Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ABSTRACT: The social-security legal limbo occurs when the National Social Security
Institute (INSS) deems the employee capable of working, ceasing their sickness aid, while the
1
Acadêmica de Direito da Universidade Federal de Roraima. anneaacunhaa@gmail.com
2
Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Roraima. leon.97.lf@gmail.com
3
Acadêmica de Direito da Universidade Federal de Roraima. maria.camarg@gmail.com
company's medical examination finds the worker incapable of exercising their functions. The
employee is prevented from returning to his job and, at the same time, to receive the
government’s aid. This paper seeks to study the social-security legal limbo, defining the limits
of the employer’s responsibility within it, as well the solutions that can be adopted in this
situation.
SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO;
1. INTRODUÇÃO
SEGURIDADE SOCIAL
Para os fins do presente artigo se faz necessário a compreensão dos dois conceitos
supracitados principalmente para a análise do conceito de auxílio-doença, que está
diretamente ligado ao tema do limbo jurídico previdenciário trabalhista.
Art. 471. Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta,
todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia
na empresa.
“No curso do contrato de trabalho, este pode sofrer certos eventos que signifiquem a ausência
de prestação de serviços, mas sem acarretar a cessação do vínculo de emprego. São as
hipóteses de suspensão e interrupção do contrato de trabalho, conforme terminologia
indicada no Capítulo IV, do Título IV, da Consolidação das Leis do Trabalho. Embora os
referidos termos possam receber certas críticas por parte de alguns autores na doutrina,
encontram-se adotados em nosso sistema de direito positivo. Na realidade, o que fica
suspenso não é o contrato de emprego em si (que permanece em vigor), mas sim os seus
efeitos principais, especialmente quanto à prestação do trabalho.” ( GARCIA, Gustavo
Filipe Barbosa)¹
INTERRUPÇÃO SUSPENSÃO
AUXÍLIO DOENÇA
Como referido nas decisões constantes acima de anos diferentes, constando um lapso
temporal razoável com 2013, 2016 e 2018 nota-se uma continuidade do entendimento. Por tais
razões compreendendo que a alta médica é um ato administrativo que possui uma legitimidade
presumida, cabendo então ao empregador o ônus de comprovar as características seja no âmbito
administrativo ou em uma ação própria contra a autarquia previdenciária. Por tais razões, se
constatado por avaliação médica que o referido funcionário não possui condições de retorno as
funções deverão informar a empresa que por sua vez poderá apresentar recurso ou uma Ação
Acidentária contra o INSS. Por tais razões, havendo impossibilidade de realizar uma
readaptação do referido funcionário, ele deve auferir licença remunerada enquanto não for
solucionada a situação não desprestigiando a parte hipossuficiente da referida relação de
contrato.
A RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR
Interpretando o artigo 476 da CLT em conjunto com o artigo 63 da lei 8213/91, que
estabelece: “O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será
considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado.”, entende-se que a
licença não remunerada ocorre apenas na percepção do auxílio doença. Como este não é o caso
configurado, uma vez que se deu fim ao benefício recebido pelo empregado, volta a valer o
contrato de trabalho, tornando-se obrigação do empregador remunerar o empregado. Nesse
sentido, decide o TST:
DANOS MATERIAIS E MORAIS - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO NEGADO
AO EMPREGADO - INAPTIDÃO PARA O TRABALHO - RESPONSABILIDADE
DO EMPREGADOR PELO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS.
Após a alta previdenciária, e consequente fim do período de suspensão do contrato de
trabalho, a regra impositiva de pagamento de salários volta a ter eficácia, ainda que a
empresa, contrariando as conclusões da Previdência Social, considere o empregado
inapto ao trabalho. Com efeito, deve o empregador responder pelo pagamento dos
salários devidos no período em que o empregado esteve à disposição da empresa
(art. 4º da CLT), sobretudo diante do seu comparecimento para retorno ao trabalho.
Estão configurados os elementos que ensejam o dever de reparação, nos termos da
teoria da responsabilidade subjetiva: o dano moral (sofrimento psicológico decorrente
da privação total de rendimentos por longo período), o nexo de causalidade (dano
relacionado com a eficácia do contrato de trabalho) e a culpa (omissão patronal no
tocante ao pagamento dos salários) (RR-142900-28.2010.5.17.0011. Relator
Desembargador Convocado João Pedro Silvestrin, 8ª Turma, j. 20/11/2013, DEJT
22/11/2013). (Grifo nosso)
No entanto, para algumas empresas não é possível realizar a readaptação, devido a seu
porte e a falta de vagas adequadas em tal situação, sendo adequado que o empresário forneça
meios de assistência para que o empregado consiga o benefício previdenciário. O empregador
deve manter seu salário até que o benefício seja concedido mediante recurso administrativo ou
decisão judicial.
CONCLUSÃO
Como exposto no decorrer do trabalho o legislativo ainda não alcançou a solução para
os casos concretos em que o trabalhador se encontra desemparado tanto pelo Estado quanto
pelo seu empregador, por isso o temo jurídico limbo jurídico. Portanto, o judiciário vem
suprindo parcialmente estes casos como observado pela jurisprudência reiterada sobre o tema.
Entretanto, é evidente que ausência de previsão legal para os casos que configurem este
limbo sobre o amparo financeiro do empregado enfermo gera muito prejuízo ao detentor do
direito em questão, gerando uma insegurança quanto ao recebimento dos seus vencimentos
somado à já grave enfermidade que o aflige.
Desta forma, urge-se por uma posição do legislativo que traga uma solução ao dilema
posto, seja esta a confirmação da aplicação já utilizada pelo judiciário ou outra que os membros
do parlamento entendam como mais adequada para a solução do problema.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Augusto César Leite de. Direito do trabalho: curso e discurso. Direito
do trabalho: curso e discurso, 2016.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho, 6ª edição, Niterói: Impetus, 2012, fl.,
660.
CORRERA, Marcelo Carita. Da contribuição de seguridade social e o auxílio-doença.
Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 20, n. 4229, 29 jan. 2015. Disponível
em: <https://jus.com.br/artigos/32605>. Acesso em: 15 jun. 2019.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2015.
FERREIRA, Farley Roberto Rodrigues de Carvalho. A incapacidade temporária por
doença no contrato de trabalho. 2015. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
GANEM, Leandro Wehdorn. Interrupção e suspensão no Contrato de Trabalho.
Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 17 maio 2018. Disponivel em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.590721&seo=1>. Acesso em: 11 jun.
2019.
[1]GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho, 6ª edição, Rio de
Janeiro: Forense, 2012, p. 533.
REZENDE, Luara Zanfolin Frasson de. Limbo jurídico-previdenciário trabalhista.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/30033/limbo-juridico-previdenciario-trabalhista
SANTOS, Nadinajara Amaral dos; RAFAGNIN, Thiago Ribeiro. Limbo jurídico
previdenciário- trabalhista e a responsabilidade civil do empregador que obsta o retorno do
empregado ao trabalho. (Re)pensando Direito, Santo Ângelo/RS. v. 08. n. 15. jan./jul. 2018, p.
120-142. Disponível em: http://local.cnecsan.edu.br/revista/index.php/direito/index.
[3]SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na
Constituição Federal de 1988. 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2006.
[2]SILVA, Natália Augusta Sampaio. Da interrupção e suspensão do contrato de
trabalho: aspectos gerais. Revista do Direito Trabalhista - RDT. Brasília, v. 17, n. 2, p. 26-29,
fev. 2011.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 39, ed. rev. e
atualizada até a emenda constitucional n. 90, de 15.9.2015. São Paulo: Malheiros, 2016.