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Presidentes do Brazil

República Oligárquica
(1894 – 1930)
REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
(res publica = coisa pública) / oligos = poucos, arquia = poder)

• A República (quase) republicana, na verdade elitista e oligárquica

• Proclamação da República: Golpe militar

• Eleições diretas (só no segundo mandato)

• O poder passou para os detentores da


força econômica
• Chamada também da República dos
plantadores

• Ao invés de uma república de fato,


tivemos uma monopolização do poder
Coronelismo
• O título de “coronel” era hereditário e concedido
aos fazendeiros na Guarda Nacional do Império e
se manteve por tradição na República
• A maioria da população vivia no campo e era
enorme a concentração de terras
• Resultado: maior parte da população brasileira
dependia dos “coronéis”, que exerciam o poder com apoio do Estado
• Os coronéis forneciam ou negavam serviços às pessoas em troca de
fidelidade política (clientelismo), pois muitos cargos dependiam do
coronel (médico, advogado, farmacêutico, professor, delegado, etc.)
• Além disso, muitos coronéis possuíam seus grupos armados,
capangas e jagunços, para coagir seus opositores
Eleições
• FIM do voto censitário, mas com voto aberto e eleições fraudadas:
➢ Voto de Cabresto – voto a partir de intimidações pessoais dos
coronéis
➢ Só os homens alfabetizados podiam votar: menos de 10% da popul.
➢ Manipulação de dados: votos repetidos e eleitores fantasmas
➢ “Degola” política em caso de vitória de opositores:
Comissão Verificadora de Poderes
Governo de Prudente de Morais (1894 – 1898)
• Paulista, abolicionista e federalista
• 1º Presidente eleito civil e pelo voto direto
• Forte oposição ao Florianismo e representava
os cafeicultores

Campos Sales
(1898 – 1902)
• Funding-loan (acordo com o Banco Rothschild):
- Renegociou a dívida externa (uma nova dívida para unir as anteriores)
- Corte de gastos
- Aumento de impostos Quebrou empresas e gerou desemprego
• A “Política dos Governadores”:
- O Presidente apoiava os grupos dominantes estaduais e vice-versa
Estrutura de Poder PRESIDENTE

VERBAS
VOTOS

GOVERNADOR
VERBAS
VOTOS

CORONÉIS
VOTOS SERVIÇOS

POPULAÇÃO
Conflitos e Revoltas na 1ª República
A República Oligárquica foi um período turbulento,
várias revoltas sacudiram o país.
Entre as principais estão:
• Guerra de Canudos
• Guerra do Contestado
• Revolta da Vacina
• Revolta da Chibata
• Cangaço
• Tenentismo
Guerra de Canudos
(BA 1896 – 1897)
• Enquadra-se nos movimentos messiânicos.
Movimentos sociais nos quais se fundava
comunidades comandadas por um líder
religioso.
• Surgiu em áreas rurais pobres atingidas
pela miséria no sertão da Bahia.
• Os principais componentes eram a religiosidade popular e
a revolta contra o Estado
• Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro) foi o
líder. "O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão".
Causas da Guerra de Canudos
• Concentração de terras
• Ex-escravos abandonados
• Decadência dos engenhos de açúcar
• Miséria e fome da população
• Exploração do trabalhador rural
• Secas (em 1878 100 mil mortos)
• Aumento de impostos
• Camponeses seguem sem rumo, de vilarejo em
vilarejo procurando trabalho pelo sertão nordestino
Sertão da Bahia
Carências Religiosas
• Antônio Conselheiro era caixeiro-
viajante
• Visitando comunidades pobres se
solidarizou com suas misérias
• Passou a pregar suprindo a falta que
a própria Igreja Católica:
- Falta ou pouca frequência de padres
- Missionários estrangeiros que não falavam português
• Conselheiro passou a criar uma comunidade numa
antiga fazenda abandonada, Canudos.
Pintura de Canudos (ou Belo Monte)
• Chegou a ter 25 mil habitantes, só superado na BAHIA por Salvador
com 200 mil habitantes
Antônio Conselheiro além de alentar o povo,
aconselhava:
• A República era do mal, pois separava a Igreja do
Estado e instituiu o casamento civil
• Não pagamento de impostos
• Abandonar as terras dos latifundiários

O Governo passou a ver


Conselheiro e sua
comunidade como inimigos
do Estado, da República.
Um conflito era iminente....
Repercussões pelo Brasil
A Guerra
• Por causa de um desentendimento, de compra de madeiras, um
pelotão foi enviado contra Juazeiro, mas vencidos pelos fiéis
• Outro pelotão com 500 soldados tentou derrubar Canudos, mas
foram vencidos também, fugiram e deixaram as armas para os
sertanejos
• Presidente Prudente envia Moreira César com 1500 homens
fortemente armados, derrotados pelos sertanejos tocaiados nas
casas de Canudos
• O Governo lança uma ofensiva maior (8.000) e
destrói Canudos, matando quase todos e
queimando as casas (1897). Nessa expedição, foi
Euclides da Cunha, republicano e autor de Os
Sertões: “trata-se de um crime, vamos denunciá-lo”.
Conselheiro morreu de infecção intestinal antes do
fim da Guerra

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o


esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do
termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos
defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois
homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco
mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
Conselheiro disse: “O sertão vai virar mar” e em
1969 Canudos foi inundada e transformada no
açude do Cocorobó, justamente para diminuir os
efeitos das secas da população sofrida da região.
Rodrigues Alves
(1902 – 1906)
• Modernizar a capital do Brasil, O Rio de Janeiro:
- Reurbanizar e reestruturar o saneamento básico
- Destruição de cortiços e ampliação das ruas
- Modernizar o porto
A Revolta da Vacina
• O Rio de Janeiro no início do século XX era imundo e cheio
de doenças
• Febre amarela, varíola e peste
bubônica se proliferavam
• Rodrigues Alves nomeou Oswaldo
Cruz para Saúde Pública
• Foram organizadas Brigadas
Sanitárias que vacinavam as pessoas, mesmo a força
• As pessoas se revoltavam e passaram a vandalizar a cidade
• A oposição aproveitou a situação para atacar o governo
• Os senadores Criaram a Liga contra a Vacinação Obrigatória
• Os florianistas (defendiam a centralização política, populismo
e a industrialização) da Escola Militar se rebelaram
• Resultado:
• O governo decretou estado de sítio (amplos poderes ao
executivo)
• Os revoltosos foram presos e
enviados para o Acre
• A escola militar foi fechada e
os militares expulsos
• Cerca de 50 mortos e mais de
100 pessoas feridas
• O governo voltou a vacinar e a urbanizar o Rio de Janeiro
A Borracha
• O Brasil produzia 90% da borracha mundial
• Servia para os pneus das bicicletas e dos carros
• Abundante na Amazônia
• Trouxe riqueza rápida para a região
• Desenvolvimento e luxo para Manaus e Belém
• As arvores, espalhadas pela floresta,
dificultavam a extração
• Logo os ingleses tomaram o
mercado nas suas colônias
na Ásia

FOTOS DA VIAGEM À MANAUS


O Acre
• Região era da Bolívia até início do século XIX
• Era povoada por seringueiros brasileiros o que levou a Revolução
Acreana (1899 – 1903)
• No tratado de Petrópolis (1903) ficou acertado:
- Anexação do Acre ao Brasil
- Indenização à empresa americana que
extraia borracha na região
- Indenização de 2 milhões de libras à
Bolívia
- Construção da Ferrovia Madeira-
Mamoré pelo Brasil
O Convênio de Taubaté
(1906)
• Objetivo: evitar perdas com a queda do preço do café
• Modo: os estados, depois o governo federal, compravam
o excedente
• Resultado: mais lucros para os cafeicultores e o prejuízo
socializado no país
• Afonso Pena foi o primeiro presidente
mineiro (1906 a 1909) e morreu de
pneumonia antes do fim do mandato
• Nilo Peçanha completou o mandato de
Afonso Pena
• Criou o Serviço de Proteção ao Índio
sob o comando do Coronel Cândido
Rondon
• Rondon fez um grande mapeamento
étnico das populações indígenas

• Em homenagem ao seu trabalho, Território do Guaporé


recebeu o nome do Rondônia
Governo Hermes da Fonseca
(1910 – 1914)
• Rui Barbosa se candidatou a
presidência em 1910 e defendia:
➢ O voto secreto
➢ Apoio à classe média
• Sua campanha civilista, não podia
com o prestigio de Deodoro da
Fonseca que elegeu seu sobrinho
Hermes da Fonseca (PRM e PRR)
• Fonseca adotou a Política das
Salvações para afastar as oligarquias
dos estados
A Revolta da Chibata
(1910)

• Na primeira República, os castigos


corporais eram comuns na marinha,
ainda que proibidos
• Os castigos poderiam ser de centenas
de chibatas, regadas com vinagre e sal
grosso João Cândido
• Os marinheiros se rebelaram, tomaram um dos maiores
navios e ameaçaram bombardear a capital, exigindo:
Fim dos castigos corporais, Redução da jornada de trabalho e
Aumento do salário
Resultado:
• Os revoltosos tiveram suas
reivindicações atendidas e receberam
a anistia

• Depois a marinha expulsou e prendeu


os marinheiros

• Muitos foram exilados no Acre

• João Cândido foi internado num


sanatório em 1914
• Morreu na miséria, esquecido numa favela do Rio de Janeiro
Guerra do Contestado
(1912-1916)
Antecedentes:
• A construção da ferrovia Estrada de Ferro São
Paulo-Rio Grande levou a desapropriação de
diversas famílias pobres da região entre 1908
a 1910
• Depois da construção da ferrovia a empresa
abandonou os 4000 trabalhadores
• Imensas massas de agricultores sem-terra e ex
empregados da linha de trem desempregados
seguiram o líder messiânico Monge José Maria
Os monges não ordenados
• Haviam vários peregrinos pelo interior no Brasil, pregando em
regiões onde a Igreja não chegava de fato

• Eles faziam sermões, abençoavam as


pessoas, davam conselhos e em alguns
casos faziam “curas” com plantas
medicinais
• Um desses monges foi o José Maria que
peregrinava pela cidade de Palmas

• Ele conseguiu reunir algumas centenas de


seguidores e que não obedeciam a
autoridade local, o coronel Albuquerque
de Curitibanos
• Depois de Canudos, ao governo preocupava as comunidades
messiânicas pelo caráter monarquista
• O primeiro ataque do governo em 1912 matou José Maria
• Os seus seguidores começaram então a divulgar a ideia que José
Maria lá do céu se comunicava na terra por meio das “virgens”
• Maria Rosa, uma das virgens, dizia que José Maria queria que fossem
criadas comunidades que seriam as cidades santas
• Desde modo as comunidades foram crescendo e aumentavam a
indignação do governo
• Entre 1914 e 1916 o governo federal atacou essas comunidades com
as mais sofisticadas armas (Inclusive aviões)
• Os sertanejos resistiram aos ataques e ao fim da guerra as perdas
somavam milhares de vidas
Primeira Guerra Mundial
• Venceslau Brás, mineiro, foi eleito no
mandato 1914 a 1918
• Em 1917 o navio a vapor Macau, do Brasil,
levava café para França quando foi
bombardeado pelos alemães
• O Brasil envia um navio hospital
e patrulha o Atlântico
• Os países industrializados em
guerra produzem basicamente
armas e poucos bens de
consumo
• Substituição das importações, a grande chance do Brasil:
➢ Aumenta o número de industrias
➢ Crescimento da classe média urbana e da burguesia
industrial e comercial.
➢ Cresce a classe operária urbana e industrial
• As mesmas condições péssimas do século XIX fazem crescer
também o movimento operário
• Grande influência dos italianos
(anarquistas e socialistas)
• Em 1906 o I Congresso Operário
Brasileiro define a organização
como anarcossindicalista
• O governo reage e com a lei Adolfo Gordo deporta líderes
sindicais estrangeiros como Vicenzo Vacirza do jornal Avanti
O Cangaço
(1870 – 1940)
O coronelismo e o latifúndio = desigualdade
• O autoritarismo privilegiava os
agregados dos coronéis
• Os exércitos de jagunços
(soldado da língua quimbundo)

• Surge grupos armados contra o


poder dos coronéis, os cangaceiros,
que carregavam tudo consigo, a canga
• Os primeiros grupos eram ex jagunços dos coronéis
• Eram grupos nômades que assaltavam fazendas e grandes
comerciantes
• Eram vistos como justiceiros do sertão
• A população apelava para os cangaceiros quando a polícia
não atendia
• Eram protegidos pelo povo quando eram perseguidos pela
polícia
Lampião
• Virgulino Ferreira da Silva foi o mais famoso cangaceiro
• Viu seu pai ser morto pela polícia por disputa de terras
• Apelido de Lampião porque seus tiros iluminavam a noite
• Para combater a Coluna Prestes,
Lampião recebeu o título de
capitão, armas e anistia do
governo
• Casou-se com Maria Bonita e
possuía um dos maiores bandos
do sertão
• O cangaço entrou e, declínio nos anos 30:
➢ Emigração de nordestinos para o sudeste
➢ Fim da República Oligárquica
• Numa grande emboscada no interior do Sergipe, o bando
foi massacrado em 1938 pelo tenente João Bezerra
• Suas cabeças foram decepadas e postas em exposição no
Instituto Histórico da Bahia até os anos 70
Anos 20: Crise da República Oligárquica
Começam os primeiros atritos entre São Paulo
E Minas:
• Rodrigues Alves (paulista) venceu as
eleições para 1918, mas morreu antes de
assumir o cargo (gripe espanhola)
• O vice, Delfim Moreira assumiu
interinamente até novas eleições
• O presidente falecido era paulista, então Minas quis indicar
um mineiro (seguindo o acordo com São Paulo)
• São Paulo não aceitou, pois Rodrigues
Alves morreu e não assumiu, ou seja, não
valeu a brincadeira!

• No impasse, as oligarquias escolheram


Epitácio Pessoa, um paraibano para
presidência de 1919 – 1922
• No governo de dele o choque de realidade de um mundo
pós 1ª Guerra e o arcaico Brasil ruralizado se acentuam
ainda mais
• No mandato seguinte, vence o mineiro Artur Bernardes
• Mas não foi fácil, as outras oligarquias queriam quebrar do
Café com leite com a candidatura de Nilo Peçanha
• Setores urbanos queriam mudanças, os industriais queriam
apoio a indústria
• O mundo rural e urbano entrava em choque nos anos 20
• Ponto alto da crise: para derrubar Artur Bernardes o jornal
de oposição Correio da Manhã publicou cartas de
Bernardes criticando os militares
• Mas uma perícia concluiu que as caligrafias não condiziam,
eram cartas falsas
• Mas os militares, não engoliram isso, principalmente os
tenentes
Os anos 20 no Brasil
Novo contexto social, político e econômico:
• Um país menos agrário e mais urbano
• A indústria se fortalece
• Operários das fábricas, exigem direitos:
➢ Melhores salários
➢ Melhores condições de trabalho
➢ Educação pública para todos
• A nova elite industrial também tinha
exigências:
➢ Mais incentivo a industrialização no Brasil
➢ Mais poder e influência em todas as esferas de governo
• A elite política do Café com Leite abriria mão do poder
• As fraudes revoltavam todas as categorias excluídas
• Em especial os jovens militares....
O Tenentismo
• Os tenentes, da classe média urbana – missão: salvar a
nação
• Tinham uma visão missionária de purificar a política
• Queriam o fim do coronelismo, voto aberto, latifúndios, etc
• A guerra estava travada
• O primeiro ataque: Impedir a posse
de Artur Bernardes
• Os 18 do Forte de Copacabana
(sobreviveram 2)
A Coluna Prestes
(1924 - 1926)
• Os tenentes foram derrotados
• Os militares de SP se uniram aos do RS sob
a liderança de Luís Carlos Prestes
• Partiram de Foz do Iguaçu para fazer uma
revolução no Brasil
• Objetivo: convencer o povo a se rebelar
contra o governo
• 24 mil km em 2 anos com 1500 soldados
• Resultado: o povo mal tinha como viver, faltava tudo,
exploração, miséria, não viam a política como solução
Presidente Washington Luís (1926 – 1930)
• Representava os interesses de SP
• Enfrentou pressões de todos os lados:
➢ Empresários
➢ Sindicatos
• Lei Celerada: prisão aos líderes de movimentos populares,
segundo ele:
A questão operária é caso de polícia
• governar é construir estradas
• Criou a Polícia Rodoviária Federal (1928)
• Foi o último presidente da Primeira República,
das oligarquias e do Café com leite
A Crise de outubro de 1929:
Quebra da Bolsa de Nova York
• O que é a bolsa de valores?
• Super otimismo com as ações
• Milhões de americanos investem
• As industrias produzem ao máximo
• A Europa se recupera da 1ª Guerra
• As vendas caem, as ações também
• Crise afeta todo planeta
Vídeo: Bom dia Brasil

• Corte de todos os supérfluos: tipo o... café!


• Os cafeicultores brasileiros quebram junto com a bolsa
A Revolução de 1930
• Nas eleições de 1929 era vez de MG, mas
SP indicou um paulista: Júlio Prestes
• MG se uniu à oposição (de RS e da PB)
com a Aliança Liberal:
Getúlio Vargas (RS) e João Pessoa (PB):
voto secreto, industrialização e leis
trabalhistas
• “Vence” Júlio Prestes
• Assassinato de João Pessoa: a desculpa da revolução (ou
golpe) e Washington Luís é derrubado
• Assume Getúlio Vargas em 1930... até 1945

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