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PATRIARCADO DE MOSCOU
Diocese Da Argentina E Da América Do
Sul
Catequese
Todos: Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós! (3x)
†Pai nosso que estás nos Céus, santificado seja o Teu Nome. Venha a nós o Teu
†Reino e seja feita a Tua vontade, assim na terra como no Céu. O †Pão nosso
Suprassubstancial nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos
do maligno.
SANTORAL
Memória dos Santos Mártires do Mosteiro de São Savas, João, Sérgio e Patrício
(†796 d.C.)
Prokímenon Tom 3
Aplaudi com as mãos, todos os povos; cantai a Deus com voz de triunfo. (Sl. 46:1)
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injustiça, de Te se apartaram, perdendo a liberdade dos filhos de Deus. Ouve as
orações que agora te oferecemos, em favor de todos os nossos irmãos privados de
liberdade.
Senhor, nós imploramos a Tua Presença em todos os lugares onde existem pessoas
em cativeiro. Mitiga as dores, o desamparo, a falta de esperança e a ausência dos
entes queridos. Infunda em seus espíritos, coragem, conforto e esperança para que
suas dores se transformem em alegria. Ilumine-os e os fortaleça com Tua Palavra,
convencidos de que a verdade nos liberta.
†††
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Oração Para Compreender Os Mistério do Reino de Deus
A Essência do Cristianismo
Bispo Alexandre Mileant
Traduzido por Natalia Martynenko
Considerando que o Cristianismo existe há dois mil anos, poderíamos esperar que
o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo foi estudado em profundidade,
entendido e totalmente explicado. Contudo, a existência de grande variedade de
seitas nos leva a concluir que isto está longe da realidade. Enquanto que em muitas
ciências exatas o conhecimento desenvolveu-se e continua evoluindo e
aperfeiçoado, o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo tem aparentemente se
tornado mais e mais distorcido. A razão disto não é tanto a dificuldade de se
entender o real significado do Cristianismo, mas a má vontade de alcançar e aceitar
o mais importante do Cristianismo: - porque o Senhor Jesus Cristo veio á terra, isto
é, qual a essência do Cristianismo.
É aqui que o leitor deve estar pensando que nós mesmos é que estamos um tanto
confusos. Até as crianças sabem que o Senhor Jesus Cristo veio a terra a fim de
salvar a humanidade pois o Seu próprio nome, Jesus, significa Salvador. O
problema é que o significado desta salvação não pode ser entendido fora do
contexto dos ensinamentos da Bíblia sobre o destino do homem.
Neste presente artigo, queremos mostrar que a origem de todos os erros das igrejas
heterodoxas consiste no conceito de salvação muito formal e utilitário, afastando-
se do processo de renovação interior. O Senhor é todo poderoso! Ele pode criar
mundos inteiros com uma só palavra porém, Ele não pode salvar-nos sem a nossa
participação ativa, porque o bem e o mal são práticas que dependem da nossa
própria vontade. Você pode oferecer a um estudante uma maravilhosa e atualizada
literatura e os melhores professores, mas ninguém pode dar-lhe o conhecimento e a
experiência que ele precisa se não se esforçar para estudar por si mesmo. Algo
parecido acontece com muitos cristãos — apesar da abundância de graças que são
oferecidas, eles não crescem espiritualmente. E além de não crescerem
espiritualmente, ainda se atrevem a alterar os ensinamentos de Cristo, adequando-
os a sua própria falta de vontade. Como muitas pessoas preferem o caminho mais
fácil, as doutrinas daqueles que “simplificam” o Cristianismo acabam desfrutando
do sucesso.
Prevendo isto, o Senhor ensinou aos seus seguidores que não importa serem um
“pequeno rebanho” que segue por um caminho estreito, porque é o difícil caminho
da renovação espiritual que realmente nos guia para a vida eterna.
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Enquanto que a Igreja Ortodoxa, no leste europeu, sofreu cruel perseguição dos
persas, árabes, turcos e outros povos, e estava constantemente sendo obrigada a
lutar contra a pressão das heresias, o Ocidente estava vivendo em relativa
prosperidade e segurança. Devido a isto, o espírito cristão da Igreja Apostólica foi
gradualmente decaindo dando lugar ao formalismo e ritualismo. A salvação deixou
de ser considerada como um caminho de renovação espiritual e começou a ser
vista como uma recompensa para boas ações. A Igreja Católica Romana foi se
tornando mais e mais parecida com uma instituição terrena com grande entusiasmo
pelo poder, carreira profissional e intrigas. Este comportamento exterior a religião,
foi ocupando o lugar da religiosidade interior. Toda a ênfase foi colocada em
rituais e ações. Quanto mais “boas ações” tanto maior será a sua recompensa. Se
pensava que os Santos acumulavam tantas boas ações que eles possuíam uma
quantidade demasiada delas. A Igreja Católica Romana começou a pregar que
estes “méritos especiais” formam o seu tesouro e que ela pode dispor desta
riqueza e distribui-la aos seus demais membros.
É muito alarmante observar como o mundo não ortodoxo se distância cada vez
mais do real Cristianismo da Igreja Apostólica. Muitas seitas e cultos de origem
mais recente vão ainda mais além, ao longo do caminho do “ consumismo,” do que
o catolicismo e protestantismo. Como exemplo temos os Pentecostais e outros
chamados de “carismáticos” que enfatizam o auto estímulo de artificialmente
buscarem um estado de euforia e êxtase ou até mesmo o riso incontrolável. Usando
a blasfêmia eles gritam desarticulados sons que chamam de “o dom das línguas,”
e se referem a esses mediúnicos transes como sendo a aparição do Espírito Santo.
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Outros que são chamados de “pregadores do Evangelho prosperidade,” veem no
Cristianismo uma forma de obter muito sucesso na vida. “Acredite,” eles
proclamam, “e os seus negócios irão prosperar, sua vida amorosa melhorará,
você terá uma família maravilhosa e você sempre terá saúde, felicidade e muita
energia.” É como se nós pudéssemos entrar em um fino restaurante e escolher no
cardápio das Sagradas Escrituras, o que mais nos agrada.
“Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão saciados”
(Mat. 5:6).
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reconheçais qual é a vontade de Deus,” nos ensina o Apóstolo São Paulo (Rom.
12:2). O poder cheio de graça do batismo é tão grande que quando alguém é
batizado torna-se, como se fosse, uma nova criação. “Se algum pois, está em
Cristo é uma nova criação; passaram as coisas velhas; eis que tudo se fez novo”
(2 Cor. 5:17). Através do batismo o cristão se afasta de tudo o que é pecaminoso; e
se tornando um participante do poder renovador dos sofrimentos do nosso Salvador
na Cruz, ele morre como pecador e começa uma nova vida, mais correta. “Mas
longe de mim o gloriar-me senão da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem
o mundo está crucificado para mim, e eu crucificado para o mundo,” escreveu o
Apóstolo Paulo. “Porque, em Jesus Cristo, nem a circuncisão, nem a
incircuncisão valem nada, mas o ser uma nova criatura” (Gal. 6:14-15). A partir
deste momento o cristão passa por uma completa reavaliação de valores. Ele
começa a desejar e procurar o que ele costumava desprezar e menosprezar o que o
cativava.
Não há nada mais importante no mundo do que ser chamado a ser Cristão. O
Apóstolo São Pedro encoraja os fiéis com as seguintes palavras: “Vós, porém, sois
uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma gente santa, um povo de
conquista, para que publiqueis as perfeições daquele que das trevas vos chamou à
sua luz admirável. Vós que outrora não éreis seu povo, mas agora (sois) povo de
Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes
misericórdia” (1 Ped. 2:9-10). E São Paulo diz: “Outrora éreis trevas, mas agora
(sois) luz no Senhor. Andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em
toda a espécie de bondade, de justiça e de verdade” (Efe. 5:8-9).
É claro que tudo isto pressupõe uma impecável moralidade e proximidade a Deus.
“Vós sereis santos, porque eu sou santo” (1 Ped. 1:16; Lev. 11:45). A Santidade é
um talento dado pelo Espírito Santo, mas cada cristão deve manter este talento
incrementando-o em sua vida. “Buscai a paz com todos e a santidade, sem a qual
ninguém verá a Deus” (Heb. 12:14).
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que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gal. 3:27). Portanto o
Apóstolo nos ensina: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que (houve) em
Jesus Cristo” (Fil. 2:5). “Quem diz que está nele, deve também andar como ele
andou” (1 João 2:6). E ele escreve: “Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores,
como eu o sou de Cristo... Porque, quem conheceu o pensamento do Senhor, para
que o possa instruir? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo” (1 Cor. 4:16;
11:1; 2:16).
Esta meta é tão difícil de ser atingida que a princípio o homem instintivamente tem
medo dela e considera-a inacessível. Mesmo assim, Deus o ajuda a seguir o
caminho da perfeição e gradualmente o guia as alturas bem próximas a Ele. É por
isto que as Sagradas Escrituras frequentemente comparam a Igreja a uma grande
montanha (cf. Salmos 2; Isa. 2:2-3; 11:1-10; 26; Dan. 2:34). Quando uma pessoa se
torna cristã ela começa a subir a base da montanha. O resto de sua vida será uma
constante subida numa longa escada até atingir a perfeição. No cume desta
montanha é que se encontra o Senhor, rodeado por uma multidão de Santos. É
neste contexto que podemos entender o significado das palavras de São Paulo,
quando ele escreve aos cristãos: “Vós, porém vos aproximastes do monte de Sião,
e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste e da multidão de anjos, e da igreja
dos primogênitos, que estão escritos no céu, e de Deus, juiz de todos, e dos
espíritos dos justos perfeitos” (Heb. 12:22-23). Estas palavras são dignas de nota,
porque fornecem uma afirmação de que a perfeição moral é atingível, embora isto
dependa da capacidade da natureza humana.
Assim, esta e muitas outras passagens da Bíblia são convincentes evidências que a
salvação é inseparavelmente ligada com o processo de renovação espiritual. O
paraíso, em primeiro lugar, é o estado de uma alma que foi renovada. Deus em sua
misericórdia nos chama ao Seu Reino dos céus; somos nós que temos que nos
esforçar para alcançá-lo. Portanto, “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de
Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo” (Mat.
6:33). “Porque nós somos participantes de Cristo, mas contanto que conservemos
inviolavelmente até o fim o fundamento pelo qual somos sustentados nele” (Heb.
3:14). Deus nos chamou para que sejamos seus filhos. Certamente, Ele deseja que
nós possamos tornar-se semelhante a Ele. O pecado nos desvia para o caminho da
perdição. Cristo veio para corrigir aquilo que foi danificado. Ele nos ajuda a voltar
ao caminho certo, que nos leva a salvação. Portanto, o Cristianismo não é tanto um
aprendizado ou teoria, como um verdadeiro caminho de modo de vida.
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Quando isto é entendido, compreende-se a lógica e a sabedoria de tudo que
constitui e distingue a Ortodoxia que são os ensinamentos sobre o asceticismo e
abstinência, os sacramentos, o jejum, as festividades, o serviço religioso na Igreja,
a arquitetura eclesiástica, os cânticos e as artes. Todas estas coisas nos ajudam a
chegar ao caminho da perfeição espiritual. Como se diz na Bíblia: “Examinai
tudo; abraçai o que for bom” (1 Tes. 5:21).
Tal confusão pode ser esclarecida facilmente. De maneira alguma não estamos
diminuindo a importância da fé e da graça divina, pelo contrário, queremos deixar
bem claro que são absolutamente necessárias. Isto pode ser ilustrado pelo seguinte
exemplo: um rico filantropo decidiu oferecer a um pobre rapaz uma oportunidade
de estudar em uma das melhores e mais caras escolas que existe. Ele se
responsabiliza por todas as despesas envolvidas como: o custo do ensino, local
para moradia, refeições, livros, computadores, equipamento de laboratório, etc.
Sem falar que esta instituição educacional tem as condições mais favoráveis de
aprendizado que um estudante poderia desejar. E ainda, uma esplêndida carreira o
espera, assim que termine seus estudos. Tudo o que ele tem que fazer é aproveitar
a grande oportunidade que lhe foi dada e não ser preguiçoso; afinal de contas,
ninguém pode colocar á força os conhecimentos na sua mente. Sem o esforço
pessoal de estudar e triunfar, de nada valerão as boas intenções do filantropista e o
preguiçoso voltará ao seu lugar de origem.
Desta mesma forma, a graça divina nos fornece todo o necessário para a salvação,
como um presente, sem nenhum mérito de nossa parte. Deus perdoa os nossos
pecados porque Jesus Cristo sofreu por eles na Cruz. Deus renova o nosso espírito,
cura as feridas das nossas paixões, ilumina as nossas mentes, acalma os nossos
corações e nos fortalece espiritualmente. Ele nos guia pela mão e nos ajuda a cada
passo do nosso caminho. Porém, o que ele não pode fazer, sem violar a nossa
liberdade, é obrigar-nos a sermos bons. Aqui a nossa própria vontade e esforço são
necessárias. Todas as escrituras do Novo Testamento servirão para explicar este
conceito.
E alguém nos pode perguntar: “E o ladrão? Foi salvo sem nenhum trabalho, ele
simplesmente se arrependeu.” É preciso entender que Deus é que estabeleceu para
cada um dos homens o seu próprio nível de perfeição. Mesmo os pagãos são
salvos, visto que, eles agiram de acordo com que a consciência deles lhes disse
(leia Rom. 2:14-16). Ao mesmo tempo, não se deve ser esquecido que “porque a
todo aquele a quem muito foi dado, muito lhe será pedido” (Lucas 12:48). Se
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alguém pensar que o Cristianismo é muito difícil de se seguir, pelo menos não
poderá reclamar da misericórdia de Deus.
ORAÇÕES FINAIS
Gloriosíssima, Sempre Virgem Mãe de Cristo Deus, apresenta nossa oração ao teu
Filho e nosso Deus, que por ti Ele salve as nossas almas.
Toda a minha esperança eu deposito em ti, ó Mãe de Deus: guarda-me sob tua
proteção.
Virgem Mãe de Deus, não desprezes o pecador que sou pois preciso do teu socorro
e da tua proteção. Tem piedade de mim pois minha alma em ti espera. Minha
esperança é o Pai, meu refúgio o Filho, minha proteção o Espírito Santo.
Santíssima Trindade, glória a Ti.
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Glória ao †Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, pelas orações da Tua puríssima Mãe, dos
nossos santos e teóforos padres, e de todos os santos, tem piedade de nós. Amém.
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