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Análise I

Folha 1 de exercícios
csaba@mat.ufmg.br

1. Demonstre as seguintes propriedades para todo natural a, b, e c:


(1) a + 0 = a;
(2) a + S(b) = S(a + b);
(3) a + b = b + a (comutativa);
(4) a + (b + c) = (a + b) + c (associativa);
(5) se a + b = a + c, então b = c; se a + b = c + b, então a = c (cancelativa);
(6) se a é positivo, então a + b é positivo;
(7) se a + b = 0, então a = b = 0;
(8) se a é positivo, então existe precisamente um natural b tal que a = S(b).

2. Demonstre as seguintes propriedades da ordem para números naturais a, b, e c:


(1) a ≤ a (reexiva);
(2) se a ≤ b e b ≤ c, então a ≤ c (transitiva);
(3) se a ≤ b e b ≤ a, então a = b;
(4) se a ≤ b, então a + c ≤ b + c;
(5) a < b se e somente se S(a) ≤ b;
(6) a < b se e somente se existe um natural positivo c tal que a + c = b;
(7) Precisamente um dos seguintes está válido: a < b, a = b, ou a > b (tricotonomia).

3. O princípio forte da indução arma o seguinte: Seja m0 um número natural e seja P (m) uma
propriedade que pode ser interpretada para números naturais. Assumamos que para todo m ≥ m0 nós
temos a seguinte implicação: se P (m0 ) está válodo para todo natural m0 tal que m0 ≤ m0 < m, então
P (m) está válodo. Então podemos concluir que P (m) está válido para todo natural m.
Demonstre o princípio forte da indução.
4. Demonstre as seguintes propriedades da multiplicação para todo natural a, b, e c.
(1) 1 · a = a;
(2) ab = ba (comutativa);
(3) ab = 0 se e somente se a = 0 ou b = 0; (não tem divisores de zero)
(4) ab é positivo se e somente se a e b são positivos;
(5) a(b + c) = ab + ac e (a + b)c = ac + bc; (distributiva)
(6) (ab)c = a(bc) (associativa);
(7) se a < b e c é positivo, então ac < bc;
(8) se ac = bc e c é positivo, então a = b; se ab = ac e a é positivo, então b = c (cancelativa).

5. Demonstre o teorema de divisão: se a e b são naturais com b positivo, então existem unicamente q e
r naturais tais que a = bq + r e 0 ≤ r < b.

6. Assuma que A, B , e C são subconjuntos de um conjunto X . Demonstre as seguintes propriedades das


operações de união, interseção, diferença entre conjuntos.
(1) A ∪ B = B ∪ A e A ∩ B = B ∩ A;
1
2

(2) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) e (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C);
(3) A ∪ ∅ = A e A ∩ ∅ = ∅;
(4) A ∪ X = X e A ∩ X = A;
(5) A ∩ A = A ∪ A = A;
(6) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) e A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C);
(7) A ∪ (X \ A) = X e A ∩ (X \ A) = ∅;
(8) X \ (A ∪ B) = (X \ A) ∩ (X \ B) e X \ (A ∩ B) = (X \ A) ∪ (X \ B) (as leis de de Morgan).

7. Verique as seguintes armações para conjuntos A e B .


(1) As seguintes são equivalentes:
(a) A ⊆ B ;
(b) A ∩ B = A;
(c) A ∪ B = B .
(2) A ∩ B ⊆ A e A ∩ B ⊆ B ;
(3) [C ⊆ A e C ⊆ B ] se e somente se C ⊆ A ∩ B ;
(4) A ⊆ A ∪ B e B ⊆ A ∪ B ;
(5) [A ⊆ C e B ⊆ C ] se e somente se A ∪ B ⊆ C .
(6) A ∩ (A ∪ B) = A ∪ (A ∩ B) = A.

8. Dena o par ordenado (a, b) como (a, b) := {{a}, {a, b}}. Demonstre que (a, b) = (c, d) se e somente
se a = c e b = d.
9. Sejam f : A → B e g : B → C funções.
(1) Se g ◦ f : A → C é injetiva então f também é injetiva. Demonstre por exibir um contra-exemplo
que g não tem de ser injetiva.
(2) Se g ◦ f : A → C é sobrejetiva então g é sobrejetiva. Demonstre por exibir um contra-exemplo
que f não tem de ser sobrejetiva.

10. Seja f : A → B . Demonstre que f é injetiva se e somente se existe uma função g : B → A tal que
g ◦ f = idA .

11. Seja f : A → B . Demonstre que f é sobrejetiva se e somente se existe uma função g : B → A tal que
f ◦ g = idB .

12. Seja f : X → Y uma função e sejam Xi ⊆ X e Yj ⊆ Y subconjuntos. Verique as seguintes


armações:
(1) f (Ti Xi ) = Ti f (Xi );
S S
(2) f ( iSXi ) ⊆ S i f (Xi );
(3) f −1 (Ti Yi ) = Ti f (Yi );
(4) f −1 ( i Yi ) = i f (Yi ).
Demonstre por exibir um contra-exemplo, que podemos ter inclusão própria em (2).
13. Demonstre que |A × B| = |B × A| para todo conjunto A e B .
14. Seja A = {1, 2, 3, 4}. Decide quais das seguintes relações em A × A são relações de equivalência.
(1) {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (1, 2), (2, 1), (3, 4), (4, 3)};
(2) {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 3), (2, 4), (3, 4)};
3

(3) {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (1, 2), (3, 4)};
(4) {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (1, 2), (2, 3), (3, 4)}.

15. Considere as seguintes relações em A × A. Decide quais delas são relações reexivas, simétricas, ou
transitivas.
(1) A = Z, aRb se e só se a | b;
(2) A = N, aRb se e só se a | b;
(3) A = Z, aRb se e só se a | b e b | a;
(4) A = Z × (Z \ {0}), (a, b)R(c, d) se e só se ad = bc;
(5) A = R2 \ {0̄}, uRv se e só se v = αu com algum α ∈ Q;
(6) A = R2 \ {0̄}, uRv se e só se v = αu com algum α ∈ Z;
(7) A = Z, aRb se e só se 4 | a − b.

16. Considere as relações dos Exercícios 4 e 5 que são relações de equivalência.


(1) Escolhe dois elementos distintos no domínio, e determine as classes de equivalência desses ele-
mentos.
(2) Determine o número das classes de equivalência.
(3) Se o número das classes de equivalência for nito, determine todas as classes de equivalência.

17. Seja A um conjunto e sejam R, Q ⊆ A × A relações. Mostre os seguintes.


(1) Se R e Q são relações de equivalência, então R ∩ Q também é.
(2) Se R e Q são relações de equivalência, então pode ser que R ∪ Q não é.

18. Seja R ⊆ A × A uma relação reexiva e transitiva. Dene Q ⊆ A × A, com a regra que aQb se e
somente se aRb e bRa. Moste que Q é uma relação de equivalência.

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