.343/2006. Assim, investiga-se as noções introdutórias
sobre a multa criminal, bem como sua definição e finalidade.
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Posteriormente, passa-se a uma análise estrutural da Lei n°


11.343/2006 no ordenamento jurídico nacional, bem como a
explanação das causas de diminuição da pena e os princípios penais
violados pela lei em comento.
Baseando-se nas características do estudo, tem-se uma
pesquisa bibliográfica, qualitativa e descritiva que foi utilizada para
sustentar cientificamente os objetivos da pesquisa. Com uma didática
de cunho exploratório, a pesquisa realiza o levantamento
bibliográfico, buscando reunir as informações sobre o tema com o
propósito de identificar os assuntos relevantes que deem sustentação
aos argumentos elencados.

1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE A MULTA COMO PENA


CRIMINAL: EVOLUÇÃO HISTÓRICA E A REFORMA DE 1984

O Direito Penal contemporâneo tem buscado restringir a


aplicação das penas privativas de liberdade às hipóteses relativas à
necessidades extremas, essencialmente, as de curta duração,
previstas como reprovação às condutas expressas em tipos legais de
crimes de pouca ou nenhuma repercussão penal, que abrem margem
à insignificância, imposta a infratores ocasionais, de nenhuma ou
baixa periculosidade, sendo aferido aos indivíduos apenas para
reprovar a denominada criminal idade branda.
A referida resposta penal encontra-se em fase de decadência
pois, esta, pouco representa em termos de reação social, pois não
possui notada eficácia educativa; pois, se realizada, poderá promover
a denominada dessocialização do condenado, decorrente da
contaminação carcerária, cuja a principal consequência é a produção
de efeitos contrários ao da utópica e almejada reeducação para a
reinserção social e, também, porque muitos infratores não
necessitam de tratamento carcerário para continuar convivendo no
meio social.
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Desse modo, o pensamento finalista cultuado até o século


passado, tomou em atenção essas contrariedades. Assim, alguns
clássicos intransigentes, incumbidos ao rigor do princípio retributivo
insistem na ideia de punição merecida, contudo, a tendência
majoritária consiste na admissão de medidas que possam ser
utilizadas sem os contínuos inconvenientes das penas desse gênero.
Assim, apesar de seu caráter de sanção penal, a doutrina
nacional não deixa de considerar seu surgimento oriundo da dívida
civil, conforme os ensinamentos de Zaffaroni e Pierangeli (2006, p.
696):

Na sua forma atual, a multa importa na obrigação de pagar


uma soma em dinheiro ao Estado, com característica de
pena, isto é, com sentido de perda de um bem jurídico a
título de contramotivação para o condenado, pois se trata de
uma mera reparação do prejuízo, de uma questão de
natureza civil, e se cuida de uma soma que se paga ao
Estado, com sentido reparados, embora esteja prefixada para
evitar quantificações dificultosas nos casos concretos, ela
sempre será uma multa administrativa. A multa penal, ou
seja, a multa como pena, não perde, nunca, este seu caráter,
pelo que conserva a sua principal função preventiva.

Isso ocorre tendo em vista a precariedade e o colapso do


sistema penitenciário nacional, o afastamento do condenado por um
lapso pequeno de tempo do meio familiar e do convívio social e,
também, as dificuldades encontradas no tocante à reinserção do
indivíduo na comunidade, mediante as distorções sofridas em sua
curta passagem de tempo no sistema prisional. Nessa perspectiva,
observa-se que, problemas como estes, contribuíram a um efetivo
reexame do problema e fizeram com que a pena de multa saísse de
sua colocação de "pena de segunda classe" para readquirir um papel
de real relevância nos sistemas penais contemporâneos.

Nesse contexto, Luiz Regis Prado (2008, p. 176) assevera que:


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Na Alemanha, por exemplo, a pena de multa é aplicada de


forma freqüente, imposta a cerca de 85% dos casos,
enquanto que a aplicação das penas privativas de curta
duração só é autorizada excepcionalmente, em
oportunidades especiais com exigência de uma singular
prevenção geral e com o fim de ser uma lembrança ao autor
do crime que necessita recordar-se de seus efeitos.

Dessa forma, o autor também elucida que, na Europa, a sanção


pecuniária tem sido muito privilegiada e sua aplicação se mantém no
índice de 85%. Na Áustria, no ano de 2002, de todas as penas
impostas, 57% foram de multa. No tocante ao Japão, mais de 90%,
nos Estados Unidos da América, 75% de todas as penas são multas e,
por fim, na Inglaterra, mais de 80% (PRADO, 2008).
Nessa perspectiva, observa-se que no Brasil, o fenômeno da
reforma da parte geral do Código Penal, realizada em 1984 seguiu
efetivamente essa tendência, aferindo maior relevância a esse tipo de
reação penal, sendo inovada com a origem do sistema dia-multa,
com base no valor do salário mínimo vigente ao tempo do crime
praticado. Com a referida reforma obteve-se, também, a
possibilidade de seu aumento até o triplo se o valor considerado por
julgado insuficiente, em razão da situação financeira do réu e, com a
multa substitutiva, com o caráter satisfatório mediante à reprovação
dos delitos punidos com penas privativas de liberdade de até 6
meses, em consonância ao § 2º do artigo 60 do Código Penal
brasileiro. (BRASIL, 1984)

Assim, os ensinamentos de Ariel Dotti (1998, p. 395) elucidam


que:

O critério do dia-multa, que já existe nos costumes


legislativos brasileiros desde os tempos imperiais,
conservando-se no Código Penal de 1940 da Primeira
República e na Consolidação das Leis Penais, procura corrigir
as graves distorções acarretadas pela inflação e que não
foram superadas com o advento da Lei 6.416/77,
principalmente porque a atualização por ali instituída não
alcançou a legislação extravagante.
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Nessa diapasão, segundo o legislador penal, o projeto atribui


maior valor à pena de multa, cuja força retributiva se tornou ineficaz
no Brasil, dada a desvalorização das quantias estabelecidas na
legislação em vigor, adotando-se, por essa razão, o critério do dia-
multa, nos parâmetros estabelecidos, sujeito a correção monetária no
ato da execução. As condenações inferiores a 6 (seis) meses poderão
ser substituídas por penas de multa, se o condenado não for
reincidente e se a substituição constituir medida eficiente, conforme
elucidado no artigo 60, § 2º do CP.
No entanto, observa-se que essa modificação não alcançou os
efeitos esperados, tendo em vista a falta de uma real pesquisa sobre
a condição financeira do imputado e, também, pelo desinteresse do
operador jurídico em se afastar das margens penais mínimas.

2. MULTA CRIMINAL: CONCEITO E FINALIDADE

A multa criminal se compreende em uma obrigação que


consiste o pagamento de uma quantia pecuniária ao Estado, assim, a
referida obrigação é comumente observada no preceito secundário da
norma penal, de maneira isolada ou cumulada com a pena privativa
de liberdade. Desse modo, a Carta Magna de 1988 dispõe em seu
artigo 5°, inciso XLVI que a norma regulará a individualização da
pena e adotará as seguintes: "privação ou restrição da liberdade,
perda de bens, multa, prestação social alternativa, a suspensão ou a
interdição de direitos." (BRASIL, 1988)

Dessa forma, os requisitos existentes para a fixação da pena de


multa encontram-se expostos no artigo 49 do Código Penal. Vejamos:

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo


penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em
dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de
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360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela


Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - O valor do dia-multa será
fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) § 2º - O valor da multa será
atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, observa-se que a pena de multa não pode ser


confundida com prestação pecuniária e perda de valores, dispostas
nos incisos I e II do artigo 43 do Código Penal, uma vez que não
denotam natureza de pena restritiva de direitos, embora seja
classificada como uma pena alternativa.

Por este viés, a doutrina de Dotti (2013, p. 601) ressalta que:

A multa, comparativamente com as demais penas, guarda as


seguintes características: a) não implica perda da liberdade e
não tem o caráter infamante como ocorre com a prisão; b)
não restringe direitos como ocorre com a prestação de
serviços gratuitos e outras sanções restritivas de direitos; c)
deve ser proporcional às condições econômicas do
condenado.

Nessa diapasão, a multa criminal pode ser utilizada como


sanção principal, alternativa ou cumulativa com a restrição de
liberdade, podendo, também, ser aferida como substituição à pena
corporal. O magistrado deve promover duas etapas até determinar o
quantum devido pelo condenado. A primeira delas se compreende na
fixação da quantidade de dias-multa, em observância ao limite
disposto no Código Penal ou pelas legislações extravagantes e, na
segunda etapa, o magistrado deverá arbitrar o valor do dia-multa,
analisando também a legislação relativa.
Desse modo, conclui-se que quando a legislação permitir a
aplicação alternativa de penas, a opção incidirá na eleição, pelo
aplicador do direito, daquela que melhor alcançar as finalidades de
retribuição e de prevenção, sendo observados os critérios de
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proporcionalidade. Assim, a finalidade observada no tocante às


multas criminais se compreende em fazer com que o indivíduo, pelo
fato de ter seu patrimônio financeiro atingido, muitas das vezes,
estes, se demonstre intimidado em não praticar mais atos delituosos,
uma vez que, para algumas pessoas, a prestação pecuniária mostra-
se mais valorosa que seu próprio corpo.

3. ANÁLISE ESTRUTURAL DA LEI N° 11.343/2006

A Lei n° 11.343/2006 entrou em vigor, de maneira a revogar as


normas anteriores e determinar uma nova política de drogas no
Brasil. A referida lei abrangeu o mesmo tipo penal disposto na lei
anterior, contudo, amplificou as condutas puníveis e suavizou a
punição. Assim, previu-se somente penas restritivas de direito para
aqueles que adquirem, guardam, tem em depósito, transportam ou
trazem consigo droga para consumo pessoal. Desse modo, pela
redação aferida ao artigo 28 da Lei n° 11.343/2006, estes são
submetidos à advertência como, por exemplo, a prestação de serviço
comunitário ou alguma medida educativa.
Dessa forma, os ensinamentos de Gomes (2008, p. 120)
elucidam que com a edição da referida lei, houve a chamada
descriminalização formal da conduta aferida no artigo 28, uma vez
ter sido "excluído o caráter criminoso do fato, mas não o retirado do
campo do direito penal." Isto é, o fato que o autor descreve ainda é
algo repreendido penalmente, considerado ilícito, contudo, não mais
constitui crime e passou a ser um delito sui generis.
Todavia, na visão da Suprema Corte, ocorreu apenas a mera
despenalização e a ruptura da tradição da imposição de penas
privativas de liberdade como sanção essencial ou substitutiva de toda
infração penal. (BIZZOTTO, 2010)
No que se refere ao tráfico, a lei de drogas aferiu maior
repreensão e direcionou diversos dispositivos nesse sentido. Dessa
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forma, é nesse tipo penal que observam-se as maiores alterações


dispostas pela Lei n° 11.343/2006. Uma alteração importante foi no
tocante ao tráfico de drogas encontrar-se na elevação da pena
mínima de 3 para 5 anos e o elevado acréscimo da pena de multa.

Assim, observa-se a disposição encontrada no artigo 33 da Lei


n° 11.343/2006:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,


fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5
(cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos)
a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

A título de comparação, vale elucidar a disposição da lei


anterior para esta mesma tipificação penal:

Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir,


fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer,
fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou
entregar, de qualquer forma, a consumo substância
entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar; Pena - Reclusão, de 3
(três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (BRASIL, 1976)

Em observância ao dispositivo supracitado da lei anterior, é


possível observar que, teste, trazia em sua redação os dezoito verbos
repetidos na atual lei de drogas, contudo, no que tange à sanção, a
pena privativa de liberdade elevou-se, passando de três a quinze
anos de reclusão, e multa de cinquenta a trezentos e sessenta dias
multas, para cinco a quinze anos e multa de quinhentos a mil e
quinhentos dias-multa.
Nessa diapasão, muitos doutrinadores defendem que o notado
aumento de pena e dias-multa conferido à atual lei compreendem-se
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em um retrocesso, que obteve por finalidade o impedimento da


aplicação das penas alternativas. Isto é, em consonância ao
dispositivo 44 do Código Penal pátrio, em resumo, é possível que a
pena privativa de liberdade seja substituída pela restritiva de direitos
uma vez que, dentre outros requisitos, a pena aplicada não seja
maior que 4 anos.
De acordo com os ensinamentos de Boiteux, o objetivo do
legislador em elevar a pena mínima no crime de tráfico consiste em
um retrocesso nítido, mediante o entendimento do STF pela
admissibilidade da substituição das penas. (BOITEUX, 2016).

Assim, Renato Brasileiro (2016, p. 743) assevera que:

O crime de tráfico de drogas caracteriza-se apenas pelo dolo


genérico, consubstanciado na vontade e na livre consciência
de praticar um dos 18 (dezoito) verbos do tipo, ciente de o
faz sem a autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar.

Ademais, o § 2º do artigo 33 veio por diminuir a pena para


àqueles que instigam, induzem ou auxiliam o uso indevido de
entorpecentes. A referida pena encontra-se fixada em detenção de 1
a 3 nos e multa de 100 a 300 dias-multa. Dessa forma, na legislação
anterior, observa-se que o artigo 12 compreendida a mesma pena ao
traficante e ao instigador e/ou indutor, contudo, a atual lei de drogas
compreendeu que ambos não denotam a mesma gravidade e, com
isso, aferiu uma pena menos severa ao segundo.
Nessa perspectiva, incumbe ressaltar que o tráfico de drogas no
Brasil é compreendido no rol dos crimes hediondos, sendo dificultada
a execução da pena do condenado, que vislumbra seus direitos
sempre mais enrijecidos se comparado aos demais ilícitos não
considerados crime hediondo. Desta feita, a responsabilidade do juiz
torna-se essencial no tocante à classificação entre usuários e
traficantes de drogas, devendo, este, em sua sentença, determinar
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da maneira mais motivada e objetiva possível, a fim de afastar


possíveis subjetividades e/ou equívocos.
Desse modo, conclui-se que as mudanças proporcionadas na
atual lei de drogas pode vir por acarretar o inadimplemento do
traficante "formiga", que se compreende naquele que não terá
condições de arcar com uma pena de multa elevada, o que
acarretará, posteriormente, a sua inscrição na dívida ativa, até
ocorrer a prescrição de 5 anos (Lei 6.830/80).
Assim, é possível afirmar que a Lei n° 11.343/2006 foi omissa
no tocante à destinação da pena multa aferida aos traficantes,
condenados pelos crimes dispostos em seus artigos 33° a 39°. Desse
modo, apenas no que se refere à multa aferida ao usuário, disposta
no artigo 28°, que foi determinado em um parágrafo único que o
destino da arrecadação seria ao Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD.

4. CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA

No crime de tráfico elucidado no artigo 33, caput da Lei n°


11.343/2006 e nos delitos equiparados no § 1º, o legislador
preocupou-se em dispor a uma causa especial no tocante à
diminuição da pena empregada, a fim de distinguir o que a doutrina
majoritária denominou de pequeno traficante e o grande traficante,
sendo devidamente regulamentada no § 4° deste mesmo dispositivo.
Vejamos:

Art. 33, § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste


artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
terços, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa.

Nesse contexto, a referida causa de diminuição de pena não


encontrava disposição na lei anterior, tendo em vista que sua
elaboração sofreu diversas influências por debates relativos à política
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criminal de drogas, que objetiva abrandar a resposta penal ao


pequeno traficante que, por seu turno, são àqueles que estão no
início da traficância, não se aplicando ao traficante habitual. A
referida alternativa pretende alcançar uma oportunidade mais efetiva
e menos morosa no tocante à ressocialização do indivíduo.

Desse modo, Marcão (2015, p. 68) elucida que:

É inegável que aquele que se inicia no crime está por


merecer reprimenda menos grave, o que era impossível
antes da vigência do novo § 4º, e a minorante em questão
tem por objetivo beneficiar somente o traficante eventual, e
não aquele que faz do tráfico o seu meio de vida.

Em observância a citação supracitada, é possível afirmar que a


previsão de minoração da pena encontra-se respaldada no princípio
da proporcionalidade e da individualização da pena, uma vez que
possui a finalidade de punir de modo proporcional, individualizado e
justo a conduta dos indivíduos envolvidos com o tráfico de
entorpecentes.
Para tanto, necessário se torna a observância de alguns
requisitos para que tal minorante seja aplicada. O primeiro requisito é
o indivíduo ser primário, isto é, que não tenha condenação anterior
transitada em julgado até o momento da conduta ilícita. O segundo
requisito consiste nos bons antecedentes, essa definição é promovida
através da exclusão, ou seja, os antecedentes são definidos através
das condenações criminais com trânsito em julgado que não aferem
mais a reincidência, em detrimento do lapso temporal de cinco anos
tendo transcorrido (artigo 64, I do CP).
Por fim, o terceiro requisito determina que o agente não se
dedique à atividade criminosa, nem faça parte de nenhuma
organização nesse sentido. Desse modo, é possível afirmar, citando a
doutrina de Renato Brasileiro (2016, p. 156) que dispõe: "o acusado
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deve desenvolver algum tipo de atividade laborativa lícita e habitual,


não apresentando personalidade direcionada à criminalidade."
Desse modo, conclui-se que uma vez constituído todos os
requisitos, o indivíduo passa a ser titular de um direito subjetivo no
que se refere à minoração da pena, não podendo ser negado de
maneira discricionária pelo magistrado.

5. A LEI N° 11.343/2006 E A VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS


PENAIS DE GARANTIA

O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD)


afere princípios e objetivos que devem ser observados e foram
dispostos através da Lei n° 11.343/2006, quais sejam:
Art. 4º. São princípios do Sisnad:
I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II – o respeito à diversidade e às especificidades
populacionais existentes;
III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania
do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de
proteção para o uso indevido de drogas e outros
comportamentos correlacionados;
IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla
participação social, para o estabelecimento dos fundamentos
e estratégias do Sisnad;
V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre
Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
participação social nas atividades do Sisnad;
VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua
produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua
nas atividades do Sisnad;
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a
interdependência e a natureza complementar das atividades
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas, repressão da produção
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X – a observância do equilíbrio entre as atividades de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
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produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a


garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do
Conselho Nacional Antidrogas – Conad (BRASIL, 2012)

Nessa perspectiva, os princípios mencionados promovem o


efetivo funcionamento do SISNAD e, é com norte nestes princípios,
juntamente aos direcionamentos aferidos na Carta Magna de 1988
que serão encontrados os caminhos para solucionar a problemática
no que se refere aos entorpecentes ilícitos no Brasil.
Desta feita, o primeiro princípio disposto pelo referido sistema
foi o respeito aos direitos humanos, que encontra previsão também
no texto constitucional, em seu artigo 5° e incisos correspondentes.
Assim, o respeito aos direitos humanos compreende, dessa forma, o
principal pilar pertencente ao Estado Democrático de Direito, de
modo que toda abordagem que visa punir o indivíduo observe os
preceitos no tocante aos direitos humanos.
Nesse sentido, ressalta-se o confronto existente entre a
disposição do artigo 33° da Lei n° 11.343/2006 com os princípios
penais de garantias dispostos anteriormente, a fim de analisar até
que ponto tais princípios são afrontados, tendo em vista não haver
requisitos efetivos de diferenciação entre usuário e traficante e, muito
menos, as diversas classificações de traficantes elucidadas na
estrutura hierárquica da organização do tráfico de entorpecentes.

Nessa diapasão, Weigert (2010, p. 68) assevera que:

Em 2006, a nova Lei de Drogas nº. 11.343 foi publicada e


continuou a utilizar-se de tipos penais abertos, ou seja,
isentos de precisão semântica e com muitos verbos nucleares
no tipo penal, a exemplo da antiga Lei nº. 6.368/1976. Sobre
a identidade das condutas entre os delitos previstos no artigo
28 e no artigo 33 da atual Lei de Drogas, afirma que existe
correspondência de todos os verbos do artigo 28 com
hipóteses previstas no artigo 33, justamente como ocorria
entre os artigos 12 e 16 da antiga Lei nº. 6.368/1976. O que
continua diferenciando tais condutas é unicamente o fim
especial de agir, ou seja, a finalidade da ação do indivíduo.
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Assim, observa-se que o inciso 2° do artigo 28 afere alguns


critérios que devem ser ponderados pelos juízes no que se refere à
diferenciação entre posse para consumo e o tráfico de drogas,
contudo, tais critérios mostram-se insuficientes, uma vez que,
segundo Carvalho (2010, p. 2015):

(...) os dados apresentados como idôneos à classificação da


conduta pela autoridade judicial previstos no art. 28, § 2º, da
Lei de Entorpecentes, tais como quantidade, local e
antecedentes, podem apenas sugerir e indiciar a incidência
dos tipos penais do art. 33 ou do art. 28. Nunca, porém,
definir o juízo de imputação como se tais critérios fossem
únicos e exclusivos, exatamente por se tratar de elementos
objetivos do tipo.

Desta feita, o autor elucida as situações concretas como, por


exemplo, a quantidade portada de droga, a condução em embalagens
distintas, os antecedentes do indivíduo, dentre outras. Importante
destacar que tais critérios mostram-se insuficientes para a devida
caracterização do tráfico ilícito de drogas, uma vez que pode revelar
apenas a posse para consumo próprio.
Assim, os ensinamentos de Carvalho (2010, p. 217) asseveram
que "os critérios objetivos não podem ser examinados de modo
absoluto, pois o problema não encontra-se nos dados externos da
conduta, mas sim, na interação da ação do indivíduo, isto é, na
acepção cognitiva e volitiva do agir."
A partir do exposto, é possível compreender que os operadores
do direito devem interpretar e analisar cada caso de modo criterioso,
atentando-se que, aquele que acusa é quem deve provar se as
causas indiciadoras caracterizam o tráfico ilícito de entorpecentes
pois, uma vez que não houver uma prova concreta, deve ocorrer a
desclassificação para a modalidade de consumo, prevista no artigo 28
da Lei n° 11.343/2006.
16

Desse modo, a tendência da jurisprudência nacional que foi


potencializada desde a anterior Lei de Drogas, é a inversão do ônus
da prova, compreendendo que o réu que deve provar a finalidade de
sua ação, se configura consumo ou tráfico. Contudo, a Carta Magna
de 1988 dispõe que é dever do acusador confirmar as provas
levantadas na denúncia, de maneira a comprovar de modo efetivo
que a ação destinava-se ao consumo próprio ou à traficância.

Por este viés, Gomes (2008, p. 163) assevera que:

Existem dois sistemas legais que podem ser utilizados para


decidir se o agente, que encontra-se em posse de droga, é
usuário ou traficante. O Brasil, tradicionalmente adota o
“sistema de reconhecimento judicial ou policial”, no qual, o
juiz ou a autoridade policial deve reconhecer, utilizando-se
dos critérios estabelecidos pela lei, se a droga encontrada em
posse do indivíduo destinava-se ao consumo ou ao tráfico
ilícito. Outro é o sistema da quantificação legal, através do
qual, é fixada uma quantidade diária para o consumo pessoal
e até esse limite fixado por lei não há que se falar em tráfico.

Assim, observa-se que o referido autor ressalta sobre a


possibilidade de estabelecer como critério de diferenciação entre
usuário e traficante, a determinação, através da norma, de
quantidades específicas para cada tipo de entorpecente ilícito.
Todavia, tal possibilidade não foi abraçada pela legislação nacional,
mas ganhou notada relevância em diversos países da Europa
ocidental, com o objetivo de estabelecer condições de obstruir a
incidência repressiva.
Desse modo, resta evidente a essencialidade na diferenciação
entre usuário e traficante, tendo em vista que o usuário recebe outro
tipo de pena, sendo esta, mais branda pois não se trata da privação
de liberdade, mas sim, de advertências e a prestação de serviços
comunitários. Contudo, a figura do traficante denota a privação da
liberdade, sendo aferida a pena entre 5 e 15 anos ao condenado.
17

Ademais, o tráfico de drogas, em que pese a não exigência do


agente agir com o objetivo de lucro, é a finalidade da ação do
indivíduo que diferencia a classificação da categoria de traficante
analisada na realidade social. O pequeno traficante-dependente, por
exemplo, realiza o comércio de ilícitos com a finalidade única de
sustentar seu vício, ao passo que, o traficante-comerciante se
compreende naquele que recebe lucros com o comércio da droga.
Desse modo, a quantidade de entorpecente deve ser também
analisada, uma vez que os pequenos e médios traficantes,
geralmente trabalham com uma quantidade pequena de droga, por
sua vez, os grandes traficantes, trabalham com quantidades elevadas
destinadas meramente ao lucro. Por este viés, § 4º do artigo 33 da
Lei n° 11.343/2006 estabelece que "nos delitos definidos no caput e
no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes,
não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa." (BRASIL, 2006)
Nessa diapasão, observa-se a falta de precisão e objetividade
no tipo penal relativo ao tráfico de drogas, tendo em vista que os
operadores de direito podem se confundir, inúmeras vezes, o usuário
com o traficante ou, então, o traficante pequeno e médio com o
grande, afrontando de maneira direta o princípio da taxatividade que
afere que as normas devem ser precisas e objetivas para que não
haja divergência ou dúvida no tocante à sua aplicação.
No que tange ao princípio da igualdade, o qual dispõe que os
indivíduos devem ser punidos de modo equitativo, na medida de suas
condutas e culpabilidade, também mostra-se afrontado, uma vez que
confunde-se a conduta do consumo com a do tráfico. Dessa forma, o
referido princípio é ofendido nas situações onde o pequeno e médio
traficante confunde-se com a outra modalidade, recebendo, por
vezes, penas desproporcionais ao delito cometido. Assim, os
ensinamentos de Carvalho (2010, p. 198) compactuam que:
18

O Princípio da Legalidade também sofre com a falta de


“certeza” da Lei n°. 11.343/2006, pois se trata de norma
penal em branco, uma vez que, apenas substituiu a
expressão substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica pelo gênero “drogas”, ou seja,
é caracterizada por preceitos incompletos que requerem
preenchimento por terceiros dispositivos, normalmente de
cunho extrapenal (administrativo).

Desse modo, analisa-se um esforço mínimo dos tribunais


pátrios e de outros órgãos estatais no tocante à polêmica Lei n°
11.343/2006, essencialmente no tocante à problemática relativa à
multa exorbitante e o tráfico de drogas como tipo penal aberto.
Contudo, a conformação com o sistema proibicionista de "guerra às
drogas" denota inúmeras e drásticas violações aos direitos dos
indivíduos vulneráveis à incidência das agências punitivas e, como
consequência, obtém-se o distanciamento da finalidade constitucional
de efetivar os direitos e as garantias fundamentais.
Diante todo exposto, certo é o entendimento de que a "guerra
às drogas" e a morosidade na mudança do atual tratamento dado aos
tipificados na Lei n° 11.343/2006, principalmente no que se refere à
inércia frente ao tema, obtendo como resultado o afrontamento a
alguns princípios constitucionais.
Assim, conclui-se que o ato de retirar do indivíduo seu título de
eleitor em face da dívida de valor com o Estado, não condiz com as
diretrizes dispostas no Estado Democrático de Direito do país. Além
da violação demonstrada aos princípios constitucionais constantes no
ordenamento nacional e, ainda, com os direitos fundamentais,
correlacionados de modo intrínseco à dignidade da pessoa humana,
finalidade principal a ser alcançada em respeito ao Estado de Direito
contemporâneo.
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CONCLUSÃO

A partir da elaboração do presente artigo, resta concluir que a pena


de multa tem buscado a restrição das penas privativas de liberdade
às situações consideradas extremas, principalmente, no tocante às de
curta duração. Desse modo, a multa criminal consiste na obrigação
do pagamento de uma quantia pecuniária ao Estado e, durante muito
tempo, demonstrou-se intimamente ligada ao preceito secundário da
norma penal.
Contudo, a Lei n° 11.343/2006 veio por alterar e revogar a Lei
de Drogas anterior e promover uma nova políticas de drogas no país,
dessa forma, dispôs somente penas restritivas de direito para àqueles
indivíduos que utilizam a droga para consumo pessoal. Assim, pela
redação da atual lei em seu artigo 28°, estes, encontram-se
submetidos à advertência, prestação de serviços ou medidas
educativas.
No entanto, em se tratando da tipificação do tráfico de drogas,
a referida lei denotou maior repreensão e rigor, de maneira a
direcionar alguns dispositivos nesse sentido. Assim, uma alteração
importante diz respeito à elevação da pena mínima de 3 para 5 anos
e a elevação no tocante à pena de multa aferida a estes. Desse
modo, inúmeros doutrinadores defendem que o referido aumento no
tocante às penas consiste em um retrocesso ao Direito Penal pátrio,
tendo em vista o impedimento da aplicação de penas alternativas.
Dessa forma, conclui-se que o artigo 33° da Lei n° 11.343/2006
empregou alterações que podem acarretar o futuro inadimplemento
do considerado "traficante formiga", que consiste no indivíduo que
não terá as mínimas condições de suprir a pena de multa elevada
pela atual política de drogas instaurada no país, tendo em vista que
sua inscrição na dívida ativa poderá acarretar a suspensão de direitos
políticos e, futuramente, se cessará com a prescrição da pretensão
executória prevista em lei. Assim, não restam dúvidas que a elevada
20

multa cominada empregada ao traficante de drogas demonstra-se


ineficaz no Brasil, uma vez que a ressocialização deste, ocorrerá de
maneira turbulenta e morosa, tendo em vista a dívida adquirida.
Importante também destacar que os magistrados devem estabelecer
alguns critérios de diferenciação entre usuário e traficantes, a fim de
afastar decisões omissas ou equivocadas nestes casos que, não se
equiparam, no que diz respeito à pena empregada.
Dentro do contexto apresentado, cumpre salientar que o
presente trabalho não obteve a pretensão de esgotar o assunto, mas
sim tocar em aspectos relevantes da matéria, de modo a iniciar um
debate e contribuir para a formação de uma consciência sobre o
tema.
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REFERÊNCIAS

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3. ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2010.

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Doutorado - Universidade de São Paulo: faculdade de Direito, 2016.
Disponível em:
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1940. São Paulo: Saraiva, 2018.

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mecum acadêmico de direito. Organização da Editora Saraiva. 9 ed.
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GOMES, Luiz Flávio et al. Lei de Drogas Comentada: artigo por


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WEIGERT, Mariana de Assis Brasil e. Uso de Drogas e Sistema


Penal: entre o proibicionismo e a redução de danos. 1. ed. Rio de
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22

ZAFFARONI. Eugenio, Raul; PIERANGELI, José Henrique. Manual de


Direito Penal Brasileiro: parte geral. 6ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006.

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