1l 3.

ª Edição
1l
.
·--................................ -· :

PRINCÍPIOS, TÉCNICAS
E INSPIRAÇÃO PARA CRIAR-- -- � - ,
-FOTOGRAFIAS ÚNICAS

Joel Santos

.,��
-��-,-
...
'}�.�-

CENTROATLANTICO.PT
FOTOcomposição Dedicatória
PRINCÍPIOS. TÉCNICAS E INSPIRAÇÃO Obrigado à fotografia, a todos
PARA CRIAR FOTOGRAFIAS ÚNICAS os que acompanham o meu
trabalho, aos verdadeiros amigos
Autor: Joel Santos
Editor: Libório Manuel Silva (Centro Atlântico) e, sobretudo, à família que, apesar
Colecção: Tecnologias dos desafios, não abdica de apoiar
Revisão: Centro Atlântico a minha paixão nesta exigente
Fotografia: Joel Santos jornada pessoal e profissional.
Capa e paginação: António J. Pedro
Imagens de capa. contracapa e interior do livro: © Joel Santos
Um agradecimento particular
Impressão e acabamento: Greca ao Centro Atlântico por apostar,
pela sétima vez, no meu
lª edição: Agosto de 2015 trabalho, edificando uma sólida
2ª edição: Novembro de 2015
e diversificada colecção de
3ª edição: Abril de 2017
ISBN: 978-989-615-203-l livros que visa inspirar os nossos
Depósito Legal: 401021/15 estimados leitores.

Centro Atlântico. Lda.

Ap. 413
4760-056 V. N. Famalicão. Portugal
Tel. 808 20 22 21

geral@centroatlantico.pt
www.centroatlantico.pt

RESERVADOS TODOS OS DIREITOS POR CENTRO ATLÂNTICO. LDA.

Qualquer transmissão ou reprodução, incluindo fotocópia, só pode ser
feita com autorização expressa dos editores da obra.

Marcas registadas: Todos os termos mencionados neste livro

conhecidos como sendo marcas registadas de produtos e serviços foram
apropriadamente capitalizados. A utilização de um termo neste livro não
deve ser encarada como afectando a validade de alguma marca registada
de produto ou serviço.
O Editor e o Autor não se responsabilizam por possíveis danos morais ou
físicos causados pelas instruções contidas no livro nem por endereços
Internet que não correspondam aos sítios pretendidos.

Este livro é uma publicação independente, não filiada em nenhuma das

empresas com produtos/serviços referidos neste livro nem endossada
ou patrocinada pela Adobe Systems Incorporated, editora do Adobe
Photoshop Liglltroom.
Adobe, Lightroom e Photoshop são trademarks ou marcas registadas
pela Adobe Systems Incorporated nos EUA e/ou noutros países.
4 1 FOTOCOmposição Joel Santos

lndice

Introdução 7 Princípios de composição e

Sobre este livro 10
Regras de composição clássicas 44
Organização geométrica e o rebatimento do
Composição, eficácia e rectângulo 45
visão fotográficas 13 Regra dos Terços 46
O que significa 'composição'? 14 O Terço da Regra dos Terços - Princípio de
Processos críticos e criativos - Como Joel Santos 50
avaliar a eficácia de uma fotografia? 16 Rácio Dourado, Número de Ouro, Proporção Divina
Motivo 18 e Espiral Dourada 53
Elementos de apoio 19 'Regras' inabaláveis ou princípios a considerar? 53
Mensagem 20 Elementos de design 54
Luz 21 Linhas 55
Técnica fotográfica 22 Figuras planas 60
Reacção emocional duradoura 23 Formas tridimensionais 64
Visão e propósito do fotógrafo 24 Padrões 65
Textura 66
Ponto de vista, perspectiva, relação espacial
Os princípios da percepção e e profundidade 68
uma fotografia Escala 70
Leis de Gestalt 28 Peso visual dos elementos e motivos 71
Similaridade 30 Dimensão 73
Proximidade 31 Posição 74
Continuidade 32 Brilho 75
Encerramento 33 Cor 76
Figura e fundo 34 Contraste 77
Simetria 35 Forma 78
Experiência passada 36 Isolamento 79
Interesse 80
Número 81
 Índice 5

cor ea composição 83 Técnica fotográfica e

vermelho 86 a composição 111
Azul 86 Exposição 112
Amarelo 87 Profundidade de campo e focagem selectiva 115
Verde 87 Congelar ou arrastar o movimento 116
Laranja 88 Longas exposições 118
Violeta 88 Filtros densidade neutra em gradiente 120
cores neutras: branco, preto e cinzento 89 Filtro polarizador 121
Cores complementares 89 Tripé 122
Cores harmoniosas 90 Objectivas e as suas características 124
Cores pastel 91 Orientação vertical ou horizontal 126
Peso das cores 91 Molduras naturais 128
RGB (vermelho, verde e azul) 92 Sentido de oportunidade e planeamento 130
Preto e branco 93

- - --· Edição de imagem e

zea posição 9.J a composição l 3
Luz frontal 98 Formatos e proporções 135
Luz lateral 100 Alinhar o horizonte 140
Contra luz 102 Correcção da perspectiva 142
Sombras 104 Ajuste da exposição 143
Silhuetas 106 Equilíbrio de brancos 144
Luz artificial 108 Preto e branco 146
"

Considerações finais 149

 Composição,
eficácia e visão
fotográficas
14
o que significa 'composição'?
o avaliar a
Processos críticos e criativos - Com
fotog rafia ? 16
eficácia de uma
18
Motivo
19
Elementos de apoio
20
Mensagem

.. Luz
Técnica fotográfica
21
22
Reacção emocional duradoura
23
24
Visão e propósito do fotógrafo

e Vulcão Erta Ale, Etiópia.

--- ___ ___

, ---
 Processos críticos e criativos - Como avaliar a eficácia de uma fotografia? 21

u,

04,
ns
(,)
ii:
LUZ •ns
'­
e,
....0
0

Trata-se da primordial matéria-prima da fotografia,

como nos indica a decomposição da própria palavra:
Sobre a composição da fotografia
A luminosidade quente vinda da lanterna e a luz fria
....
0
l(a
foto (luz) e grafia (desenho, escrita). Sem contar da aurora criam uma relação mágica entre o motivo u,
com a melhor qualidade de luz (intensidade, matiz,
direcção), dificilmente se conseguirá obter a melhor
principal e os elementos que compõem o contexto
envolvente. Imaginando o mesmo enquadramento,
·s:a,
composição possível, tal como seria impraticável mas com a luz típica do meio do dia num dia ns
pintar um bom quadro sem as tintas adequadas, soalheiro, rapidamente se perceberia o quanto essa 'ti
ou cozinhar um bom prato sem usar ingredientes magia seria quebrada. •ns
(,)
de qualidade. ii:
a,
..
·-u,
0
l(a
e.,,,

0
o.
E
u
0

O Pescador com
Corvo Marinho,
Yangshuo, China.
24 Forocomposição
Os seis pontos identificados representam
uma simples indicação de quais são os principais
ingredientes para o sucesso de uma imagem, mas
carecem de um fundamento conceptual detalhado
e reforçado por bons exemplos visuais. É por essa
razão que, a partir do próximo capítulo, se começará
a elaborar sobre o que realmente faz vibrar a nossa
mente, pois, se tudo correr bem, tal irá conduzir­
-nos a um conjunto específico de noções, princípios
e regras que poderão ser incorporadas na nossa
forma de fotografar, optando por respeitá-las ou,
deliberadamente, por ignorá-las e subvertê-las ao
sabor da nossa visão e/ou propósitos específicos.
Joel Santos
Visão e propósito
do fotógrafo
Quase todas as decisões fotográficas implicam um
compromisso, visto que para alcançar um objectivo
é, frequentemente, necessário abdicar de outro,
quase como quando se usa um lençol demasiado
curto, que jamais tapará a cabeça sem destapar os
pés. Com efeito, ao contrário do que acontece na
pintura, raramente existe a possibilidade de dispor os
elementos precisamente onde os desejamos, ou alterar
as cores presentes numa cena sem que isso implique
esperar pelas condições de luz e meteorológicas
ideais. Fotografar exige uma grande dose de
imaginação para conseguir criar algo extraordinário
a partir da observação incansável do ordinário - por
outras palavras, é necessária uma 'visão'.
De facto, delinear uma composição fotográfica
pressupõe não só uma intenção, como veremos de
seguida, mas sobretudo uma visão. Ou seja, requer
um processo consciente em que o fotógrafo projecta
na sua mente a imagem que pretende obter antes
de sequer ter disparado, processando internamente
todas as opções visuais em seu redor, presentes
ou em vias de se tornarem disponíveis. Essa 'visão'
implica, não raras vezes, uma antecipação do futuro
ou, quando possível, um influenciar do presente
para que o vindouro se materialize. Mais do que
um mero arranjo de motivos e elementos numa
imagem, é a construção antecipada de um conceito,
de uma mensagem gravada com um cunho e um
estilo singulares.
O Cerro Torre, Patagónia, Argentina. Mais adiante será abordado
o 'sentido de oportunidade e planeamento', um aspecto técnico
essencial para antecipar o futuro e conseguir registar algumas
situações específicas, como este momento, no qual o elemento
humano mira os primeiros raios de sol a embater no topo da
montanha. Mas, antes do planeamento, surgem a visão, o propósito
e o estilo únicos do fotógrafo, os quais presidem a muitas das suas
decisões fotográficas.
Os princípios
da percepção e
idealização de
uma fotografia
Leis de Gestalt 28
Similaridade 30
Proximidade 31
Continuidade 32
Encerramento 33
Figura e fundo 34
Simetria 35
Experiência passada 36

e Pescador, Lago lnle,

Myanmar.
 ca
.;::
ca
s..
e,
...,00
.._
ca
E::,
a,
"C
0
l(a
e.,,,
·--N
ca
ca
a,
"C
a,
0
l(a
e.,,,
e.
a,

Rapaz da tribo
s..
(J
a,
Erbore, Vale do e.
Orno, Etiópia. ca
Regra geral. "C
um retrato tem li)

·-e.
sempre os mesmos 0
ingredientes de

·-es..
base - um olhar, (J
um nariz, uma boca
-, mas continuará
sempre a ser um e.
género fotográfico
o
li)
surpreendente,
por mais retratos
que tenhamos
visto, pois estamos
'programados' para
prestar atenção aos
nossos semelhantes
e procurarmos neles
as micro expressões
e características
físicas que os
tornam distintos.
 FOTC

E, sempre que se consideram os diferentes pesos,
automaticamente dispara a vontade de os comparar,
levando às noções de centro de gravidade e de
equilíbrio. Como seria de esperar, o centro de gravidade
da maior parte das imagens coincide com o seu centro,
visto que, dentro do rectângulo de imagem, todas as
forças parecem equilibrar-se nessa posição. Por esta
razão, é frequente assumir que um retrato equilibrado
deve ter a pessoa posicionada no centro da imagem,
pois, se fosse colocada uma balança imaginária na sua
base, o peso distribuir-se-ia equitativamente, tal como
a forma simétrica da face o sugere.
Todavia, como foi referido quando se abordaram
as regras de composição clássicas, o posicionamento
centralizado dos motivos é demasiado previsível,
razão pela qual se avançaram com alguns
pressupostos que ajudam a descentrar os motivos
harmoniosamente. Porém, acima de tudo, importa
avaliar o que é que confere peso ao motivo e como
é que este é contrabalançado pelos restantes
elementos, sabendo de antemão que, quanto mais
distante o motivo estiver do centro, mais 'pesado' est
se tornara, - e, consequentemente, mais. o observadoer
se irá questionar sobre a pertinência dessa posição,
até porque não é suposto inclinar a imagem, nas
mãos ou num ecrã, para reequilibrar o conteúdo da
imagem. Adicionalmente, importa notar que a noção
de peso visual tem uma maior preponderância no eixo
horizontal - esquerda e direita - do que no vertical_
cima e baixo-, sendo que cada uma destas posições
acarreta simbolismos e valores psicológicos distintos.
Pelo que foi exposto anteriormente, e tal como
se pode constatar através da fotografia com a
rocha dourada, o peso visual de um motivo depende
de mais do que um factor. Assim, imediatamente
a seguir e de uma forma sumária, veremos quais
são esses aspectos e qual é a sua pertinência para
a composição.

Mount Kyaiktiyo, Myanmar. A sensação

de peso nesta imagem é bastante evidente,
pois calculamos o quanto uma rocha pode ser
pesada, especialmente quando os elementos
humanos nos dão uma impressão bastante
exacta da sua dimensão. Mas o tamanho não
é a única razão que justifica o peso visual da
rocha: a posição (direita), o brilho (intenso),
a cor (quente), o contraste (elevado), a
forma (circular), o isolamento (existe muito
espaço negativo) e o interesse (simbolismo)
deste motivo têm um papel igualmente
fundamental. Assim sendo, estes lactares
merecem ser entendidos para que se possa
avaliar pragmaticamente o protagonismo
que certos elementos assumem numa
composição, condicionando activamente a
forma como a leitura da fotografia é feita
pelo observador.
Core a
composição

Vermelho 86
Azul 86
Amarelo 87
Verde 87
Laranja 88
Violeta 88
ores neutras: branco, preto e cinzento 89
�
ores complementares 89
Cores harmoniosas 90
Cores pastel 91
Peso das cores 91
RGB (vermelho, verde e azul) 92
Preto e branco 93

O Vista sobre Pudong e

The Bund, Xangai, China.
 Luz e a

Luz frontal 98
Luz lateral 100
Contra luz 102
Sombras 104
Silhuetas 106
Luz artificial 108

O Corvo, Açores,
Portugal.
v1t:•--
. ,.,_,. ,.f:...
:lf!'r• A'":)!-·
' . ')) •
-�;:·:�!
,,
98 FOTOCC n pos,çao Joel Santos

LUZ FRONTAL

Tipicamente, a luz frontal tem origem nas

costas do fotógrafo, iluminando de forma
homogénea os motivos e elementos numa
composição. Por esta mesma razão, a luz frontal
apresenta qualidades bastante contraditórias,
as quais devem ser pesadas em função do
objectivo do fotógrafo. Por um lado, como a
sombra tende a formar-se imediatamente atrás
do motivo, esta não contribui para a sensação
de tridimensionalidade e profundidade, logo
as formas não chegam a ganhar volume e a
imagem fica com um aspecto plano, o que
anteriormente foi apontado como um aspecto
menos positivo. Todavia, por outro lado, a luz
frontal garante que todos os pormenores ficam
devidamente iluminados, não havendo lugar
a sombras profundas que ocultem detalhes
potencialmente relevantes. Assim, este tipo
de iluminação é particularmente comum na
fotografia de moda, na qual importa destacar
todas as particularidades da roupa, bem como
na fotografia de retrato, na qual as sombras
pronunciadas por debaixo dos olhos tendem a
ser pouco lisonjeiras.

O Sadhu (Homem Santo), Varanasi, Índia. Como se

pode constatar, a luz frontal preveniu a criação de uma
tridimensionalidade na composição, quase parecendo
que a figura humana se encontra 'colada' ao plano de
fundo. Esta bidimensionalidade é reforçada pelo facto
de o corpo do homem se encontrar coberto por cinza,
ocultando os detalhes finos da sua pele, esbatendo ainda
mais as sombras e, por fim, descolorindo-o como se fosse
um desenho em tons de cinza.
 Molduras na tu1·ais 129

O Militar, Cidade o
Proibida, Pequim, ua
China. .~
U)
o
c.
E
o(J
A fotografia do militar é um caso extremo da cu
utilização de molduras naturais. A primeira Gl
moldura natural é criada pela moldura cu
amarela da fotografia do Mao Tse Tung , a qual
se encontra afixada na entrada principal da
Cidade Proibida . A segunda moldura natural
·-
(,)
'1-
~cu
J..
é criada pela própria figura do Mao Tse Tung , tn
envolvendo a cabeça e tronco do militar,
criando uma espécie de eco visual entre as
....oo
duas figuras humanas. Por fim , a roupa e o 'l-
chapéu verdes criam uma terceira moldura cu
natural, circundando o rosto do militar.
Note-se que as sucessivas molduras naturais ·-
(,)

não só condicionam a leitura da imagem,

concentrando-a na expressão facial do militar,
mas também acrescentam um contexto
(identificando o local) e reforçam o conceito
inerente à mensagem da fotografia (a
influência que o líder histórico chinês teve na
população chinesa). Adicionalmente, importa
sublinhar a importância que o uso de uma
teleobjectiva teve na composição, uma vez
que as distâncias focais longas (neste caso ,
190 mm) têm o condão de ampliar o plano de
fundo, reduzindo a distância aparente entre
este último e o motivo principal.
Na fotografia da paisagem escocesa , o
conceito de moldura natural ganha outra
dimensão, uma vez que foi a Natureza
que emoldurou o castelo e as montanhas,
designadamente através do jogo criado
entre a luz do final do dia e da forma das
nuvens. Esta concordância entre as formas
dos elementos que proporcionam a moldura
natural e as do motivo principal são cruciais
para o impacto visual criado pela composição .
Parecendo uma ocorrência casual, sobretudo
porque nunca existe um controlo sobre as
forças da Natureza, a movimentação do
fotógrafo e a espera pelo momento certo
foram cruciais para a criação desta moldura
natural, um aspecto que será explorado em
maior detalhe imediatamente a seguir.
 F-c t'latos e proporções l '3:J

o
lCU
C>
·c;;
o
Q.
E
o
u
ca
Cll
E
Cll
m
ca
E
Cll
"C
o
lCU
·-w
C>
"C

Uma fotografia raramente ficará pronta directamente na

câma ra fotográfica , mesmo considerando todos os algoritmos de
processamento que esta aplica nativamente, muitos dos quais
poderã o ser replicados com maior rigor e eficácia num programa
de ed ição de imagem, respeitando os critérios do fotógrafo que,
ao contrário do equipamento, é dotado de uma visão e de uma
capacidade de pensar sobre aquilo que observa. A ediçao de imagem,
mesmo que subtilmente, possibilita melhorar a composição
conse guida no terreno, como atesta esta imagem da interface
do Ado be Photoshop Lightroom com o antes/depois de uma
mesma fotografia. Note-se como mu itos dos elementos de design
e facto res do peso visual foram melhorados, nomeadamente as
linhas ve rticai s da janela de madeira (correcção da perspectiva), a
intensidade da vela e consequente iluminação da face do monge
aprend iz (correcção do brilho) e o equilíbrio de brancos diferenciado
(correcçã o da cor) devido às distintas fontes de luz - vela, iluminação
artificial do interior do mosteiro e luz natural no exterior. Estes
ajustes são, entre outros possíveis, um pequeno exemplo de como
a ed ição de imagem pode contribuir para a composi çã o final,
melhora ndo a leitura e a mensagem da fotografia.
Formatos e proporções
Até ao momento analisou-se a forma como os
elementos/motiv os se podem organizar e agrupar
dentro de um determinado espaço, mas nunca foi
aventado o modo como o formato e a proporção desse
mesmo espaço influencia a composição. De facto, tal
como a orientação vertical ou horizontal, um tema
já devidamente abordado, também a proporção da
área de imagem tem um impacto no modo como
o observador lê a imagem e percebe as relações
nela implicadas.
Não terá passado despercebido que, desde o
início do livro e exceptuando um par de exemplos,
as demais fotografias apresentadas correspondem
ao formato popularizado pelo filme de 35 mm
(36x24mm), logo com uma proporção de 3:2, idêntica
à das imagens produzidas pelas câmaras digitais
com sensores APS-C e full-frame. Este formato
tem algumas vantagens, pois adequa-se ao nosso
campo de visão mais alongado na horizontal, permite
explorar a nossa tendência de ver da esquerda para
direita e de baixo para cima (oferecendo um espaço