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Preparo Pré-Operatório do Paciente e Paramentação
Procedimento
1. Realizar higienização simples das mãos e calçar luvas de procedimento.
2. Utilizar uma escova contendo PVPI Degermante ou Clorexidina (Figuras 2.1).
3. Para uma cirurgia com incisão xifoumbilical, realizar movimentos circulares e aleatórios,
com a parte esponjosa, desde a fúrcula esternal até a metade superior das coxas, incluindo a
região genital, tentando liberar a maior quantidade possível do degermante. Posteriormente,
utilizar o lado das cerdas, escovar a mesma região, poupando-se a região genital (Figuras 2.2
e 2.3).
Figura 2.2 – Espalha-se o degermante com a parte Figura 2.3 – A escovação deve ser feita com as
esponjosa desde a fúrcula esternal até a metade cerdas no mesmo local por onde foi passada a
superior das coxas, incluindo região genital. esponja, poupando-se a região genital.
4. Retirar excesso do degermante com compressas estéreis secas, após dobrá-las em forma de
“sanfona” (Fig. 2.4 - A), segurando-as em suas pontas e através de movimentos únicos, de
mesmo sentido e sem retorno à área anterior, desde o início da região degermada até o seu
fim, com posterior descarte após seu uso. Caso parte do degermante ainda permaneça, utilizar
nova compressa para sua retirada. Para uma cirurgia xifoumbilical, deverão ser utilizadas, ao
menos, quatro compressas: uma para a região mediana (Fig. 2.4 - B), desde a fúrcula esternal
até a sínfise púbica; duas outras para as regiões laterais (Fig. 2.4 - C e D) seguindo no mesmo
sentido e terminando na metade superior da coxa; e, por fim, outra compressa estéril para a
região da genitália.
A B
C D
A B
C D E
Figuras 2.5 – A – Avental cirúrgico. B – Forma de pegar o avental, pela sua aba rebatida. C – Pegar o avental em bloco.
D – Afastar-se de superfícies contaminantes e desdobrar o avental. E – Introduzir as mãos nas mangas e vesti-lo.
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A B
Figuras 2.6 A e B – A
amarração do avental é
realizada pelo auxiliar de sala
(circulante). Ao final,
apresentam-se os cintos para
amarração.
Observações
O OPA é um tipo de avental cirúrgico que apresenta uma aba traseira, que permite o
fechamento das costas do profissional que o utiliza, no intuito de minimizar possíveis contaminações
em cirurgias de grande porte (Figura 2.7).
A retirada do avental deve ser feita puxando-se pela região interna da gola ou dos ombros,
não tocando a parte externa com as mãos já descalças, após a retirada das luvas.
A B C
D E
Figuras 2.7 – A amarração da aba traseira do OPA só pode ser realizada após o calçamento das luvas estéreis. Deve-se
desfazer o nó prévio (A), entregando uma alça a outro membro da equipe (B), dando-se uma volta em torno de si mesmo
para o lado oposto (C) e pegando a alça novamente (D). A amarração é realizada e o nó fica voltado para a lateral do
avental.
A B C
D E F
G H I
1. Abrir o estojo sem tocar as luvas e verificar se estão corretamente posicionadas, ou seja, se
não estão trocadas de posição (Figura 2.8 - A e B).
2. Ao vestir o avental não deixar as mãos expostas, fazendo com que toda manipulação da luva
seja através do avental (Figura 1).
3. Com o movimento de pinça (através do avental – figura 2 e 3), pegue com cada mão uma
superfície da luva.
a. OBS.: o posicionamento da luva para realizar este passo deve ser: polegar da luva
para baixo e dedos das luvas apontando para si. Deixando a abertura da luva na
mesma direção da manga do avental.
4. Ao pinçar com a mão oposta a parte de cima da luva (figura 4), passe a luva por cima da
abertura do avental, envolvendo toda a manga (figura 5).
5. Após isso, é só puxar o avental para expor a mão dentro da luva (figura 6, 7, 8 e 9,
respectivamente). Lembrando que toda a manipulação é feita com a mão oposta dento do
avental.
6. Para colocação da segunda luva, posiciona-se a luva da mesma forma da outra (polegar para
baixo e demais dedos apontando para si) realiza-se o pinçamento da parte superior da luva -
mão enluvada pode manipular tranquilamente, enquanto que a outra permanece por dentro do
avental (figura 10 e 11).
7. A parte superior da luva envolve a abertura do avental (figura 12).
8. Depois só ajeitar para expor a segunda mão e posicionar corretamente os dedos (figura 13, 14
e 15).
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Figuras 2.9 – A a E
Retirada de luvas.
Observação
As luvas deverão ser trocadas:
1. A cada 6 horas de uso;
2. Em caso de contaminação: colocar novas luvas estéreis por cima das contaminadas.
3. Em caso de rompimento: realizar lavagem cirúrgica por 2 – 3 minutos e calçar novas luvas.
5. Contornar então o paciente pelos pés e realizar mesmo procedimento do outro lado.
6. Caso haja alguma “ilha”, o cirurgião deverá utilizar a 4ª gaze, passando um pouco antes,
imediatamente em cima e um pouco depois da ilha, descartando-a em seguida.
7. Após o término do procedimento, a pinça utilizada estará contaminada e NÃO poderá ser
devolvida à mesa instrumental. Deve-se colocá-la sobre a mesa de antissepsia.
A B
C D
Figura 2.10 – (A) Montagem das gazes entre os dedos da mão não dominante. (B) 1ª gaze sendo passada desde a fúrcula até o
púbis. (C) e (D) 2ª e 3ª gazes sendo passadas de medial para lateral, a partir do centro já pintado.
Observação
É importante que se tenha cuidado, no momento da pintura, para não contaminar as próprias
luvas, encostando acidentalmente a pinça já contaminada nas mãos, ao pegar uma nova gaze. Deve-
se atentar também para não encostar o avental estéril na mesa do paciente durante o procedimento.
Passo-a-passo
1. Colocar o campo duplo ou emborrachado sobre a mesa instrumental. Este geralmente é o
primeiro campo do LAP cirúrgico e deverá ser colocado segundo a técnica de duas mãos, ou
seja, por uma pessoa (Figura 2.11).
2. Segue-se com a colocação do campo da região podálica (inferior), por ser a região mais
contaminada, através da técnica de quatro mãos (duas pessoas) (Figura 2.12).
3. Colocar então o campo cefálico (superior), também pela técnica de quatro mãos, passando-o
por cima do campo podálico e sem tocar o paciente até adequada disposição (Figura 2.13).
4. O anestesiologista deve então fixar as duas extremidades superiores do campo cefálico nos
suportes localizados de cada lado do paciente, utilizando pinças de fixação específicas,
geralmente presentes no kit de anestesia (simuladas na Monitoria com a Backhaus). Prende-
se o campo ao redor do suporte e coloca-se a argola da pinça em um dos ganchos do suporte.
5. Colocar os campos laterais através da técnica de duas mãos (uma pessoa) em região
ipsilateral ao lado em que o profissional se encontra (Figura 2.14).
6. Atentar-se para que, durante a colocação dos campos, as margens que estão voltadas para a
região operatória fiquem rebatidas, permitindo a mudança de tamanho do campo, caso o
cirurgião queira aumentar ou diminuir a área delimitada.
7. Realizar a fixação dos campos.
Figura 2.11 – Colocação do campo na mesa instrumental Figura 2.12 – Colocação do campo podálico
Figura 2.13 – Colocação do campo cefálico Figura 2.14 – Colocação de campo lateral
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Observações
Os campos emborrachados agem como isolantes de disseminação de líquidos que,
porventura, possam cair sobre a mesa instrumental, facilitando a sua contaminação a partir da
superfície da mesa. Impedem também a perfuração por agulha ou instrumentos perfurocortantes, com
consequente contaminação deste material.
Para aumentar o sítio cirúrgico, deve-se puxar o campo em bloco. Para diminuir o sítio
cirúrgico, desliza-se a aba de cima, que se encontra rebatida, para frente.
Figura 2.15 – Pinçamento da interseção entre os campos Figura 2.16 – Fixação com Backhaus
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Observação
A circulação dos membros da equipe cirúrgica deve ser realizada sempre pelos pés do
paciente, pois a região cefálica estará ocupada pelo carro de anestesia.
Referências
1. Técnica Cirúrgica. Bases anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia (Goffi)
2. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental (H.P. Magalhães)
3. Noções Básicas das Técnicas Operatórias (Parra & Saad)