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Londrina
16 de fevereiro de 2017
Centro de Tecnologia e Urbanismo
Departamento de Engenharia Elétrica
Londrina
16 de fevereiro de 2017
Ficha Catalográfica
Banca examinadora:
Londrina
16 de fevereiro de 2017
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus por me prover saúde, sabedoria e determinação para
que eu pudesse superar todas as dificuldades enfrentadas durante a graduação.
Agradeço ao apoio incansável e fundamental recebido de minha família, pela educação
e conforto que me proporcionaram e pelo incentivo e conselhos recebidos de minhas irmãs ao
longo destes anos.
Um agradecimento especial à minha namorada, Maristela, que com muita paciência,
conselhos e carinho esteve sempre presente me apoiando e incentivando a olhar para frente
para que eu soubesse buscar o melhor para minha formação e soube me confortar em vários
momentos de angústia.
Agradeço ao Professor e Mestre Osni Vicente por aceitar em me acompanhar no de-
senvolvimento deste trabalho, me motivando e incentivando durante este processo, além do
conhecimento transmitido e pela paciência durante o decorrer do mesmo.
Agradeço também aos funcionários e servidores da Universidade Estadual de Londrina;
servidores da carpintaria do campus, secretárias e zeladores prediais, pela disponibilidade em
me atenderem quando eu precisei e pelas experiências trocadas. Em especial ao Engenheiro Ele-
tricista Marcelo Rodrigues, Chefe da Divisão de Controle de Energia Elétrica da prefeitura do
campus universitário, pela solicitude e disponibilidade ao me acompanhar em diversas vistorias
prediais no campus e pelos esclarecimentos técnicos fornecidos para este trabalho.
Por fim, agradeço aos meus amigos; àqueles que me acompanham desde antes de iniciar
tal curso e, que com muita paciência e várias horas de conversas e descontração, me fizeram
persistir e chegar onde cheguei: Renan, Jonathan, Lucas, Bruno, Carlos André, Hércules e Isa-
dora. E também aos colegas de curso pelos momentos divertidos proporcionados fora da sala
de aula e pelas várias horas de estudo compartilhadas além das manhãs e tardes. Em especial a:
Rhelmuthe, Marco Aurélio, Luiz Felipe, Vanessa, Felipe Murakami, Suzana e Jessica. À estes,
meus sinceros agradecimentos por estarem diariamente presentes nestes anos.
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo
o impossível".
(São Francisco de Assis)
Wuallyson Wuilton Bortolato. 16 de fevereiro de 2017. 73 p. Trabalho de Conclusão de Curso
em - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
Resumo
Este trabalho é fundamentado na atual norma nacional de proteção contra descargas atmosfé-
ricas (ABNT NBR 5419:2015), realizando um estudo sobre as mudanças que ocorreram desde
sua última publicação, em 2005, e uma abordagem prática em campo na Universidade Estadual
de Londrina, verificando se as estruturas possuem um sistema de proteção adequado contra
descargas atmosféricas (SPDA) e suas características. Dentre as mudanças, a que mais causa
impactos na análise e determinação de proteções nos projetos de SPDA é a determinação dos
riscos de um evento perigoso que pode causar perdas de vida humana, estrutural e econômicas,
onde novos parâmetros são considerados para a composição de tais valores. Do ponto de vista
da atual referência normativa, muitas estruturas carecem de um SPDA que garanta a devida pro-
teção, onde os riscos de perdas sejam inferiores ao tolerável. A fim de abordar e realizar uma
análise prática e menos dispendiosa do cálculo destes parâmetros, foi elaborada uma planilha
experimental em Excel, permitindo, ao usuário desta ferramenta, realizar tal análise e verificar
se a estrutura está efetivamente protegida contra os danos de uma possível descarga atmosférica
e se os riscos de perdas estarão minimizados.
Abstract
This work is based on the current national norm for protection against atmospheric discharges
(ABNT NBR 5419:2015), in which studies about last publication’s changes are done, in 2005,
and one field practice approach on Londrina State University, checking if the structures has a
lightning protection system (LPS) and it’s characteristics. Among the changes, the most im-
pacting on the analysis and LPS project determination is the danger of human lives, structural
and economical losses events risk determination, where new parameters are considered for the
composition of those values. By the current normative reference point of view, many structures
lack of LPS which guarantees proper protection, where the losses risk are lower than tolerable.
In order to approach and accomplish a practical and less expensive analysis of these parameters
calculations, was elaborated an experimental Excel spreadsheet, allowing, this tool user, to ac-
complish that analysis and verify if the structure is effectively protected against the damages of
a possible atmospheric discharge and if the losses risk are minimized.
Figura 1 – Campo induzido entre nuvem e solo pelo carregamento da base da nuvem 5
Figura 2 – Processo de conexão dos canais ascendente e descendente . . . . . . . . 6
Figura 3 – Parâmetros de um impulso de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 4 – Onda eletromagnética irradiada pela corrente de retorno . . . . . . . . 9
Figura 5 – Sistema de aterramento integrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 6 – Conexões entre as partes da ABNT NBR 5419 . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 7 – Ângulo de proteção correspondente à classe de SPDA . . . . . . . . . . 17
Figura 8 – Exemplo de aplicação do método do ângulo de proteção . . . . . . . . . 35
Figura 9 – Exemplo de aplicação do método da malha de proteção . . . . . . . . . 36
Figura 10 – Exemplo de aplicação conforme o método da esfera rolante . . . . . . . 37
Figura 11 – Estação rádio base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 12 – Mapa do Campus da Universidade Estadual de Londrina . . . . . . . . 42
Figura 13 – Estruturas analisadas do CECA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 14 – Captor Franklin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 15 – Conector de pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 16 – Detalhe captor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 17 – Detalhe conexões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 18 – Condutores de descida (detalhe isoladores) . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 19 – Detalhe captor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 20 – Eletrodos de aterramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 21 – Estruturas analisadas do CCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 22 – Eletrodo de aterrmanto - Laboratório de Tecnologia - CCA . . . . . . . 51
Figura 23 – Condutor de descida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 24 – Captores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 25 – Eletrodo de aterramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 26 – Dano à estrutura devido a uma descarga atmosférica . . . . . . . . . . . 54
Figura 27 – Estrutura I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 28 – Avaliação Final dos Riscos: Componentes de Risco - Estrutura I . . . . 60
Figura 29 – Estrutura II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 30 – Avaliação Final dos Riscos: Componentes de Risco - Estrutura II . . . . 63
Lista de tabelas
CE Comissão de Estudos;
HV Hospital Veterinário;
𝐿𝐴 perda relacionada aos ferimentos a seres vivos por choque elétrico (descar-
gas atmosféricas à estrutura);
𝐿𝐵 perda em uma estrutura relacionada a danos físicos (descargas atmosféricas
à estrutura);
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Estruturação do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Formação dos Raios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.1 Descargas diretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3.2 Descargas indiretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3.3 Tensões Induzidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.4 Interferência Eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Descargas atmosféricas em torres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 NBR5419:2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1 Definição das partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.2 Principais Mudanças em relação à norma ABNT NBR 5419:2005 . . . . 13
3.3 Os benefícios e impactos da atual norma argumentados por alguns pro-
fissionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.1 CECA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.1.1 Dados Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2 CCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.2.1 Dados Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6.1 Proteção Contra Descargas Atmosféricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6.2 Estudos de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
6.2.1 Principais Problemas e Danos Constatados nas Estruturas Analisadas
da UEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
6.2.2 Elaboração de Planilha para Cálculo dos Parâmetros . . . . . . . . . . . 58
6.2.3 Uso da Planilha em Casos Distintos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
7 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
7.1 Conclusão Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
APÊNDICE B – PLANILHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
ANEXO A – FLUXOGRAMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A.1 Procedimento para decisão da necessidade da proteção e para selecionar
as medidas de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A.2 Procedimento para avaliação da eficiência do custo das medidas de pro-
teção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
1
1 Introdução
De acordo com dados do ELAT (INPE, 2016), o Brasil é o país com maior incidência
de raios no mundo com ocorrência anual de cerca de 57 milhões de eventos. Tal fato é justifi-
cado devido a sua geografia: maior país com zona tropical do planeta e por isso mais favorá-
vel à formação de tempestades. As consequências das descargas atmosféricas são severamente
destrutivas e pode causar incêndios, destruição parcial ou total de estruturas, interrupção do
fornecimento de energia e podendo causar danos aos sistemas de comunicação e ferir pessoas,
levando-as até mesmo ao óbito.
Estruturas com altura igual ou superior a 60 metros, como é o caso de torres de trans-
missão (por exemplo, estações de rádio), são consideradas alvos preferenciais na incidência de
raios. Estatisticamente, o número de descargas atmosféricas no topo ou nas laterais destas edi-
ficações são superiores às estruturas menores, necessitam de uma análise e projeto de SPDA
mais cuidadoso pois, dentre outros aspectos, possuirão uma área de exposição abrangente, na
qual outras estruturas estarão contidas nesta região (DIAS; SILVEIRA; VISACRO, 2010).
Como forma de mitigar os danos provocados pelos raios, no Brasil podem ser citadas as
normas técnicas NBR 5410:2004 e NBR 5419:2015, que tratam sobre instalações elétricas de
baixa tensão e proteção contra descargas atmosféricas, respectivamente. A última, objeto deste
trabalho, estabelece diversos critérios para o desenvolvimento de um projeto de SPDA e faz a
exigência de novos parâmetros que devem ser considerados e calculados no procedimento de
avaliação do sistema de proteção.
Além do sistema de proteção externo à estrutura, utilizando componentes naturais e
não naturais para esta finalidade, e internos que já eram de conhecimento, a norma revisada
e atualizada estabelece medidas de proteção para os equipamentos elétricos e eletrônicos que
encontram-se no interior da estrutura, sendo considerados os danos causados pelos efeitos do
campo eletromagnético induzido na estrutura e no SPDA. Tais efeitos oferecem danos aos equi-
pamentos e aos seres humanos, devido aos surtos de tensões nas linhas energizadas e de sinal o
que ocasiona tensões de toque e passo que podem, subitamente, danificá-los. Tal consideração
exigida na norma representa um grande avanço para futuros projetos de SPDA; há, portanto,
uma preocupação maior quanto a proteção destes sistemas o que porporciona uma proteção
muito melhor de todo o conjunto, visto o que já havia sendo praticado.
Neste trabalho, pretende-se avaliar e comparar as normas sobre proteção contra des-
cargas atmosféricas, NBR 5419 (2005 e 2015), e apresentar uma análise de casos verificando
a situação e conformidade do SPDA de algumas estruturas da UEL (de acordo com a norma
vigente de quando foram instalados). Para que seja proporcionado um melhor entendimento e
análise dos parâmetros desejados que compõem a análise do gerenciamento de risco, segundo
a NBR 5419:2015, foi desenvolvido uma planilha experimental, a partir do software Microsoft
Excel, para que possam ser analisadas as características da estrutura com o intuito de determi-
Capítulo 1. Introdução 2
nar se os parâmetros obtidos encontram-se abaixo dos valores toleráveis estipulados em norma.
No caso de não estarem abaixo do valor tolerável, a estrutura necessitará de um SPDA e/ou
deverão ser tomadas providências interventivas que garantam um nível abaixo do tolerável para
estes valores.
1.2 Metodologia
Para que os objetivos descritos fossem alcançados, o desenvolvimento deste trabalho foi
realizado em três etapas distintas, sendo:
a) Comparação das normas NBR 5419 em suas duas versões, destacando as principais mu-
danças entre os textos com pesquisa em fóruns, revistas e artigos sobre o que está sendo
debatido e as opiniões de diferentes profissionais sobre tais mudanças;
c) Elaboração de programa de análise de gerenciamento de risco para dois casos reais, para
prover um melhor entendimento da aplicação dos parâmetros e critérios da atual norma,
comparando-o com a NBR 5419:2005.
Tendo conhecimento dos riscos e efeitos que uma descarga atmosférica pode causar, o
Capítulo 3 trata sobre o texto normativo de proteção contra as possíveis descargas atmosféricas,
abrangendo as principais mudanças que ocorreram dentro do período de revisão até a publicação
da mais recente norma adotada nacionalmente. No âmbito destas mudanças, o Capítulo 4 aborda
sua principal mudança: o gerenciamento de risco. Analisa-se a necessidade ou não de adotar à
estrutura uma medida de proteção contra descargas atmosféricas, considerando seus efeitos que
podem provocar a perda de vida humana, perda de serviço público, perda cultural e perdas
econômicas.
Identificadas tais mudanças e como a atual norma relaciona as características da estru-
tura para que seja avaliada sua proteção, no Capítulo 5 há um estudo de caso com o intuito
de analisar as condições atuais dos aterramentos de algumas estruturas; se as estruturas pos-
suem SPDA e se estas encontram-se aptas a interceptar, conduzir e dispersar a corrente elétrica
proveniente de algum evento que incida sobre tais estruturas.
Já no Capítulo 6 deste trabalho, discute-se sobre as novas condições exigidas pela
norma, sobre as conclusões referentes ao estudo realizado no capítulo antecedente e é apre-
sentado uma planilha elaborada para que os cálculos referentes à aplicação da Parte 2 da atual
norma sejam automatizados, aplicando-a em dois casos distintos, podendo validar sua utiliza-
ção.
Por fim, no Capítulo 7 conclui-se, de forma geral, o trabalho desenvolvido e as conside-
rações finais sobre a implicação da NBR 5419 atualizada.
4
2 Descargas Atmosféricas
Descarga Atmosférica é um fenômeno natural de alta complexidade que, até hoje, ainda intriga
os pesquisadores no que se refere à compreensão dos aspectos físicos e seus efeitos. A preocu-
pação com os efeitos destrutivos desse fenômeno nos leva à tarefa de buscar formas de proteção
contra ele (PRAZERES, 2007).
2.1 Histórico
Ao longo da história o raio sempre foi admirado e temido por toda civilização. Alguns
povos atribuíam este fenômeno aos deuses que os lançavam sobre a terra como sinal de re-
provação ou de que haveria tempos prósperos para a lavoura. Outros povos associavam que os
raios eram produzidos pelas batidas de um poderoso martelo, cujo efeito estrondoso originava
os raios e trovões. Algumas tribos sustentavam a crença de que um "pássaro trovão"mergulhava
das nuvens para a terra, provocando tal efeito.
Pesquisas com o objetivo de obter informações sobre as características elétricas do raio
surgem por volta do século XVII. Experiências realizadas nos EUA e na Europa foram elabo-
radas demonstrando o caráter elétrico dos raios e sua possibilidade de ser captado (BENITEZ,
Salvador: 2006).
Benjamin Franklin (1706-1790), cientista e inventor americano, adquiriu reputação in-
ternacional devido as suas descobertas sobre a eletricidade e, também, demonstrando que os
raios são um fenômeno de natureza elétrica.
Desenvolveu um perigoso experimento, a fim de demonstrar sua teoria de que os raios
são originários da própria natureza, fazendo voar uma pipa presa a um condutor metálico ater-
rado, durante uma tempestade. Desse modo, pôde provar que os raios eram apenas grandes
descargas elétricas que ocorriam de forma natural. Apesar de relatar em seus escritos sobre
seus conhecimentos do perigo que tais métodos alternativos possuíam e colocando em risco sua
própria vida, ainda tem-se o questionamento se ele, de fato, a realizou.
A partir desse mesmo experimento, Franklin propôs que se a descarga fosse transpor-
tada através de hastes metálicas até o solo poderiam impedir que os raios atingissem qualquer
estrutura. Sugeriu que fosse colocado, acima das casas, uma ponta metálica com hastes em con-
tato com a terra, propiciando a condução da corrente elétrica nesta composição, sem que o raio
causasse danos às estruturas. Com isso, surgia o para-raio e este é o conceito de um dos métodos
de proteção contra descargas atmosféricas ser conhecido como método Franklin.
Nos últimos anos de sua vida dedicava a maior parte de seu tempo ao serviço público,
mas continuou realizando experimentos ocasionais seguindo o trabalho de outros cientistas.
Franklin também participou de conselhos para revisão de métodos de proteção contra raios e fez
Capítulo 2. Descargas Atmosféricas 5
Figura 1 – Campo induzido entre nuvem e solo pelo carregamento da base da nuvem
período de quebra de rigidez preliminar (RINDAT, 2016). Com isso, inicia-se o processo de
formação de um canal ionizado de plasma, que é denominado canal precursor de descarga (ou
líder descendente) formando para baixo na região externa da nuvem.
O líder descendente realiza o caminho em etapas, percorrendo trechos de 30 a 100 me-
tros, buscando o percurso mais fácil - com menor rigidez dielétrica - para que o canal seja
estabelecido entre a nuvem e o ponto de impacto. Junto a isso, um processo similar ocorre a
partir do solo onde a concentração de cargas positivas sofrem indução e formam, também, um
canal ascendente que parte em direção à nuvem, em encontro ao líder descendente (Figura 2).
2.3 Riscos
Estima-se que, a cada segundo, caem sobre a Terra cerca de 50 a 100 raios, o que equi-
vale a cerca de 10 milhões de descargas por dia ou três bilhões por ano. Esta consequente
descarga à Terra provoca prejuízos e mortes (LIMA, 2009). No Brasil, cerca 50 milhões de
descargas atingem anualmente seu território. De acordo com Silva (2014), entre os anos 2000 e
2012, foram registradas 1.601 mortes causadas por descargas atmosféricas.
Dentro do curto período de tempo de ocorrência de uma descarga atmosférica, podem
ser destacados três partes (Figura 3): tempo de subida ou de frente (tempo para que o raio atinja
o valor máximo), tempo de meia onda ou de meio valor (tempo necessário para que o raio atinja
Capítulo 2. Descargas Atmosféricas 7
50% do valor de pico) e a cauda da onda (tempo a partir do tempo de subida, seguido por um
período mais longo e suave no qual a corrente decai até desaparecer).
onde:
𝑂1 origem virtual;
𝐼 corrente de pico;
𝑇1 tempo de frente;
Uma descarga atmosférica pode atingir valores expressivos de tensão entre a nuvem e o
solo, nuvem e o ponto atingido, proporcionando que haja o fluxo de uma corrente impulsiva de
alta intensidade e curta duração. Segundo Lima (2009), esta tensão dependerá, principalmente,
da intensidade de corrente do raio e da impedância existente entre o percurso da descarga.
Capítulo 2. Descargas Atmosféricas 8
Por se tratar de uma corrente cuja variação de intensidade ocorre de forma muito rápida,
torna este fenômeno um importante causador de distúrbios eletromagnéticos com capacidade de
gerar danos e interferências em sistemas elétricos e eletrônicos. Bem como induzir altas tensões
em partes metálicas com grande risco de acidente à estrutura e aos seus ocupantes.
As descargas atmosféricas podem ser divididas conforme dois tipos distintos de efeitos:
descargas diretas e descargas indiretas.
tos, é de 9 𝑚 (IEEE, 2011). Na impossibilidade de execução com esta distância mínima deverá
haver a instalação, no interior e no exterior da estrutura, de uma malha de condutores formando
uma gaiola de Faraday.
Como os dois sistemas de aterramento (da torre e da estrutura) devem estar conectados
a mesma malha de aterramento (Figura 5), a distância adotada entre as duas massas protegidas
irá reduzir significativamente o aumento de potencial de terra, não haverá interferências entre
os equipamentos internos à estrutura.
Uma proteção contra descargas atmosféricas efetivamente projetada para torres e tele-
comunicações deve, segundo Lock (2011), atender de forma integrada ao maior número dos
seguintes fatores:
3 NBR5419:2015
Desde a última versão publicada da norma ABNT (2005), os membros da Comissão de Estu-
dos CE 64.10 estiveram reunidos para revisarem o documento e elaborarem um novo projeto,
muito mais abrangente e criterioso, tendo como base a segunda versão da norma IEC 62305 -
Lightning Protection partes 1, 2, 3 e 4, (MOREIRA, 2014). Aqui serão apresentadas algumas
das principais mudanças entre os textos normativos.
A figura 6 mostra a conexão entre cada uma das partes que compõem a norma atu-
alizada. As medidas de proteção contra descargas atmosféricas integram de forma completa
a proteção contra descargas atmosféricas, colocando em segurança a vida dos ocupantes e a
integridade dos equipamentos presentes no interior da estrutura.
A principal mudança notável, sem dúvidas, é a quantidade de páginas que regem a atual
norma, passando de quarenta e duas (42) páginas (ABNT, 2005) para mais de trezentas. A maior
parte do texto da nova norma sobre proteção contra descargas atmosféricas foi fiel ao texto da
IEC 62305/2010, especialmente as partes 1 e 4. (MOREIRA, 2014)
Parte 2
A segunda parte traz as maiores mudanças na proteção de estruturas contra as descar-
gas atmosféricas (SUETA, 2016). É apresentada de forma detalhada a definição de diversos
parâmetros da estrutura, dos danos às estruturas decorrentes das descargas atmosféricas, sendo
consideradas quatro fontes de danos 1 distintas pelo ponto de impacto da descarga, sendo defi-
nidas como: 𝑆1 - descarga na estrutura, 𝑆2 - descarga perto da estrutura, 𝑆3 - descarga na linha
e 𝑆4 - descarga perto da linha.
Define-se também tipos de danos (𝐷𝑋 ) como consequência das descargas atmosféricas,
sendo: 𝐷1 - ferimentos a seres vivos; 𝐷2 - danos físicos; 𝐷3 - falhas de sistemas eletroeletrô-
nicos. Cada um destes danos, sozinhos ou combinados, refletem em diferentes tipos de perdas
(𝐿𝑋 ) à estrutura, definidas como: 𝐿1 - perda da vida humana; 𝐿2 - perda de serviços públicos;
𝐿3 - perda de patrimônio cultural; e 𝐿4 - perda de valores econômicos.
1
A corrente da descarga atmosférica é a principal fonte de danos (ABNT, 2015b).
Capítulo 3. NBR5419:2015 14
A tabela 2 ilustra cada uma destas situações de forma simplificada para melhor compre-
ensão.
Tabela 2 – Fontes de danos, tipos de danos e tipos de perdas de acordo com o ponto de
impacto
D1 L1, L4𝑎
S1 D2 L1, L2, L3, L4
D3 L1𝑏 , L2, L4
S2 D3 L1𝑏 , L2, L4
D1 L1, L4𝑎
S3 D2 L1, L2, L3, L4
D3 L1𝑏 , L2, L4
S4 D3 L1𝑏 , L2, L4
𝑎
Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.
𝑏
Somente para estruturas com risco de explosão ou para hospitais ou outras estruturas
onde falhas de sistemas internos podem imediatamente colocar em perigo a vida humana.
Fonte: NBR 5419-2:2015
Torna-se necessária a realização de cálculos referentes aos riscos em uma estrutura (as-
sociados aos tipos de perdas). Cada risco depende do número anual de descargas atmosféricas
que incidem na estrutura ou próximo a ela, da probabilidade de dano por uma das descargas at-
mosféricas que influenciam esta estrutura e da quantidade média das perdas causadas. (ABNT,
2015b)
Cada uma das componentes de risco que serão avaliadas na composição de cara risco
pode ser calculada por meio de uma expressão geral:
𝑅𝑋 = 𝑁𝑋 · 𝑃𝑋 · 𝐿𝑋 (3.1)
onde:
Capítulo 3. NBR5419:2015 15
𝐿𝑋 : é a perda consequente.
∙ se 10−3 > 𝑁𝑑𝑐 > 10−5 , facultativo, sendo determinado por especialista a necessidade ou
não de se instalar um SPDA;
Então, podia-se utilizar uma tabela fornecida pela norma em função da classificação das
estruturas ou a curva de eficiência do SPDA para a definição do nível de proteção do SPDA.
A forma de obtenção de 𝑁𝑔 tem sido questionada (SUETA et al., 2013) e tal dado, por
recomendação da IEC, sugere o uso 𝑁𝑔 mapeado a partir da rede LLS (por exemplo RINDAT,
BrasilDat) elaborado pelo ELAT e, na falta destes, recomenda que adote a seguinte aproximação
(ABNT, 2015b):
𝑁𝑔 ≈ 0, 1𝑇𝑑 (3.2)
Parte 3
A terceira parte do documento normativo, aliás, é a que mais tem correspondência com
o texto compreendido pela versão em vigor. Neste sentido, é o trecho que mais conta com
alterações. (MOREIRA, 2014)
Define-se a finalidade de se utilizar um SPDA externo e interno, bem como ao que
estará destinado a proteger em estruturas sem limitação de altura. Garantindo que a descarga
seja captada pela estrutura, conduzida pelos condutores e dispersada na terra de forma eficaz
e segura, reduzindo os riscos de centelhamento perigosos no interior da estrutura sem expor à
riscos os ocupantes e outros elementos eletricamente condutores.
Apresenta mudanças quanto a materiais de condutores de captação e descida, procedi-
mentos nos testes de continuidade e arquitetura de interligação dos condutores de descida.
O método do ângulo de proteção (método Franklin) teve um aumento significativo em
relação ao alcance dos captores. Os ângulos não são mais fixados em função do nível de pro-
teção passando a serem obtidos em função da altura dos captores (Figura 7). A utilização do
método das malhas (Faraday) teve suas dimensões de espaçamento entre as malhas diminuidas,
tendo um formato mais "quadrado", como mostrado na Tabela 3.
O que pode ser notado é que anteriormente, considerava-se que o comprimento da ma-
lha, da rede de condutores posicionadas no plano horizontal ou inclinado da estrutura a ser
protegida, poderia ter um espaçamento não maior que o dobro da largura máxima da malha. De
agora em diante, essa malha deverá ter seu comprimento igual a medida da sua largura.
Em ABNT NBR 5419:2005 outrora determinava-se o espaçamento médio entre os con-
dutores de descida (Tabela 4) e a interligação por meio de condutores horizontais a cada 20
metros de altura.
Esta exigência passa a ser alterada, agora consideradas as distâncias conforme mostrado
nesta mesma tabela (Tabela 4) e as interligações horizontais passam a ser admitidas em inter-
valos entre 10 a 20 metros no atual texto normativo, sendo aceitável que o espaçamento dos
condutores de descidas tenham no máximo 20% além dos valores estipulados (ABNT, 2015c).
Como, por exemplo, o cobre que passa a ser considerado uma área de seção mínima de
35 𝑚𝑚 para captação e descidas, contra o mínimo que antes era estipulado de 35 𝑚𝑚2 para
2
Parte 4
A quarta parte da norma não tem referência com a norma ABNT NBR 5419:2005 e é
voltada para a proteção de equipamentos eletroeletrônicos no interior da estrutura utilizando as
chamadas Medidas de Proteção Contra Surtos (MPS’s) e trata basicamente de aspectos gerais
ligados à compatibilidade eletromagnética e proteção para equipamentos elétricos e eletrônicos.
A base destas medidas são o roteamento dos condutores, suas blindagens e a equipo-
tencialização por meio dos DPS’s daqueles condutores normalmente energizados. (SANTOS,
2015)
Sistemas eletroeletrônicos podem sofrer danos permanentes causados por impulsos ele-
tromagnéticos da descarga atmosférica (LEMP) por meio de surtos conduzidos ou induzidos
transmitidos pelos cabos conectados aos sistemas e/ou pelos efeitos dos campos eletromagnéti-
cos irradiados diretamente para os próprios equipamentos (ABNT, 2015d) havendo ou não um
SPDA instalado externamente à estrutura.
Os campos eletromagnéticos irradiados podem ser gerados a partir da corrente elétrica
que flui no canal das descargas atmosféricas diretas e pela corrente parcial da descarga atmos-
férica fluindo nos condutores 4 .
2
Composto por eletrodos radiais (verticais, horizontais ou inclinados) sendo indicado para solos de baixa resis-
tividade e pequenas estruturas. (ABNT, 2005)
3
Composto por eletrodos em anel ou embutidos nas fundações da estrutura.
4
e.g. nos condutores de descida de um SPDA externo, de acordo com a parte 3 da norma.
Capítulo 3. NBR5419:2015 19
Cada risco R será obtido a partir da soma de cada uma de suas componentes de ris-
cos, podendo ser agrupados de acordo com as fontes de danos e os tipos de danos, que serão
definidos permitido que a equação 3.1 seja compreendida.
a) 𝑅𝐴 : relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido às
tensões de toque e passo dentro da estrutura e fora nas zonas até 3 m ao redor dos
condutores de descida;
b) 𝑅𝐵 : relativo a danos físicos causados por centelhamentos perigosos dentro da estru-
tura iniciando incêndio ou explosão;
c) 𝑅𝐶 : componente relativo a falhas de sistemas internos causados por LEMP.
a) 𝑅𝑈 : componente relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico
devido às tensões de toque e passo dentro da estrutura;
b) 𝑅𝑉 : componente relativo a danos físicos devido à corrente da descarga atmosférica
transmitida ou ao longo das linhas;
c) 𝑅𝑊 : componente relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões
induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta.
Cada risco, dado pela soma de suas componentes a serem consideradas para cada tipo
de perda, é listado a seguir e agrupados em uma tabela, Tabela 5, para a identificação.
𝑎 𝑎 𝑎 𝑎
𝑅1 = 𝑅𝐴1 + 𝑅𝐵1 + 𝑅𝐶1 + 𝑅𝑀 1 + 𝑅𝑈 1 + 𝑅𝑉 1 + 𝑅𝑊 1 + 𝑅𝑍1 (4.1)
𝑎
Somente para estruturas com risco de explosão e para hospitais com equipamentos elétricos para salvar
vidas ou outras estruturas quando a falha dos sistemas internos imediatamente possa por em perigo a vida
humana.
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 22
𝑅3 = 𝑅𝐵3 + 𝑅𝑉 3 (4.3)
𝑏
𝑅4 = 𝑅𝐴4 + 𝑅𝐵4 + 𝑅𝐶4 + 𝑅𝑀 4 + 𝑅𝑈𝑏 4 + 𝑅𝑉 4 + 𝑅𝑊 4 + 𝑅𝑍4 (4.4)
𝑏
Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.
Tabela 5 – Componentes de risco a serem considerados para cada tipo de perda em uma
estrutura
Descarga Descarga
Descarga
Descarga Atmosférica Atmosférica
Atmosférica
Fonte de Atmosférica em uma Linha perto de uma
Perto da
Danos na Estrutura Conectada à Linha Conectada
Estrutura
𝑆1 Estrutura à Estrutura
𝑆2
𝑆3 𝑆4
Componente de
𝑅𝐴 𝑅𝐵 𝑅𝐶 𝑅𝑀 𝑅𝑈 𝑅𝑉 𝑅𝑊 𝑅𝑍
Risco
Risco para cada
tipo de perda
𝑅1 * * *𝑎 *𝑎 * * *𝑎 *𝑎
𝑅2 * * * * * *
𝑅3 * *
𝑅4 *𝑏 * * * *𝑏 * * *
𝑎
Somente para estruturas com risco de explosão e para hospitais ou outras estruturas quando a falha
dos sistemas internos imediatamente possam colocar em perigo a vida humana.
𝑏
Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 2.
Cada uma destas componentes de risco podem ser sintetizadas, de forma geral, de
acordo com a Equação 3.1 (𝑅𝑋 = 𝑁𝑋 · 𝑃𝑋 · 𝐿𝑋 ).
O número 𝑁𝑋 de eventos perigosos é avaliado a partir da densidade de descargas at-
mosféricas (𝑁𝐺 ) e pelas características da estrutura ou linha (energia, dados, telefonia), como
a área de exposição da estrutura, 𝐴𝐷 , ou da linha, 𝐴𝐿 , e por fatores de correção relativos às
características físicas da estrutura 𝐶𝐷 e da linha 𝐶𝐼 , 𝐶𝑇 e 𝐶𝐸 .
Também avalia-se o número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas em
estruturas adjacentes, próximas à estrutura em análise (se houverem tais estruturas).
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 23
Localização relativa 𝐶𝐷
Estrutura cercada por objetos mais altos 0,25
Estrutura cercada por objetos da mesma altura ou mais baixos 0,5
Estrutura isolada: nenhum outro objeto nas vizinhanças 1
Estrutura isolada no topo de uma colina ou monte 2
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.1.
Roteamento 𝐶𝐼
Aéreo 1
Enterrado 0,5
Cabos enterrados instalados completamente dentro de
0,01
uma malha de aterramento (ABNT NBR 5419-4:2015, 5.2).
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.2.
Instalação 𝐶𝑇
Linha de energia ou sinal 1
Linha de energia em AT (com transformador AT/BT) 0,2
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.3.
Ambiente 𝐶𝐸
Rural 1
Suburbano 0,5
Urbano 0,1
Urbano com edifícios mais altos que 20 m. 0,01
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.4.
𝑁𝐷 = 𝑁𝐺 · 𝐴𝐷 · 𝐶𝐷 · 10−6 (4.5)
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 24
𝑁𝑀 = 𝑁𝐺 · 𝐴𝑀 · 10−6 (4.7)
𝑁𝐿 = 𝑁𝐺 · 𝐴𝐿 · 𝐶𝐼 · 𝐶𝐸 · 𝐶𝑇 · 10−6 (4.8)
𝑁𝐼 = 𝑁𝐺 · 𝐴𝐼 · 𝐶𝐼 · 𝐶𝐸 · 𝐶𝑇 · 10−6 (4.9)
𝐴𝐷 = 𝐿 · 𝑊 + 2 · (3 · 𝐻) · (𝐿 + 𝑊 ) + 𝜋 · (3 · 𝐻)2 (4.11)
𝑁𝑃 𝑃𝑆𝑃 𝐷
Nenhum sistema de DPS coordenado 1
III-IV 0,05
II 0,02
I 0,01
Nota 0,005-0,001
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.3
Tabela 14 – Valores dos fatores 𝐶𝐿𝐷 e 𝐶𝐿𝐼 dependendo das condições de blindagem ater-
ramento e isolamento
Medida de proteção 𝑃𝑇 𝑈
Nenhuma medida de proteção 1
Avisos visíveis de alerta 10−1
Isolação elétrica 10−2
Restrições físicas 0
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.6
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 27
𝑁𝑃 𝑃𝐸𝐵
Sem DPS 1
III-IV 0,05
II 0,02
I 0,01
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.7
Tensão suportável 𝑈𝑊 em kV
Tipo da linha
1 1,5 2,5 4 6
Linhas de energia 1 0,6 0,3 0,16 0,1
Linhas de sinal 1 0,5 0,2 0,08 0,04
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.9
𝑃𝐴 = 𝑃𝑇 𝐴 · 𝑃 𝐵 (4.13)
𝑃𝑀 = 𝑃𝑆𝑃 𝐷 · 𝑃𝑀 𝑆 (4.15)
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 28
A perda consequente (𝐿𝑋 ) , conforme ABNT NBR 5419:2015, é afetada pela forma
de utilização da estrutura, frequência de utilização e de pessoas no interior, pelos bens que
serão afetados pelos danos decorrentes de uma descarga atmosférica. Desta forma, podem ser
agrupados conforme a Tabela 19.
Valor de perda
Tipo de danos Tipo da estrutura
típico
𝐷1
𝐿𝑇 10−2 Todos os tipos
ferimentos
10−1
Risco de explosão
10−1
Hospital, hotel, escola, edifício cívico
𝐷2
𝐿𝐹 5 · 10−2
Entretenimento público, igreja, museu
danos físicos
2 · 10−2
Industrial, comercial
10−2
Outros
𝐷3 10−1
Risco de explosão
falhas de 𝐿𝑂 Unidade de terapia intensiva e bloco
10−2
sistemas internos cirúrgico de hospital
10−3 Outras partes de hospital
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
Valor da perda
Tipo de dano Tipo de serviço
típica
𝐷2 10−1 Gás, água, fornecimento de energia
𝐿𝐹 −2
danos físicos 10 TV, linhas de sinais
−2
𝐷3 10 Gás, água, fornecimento de energia
𝐿𝑂
falhas de sistemas 10−3 TV, linhas de sinais
internos Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
Valor de perda
Tipo de danos Tipo da estrutura
típico
𝐷1
𝐿𝑇 10−2 Todos os tipos
ferimentos
1 Risco de explosão
𝐷2 0, 5 Hospital, indústria, museu, agricultura
𝐿𝐹
danos físicos Hotel, escola, escritório, igreja, entretenimento público,
0, 2
comercial
−1
10 Outros
10−1 Risco de explosão
𝐷3 −2
10 Hospital, indústria, escritório, hotel, comercial
falhas de 𝐿𝑂
Museu, agricultura, escola, igreja, entretenimento
sistemas internos 10−3
público
−4
10 Outros
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
Resistência de contato
Tipo de superfície 𝑟𝑡
𝑘Ω
Agricultura, concreto ≤1 10−2
Marmore, cerâmica 1 - 10 10−3
Cascalho, tapete, carpete 10 - 100 10−4
Asfalto, linóleo, madeira maior igual 100 10−5
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
Tabela 25 – Fator de redução 𝑟𝑝 em função das providências tomadas para reduzir as con-
sequências de um incêndio
Providências 𝑟𝑝
Nenhuma providência 1
Uma das seguintes: extintores, instalações fixas operadas
manualmente, instalações de alarme manuais, hidrantes, 0,5
compartimentos à prova de fogo, rotas de escape
Uma das seguintes: instalações fixas operadas automaticamente,
0,2
instalações de alarme automático
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 31
Fontes de danos
Danos
𝑆1 𝑆2 𝑆3 𝑆4
𝑅𝐴 = 𝑁𝐷 · 𝑃𝐴 · 𝑅𝑈 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽 ) ·
𝐷1 - -
𝐿𝐴 ·𝑃𝑈 · 𝐿𝑈
𝑅𝐵 = 𝑁𝐷 · 𝑃𝐵 · 𝑅𝑉 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽 ) ·
𝐷2 - -
𝐿𝐵 𝑃𝑉 · 𝐿 𝑉
𝑅𝐶 = 𝑁𝐷 · 𝑃𝐶 · 𝑅𝑀 = 𝑁𝑀 · 𝑃𝑀 · 𝑅𝑊 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽 ) · 𝑅𝑍 = 𝑁𝐼 · 𝑃𝑍 ·
𝐷3
𝐿𝐶 𝐿𝑀 𝑃𝑊 · 𝐿 𝑊 𝐿𝑍
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 6.
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 32
Uma estrutura pode ser divida em zonas 𝑍𝑆 cada uma com características semelhantes
para a análise dos componentes de risco em cada zona e o risco R total da estrutura será dado
pela soma dos riscos para cada zona determinada. Porém, pode-se considerar que a estrutura é
composta por uma única zona ou duas (uma externa e uma interna). Isto levará a uma análise
menos detalhada, porém não deixa de ser adequada.
Para a seleção dos parâmetros envolvidos na avaliação dos componentes de risco em
cada zona, deve-se considerar:
De forma análoga, pode-se avaliar os componentes de risco devido uma descarga at-
mosférica em uma linha, ou próximo a uma linha, dividindo-se esta linha em seções 𝑆𝐿 mas,
também, uma linha pode assumir ser uma única seção.
As seções 𝑆𝐿 são definidas como:
Tipo de perda 𝑅𝑇 (𝑦 −1 )
𝐿1 Perda de vida humana ou ferimentos permanentes 10−5
𝐿2 Perda de serviço ao público 10−3
𝐿3 Perda de patrimônio cultural 10−4
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 4.
a) Subsistema de captação;
b) Subsistema de descida;
c) Subsistema de aterramento.
2. SPDA interno
É destinado a evitar que ocorra centelhamentos perigosos no interior da estrutura e do vo-
lume de proteção, devido à corrente da descarga que flui pelo SPDA externo. É garantido
por:
Critérios de NP
Símbolo Unidade
interceptação I II III IV
Corrente de pico mínima I kA 3 5 10 16
Raio da esfera rolante r m 20 30 45 60
Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015, Tabela 4.
Basicamente, podem ser agrupados a partir de duas filosofias de aplicação. Uma de-
las é contemplada pelos métodos Franklin e Eletrogeométrico, que utilizam hastes verticais ou
condutores suspensos, denominados terminais aéreos ou simplesmente para-raios. Já a outra é
utilizada pelo método Faraday, no qual utilizam-se condutores horizontais não-suspensos for-
mando uma malha sobre a estrutura (BURATTO, 2011).
onde:
4
Segundo esse princípio, o excesso de carga elétrica em um corpo condutor é distribuído por sua superfície
externa e se concentra nas regiões pontiagudas ou de menor raio.
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 36
Baseia-se na teoria formulada por Faraday a qual diz que o campo no interior de uma
gaiola formada por condutores que conduzem uma corrente qualquer é nulo, independende do
valor da corrente. Porém, o campo será nulo no centro da gaiola (por consequinte, no centro da
estrutura). Nas proximidades dos condutores haverá um campo que poderá induzir tensões em
condutores no interior da estrutura próximos aos condutores de descida, por exemplo.
Sua execução consiste em instalar um sistema de captores formado por condutores ho-
rizontais, interligados formando uma malha no topo e na lateral da estrutura a ser protegida,
provendo uma blindagem eletrostática (Figura 9).
uma esfera fictícia, cujo raio é igual ao comprimento de todos os saltos antes do último e a
superfície da esfera representa o provável lugar geométrico dos pontos a serem atingidos pela
descarga atmosférica (COUTINHO; ALTOÉ, 2003).
A eficácia deste método dar-se-á se nenhum ponto da estrutura a ser protegida estiver
em contato com a esfera rolando ao redor e no topo da estrutura em todas as direções possíveis.
Ou seja, em todos os pontos em que a esfera toca a estrutura5 , utiliza-se um captor, (Figura 10).
O raio da esfera deverá seguir o valor especificado dependente da classe do SPDA que
será adotado.
Como maneira de prover proteção contra os efeitos dos campos eletromagnéticos ir-
radiados diretamente para os próprios equipamentos, os MPS recomendados são aqueles que
constituem de blindagens espaciais e/ou condutores blindados. De forma a proteger o sistema
contra os surtos conduzidos ou induzidos, um sistema coordenado de DPS deve ser adotado.
A proteção destes sistemas contra LEMP é baseada no conceito das zonas de proteção
contra raios (ZPR), sucessivas zonas de proteção na estrutura caracterizam uma mudança na
severidade no LEMP e a fronteira destas zonas são determinadas pelas MPS adotadas.
Podem ser destacados quatro itens primordiais, como meios básicos de proteção contra
a LEMP, devendo ser considerados e executados de forma à permitirem a eficácia do SPDA,
sendo eles:
1. Aterramento e Equipotencialização
O subsistema de aterramento deve atender a parte 3 da norma, conduzindo e dispersando
a corrente da descarga atmosférica para o solo.
Uma rede de equipotencialização de baixa impedância minimiza as diferenças de poten-
cial entre todos os equipamentos dentro da ZPR, podendo, ainda, reduzir os efeitos do
campo magnético.
De acordo com Santos (2016a), a vantagem da utilização das blindagens espaciais está
no aproveitamento dos próprios elementos da estrutura sendo possível obter, de forma
econômica, a blindagem de toda a instalação.
3. Coordenação de DPS
A utilização de um DPS está vinculada com a limitatação das tensões transitórias e prover
um caminho para as correntes de surto para fora dos equipamentos, protegendo-os contra
os efeitos de tais correntes originárias das descargas atmosféricas (BARRETO, 2009).
Podem ser utilizados em todos os cabos que adentram as zonas de proteção, os cabos
de energia, linhas de telefone e cabos de antenas, garantindo que o nível das sobreten-
sões ou das sobrecorrentes possam ser menores do que os níveis de resistibilidade dos
equipamentos.
a) Tipos de DPS
São separados em tipos I, II e III, e a eficácia de cada um depende do seu posicio-
namento na estrutura de acordo com o conceito das zonas de proteção contra raios
(ZPR).
Os DPS’s tipo I são utilizados para realizar a equipotencialização dos condutores de
energia e sinal que entram ou saem da estrutura, provendo um caminho direto para o
sistema de aterramento sem que a corrente das descargas atmosféricas diretas entre
na edificação (SANTOS, 2016b).
Tais DPS’s são submetidos a ensaios na curva 10/350 𝜇𝑠 , que simulam os efeitos
de uma descarga atmosférica real.
No caso dos DPS’s tipo II, serão instalados nos QGD e são adequados quanto a
proteção dos efeitos de descargas indiretas, atuando como um complemento dos
DPS classe I.
Já os DPS’s classe III são dispositivos com tempo de atuação mais rápido que os das
demais classes, eliminando quaisquer surtos residuais provocados pelas correntes
de descarga atmosférica, sendo instalados nas proximidades dos aparelhos eletroe-
letrônicos (FINDER, 2012).
b) Varistores
Além dos DPS’s, utiliza-se varistores em conjunto para a proteção do sistema elé-
trico.
São componentes que possuem uma elevada resistência entre seus terminais, que
depende da tensão entre seus terminais. Sua resistência tende a zero quando atingido
determinado valor de tensão entre os terminais, causando um curto circuito na rede
elétrica e transformando o pico de tensão na rede em calor, protegendo a alimentação
dos equipamentos (RINDAT, 2016).
Capítulo 4. Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 40
4. Interfaces Isolantes
Para a redução das interferências que podem ocorrer entre os equipamentos novos e já
existentes na ocasião de um surto nas linhas, interfaces que minimizam tais efeitos podem
ser: equipamentos com isolação classe 26 , transformadores isolantes, cabos de fibra óptica
ou optoaclopadores.
Por esta razão, mesmo que sejam adotadas as medidas de proteção pertinentes para o
SPDA classe I, os sistemas ainda poderiam estar expostos aos efeitos de sobretensões e interfe-
rências eletromagnéticas provocadas pelas descargas atmosféricas e medidas mitigatórias extras
devem ser adotadas, garantindo ainda mais a proteção dos equipamentos (LOCK, 2011).
É evidente a necessidade do uso de DPS’s nas estruturas, tanto na rede de baixa tensão
que entra na estrutura da estação quando para os cabos de dados que saem da estação e se
direcionam para a torre de transmissão. A aplicação do conceito das ZPR, definidas pela NBR
5419:2015, permitirá que os danos causados pelos surtos induzidos e pelos efeitos do campo
eletromagnético irradiado sejam atenuados.
Ainda que seja dotada à estrutura as mais criteriosas medidas de proteção, um SPDA
classe I (Nível I de proteção), blindagens de linha, entre outras medidas complementares de
proteção, a análise dos riscos feita pelo Gerênciamento de Risco (NBR 5419-2:2015) poderá
concluir que o Risco em análise encontra-se acima do Risco Tolerável (𝑅𝑇 ) (ALVES, 2016b).
Nesta cocorrência, deverá ser justificado técnicamente, pelo profissional habilitado através do
Gerenciamento de Risco, que as medidas preventivas foram tomadas porém o risco ainda se
encontra acima dos parâmetros da norma.
42
5 Estudo de Caso
Neste capítulo será realizada uma análise sobre as condições dos sistemas de proteção SPDA
de estruturas da Universidade Estadual de Londrina (Figura 12), como: CECA (Centro de Edu-
cação, Comunicação e Artes) e o CCA (Centro de Ciências Agrárias).
O ponto mais alto da universidade (FREEMAP, 2016) situa-se nas proximidades entre
o Centro Estudos Sociais Aplicados (CESA) e o Centro de Ciências Exatas (CCE), possuindo
uma altitude aproximada de 607.9 𝑚, já a altitude do CECA e do CCA encontra-se em uma
média de 593.7 𝑚 e 590.9 𝑚, respectivamente, são locais de altitude relativamente elevadas e
a Universidade estar localizada em uma região aberta cuja altitude está próxima à média da
cidade de Londrina (elevação média de 610 𝑚, sendo que o ponto mais alto da cidade possui
uma altitude de 820 − 844 𝑚 (PML, 2016)).
Apesar de suas altitudes, tais estruturas foram escolhidas por serem locais com o maior
número de relatos1 de ocorrências de descargas atmosféricas e, consequentemente, maiores são
os danos a estas estruturas devido aos raios.
Para a execução de tal análise, foi elaborada uma tabela para orientação da realização
das inspeções visuais dos SPDA’s instalados, listadas as partes do sistema de proteção que
deveriam ser verificadas, de acordo com o procedimento para vistorias apresentado na NBR
5419-3:2015. Esta tabela encontra-se anexa a este trabalho, no Apêndice A.
Nas sessões que seguem, esses dados serão apresentados e detalhados. A inspeção vi-
sual dos componentes do SPDA foi executada onde houve a possibilidade de chegar a estes
1
Informações obtidas por funcionários e prefeitura do campus.
Capítulo 5. Estudo de Caso 43
elementos, considerando: escadas adequadas para o acesso, condições estruturais que garan-
tissem a segurança para o acesso sem riscos de acidente por quebra de telhado, locais onde o
acesso foi possível sem a utilização de plataformas elevatórias2 .
5.1 CECA
O conjunto de blocos do CECA (Figura 13) foi agrupado em cinco estruturas principais
para a análise (optou-se desta forma por conter blocos muito próximos uns dos outros). Está
localizado em uma das regiões relativamente mais alta do campus, próxima de estruturas de até,
aproximadamente, 10 metros e abriga, na proximidade, a torre de transmissão da Rádio UEL.
Pelo fato da Rádio ter sido alvo de inúmeras descargas atmosféricas, seja por descargas
diretas à estrutura ou próxima à estrutura e/ou linhas conectadas entre a Rádio e a torre de
transmissão, escolheu-se este conjunto como objeto de estudo.
1. Captores:
Conta com nove captores, conforme o método de Franklin, dispostos de forma não ho-
mogênea, sendo: um central, dois no bloco mais próximo ao calçadão e seis no outro
bloco.
Apresentam boa fixação na estrutura, ausência de condutores soltos e emendas entre os
condutores interligando os captores que encontram-se em bom estado (Figura 14).
2. Condutores de Descida:
Conta com cinco descidas, sendo: uma para o captor central e as outras quatro nas extre-
midades de cada bloco.
Tubos de PVC em bom estado de conservação, com poucas quebras na parte superior.
3. Conexões:
Conexões firmes, nas ligações dos captores com os condutores de descida, e em bom
estado (Figura 15).
4. Eletrodos de aterramento:
Não há caixas de inspeção em torno desta edificação para a verificação dos eletrodos de
aterramento.
O Bloco de Salas foi observado a partir do topo da caixa de água (localizada no centro
da edificação), bem como o Departamento de Música e de Artes Visuais, pois o telhado não
Capítulo 5. Estudo de Caso 45
é acessível por meio dos equipamentos disponíveis. Portanto, a avaliação de toda a superfície
destas estruturas limitou-se ao alcance visual.
Para o caso do Departamento de Música, este não possui um sistema de proteção contra
descargas atmosféricas.
1. Captores:
A maioria dos captores presentes no Bloco de Salas e Artes Visuais apresentam estar
em bom estado de conservação e fixação, tendo dois captores notoriamente frouxos e/ou
entortados. Também utiliza componentes naturais da estrutura (telhado com partes metá-
licas) como captores naturais, estando conectados aos captores (Figura 16) ou aos condu-
tores.
Uma estrutura mais antiga, que pertencente ao Bloco de Salas, possui três captores que
não possuem ligação ao subsistema de descida.
2. Condutores de Descida:
Feitos de alumínio maciço, em bom estado de conservação e sem rompimentos, circun-
dam o topo da estrutura e descem em um total de oito condutores estando o mais próximo
das paredes, onde era possível.
3. Conexões:
Em bom estado, aparafusadas na estrutura e bem fixas nas emendas (Figura 17).
4. Eletrodos de aterramento:
Não apresentam caixas de inspeção em torno das estruturas, impossibilitando o acesso
aos eletrodos de aterramento.
São consideradas três edificações, sendo: uma estrutura mais antiga e uma mais nova
para o Departamento de Artes Cênicas e o Coreto entre estas duas estruturas.
Tendo em vista da inacessibilidade ao telhado da estrutura de Artes Cênicas não foi pos-
sível analisar o SPDA destas edificações, tendo sido observado do topo do coreto. É constatado
que não há SPDA instalado na estrutura mais antiga.
O Coreto é um pequeno espaço destinado a apresentações dos estudantes e de suas
atividades culturais.
1. Captores:
A estrutura de Artes Cênicas foi projetada combinando o modelo Eletromagnético e o
modelo Faraday. Há uma boa quantidade de elementos captores interligados utilizando-se
condutores de cobre. Em alguns pontos a oxidação é aparente e há a ausência de isolado-
res em alguns trechos, permitindo que o condutor entre em contato com a estrutura.
O coreto não dispõe de captores, possuindo apenas um condutor circundando o perímetro
do topo da estrutura, atuando como uma malha captora.
2. Condutores de Descida:
Há cinco condutores de descidas em bom estado, dispostos nas laterais da edificação de
Artes Cênicas (prédio novo) e apresentam alguns fixadores e isoladores em mal estado de
conservação, estando soltos e em contato com a estrutura ou danificados (Figura 18).
Capítulo 5. Estudo de Caso 47
Para o coreto, há a presença de duas descidas sem rompimento dispostas sobre a cobertura
com conexões e isoladores firmes.
3. Conexões:
Não foi possível verificar as conexões da estrutura de Artes Cênicas. No Coreto, as cone-
xões encontram-se em bom estado, e não há deterioração aparente.
4. Eletrodos de aterramento:
Não há caixas de inspeção que possibilitem a verificação dos mesmos.
Uma das edificações que foram construídas há mais tempo possui dois pavimentos (tér-
reo e um andar). Esta estrutura abriga a Rádio UEL, com equipamentos de áudio e vídeo, cabos
que saem da estrutura e são conduzidos por dutos enterrados indo até a torre de transmissão,
distante algumas dezenas de metros.
1. Captores:
Um captor, na parte central da edificação, acima da caixa de água, tipo Franklin (Figura
19).
2. Condutores de Descida:
Uma descida que, por alguns metros, encontra-se enterrada. Isoladores ainda presos em
seus fixadores.
3. Conexões:
Pelo sistema dispor de um único conector, não há conexões de emendas em todo o per-
curso.
Capítulo 5. Estudo de Caso 48
4. Eletrodos de aterramento:
Não há caixa de inspeção, porém há um eletrodo de aterramento, aparente no solo, em
mal estado de conservação e, ainda, há uma desconexão entre o condutor de descida com
o componente de aterramento.
Especificamente para a Rádio, há uma malha de aterramento executada dedicada ao ater-
ramento dos aparelhos de uso da Rádio.
Distante da Rádio, há uma estrutura para abrigo dos equipamentos destinados à trans-
missão do sinal. Cabos de áudio chegam na edificação e saem para a torre que está ao lado.
1. Captores:
Presença de dois captores instalados no topo da Torre.
2. Condutores de descida:
Para um dos captores, o condutor encontra em bom estado, contínuo até a base da torre.
Para o segundo, o condutor encontra-se rompido.
3. Conexões:
Conexão entre o condutor de descida e o eletrodo de aterramento apresenta boa compres-
são.
Capítulo 5. Estudo de Caso 49
4. Eletrodos de aterramento:
Para o sistema da Torre não há caixa de inspeção, mas os dois eletrodos presentes ao lado
da base são visíveis. Rompimento de um dos condutores de um dos eletrodos (Figura
20a).
Há uma caixa de inspeção para o eletrodo de aterramento da estrutura adjacente a Torre,
referente à malha de aterramento desta (Figura 20b). Para tal eletrodo, o condutor está
firmemente fixado apresentando pouca oxidação no conector.
5.2 CCA
O Centro de Ciências Agrária (CCA) ocupa uma grande área, na região mais baixa do
campus (Figura 21).
O conjunto das estruturas que compõem o CCA foi escolhido devido aos relatos de ser
um local com uma alta incidências de descargas atmosféricas, ocasionando danos às estruturas
e aos equipamentos internos a estas.
As edificações que compõem o CCA foram agrupadas de forma a facilitar a análise e de
acordo com suas características (proximidade e tipo de estruturas).
Capítulo 5. Estudo de Caso 50
Ao analisar estas estruturas, nota-se que não há nenhum SPDA instalado. Porém, há
alguns aterramentos com a finalidade, apenas, de prover o aterramento para algumas massas
instaladas na estrutura, como: condensadoras de ar condicionado e computadores.
1. Captores:
Dois mastros de captores tipo Franklin situados nas extremidades de maior comprimento.
Capítulo 5. Estudo de Caso 51
2. Condutores de Descida:
Duas descidas por captor, totalizando quatro descidas, sem rompimento e sem corrosão
aparente, no entanto, presença de fixadores e isoladores soltos da estrutura.
3. Conexões:
Impossibilidade de verificar as conexões.
4. Eletrodos de aterramento:
Há quatro caixas de inspeção porém, devido à dificil remoção da tampa, não foi possível
verificar a integridade dos mesmos.
Para o caso do Laboratório de Tecnologia, é visualmente aparente uma haste de aterra-
mento com o condutor em mal estado (Figura 22).
Sendo o Laboratório de Imunotecnologia uma obra mais recente, apenas esta estrutura
conta com SPDA.
1. Captores:
Possui quinze captores, notoriamente dispostos de acordo com o modelo Eletrogeométri-
coconectados por condutores de fita de alumínio.
Capítulo 5. Estudo de Caso 52
2. Condutores de descida:
Há duas descidas dispostas em apenas um lado da estrutura, em fita de alumínio, conec-
tando a um condutor de cobre nú próximo ao nível do solo (Figura 23).
3. Conexões:
As duas conexões presentes entre a transição dos materiais dos condutores de descida
estando firmes e com ausência de oxidação (Figura 23).
4. Eletrodos de aterramento:
Devido a ausência de caixas de inspeção, não puderam ser avaliados.
Estruturas B4: Prédio novo e prédio reformado ao lado da estrutura conhecida como barbie
1. Captores:
O prédio que passou por reforma possui três captores dispostos na parte mais alta da
estrutura. Já o outro, possui dois dois elementos captores.
2. Condutores de descida:
O primeiro possui apenas duas descidas em uma única face, enquanto o segundo possui
quatro descidas, uma em cada face da estrutura.
Capítulo 5. Estudo de Caso 53
3. Conexões:
Nas duas edificações, limitadas ao alcance visual, as conexões encontram-se em bom
estado, sem folgas e sem oxidação aparente.
4. Eletrodos de aterramento:
Apenas a edificação mais nova conta com caixas de inspeção, uma para cada descida. O
eletrodo inspecionado (Figura 25) está em ótimo estado, com condutores soldados à haste
e ausência de oxididação.
Ambas as estruturas com ausência de SPDA, rodeadas por árvores de copa alta, próx-
mimo a um bosque.
Há relatos de já terem ocorridas situações de queima de equipamentos conectados à rede
de baixa tensão e de danos a algumas estruturas devido as descargas atmosféricas (Figura 26).
Nesta ocasião, uma descarga atmosférica incidiu em uma árvore próxima à estrutura,
a corrente dispersada atingiu a estrutura (Figura 26a) e percorreu pelas armações de concreto
e, possivelmente, tubulações metálicas, passando para a rede de baixa tensão. Estando na rede,
provocou o rompimento de uma camada de reboco do teto (Figura 26b) deixando os condutores
expostos.
Neste evento, estruturas próximas também sentiram os efeitos da descarga atmosférica.
Equipamentos como computadores e telefones queimaram.
Capítulo 5. Estudo de Caso 54
Uma estrutura metálica que possui a maior altura em relação às demais estruturas na
mesma região em que se encontra. Logo, é um alvo com probabilidade considerável de ser
atingido por descargas atmosféricas.
Possui um captor tipo Franklin localizado no topo e, deste captor, um único condutor
fornece caminho para uma possível descarga atmosférica que possa vir a atingir o captor e/ou a
estrutura.
Quanto ao eletrodo de aterramento, encontra-se encoberto pelo solo e vegetação local.
55
6 Resultados e Discussões
São apresentados neste capítulo as discussões sobre os vários pontos tratados neste trabalho,
como as considerações do autor sobre a norma e dos resultados obtidos a partir da constatação
das vistorias realizadas na universidade e, também, como a necessidade de tornar os cálculos
dos parâmetros da nova norma mais práticos de serem obtidos através de planilhas para este
fim.
e MPS; necessitar apenas de um SPDA indicado pela classe de proteção; necessitar apenas de
MPS, sendo especificados os tipos de medidas adotadas; e não necessitar de um SPDA e nem
de MPS. E, ainda que rigorosamente as medidas de proteção sejam utilizadas na redução do
risco, este ainda pode encontrar-se acima do risco tolerável admissível.
Neste sentido, a atual norma, no desenvolvimento do gerenciamento de risco, permite
que as soluções técnicas de proteção sejam subjetivas de acordo com projetista e com o que
melhor se aplicar à estrutura no sentido de minimizar os efeitos das descargas atmosféricas.
Outro fator que contribui para possíveis danos a equipamentos e centelhamentos é de-
vido a ausência de equipotencialização de partes metálicas que estão presentes no edifício,
como: antenas fixadas no topo das estruturas, dutos metálicos, janelas, escadas e alçapões para
o acesso à laje da edificação.
Capítulo 6. Resultados e Discussões 57
Fontes de Danos
Tipos de Perdas
forma automática na última aba. Logo, pode-se acompanhar o desenvolvimento dos cálculos a
qualquer momento.
∙ Estrutura I
Residência localizada na zona rural da cidade de Londrina (Figura 27a), ocupando uma
área de 191, 84 𝑚2 com dimensões 10, 90 𝑥 17, 60 𝑥 5, 30 𝑚 (𝐿𝑥𝑊 𝑥𝐻) . Será considerado, ape-
nas, a perda de vida humana (𝐿1 ) devido à descarga atmosférica. Próximo desta há uma outra
residência, com área de 120, 78 𝑚2 de dimensões 12, 90 𝑥 9, 90 𝑥 4, 80 𝑚 (𝐿𝑥𝑊 𝑥𝐻), cujas li-
nhas de energia e telefonia são comuns.
Figura 27 – Estrutura I
(a) Casa em zona rural (b) Detalhe ramal da rede de energia e telefonia
Destacam-se três componentes de risco que tem grande influência neste valor: 𝑅𝐶 , 𝑅𝑀
e 𝑅𝑍 . Logo, medidas de proteção específicas a estas componentes devem ser adotadas , mini-
mizando o Risco de Perda de Vida Humana (𝑅1 ).
Como forma de minimizar a componente 𝑅𝐶 , podem ser realizadas blinadagens da linha
de energia e de sinal (telefonia) bem como a utilização de DPS’s coordenados nestas também
incindirá na redução a componente 𝑅𝑀 , junto com a adoção de um SDPA classe II utilizando
o método de Faraday. Pode-se, ainda, prover às linhas, na entrada da estrutura, uma blindagem
interligada ao mesmo barramento de equipotencialização dos equipamentos internos, tornando
a componente 𝑅𝑍 nula.
A fim de que sejam comparados os resultados entre os dois critérios das normas (2005
e 2015), ao serem considerados os parâmetros da ABNT NBR 5419:2005 (Anexo B), obtém-se
os seguintes parâmetros:
Assim:
𝑁𝑑𝑐 = 𝑁𝑑 · 𝐴 · 𝐵 · 𝐶 · 𝐷 · 𝐸
De acordo com a norma NBR 5419:2005, 𝑁𝑑𝑐 > 10−3 , a estrutura requer um SPDA,
conforme a tabela B.6, classe III de proteção.
∙ Estrutura II
Figura 29 – Estrutura II
7 Conclusão
as quantidades de perdas (𝐿𝑋 ) que por sua vez terão um peso preponderante na obtenção dos
componentes de risco (𝑅𝑋 ).
Constata-se que a utilização de ferramentas computacionais para a realização dos cálcu-
los dos parâmetros apresentados pela norma, fundamentais para que haja o correto discernimeto
na avaliação das perdas decorrentes de uma descarga atmosférica, permite ao projetista maior
segurança e agilidade na obtenção do resultado final. A planilha apresentada realiza este pro-
cedimento de forma simples e intuitiva para o usuário, podendo ser aprimorada levando em
consideração uma análise mais aprofundada em que possa ser considerada a Perda Econômica,
avaliando a viabilidade e custo de instalação de um SPDA com o custo de manutenção da es-
trutura, na ausência de um meio de proteção mais eficiente.
66
Referências
ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 1: Princípios Gerais.
p. 67, 2015. Citado na página 19.
ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos físicos a
estruturas e perigos à vida. p. 51, 2015. Citado na página 17.
ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 4: Sistemas elétricos e
eletrônicos internos na estrutura. p. 87, 2015. Citado 2 vezes nas páginas 13 e 18.
ALVES, N. V. B. Nova ABNT NBR 5419 comemora um ano de existência. 2016. O Setor
Elétrico. Acessado em 20/11/2016. Disponível em: <http://www.osetoreletrico.com.br/2016/
2016/11/14/nova-abnt-nbr-5419-comemora-um-ano-de-existencia/>. Citado na página 41.
CREDER, H. Instalações elétricas. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2007. Citado na
página 36.
FINDER. Guia para splicação de Dispositivos de Proteção contra Surtos - DPS. 2012. 1–74 p.
Citado na página 39.
Referências 67
IEEE, P. E. S. IEEE Guide for the Protection of Communication Installations from Lightning
Effects. [S.l.: s.n.], 2011. ISBN 9780738166711. Citado na página 10.
LOCK, K. S. Lightning protection, earthing and surge protection of base transmission stations.
2011 7th Asia-Pacific International Conference on Lightning, APL2011, p. 436–440, 2011.
Citado 2 vezes nas páginas 10 e 41.
MOREIRA, B. Nova norma para SPDA sai em 2015. O Setor Elétrico, Edição 104, p. 1–5,
2014. Citado 4 vezes nas páginas 12, 13, 16 e 19.
OLIVEIRA, J. B. de. A visão da nova ABNT NBR 5419 sobre os materiais.pdf. O Setor
Elétrico, Edição115, p. 2, 2015. Citado na página 19.
SANTOS, S. R. A blindagem como medida de proteção contra surtos. O Setor Elétrico, Edição
121, p. 3–5, 2016. Citado na página 39.
SANTOS, S. R. Os Dispositivos de Proteção contra Surtos tipo I. O Setor Elétrico, Edição 126,
p. 1–2, 2016. Citado na página 39.
SILVA, J. C. d. O. e. Com vocês, a NBR5419-1. O Setor Elétrico, Edição 112, p. 1–4, 2015.
Citado na página 19.
SUETA, H. E. et al. The new ABNT NBR 5419: Lightning protection: Differences between
the new Brazilian standard and IEC 62305. 2013 International Symposium on Lightning
Protection, SIPDA 2013, n. October, p. 360–364, 2013. Citado na página 15.
VISACRO, S. Aterramentos Elétricos. São Paulo: Editora Artliber, 2005. Citado na página 8.
Estrutura
Dimensões (CxLxA)
Fonte de Danos (SX ) I S1 I S2 I S3 I S4 I Riscos (RX ) I R1 I R2 I R3 I R4
I I I I I I I I I
Descargas: S1 - Na Estrutura; S2 - Perto da Estrutura; S3 - Na linha; S4 - Perto da Linha.
Riscos: R1 - Vida Humana; R2 - Serviço Público; R3 - Patrimônio Cultural; R4 - Econômico.
Captores
Condutores de Descida
Conexões
Eletrodos de Aterramento
Observações:
1
70
APÊNDICE B – Planilha
Comprimento: -
Tipo da linha:
(m)
lnstala,ib=:::::::::::::::··~~~~~a:
a Tensao suportavel doAmbiente:
sistema interno (kV):
Blindagem da linha
·········••a:
(Considerar L=lOOO se o compri mento da linha for desconheci do)
•a:
~~-====aa
~ ·Biindagem, Tipo de linha ext erna:
isolaG~!b:
aterramento, Conexao na e ntrada: llllllllllllllllllllllllllllll~"~~'
..
Estrutura adjacente (se houver}
Comprimento: -
Largura: -
Altura: -
(m)
(m)
(m)
Localizafdo da estrutura
adjacente:
------a:
APÊNDICE B. Planilha 71
72
ANEXO A – Fluxogramas
j
Calcular toclos os componentes de risoo Rx relevan:es
j
Calc ular o custo anuaiCL da perda tOI!al e o custoCRl
cia perda residual em presenya das medidas de
prot~o {v er A nexo D)
j
Sim
e
NJio eficiente 0 CUStO das
medidas de ptOI!~o
ador. adas