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CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE CHICÓRIA BABY LEAF EM

DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO E ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS


Jhone de Souza Espíndola, Rosana Fernandes Otto e Gustavo Castilho Berusk

RESUMO

Objetivou-se verificar a produção de chicória baby leaf em ticamente ativa foram monitoradas em cada ambiente de culti-
diferentes ambientes de cultivo e espaçamentos de plantio en- vo. As características avaliadas foram: altura das plantas, ín-
tre agosto e outubro 2011, em Ponta Grossa, Paraná, Brasil. dice de área foliar, número de folhas por planta, comprimento
O delineamento experimental foi blocos casualizados com qua- e largura da maior folha, massas fresca e seca das plantas e
tro repetições e os tratamentos foram distribuídos em parcelas produtividade final. O uso do túnel plástico e do agrotêxtil re-
sub-subdivididas. Estes foram constituídos por três ambientes sultou em plantas mais tenras e com precocidade na produção
de cultivo (túneis baixos com plástico, cobertura direta com em até seis dias em relação ao ambiente natural. A combina-
agrotêxtil e ambiente natural) e quatro espaçamentos de plan- ção entre ambiente natural e espaçamento de 5×2cm propor-
tio (5×2; 5×4; 10×2 e 10×5cm). Os tratamentos foram avalia- cionou maior produtividade para plantas no ponto de colheita
dos em cinco diferentes épocas de colheita (14; 21; 28; 35 e comercial. O uso do cultivo protegido (agrotêxtil e túnel baixo)
42 dias após a semeadura) para obtenção de curvas de cresci- e o espaçamento 5×2cm são adequados para o cultivo e co-
mento das plantas, constituindo-se dessa forma em três fatores mercialização de planta inteira (unidade) em lugar da venda
de estudo. A temperatura média do ar e a radiação fotossinte- por peso do produto (folhas separadas e ensacadas).

Introdução a combinação de diferentes de poliestireno expandido, (manta f lutuante). Além do


espécies formando uma mis- com diversos volumes de uso de ambientes protegidos,
A comercialização de fo- tura (mix) de folhas. O mix células, mantidas em estufas outro fator que apresenta defi-
lhas jovens de diversas espé- chama a atenção dos consu- (Carneiro et al., 2008; ciência de estudos é o espaça-
cies olerícolas é novidade no midores pela composição de Baqueiro et al., 2009; Oliveira mento adequado entre plantas
mercado brasileiro, no entan- sabores, texturas, formatos e et al., 2009) ou em túneis e linhas de cultivo, uma vez
to, vem despertando interesse colorações diversas das folhas (Otto et al., 2011). No entanto, que o arranjo das plantas no
por parte dos consumidores e das espécies usadas. essas formas de cultivo apre- campo interfere diretamente
horticultores. O produto é co- Com relação ao tamanho sentam custo mais alto quando no desenvolvimento e produ-
nhecido como baby leaf ou das folhas de baby leaf, no comparado ao cultivo direta- ção final da cultura. Nesse
mini-folhosa. Pode ser defini- Brasil não existem normas mente no solo e em ambiente contexto, o presente trabalho
do como folhas que ainda não oficiais de classificação para a natural, como é realizado nos objetiva estudar a resposta
se expandiram completamente comercialização, dificultando a EEUU e Europa (Martinez- produtiva de baby leaf de chi-
e, por isso, são colhidas pre- definição do ponto de colheita Sánchez et al., 2012). cória (cultivar Escarola Lisa)
cocemente em relação ao tem- mais adequado. Assim, o pro- Até o momento, não há es- em diferentes ambientes de
po do cultivo convencional duto é comercializado em dife- tudos brasileiros avaliando os cultivo e espaçamentos de
(Purquerio e Melo, 2011). As rentes tamanhos dependendo efeitos da semeadura direta- plantio para a região de Ponta
folhas comercializadas podem da espécie e da preferência de mente no solo sobre a produ- Grossa, Brasil.
ser tanto de hortaliças folho- utilização, variando entre 5 e ção de baby leaf, seja com a
sas (qualquer espécie, por 15cm de comprimento da folha cultura da chicória ou qual- Material e Métodos
exemplo, alface) como de hor- (Carneiro et al., 2008). quer outra hortaliça. Da mes-
taliças que formam tubérculos No Brasil, a produção de ma maneira, são escassas as O experimento foi conduzi-
(beterraba, cenoura, dentre baby leaf tem sido realizada informações quanto ao uso de do entre 31/08/2011 e
outras) ou inf lorescências através de sistema hidropôni- cultivo protegido, como o tú- 12/10/2011, na Fazenda Escola
(couve-f lor ou brócolo). O co em estufa agrícola nel baixo com coberturas de da Universidade Estadual de
produto comercial poderá ser (Purquerio e Melo, 2011), mas polietileno de baixa densidade Ponta Grossa, Paraná, Brasil,
uma planta inteira ou as fo- também existem propostas (PEBD) ou com o agrotêxtil localizada em 25º05’37”S,
lhas soltas de uma espécie ou para a produção em bandejas diretamente sobre as plantas 50º03’35”W e a 850m de

PALAVRAS-CHAVE / Agrotêxtil / Cichorium endívia L. / Cultivo Protegido / Densidade de Plantio / Microclima / Túnel Plástico /
Recebido: 21/08/2013. Modificado: 12/10/2015. Aceito: 16/10/2015.

J hone de Sou za Espí ndola. Brasil. Professor, Faculdade Rosana Fernandes Otto. UEPG, Brasil. e-mail: rfotto@
Engenheiro Agrônomo, Uni- Integrado de Campo Mourão, Engenheira Agrônoma e uepg.br
versidade Estadual de Mato Brasil Endereço: Av. Irmãos Mestre em Fitotecnia, Gustavo Castilho Beruski. Bió-
G rosso do Su l ( U EMS), Pereira 670. Centro, Campo Universidade Federal de logo e Mestre em Agronomia,
Brasil. Mestre em Agrono- Mou r ão, PR , 873 01- 010, Viçosa, Brasil. Doutora em UEPG, Brasil. e-mail: gube-
mia, Universidade Estadual Brasil. e-mail: jhone.souza@ Agronomia, Universidad de ruski@hotmail.com
de Pont a G rossa ( U EPG), grupointegrado.br Córdoba, Espanha. Professora,

834 0378-1844/14/07/468-08 $ 3.00/0 DECEMBER 2015, VOL. 40 Nº 12


GROWTH AND YIELD OF BABY LEAF CHICORY UNDER DIFFERENT
ENVIRONMENTAL CONDITIONS AND PLANT SPACING
Jhone de Souza Espíndola, Rosana Fernandes Otto and Gustavo Castilho Berusk
SUMMARY

The present study aimed to analyze the production of baby vironment. The characteristics evaluated were: plant height, leaf
leaf chicory in different environmental conditions and plant spac- area index, number of leaves per plant, length and width of the
ing between August and October 2011 in Ponta Grossa, Parana, largest leaf, fresh and dry matter and productivity at final har-
Brazil. The experiment was arranged in a randomized complete vest. The use of plastic tunnel and non-woven protection resulted
block design with four replicates and treatments distributed in a in tender plants and early production of up to six days compared
split-plot design. The treatments consisted of three cropping envi- to those under natural conditions. The interaction between natu-
ronments (plastic tunnel, direct non-woven and natural conditions) ral conditions and the 5×2cm plant spacing resulted in the highest
and four plant spacing (5×2; 5×4; 10×2 and 10×5cm). Measure- productivity for plants at commercial harvest. The use of protect-
ments were carried out at five harvest time (14; 21; 28; 35 and 42 ed cultivation (non-woven protection and plastic tunnel) and the
days after sowing) to obtain growth curves of plants, which were 5×2cm spacing between plants are suitable for cultivation and
the third factor studied. The average air temperature and photo- marketing of the whole plant (unit) instead of selling by product
synthetically active radiation were monitored at each cropping en- weight (separated and bagged leaves).

CRECIMIENTO Y PRODUCCIÓN DE ESCAROLA BABY LEAF BAJO DIFERENTES


AMBIENTES DE CULTIVO Y ESPACIAMIENTO DE PLANTAS
Jhone de Souza Espíndola, Rosana Fernandes Otto y Gustavo Castilho Berusk
RESUMEN

El presente estudio tuvo como objetivo evaluar la producción aire y la radiación fotosinteticamente activa fueron controladas en
de escarola baby leaf bajo diferentes ambientes de cultivo y es- cada ambiente de cultivo. Se evaluaron: altura de planta, índice
paciamiento de siembra entre agosto y octubre 2011, en Ponta de área foliar, número de hojas por planta, longitud y anchura
Grossa, Paraná, Brasil. El diseño experimental fue de bloques al de la hoja más grande, masas fresca y seca de las plantas. y pro-
azar con cuatro repeticiones y los tratamientos se dispusieron en ductividad final. El uso de túnel plástico y agrotextil resultaron
parcelas sub-subdivididas. Los tratamientos consistieron en tres en plantas más tiernas y al menos seis días más precoces en re-
ambientes de cultivo (túnel plástico bajo, cubierta con agrotextil y lación al ambiente natural. La combinación de ambiente natural y
ambiente natural) y cuatro espaciamientos de siembra (5×2; 5×4; espacio de siembra de 5×2cm resultó en mayor productividad. El
10×2 y 10×5cm). Los tratamientos fueron evaluados en cinco épo- uso de cultivos protegidos (agrotextil y túnel plástico) y el espa-
cas de cosechas (14, 21, 28, 35 y 42 días después de la siembra) ciamiento de 5×2cm son aptos para el cultivo y comercialización
para obtener curvas de crecimiento de las plantas, resultando de de la planta completa (unidad), en lugar de la venta en peso de
esa manera tres factores de estudio. La temperatura media del las hojas (separadas y en bolsas plásticas).

altitude. O solo é classificado largura e 1m de altura da su- plantas/m 2. A semeadura foi Em cada ambiente de culti-
como Cambissolos Distrófico perfície do solo até o ápice realizada diretamente no solo, vo foram monitoradas a radia-
com textura argilosa central do arco. Foram cons- sendo utilizada a chicória ção fotossinteticamente ativa
(EMBRAPA, 1999). truídos com arcos de PVC de (Cichorium endívia L.) culti- (PAR; sensor LI190SB Li-
O delineamento experimen- ½ polegada de diâmetro e es- var Escarola Lisa (ISLA® Cor) e as temperaturas (sensor
tal utilizado foi blocos casua- paçados a cada 1,5m, onde na Sementes). O desbaste de 107 Temperature probe; amp-
lizados com tratamentos dis- sequencia foi colocada a co- plantas foi realizado ao nono bell Sci.) do ar (20cm de altu-
tribuídos em parcelas sub- bertura plástica sobre essas dia após a semeadura (DAS) ra do solo) e do solo (10cm
-subdivididas, com quatro re- estruturas. O agrotêxtil foi para ajuste do espaçamento de de profundidade do solo). Os
petições. Os tratamentos cons- colocado diretamente sobre o cada tratamento. As épocas sensores foram conectados ao
tituíram da combinação de solo semeado no sistema de de avaliações foram realizadas datalloger (CR23x, Campbell
três ambientes de cultivo, manta flutuante e fixado late- em cinco diferentes momentos Sc.), programado para realizar
quatro espaçamentos de plan- ralmente por grampos de ferro. (14; 21; 28; 35 e 42 dias após leituras a cada minuto, arma-
tio em cinco épocas de co- As plantas permaneceram pro- a semeadura) para obtenção zenando a média horária. Os
lheita de plantas. tegidas sob o túnel plástico e de curvas crescimento das dados de PAR foram registra-
Os ambientes de cultivo fo- o agrotêxtil durante todo perí- plantas cultivadas. dos em unidade de medida
ram túnel baixo com plástico odo de cultivo, sendo retirados As irrigações foram realiza- instantanea (μmol·s -1·m -2)
(polietileno de baixa densidade apenas para realização de tra- das por aspersão, mantendo-se e integralizados em mol·m-2/
de 100μm e tratamento anti- tos culturais. o solo dos ambientes de culti- dia e, para fins de compara-
-UV), agrotêxtil diretamente Os espaçamentos de plan- vo na capacidade de campo. ção, foram transfor mados
sobre as plantas (polipropileno tio (lin has×plantas) foram As capinas foram feitas em MJ·m-2/dia, conforme pro-
de coloração branca, 17g·m-2 5×2cm (E1). 5×4cm (E2), manualmente aos 14, 28, 38 posto por Thimijan e Heins
de gramatura) e ambiente na- 10×2cm (E3) e 10×5cm (E4), DAS para evitar a competição (1983) pela equação PAR=
tural. Os túneis apresentavam correspondendo às densidades das plantas daninhas com a Σ diário [PAR(μmol·s -1·m -2) t(s)
5m de comprimento, 1m de de 1000; 500; 500 e 200 cultura. 4,57-1]10 -6 (MJ·m-2/dia), onde

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4,57 é o valor de conversão análise de regressão para com polietileno. Para chicória trabalhosa do que a medição da
(Beckmann et al., 2006). ajuste dos dados utilizando-se (ciclo completo), também foi altura de planta, sem deixar de
As características avaliadas o software Excel 2010 de verificada precocidade e ganho ser viável caso o produto co-
foram altura de plantas (AP), Microsoft. em qualidade das plantas em mercial seja com folhas soltas e
índice de área foliar (IAF), razão do uso de agrotêxtil não a planta inteira. Isso por-
número de folhas (NF), com- Resultados e Discussão como cobertura das plantas que, no mercado, as pequenas
primento (CMF) e largura da durante o ciclo de cultivo quan- folhas podem ser encontradas
maior folha (LMF), massas Foi determinado que as plan- do comparado ao ambiente na- em bolsas plásticas contendo
fresca (MF) e seca da planta tas de chicória com altura de tural (Feltrin et al., 2006). No mistura de folhas soltas de di-
(MS) e produtividade (P). Para ~10cm já apresentavam porte entanto, Sá e Reghin (2008) versas ou uma única espécie de
cada época de avaliação cole- adequado para comercialização encontram que a fitomassa da hortaliças (baby leaf ) ou ainda
tou-se cinco plantas nas linhas como baby leaf, sendo esse chicória sob agrotêxtil não foi ser comercializada a planta in-
centrais das sub-subparcelas, considerado o ponto de colheita superior às plantas cultivadas teira em embalagens plásticas.
independente da altura em que referencial para plantas comer- sob túnel plástico. Com relação ao número de
a planta se encontrava. ciais. Atualmente no Brasil O comprimento (Figura  1b) e folhas (Figura  1d), quando as
Para altura de plantas as ainda não existem padrões e largura (Figura  1c) das folhas plantas atingiram o ponto ini-
medidas foram determinadas normas de classificação oficiais das plantas cultivadas em am- cial de colheita nos ambientes
com uso de régua graduada para determinar altura e/ou biente natural apresentaram va- AG e TP (35 DAS), o número
(cm), considerando-se o inter- número de folhas mais adequa- lores inferiores às plantas culti- de folhas foi menor em relação
valo entre o colo da planta e a das para o comércio de baby vadas em ambiente protegido ao AN em seu ponto inicial de
parte superior da maior folha. leaf, em função de ser produto quando permaneceram no cam- colheita (42 DAS). As plantas
Para o número de folhas foram novo no mercado. Carneiro po até aos 42 DAS, repetindo o apresentavam, aos 35 DAS,
contadas aquelas com compri- et al. (2008) sugerem que, o comportamento encontrado para média de 4,0 folhas por plan-
mento superior a 2cm para ponto de colheita poderá ser a característica altura de plantas tas para os ambientes AG e
cada planta. O comprimento considerado quando as plantas (Figura  1a). Esses resultados TP e, para o ambiente AN,
da maior folha (cm) foi deter- apresentarem folhas variando demonstram que as plantas em esse valor foi de 4,7 aos 42
minado a partir do início do entre 5 a 15cm de comprimen- AN demoram mais tempo para DAS (Figura  1d). O resultado
pecíolo até o extremo do lim- to. Assim sendo, quando a atingir o mesmo comprimento e demonstra que, apesar da mes-
bo foliar e a largura da maior planta apresenta no mínimo largura das folhas de plantas ma altura de plantas (10cm)
folha foi determinada no ponto 10cm de altura, em média, as cultivadas em AG e TP. nos respectivos pontos iniciais
meridional do limbo foliar. mesmas já possuem tamanhos e O comprimento e a largura de colheita, o crescimento das
Para determinação do IAF foi quantidades adequadas de fo- de folhas também podem ser plantas protegidas não foi
utilizada a fór mula IAF= lhas por planta para o comércio utilizados como referência para acompanhado por maior desen-
AF/S, em que AF: área foliar como baby leaf. a colheita de plantas tipo baby volvimento das mesmas, uma
(cm2) e S: área do terreno ocu- Para os fatores ambientes de leaf, conforme proposto por vez que o NF foi inferior em
pada pela amostra (cm 2). Os cultivo e épocas de colheita de Carneiro et al. (2008). No en- relação às plantas cultivadas
valores de área foliar foram plantas, verificou-se que houve tanto, é uma prática mais em ambiente AN.
obtidos por integrador de área interação entre os fatores para
foliar modelo LI 3000 todas as características avalia-
(LICOR). As massas fresca e das. As plantas cultivadas sob a b
seca foram determinadas pela ambientes protegidos (TP e
pesagem da par te aérea da AG) apresentaram altura de
planta com auxílio de balança plantas superior àquelas culti-
eletrônica de precisão. As vadas em ambiente natural
amostras ainda úmidas foram (AN) ao longo do ciclo de cul-
levadas para estufa de circula- tivo (Figura  1a). Em partes,
ção forçada a 60ºC até atingir esse resultado, pode ser expli-
massa constante para determi- cado pelas diferenças positivas
nação da massa seca. A produ- de temperatura do ar e solo
tividade foi determinada rela- nesses ambientes de cultivo
cionando a massa fresca da (Figura  4), tornando-se assim c d
planta e a área ocupada pela um ambiente mais favorável
mesma (g·m-2). para o crescimento dessas plan-
Os dados foram submetidos tas. Já o ponto de colheita (al-
à análise de variância e trans- tura de planta de ~10cm) foi
formados para χ + 0,5 utili- atingido aos 35 DAS para plan-
zando-se o soft ware SISVAR tas sob TP e AG e aos 41 DAS
(Ferreira, 2011). Quando as para plantas cultivadas em AN,
características eram de nature- caracterizando precocidade na
za qualitativa (ambiente e es- produção sob os ambientes com
paçamento) utilizou-se a com- proteção (Figura  1a). Concor-
paração de médias pelo teste dando com esses resultados,
Tukey a 5% de probabilidade e para alface convencional (ciclo
Figura  1. Altura da planta (a), comprimento da maior folha (b), largura
para as características de natu- completo), Streck et al. (2007) da maior folha (c) e número de folhas por planta (d) de baby leaf de
reza quantitativa (época de evidenciaram precocidade na chicória cultivada sob ambiente natural (AN), agrotêxtil (AG) e túnel
colheita de planta), utilizou-se produção utilizando túnel baixo plástico (TP) em diferentes épocas de colheita.

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Ao longo do ciclo foi cons- Para fol hosas, o alonga- níveis infer iores aos reco- ideal deve estar entre 15 e
tatado que tanto a massa fres- mento (estiolamento) é inte- mendados para a maioria das 25ºC. Para o cultivo de baby
ca (Figura  2a) quanto o índice ressante até o limite em que plantas C3 após os 35 dias leaf de chicória foi constatado
de área foliar (Figura  2b) das não há prejuízo da qualidade da semeadura (Figura  3). que a temperatura média de
plantas cultivadas nos ambien- do produto comercial, princi- Segundo a FAO (1990), o lí- 19ºC, encontrada para as plan-
tes com proteção apresenta- palmente, em relação à desi- mite de radiação incidente tas protegidas sob AG e TP,
ram curvas de resposta supe- dratação rápida das folhas no abaixo do qual a maioria das foi satisfatória para o cresci-
riores àquelas cultivadas no período pós-colheita. A plan- plantas hortícolas não produz o mento das plantas. No entanto,
ambiente nat u ral (A N). ta apresenta esse tipo de res- mínimo de fotoassimilados ne- para o ambiente natural, a
Tendência similar ocor reu posta quando a radiação inci- cessários à sua manutenção temperatura média de 16ºC
para a massa seca das plantas dente no ambiente de cultivo (definido como límite trófico) é contribuiu para o crescimento
em AG e TP (Figura  2c) até apresenta valores abaixo do de 8,4MJ·m -2 /dia. Segundo mais lento das plantas
atingir o ponto de colheita recomendado para a cultura equação determinada por Hora (Figura  4a). Assim, a média de
considerado adequado para em questão. Quanto menor a (2006) para condições naturais, temperatura do ar obtida pelo
baby leaf (35 DAS). O fato de disponibilidade de radiação, a radiação PAR corresponde a ambiente protegido pode ser
que as curvas representadas maior a expansão celular me- 45% desse valor (3,8MJ·m -2 / tomada como a mais adequada
para MF e MS apresentaram d ia nte o acú mulo de ág u a dia). O túnel plástico (TP) e o para o cultivo de baby leaf de
comportamentos similares até (maior a massa fresca) como agrotêxtil (AG) apresentaram chicória.
os 35 DAS indica que os ma- recurso da planta para am- transmissividade média de 72 e A interação entre os fatores
teriais usados nos sistemas de pliar a área foliar para capta- 75%, respectivamente, ao longo ambiente de cultivo e espaça-
proteção das plantas não redu- ção de rad iação. Efet iva- do ciclo de cultivo, independen- mento de plantio não foi signi-
ziram a radiação fotossintetica- mente, os dados de radiação te de o dia estar ensolarado ou ficativa para as características
mente ativa (PAR) incidente a PAR incidente ao longo do nublado (Figura  3). Após os 35 avaliadas, exceto para massa
níveis prejudiciais ao desenvol- ciclo da cultura demonstra- DAS, a média da PAR diária fresca da planta. Não houve
vimento da cultura. Não há ram que houve redução na sob TP e AG foi de 3,1 e influência dos diferentes espa-
indicações da ocorrência de radiação PAR incidente sob 3,7MJ·m-2/dia, estando abaixo çamentos na produção de mas-
estiolamento como resposta os ambientes protegidos em dos valores mínimos propostos sa fresca para as plantas de
das plantas abaixos níveis de relação ao AN. No entanto, pela FAO (1990). No entanto, baby leaf de chicória cultivadas
PAR incidente, exceto aos 42 essa redução só chegou a os valores de radiação PAR a sob o ambiente túnel plástico
DAS, quando a massa seca das partir de 3,1MJ·m-2/dia, mesmo (TP) e em ambiente natural
plantas em AN se iguala aos abaixo dos valores recomenda- (AN) (Tabela  I). No entanto,
valores das plantas cultivadas dos pela FAO (1990), foram para o cultivo sob agrotêxtil
sob proteção (Figura  2c). suficientes para a obtenção de (AG), os espaçamentos E2
plantas de baby leaf de chicória (5×4cm) e E4 (10×5cm) resulta-
a com qualidade comercial em ram em plantas com massa
Figura  3. Radiação fotossintetica- ambiente protegido. fresca superior àquelas espaça-
mente ativa (PAR) incidente ao O menor crescimento das das em E1 (5×2cm) e E3
longo do ciclo de baby leaf de chi- plantas cultivadas em AN (10×2cm) (Tabela  II). O resulta-
cória cultivada em ambiente natural comparadas àquelas sob prote- do indica que, possivelmente, o
(AN) e sob túnel plástico (TP) e
Agrotêxtil (AG).
ção também está relacionado crescimento da planta sob AG
aos menores valores de tempe- é prejudicado quando o espaça-
raturas do ar (Figura  4a) e do mento entre plantas, dentro da
b a solo (Figura  4b) ao longo do linha de cultivo, é reduzido
ciclo de cultivo, o que contri- (2cm), como em E1 e E3.
bui para atividade metabólica Quando os espaçamentos entre
mais lenta da planta. plantas na linha estão entre 4 e
Para o cultivo convencional 5cm, as produções de massa
de chicória (ciclo completo) fresca se equivalem (Tabela  I).
Filgueira (2007) considera que Os menores valores de MF
a faixa de temperatura do ar para as plantas cultivadas em
c b
TABELA I
MASSA FRESCA (MF) DE BABY LEAF DE CHICÓRIA
(g/planta) CULTIVADA EM DIFERENTES AMBIENTES E
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO (cm)
Ambientes Espaçamentos de plantio (cm)
de cultivo 5×2 (E1) 5×4 (E2) 10×2 (E3) 10×5 (E4)
Túnel plástico 1,36 aA 1,51 aA 1,54 aA 1,60 aA
Agrotêxtil 1,27 aB 1,70 aA 1,25 abB 1,70 aA
Figura  2. Massa fresca (a), índice Ambiente natural 1,00 bA 1,02 bA 1,05 bA 1,00 bA
de área foliar (b) e massa seca Figura  4. Temperatura média do CV ambiente 12
(c)  de baby leaf de chicória culti- ar (a) e temperatura média do solo CV espaçamento  8
vada em ambiente natural (AN), (b) ao longo do ciclo de baby leaf
sob agrotêxtil (AG) e sob túnel de chicória para os tratamentos As médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas
plástico (TP) em diferentes épocas sob túnel plástico (TP), Agrotêxtil nas linhas não diferem significativamente entre si ao nível de 5% de
de colheita. (AG) e ambiente natural (AN). probabilidade pelo teste de Tukey. CV: coeficiente de variação (%).

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E1 e E3 no ambiente AG po- comprimento da maior folha e Para espaçamento de plantas a
dem estar relacionados com o largura da maior folha, inde- e épocas de colheita verificou-
sombreamento que ocorre pela pendentemente do espaçamento. -se interação significativa en-
sobreposição das folhas das Os valores de massa seca (MS) tre os fatores para MF, MS e
plantas em função da proximi- foram semelhantes entre os IAF (Figura  5). Para as demais
dade das mesmas. Esse resul- ambientes (Tabela  II), caracte- características, o efeito desses
tado foi evidenciado em AG, rizando que após a retirada da fatores sobre as plantas foi
possivelmente, devido ao peso água dos tecidos, as produções independente (Tabela  II).
do agrotêxtil sobre as plantas, de massa seca foram similares Como já comentado, em AN
tombando as folhas umas so- para os ambientes de cultivo. as plantas foram menores que
bre as outras, o que aumenta o O processo de alongamento nos ambientes protegidos, in-
sombreamento foliar. O resul- celular é uma resposta aos depende dos espaçamentos, o b
tado foi menor área disponível menores valores de radiação que aproxima os resultados
para captação da radiação fo- incidente sobre as plantas médios discutidos. Assim, a
tossintética e, consequentemen- (Kerbauy, 2004), seja pelo uso MF das plantas cultivadas em
te, menor produção de fotoas- do material de proteção E1 e E3 tendem a ter valores
similados usados no cresci- (Figura  4), seja pela sobreposi- menores que em E2 e E4
mento da planta. ção de folhas nos menores es- (Figura  5a) a par tir de 35
Na análise do efeito dos am- paçamentos entre plantas (E1 e DAS, época em que as plantas
bientes dentro de cada espaça- E3), conforme já discutido. já teriam atingido 10cm de
mento, as plantas cultivadas em Mesmo havendo estiolamento altura média. Comportamento
AN apresentaram menores va- nos menores espaçamentos semelhante foi verificado para
lores de MF que aquelas culti- entre plantas (E1 e E3) e nos massa seca (MS) das plantas b
vadas nos ambientes protegidos ambientes AG e TP, foi obser- (Figura  5b).
(TP e AG), exceto para o E3 vado que as plantas apresenta- Os resultados de IAF
onde a MF das plantas sob AG ram-se firmes, túrgidas e com (Figura  5c) demonstraram que
não diferiu daquelas produzidas a coloração característica da as plantas cultivadas no menor
em AN (Tabela  I). Os resulta- espécie no período pós-colhei- espaçamento (E1) apresentaram
dos estão relacionados ao maior ta. Desta forma, verificou-se maior expansão da área foliar
acúmulo de água nos tecidos que não houve perda de quali- em relação às menos adensadas
das plantas protegidas. O pro- dade quando aplicados os me- (E4), sem que isso tenha inter-
cesso resulta no maior alonga- nores espaçamentos de plantio, ferido na produção e acúmulo
mento das células, favorecendo bem como para os cultivos nos de massa com a mesma inten-
maiores valores de índice de diferentes ambientes de produ- sidade verificada para a expan- Figura  5. Massa fresca (a), Massa
área foliar, altura de plantas, ção avaliados. são foliar. seca (b) e índice de área (c) de
O maior IAF das baby leaf de chicória cultivada no
plantas cultivadas espaçamento 5x2 cm (E1), 5x4 cm
TABELA II (E2), 10x2 cm (E3) e 10x5 cm (E4)
MASSA SECA (MS), ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR (IAF), em espaçamentos
mais adensados (E1) em diferentes épocas de colheita.
ALTURA DA PLANTA (AP), NÚMERO DE FOLHAS POR PLANTA
(NF), COMPRIMENTO (CMF) E LARGURA (LMF) DA MAIOR é representado tam-
FOLHA POR PLANTA DE BABY LEAF DE CHICÓRIA CULTIVADA bém pelo maior altura de plantas). Houve influ-
EM DIFERENTES AMBIENTES, ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO comprimento das fo- ência dos diferentes espaçamen-
(cm) E ÉPOCAS DE COLHEITA lhas (CMF) em rela- tos de cultivo na produtividade
ção àquelas menos de plantas de baby leaf de chi-
MS AP CMF LMF adensadas (Tabela cória cultivadas nos ambientes
Ambientes de cultivo IAF NF
(g pl )
-1
(cm) (cm) (cm) II). A largura das avaliados (Tabela  III).
Túnel plástico 0,12a 1,9a 7,5a 2,7a 5,8a 2,7a folhas (LMF) não O espaçamento E1 (5×2cm)
Agrotêxtil 0,13a 1,7a 7,6a 2,6ab 5,8a 2,7a sofreu variação em resultou em produtividade de
Natural 0,11a 1,2b 5,3b 2,5b 4,0b 2,1b
função do espaça- plantas superior àquelas encon-
CV 3 13 7 7 8 6 mento entre plantas tradas nos demais espaçamen-
Espaçamentos (cm) (Tabela  II). tos, independente do ambiente
2×5 (E1) 0,10b 2,7a 7,0a 2,5b 5,4a 2,5a Na análise de pro- de cultivo (Tabela  III). Da
4×5 (E2) 0,12a 1,6b 6,9a 2,7a 5,2ab 2,6a dutividade (P) foram mesma maneira, os espaça-
2×10 (E3) 0,11ab 1,4b 6,9a 2,5b 5,3a 2,5a considerados os da- mentos intermediários (E2 e
5×10 (E4) 0,13a 0,7c 6,5a 2,6ab 4,9b 2,6a dos de plantas colhi- E3) resultaram em maiores
CV 3 10 6 5 6 4 das aos 35 DAS para produtividades do que o culti-
Épocas de colheita (DAS) os ambientes com vo em espaçamento com plan-
14 1,5e 0,0e 0,0e 0,0e proteção (AG e TP) tas menos adensadas (E4). Tal
21 3,1d 1,6d 2,1d 1,3d e aos 42 DAS para o fato revela que à medida que o
28 4,7c 2,4c 3,5c 1,9c ambiente sem prote- espaçamento diminui e a den-
35 9,8b 3,8b 7,9b 3,9b ção (AN), sendo as sidade populacional aumenta,
42 14,9a 5,0a 12,3a 5,6a épocas em que as dentro de determinados lími-
CV 5 4 5 5 plantas já atingiam o tes, há tendência em se elevar
As médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre ponto adequado de a produção total por área,
si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey. CV: coeficiente de variação colheita e comercia- mesmo com valores inferiores
(%); DAS: dias após a semeadura. lização (10cm para de MF por planta (Figura  5a).

838 DECEMBER 2015, VOL. 40 Nº 12


TABELA III proporcionou maior produtivi- FAO (1990) Protected Cultivation in
PRODUTIVIDADE DE BABY LEAF DE CHICÓRIA (g·m-2) dade de chicória baby leaf em the Mediterranean Climate.
Plant Production and Protection
CULTIVADA EM DIFERENTES AMBIENTES E relação aos demais espaça- Paper Nº  90). U N Food and
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO mentos de cultivo. Agricult ure Organization.
Espaçamento de plantio (cm) Com o uso do túnel plástico Roma, Italia. 313 pp.
Ambiente de cultivo e do agrotêxtil sobre as plan- Felt rin AL, Cecílio Filho A B,
5×2 (E1) 5×4 (E2) 10×2 (E3) 10×5 (E4)
tas é possível obter baby leaf Rezende BLA, Barbosa JC
Túnel Plástico 1762bA 1024bB 953bB 354bC de chicória com plantas mais (2006) Produção de chicória em
Agrotêxtil 1665bA 1285bB 789bC 437bD função do período de cobertura
Ambiente Natural 3505aA 1870aB 1977aB 763aC tenras e com precocidade na
com tecido de polipropileno.
produção em até seis dias em Hort. Bras. 24: 249-254.
CV ambiente 12 relação ao ambiente natural.
CV espaçamento  7 Filgueira FAR (2007) Novo Manual
A combinação entre o am- de Olericultura: Agrotecnologia
As médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas biente natural e o espaçamento Moderna na Produção de
nas linhas não diferem significativamente entre si ao nível de 5% de mais adensado (5×2cm) pro- Hortaliças. 3ª ed. Universidade
probabilidade pelo Teste de Tukey. CV: coeficiente de variação (%). porcionou maior produtividade Federal de Viçosa, Brasil.
421  pp.
em relação às outras combina-
ções quando as plantas de Ferreira DF (2011) Sisvar: a compu-
Para o ambiente de cultivo Desta forma, a produção de ter statistical analysis system.
AG, comparando os espaça- baby leaf de chicória apresen- baby leaf de chicória atingi- Ciênc. Agrotec. 35: 1039-1042.
mentos E2 e E3, verificou-se ta melhores respostas produti- ram o ponto inicial de colheita Hora RC (2006) Avaliação da
maior produtividade para as vas quando o cultivo é reali- (altura de planta de ~10cm). Cultura do Pepineiro Japonês
plantas cultivadas em E2, mes- zado pela combinação entre o O uso do cultivo protegido Enxertado e Não Enxertado,
mo que ambos os espaçamen- cultivo em ambiente natural (agrotêxtil e túnel baixo) e o Cultivado em Diferentes
tos apresentassem igual quan- (A N) e o espaçamento E1 espaçamento E1 (5×2cm) são Ambientes. Tese. Universidade
Estadual Paulista. Brasil. 68  pp.
tidade de plantas por unidade (2×5), que cor responde em adequados para o cultivo e co-
mercialização de planta inteira Kerbauy GB (2004) Fisiologia
de área (500 plantas/m 2). Esse maior produtividade em rela- Vegetal. Guanabara Koogan.
resultado é esperado, uma vez ção às demais. Os valores (venda da unidade) de baby Rio de Janeiro, Brasil. 472  pp.
as plantas no espaçamento E2 correspondem em incremento leaf de chicória em lugar da Mar tinez-Sánchez A, Luna MC,
obtiveram massa fresca supe- de 77% em relação à segunda venda por peso do produto (fo- Selma MV, Tudela JA, Abad J,
rior ao E3 dentro do ambiente combinação mais produtiva lhas separadas e ensacadas). Gil JM (2012) Baby-leaf and
AG (Tabela  I). (AN e E3). Essa diferença de Temperatura média do ar em multi-leaf of green and red
Na análise do efeito dos produtividade irá representar torno de 19ºC e valores de ra- lettuces are suitable raw mate-
rials for the fresh-cut 195 in-
a mbie nt e s de nt ro de ca d a em maior lucratividade para o diação PAR acima de 3,1MJ·m-2/ dustry. Postharv. Biol. Technol.
espaçamento, as plantas cul- produtor de baby leaf, se o dia favorecem a produção de 63: 1-10.
tivadas em AN apresentaram produto for vendido por peso baby leaf de chicória. Oliveira F, Baqueiro LHR, Rocha
m a ior pro dut iv id a de que (folhas soltas). Nos supermer- MAV, Tivelli SW, Purquerio
aquelas cultivadas nos am- cados e varejões de hortifrútis AGRADECIMENTOS LFV (2009) Produção de baby
bientes protegidos (TP e AG) paulistas o consumidor paga leaf de alface embandejas com
Os autores agradecem à diferentes volumes de células.
para todos os espaçamentos R$ 5,00 (equivalente a U$ Hort. Bras. 27: S3111-S3115 (CD
de plantio (Tabela  III). Os 1,30) por caixetas com 120g Fundação Araucária pela con- ROM).
resultados estão relacionados do mix de folhas de alface, cessão da bolsa de mestrado Otto RF, Ohse S, Torres AL (2011)
com o maior valor de M F agrião, beterraba, couve mi- ao primeiro autor. Produção de “baby leaf” de al-
das plantas em ambiente na- zuna e mostarda wakami. Já face em sistema “floating” sob
tural, quando as plantas atin- os saquinhos contendo 120g REFERÊNCIAS diferentes ambientes de cultivo.
giram o ponto de colheita, de folhas baby de r úcula, Hort. Bras. 29: S165-S171 (CD
Baqueiro LHR, Oliveira F, Rocha ROM).
cujo critério foi a caracterís- agrião ou alface são vendidos
MAV, Tivelli SW, Purquerio Purquerio LFV, Melo PCT (2011)
tica altura de planta. por cerca de R$ 3,00 (equiva- Hortaliças pequenas e saboro-
LFV (2009) Produção de baby
Foram estimados, respecti- lente a U$ 0,77) a unidade leaf debeterraba embandejas sas. Hort. Bras. 29: 1
vamente para AG e TP, valo- (Purquerio e Melo, 2015). com diferentes volumes de Purquerio LFV, Melo PCT (2015)
res de 1,85 e 2,0g/planta aos Por outro lado, se as plan- células. Hort. Bras. 27: Mini hortaliças alto valor agre-
35 DAS ( Fig u ra  2a) e de tas forem comercializadas por S2293-S2297 (CD ROM). gado. Rev. Campo Negóc
3,2g/planta para AN, aos 41 unidade (planta completa) e Beckmann MZ, Duarte GRB, Paula Hortifruti. (01/2015). pp. 36-38.
DAS, ainda que apresentas- não por peso do produto (fo- VA de, Mendez MEG, Piel Sá GD de, Reghin MY (2008)
sem valores aproximados de lhas soltas), o uso do cultivo RMN (2006) Radiação solar em Desempenho de duas cultivares
ambiente protegido cultivado de chicória em três ambientes
altura das plantas. Isso carac- protegido (AG e TP) junta- com tomateiro nas estações de cultivo. Ciênc. Agrotec. 32:
teriza que, as plantas cultiva- mente com o espaçamento E1 verão-outono no Rio Grande do 378-384.
das sem um sistema de prote- se tor na mais interessante. Sul. Ciênc. Rural 36: 86-92. Streck L, Schneider FM, Buriol GA,
ção demora m mais tempo Observou-se que o produto foi Carneiro OL, Purquerio LFV, Tivelli Luzza J, Sandri M A (2007)
para atingirem a altura refe- colhido mais limpo, mais ten- SW, Sanches J, Cia P (2008) É Sistema de produção de alface
rencial de colheita, mas acu- ro e apresentou precocidade possível produzir baby leaf em ambiente parcialmente mo-
mulam maior massa que as de produção em relação ao de rúcula embandejas com dife- dif icado por t úneisbaixos.
rentes volumes de células? Hort. Ciênc. Rural 37: 667-675.
plantas protegidas e colhidas ambiente natural. Bras. 26: S6295-S6300 (CD
mais precocemente. Sob pro- Thimijan RW, Heins R D (1983)
ROM). Photometric, radiometric, and
teção, em razão dos menores Conclusões EMBRAPA (1999) Sistema Brasileiro quantum light units of measure:
valores de radiação incidente, de Classificação de Solos. Centro a review of procedures for in-
as pla nt as t ivera m maior O espaçamento de cultivo Nacional de Pesquisa de Solos. terconversion. HortScience 18:
alongamento dos tecidos. mais adensado (5×2cm) Embrapa. Brasília, Brasil. 412 pp. 818-822.

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